NTU apresenta propostas para o próximo governo federal As eleições presidenciais são momentos propícios para a discussão dos rumos do País. Dentro deste contexto, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) ressalta a importância de políticas públicas sobre mobilidade urbana, importante fator de desenvolvimento econômico e social. A priorização do transporte coletivo contribui diretamente para a construção de cidades sustentáveis e que ofereçam qualidade de vida para seus cidadãos. Uma das propostas legislativas da NTU é a aprovação do Projeto de Lei da Câmara, PLC nº 166/2010, que fixa as diretrizes da política nacional de mobilidade urbana, atualmente em tramitação no Senado. O PLC nº 166/2010 tem o objetivo geral de promover a integração entre os diferentes meios de transporte, motorizados e não motorizados, e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nas grandes cidades. “Essa lei, quando aprovada, será um importante instrumento de integração das ações de planejamento e desenvolvimento urbano, de complementação das políticas de erradicação da pobreza e de melhoria das condições de mobilidade nas metrópoles brasileiras”, afirma Marcos Bicalho dos Santos, diretor superintendente da NTU. A NTU defende a implementação de um Programa Nacional de Mobilidade Urbana para investimentos em sistemas estruturais de transporte público coletivo nas capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. A entidade destaca o Bus Rapid Transit (BRT) como a melhor alternativa para os problemas de mobilidade das grandes cidades brasileiras. Os BRTs são ônibus articulados ou biarticulados de alta capacidade, com tecnologias mais limpas e que trafegam em faixas próprias, conferindo maior velocidade e confiabilidade aos serviços de transporte coletivo. O sistema se destaca pelo menor custo e tempo de implantação, maior permeabilidade dos trajetos e aumento da qualidade do serviço ofertado, com mais conforto, velocidade e comodidade. “A adoção do BRT é a solução que melhor atende às limitações econômicas e de tempo enfrentadas atualmente, além de ser ambientalmente correta. A evolução tecnológica deflagrada pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) propiciou reduções significativas nas emissões de materiais particulados, principalmente pela introdução de motores com gerenciamento eletrônico da injeção de combustível. A partir de 2012 as emissões devem cair ainda mais com a adoção de motores padrão P-7, movidos a óleo diesel com baixos teores de enxofre e dotados de filtros cerâmicos nos escapamentos”, comenta Bicalho. Custeio das gratuidades A inclusão de fontes de custeio nos orçamentos públicos para as gratuidades e benefícios tarifários também é defendida pela NTU. Levantamento da entidade aponta que, em média, 34% dos usuários de transportes públicos coletivos têm direito a gratuidades ou abatimentos nas tarifas. “Esses benefícios são importantes ferramentas de inclusão social e defendemos sua manutenção. Entretanto, eles não devem onerar os usuários pagantes. Os ônus devem ser assumidos por toda a sociedade”, diz Bicalho. “Com novas fontes de custeio para esses benefícios, é possível reduzir o preço das passagens em cerca de 17%, estimulando o uso dos serviços de transporte coletivo público.” Vale-Transporte A implantação do Vale-Transporte há 25 anos representou um avanço no campo social ao reconhecer o transporte público como um serviço essencial para a viabilização econômica das cidades. O benefício solucionou a questão do alto nível de comprometimento dos salários, principalmente dos trabalhadores de baixa renda, com as despesas de deslocamentos. O Vale-Transporte é o meio de pagamento utilizado por 47% dos usuários do transporte público, o qual responde por mais de 50% do total de viagens motorizadas realizadas em território urbano no Brasil. Por esse motivo, a NTU defende a preservação, o fortalecimento e a ampliação do Vale-Transporte por meio da sua inclusão como direito social do trabalhador na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Cidades de médio porte A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil motivou a criação do PAC (Programa de Aceleração do Desenvolvimento) da Mobilidade Urbana, no qual as 12 cidades-sede da Copa do Mundo serão beneficiadas com a implementação de projetos de aumento da capacidade operacional da rede de transportes urbanos e metropolitanos. A NTU destaca também a importância de investimentos em municípios de médio porte, com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. “A implantação de vias preferenciais para circulação de ônibus em cidades médias não exige alto custo e oferece muitos benefícios para os habitantes dessas cidades, proporcionando melhor qualidade de vida”, comenta Bicalho. Incentivos A melhoria da qualidade do transporte coletivo nas áreas urbanas é fundamental para que este se torne de fato uma alternativa para os que utilizam transporte motorizado individual. Além de investimentos no setor, é necessária a criação de restrições ao uso indiscriminado de automóveis e motos em grandes cidades, como a cobrança de pedágios urbanos. A oneração do uso de acordo com o princípio poluidor-pagador também é importante. Segundo dados da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), os usuários de automóveis consomem 13 vezes mais energia e poluem 17 vezes mais que os de ônibus. “O incentivo ao uso do transporte coletivo é vital para a sustentabilidade e a qualidade de vida das grandes metrópoles”, pondera Bicalho. A NTU também defende incentivos para a renovação da frota nacional de ônibus urbanos com veículos acessíveis e equipados com motores mais eficientes e com emissões reduzidas. Atualmente, são 105 mil veículos em operação no Brasil, o que exige um esforço de renovação contínuo que atinge a marca de 15 mil novos ônibus por ano. A aquisição de novos veículos pelas empresas de transporte público hoje se dá basicamente por meio do FINAME, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Novas fontes de financiamentos, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), possibilitariam mais investimentos na renovação da frota, oferecendo mais qualidade e conforto aos usuários”, finaliza Bicalho. A NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) representa as empresas de transporte coletivo urbano e metropolitano perante os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais e as entidades nacionais do setor; promove a integração e a troca de experiência entre as empresas, sindicatos, associações e federações, buscando a unidade e o fortalecimento do setor; desenvolve estudos técnicos e propõe medidas para a melhoria dos serviços de transporte coletivo urbano e metropolitano de passageiros; e preserva e divulga a história do setor. www.ntu.org.br. PRINTER PRESS COMUNICAÇÃO CORPORATIVA CÍNTIA BECHIOLLI ([email protected]) – (11) 5582-1605 FÁBIO SANTOS ([email protected]) – (11) 5582-1620 OUTUBRO/2010