VIDA & SAÚDE 8 O herpes simples é uma infecção causada por um vírus da família dos vírus de herpes humano (HSV-1 e 2). Todos os vírus de herpes humano têm certas características para a infecção e têm a capacidade de estabelecer uma infecção latente (não manifesta, oculta) no homem. A transmissão se dá por contato direto de uma lesão infectada de um indivíduo para a pele ou mucosa de um indivíduo não infectado. A transmissão através de objetos contaminados é extremamente rara. Estima-se que o período de incubação (do contato até a manifestação da doença) seja de 13 a 14 dias, mas nem sempre os casos são sintomáticos (manifestam a doença). Por isso, a eliminação do vírus sem sintomas é comum entre os surtos de lesões, sendo, portanto, possível a transmissão da infecção na ausência de lesões. t DOENÇAS Um mal para toda a vida DIVULGAÇÃO JP O herpes simples (ou beijo de aranha) n Sábado e domingo, 15 e 16 de março de 2003 n Como o médico faz o diagnóstico? n Em geral, o diagnóstico é feito pela história e aspecto das lesões. Existem alguns exames que podem ajudar a confirmar o diagnóstico, sendo que, quando for utilizado material da lesão de pele, a coleta deve ser feita o mais precoce possível (de preferência nas primeiras 48 horas de evolução da doença). Como se trata? n Existem medicações antivirais (cremes, pomadas, comprimidos) seguras e efetivas para o tratamento da infecção primária e para infecções recorrentes (tanto no surto quanto para prevenção de surtos muito freqüentes). Quanto mais precoce for o início do tratamento, melhores são os resultados. Como se previne? n Evitar o contato direto com a lesão de herpes, que é contagiosa. Para surtos recorrentes, tentar associar com exposição solar, traumas locais, estresse, menstruação e alteração da imunidade. JORNAL DO POVO O herpes zoster (ou cobreiro) Ao contrário do herpes simples, o tipo zoster é uma doença decorrente da reativação do vírus da varicela (vírus varicela-zoster) em latência, que afeta adultos e pacientes com a imunidade comprometida. Causas diversas podem ocasionar uma reativação do vírus, causando a erupção do herpes zoster. Não existem evidências de que uma pessoa possa desenvolver herpes zoster como resultado do contato com paciente com varicela ou herpes zoster. Mas o contato direto com as lesões cutâneas pode resultar na transmissão de varicela a uma pessoa suscetível. Em geral, não há recorrência do quadro de herpes zoster; apenas 5% dos pacientes podem ter recorrência, usualmente no mesmo local. Qualquer pessoa que tenha tido varicela é suscetível de ter herpes. Em geral são adultos com mais de 50 anos e a incidência aumenta com a idade avançada. Também é mais comum em pessoas com doenças que alterem sua imunidade, como já descrito. Como se faz o diagnóstico? Como se origina o herpes, quais as suas variantes e as maneiras de combatê-lo Dá-se o nome de herpes às lesões localizadas, provocadas pelo vírus da catapora, o herpes vírus, que fica incubado em um músculo do corpo e se manifesta quando há uma queda na resistência imunológica da pessoa. A palavra herpes é derivada do grego herpein, que significa rastejar. Isto pode ser uma referência a uma característica única de todos os herpes vírus: viajar das terminações nervosas da pele para regiões centrais de agrupamentos de neurônios, os gânglios, onde permanecem inativos por tempo indeterminado. O HSV é um dos vírus de mais difícil controle e vem TRATAMENTO atacando a humanidade há milhares de anos. Tem distribuição mundial e é encontrado nas populações mais remotas. Não há vetores animais do vírus, sendo o homem o único reservatório. Existem dois tipos de herpes: o simples, mais comum, que não tem cura e aparece de vez em quando, e o herpes zoster, que só ataca uma vez e imuniza a pessoa. Ambos causam dor intensa, mas o herpes zoster provoca uma dor desesperadora, porque destrói o nervo onde está alojado. Essa dor persiste por meses e até anos, porque o nervo demora muito para se regenerar. Quando entra na célula do músculo, o vírus se reproduz rapidamente, destruindo as fibras nervosas. Os surtos de herpes do tipo simples duram de cinco a sete dias e do tipo zoster, de quatro a seis semanas. Quanto às medicações, as drogas clássicas são o acyclovir e derivados (valacyclovir, famcyclovir e pencyclovir), que podem ser usados via oral na infecção primária, nas recorrências e até nos períodos de latência. Há estudos que dizem que a duração e a freqüência das recorrências pode diminuir com terapia preventiva e até com terapia supressora, que consiste no uso do acyclovir continuamente por pelo menos três meses. A pomada de acyclovir parece não ser útil no tratamento. O primeiro creme a ser aprovado para as lesões é o pencyclovir, que diminui a duração dos sintomas e a dor. A FDA americana acaba de aprovar o uso do creme de docosanol para o uso no herpes orolabial. Quanto a doses e duração do tratamento, só o seu médico pode determinar o que é melhor para o seu caso. E lembre-se: você pode evitar transmitir o herpes que você já tem para uma outra pessoa, mas, para quem nunca teve contato com o vírus, qualquer prevenção pode ser uma utopia. n O aspecto das lesões é típico, em geral, para o diagnóstico de herpes zoster. Existe um exame de coleta do material da base da vesícula (bolha pequena) que é inespecífico, sendo os mesmos achados para a varicela, herpes simples e zoster. Como se trata? n As medidas sintomáticas auxiliam e são muito eficientes, principalmente, no alívio da dor. A terapia antiviral, em infecções não complicadas, acelera a cicatrização, reduzindo o número e dias de desenvolvimento de lesões novas e aliviando a dor do zoster. A terapia antiviral é útil se iniciada dentro das primeiras 72 horas depois do início das lesões de pele e pode ser de muita importância nos pacientes com mais de 50 anos ou imunocomprometidos. Como se previne? n Não existe prevenção até o momento.