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A Semana em Revista
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
BCE anuncia estímulo acima do esperado

Banco Central Europeu anuncia forte expansão monetária
Caio Megale

China cresce 7,4% em 2014
Fernando Barbosa

Banco Central volta a subir juros no Brasil

Chuvas permanecem fracas em janeiro
[email protected]
[email protected]
Expansão monetária do BCE impulsiona a expectativa de liquidez global
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a compra de 60 bilhões de euros por
mês em títulos públicos e privados. O programa irá vigorar pelo menos até
setembro de 2016, sendo estendido até que a inflação se aproxime de 2% ao ano.
A expansão monetária é maior do que a esperada pela maioria do mercado, o que
acelerou a depreciação do euro contra o dólar (Gráfico 1). A decisão impulsionou as
expectativas em relação à liquidez global, estimulando o apetite por ativos mais
arriscados. A maioria das moedas de mercados emergentes se valorizou na
semana. O real foi um destaque, chegando a 2,55 reais por dólar no dia do anúncio
do BCE.
Em nossa visão, a medida do BCE ajudará a acelerar a economia europeia e
reduzir o risco de deflação, mas seus efeitos tendem a ser limitados.
Expansão monetária também em outros países
1,50
Gráfico 1 - Zona do euro: Taxa de
câmbio
dólares por euro
1,45
1,40
1,35
1,30
1,25
1,20
1,15
1,10
jul-13
jan-14
jul-14
jan-15
Fonte: Bloomberg
Outros bancos centrais do mundo anunciaram medidas expansionistas, na esteira
ou na expectativa da ação do BCE. Nos últimos dias, Canadá, Suíça, Dinamarca,
Turquia, Peru, Índia e Egito cortaram suas taxas de juros. A forte queda do petróleo
e o crescimento global relativamente contido reduzem as perspectivas
inflacionárias, abrindo espaço para condições monetárias mais expansionistas.
Gráfico 2 - China: PIB
China cresce 7,4% em 2014
O PIB da China cresceu 7,4% em 2014, em linha com a nossa estimativa e próximo
da meta de 7,5% estabelecida pelo governo (Gráfico 2). O resultado confirma a
tendência de desaceleração da economia, e reforça nossa avaliação de que o
governo está mais focado nas reformas estruturais do que em reestimular o
crescimento. A queda nos preços das commodities – que beneficia a economia
chinesa, grande importadora desses produtos – deve ajudar no processo.
Morte de rei da Arábia Saudita aumenta incerteza nos preços de petróleo
O rei Abdullah bin Abdul Aziz faleceu e seu meio-irmão Salman Aziz assumiu o
poder na Arábia Saudita. O País é o maior exportador mundial de petróleo e
membro da OPEP. Abdullah defendeu a manutenção do volume de produção de
petróleo pelo cartel no ano passado, o que contribuiu para que os preços caíssem
quase 50% no ano. O rei Salman, ainda como príncipe, proferiu discurso alinhado
as políticas de seu antecessor, inclusive em relação ao petróleo.
10%
variação ano contra ano
9%
8%
7,4%
7%
6%
2010
A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores
não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.
2011
2012
Fonte: NBS
2013
2014
A Semana em Revista – sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Banco Central volta a subir juros no Brasil. Próximos passos estão em aberto
O Copom elevou a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,25% ao ano. A decisão foi
unânime e em linha com o esperado. O comunicado que acompanhou a decisão foi
breve, e deixou as portas abertas tanto para uma nova alta de 0,50 p.p., quanto
para uma desaceleração para 0,25 p.p. na próxima reunião.
Acreditamos que a atividade fraca, o significativo ajuste fiscal em curso e os sinais
de que a inflação de serviços começa a recuar levarão o Copom a optar por reduzir
o ritmo de alta de juros para 0,25 p.p. Desta forma, mantemos nossa projeção de
que o Copom elevará a Selic em 0,25 p.p. em março, encerrando o ciclo de alta de
juros com a taxa Selic em 12,50% ao ano.
Gráfico 3 - Brasil: Contas
externas
4,5%
% do PIB
4,0%
3,5%
3,0%
2,5%
2,0%
Déficit em conta corrente atinge 4,2% do PIB em dezembro
Déficit em conta corrente
1,5%
O déficit em transações correntes de dezembro somou US$ 10,3 bilhões, acima das
nossas expectativas e do mercado. Acumulado em 12 meses, o déficit atingiu 4,2%
do PIB, o maior valor desde 2002 (Gráfico 3). Do lado dos fluxos de capitais, houve
entrada de US$ 6,7 bilhões de Investimento Estrangeiro Direto (IED) mantendo o
fluxo acumulado em 12 meses em 2,9% do PIB. O déficit em conta corrente
relativamente elevado (e ainda em tendência de alta) é uma das razões pelas quais
acreditamos em uma nova desvalorização do real este ano. Projetamos que a taxa
de câmbio alcance 2,90 reais por dólar ao final de 2015.
Inv. Estrangeiro Direto
1,0%
dez-09 dez-10 dez-11 dez-12 dez-13 dez-14
Fonte: BCB
Gráfico 4 - Brasil: Confiança do
empresário industrial
120
110
100
Criação baixa de emprego em dezembro
90
Segundo dados do CAGED (Ministério do Trabalho), a economia fechou 555 mil
postos de trabalho líquidos em dezembro, o pior resultado desde dezembro de
2008. Em termos dessazonalizados, o valor é próximo de zero. Na média dos
últimos 3 meses, houve fechamento de 4 mil vagas. De forma geral, os
números estão em linha com a atividade econômica fraca e menor geração total
de empregos.
Sondagem da
indústria
Média histórica
80
índice com ajuste sazonal
70
jan-07
jan-09
jan-11
jan-13
jan-15
Fonte: FGV
Gráfico 5 - Brasil: Chuva nas
bacias agregadas
Confiança melhora em janeiro, mas segue em patamar baixo
mm
Segundo a FGV, a prévia da Sondagem da Indústria registrou aumento de 1,2% na
confiança do empresário em janeiro, após queda de 1,5% em dezembro. Apesar da
melhora, o indicador segue em patamar historicamente baixo (Gráfico 4).
250
Precipitação acum. no mês
Média histórica
200
150
Chuvas permanecem fracas em janeiro
O volume de chuvas segue fraco em janeiro. Até o dia 22, a chuva acumulada no
mês ficou em 51% da média histórica (Gráfico 5). A situação é pior nas regiões
onde os reservatórios para abastecimento de água e produção de energia elétrica já
estão baixos: sudeste e nordeste. Neste cenário, aumenta os riscos de
racionamento de energia elétrica no País e de restrições adicionais ao
abastecimento de água – com possíveis impactos sobre a atividade econômica.
Siderurgia: desafios contínuos
Publicamos esta semana um artigo de nossa série de relatórios setoriais,
abordando, desta vez, o setor de siderurgia (acesse aqui). A indústria siderúrgica
brasileira tem sofrido forte pressão negativa vinda tanto do setor externo, com
excesso de oferta de aço no mercado internacional, quanto do setor interno, com o
fraco crescimento da economia e concorrência dos importados. Em 2015, os custos
de produção continuarão pressionados pela alta do preço de energia.
Itaú
2
100
50
0
1/11
16/11
1/12
16/12
31/12
Fonte: Somar metereologia
15/1
A Semana em Revista – sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Destaques da próxima semana
No Brasil, serão publicados a ata da ultima reunião do Copom e os dados do
mercado de trabalho de dezembro, ambos na quinta-feira. Na sexta feira, o Banco
Central divulga o resultado primário do setor público em dezembro.
Do lado internacional, as eleições na Grécia acontecem no próximo domingo: o
partido de oposição Syriza segue como favorito. Nos EUA, destaque para a decisão
da taxa de juros na quarta feira e o PIB do quarto trimestre na sexta-feira.
Pesquisa macroeconômica – Itaú
Ilan Goldfajn – Economista-Chefe
Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site:
http://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/
Informações Relevantes
Este relatório foi preparado e publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú Unibanco S.A. (“Itaú Unibanco”).
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1.
* Custo de uma Chamada Local
Itaú
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