CENTRO PAULA SOUZA ETEC MARTIN LUTHER KING TÉCNICO EM MARKETING MARKETING SENSORIAL APLICADO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SÃO PAULO 2015 1 ADRIANO FERREIRO DE SOUZA AMANDA DE FARIA REBELO GABRIEL GOES MOTTA ISABELA MELO DE TOLEDO JOÃO MARCELO ROMERO LOPES LEONARDO UEZATO PEREIRA RAFAEL CAMARGO AMORIM THAÍS BIANCONI MARIN VINÍCIUS VIOTO VENTURINI DE LIMA VITORIA OLIVEIRA VALENTIM MARKETING SENSORIAL APLICADO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora da Etec Martin Luther King, como exigência parcial para obtenção do diploma de habilitação profissional do Técnico em Marketing, sob orientação do Profº Daniel Capella. SÃO PAULO 2015 2 ADRIANO FERREIRO DE SOUZA AMANDA DE FARIA REBELO GABRIEL GOES MOTTA ISABELA MELO DE TOLEDO JOÃO MARCELO ROMERO LOPES LEONARDO UEZATO PEREIRA RAFAEL CAMARGO AMORIM THAÍS BIANCONI MARIN VINÍCIUS VIOTO VENTURINI DE LIMA VITORIA OLIVEIRA VALENTIM MARKETING SENSORIAL APLICADO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO MARKETING COMISSÃO AVALIADORA ___________________________ Presidente: Daniel Capella ___________________________ Profᵃ Eloisa Lages ___________________________ Profᵃ Denise Guaranha ___________________________ Prof⁰ Convidado DATA DE APROVAÇÃO: ___/___/______ LOCAL:___________________________ 3 Este trabalho é dedicado inteiramente à professora Ana Paula Ruiz, por ter marcado nossas vidas e ensinado a base de nosso Trabalho de Conclusão de Curso. 4 “Não somos máquinas de pensar que sentem, somos máquinas de sentir que pensam.” (António Damásio) 5 RESUMO O trabalho a seguir tem como objetivo tratar o tema Marketing Sensorial aplicado a micro e pequenas empresas como objeto de estudo, pois tem como enfoque as experiências de consumo do cliente, e não apenas o próprio produto. Essa vertente do marketing está em fase de crescimento e exploração. Como o Marketing Sensorial conta com cinco segmentos (visão, audição, olfato, tato, paladar), e possui muitas possibilidades de aplicação além de seu baixo custo, é a nova ferramenta de marketing em ascensão da década. Neste trabalho de conclusão de curso são apresentadas suas aplicações, casos de sucesso e sua importância para o mercado. A mudança no faturamento das micro e pequenas empresas trabalhadas é um dos pontos importantes, além de projetos desenvolvidos pelo próprio grupo em dois estabelecimentos comerciais: um estúdio de sobrancelha e um restaurante. Palavras-Chave: Marketing Sensorial; empresas; sentidos. 6 ABSTRACT The present final paper has as ultimate objective talk about Experimental Marketing applied to micro and small enterprises as study object, as it’s focused in the consumer’s experience, not only in the product. This marketing shed is yet in growth and exploration phase. As Experimental Marketing has five segments (vision, hearing, smell, touch and taste), and has a lot of application possibilities besides its low cost, is the new marketing tool on the rise of the decade. In this final paper, is presented its applications, success cases and its importance to the market. The difference in the billing of the micro and small enterprises which were worked is one of the most important parts, besides the project developed by the group itself in two commercial establishments: an eyebrow studio and a restaurant. Key Words: Experimental Marketing; enterprises; senses. 7 LISTA DE IMAGENS Imagem 01 – Idealização da ação “Flavor Radio” ..................................................... 39 Imagem 02 – “Caixa Sensorial” ................................................................................ 40 Imagem 03 – Ação realizada em elevador ............................................................... 41 Imagem 04 – Página do Facebook da Insight Consultoria ........................................ 44 Imagem 05 – Vencedor da rifa e Insight Consultoria ................................................. 52 Imagem 06 – Exemplo de post no Instagram da marca ........................................... 52 Imagem 07 – Vencedores da promoção “Os cinco sentidos do amor” ...................... 53 Imagem 08 – Ex-alunos que compareceram ao Arraial MLK .................................... 54 Imagem 09 – Logotipo da MIT SEVEN Consultoria, parceira da Insight Con............ 55 Imagem 10 – Cartaz da ação social .......................................................................... 55 Imagem 11 – Presentes comprados para o programa “Natal Solidário”.................... 56 Imagem 12 – Logotipo do Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro ....................... 57 Imagem 13 – Uso do paladar no Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro ............ 59 Imagem 14 – Proprietária do Estúdio e membros da Insight Con. ............................ 59 Imagem 15 – Visão geral do estabelecimento antes das ações................................ 60 Imagem 16 – Visão geral do estabelecimento após as ações .................................. 60 Imagem 17 – Fachada do restaurante antes ............................................................. 61 Imagem 18 – Antigo logo do Bar e Restaurante Imperial .......................................... 62 8 LISTA DE FIGURAS Imagem 01 – Organograma Insight Consultoria ........................................................ 45 Imagem 02 – Exemplo de camiseta da Insight Consultoria ....................................... 46 Imagem 03 – Cartão de visita da Insight Consultoria ............................................... 47 Imagem 04 – Logotipo da Insight Consultoria ........................................................... 47 Imagem 05 – Construção de grade do logotipo da Insight Consultoria ..................... 48 Imagem 06 – Referências de cor .............................................................................. 48 Imagem 07 – Logotipo da Insight Consultoria em seu tamanho mínimo ................... 49 Imagem 08 – Logotipo da Insight Consultoria em sua área de interferência ............. 49 Imagem 09 – Logotipo da Insight Consultoria em sua versão negativa ................... 50 Imagem 10 – Uso da assinatura com o logotipo da Insight Consultoria ................... 50 Imagem 11 – Proibições no logotipo da Insight Consultoria ..................................... 51 Imagem 12 – Projeto de nova fachada ...................................................................... 61 Imagem 13 – Novo logotipo do Restaurante Abbey Road ........................................ 62 Imagem 14 – Avental sugerido para o Restaurante Abbey Road ............................. 63 Imagem 15 – Cardápio sugerido para o Restaurante Abbey Road ........................... 63 Imagem 16 – Exemplo de pôster desenvolvido para decoração do local.................. 64 9 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 3D – Terceira Dimensão 4C’s – Cliente, Custo, Conveniência, Comunicação 4P’s – Praça, Preço, Produto, Promoção ABCD – Região Metropolitana constituída por Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema ADEGRAF – Associação de Designers Gráficos BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido FGTS – Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria MPE – Micro e Pequenas Empresas MS – Marketing Sensorial PDV – Ponto de Venda POPAI – Associação de Marketing no Ponto de Venda RAIS – Relação Anual de Informações Sociais SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SWOT – Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats 10 SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................. 13 1.Panorama das Micro e Pequenas Empresas no Brasil .......................................... 14 2.Conceitos de Marketing .......................................................................................... 18 2.1 Mix de Marketing .............................................................................................. 20 2.1.1 Produto ...................................................................................................... 20 2.1.2 Preço ......................................................................................................... 21 2.1.3 Praça ......................................................................................................... 21 2.1.4 Promoção .................................................................................................. 22 2.2 Macro e Micro Ambientes ................................................................................ 23 2.3 Análise FOFA ................................................................................................... 24 2.3.1 Ambiente Externo (ameaças e oportunidades) .......................................... 24 2.3.2 Ambiente Interno (forças e fraquezas) ....................................................... 24 2.4 A Importância do Marketing nas Empresas ..................................................... 24 3.Introdução ao Marketing Sensorial ......................................................................... 26 3.1 Visão ............................................................................................................... 27 3.2 Audição ........................................................................................................... 28 3.3 Olfato ............................................................................................................... 29 3.4 Paladar ............................................................................................................ 29 3.5 Tato ................................................................................................................. 30 4.Como os Sentidos Afetam em Nossas Decisões ................................................... 32 4.1 A tomada de decisão e o inconsciente ............................................................ 33 4.2 Os sentidos no PDV (ponto de venda) ............................................................ 35 4.3 Os sentidos da Publicidade ............................................................................. 36 4.4 Os sentidos na Marca...................................................................................... 36 11 4.5 Os sentidos na Fidelização dos Clientes ......................................................... 37 4.6 Os sentidos no Pós-Venda .............................................................................. 38 4.7 A importância do Marketing Sensorial na influência da decisão de compra .... 38 5. Cases de sucesso e suas aplicações .................................................................... 39 6. Constituição da Consultoria................................................................................... 43 6.1 Identidade Organizacional .............................................................................. 44 6.1.1 Missão ....................................................................................................... 45 6.1.2 Visão .......................................................................................................... 45 6.1.3 Valores....................................................................................................... 45 6.1.4 Slogan ....................................................................................................... 45 6.1.5 Organograma............................................................................................. 45 6.2 Identidade Visual ............................................................................................ 46 6.2.1 Logo ........................................................................................................ 47 6.2.1.1 Construção de Grade ....................................................................... 48 6.2.1.2 Tipografia Padrão ............................................................................. 48 6.2.1.3 Cores Institucionais .......................................................................... 48 6.2.1.4 Tamanho mínimo de aplicação......................................................... 49 6.2.1.5 Área de interferência ........................................................................ 49 6.2.1.6 Versão em negativo .......................................................................... 49 6.2.1.7 Assinaturas ....................................................................................... 50 6.2.1.8 Proibições ......................................................................................... 50 6.3 Ações e projetos realizados ........................................................................... 51 6.3.1 Rifa de Páscoa ....................................................................................... 51 6.3.2 Dia dos Namorados – Os cinco sentidos do amor .................................. 52 12 6.3.3 Festa Junina – Arraial MLK ..................................................................... 53 6.3.4 Ação social .............................................................................................. 54 7. Clientes ................................................................................................................. 57 7.1 Estúdio de sobrancelha Fabiane Pinheiro ...................................................... 57 7.2 Restaurante Abbey Road ............................................................................... 60 8. Considerações Finais ............................................................................................ 65 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 66 Apêndices.................................................................................................................. 70 Anexos ...................................................................................................................... 74 13 INTRODUÇÃO O presente trabalho visa analisar o impacto que mudanças relacionadas aos cinco sentidos têm em comércios de micro e pequeno porte. Ao decorrer do projeto, foi criada uma consultoria para que os resultados fossem mensurados de forma mais clara. O tema trabalhado foi o Marketing Sensorial (MS), aplicado com o intuito de responder a seguinte questão: os cinco sentidos realmente têm influência nas decisões de compra? Além de pesquisar, analisar e identificar as principais características e o uso das ferramentas de marketing no Brasil, averiguar a relevância da aplicação nos micro e pequenos comércios e entender o perfil dos empreendedores desses estabelecimentos. Essa vertente busca utilizar os sentidos dos consumidores para tornar o ponto de venda do produto/serviço confortável e insubstituível. Esse recurso tende a retornar além do que é investido nela para as empresas que a utilizam, ademais, a boa utilização e exploração de tal em um comércio pode levar o consumidor a ter lembranças e sensações de desejo por um determinado produto ou serviço, seja conscientemente ou não, fazendo com que a marca crie uma identidade com seu target. O marketing sensorial é facilmente aplicável nos pequenos comércios, como comprovam diversas fontes de informação sobre o assunto, devido a sua ascensão na última década. Para a base do trabalho, foram usados dois tipos de referências: a pesquisa e o levantamento bibliográfico. O método de pesquisa subdivide-se em: pesquisa direta - com realização de pesquisas de campo no ambiente físico do cliente – e pesquisa indireta – a partir de participação em eventos e conferências que fazem referência ao assunto estudado; marketing sensorial. A seguir são apresentados conceitos sobre o tema e os resultados obtidos com a consultoria criada. 14 1 PANORAMA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL Segundo Asquini (1940), a definição de empresa corresponde a quatro perfis: a) o perfil subjetivo, onde a empresa é o empresário e neste sentido a empresa pode tanto ser uma pessoa física quanto uma pessoa jurídica; b) o perfil funcional, onde a empresa é uma atividade econômica organizada; c) o perfil patrimonial, que a empresa é um conjunto de bens e é sinônimo de estabelecimento comercial; e d) o perfil corporativo, em que a empresa é uma instituição formada pelos empresários e colaboradores voltados para uma finalidade comum. As empresas são divididas em micro, pequenas, médias e grandes empresas e existem dois critérios para classificá-las deste modo: o critério de número de funcionários e o critério de faturamento anual. No critério de número de funcionários, para empresas no setor industrial, é necessário ter no máximo dezenove empregados para ser considerada micro; de 20 (vinte) a 99 (noventa e nove) empregados para ser pequena; de 100 (cem) a 499 (quatrocentos e noventa e nove) para ser média e mais de 500 (quinhentos) empregados para ser considerada grande. Para empresas no setor comercial e prestadora de serviços, a empresa que tiver até 9 (nove) empregados é considerada micro; uma empresa que tiver de 10 (dez) a 49 (quarenta e nove) empregados é pequena; se tiver de 50 (cinquenta) a 99 (noventa e nove) empregados é considerada média e se tiver mais de 100 (cem) funcionários é uma empresa grande (SEBRAE, 2014). O outro método de classificação de empresas é proposto pelo BNDES, que utiliza os dados de receita operacional bruta anual para separar as empresas em micro, pequena, média e grande e é utilizado da seguinte forma: as microempresas devem ter a receita operacional bruta anual menor ou igual a R$ 2,4 milhões; as pequenas empresas, maior de R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões; médias empresas devem ter o faturamento maior de R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões e grandes empresas, maior que R$ 90 milhões (BNDES, 2010). Segundo a RAIS, Relação Anual de Informações Sociais, as micro e pequenas empresas somam 6,6 milhões de estabelecimentos em todo o Brasil e 17,1 milhões de empregos formais. Além de que entre os anos de 2003 e 2013 estas criaram 7,3 15 milhões de empregos. O gráfico a seguir, elaborado pelo SEBRAE (2014), mostra a relação entre os anos de 2003 e 2013 no quesito de crescimento de números de estabelecimentos de micro e pequenos comércios e de médios e grandes comércios. De acordo com o gráfico houve uma diferença exorbitante entre os dois crescimentos, sendo o de micro e pequenas empresas de 1,6% e o de médias e grandes empresas de 0,3%. Ainda de acordo com o SEBRAE (2014), o crescimento das MPEs é importante para a economia e que a cada R$1000,00 pagos aos trabalhadores em geral, cerca de R$400,00 provinham de micro e pequenas empresas. Gráfico 1 - Evolução do número de estabelecimentos por porte (2003 - 2013) – fonte: SEBRAE (2014) Em 2013 o setor de comércio teve uma queda de 7,4%, enquanto o setor de indústria teve uma queda de 0,4%, o que resultou no crescimento de 6% do setor de serviços e 1,8% do setor de construção. Analisando deste modo, o setor de serviços teve o maior crescimento e que em um futuro próximo pode representar a maioria entre setores comerciais. Como pode ser analisado no gráfico presente no Anuário de Micro e Pequenas Empresas desenvolvido pelo SEBRAE em 2014: 16 Gráfico 2 - Distribuição das micro e pequenas empresas por setor de atividade econômica (2003 - 2013) - fonte: Anuário das Micro e Pequenas Empresas 2014 Pensando em traçar a personalidade do empreendedor brasileiro, a revista EXAME juntou informações cedidas pelo SEBRAE em 2012 e criou a matéria “Quem é o empreendedor brasileiro”. As informações apresentadas são: fatura até R$60.000,00 por ano; paga menos impostos, cerca de R$34,00 em média por mês; 96% trabalham sem empregados; 46% são mulheres e 54% são homens; a maioria tem ensino médio ou técnico completo; 33% tem de 30 a 39 anos e 23,6% tem entre 40 e 49 anos; 7% são do norte do pais, 21% do nordeste, 9% do centro-oeste, 49% do sudeste e 14% do sul; as atividades mais frequentes são de cabelereiros e lojas de roupas; a maioria opera o negócio em sua própria casa. Para o recolhimento de tributos para as microempresas, existem três tipos de enquadramentos tributários: O Lucro Real; o Lucro Presumido; e o Simples Nacional. Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração (que pode ser anual ou trimestral) ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. O Lucro Presumido é uma maneira de tributação para determinação de base de cálculo de imposto de renda e da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas a apuração do lucro real, e é devido trimestralmente. 17 O Simples Nacional é um tipo especial de tributação para micro e pequenas empresas que faturam até R$360.000,00 anualmente. Esse tipo de tributo permite que o pagamento de tributos seja unificado e simplificado, de acordo com o parágrafo IV do art. 3º e Art. 17 da Lei Complementar 123/2006. Para a abertura de um pequeno negócio é necessário que o nome da empresa seja a primeira coisa a se pensar, e principalmente que não haja outra empresa com nome igual ou parecido, então fazer a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (ou CNPJ), ter a inscrição na Secretaria da Fazenda de seu respectivo estado e, no caso de ser uma empresa comercial ou industrial, para contribuir com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), emissão do alvará de funcionamento e inscrição no FGTS. Apesar do crescimento desse segmento, muitas dessas empresas têm um curto ciclo de vida. Segundo estudos realizados, 73% das micro e pequenas empresas sobrevivem aos dois primeiros anos, considerados os mais difíceis para empreendedores. Mas o que leva esses 27% das empresas fecharem as portas tem ligação com a falta de planejamento. Mais da metade dos empreendedores não realizam pesquisas sobre o planejamento de itens básicos ligados ao início das atividades da empresa; 46% não sabem o número de clientes ou seus hábitos de consumo; 39% não sabem o que é capital de giro; e 55% não elaboram um plano de negócios. (SEBRAE, 2011) 18 2 CONCEITOS DE MARKETING Há inúmeras definições diferentes para o Marketing, uma delas é que este tem a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estes pessoas físicas ou jurídicas (KOTLER, 2000). Esta é uma definição bem simples, porém expressa muito bem os conceitos básicos do que é o Marketing. É uma ferramenta que tem como objetivo principal satisfazer as necessidades e desejos de um determinado público alvo enquanto mantém relações de troca, e, mesmo que normalmente esta seja de dinheiro por um produto ou serviço, o termo apenas implica que na situação, ambas as partes estejam trocando por algo que tenha valor para si. Existem cinco tipos de experiências que o Marketing pode proporcionar aos consumidores: experiências sensoriais – com os sentidos; experiências afetivas – através das emoções; experiências cognitivo-criativas – pelos pensamentos; experiências físicas, comportamentos e estilos de vida – por ações; e experiências de identidade social, que resultam da relação com um grupo ou cultura referencial – ou seja, um relacionamento (SCHMITT, 2001). O estudo do mercado surgiu da necessidade de comunicação entre os vendedores e compradores. Neste estágio o marketing ainda era inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Nessa realidade, os consumidores não tinham poder para decidir o futuro das empresas e a concorrência era praticamente nula. Isso aconteceu até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando começaram a criar concorrentes para produtos comuns e a população ficou mais rígida quanto à qualidade do que consumiam. (GIOIA, 2010) Muitos falam sobre o “marketing tradicional” e o “marketing atual” e sobre suas diferenças. Há certo tempo, o marketing tradicional focava suas estratégias no produto. Por conta disso, as propagandas que eram vistas mantinham o básico de sempre expressar o que o produto tem de melhor. Isso ocorreu por interpretações equivocadas dos leitores do “pai do marketing”, Philip Kotler, que sempre pregou que o marketing deveria entender as pessoas e focar esforços em atender às reais necessidades dos clientes na forma de produtos ou serviços e não o contrário 19 (KOPKE, 2015). Já nos dias de hoje, vemos o marketing completamente reformulado, já focando em seus consumidores e sem necessidade de atacar a concorrência. Para que isso seja possível, são desenvolvidas inúmeras pesquisas e ferramentas para compreender a mente dos indivíduos de cada público alvo, o que tem funcionado muito bem nos últimos anos. Dessa forma, as marcas têm procurado atingir o inconsciente do consumidor, ao invés de simplesmente enchê-los de informação que não será absorvida. Com o avanço da Internet e tecnologia, também é possível, agora, mapear os desejos do consumidor e levar o produto até eles, dando a sensação de comodidade, o que é chamado de “mundo 3.0”. Uma das coisas que levou o marketing a valorizar cada vez mais o consumidor foi o chamado “empowerment”, que pode ser livremente traduzido como “empoderamento”, ou seja, o poder dos consumidores sobre as marcas. Hoje, os clientes podem reclamar, denunciar ou até mesmo indicar e amar uma marca publicamente. O buzzmarketing – o “boca a boca” – nunca esteve tão presente em nosso cotidiano. Segundo dados de diversos municípios, o número de queixas subiu de 476 mil, em 2010, para 535 mil, em 2011 (SENACON, 2012). Por esse motivo, empresas se esforçam cada vez mais em se aproximar de seus clientes, procurando a fidelização e agindo através de redes sociais, pós venda e até mesmo e-mail marketing. Esse “empowerment” já ocorre há muitos anos, porém hoje o conceito é tão forte que os consumidores são capazes até mesmo de retirar um produto das lojas. É necessário também lembrar que isso pode ser usado tanto de forma benéfica quanto maléfica. Para conseguir se destacar no mercado e conseguir atrair cada vez mais clientes, o marketing tem o trabalho de inovar, se manter na memória em longo prazo de clientes e potenciais clientes e analisar o ambiente psicosóciocultural, assim como os macro e micro ambientes, que se resumem em forças próximas à empresa e, consequentemente, moldáveis em relação a como o consumidor recebe o produto/serviço, e forças não controláveis, que são as externas à empresa. Além disso, também cuida da parte estratégica da empresa e, principalmente, visa aumentar os lucros. 20 Segundo Kotler (1998), “a chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes, satisfazendo, assim, as necessidades e desejos dos mercados-alvo”, portanto, para se destacar em um determinado segmento do mercado, é preciso constantemente inovar e ser original, procurando novos jeitos de atrair o interesse do público alvo de sua empresa, assim como de satisfazer seus interesses. Uma empresa que faz um bom uso de ferramentas do marketing para se adaptar rapidamente às mudanças no mercado onde atua está fadada a obter sucesso, da mesma forma que uma empresa que não consegue acompanhar tais mudanças é deixada para trás, e acaba sendo esquecida. A partir de todo esse conceito que envolve a área, é visível que o marketing é extremamente necessário para uma empresa. Inclusive, ele é praticado muitas vezes sem conhecimento, a partir de pequenas ações a fim de encontrar e conquistar clientes potenciais. Existem inúmeras ferramentas que podem ser trabalhadas de forma diferente, dependendo de cada empresa e seus objetivos, como os “4P”, Análise SWOT e outros que serão apresentados. 2.1 Mix de Marketing Um dos principais compostos de Marketing é formado por Produto, Preço, Praça e Promoção. É usado pelas empresas para perseguir seus objetivos de marketing, sendo que essas decisões devem ser tomadas para que se exerça influência sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores finais (KOTLER, 2006). É dito que o preço e a promoção podem ser feitos em curto prazo, diferente do produto e da praça, que são focados no longo prazo, já que estas são medidas relativamente com mais peso na empresa. Foi sugerido nos anos 90 que os 4P’s dos vendedores acompanhassem os 4C’s dos compradores (LAUTERBORN, 1993). 2.1.1 Produto Leva em conta a qualidade, variedade, design, características, embalagens, tamanhos, e até garantias (KOTLER, 2006). É a essência do que a empresa tem a oferecer (sendo também considerado o serviço, ou até mesmo ideias, organizações, entre outros). É o principal motivo pelo qual o consumidor se sentirá atraído a conhecer uma marca e a solução para o desejo ou necessidade de seu cliente, que 21 é o correspondente no esquema de 4C’s (produto = cliente (solução para o)). Para um produto ser criado, deve-se considerar 5 níveis importantes: a) Benefício-núcleo: é um benefício fundamental que será levado com esse produto; b) Produto básico: se trata do benefício mais básico que será comprado; c) Produto real ou esperado: tem cinco particularidades, que são o nível de qualidade, características, design, marca e embalagem. Basicamente, é um conjunto já aguardado pelo consumidor; d) Produto ampliado: onde existe adição de benefícios; e) Produto potencial: aquele que tem a capacidade de “evoluir”. Além de administrar os produtos como principal patrimônio da empresa, as marcas também devem ter um bom posicionamento para agradar os consumidores (TULESKI, 2009). 2.1.2 Preço O preço é o montante de dinheiro que pode ser trocado pelo produto oferecido. É considerado o preço de lista, descontos, concessões, prazos de pagamentos, etc (KOTLER, 2006). Ele é relacionado ao custo (para o cliente). Nele incluem-se diversas variáveis, como os custos e despesas que foram necessários para sua produção e, em alguns casos, seu valor agregado, quando existe a certeza que o consumidor pagaria por um bem de uma marca específica. Geralmente o preço tem relação com qualidade, então se espera um nível mais alto quando há um preço acima da média. O preço é o único componente do mix de marketing que gera receita. Também pode definir a rentabilidade e participação da empresa no mercado (TULESKI, 2009). 2.1.3 Praça A praça, também chamada de ponto de venda, pode ser definida pela palavra “distribuição”, mas é necessário destacar que ela é formada por canais, estoque e transporte, se relacionando à conveniência, no composto dos 4C’s (KOTLER, 2006). Tendo uma praça bem estruturada, é possível visualizar o aumento de vendas, já que existe a possibilidade de conhecer os locais onde se encontram os principais consumidores, fazendo com que isso se torne uma vantagem competitiva, pois a 22 maioria dos compradores prefere comprar produtos próximos da sua área de conforto. Simplificando, planejar a praça significa planejar a forma como seu consumidor potencial pode ter acesso fácil a seu produto. A “Distribuição Direta” ocorre quando o produto é fabricado e não há intermediários em seu processo de compra. Por exemplo, as famosas “lojas de fábrica”, ou até mesmo prestadores de serviços, já que eles próprios realizam o serviço. Já a “Distribuição Indireta” ocorre quando é necessária uma distribuição/transporte e mudança de ambiente do produto, como os comprados em supermercados, já que não são produzidos por um só fabricante nem naquele mesmo local (TULESKI, 2009). 2.1.4 Promoção É a principal forma de tornar seu produto conhecido, através de promoção de vendas, propagandas, relações públicas e marketing direto. Nos 4C’s, é observada como comunicação (KOTLER, 2006). Muitas vezes, o marketing é confundido com a propaganda, por esta ser a parte mais visível aos consumidores. É a ferramenta mais importante para a criação de valor para o cliente. É o que cria a necessidade e informa o potencial comprador. Por esse motivo é que existe o ditado “a propaganda é a alma do negócio”. Mas, como já mencionado, ela não é a única para esse propósito. A Promoção de Vendas, por exemplo, visa incentivar e chamar a atenção do público para uma compra que traga mais benefícios que o normal (cupons, concursos). As Relações Públicas trabalham para convencer o consumidor a conhecer a história da empresa, ou até mesmo participar de campanhas. O Marketing Direto identifica seu target e foca suas campanhas para essas pessoas, utilizando ferramentas como a mala direta (forma de informar a um cliente ou cliente potencial sobre sua empresa), telemarketing (uso do telefone para fazer vendas, comunicar, pesquisar ou prospectar clientes), catálogo (além de ser uma forma de distribuição, informa os atributos do produto) e a internet (para interligação virtual) (TULESKI, 2009). Para que todas essas estratégias possam cumprir seus objetivos, é necessária uma grande análise de como sua marca está inserida e de seus consumidores. Para 23 isso podemos utilizar outras ferramentas, como a Análise FOFA (SWOT) e as análises de ambiente. 2.2 Macro e Micro Ambientes As análises de ambiente são uma das formas de verificar como as empresas sofrem influência tanto dentro de sua própria corporação como pelos acontecimentos externos. No Macro Ambiente (externo), temos influência das variáveis: a) Demográfica, que consiste no estudo das pessoas que constituem o mercado alvo; b) Econômico, que consiste nos fatores que podem alterar hábitos de consumo e poder de compra de clientes; c) Natural, que consiste na influência gerada pela natureza em cada tipo de negócio, assim como a empresa deve pensar se a está afetando; d) Tecnológico, que consiste na influência do desenvolvimento para os negócios; e) Político-Legal, que é constituído das leis que podem afetar as compras, promoções etc; f) Cultural, que considera se a empresa está mudando valores tradicionais, percepções e comportamentos da sociedade. No Micro Ambiente (interno), podemos observar muitas variáveis, que incluem desde análises como os 4P’s até o público alvo em si, mas podemos citar: a) Empresa, que cuida dos planos de marketing e deve considerar o negócio como um todo, desde a administração de topo até os colaboradores operacionais; b) Fornecedores, que fazem o elo fabricante – empresa – consumidor, a distribuição e possibilita a produção de bens e serviços; c) Intermediários, que são aqueles que levam seu produto até os consumidores. 24 Os objetivos das empresas não dependem apenas de quem as idealiza, mas sim de todas as forças atuantes ao seu redor, como os citados anteriormente. 2.3 Análise FOFA Também conhecida pela sigla “SWOT”, é a análise de ambientes das empresas, no qual Forças e Fraquezas (ou Strengths e Weaknesses) são para o ambiente interno e Ameaças e Oportunidades (ou Threats e Opportunities) são para o ambiente externo. 2.3.1 Ambiente Externo (Ameaças e Oportunidades) Uma empresa deve sempre estar disposta a monitorar o que pode afetar seus negócios, assim como desenvolver uma inteligência para acompanhar tendências e mudanças. Para que seja bem sucedida, a análise deve observar como as influências econômicas, demográficas, tecnológicas, político-legais e socioculturais agem em suas vendas (KOTLER, 2006). Por exemplo, podemos verificar como certa lei pode prejudicar alguma decisão da marca, ao passo que uma nova tecnologia pode trazer benefícios. 2.3.2 Ambiente Interno (Forças e Fraquezas) Assim como no ambiente externo, existem muitas influências dentro da empresa que podem influenciar as vendas. Cada negócio deve verificar de tempos em tempos suas forças e fraquezas e, apesar de nem sempre gerar esforço para corrigir suas fraquezas ou se vangloriar de suas forças, tentar manter a marca sempre alinhada da melhor forma de trabalho (KOTLER, 2006). Algumas vezes o negócio tem fraquezas não por falta de forças, mas por exemplo, falta de incentivo aos colaboradores. 2.4 A importância do Marketing nas empresas Ainda hoje muitas empresas duvidam da capacidade de mudança que o Marketing pode proporcionar em seu negócio. Pela necessidade de investimento, pesquisa, tempo e até a necessidade de um profissional da área, muitos empresários preferem deixar a questão de lado por acharem que pode ser um desperdício de dinheiro. 25 Um dos motivos desse acontecimento é que atualmente muitas pessoas ainda veem o Marketing como algo que promove apenas a propaganda, e não que envolve a empresa como um todo, abrangendo desde o conceito de marca até cada elemento da identidade organizacional própria da empresa. Outro ponto impensado é a fidelização do cliente. Estudos apontam que custa cinco vezes mais conquistar um cliente do que manter um consumidor recorrente (CASOTTI e SUAREZ, 2003 apud TJOEN, 2002), o que é possível através de ferramentas usadas no pós venda, por exemplo. 26 3 INTRODUÇÃO AO MARKETING SENSORIAL Após entender os conceitos e as finalidades do Marketing de maneira geral, é necessário compreender que existem diversas especialidades e métodos para alcançar os objetivos de cada empreendedor, que, para o sucesso de seus negócios, deve usar funções e estratégias adequadas para atender as necessidades dos principais segmentos do mercado. O Marketing Sensorial explora a sensibilidade, percepção e emoção humana através de sons, cheiros, sabores, texturas, degustações etc. para aprimorar a experiência de compra do consumidor e trazer resultados positivos às empresas, tanto para a sua imagem quanto para as suas finanças. Segundo Schmitt (2000, p. 109): O marketing dos sentidos faz apelo aos cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. O propósito geral das campanhas de marketing dos sentidos é proporcionar prazer estético, excitação e satisfação por meio da estimulação sensorial. O Marketing Sensorial tem suas origens na Inglaterra, onde começou a ser estudado na década de 1990 com a intenção de trazer novas alternativas e métodos para conquistar os consumidores, assim surgiu esse tipo de estratégia (também conhecida como Marketing Experimental) que, em contrapartida ao chamado marketing tradicional, é focada na experiência de compra do cliente e no ponto de venda, não no produto em si e em seus benefícios. Assim, procura atrair as pessoas pelo seu inconsciente, estimulando-as por seus sentidos e emoções (SCHMITT, 2000). Passou-se então a ser cada vez mais notável o fato de que os consumidores não compram ou se interessam por uma marca ou por um produto somente por suas funcionalidades e pelo seu preço, mas também por diversos outros fatores que sequer fazem parte das mercadorias ou serviços. Tendo em vista que o processo de compra não é totalmente racional, o uso das ferramentas do Marketing Sensorial pode causar um impacto muito grande nos clientes, desde aspectos emotivos até meras sensações de bem-estar, fazendo não só que o consumidor opte pela compra daquele produto específico no momento, mas também que ele crie um vínculo emocional com a marca, fator muito relevante para sua fidelização com a empresa em questão. A exploração de todos os cinco sentidos humanos (visão, audição, olfato, tato e paladar) é de extrema importância para que os objetivos do Marketing Sensorial 27 sejam alcançados, já que por qualquer um deles é possível despertar as mais diversas sensações. Para algumas pessoas um som pode ter muito impacto, para outras uma imagem ou uma textura tem muito mais significado, o que vale para as marcas é fornecer não só seus produtos serviços, mas proporcionar experiências aos clientes, que podem se deixar levar pelo estado emocional no qual se encontram (BLESSA, 2005). Outra característica desse tipo de marketing é o fato de que empresas de todos os tamanhos podem aderir a sua prática, já que não é necessário um grande investimento financeiro para despertar os sentidos dos seres humanos. 3.1 Visão Dos cinco sentidos que podem ser explorados no Marketing, a visão é o mais tradicional e pode parecer o mais simples, já que na percepção dos sentidos humanos, 83% das informações do dia-a-dia aprendemos com ela, que é seguida pela audição com 11%; olfato com 3,5%; tato com 1,5% e por fim pelo paladar com 1% (BLESSA, 2005). Porém o fato das pessoas serem “bombardeadas” com vários tipos de imagens, textos, símbolos etc. causa certa dificuldade para as empresas em fazer com que os consumidores percebam e memorizem essas informações, que muitas vezes parecem repetitivas e sem destaques ou diferencial algum. Aí entra o planejamento da identidade da marca. Praticamente toda grande companhia tem cores ou características visuais marcantes, a ponto de não ser necessário fazer qualquer referência a seu nome ou logo para ser reconhecida. A utilização Marketing Sensorial para estimular as pessoas através da visão tem a função de transformar esse “amontoado de imagens” do dia-a-dia em algo agradável e que chame a atenção do consumidor, não economizando em vitrines, luzes, embalagens especiais, placas e principalmente fazendo um bom uso das cores de acordo com o ramo e a identidade visual da empresa, já que os tons são muito importantes para estabelecer uma relação emocional entre vendedor e comprador (LINDSTROM, 2009). No entanto, uma má aplicação desses recursos pode causar efeito reverso, deixando clientes em situações desconfortáveis. Caso a marca não siga um padrão, a ponto de perder a identidade, além de deixar uma má impressão, torna bem mais difícil o estabelecimento de uma fidelização dos consumidores com essa marca. 28 Combinações de cores quentes como amarelo, laranja e vermelho remetem a alegria ou proximidade, já o uso do vermelho em predominância com toques de cores escuras ou pastéis remetem a paixão, erotismo, sexualidade etc. Quando se utiliza cores como azul, cinza e branco de maneira balanceada, causa-se uma sensação de frieza ou de algo relacionado à ciência. Já ao ligar cores frias e quentes em uma mesma combinação pode se passar uma sensação de força ou confiança por exemplo (HELLER, 2012). Variedade de tons é o que não falta, basta a empresa estudar e saber quais cores utilizar para obter sucesso visualmente. 3.2 Audição É extremamente natural em um comércio, independente de sua área, estar tocando uma música ambiente. É tão natural que a maioria das pessoas nem faz ideia da influência que esses sons têm em suas compras. Uma música tem o poder de acalmar, animar, fazer sorrir e até chorar, por que não teria o poder de influenciar as escolhas dos clientes em determinados momentos? O som também pode evocar imagens igualmente poderosas às causadas pela visão. (LINDSTROM, 2009) A principal função da música no ato de compra dos consumidores é a de remetê-lo a lembranças e sentimentos que poderão induzi-los a optar por determinados produtos que, usualmente, não escolheriam. Isso conta não só para melodias, como para todo tipo de efeito sonoro que possa estar presente em comércios. Para que a estratégia tenha o efeito desejado devem-se escolher canções de acordo com as mercadorias que se deseja vender, como ramo da empresa e principalmente de acordo com o gosto do público-alvo, já que uma música pode determinar a quantidade de tempo que a pessoa permanece no estabelecimento e pode definir seu bem-estar durante a compra, fatores que são cruciais para a sua visão pessoal sobre a loja e para o relacionamento emocional e fidelidade a uma marca. No caso de serviços, a audição é explorada com a intenção de aprimorar a experiência no momento em que ele é prestado. Os sons podem induzir o consumidor a retornar ao local, mesmo que guiado pelo inconsciente, já que suas escolhas não são integralmente racionais (SCHMITT, 2000). Para exemplificar de maneira mais concreta: em locais com músicas mais suaves e com volume baixo, o consumidor tende a permanecer mais tempo na loja. Em lugares que tocam canções mais clássicas e eruditas, é provável que as 29 pessoas gastem mais dinheiro no comércio que o habitual. Sons muito altos, agitados ou muito conhecidos podem induzir o cliente ficar menos tempo no estabelecimento pelo fato de que as músicas podem fazê-lo perder o foco, tirando sua atenção das compras ou pode atrapalhar sua comunicação dentro do ambiente. (BESOUCHET, 2014). 3.3 Olfato Embora as estratégias de marketing que usufruem de imagens e sons sejam as mais tradicionais e populares nos comércios, é comprovado que fragrâncias e aromas podem causar em uma pessoa impacto tão grande ou até maior que os métodos audiovisuais tão populares no mercado (LINDSTROM, 2011). O fato é, cheiros podem ser tão marcantes na vida dos seres humanos a ponto de trazer lembranças claríssimas em suas mentes, despertando as mais diversas emoções que de alguma forma influenciarão essas pessoas em suas escolhas e na maneira de enxergar uma marca ou um produto específico. Nos serviços, perfumes podem igualmente aprimorar a experiência do cliente no estabelecimento. Uma das dificuldades do marketing olfativo é o fato de que um cheiro que pode ser excelente para uma pessoa, para outra pode ser insuportável. Então o segredo é saber utilizar os aromas de um jeito sutil, de maneira que se consiga ter efeito positivo nos consumidores que gostam das determinadas fragrâncias e que não seja uma experiência abominável para os que não gostam. As empresas devem escolher os aromas de acordo com o setor de seu comércio e dos sentimentos que pretende aflorar nos clientes. Como por exemplo, marcas de esportes e de atividades físicas devem usar cheiros que estimulem o entusiasmo e a competição, como cravo, menta e chocolate, já marcas que tentam passar certa paz e relaxamento para os clientes em suas compras, podem usar aromas mais doces e suaves, como o da chuva e principalmente fragrâncias ligadas à natureza (LIMA, 2014). 3.4 Paladar Uma das maneiras de fazer um consumidor deixar sua desconfiança de lado em relação a algum produto é fazê-lo comprovar sua qualidade por si próprio, portanto, é importante que existam métodos de degustação no ponto de venda. No 30 ramo do comércio de alimentos, é muito provável que os clientes optem por adquirir uma mercadoria após a terem experimentado no próprio estabelecimento. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto POPAI – Associação de Marketing no Ponto de Venda –, cerca de 83% das pessoas comprariam um produto após uma degustação positiva (GARRIDO, 2013), então a exploração do paladar do ser humano é indispensável para comércios dessa área. Mas a estratégia de conquistar clientes através do paladar não se restringe somente a empresas do ramo alimentício. Do mesmo modo que um som, um cheiro ou uma imagem pode alterar o humor ou trazer lembranças a uma pessoa, sabores também causam grandes efeitos no ser humano. Uma simples xícara de café pode carregar diversas recordações para alguém, um doce pode ter um gosto especial de nostalgia para outros, por exemplo. Então empresas de qualquer segmento podem fazer uso de métodos gustativos em seus estabelecimentos. Servir café, balas e chocolates em filas ou salas de espera é um ato simples que já pode fazer toda a diferença, mas as empresas podem ir além do tradicional e surpreender não só clientes, como também os funcionários em datas comemorativas e notáveis para a empresa ou para a sociedade, servindo não necessariamente algo mais sofisticado, mas sim com um significado especial para o momento. Como citado, essa tática pode também servir para motivar os próprios funcionários e colaboradores. Em reuniões internas ou externas vale a pena investir no paladar ou quem sabe o fato de criar um hábito de fazer happy hours em ocasiões propícias possa trazer retornos positivos à companhia. (LIMA, 2014). 3.5 Tato As estratégias táteis no departamento de marketing de uma empresa podem não ser tão populares quanto as que exploram outros sentidos, mas elas são mais abrangentes do que se imagina. A textura, o material, o peso, o formato, a consistência e a estrutura de um produto já são aspectos que devem ser planejados por uma companhia para que se tire o maior proveito desse modo de percepção humano. Esses detalhes ligam pessoas às marcas e estão extremamente relacionados à identidade de uma empresa. Vale lembrar que nem sempre é necessário o toque para a percepção dessas particularidades, muitas vezes só de 31 perceber determinada textura em uma mercadoria ou um grafiato na parede o ser humano consegue mentalmente senti-las (LIMA, 2014). O ser humano desde criança tem a necessidade de tocar em objetos para se sentir mais íntimo deles. Analisando-os como consumidor não é diferente: no momento de compra, quando o cliente tem a possibilidade de tocar nos produtos antes de adquiri-los, ele cria certa relação de “pré-aquisição” com o item, fato que aumenta as chances da venda se concretizar. Por isso, é muito significativo ter uma loja bem organizada e que possibilite um contato do comprador com os itens comercializados (PARENTE, 2000). Conquistar o consumidor se transformou em uma tarefa que exige cada vez mais esforço e estudo por parte dos empreendedores. E o marketing sensorial se tornou uma das opções mais rentáveis e funcionais no mundo atual, sejam para micro, pequenas, médias ou grandes empresas. No caso de lojas virtuais, muitas vezes são usadas imagens em 3D que podem facilitar a compra, uma vez que o consumidor se desinteressa facilmente de produtos intangíveis. 32 4 COMO OS SENTIDOS AFETAM EM NOSSAS DECISÕES Desde o início dos tempos, toda a percepção de realidade do homem é obtida através dos cinco sentidos do corpo humano, sendo eles visão, olfato, audição, paladar e tato. A partir disso, pode-se entender que todas as decisões do ser humano são influenciadas pelas sensações e emoções geradas por algo externo. Desde um recém-nascido pouco racional que sente fome ao sentir cheiro de comida, a um adulto que compra uma bolsa porque a cor do objeto lembrou-lhe alguém. O processo perceptivo é iniciado pelos nossos sentidos, e o ambiente externo influencia nossos sensores internos, gerando assim lembranças, bem-estar, desejos ou até mesmo repugnância (SOLOMON, 2002). Segundo Lindstrom (2012, p.8), Os seres humanos têm pelo menos cinco faixas – imagem, som, cheiro, gosto e toque. Essas faixas contêm mais informações do que se imagina. Elas têm existência direta e imediata em nossas emoções. Podem avançar ou retroceder em um determinado ponto. Quanto maior for o número de faixas em que gravamos uma experiência, melhor será a lembrança que teremos dela. De acordo com Schmitt (2002): "as experiências geram valores sensoriais, emocionais, cognitivos, comportamentais e de identificação, que substituem os valores funcionais”. Então, cabe ao marketing criar, seja na publicidade, no ponto de venda, no branding – administração da marca – ou no pós-venda, uma experiência sensorial boa e que cative o consumidor e faça com que através desses sentidos ele lembre-se da marca ou da loja na sua próxima compra. As decisões tomadas no dia a dia são em maioria baseadas no seu subconsciente, controladas por emoções e memórias. E essas emoções e memórias foram formadas por experiências adquiridas a partir do sensorial. Um exemplo desse fato é que quando o homem viveu muito tempo no litoral e depois se mudou para a metrópole, ambientes com som ou aroma que remetem o mar faz com que ele se sentisse mais confortável. 33 Analisando o poder que existe nas emoções do subconsciente, os profissionais de marketing buscaram utilizar essa ferramenta para influenciar a decisão de compra do consumidor. 4.1 A tomada de decisão e o inconsciente Atualmente existem muitos estudos relacionando a tomada de decisão com o inconsciente. Pesquisadores descobriram que nosso cérebro tem três partes principais: o cérebro novo (ou neocortex), que é o mais recente e racional; o límbico, que é emocional; e o reptiliano, que é o mais antigo e todos os seres vivos têm, além de ser inconsciente (CONFERÊNCIA DE NEUROMARKETING E NEUROECONOMIA, 2015, São Paulo). Pensando nisso, a Sales Brain criou o primeiro modelo de Neuromarketing – ou neuro ciência aplicada ao consumo – no mundo. No chamado neuromap, é possível seguir alguns passos para alcançar o inconsciente dos consumidores. O primeiro é chamado de “diagnóstico da dor”, onde se deve procurar o que o cliente procura ou precisa. O próximo passo é “diferenciar suas pretensões”, ou seja, mostrar porque seu serviço/produto é aquilo que o comprador necessita. Então, a empresa segue ao passo chamado de “demonstrar o ganho”, mostrando o custo benefício de seu produto ou serviço. Por último, deve-se “enviar ao cérebro reptiliano”. Esses quatro passos podem ser seguidos facilmente através dos 6 estímulos que podem chamar a atenção do inconsciente do consumidor. O primeiro deles é colocar o consumidor sempre em primeiro lugar, pois este cérebro é dito “egoísta”, ou seja, seu subconsciente sempre pensará primeiro nele. O segundo é o contraste, sendo possível usá-lo de forma que o cliente possa ver a diferença que há com e sem o produto. Outro estímulo é a tangibilidade, onde o comprador pode ver o resultado de sua compra. Podemos também usar o conceito de começo e final para chamar a atenção do inconsciente, usado em propagandas, por exemplo, onde as informações principais aparecem no começo e são repetidas ao final, pois já foi comprovado que é quando o cérebro mais presta atenção. Outras duas formas de motivar o instinto para a compra é usar a visão, que como já citado, é o sentido com maior influência, e a emoção (SALES BRAIN, 2013). 34 A emoção é um dos estímulos mais fortes para o cérebro instintivo. No livro “O Erro de Descartes”, António Damásio aponta a relação entre as decisões e as emoções, tomando partida do “caso Gage”. Phineas Gage era capataz de uma empreiteira de estradas de ferro na Nova Inglaterra e sua principal tarefa era coordenar as explosões das pedras que abririam caminho para o assentamento dos trilhos através da cidade de Vermont. Em uma das explosões houve uma falha e Gage teve seu rosto e crânio atravessados por uma longa barra de ferro de 4 metros de comprimento por 3 centímetros de espessura. O operário continuou consciente e foi socorrido por seus colegas. Uma vez atendido, apesar dos poucos recursos possíveis, ele sobreviveu, mas seu destino foi cruel: o homem que era o mais competente em seu grupo perdeu seu poder de decisão e passou por alterações de comportamento sucessivas, até a decrepitude total de sua vida pessoal e social. O estudo deste caso permitiu o reconhecimento de que o poder de decisão de um homem está relacionado ao cérebro, assim como as dimensões sociais e pessoais da vida humana. Gage não conseguia manter-se em algum emprego, passou a comportar-se de forma antissocial e, por fim, perdeu sua capacidade de planejar o futuro. Uma lesão no lobo pré-frontal o impedia de associar as emoções às suas decisões (DAMÁSIO, 1994). Apesar de a área pré-frontal não ser parte do sistema límbico, este possui uma forte ligação com o tálamo (responsável por filtrar os sinais recebidos pelos sentidos) e a amígdala (identificação de perigo, medo e ansiedade), tendo assim uma forte influência na forma como são expressos os estados afetivos. Uma de suas partes é a área dorsolateral, que é responsável pela tomada de decisão de risco e a social (BALLONE, 2008). Os sentidos proporcionam um relacionamento com o ambiente externo e permite o corpo entender o que está ao seu redor. Toda informação chega ao cérebro através destes. Para que uma sensação ocorra e seja conscientemente registrada, há a necessidade de um estímulo, um receptor e um sistema nervoso central capaz de interpretar os dados recebidos. Assim ocorre a relação entre os sentidos e a memória: o estímulo é o proveniente do exterior, os receptores são os órgãos sensoriais e o cérebro faz o papel de transformar a informação em sinais elétricos, que transformam esses estímulos recebidos em códigos separados e comparados pelo cérebro, que os interpreta (PARKER, 1993). 35 Já a memória em si tem uma ampla relação com fatores psicológicos, cognitivos e fisiológicos. Os dados, que foram citados anteriormente, fazem existir uma conexão diferente com cada informação nova recebida, além de afetar seu processamento. Dessa forma, o cérebro amplia seu “arquivo” de acordo com o que já tem guardado, considerando a vivência pessoal do indivíduo (IZQUIERDO, 2002). A seguir podemos ver uma série de exemplos onde os sentidos se relacionam com o cérebro, a fim de gerar memórias e emoções. 4.2 Os sentidos no PDV (Ponto de Venda) O ponto de venda é o meio em que mais se torna visível os efeitos do marketing sensorial e os benefícios que essa ferramenta traz para a empresa. A ambientação e a tematização das lojas têm grande força na tentativa de chamar a atenção e despertar sensações nesse consumidor (BLESSA, 2011). Quando existe um espaço especificamente criado para comover os compradores, existem grandes chances de a experiência ter efeitos emocionais, como o prazer ou a excitação, aumentando a possibilidade de compra (KOTLER, 2000). A criação de uma área onde o consumidor se sinta bem através de um bom odor, um som que case com a temática dos produtos vendidos e um layout propício para tal ambiente pode aumentar a probabilidade de que a compra seja efetuada, além de possibilitar o retorno do consumidor, já que os sentidos trazem memórias e emoções que influenciam sua decisão final. Visual Merchandising é a técnica de trabalhar o PDV, criando um ambiente que condiz com a identificação dos produtos e da marca, utilizando o design e a arquitetura para cativar, estimular e influenciar os consumidores à compra (BLESSA, 2001). Um exemplo é a Starbuck’s Coffee, que cria em suas franquias um ambiente agradável com um indispensável odor de café, música popular de acordo com seu público, cores pastéis lembrando cafeterias clássicas e um layout confortável para seus clientes, que inclusive passam até horas no estabelecimento. Além disso, também existe a marca de tinta Coral, que percebendo a necessidade dos clientes de conhecer a textura das tintas que compravam, passou a 36 disponibilizar nos seus quiosques e lojas paredes pintadas com cada tipo de textura, explorando o tato no ponto de venda, ferramenta ainda pouco utilizada no marketing sensorial. 4.3 Os sentidos na publicidade Outra forma do marketing explorar os sentidos do corpo humano é através das campanhas e ações publicitárias, onde por meio dos sentidos o consumidor deve identificar-se com o produto e guardar boas memórias sobre a experiência. Isso pode ser visto em peças televisivas ou impressas de restaurantes e redes de fastfood, onde pela visão dos produtos já é possível despertar o desejo nos consumidores. Também está presente em jingles de determinados produtos, que ficam marcados na memória do público, que quando ouve novamente, tem interesse pelo produto. Algumas campanhas vão além disso e exploram outros sentidos, como o tato, a exemplo da linha Cetaphil que disponibilizou peças impressas em cetim, para demonstrar a maciez que o produto proporcionava a quem o consumisse. 4.4 Os sentidos na marca Os sentidos são essenciais na formação de memórias, que geram as emoções. É através delas que o consumidor se identifica e fideliza-se à marca. Por esse motivo, a utilização das ferramentas sensoriais se torna fundamental na criação e gestão da marca, a identidade da empresa. É necessário criar uma conexão entre lealdade e satisfação, que é sustentada nas experiências proporcionadas ao consumidor, para ter um relacionamento duradouro entre empresa e cliente. (ROBINETTE e BRAND, 2002) O branding sensorial, como ativação dos cinco sentidos para a lembrança da marca, ajuda esta a criar uma parte do seu valor e reconhecimento. Essas informações colaboram no processo de desconstrução da marca, entendendo, assim, sua essência e a importância dos seus valores, gerando lucro em longo prazo por meio do ativo mais importante de uma empresa: a marca. (LINDSTROM, 2012) De acordo com Martins (2000), “as relações entre pessoas e marcas ocorrem em nível sensorial. As marcas pertencem aos mercados e consumidores, sendo ativos intangíveis”. 37 As marcas inconfundíveis precisam ser capazes de criar e demonstrar uma profunda experiência sensorial e emocional, a fim de ficarem marcadas na memória. Anunciar visualmente não é suficiente. Vale a pena acrescentar som, que pode ser uma música, palavras ou símbolos poderosos. A combinação de estímulos visuais e auditivos causa um impacto de 2+2=5. Ou seja, se utilizados de forma conjunta terão um impacto ainda maior do que fariam se usados separadamente. É possível ainda provocar outros sentidos – paladar, olfato, tato – para aumentar o impacto total da marca. (KOTLER apud LINDSTROM, 2007) O marketing pode utilizar, além de outros sentidos, a visão para tornar uma marca memorável ao consumidor através de suas cores, de um logotipo, de uma pessoa a qual a marca está relacionada. Essas ferramentas geram memórias na mente do público sempre que ele é submetido a uma experiência com um destes. Um dos principais exemplos de uma marca multissensorial é a Coca-Cola, que cativa os seus consumidores utilizando quase todos os sentidos, como as suas cores e formatos na visão e tato, além de jingles e sabores na audição e paladar. 4.5 Os sentidos na fidelização de clientes Marketing Sensorial, também conhecido como Marketing de Experiência, é a busca pela fidelização de clientes através de um processo que visa diferenciar o serviço prestado, além das ações comumente utilizadas. É possível utilizar artifícios como cores que cativem a atenção, aromas que proporcionem a tranquilidade, sons que estimulem a permanência num ambiente, sabores que surpreendem o paladar. Trata-se de remeter o cliente a uma percepção de valor única e inequívoca, proporcionando-lhe uma vivência memorável que o convidará a repetir e divulgar sua experiência de consumo, independentemente do preço (COELHO, 2007). A empresa pode, através dos sentidos, criar boas experiências e fixá-las nas lembranças do consumidor, assim, quando este necessitar retornar ao ato de consumo, estará ligado por emoções e memórias à empresa ou produto, graças ao marketing sensorial. 38 4.6 Os sentidos no pós venda Mais uma etapa da experiência de consumo que o marketing pode utilizar das ferramentas sensoriais para aprimorar o relacionamento com o consumidor, mesmo que minimamente. Para lidar com essa etapa, o marketing tem de usar ações promocionais que façam o consumidor lembrar-se da marca ou produto adquirido. Um exemplo é a Gafisa, que, percebendo a insatisfação dos consumidores perante a postura de outras construtoras após a entrega do imóvel adquirido, passou a implantar uma ação de pós-venda utilizando o marketing sensorial. A incorporadora mandava uma pizza para os consumidores no dia da mudança, quando normalmente a situação é corrida. Além disso, a mala direta que falava sobre a ação tinha odor de pizza. 4.7 A importância do marketing sensorial na influência da decisão de compra E por meio de cada sensação, cada experiência que a marca ou produto pode proporcionar ao consumidor, o marketing sensorial cresce e influencia cada vez mais o seu público-alvo na decisão de compra, utilizando as emoções para instigar o subconsciente que leva o cliente a tomar tal decisão. O ser humano processa grande parte dos estímulos sensoriais no nível subconsciente e já foi inclusive comparado a um iceberg, onde o topo visível é apenas uma pequena parte. O ser humano compra com a emoção e justifica com a razão. A maioria das nossas decisões está ligada às nossas emoções, memórias, crenças, valores e identidade. As emoções constituem um rigoroso sistema de sinais a respeito das relações intra e interpessoais, com o mundo pessoal e com os grupos sociais de cada indivíduo, e isto se dá num nível inconsciente (BOTELHO, 2015). Se as decisões do dia a dia são marcadas cada vez mais pelos estímulos sensoriais, as decisões de compra não são diferentes. E nisso, o marketing sensorial tem um papel fundamental para as empresas. 39 5.0 CASES DE SUCESSO E APLICAÇÃO O marketing sensorial é uma ferramenta muito utilizada em estabelecimentos, a fim de atrair a atenção de clientes potenciais. Entretanto, algumas aplicações se destacam em relação a outras, conquistando a memória dos que as testemunham. Eis exemplos de algumas marcas que se destacaram. Na Coreia do Sul, a empresa norte-americana Dunkin’ Donuts, a fim de aumentar a venda de café, realizou uma mistura com os sentidos de passageiros de um ônibus, que quando ouviam a propaganda da marca no rádio, sentiam um leve cheiro de café, que reforçava a mensagem transmitida. Isso foi possível através de um dispensador de aroma que reconhecia o anúncio e liberava o aroma toda vez que o mesmo passava na rádio. É um exemplo de uma boa aplicação do marketing sensorial, pois trabalha simultaneamente com a audição e o olfato. Cerca de 350.000 pessoas ouviram o anúncio e a venda de café aumentou em 29% em unidades próximas a pontos de ônibus. Imagem 1 – Idealização da ação “Flavor Radio” Fonte: Dunkin' Donuts, 2012 Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o índice de violência nas estações subterrâneas de metrô estava muito elevado, então foram utilizados aromas leves e 40 florais, como lavanda, para amenizar o ambiente, o que reduziu o nível de agressividade. A empresa Nike fez uma experiência com o olfato de consumidores, separando em duas salas modelos idênticos de seus tênis, mas uma sala fora aromatizada previamente. Após visitarem ambas, 84% dos clientes gostaram mais dos tênis da sala aromatizada, apesar de serem os mesmos. Em 2007, a montadora automotiva Citroën apresentou seu novo modelo Citroën C4 Pallas através de uma caixa de sensações montada em diversas cidades brasileiras, que estimulava quem as adentrava pelos sentidos. Imagem 2 – “Caixa Sensorial” Fonte: Citroën, 2007 Um engenheiro da Universidade de Tóquio desenvolveu um aparelho sensorial que consiste em fones de ouvido que reproduzem diferentes sons à medida que o usuário mastiga a comida. Esse equipamento foi utilizado para simular o som de gritos enquanto o usuário comia balas, como se elas estivessem expressando a dor de serem mastigadas. Apesar dessa brincadeira, o mesmo aparelho proporcionou a uma senhora com deficiência auditiva um sentimento que não sentia há tempos: o som de sua boca mastigando o alimento. A ideia foi inovadora e logo aproveitada por diversas empresas. 41 A empresa Gillette, a fim de promover seu novo aparelho barbeador Gillette Mach 3, realizou uma ação em um elevador que fora coberto com pelos artificiais, e, na porta, a imagem de uma pele lisa e sem pelos. Na mesma, os dizeres: “Prefere assim? 98% das mulheres também”. Imagem 3 – Ação realizada em elevador Fonte: Gilette, 2010 Uma pesquisa da Universidade de Oxford comprovou que misturar sons com comida e bebida intensifica o sabor na cabeça de quem come. Seguindo esse raciocínio, a companhia aérea British Airways montou uma lista de 13 músicas para serem ouvidas exclusivamente durante as refeições e fazer com que os passageiros saboreiem melhor sua alimentação. No livro “Brandsense – a marca multissensorial”, de Martin Lindstrom, ele comenta sobre a abordagem utilizando os sentidos e cita a companhia aérea Singapore Airlines, que, em 1973, ofereceu uma experiência inédita para seus passageiros: trabalhou com todos os sentidos simultaneamente. Em relação à visão, criaram as “Singapore Girls”, aeromoças belas, jovens, educadas e de uniforme de tamanho único. Para atender ao tato, cada passageiro recebeu uma veste de seda. Para atender a audição, foram escolhidas músicas 42 agradáveis e relaxantes. Para o olfato, criaram um aroma exclusivo da marca para o avião e no perfume das aeromoças, que posteriormente foi patenteado. Há também diversas aplicações do marketing sensorial no cotidiano da maior parte da população que, por vezes, passam despercebidos, como o cheiro dos hambúrgueres da rede McDonalds, o aroma de tutti-frutti da loja de sapatos Melissa, a temática visual dos restaurantes Outback e os andares do Shopping Anália Franco, em São Paulo, que têm cada um seu respectivo aroma (exemplo: piso lírio é aromatizado com cheiro de lírios). 43 6 CONSTITUIÇÃO DA CONSULTORIA Para medir os resultados potenciais do Marketing Sensorial nas micro e pequenas empresas foi criada uma consultoria, com o objetivo de prestar serviços e analisar o impacto gerado com as mudanças e se os sentidos realmente influenciam no ato de compra, de acordo com as hipóteses tratadas no início do projeto. Chamada de “Insight Consultoria”, tem esse nome pois “insight” é o termo em inglês usado para identificar uma ideia repentina e de grande importância. Para definir melhor a consultoria, foi criado um mix de marketing, ou 4P’s, sendo este: Preço: É sugerido o preço de R$ 48 mil, pela tabela referência da ADEGRAF – Associação dos Designers Gráficos. Porém, por ser conteúdo acadêmico, não há cobranças internas por parte da Insight Consultoria. Praça: A praça é focada no Tatuapé – Zona Leste de São Paulo, mas tem capacidade de se expandir para outras regiões. Produto: O serviço oferecido é o de uma consultoria de Marketing Sensorial, mas também oferece outras técnicas mais tradicionais, como o rebranding – reformulação da marca –, pesquisas de mercado, dentre outros que tenham o intuito de melhorar a empresa em relação a seus clientes usando os sentidos. Promoção: A divulgação é feita principalmente através das redes sociais, como o Facebook e o Instagram, mas também na própria Etec Martin Luther King, através de cartazes e buzzmarketing. 44 Imagem 4 – Página do Facebook da Insight Consultoria Fonte: Página do Facebook da Insight Consultoria 6.1 Identidade Organizacional A identidade organizacional pode ser visualizada de diferentes formas. Pode ser resultado da forma com a qual a empresa é vista exteriormente, por seus fornecedores e clientes. Assim como pode também decorrer da autopercepção, ou seja, da forma como os próprios membros a enxergam. Segundo Albert e Whetten (1985), a identidade organizacional se refere ao que há de central, único e duradouro na imagem da organização. A identidade organizacional refere-se principalmente à missão (motivo da existência da empresa), à visão (o que a empresa almeja ser no futuro), e aos valores (princípios que regem as ações da empresa). 45 6.1.1 Missão Desenvolver estratégias de Marketing Sensorial que proporcionem experiências de compra mais intensas. 6.1.2 Visão Ser referência no mercado de consultorias de marketing sensorial por exercer nosso trabalho com excelência. 6.1.3 Valores Exercer nosso trabalho com ética, comprometimento e respeito, não nos deixando abater por obstáculos, transformando dificuldades em bons resultados, e sendo persistentes, para que seja possível concluir nossa missão com sublimidade. 6.1.4 Slogan “Desperte seus sentidos” – fazendo alusão à necessidade que nosso público alvo tem de despertar para inovações, principalmente com relação a meios de se obter mais lucro. 6.1.5 Organograma Figura 1 – Organograma Insight Consultoria Vitória Valentim Presidente Adriano Ferreiro Produção Marcelo Lopes Financeiro Leonardo Uezato Produção Isabela Melo Relações Públicas Gabriel Goes Financeiro Amanda Rebelo Pesquisa e Monografia Rafael Camargo Relações Públicas Vinícius Vioto Produção Fonte: Elaborado pelo Autor Thais Bianconi Pesquisa e Monografia 46 6.2 Identidade Visual Identidade visual é o conjunto de elementos formais que representa visualmente, e de forma sistematizada, um nome, ideia, produto, empresa, instituição ou serviço. Esse conjunto de elementos costuma ter como base o logotipo, um símbolo visual que se complementa nos códigos de cores, nas tipografias, nos grafismos, em personagens, nas personalidades e outros componentes que reforçam o conceito a ser comunicado através dessa imagem, como o slogan – expressão concisa que remete a uma marca ou produto -, que cumpre este papel. Resumidamente, a Identidade Visual é a imagem ampliada da marca. A seguir é possível visualizar a Identidade Visual sendo utilizada pela marca. Figura 2 – Exemplo de camiseta da Insight Consultoria Fonte: Elaborado pelo Autor Fonte: Elaborado pelo Autor 47 Figura 3 – Cartão de visita da Insight Consultoria 6.2.1 Logo Fonte: Elaborado pelo Autor O logo da Insight Consultoria é baseado em brasões da europa medieval, tendo em vista que diversas pesquisas apontam que o marketing sensorial surgiu na Inglaterra. Na tradição, o brasão geralmente é representado na forma de escudo, que demonstra a arma de defesa usada pelos guerreiros medievais. Em outras palavras, significa que não só se tem o “insight”, mas que é defendido sem abrir mão dos valores estipulados, como um clã. As linhas formam o brasão em volta da ideia. O amarelo tem uma atmosfera de esperança e inspiração, além de remeter conhecimento e razão. O turquesa irradia bem-estar, além de oferecer a oportunidade de mudança. (HELLER, 2012) Figura 4 – Logotipo da Insight Consultoria Fonte: Elaborado pelo Autor 48 6.2.1.1 – Construção da Grade Figura 5 – Construção de grade do logo da Insight Consultoria Fonte: Elaborado pelo Autor 6.2.1.2 Tipografia Padrão l Mesmo que o logotipo não apresente nenhuma tipografia por padrão, é preferível a utilização da fonte principal, Kalinga, em textos que acompanhem o logotipo. A mesma deve ser usada em conteúdos referentes à marca, que não acompanhem diretamente o logotipo, como textos corridos e outros. Kalinga: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 6.2.1.3 Cores Institucionais As cores apresentadas aqui não devem ser alteradas, exceto as cores disponibilizadas pelo manual para aplicação. Figura 6 – Referências de Cor C:78% M:21% Y:42% K:1% C: 72% M:9% Y:29% K:0% C: 0% M:20% Y:99% K:0% Fonte: Elaborado pelo Autor 49 6.2.1.4 Tamanho mínimo de aplicação O logotipo não deve ser reduzido a menos de 1cm, para não perder a identidade de sua forma. Figura 7 – Logo da Insight Consultoria em seu tamanho mínimo Fonte: Elaborado pelo Autor 6.2.1.5 Área de Interferência Nos casos em que a marca for aplicada em um fundo texturizado ou com mais elementos que não sejam os indicados anteriormente, obrigatoriamente deve-se respeitar a distância de uma unidade/módulo do logo. Figura 8 – Logo da Insight Consultoria em sua Área de Interferência Fonte: Elaborado pelo Autor 6.2.1.6 Versão em Negativo Em situações onde a aplicação da marca fica limitada, o logo deve ser aplicado em uma versão em negativo. 50 Figura 9 – Logo da Insight Consultoria em sua versão negativa Fonte: Elaborado pelo autor 6.2.1.7 Assinaturas Quando a marca for aplicada juntamente com outro elemento de identificação, como logos, deve-se respeitar a distância de um módulo entre os logos. Quando aplicar o nome da consultoria, usar à direita do logo. Figura 10 – Uso da assinatura com o logo da Insight Consultoria Fonte: Elaborado pelo Autor 6.2.1.8 – Proibições A aplicação errada pode descaracterizar a marca, atrapalhando sua fixação e deteriorando sua imagem. Não se deve distorcer o logo ou alterar suas proporções e elementos da marca. 51 Figura 11 – Proibições no logo da Insight Consultoria Fonte: Elaborado pelo Autor 6.3 Ações e Projetos Realizados A realização de ações e projetos é importantíssima para a vida de uma empresa. Dessa forma, a empresa consegue destacar-se das demais no meio corporativo, ajudando a criar uma imagem positiva para o público e para os próprios membros. Com isso, a empresa fixa sua imagem no mercado e alcança mais visualização. Pensando nisso, a Insight Consultoria buscou ao longo de todo o ano realizar diversas ações que fizessem com que a empresa estivesse sempre em evidência e, consequentemente, fosse sempre lembrada. Todas as ações realizadas pela consultoria tiveram divulgação em sua página do Facebook. 6.3.1 Rifa de Páscoa A primeira ação da Insight Consultoria se deu no período da Páscoa. Aproveitando a ligação entre o contexto que envolve a Páscoa e o chocolate, a consultoria colocou em foco o paladar, um dos cinco sentidos do corpo humano que é explorado pelo marketing sensorial. Foi sorteado, então, através de uma rifa, um ovo de chocolate caseiro. As rifas foram vendidas entre os alunos da Etec Martin Luther King, professores e pessoas da comunidade. O sorteio foi feito dia 03 de abril, dois dias antes da Páscoa, tendo como vencedor o aluno Ricardo, do 3⁰B da Etec Martin Luther King. 52 Imagem 5 - Vencedor da Rifa de Páscoa e Insight Consultoria Fonte: Autor Durante o Dia da Páscoa também ocorreu uma ação no Instagram da marca, através de posts com curiosidades sobre o chocolate e os cinco sentidos. Imagem 6 - Exemplo de post de páscoa no Instagram da marca Fonte: Autor 6.3.2 – Dia dos Namorados – Os cinco sentidos do amor No dia 14 de maio de 2015, semanas antes dos dias dos namorados (12 de junho), a Insight Consultoria lançou uma promoção para comemorar a data. A promoção teve o nome de “Os cinco sentidos do amor” e consistiu no público da Etec Martin Luther King publicando textos na página do Facebook do grupo, contando como seu/sua parceiro (a) o conquistou através dos sentidos. O autor do melhor texto ganharia um kit com diversos prêmios. 53 Para concorrer ao prêmio, os participantes deveriam também “curtir” a Insight nas redes sociais. Com isso, a marca poderia vir a ganhar grande visibilidade na internet e, consequentemente, fora dela também. Imagem 7 - Vencedores da promoção "Os cinco sentidos do amor" Fonte: Autor A entrega dos prêmios aos vencedores foi feita no Dia dos Namorados. Para que esta ação fosse possível, a Insight Consultoria contou com o apoio de uma consultora da Natura Cosméticos e patrocínio do Restaurante Viriato, que cederam alguns dos brindes que foram dados para os vencedores da promoção. 6.3.3 – Festa Junina – Arraial MLK Em junho de 2015 ocorreu uma Festa Junina organizada pelo grupo, apelidada de Arraial MLK. Foram dois os principais motivos que levaram a Insight Consultoria a realizar este projeto. O primeiro foi a divulgação e promoção, tanto da consultoria quanto da escola, pois um evento como este ajuda a criar uma boa imagem agregada aos seus realizadores. O segundo foi a necessidade da consultoria de angariar fundos para a realização de projetos futuros. A divulgação da festa foi feita de diversas maneiras. Foram colados cartazes sobre a festa em escolas da região, além uma intensiva divulgação através das redes sociais. Também foram distribuídos folhetos, complementando a divulgação através do boca a boca, o buzzmarketing. 54 Os convites foram vendidos tanto no ambiente da Etec quanto fora dele, pelos membros da consultoria. O preço dos ingressos era de R$ 3,00, cobrindo apenas a entrada, e de R$ 15,00, que dava acesso ilimitado às atrações. A festa ocorreu no espaço da Etec Martin Luther King (Rua Apucarana, 815) no dia 27 de junho de 2015. O início da festa foi às 13h30min e o término às 20h00min. O evento contou com diversas atrações, tais como touro mecânico, cama elástica, pebolim e balada, além de doces e comidas típicas. A ideia da festa foi bem recebida e estima-se que tenham comparecido 500 pessoas. Além disso, serviu para colocar o nome da Insight Consultoria em destaque para o público e a comunidade escolar. Dentre todas as ações durante todo o ano, o Arraial MLK foi a que mais obteve retorno, sendo essencial para a saúde financeira da consultoria. Imagem 8 - Ex-alunos que compareceram ao Arraial MLK Fonte: Autor 6.3.4 Ação Social Em outubro de 2015, a Insight Consultoria, em parceria com a MIT SEVEN – outra consultoria da Etec Martin Luther King, realizou uma ação de caráter social com o intuito de angariar fundos para comprar itens básicos para serem doados a crianças carentes. 55 Imagem 9 - Logo da MIT SEVEN Consultoria, parceira da Insight Con. Fonte: Página do Facebook da MIT SEVEN Consultoria A ação consistiu em apresentar números musicais na Avenida Paulista, no centro de São Paulo, e pedir colaborações para as pessoas que lá estivessem. Imagem 10 - Cartaz da ação social Fonte: Autor Com o dinheiro arrecadado, foram comprados presentes e roupas para duas crianças carentes, atendidas pelo programa Natal Solidário da Fraternidade Espírita João Evangelista. 56 Imagem 11 – Presentes comprados para o programa “Natal Solidário” Fonte: Autor Além de ter o prazer de ajudar uma instituição filantrópica, a Insight Consultoria conseguiu com esta ação promover sua própria marca, ajudando a criar uma boa imagem para o público. Quando uma ação solidária dá resultados, a imagem da empresa que a promoveu se beneficia. 57 7 CLIENTES 7.1 Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro O Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro é uma clínica de estética focada em design de sobrancelhas, mas com serviços como alongamento de cílios, delineador de olhos, depilação egípcia, micropigmentação de contorno de boca, micropigmentação de sobrancelhas, micropigmentação de sobrancelha em 3D e alongamento permanente de cílios. Com a maior parte de suas unidades distribuídas pelo estado de São Paulo, geralmente estúdios localizados em shoppings como Shopping Villa Lobos, Shopping Metrô Tatuapé e Shopping Light, no grande ABCD como São Caetano do Sul e Santo André, e no interior como São José dos Campos, Piracicaba e Sorocaba, há também unidades em outros estados, como Minas Gerais, Goiás, Ceará, e até mesmo fora do país, na Flórida, Estados Unidos. Imagem 12 – Logo do Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro Fonte: Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro A Insight Consultoria teve a oportunidade de trabalhar com a unidade Villa Lobos, localizada Avenida das Nações Unidas - 4777, aberta há 7 meses. Após uma conversa com a gerente do Estúdio, frisando a intenção de atrair e fidelizar cientes, foi sugerido que fosse realizado um serviço diferenciado de fidelização, servindo agrados a seus consumidores, para que a experiência de seus clientes se tornasse única e marcante. O cliente se mostrou receptivo às propostas. Quando se procura aumentar as vendas, o melhor é apelar para as emoções, e a maneira mais rápida para atingir as emoções é através do olfato (HIRSCH apud 58 GOBÉ, 2002), então propusemos que o Estúdio se apropriasse dessa ferramenta para que seus clientes tivessem uma experiência marcante e retornassem. A ideia consistia em buscar uma fragrância específica que se encaixasse com o ambiente e com o objetivo da marca. Após algumas pesquisas realizadas, buscando o relaxamento e a calmaria, destacamos duas fragrâncias muito relevantes: a Essência de Bambu, que normalmente é utilizada para gerar a sensação de conforto e bem-estar e contém uma nota aromática cítrica amadeirada, muito usada em spas e centros de relaxamento; e a Essência de Flor de Cerejeira, que é intensamente feminino e remete à sedução, fazendo conexão com o tipo de serviço oferecido. Seu sutil toque adocicado desperta a sensação de leveza e bem-estar. (PRICE, 2006) Além de utilizar o olfato, foi possível explorar ainda mais a sensação de bem estar dentro do estúdio, com a possibilidade de investimento e visando um atendimento com mais atencioso, que é a intenção da marca. Sugerimos que enquanto suas clientes aguardam para serem atendidas, e até mesmo durante os processos de embelezamento, o uso do paladar, levando em conta que esta é uma ferramenta de extrema delicadeza, pois por estar ligada indiretamente com o olfato, uma pessoa talvez não se sinta tão bem comendo lanches gordurosos enquanto sente um aroma adocicado. Nosso corpo sempre gera a necessidade de integração quando o paladar é despertado, porque 90% do que conseguimos compreender como sabor é despertado por meio do olfato (LINDSTROM, 2011). Pensando nos dois fatores e tomando muito cuidado para que as emoções despertadas pelo paladar não se desviassem de seus objetivos iniciais devido ao olfato, outra sugestão foi que fossem servidas bebidas que potencializassem sensações de bem estar e transmitissem conforto. Além de café preparado na hora a gosto do cliente, que fosse servido champanhe, além da tradicional água mineral e chá gelado, servidos com chocolate de preferência meio amargo ou amargo, que quando consumido libera endorfina em nosso corpo, responsável pela sensação do prazer, e marshmallows, alimento doce e que agrada a maior parte das pessoas que o consomem. 59 Imagem 13 – Uso do paladar no Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro Fonte: Autor O Estúdio de Sobrancelha Fabiane Pinheiro aderiu às propostas sugeridas e elas surgiram efeitos positivos no estúdio, a começar pelo uso do difusor de ambientes, exalando a fragrância de Flor de Cerejeira, escolhida devido ao leve toque adocicado e as cores da marca envolverem, além do branco, o rosa, em um tom mais escuro e queimado, mas que remetia ainda mais ao lado doce da fragrância. Novos clientes passaram a entrar e conhecer o espaço, simplesmente pelo cheiro ser agradável e despertar curiosidade neles. Clientes frequentes passaram a recomendar a outras pessoas a ida ao Estúdio, mesmo que só pra conhecer, pelo atendimento diferenciado. Imagem 14 – Proprietária do Estúdio e membros da Insight Con. Fonte: Autor 60 A implementação das “bebidas e comidas” enquanto os clientes estavam no espaço foi um investimento mais alto, mas gerou bons resultados. Fez-se essencial para o Estúdio, pois além de condizer com o público alvo, que são clientes de uma classe econômica mais elevada, foi definitivamente o diferencial da região, pois há outros espaços de beleza que são considerados concorrentes indiretos, como cabeleireiros e manicures, que ofereciam cafés e chás apenas, tornando este um destaque. O atendimento despertou o desejo pelos serviços prestados no Estúdio. 7.2 – Restaurante Abbey Road O Restaurante Abbey Road, localizado na Rua Apucarana, 987, Tatuapé, sem outras unidades, intitulado anteriormente como Bar e Restaurante Imperial, começou com opções à la carte e atualmente conta com as opções de comida por quilo e o conhecido “coma à vontade” por determinado preço. Imagem 15 – Visão geral do estabelecimento antes das ações Fonte: Autor Imagem 16 – Visão geral do estabelecimento após as ações Fonte: Autor 61 A Insight Consultoria pôde trabalhar e explorar outros meios do marketing sensorial no restaurante, principalmente a visão. Após conversarmos com os donos do estabelecimento, descobrimos que eles gostariam de reformar o local, tematizando-o. Imagem 17 – Fachada do restaurante antes Fonte: Autor Figura 12 – Projeto de nova fachada Fonte: Elaborado pelo Autor 62 O objetivo principal era abrir o estabelecimento à noite, já que uma das proprietárias canta e possui uma banda, com a qual gostaria de poder fazer shows no local e atrair clientes, possuindo um lugar que chamasse atenção, fosse convidativo por si só e que o público sentisse prazer em permanecer lá mesmo após suas refeições. Com esta oportunidade de desenvolver e firmar a marca do restaurante, após muitas conversas e desdobramento de ideias, foram apresentadas propostas de mudanças em diversos aspectos: nome, cores, cardápio, uniformes, conceito do nome e aproveitamento do espaço. Imagem 18 – Antigo logo do Bar e Restaurante Imperial Bar e Restaurante Imperial Figura 13 – Novo logo do Restaurante Abbey Road Fonte: Elaborado pelo Autor 63 Figura 14 – Avental sugerido para o Restaurante Abbey Road Fonte: Elaborado pelo Autor Figura 15 – Cardápio sugerido para o restaurante Abbey Road Fonte: Elaborado pelo Autor Por fim, foi decidido que a maioria das paredes seria pintada de branco, por sugerir limpeza, passar a ideia de um local luminoso e calmo, e os balcões e parede lateral direita de vermelho. O nome foi alterado para Abbey Road, baseado no álbum da banda The Beatles, pela preferência dos donos com músicas e bandas da época dos anos 60 e 70, juntamente com a temática de Rock Clássico para o ambiente: vinis pendurados nas paredes, junto com pôsteres de bandas icônicas da época. 64 Figura 16 – Exemplo de pôster desenvolvido para decoração do local Fonte: Elaborado pelo Autor Das ideias propostas, as paredes foram pintadas das cores sugeridas, os pôsteres foram feitos com fotos de bandas da época e referências, vinis foram utilizados como itens de decoração, os novos uniformes serão feitos e o restaurante passou de opção à la carte para a opção por quilo e “coma a vontade”, nesse caso, dispensando o uso do cardápio previamente desenvolvido. Um dos grandes pontos positivos foi a mudança no nome do restaurante, sendo adotado a partir da segunda quinzena do mês de dezembro de 2015, a sugestão de “Abbey Road”. Para mais imagens da mudança no restaurante, vide a seção “Apêndices”. 65 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após os trabalhos realizados com a consultoria e as pesquisas feitas, todo o grupo pôde concluir que a hipótese de que é possível aumentar o lucro com o uso do Marketing Sensorial é verdadeira. Com as diversas etapas citadas ao longo do trabalho, foi possível observar que os consumidores potenciais dos estabelecimentos aprimorados procuravam por inovação, e isso foi facilmente desenvolvido com a vertente trabalhada. As dificuldades enfrentadas pelo grupo foram principalmente a dificuldade de grande investimento das empresas e a falta de formação e experiência de mercado, que manteve os clientes com alguns pontos de desconfiança no início do processo. Quanto à situação problema proposta, houve a capacidade de identificar que existe a curiosidade que faz com que as pessoas procurem novas experiências, movidos pelo agrado sensorial. Sendo a tomada de decisão feita quase integralmente de forma inconsciente, o uso dessa vertente se torna relativamente fácil, quando estudada e formulada com cautela. Dessa forma, um dos pontos positivos para o grupo foi a possibilidade de aplicar as ferramentas do Marketing Sensorial em micro e pequenas empresas sem grande investimento, mas com enorme retorno. De forma geral, o uso do MS é altamente recomendado, seja de forma mais singela, como apenas uma música agradável para o público alvo ao fundo, ou com uma grande reforma da marca, até mesmo constituindo o rebranding desta. 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERTURA, registro e legalização. Disponível em: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/empresario-individual/abertura-registro-elegalizacao> Acesso em: 28 set 2015 ASQUINI, Alberto. Direito Empresarial. Rio de Janeiro: Editora Freitas Bastos, 1940. BALLONE, Geraldo José. Da emoção à lesão. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=207>. 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Acesso em: 28 ago. 2015. 70 APÊNDICES APÊNDICE A – Entrada do restaurante antes APÊNDICE B – Entrada do restaurante depois 71 APÊNDICE C – Entrada do banheiro do restaurante antes APÊNDICE D – Entrada do banheiro do restaurante depois 72 APÊNDICE E – Entrada para sala reservada antes APÊNDICE F – Entrada para sala reservada depois 73 APÊNDICE G – Caixa do restaurante antes APÊNDICE H – Caixa do restaurante depois 74 ANEXOS ANEXO A – Carta de agradecimento do cliente Nós, Vagner e Rita, proprietários do comércio de alimentação Imperial Restaurantes LTDA., agradecemos aos alunos da Escola Técnica Martin Luther King, do curso de Marketing: ADRIANO FERREIRO DE SOUZA AMANDA DE FARIA REBELO GABRIEL GOES MOTTA ISABELA MELO DE TOLEDO JOÃO MARCELO ROMERO LOPES LEONARDO UEZATO PEREIRA RAFAEL CAMARGO AMORIM THAIS BIANCONI MARIN VINICIUS VIOTO VENTURINI DE LIMA VITORIA OLIVEIRA VALENTIM Pela iniciativa dos alunos de se proporem a modificar o visual do restaurante com muitas ideias. Pintaram as paredes, modificaram os balcões, movendo-os, colocaram quadros de cantores e bandas da época 1960 e 1970, fizeram cortinas de disco long play, revestiram uma coluna com a mesma decoração, dentre outros, modificando o restaurante para melhor. Com as modificações feitas, nosso movimento, por enquanto, teve um acréscimo no faturamento de mais de 30%. Reiteramos nossos agradecimentos pelo projeto e desejamos sucesso a todos os alunos e em especial aos alunos AMANDA DE FARIA REBELO, VITORIA OLIVEIRA VALENTIM, RAFAEL CAMARGO, LEONARDO UEZATO E ADRIANO FERREIRO DE SOUZA. SÃO PAULO, 03/12/2015 Atenciosamente, __________________________________ RITA GIRON / VAGNER RODRIGUES