O QUÊ NÃO SE DEVE FAZER NO TRATAMENTO DE FERIDAS ADRIANO ANTONIO MEHL* ___________________________________________________________________________ * Médico Referência no tratamento de feridas em Hanseníase para o Estado do Paraná Médico Responsável pela Comissão de Feridas e Curativos e pelo Ambulatório de Feridas e Pé Diabético do Hospital Pilar, Curitiba/PR Membro da European Wound Management Association INTRODUÇÃO Os pacientes portadores de feridas estão a mercê de condutas desatualizadas, porém amplamente divulgadas na área médica, as quais apresentam poucos ensaios randomizados, nenhuma comprovação científica, utilizando-se de produtos que são reconhecidamente citotóxicos, colaborando para o retardo do processo cicatricial, já débil na maioria dos casos como nas pessoas atingidas pela hanseníase. OBJETIVOS Trata-se de um relato de experiência no ensino sobre novas abordagens no tratamento de feridas e curativos, objetivando disseminar na comunidade acadêmica da área da Saúde, os conhecimentos sobre o quê está abolido e que não deve ser usado nas feridas e ferimentos dos pacientes, incluindo-se os cidadãos com hanseníase. MATERIAL E MÉTODOS No ensino orientamos: abolir o uso produtos não aquecidos para a limpeza de feridas, escovação da área cruenta da ferida crônica, uso de sabão tensoativo na lesão cutânea aberta, soluções anti-sépticas, PVPI, Clorexidina, antibióticos tópicos, açúcar, água oxigenada, pós secantes, entre outros. CONCLUSÕES As mudanças só acontecerão se houver uma rápida e importante modificação do ensino de todos os profissionais na Saúde sobre o tratamento do paciente portador de feridas bem como na prevenção de recidivas. Para o paciente que apresenta hanseníase esta atitude é fundamental, pois a ferida enquanto aberta é foco de entrada para infecção secundária, comprometendo facilmente a integridade óssea colaborando para a perpetuação das lesões. O tratamento mais moderno hoje é tocarmos em nossos pacientes, de revermos nossos protocolos e ações, evitando assim o uso de produtos e condutas defasadas e sem objetivos nos cuidados com feridas. PALAVRAS-CHAVE Cicatrização, feridas, hanseníase ___________________________________________________________________________ Este trabalho realizado sem suporte financeiro e sem conflito de interesses.