O Mercado de Investimentos Imobiliários 2015/2016 1. Porque é uma boa opção investir em imóveis Seja empreendimentos residenciais, comerciais, terrenos ou loteamentos, imóveis são, historicamente, uma das formas mais tradicionais de investimento. Reflita: você conhece alguém rico que não tem ao menos parte do seu patrimônio investido em imóveis? Inicialmente, vamos citar alguns dos motivos irrefutáveis que fazem deste o investimento preferido dos mais abastados: Segurança Renda Todos necessitamos de um local para morar, um Que tal ganhar dinheiro sem precisar trabalhar para local para trabalhar, para fazer as compras do mês, banco, academia, clube do bairro e etc. Em todas as atividades da nossa vida, há sempre um imóvel envolvido. Sendo assim, mesmo na maior das crises, sempre existirá demanda por imóveis. Além disso, este tipo de investimento está imune à quebra de bancos e não pode ser congelado pelo governo, como a poupança. São sem dúvida a forma de investimento historicamente mais estável. isso? Investir em imóveis permite que você gere uma renda passiva, ou seja, uma espécie de salário que não depende do seu esforço. É muito mais sensato – economicamente – alugar um apartamento do que arcar com os altos juros da compra de um imóvel próprio. Por isso, sempre há pessoas à procura de um bom imóvel para alugar, e os dados demonstram que esta demanda raramente diminui em tempos de crise. 1. Porque é uma boa opção investir em imóveis Potencial de valorização Segundo números do IBGE, existe um déficit habitacional no Brasil de 5,5 milhões de residências (CBIC Dados, Fundação João Pinheiro;Déficit Habitacional no Brasil, 2015). Este fato, somado ao aumento populacional, gera um aumento consistente na demanda por imóveis. O efeito Multiplicação de Patrimônio deste aumento da procura é uma valorização dos Aplicando parte dos rendimentos adquiridos com imóveis existentes, pois as empresas do setor não imóveis na compra de outros imóveis, você gera possuem capacidade de produção para atender um toda a demanda. aumentando o seu patrimônio sem muito esforço. ciclo de multiplicação da sua riqueza, Esta estratégia já foi responsável por criar verdadeiros magnatas no setor imobiliário. Diversificação O investimento em imóveis é muito usado para diversificar o portfólio de investimentos e reduzir os riscos do investidor. Mesmo aqueles que preferem investir na bolsa de valores possuem ao menos parte de seu dinheiro alocado em imóveis; seja de forma direta, adquirindo um imóvel, ou indireta, através de fundos imobiliários. 1. Porque é uma boa opção investir em imóveis Os motivos apresentados nas últimas páginas são apenas algumas das razões pelas quais quase todo investidor qualificado possui recursos investidos em imóveis. Uma análise mais aprofundada dos números do setor também justificam a fama desta modalidade de investimento: O gráfico ao lado mostra a evolução do preço dos imóveis entre outubro de 2014 e outubro de 2015, bem como a variação do Índice Bovespa no mesmo período. Observe que, mesmo no momento frágil pelo qual passa a economia brasileira, o preço dos imóveis (em laranja) não sofreu os efeitos da redução no nível de renda e de crédito. Este gráfico reflete a resiliência usual do preço dos imóveis em tempos de crise, e esta solidez é uma grande vantagem do investimento imobiliário. Comparemos agora o preço dos imóveis com o valor do Índice Bovespa (em azul), que reflete a variação de preço das ações mais negociadas da bolsa brasileira: enquanto os preços do mercado imobiliário permaneceram constantes, o Ibovespa passou por alta volatilidade – inerente ao mercado de renda variável – e finalizou o período analisado com desvalorização de mais de 15% (em que pese uma momentânea recuperação em abril, devido às expectativas da divulgação do balanço auditado da Petrobrás). 1. Porque é uma boa opção investir em imóveis Da mesma forma, vamos analisar informações sobre o valor dos aluguéis. Usando os dados do preço do aluguel de apartamentos em uma área central de São Paulo, temos a seguinte variação de outubro de 2014 a outubro de 2015. Dentro do período analisado, o preço por m2 dos aluguéis iniciou em aproximadamente R$ 63,00, chegou a R$ 67,00 e finalizou a série próximo a R$ 60,00. Sendo assim, a queda no período foi de apenas 4,8%, contrastando substancial com a desvalorização pela qual passaram outros ativos, como por exemplo, ações. Gerar renda a partir do aluguel de imóveis pode ser um excelente negócio, e existem alguns casos famosos de como isso alavancou patrimônios e até mesmo a operação de algumas empresas. 1. Porque é uma boa opção investir em imóveis Por mais surpreendente que possa parecer, um dos mais notórios casos de sucesso do investimento imobiliário é o caso do McDonald’s (GROSS, Daniel. Forbes Greatest Business Stories of All Time, 1997. Editora Wiley). Apesar de ser uma rede de fast food, a empresa deve muito do seu êxito à estratégia de investir em imóveis. Tudo começa na década de 50, nos Estados Unidos, quando Ray Kroc, o lendário CEO do McDonald’s, deparou-se com o seguinte problema: era difícil encontrar franqueados com recursos suficientes para comprar o terreno e construir o restaurante. Então, um dos executivos da empresa, Harry Sonnerborn, teve a brilhante ideia de, com a ajuda de investidores, comprar o terreno, construir a loja e alugá-la para o franqueado. O aluguel seria pago com o fluxo da venda de hambúrgueres. Esta operação atingiu um nível tão significativo que Sonnerborn chegou ao ponto de descrever o McDonald’s como “uma empresa do setor de imóveis que vende hambúrgueres para que quem aluga os seus terrenos possa pagar o aluguel”. O formidável crescimento da rede só foi possibilitado pela estratégia imobiliária da empresa, e hoje 70% do resultado operacional do McDonald’s está atrelado às suas propriedades. Segundo o último balanço patrimonial, o valor dos imóveis da companhia totalizam incríveis US$ 39 bilhões. Não obstante a forte influência que o investimento em imóveis exerceu sobre o sucesso do McDonald’s, as vantagens do mercado imobiliário não são restritas apenas a grandes empresas. 2. A inflação e como ela pode afetar os seus investimentos O brasileiro é possivelmente um dos povos mais experientes no quesito ‘inflação’. A espiral inflacionária ocorrida entre o final dos anos 80 e início dos anos 90 devastou a economia e o poder de compra da população, e é uma das grandes responsáveis pela acentuada desigualdade social que observamos até hoje no nosso país. Muitos classificam a inflação como um aumento generalizado de preços. Esta definição, apesar de ser a mais comum, é equivocada. Mas então, o que é inflação afinal? Inflação é o aumento na quantidade de moeda e de crédito na economia. O aumento de preços é apenas a sua consequência mais visível. Quando o governo incorre em déficits, uma das suas formas de financiamento é através da emissão de mais dinheiro (via Casa da Moeda) e do aumento de crédito (através da diminuição dos dépositos compulsórios dos bancos). A inflação possui um elevado potencial destrutivo para a economia de um país, reduzindo o padrão de vida da população de duas formas: primeiro, através do do aumento de preços, que leva a uma elevação no custo vida; segundo, prejudicando o cálculo econômico do empreendedor, efeito gerado pela alteração não-uniforme dos preços, o que dificulta mensurar as demandas dos consumidores, gerando uma redução de qualidade dos produtos. O brilhante economista americano Murray N. Rothbard explica por quê: 2. A inflação e como ela pode afetar os seus investimentos “Ao criar lucros ilusórios e distorcer o cálculo econômico, a inflação suspenderá o processo – feito automaticamente pelo livre mercado – de penalização das empresas ineficientes e de recompensa das eficientes. Quase todas as empresas irão aparentemente prosperar. Essa atmosfera geral de “mercado propício ao consumo” levará a um declínio na qualidade dos bens e serviços ofertados aos consumidores, uma vez que os consumidores tendem a oferecer menos resistência a aumentos de preços quando estes ocorrem na forma de redução da qualidade.” O exemplo mais comum deste fenômeno citado por Rothbard é quando uma empresa sobrestima os seus lucros devido ao fato de que sua receita é auferida em valores atuais enquanto os seus custos foram registrados em uma época na qual o valor da unidade monetária era maior (e portanto, em valor absoluto, os seus custos foram menores do que seriam em valores atuais). Assim, quando a contabilidade indica que a empresa está aumentando os seus investimentos, é possível que esteja somente consumindo estes recursos. A ortodoxia econômica traz consigo a ideia de que bastam elevar os juros para controlar o aumento de preços. Como se pode perceber no Brasil atual, nem sempre isto é verdade. Apesar do aperto monetário levado a cabo pelo Banco Central entre 2015 e 2016, os preços continuam fora de controle, chegando a um aumento de 12,09% no acumulado dos últimos 12 meses. O economista Paulo Rabello de Castro explica onde está o erro: “O aumento dos preços não será enfrentado através do controle da demanda (via aumento do custo de capital). O problema a enfrentar é o excesso de governo, que gera demandas sem ofertas correspondentes, com gasto público e tarifas sempre indexadas, o que gera com que a sociedade exija a indexação da previdência, dos contratos e dos salários, deixando que apenas os preços no setor livre façam o duro e penoso ajuste, que nunca acabará.” 2. A inflação e como ela pode afetar os seus investimentos Em outras palavras, o elevado gasto governamental, que desvia capital do setor produtivo, é responsável pela indexação em cascata, que gera o aumento generalizado de preços. Além do impacto na economia, vejamos como a inflação afeta os seus investimentos. Como todos sabem, é muito importante considerar o efeito da inflação ao analisar a rentabilidade de um investimento, A poupança, por exemplo, muitas vezes oferece uma rentabilidade insuficiente para gerar qualquer ganho real. Se a inflação for maior do que a sua rentabilidade, você está, na verdade, perdendo poder aquisit ivo. Por outro lado, uma inflação alta tende a pressionar o Banco Central para aumentar a taxa Selic, o que pode impactar positivamente a rentabilidade dos seus investimentos em renda fixa. Para calcular o ganho real de um determinado investimento deve-se descontar a inflação do seu rendimento. Mas atenção! Não basta subtrair o índice de inflação da rentabilidade. A maneira correta de fazer isso é utilizando a formula à seguir: Onde: G = ganho real R = rentabilidade anual do seu investimento I = taxa anual de inflação As aplicações com rentabilidade atrelada a índices como IGP-M e IPCA podem ser bem úteis em um momento de inflação volátil ou em tendência de alta. O exemplo mais clássico são os títulos públicos conhecidos como Tesouro IPCA (antiga NTNB). A seguir, vamos tratar de por que investir em imóveis é uma excelente forma de proteger o seu patrimônio da inflação. 3. Analisando o mercado imobiliário Com o desenvolvimento dos mercados, surgem novas maneiras de investir seu dinheiro. Até mesmo em um dos setores mais tradicionais – o mercado imobiliário – a inovação está presente. Abordaremos a seguir as vantagens e desvantagens, bem como as características intrínsecas de cada forma de investimento, para que você possa escolher aquele que melhor se adapta aos seus objetivos e necessidades. Investimento direto em imóveis Existem variadas estratégias de investi-mento direto em imóveis. Comprar imóveis na planta para posterior revenda, apartamentos de aluguel, gestão ativa de imóveis são algumas das mais frequentes. Entretanto, a modernização da economia trouxe consigo o desenvolvimento de novos produtos ligados ao mercado imobiliário – sobre os quais você vai ler na sequência – que permitem tirar vantagem de ganhos de escala e que reduzem substancialmente a burocracia, dessa forma oferecendo melhores rentabilidades sem a mesma demanda de esforço e tempo. Assim, o investimento direto em imóveis deixa de ser tão atrativo quanto no passado. O gráfico ao lado mostra a valorização no preço de imóveis residenciais na cidade de São Paulo de janeiro de 2008 a janeiro de 2016. 3. Analisando o mercado imobiliário Perceba que, durante o período analisado, os preços dos imóveis triplicaram. Contudo, observe também que vivemos um momento no qual a valorização está em processo de estagnação, e deve em breve apresentar tendência de queda. Por que acreditamos numa tendência de queda? Entre os maiores motivos desse comportamento, cita-se o esgotamento do modelo de crédito imobiliário brasileiro, baseado em FGTS e poupança. Em consequência disso, especialistas do setor imobiliário – como Marcio Fenelon, da consultoria Empiricus Research – são quase unânimes em afirmar que os últimos frutos da velha estratégia do “comprar e esperar valorizar” já foram colhidos. Isto posto, considero que ainda é possível lucrar com o investimento direto em imóveis através de estratégias mais complexas e mais laboriosas como, por exemplo, a gestão ativa. Este método já é largamente utilizado, porém a sua aplicação é mais recomendada a empresas do setor imobiliário do que a investidores pessoa física, devido à necessidade de administração constante e à demanda por recursos. Mas afinal, o que significa ‘gestão ativa’? A gestão ativa de imóveis consiste em formas de adicionar valor a um imóvel mudando alguma característica deste. O melhor exemplo é a compra de um apartamento em más condições, seguida da reforma e da alienação do imóvel. Ou até mesmo o processo de se comprar um terreno, construir um imóvel e proceder com a venda do ativo. Esta estratégia está menos sensível a fatores externos, e por isso pode trazer lucros ao investidor mesmo neste cenário de economia instável e de queda nos preços dos imóveis. Não obstante a isso, esta forma de investimento carece da praticidade almejada pelo investidor comum. 3. Analisando o mercado imobiliário Fundos imobiliários Os fundos imobiliários surgiram como grandes Os fundos imobiliário são condomínios de investidores estrelas no início desta década, porém já não são que aplicam os recursos dos seus cotistas em imóveis ou mais unanimidade. Apesar de possuir as indiscutíveis títulos financeiros imobiliários. vantagens Grosso modo, um fundo imobiliário é uma união de características capazes de afastar o investidor mais investidores que juntam os seus recursos para adquirir investimentos os quais não teriam capacidade de adquirir sozinhos. Este investimento pode ser, por exemplo, um prédio comercial, um shopping, uma agência bancária, um citadas no parágrafo anterior, esta modalidade de investimento apresenta algumas conservador. O investimento em fundos imobiliários pode ser mais arrojado do que outras modalidades de investimento hospital e até mesmo uma universidade. em imóveis pelo fato de o valor da cota do fundo ser Os rendimentos dos fundos imobiliários são provenientes forças de oferta e demanda, taxa de juros, câmbio e da alienação, aluguel ou arrendamento de imóveis; são condições do mercado imobiliário. mensais e são isentos de imposto de renda, sendo estas as grandes vantagens dos fundos imobiliários, juntamente volátil. As cotações estão sujeitas a influências das Existem vários casos de fundos que experienciaram com a liquidez diária (os fundos são cotados em bolsa). uma profunda desvalorização no valor das suas cotas, Vale ressaltar que a insenção de IR é apenas para os como de maior risco, se comparado ao risco que o rendimentos mensais; se você auferir ganhos de capital senso comum costuma atribuir ao investimento quando vender a sua cota, a tributação de 20% incide imobiliário de forma geral. normalmente. e por isso, este produto de investimento é percebido 3. Analisando o mercado imobiliário Veja, por exemplo, o gráfico abaixo. Ele demonstra o comportamento de um dos fundos mais negociados da bolsa, o Maxi Renda (MXRF11). No período observado, a cotação foi de mais de R$ 110,00 em fevereiro de 2013 a R$ 65,00 em janeiro de 2014. Afora a alta volatilidade, o fundo imobiliário sempre está sujeito a riscos de vacância e inadimplência, assim como o investimento direto em imóveis de aluguel. Portanto, desconfie daqueles que tentam lhe convencer de que os fundos imobiliários são mais seguros que as outras modalidades de investimento no setor. Apesar dos riscos citados, boas escolhas de fundos imobiliários podem gerar um robusto fluxo de renda mensal para complementar a sua renda. Sugerimos consultar um consultor ou gestor especializado antes de investir. 3. Analisando o mercado imobiliário Ações Indiretamente, é possível investir no mercado imobiliário através de ações, comprando papéis de empresas do setor. A possibilidade de escolha é grande: varia desde empresas controladoras de shopping centers, passando por incorporadoras, até companhias cujo business é o trade de terras agriculturáveis. Nesta modalidade, assim como nos fundos imobiliários, é possível ganhar duplamente: além do recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio, pode-se obter ganhos de capital com a venda dos papéis. A BOVESPA possui até mesmo um índice que mede o comportamento das ações de empresas ligadas à atividade imobiliária, o IMOB. O setor tem sido castigado pelo momento da economia brasileira, como mostra o gráfico à seguir, que compara o comportamento do Índice BOVESPA (Ibovespa, em vermelho) com o IMOB (em azul) entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015. 3. Analisando o mercado imobiliário É possível observar que, apesar de a trajetória do Índice Imobiliário acompanhar a do Ibovespa, a desvalorização do primeiro é mais acentuada. A escassez do crédito, elevação dos juros e a redução do poder de compra da população se refletem de forma clara no mercado imobiliário, e coloca as empresas do setor em uma situação difícil. Todo esse ambiente negativo se reflete no preço das ações dessas companhias, gerando excelentes oportunidades de compor carteira comprando-se os papéis enquanto estão subvalorizados. É um momento de oportunidades no mercado de ações, mas a escolha dos papéis deve ser cuidadosa por conta dos riscos envolvidos. Vou citar aqui alguns exemplos; apenas deixamos claro que não estamos recomendando a compra de nenhuma dessas ações, mas apenas citando-as para fins didáticos. Segue a recomendação de sempre: consulte um especialista antes de investir. As ações que compõe o IMOB estão divididas em três grupos: construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis. No campo da construção civil, temos o maior número de empresas, como por exemplo a Rossi, Tecnisa e Cyrela. As vantagens de se investir nessas empresas está no potencial de ganho: além de surfarem a onda de uma valorização do mercado imobiliário como um todo e do fluxo de capital estrangeiro para a bolsa brasileira, os preços das ações também são influenciados por ganhos de eficiência operacional e do crescimento da companhia. 3. Analisando o mercado imobiliário Algumas dessas ações, entretanto, estão com uma performance um tanto quanto negativa. O caso mais emblemático é o da PDG Realty. Observe o comportamento das ações da companhia nos últimos 12 meses: O preço das ações foi de R$ 41,30 em dezembro de 2014 para R$ 1,81 em dezembro de 2015, experimentando incríveis 95,6% de desvalorização. A razão da sobrenatural desvalorização de PDG é sistêmica no mercado acionário ligado a real estate: o excesso de alavancagem. As dívidas da companhia estão em um nível tão elevado que a Standard & Poors rebaixou o rating da empresa de B- (altamente especulativo) para CCC- (risco substancial de crédito) em Agosto de 20151. Como último recurso, a PDG Realty contratou o banco Rothschild para assessorá-los com a reestruturação da dívida. A Rossi também passa por situação semelhante: a empresa acabou de perder o grau de investimento após rebaixamento da agência Fitch, e também contratou assessores para reestruturar a sua dívida de R$ 2,5 bilhões. Além dessas companhias, há também aquelas que aparentemente continuam com uma operação saudável, com dívida controlada, mas que foram prejudicadas por fatores conjunturais no cenário macroeconômico. É o exemplo da Tecnisa, cuja ação caiu pela metade em 2014 e passou por mais uma desvalorização 30% em 2015. 3. Analisando o mercado imobiliário Também no grupo das empresas penalizadas pelo momento de mercado, a Eztec perdeu 35,3% do seu valor de mercado durante este ano, mas reportou números sólidos, incluindo um ROE de 15,5% e um lucro líquido de R$ 105 milhões (apenas 16% menor do que no ano anterior, o que é considerado uma vitória diante da desaceleração do setor), e é a mais recomendada por analistas para um horizonte de médio a longo prazo. Outra forma de se investir no mercado imobiliário através de ações é o posicionamento em empresas do setor de shopping centers, como é o caso da Iguatemi, da Multiplan, da BR Malls e da Aliansce. Estas empresas possuem como core business a locação de espaços para lojas nos seus shoppings. A BR Malls, por exemplo, possui participação em mais de 50 empreendimentos, e além de locar espaços, também atua no ramo de comercialização de unidades dentro dos shopping centers, aproveitando-se do seu relacionamento com os lojistas. A companhia negocia muito abaixo do seu valor patrimonial, mas este desconto nada mais é do que a precificação das dificuldades conjunturais. O setor atualmente passa por um momento de maturação e acomodação. Foram lançados 38 novos shoppings em 2013, 25 em 2014 e, até o fechamento deste texto, outros 18 foram lançados em 2015. A tendência é que, com a crise em curso, as empresas do ramo busquem oportunidades pontuais de expansão – como reformas e pequenas aquisições – em detrimento de estratégias mais agressivas de crescimento. Além disso, durante a época de forte expansão do varejo, muitos shoppings foram construídos em regiões de baixo potencial comercial, e muitos desses deverão em breve encerrar suas operações. Portanto, é um setor que, após forte crescimento, encontra-se em um período de acomodação, de redefinição de estratégias e de seleção natural dos players mais eficientes. 3. Analisando o mercado imobiliário Com isso, o investidor que souber identificar corretamente as melhores empresas do setor pode estar diante de uma boa oportunidade de upside (valorização) para quando chegar o esperado momento de recuperação da economia brasileira. Segundo reportagem de “O Financista”, o Goldman Sachs revisou as recomendações para as empresas do setor de shopping center. Com o objetivo de se defender dos efeitos da crise, o banco considerou principalmente o potencial de resiliência das empresas. No seu relatório, o Goldman revisou de ‘neutra’ para ‘compra’ a recomendação para as ações da Multiplan, destacando a alta liquidez, baixo endividamento e a resistência do caixa da companhia como pontos fortes. Para as ações da BR Malls e Iguatemi o banco recomenda posição neutra, pois considera que os papéis já se encontram no seu preço justo. A recomendação para Aliansce foi revisada de ‘neutra’ para ‘venda’, citando a deterioração dos resultados da empresa somada ao alto endividamento como principais fatores negativos para recomendar a saída do investimento. Terceiro grupo a compor o IMOB, as empresas de intermediação imobiliária passam por dificuldades neste cenário recessivo. Em relatório recente do Bradesco BBI2, a Brasil Brokers, maior empresa do ramo, recebeu a recomendação negativa de ‘underperform’, ou seja, foi classificada como uma companhia com performance abaixo da média do mercado. No demonstrativo de resultados do terceiro trimestre de 2015, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 5,6 milhões e uma queda de 29,3% da receita líquida em relação ao terceiro trimestre de 2014. Aparentemente, as melhores oportunidades do investimento imobiliário através de ações estão no grupo de empresas gestoras de ativos imobiliários, como as controladoras de shopping centers. Entretanto, estes são ativos de alto risco, que carregam a possibilidade de perda substancial de capital. A avaliação deve ser meticulosa e o investidor deve estar ciente de todos os riscos antes de investir. 3. Analisando o mercado imobiliário Crédito imobiliário Ativos financeiros permitem que você invista no mercado imobiliário com uma rentabilidade interessante. Estamos falando dos títulos de renda fixa lastreados em créditos imobiliários, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários e Letras Hipotecárias (LH). A rentabilidade desses títulos é ainda mais favorecida por contarem com a isenção de imposto de renda para pessoa física. Entretanto, o ex-ministro Joaquim Levy já vinha sinalizando que esses títulos devem ser as próximas vítimas do imposto de renda. Mas enquanto isso não ocorre, esta é uma grande vantagem dos títulos de crédito imobiliário. Vamos abordar cada um deles: LCI: As Letras de Crédito imobiliário nada mais são As rentabilidades podem chegar até 100% do CDI, mas do que títulos emitidos por bancos para financiar como são isentas de IR, a remuneração líquida pode empresas do ramo imobiliário. Ao investir em uma superar o CDB. Além de isenção de IR, elas são LCI, você está emprestando dinheiro ao banco para garantidas que ele, por sua vez, empreste dinheiro para o setor Garantidor de Crédito (FGC), para as pessoas físicas. de habitação. É uma aplicação muito parecida com Por ser um investimento de baixo risco, é indicado um CDB, com a diferença de possuir lastro no crédito para investidores mais conservadores. imobiliário. As aplicações mínimas variam conforme o emissor, mas normalmente não é possível encontrar opções por menos de R$ 10 mil; as LCIs da Caixa Econômica Federal, por exemplo, só podem ser adquiridas a partir de R$ 30 mil. em até R$ 250.000,00 pelo Fundo 3. Analisando o mercado imobiliário CRI: Certificado de Recebíveis Imobiliários é um título LH: emitido por securitizadoras que consiste em uma emprestam dinheiro ao Sistema Financeiro de promessa de pagamento. Ou seja, ao investir em um Habitação (SFH), as letras hipotecárias são títulos de CRI, você está adquirindo o direito de receber o fluxo renda fixa lastreados por créditos garantidos por de hipoteca. Em outras palavras, este título nada mais é pagamentos de um tomador de crédito Emitidas companhias hipotecárias, sociedades de crédito IPCA ou TR, e podem ser extremamente atrativas: imobiliário, entre outros, para captar recursos com a alguns títulos chegam a pagar IGP-M + 9% ao ano. finalidade de financiar certas linhas de crédito. das LCIs, os CRIs não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito. Até pouco tempo, os CRIs eram normalmente oferecidos a investidores qualificados por possuírem aplicações mínimas na casa dos R$ 300 mil, mas recentemente novos títulos com preço unitário mais baixo começaram a surgir. Além disso, para os investidores menores, é possível investir em CRI usado por que rentabilidades usualmente estão atreladas ao IGP-M, diferentemente instrumento financeiras do existe um risco de crédito associado. Ademais, um instituições imobiliário, como incorporadores e imobiliárias. As Entretanto, a liquidez desses títulos é pequena, e que por bancos, As aplicações iniciais são altas – geralmente acima de R$ 20 mil – e as rentabilidades normalmente estão atreladas a um indexador, como CDI, TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) ou TR (Taxa Referencial). Você provavelmente não irá investir diretamente em Letras Hipotecárias, mas quando você investir em algum fundo que aplique em títulos lastreados em créditos imobiliários, provavelmente as LHs farão parte da composição do fundo. indiretamente comprando cotas de certos fundos Assim como as CRIs, as LHs não possuem garantia do imobiliários que aplicam somente em recebíveis FGC. imobiliários. 3. Analisando o mercado imobiliário Crowdfunding: Com o advento e a massificação da internet, foram derrubadas limitações práticas que barravam o surgimento de novos modelos de investimento mais pulverizados, mais simplificados, e mais rentáveis. Símbolo deste novo paradigma, o conceito de crowdfunding desenvolveu-se primeiramente como doações coletivas, através de plataformas como o Kickstarter e o Catarse. Em um segundo momento, tornou-se possível realizar investimentos via crowdfunding, como é o caso do Seedrs e do Crowdcube, ambos plataformas de investimento coletivo em pequenas empresas e startups. Porém, o maior impacto da aplicação do conceito de crowdfunding foi gerado no setor imobiliário. Tanto nos Estados Unidos (onde o crowdfunding sozinho injetou US$ 1 bilhão no setor imobiliário em 2014) como na Europa, surgiram diversas iniciativas para explorar esse mercado, como o Fundrise, a Prodigy Network e o Property Crowd, e o setor vem crescendo a um ritmo assustador. Exemplo mais notável do sucesso do modelo, o maior edifício da Colômbia, o BD Bacatá, teve a sua construção financiada exclusivamente via crowdfunding, tendo captado mais de US$ 170 milhões. Atualmente, o Fundrise está captando recursos para a construção da terceira torre do complexo do World Trade Center, em Nova York. O conceito é simples: tornar o investimento imobiliário acessível a todos. Em outros tempos, investir na incorporação de um empreendimento era algo restrito a grandes investidores, pois o investimento mínimo superava os seis dígitos. Somado a isso, toda a burocracia envolvida tornava impeditivo comum. Através esta rentável do o investimento crowdfunding, modalidade de estendido a todos. ao o investidor acesso investimentos a é 3. Analisando o mercado imobiliário O URBE.ME é a primeira plataforma brasileira do segmento. Com investimentos a partir de apenas R$ 1 mil, Segurança: ao investir você adquire um título de você adquire um título que lhe confere uma dívida, na forma de um contrato de mútuo. Dessa participação no valor geral de vendas de um forma, você vira credor – e não sócio – do empreendimento empreendimento, tendo a vantagem de que, no caso imobiliário. Como o modelo elimina vários intermediários, as rentabilidades de insolvência da incorporadora, você poderá reaver o que valor investido. Além disso, este contrato é executável são repassadas ao investidor possuem potencial de serem superiores às das outras formas extrajudicialmente, e portanto ele lhe garante o de investimento em imóveis. recebimento do seu investimento. O modelo é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Confira na página de cada projeto as rentabilidades órgão regulador do mercado de capitais. estimadas, bem como os riscos da oferta, antes de investir. As grandes vantagens deste modelo são as seguintes: Praticidade: o investimento é feito 100% online e confirmado através de TED bancária, sem a burocracia usual. É o mesmo investimento imobiliário de sempre, porém mais prático, sem precisar se incomodar com a obra ou se preocupar com o inquilino. Rentabilidade: a partir do crowdfunding, é possível ter acesso a investimentos antes restritos apenas aos grandes investidores, com a tradicional segurança do mercado imobiliário. Os resultados das vendas do empreendimento serão apurados trimestralmente, e você receberá a sua participação diretamente na sua conta. 3. Analisando o mercado imobiliário Em relatório1, recente imobiliário no Brasil, o guru Marcio do investimento Fenelon, citou o esgotamento do modelo de investimento no qual o investidor adquire um apartamento para aluguel Existem oportunidades de ganho em todas as formas de investimento imobiliário. Porém, algumas demandam mais conhecimentos específicos do que outras, como é o caso do mercado acionário. visando a construir uma fonte de renda mensal. O Além disso, os riscos e potenciais rentabilidades de especialista apontou as vantagens de se investir no cada produto são específicos de cada modelo. Você nível do desenvolvedor (incorporador), demonstrando deve escolher aquele que apresenta a melhor relação numericamente a superioridade das rentabilidades de risco e retorno dentro do seu perfil de risco e nível desta segunda opção. de conhecimento. Através do crowdfunding, o investidor pode ter acesso Lembre-se que a diferença entre o bom e o mau a esta modalidade de investimento diretamente com o investidor está nas escolhas de como alocar os seus desenvolvedor recursos, e o acerto na alocação fará toda a diferença sem precisar de fato incorporar. Baseado nos exemplos dos Estados Unidos e Europa, a tendência é que, devido às suas inúmeras vantagens, o crowdfunding aos poucos ganhe fatias significativas do mercado que anteriormente pertenciam a outras modalidades de investimento. 1. Você pode acessar o relatório clicando aqui. no tamanho de seu patrimônio no longo prazo. [email protected] - [email protected] - (51) 3276.9631 Av. Osvaldo Aranha, 790 – Porto Alegre - RS