Carreira Policial Prof. Amilton Küster Noções de Macroeconomia 1

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Noções de Macroeconomia
Produto Agregado é a soma de todos os bens e
NOÇÕES DE MACROECONOMIA
Aula 3
serviços
produzidos
na
economia
durante
um
determinado período de tempo.
Como há diferentes tipos de produtos, para obter
4. Conceito e finalidade da macroeconomia.
Macroeconomia é a parte da economia que estuda
os fenômenos que afetam a economia como um todo,
esse somatório é necessária a utilização de um
denominador comum: a moeda adotada em um país.
Então o produto de um país sempre é calculado em
envolvendo:
•
O consumo das famílias,
•
Os investimentos das empresas,
•
Os gastos do governo,
•
A inflação
•
O mercado de trabalho.
distribuição do produto e da renda gerados pela
atividade econômica, a partir de um fluxo contínuo
que se estabelece entre os chamados agentes
macroeconômicos:
Famílias,
•
Empresas,
•
Governo e
•
Resto do mundo.
Como o valor do produto final já inclui os valores
dos produtos intermediários neles incluídos, ao se
considerar todos os bens produzidos, inclusive os
O estudo macroeconômico trata da formação e
•
unidades monetárias.
intermediários comete-se o erro da múltipla contagem, ou
seja, somando várias vezes o insumo (recursos
materiais utilizados na produção) ao longo do processo
produtivo.
Para contornar isto, somam-se apenas os bens e
serviços FINAIS.
Assim: PIB é igual ao somatório das quantidades
dos produtos e serviços multiplicados pelos seus
respectivos preços médios de mercado.
Existe
um
procedimento
para
se
contabilizar o produto, não pela soma direta dos bens e
Esse fluxo (Fluxo Circular da Renda - Riqueza)
serviços finais produzidos.
precisa ser periodicamente medido, para se avaliar o
desempenho da economia no período.
Este procedimento é a soma do Valor Adicionado
ou Agregado.
Essa mensuração informa o valor do Produto
Interno Bruto (PIB).
Valor Agregado, ou Valor Adicionado (VA), é o valor
que se adiciona ao produto em cada estágio de
5. PIB - Produto Interno Bruto
É o valor de todos os bens e serviços finais,
produzidos no território nacional (em uma economia) num
produção. Quando somamos o Valor Adicionado ou
agregado de cada estágio temos o produto final da
economia.
dado período, avaliado a preço de mercado.
VA = VBP – CI.
Mede o desempenho da economia pelo fluxo anual
de produção.
Onde VBP é o valor bruto de produção (incluindo
Impostos incidentes sobre os Produtos), e CI é o
A medição do PIB pode ser feita de acordo com três
métodos
consumo de bens e serviços adquiridos de outras
unidades produtivas.
Independente do método, todas as medidas serão
5.1.2 Método da Renda Agregada (Y)
iguais, ou seja, teremos apenas um PIB para um
determinado país.
A Renda Agregada representa a remuneração dos
fatores de produção na economia. São os salários
5.1 Métodos da medição do PIB
5.1.1 Método do Produto Final
Utilizando-se este método o PIB é obtido pela soma
dos valores, a preços de mercado, de todos os
produtos finais (bens e serviços) produzidos na
economia durante determinado período de tempo.
Este método está vinculado a um dos conceitos
básicos da macroeconomia: Produto Agregado.
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alternativo
(remuneração do fator trabalho), juros (remuneração do
capital monetário), lucros (remuneração do risco incorrido
pelo empresário) e aluguéis (remuneração do proprietário
do
capital
físico).
Se
considerarmos
o
governo,
acrescentaríamos à Y (Renda Agregada) os Tributos
líquidos de subsídios (remuneração do governo).
PIB = Y = (Salários, Juros, Lucros, Aluguéis,
Impostos Indiretos Líquidos de Subsídios).
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¾ Produto Nacional Bruto (PNB): É o valor da
5.1.3 Método da Despesa Final ou Agregada (DA):
O método da Despesa final ou Agregada (DA)
realizada pelos agentes econômicos representa as
possíveis destinações do produto, que são:
•
produção elaborada por fatores de produção nacionais,
não importando a localização geográfica da produção.
¾ Produto Interno Bruto (PIB): É o valor monetário
total dos bens e serviços finais produzidos por uma
economia, em um determinado período, exclusivamente
Absorção Interna:
C - Consumo das Famílias
dentro fronteiras geográficas do País, independente da
I – Investimentos
origem de propriedade dos fatores de produção.
Países como o Brasil – onde há uma participação
G - Gastos Governamentais
•
significativa de empresas e investidores estrangeiros na
Absorção Externa:
geração do produto – tem PIB superior ao PNB.
Exportações Líquidas de Bens e Serviços (X-M)
Considera-se
ainda
a
Variação
de
Estoques
(Diferença entre estoques finais e iniciais) e deduz-se a
Nos EUA o PNB é maior que o PIB porque muitas
empresas norte-americanas atuam em outros países.
importação de bens.
5.3 – Renda Enviada e Recebida do Exterior
PIB = DA = C + I + G + (X–M)
Os conceitos de Produto, Renda e Despesa
Os conceitos de Renda Enviada ao Exterior (REE) e
Renda Recebida do Exterior (RRE) são utilizados para
são equivalentes.
Em cada etapa do processo produtivo, o valor
agregado, ao excluir do produto o gasto com insumos
fazer o ajuste entre os números do PIB e do PNB.
Assim:
•
intermediários, nada mais é do que a remuneração dos
A Renda Enviada para o Exterior (REE) indica a
fatores de produção, isto é, salários, juros, lucros,
contribuição dos fatores de produção de não-
aluguéis e tributos.
residentes ao Produto.
•
A igualdade entre produto e despesa agregada
decorre
das
possíveis
destinações
da
produção
A Renda Recebida do Exterior (RRE) indica a
contribuição
agregada.
de
residentes
no
exterior
ao
produto do resto do mundo.
Essas relações podem ser entendidas com base
Então:
no fluxo circular da renda.
PNB = PIB + RRE – REE.
PIB = PNB – RRE + REE.
Ao produzir os bens e serviços a serem fornecidos
às famílias, as empresas utilizam os fatores de produção
5. 4 Produto Nominal
fornecidos pelas famílias.
Ao serem utilizados, os fatores são remunerados,
O PIB nominal é uma medição da produção física de
permitindo às famílias auferir uma renda que é destinada
uma
economia
e
é
representada
pela
à aquisição de bens e serviços produzidos pelas
multiplicada por um índice de preços (P):
letra
Q,
PIB nominal = P x Q.
empresas ou à poupança, que se converte contabilmente
Então o PIB nominal pode resultar de duas situações:
em Investimentos.
5. 2 Identidade macroeconômica básica
PIB = D = Y
PIB = D: A despesa agrega as possíveis destinações
do produto.
Da elevação dos preços ou
•
Da elevação da quantidade produzida.
Rearranjando esta expressão temos:
P (preço) = PIB/Q (Quantidade produzida)
Com este rearranjo P transforma-se na representação
PIB = Y; A adição de valores, em cada etapa de
produção, corresponde exatamente à remuneração de
fatores.
•
de um índice de preços conhecido como “Deflator de
preços implícito”.
Sabemos que atualmente a economia brasileira está
Lembrando:
crescendo em torno de 6% ao ano, isso significa que o
PIB no ano de 2008 está apresentando um crescimento
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neste percentual, em relação ao seu desempenho de
componente de demanda os gastos realizados por não-
2007.
residentes na aquisição de bens e serviços produzidos
localmente, ou seja, as exportações.
5.5 Produto Bruto e Produto Líquido
Por outro lado, deve-se incorporar ao total de bens e
Ao longo do tempo o estoque de capital de uma
serviços comprados do resto do mundo, isto é, as
economia se deteriora e/ou se torna obsoleto. A essa
importações. O equilíbrio entre oferta e demanda passa
perda
a ser representado por:
de
valor
econômico
é
dado
o
nome
de
Depreciação (D).
Y+ M = C + I + G + X Equação (2)
O valor do produto total de uma economia recebe o
Ou
nome de Produto Bruto.
Y = C + I + G + X – M. Equação. (3)
Quando se desconta a Depreciação (D) do Produto
Bruto, temos o valor do Produto Líquido.
5.8 Fontes de recursos para investimentos e déficit
Então:
público
PL = PB – D
Em uma economia aberta as fontes de recursos para
a realização de investimentos são:
5.6 Custo de Fatores e Preços de mercado.
O produto de uma economia pode ser medido a partir
a)
Poupança privada (S).
b)
Poupança do governo T (tributos) – G (gastos
de dois conceitos econômicos: A custo de fatores ou a
preços de mercado.
de governo).
c)
Poupança externa (M – X).
Custo de fatores é o valor monetário necessário
para remunerar os fatores de produção, e corresponde
ao preço que precisa ser praticado na ausência do
agente econômico “Governo”.
5.9 Conceito de Déficit Público:
Ocorre Déficit Público quando os gastos do governo
são superiores ao total arrecadado em tributos e ele
Preços de mercado é o valor monetário necessário
para remunerar os fatores de produção, inclusive os
impostos indiretos (II) cobrados e os subsídios (S)
precisa ser financiado por um excesso de poupança
privada ou pela ocorrência de poupança externa positiva.
Quando a poupança externa é negativa (Sai mais
concedidos pelo Governo.
recursos do que entra), os agentes privados terão de
Assim:
poupar mais do que investem.
Ppm = Pcf + II - S
6. - Taxa de Juros e Investimento
5.7 Demanda agregada e Equilíbrio.
A expectativa de lucro é a variável que irá
O total demandado pelos agentes econômicos
(Famílias, Empresas, Governo e Resto do mundo) em
um
determinado
período
denomina-se
determinar a decisão de investir por parte das empresas
privadas, e esta expectativa baseia-se na taxa de juros.
Demanda
Agregada.
Mas, o que é taxa de juros? Como ela determina
o nível de investimentos privados no sistema econômico?
A taxa de juros é o preço da moeda – É o
Em uma economia fechada o agente econômico “resto
do mundo” não atua.
valor que recebemos por efetuarmos uma aplicação de
O gasto das famílias na aquisição de bens e serviços
recursos em um determinado período de tempo ou o
denomina-se consumo (C). O gasto das empresas é
valor
denominado Investimento (I), e os gastos do governo na
empréstimos, por exemplo.
aquisição de bens e serviços é representado por (G).
Quando a economia está em equilíbrio, temos:
Y= C + I + G. Equação (1)
Onde Y representa o produto ou renda da economia.
Em um sistema econômico aberto, a igualdade é
que
pagamos
por
contrair
recursos
como
A definição da taxa de juros básica ou taxa Selic
(Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia dos
Títulos Públicos) é estabelecida pelo governo. A partir
desta taxa primária, as demais taxas do sistema
financeiro são formadas.
alterada. Em primeiro lugar devem-se incorporar como
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Mas não é apenas a taxa Selic que determina os
juros cobrados, por exemplo, pelos bancos.
Basicamente as taxas de juros do sistema
Noções de Macroeconomia
6.2 Conselho Monetário Nacional
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão
deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao
CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das
financeiro estão relacionadas com:
a) Taxa Básica Selic (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia dos Títulos Públicos) – discutiremos melhor a
taxa Selic no item sobre o Copom (Comitê de Política
políticas monetária, cambial e creditícia; regular as
condições de constituição, funcionamento e fiscalização
das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos
de política monetária e cambial.
Monetária);
b) O risco e prazo das operações – Quando há um
cenário de crise, no qual empresas passam dificuldades
e o desemprego é elevado, o risco de liberar crédito é
O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da
Fazenda (Presidente), pelo Ministro de Estado do
Planejamento e Orçamento e pelo Presidente do Banco
Central do Brasil (BACEN). Os serviços de secretaria do
mais alto, logo a taxa de juros será maior;
c) Concentração do sistema bancário – quanto mais
CMN são exercidos pelo BACEN.
concentrado for o sistema bancário de um determinado
7. Política Cambial
país, maior será a taxa de juros cobrada pelos bancos.
Percebemos que as políticas fiscal e monetária
Neste contexto, o nível de investimento em um
país é inversamente proporcional à taxa de juros, ou seja,
quanto maiores forem os juros, menor será o nível de
investimento e vice-versa. Com isso, a decisão de investir
procuram atuar sobre o nível de atividade econômica
como as questões de crescimento econômico, mercado
de trabalho, consumo, gastos públicos etc.
A
depende da taxa de juros em vigor.
Política
Cambial
têm
como
objetivo
a
administração da taxa de câmbio e o controle das
6.1 – Taxa SELIC e COPOM (Comitê de Política
operações cambiais, buscando o equilíbrio das contas
externas a partir das relações com o resto do mundo.
Monetária)
Vimos na Política Monetária que a taxa de juros
O SELIC é um sistema eletrônico de custódia e
liquidação
dos
títulos
e
depósitos
interfinanceiros
é o preço da moeda (Real – R$). O preço de uma outra
moeda – em relação à nossa – é a taxa de câmbio.
administrado pelo Banco Central do Brasil.
Quando falamos em Política Cambial, estamos
A taxa Selic é considerada a taxa básica (custo inicial
do dinheiro) porque é usada em operações entre bancos
e, por isso, tem influencia sobre os juros de toda a
economia, ou seja, é a taxa primária do sistema
tratando principalmente da moeda americana, o dólar
(US$).
O Dólar é a moeda de utilização no âmbito
internacional
financeiro.
A partir dela os bancos também definem quanto
cobram em empréstimos a empresas e pessoas físicas. A
exportação,
importação,
transferências, remessas de lucros, empréstimos em
bancos no exterior etc.
Então, quando falamos em Política Cambial
meta da taxa Selic é definida em reuniões periódicas do
estamos falando na relação entre Real (R$) e Dólar
Copom.
Quanto maior for a taxa de juros, menor será o
nível
para
de
investimento
e
vice-versa,
ou
seja,
(US$).
o
investimento é inversamente proporcional à taxa de juros.
Em um cenário de Política Monetária Restritiva, onde os
juros são altos, o investimento privado reduzirá.
8 - Inflação
Independente de qual seja a teoria ou enfoque
adotado para explicar esse fenômeno macroeconômico,
o conceito de inflação é o aumento contínuo e
O Copom foi instituído em 1996 com o objetivo
generalizado dos preços. Os movimentos inflacionários
de estabelecer as diretrizes da Política Monetária com
são precedidos de aumentos contínuos de preços, e não
maior transparência no processo de tomada de decisão
podem ser confundidos com aumentos esporádicos de
dos agentes econômicos
preços, devido a flutuações sazonais.
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O que precisamos entender é como se desencadeia
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“imposto” (imposto inflacionário), pois “suga” parcela do
um processo inflacionário, ou seja, quais são as causas
rendimento mensal.
da inflação.
b) Balança Comercial: Encarece o produto nacional,
a) Inflação de Demanda: Ocorre quando a demanda
agregada supera a oferta agregada. Para combater a
inflação de demanda as autoridades monetárias podem
utilizar instrumentos que provoquem uma redução na
demanda agregada – redução nos gastos do governo,
aumento carga tributária, arrocho salarial, aumento na
estimulando a importação, o que poderá aumentar o
déficit na Balança comercial (o volume em US$ das
importações é maior que das exportações).
c) Corrosão da arrecadação do governo: Necessitando
da indexação dos tributos, o próprio governo busca a
alternativa da indexação para corrigir o valor dos tributos.
d) Expectativas dos Agentes Econômicos: O setor
taxa de juros.
empresarial é sensível às distorções de preços causadas
b) Inflação de Custo: Está associada a uma inflação de
pela inflação, comprometendo assim as expectativas
oferta, a partir de aumentos nos custos dos fatores de
futuras, e as decisões de investimento passam a ser
produção, gerando retração da produção. As causas
adiadas.
podem ser:
O índice utilizado para medir a inflação é o IPCA
Salários - Um aumento nos salários que supere os
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) publicado pelo
aumentos na produtividade elevará o custo unitário de
IBGE.
produção, os quais serão repassados, em sua maioria,
O IPCA é um instrumento de medição da inflação
para os preços.
cujo universo da pesquisa abrange pessoas com
Matérias-primas - Ocasionado por fatores exógenos
rendimento entre 1 a 40 salários mínimos, a partir de sete
(externos) como crise do petróleo, transporte, energia,
cestas
geadas, secas.
Residência, Habitação, Transporte e Comunicação,
Estrutura de Mercado - Poder de oligopólios. Refere-se
Vestuário, Saúde e Despesas Pessoais.
de
consumo:
Alimentação,
Artigos
de
a uma estrutura de mercado onde o número de
concorrentes é relativamente pequeno e as empresas
9. As contas do sistema financeiro e o multiplicador
atuam em conjunto (conluio), e monopólios (Refere-se a
bancário
uma estrutura de mercado onde apenas uma empresa
9.1 Conceito e medição de oferta monetária
atua) sobre os preços do mercado.
c)
Inflação
econômicos
Inercial:
Ocorre
adaptam
suas
Como intermediária de trocas, a moeda vale não por
quando
os
expectativas
agentes
sua utilidade específica, mas por sua capacidade de
a
adquirir
uma
outras
mercadorias,
assim
sendo,
é
determinada taxa de inflação; esta taxa esperada
desnecessário que possua qualquer valor pelo seu uso
denomina-se “Inflação Inercial”.
direto.
Uma vez incorporada, ela passa a ser integrada em
O importante é que a moeda possua aceitação geral
contratos e acordos informais. A tendência é que esta
e, nessas condições, o papel-moeda é um objeto de
taxa de inflação se eleve no decorrer do tempo, em
baixo custo e de fácil manipulação se comparada com
virtude
qualquer outra forma de moeda legal.
de
aumentos
nos
preços
superiores
às
expectativas devido à falta de credibilidade na moeda
A partir de sua utilidade, consideram-se como meios
corrente, o que provocará uma distorção nos preços e
de pagamento numa economia moderna o papel-
uma caminhada para a hiperinflação.
moeda em poder do público (que é igual ao saldo do
Veremos agora os efeitos da inflação no sistema
papel-moeda emitido menos os depósitos em moeda
econômico.
corrente dos bancos) mais os depósitos à vista do
8.1 – Efeitos da Inflação
público na rede bancária.
a) Distribuição de Renda: Provoca a redução do poder
Os ativos existentes no Brasil que satisfazem a essas
aquisitivo das classes que dependem de rendimento fixo
condições e que preenchem os atributos essenciais de
(classe
rendimento zero, de custo de manutenção e estocagem
assalariada).
Na
população
com
baixos
rendimentos, por exemplo, a inflação funciona como um
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insignificantes e de máxima liquidez são:
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- O papel-moeda e as moedas metálicas em poder do
público) e escritural (depósitos à vista do público nos
público.
bancos comerciais, bancos múltiplos, Banco do Brasil e
- Os depósitos à vista do público nos bancos comerciais.
Caixas Econômicas).
- Os depósitos à vista do público nos bancos múltiplos.
- Conceito M2: inclui, além dos ativos monetários que
- Os depósitos à vista do público no Banco do Brasil.
integram
- Os depósitos à vista do público nas Caixas Econômicas,
Investimentos, Depósitos de Poupança e Títulos Privados
federal e estadual.
(depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e
Assim, para indicar o total da oferta monetária no Brasil,
letras imobiliárias).
M, no conceito restrito de meios de pagamento,
- Conceito M3: inclui além dos ativos monetários e
empregamos a seguinte expressão:
quase-monetários que integram o conceito M2, as
M = MM+DBC+DBM+DBB+DCE
Os estoques das autoridades monetárias e dos
o
conceito
M1,
os
Depósitos
para
Quotas de Fundos de Renda Fixa e Operações
Compromissadas com Títulos Federais.
bancos comerciais são excluídos. Tais exclusões são
- Conceito M4: inclui, além dos ativos monetários e
decorrentes do próprio conceito de moeda.
quase-monetários totalizados no conceito M3, os Títulos
Segundo esse conceito, são considerados como
Federais e Títulos estaduais e municipais.
moeda apenas os meios de pagamento de posse dos
agentes econômicos não bancários.
9.2 Criação de moeda pelos bancos comerciais
A observação desse conceito convencional de moeda
Os bancos comerciais, que são autorizados a receber
leva ainda a uma outra importante constatação, a de que
depósitos à vista, são importantes fontes de criação de
ele privilegia a função da moeda como intermediária
moeda.
de trocas, ou ele se fundamenta na definição de moeda
como meio de pagamento.
Como isso acontece?
A concessão de aberturas de crédito, superiores aos
Entretanto, se a definição de oferta monetária
saldos existentes, de que são exemplos os cheques
considerar, além da função de intermediação de trocas, a
especiais e outros empréstimos, levam os agentes
de reserva de valor, o conceito convencional é passível
econômicos a se utilizarem, de forma generalizada, dos
de críticas, pois ele exclui totalmente um significativo
bancos comerciais como depositários de suas reservas
grupo de ativos financeiros que, pelo seu alto grau de
monetárias.
liquidez, são considerados como quase-moeda.
O uso generalizado da moeda escritural ou bancária,
Entre os mais importantes, encontram-se os títulos do
todavia, está na origem de um processo multiplicador que
Banco Central e do Tesouro Nacional, os depósitos a
eleva os saldos em meios de pagamento, isto porque a
prazo fixo, os depósitos em cadernetas de poupança, as
moeda de alto poder de expansão, como usualmente é
letras hipotecárias e outros ativos financeiros de emissão
considerada a moeda originalmente injetada no sistema
do sistema de intermediação financeira não bancária.
econômico por decisão das autoridades monetárias,
A partir disso se desenvolveram outros conceitos
mais abrangentes e menos convencionais de moeda.
O conceito tradicional que inclui apenas a moeda
manual e moeda bancária é denominado de M1.
Além deste, o Banco Central do Brasil adota outros
três conceitos mais abrangentes, identificados por M2,
M3 e M4.
tende a se transformar em depósitos bancários, por força
das razões assinaladas.
Subseqüentemente, uma parcela de tais depósitos
transforma-se em empréstimos concedidos pelos bancos,
os quais, por sua vez, tendem a retornar ao sistema
bancário, na forma de novos depósitos.
Este processo tende a se renovar infinitamente,
Estes três últimos incorporam ativos financeiros
quase-monetários de alta liquidez.
Os critérios do BACEN para a definição dos vários
porque os bancos comerciais não mantêm em caixa a
totalidade dos depósitos captados, mas apenas uma
parcela deles.
conceitos de moeda são os seguintes:
De uma forma simplificada, o processo se dá da seguinte
- Conceito M1: M1 é constituído pela soma das moedas
maneira:
manual (papel-moeda e moedas metálicas em poder do
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1. As autoridades monetárias injetam dinheiro no sistema
convencional de meios de pagamento junto ao Banco
econômico,
Central.
gerando
um
aumento
dos
meios
de
pagamento.
- Base Monetária: a base monetária B é dada pelo
Por exemplo: O BACEN compra títulos da dívida de um
passivo
agente no valor de 200 mil reais.
constituída por três parcelas: papel moeda em poder do
2. O agente econômico deposita todo este dinheiro em
público,
um banco comercial.
identificadas como bancos criadores de moeda, e
3. O banco comercial não mantém a totalidade do
reservas desses bancos junto ao Banco Central,
monetário
papel-moeda
depósito em caixa, mas empresta este dinheiro a outro
agente. Vamos supor que a relação caixa/depósitos seja
das
autoridades
em
caixa
monetárias.
das
É
instituições
B = PMPP + PMBC + DBC.
9.4. Sistema de Contas Nacionais
de 20%, ou seja, de todos os depósitos à vista feitos no
À medida que nos aproximamos da realidade, o fluxo
banco, ele mantém 20% em seu caixa, e empresta os
circular da renda simplificado torna-se cada vez menos
restantes 80%.
útil.
4. Já nesta primeira etapa vemos que o banco comercial
Para quantificar as relações entre os agentes
criou 80% dos 200 mil reais depositados. Há uma criação
econômicos
de moeda no equivalente a 160 mil reais. Isso porque os
desenvolvidos dois instrumentos:
em
uma
sociedade
agentes têm a disposição esse montante e o montante
•
Sistema de Contas Nacionais
inicial de 200 mil reais.
•
Matriz Insumo-Produto.
complexa,
foram
5. Os agentes que receberam o empréstimo de 160 mil
O Sistema de Contas Nacionais é adotado pela ONU
reais ou aqueles que com esse empréstimo foram pagos
(a última revisão foi feita em 1993) e tem sido o
efetuarão depósitos neste valor e assim os bancos que
instrumento mais difundido por ser mais operacional, já
receberam
que inclui apenas as transações entre bens e serviços
esses
depósitos
concederão
novos
empréstimos, equivalentes a 80% desse montante, no
valor de 128 mil reais.
finais.
A Matriz Insumo-Produto (também conhecida como
Novamente, sem que os depositantes da primeira e
Matriz de relações intersetoriais ou Matriz de Leontief) foi
da segunda etapas tenham perdido os seus direitos
criada por Wassily Leontief, é mais completa, mas
sobre os depósitos efetuados, o público passa a contar
necessita de informações sobre produtos intermediários.
com mais 128 mil reais à sua disposição.
O Sistema de Contas Nacionais é baseado em quatro
6. No final, a moeda criada pelos bancos comerciais será
contas, relativas à produção, apropriação (ou utilização
dada
bancário
da renda), acumulação (ou formação de capital) dos
chama
agentes econômicos (famílias, empresas, setor público e
pelo
multiplicado
depósito
por
inicial
uma
no
sistema
constante,
que
se
multiplicador dos meios de pagamento.
setor externo) e relativa às operações desta economia
com o resto do mundo.
9.3 Multiplicador dos meios de pagamento no Brasil.
1. Conta Produto Interno Bruto (produção).
Os principais conceitos e relações de comportamento
2. Conta Renda Nacional Disponível Líquida (apropriação
para a determinação do multiplicador dos meios de
ou utilização da renda).
pagamento no Brasil são:
3. Conta Transações Correntes com o Resto do Mundo.
- Meios de pagamento: são constituídos por dois
4. Conta de Capital (acumulação ou formação de capital).
componentes, o papel-moeda em poder do público,
Os lançamentos são feitos de acordo com o
PMPP, e os depósitos à vista nos bancos comerciais, nos
bancos múltiplos, e nas caixas econômicas, DPBC,
MP = PMPP + DPBC.
- Reservas Bancárias: as reservas bancárias, RES são
constituídas pelos depósitos compulsórios dos bancos
tradicional método das partidas dobradas.
A partir das Contas Nacionais temos que:
PIBpm + M = C + I + G + X Identidade (1)
Relembrando:
Identidade macroeconômica básica
comerciais e outras instituições incluídas no conceito
PIB = D = Y
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Quadro 1; Conta de Produção
Em economia admite-se que o total dos gastos com
Ou
investimentos é composto por duas grandezas (dois
Conta PIB.
valores):
•
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e
•
As Variações de Estoque (VE).
Relembrando das aulas anteriores:
Débito
Crédito
1. Renda Interna Liquida a
7. Consumo das Famílias
custos de fatores (RILcf)
(C).
2. (+) Impostos Indiretos (II)
8. Gastos com Consumo
Por Capital, entende-se o conjunto de riquezas
acumuladas pela sociedade no decorrer do tempo,
do Governo (G)
3 (-) Subsídios
9.
abrangendo todos os bens materiais produzidos e que
são utilizados na produção como:
-
Infra-estrutura
econômica:
4 (+) Depreciação
- Infra-estrutura social: educação; Saúde; Lazer;
Segurança.
Bruta
de
10. Variações de Estoque
Energia;
Telecomunicações; Transportes.
Formação
Capital Fixo (FBCF).
(VE)
5 = Produto Interno Bruto a
11. Exportação de Bens e
preços
Serviços não-fatores (X)
de
Mercado
(PIBpm)
- Construções: fábricas; empresas privadas e
públicas; residências etc.
6 (+) Importação de Bens e
Serviços não-fatores
- Transportes: ônibus; caminhões; aeronaves;
embarcações, trens.
Oferta total de bens e
Procura Total por Bens e
Serviços
Serviços
- Máquinas e Equipamentos: utilizadas nos setores
primário, secundário e terciário.
9.4.1 Cálculo da Renda Nacional
Na coluna do Crédito é possível determinar a Renda
Nacional Líquida a custo de fatores (RNLcf), também
Então:
I = FBCF + VE Identidade (2)
Substituindo (2) em (1) teremos:
PIBpm + M = C + FBCF + VE + G + X (3)
Onde: PIBpm é Produto interno bruto a preços de
chamada de Renda Nacional, que corresponde ao total
das remunerações pagas aos proprietários de fatores
de produção pertencentes a residentes no país
percorrendo o seguinte caminho:
Já sabemos que o Produto Interno Bruto a preços de
mercado.
M é Importação de Bens e Serviços.
mercado (PIBpm) é igual ao Produto Interno Liquido a
C é consumo. I é investimento. G: Gastos do
preços de mercado (PILpm) acrescido da Depreciação do
Capital fixo (D).
Governo e X: Exportações.
A identidade (3) é chamada Conta de Produção do
Sistema de Contas Nacionais.
O quadro a seguir apresenta a Conta Produção ou
Então:
Substituindo em:
PIBpm + M = C + FBCF + VE + G + X (3)
conta Produto Interno Bruto. (PIB).
PILpm + D + M = C + FBCB + VE + G + X Identidade
(4)
Por outro caminho, sabemos que o PILpm é igual ao
Produto Interno Líquido a custo de fatores (PILcf)
acrescidos de impostos indiretos (II) e subraído os
subsídios (S).
Então substituindo em:
PILcf + II – S + D + M = C + FBCF + VE + G + X
identidade (5)
.
8
Atualizada 14/07/2008
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Para concluir vamos buscar o Produto Nacional a
partir do Produto Interno:
Já sabemos que o Produto Nacional é igual ao Produto
Interno menos a Renda Enviada ao Exterior (REE), mais
a Renda Recebida do Exterior (RRE).
A diferença entre renda enviada e a renda recebida
do exterior é chamada de Renda Líquida Enviada ao
Exterior (RLEE).
Então:
PNLcf = PILcf – RLEE identidade (6)
Substituindo a equação (6) em (5) teremos:
PNLcf + RLEE + II – S + D + M = C + FBCF + VE + G +
X identidade (7)
Como, por definição, o Produto Nacional Líquido a
custo de fatores é igual à Renda Nacional Líquida a custo
de fatores e como esta por sua vez é a Renda Nacional
(RN), obtemos que:
RN + RLEE + II – S + D + M = C + FBCF + VE + G + X
identidade (8)
Questões de Concursos.
1 Em relação a Demanda:
(I) Demandas são as quantidades de vários bens que as
pessoas desejam e podem comprar durante certo
período, dadas às alternativas disponíveis.
(II) Preços de demanda são os preços cobrados por
bens, quer os compremos quer não.
(III) Preços de Mercado são os valores relativos
subjetivamente colocados que definem se teremos um
pouco mais ou menos de um bem.
(IV) A Lei da Demanda é o todo o mais mantido
constante, os consumidores compram mais de um bem
durante determinado período quanto menor for seu custo
B) Impostos e subsídios fornecem exemplos simples de
como as políticas governamentais criam diferenças entre
as curvas de oferta vistas pelos vendedores e pelos
compradores.
C) As regulamentações podem simplesmente reduzir as
ofertas, dependendo de como afetem os custos de
produção.
D) As decisões de demandas são moldadas por várias
outras influências, além do preço do próprio produto.
E) As expectativas de preços menores normalmente
aumentam a oferta no curto prazo se os bens puderem
ser estocados.
3 – Marque (V) verdadeiro ou (F) falso em relação aos
agregados macroeconômicos básicos:
( ) O CONSUMO é corresponde ao valor bruto da
produção de uma economia em um período de tempo,
descontado o valor de todos os produtos intermediários
utilizados no processo produtivo.
( ) O INVESTIMENTO é o gasto com bens que
aumentam a capacidade produtiva da economia
(Capacidade de gerar Rendas Futuras = Taxa de
Acumulação de Capital)
( ) A POUPANÇA é a parcela da Renda Nacional não
consumida no período.
( ) O PRODUTO é a soma de Investimentos.
Assinale a seqüência CORRETA:
A) F – V – F – F
B) F – V – V – F
C) V – F – V - V
D) V – V – F - V
E) F – F – F - V
4 – Marque a opção CORRETA em relação ao Conselho
Monetário Nacional (CMN): A) É um órgão
eminentemente normativo, desempenhando atividade
executiva.
B) Processa todo o controle do sistema financeiro,
influenciando as ações de órgãos normativos como o
BNDES, por exemplo, além de assumir funções
legislativas das instituições financeiras publicas e
privadas.
C) Aciona medidas de intervenção ou correção de
equilíbrios econômicos, surtos deflacionários, etc.
D) Não regula as operações de redescontos e as
operações no âmbito do mercado aberto e fechado.
E) É atualmente composto por somente 04 (quatro)
representantes: Ministro da Fazenda, Ministro do
Planejamento, Ministro da Justiça e o Presidente do
Banco Central do Brasil.
Referências
CURADO, Marcelo. Manual de macroeconomia para
concursos. São Paulo: Saraiva, 2008.
de oportunidade e vice-versa.
Assinale a alternativa CORRETA:
A) As alternativas I e II estão corretas
B) As alternativas II e IV estão corretas
C) As alternativas III e IV estão corretas
D) As alternativas I e III estão corretas
E) As alternativas I e IV estão corretas
FERREIRA, Marlos Vargas. Economia para concursos.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
GÓES,
Geraldo
2 – Em relação a Impostos, Subsídios e Regulamentação
Governamental. Marque a alternativa CORRETA.
A) As políticas governamentais não afetam a oferta tão
poderosamente como influenciam a demanda.
Sandoval.
Macroeconomia
para
concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
ROSSETTI, Domingos P. Introdução à Economia. São
Paulo: Ed. Atlas, 2005.
VASCONCELOS,
Atualizada 14/07/2008
Noções de Macroeconomia
Marco
A.
Fundamentos
de
Economia. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
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