Publicação semestral da ffo - fundecto

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Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia
Entidade conveniada à Faculdade de Odontologia da USP - Venda proibida.
Editorial
Caro Colega Cirurgião-Dentista,
A ffo-fundecto, nestes 29 anos de apoio acadêmico
e de assistência na área da saúde, tem demonstrado
êxito no desempenho de suas atividades. Os
indicadores positivos são inúmeros mas, o mais
importante é a sua aprovação, caro leitor. E para
continuarmos merecendo o seu respeito e a sua
confiança não poupamos esforços no planejamento
e construção dos cursos ministrados em 2012.
ffo-fundecto
Conveniada à Faculdade de
Odontologia da USP
O Clinical Consult continua a todo vapor! Nesta
edição estão disponíveis mais artigos e casos
clínicos, de diversas áreas da Odontologia, escritos
pelos nossos professores para colaborar com a sua
prática clínica e com o seu crescimento profissional.
DIRETOR PRESIDENTE
Prof. Dr. João Batista de Paiva
DIRETOR VICE PRESIDENTE
Prof. Dr. Leonardo Eloy Rodrigues Filho
Anexo à revista está o caderno completo dos cursos
que serão ministrados durante o segundo semestre
de 2012, além da agenda das Especializações. Hoje
temos mais de 100 opções de cursos, de diversas
modalidades e em todas as áreas da Odontologia.
Verifique os detalhes em nosso site:
www.fundecto.org.br ou ligue para nosso call
center: 0800 771 7001
Boa leitura e, como sempre, estamos esperando por
você!
Prof. Dr. João Batista de Paiva
Presidente ffo-fundecto
DIRETOR TESOUREIRO
Prof. Dr. Rodolfo Francisco H. Melani
DIRETOR SECRETÁRIO
Profª. Drª. Míriam Lacalle Turbino
DIRETOR VOGAL
Prof. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae
Índice
CONSELHO CURADOR
Presidente:
Prof. Dr. Giorgio De Micheli
Membros:
Prof. Dr. Carlos Gil
Prof. Dr. Edgard Crosato
Prof. Dr. Jose Rino Neto
Prof. Dr. Igor Studart Medeiros
Prof. Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado
Prof. Dr. Michel Nicolau Youssef
Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias
Prof. Dr. Waldyr Antonio Jorge
COMISSÃO DE CURSOS
Presidente:
Prof. Dr. José Rino Neto
Membros:
Prof. Dr. Edgard Crosato
Prof. Dr. Fernando Ricardo Xavier da Silveira
Prof. Dr. Glauco Fioranelli Vieira
Prof. Dr. João Gualberto de Cerqueira Luz
Prof. Dr. Paulo Eduardo Capel Cardoso
Profª. Drª. Regina Tamaki
COORDENAÇÃO
DEPARTAMENTO DE MARKETING
Letícia Bezinelli - [email protected]
Zilson M. Malheiros - [email protected]
PROJETO GRÁFICO
Pingo No I - Publicidade e Propaganda
[email protected]
www.pingonoi.com
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Priscila Gonçalves Biella - MTB 52367
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO
35.000 exemplares
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Clinical
Consult
8/18
Especial: Programa de Parcerias.
Especial: Responsabilidade Social.
ffo-fundecto com você e por você!
Agenda: Datas de seleção para especialização.
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Diferenciais: Confira todas as vantagens oferecidas pela ffo.
Artigo: Odontopediatria.
Artigo: Implantodontia.
Artigo: Prótese.
Artigo: Endodontia.
Artigo: Radiologia.
Artigo: Reabilitação Oral.
Encarte Especial:
Catálogo de
Cursos.
Especial
Programa de Parcerias
Desde seu início a ffo-fundecto tem como uma das
principais características aliar trabalhos científicos com a
prática clínica para mostrar as novidades e as tendências
dentro da Odontologia. Além do embasamento científico,
a ffo-fundecto também se preocupa em compartilhar as
tecnologias existentes hoje no mercado odontológico.
Para isso, há um programa de parcerias que traz para os
A Kota e a Oral B
promoveram na
ffo-fundecto
as
palestras com os
Professores Carlos
de Paula Eduardo
e Jansen Ozaki.
Dep. Marketing/fotos: Arquivo ffo
cursos equipamentos e materiais de última geração.
As empresas parceiras da ffo-fundecto também
desenvolvem semanas e atividades especiais para
apresentar o que há de moderno no mercado.
Confira algumas dessas ações que aconteceram no
primeiro semestre de 2012:
Semana Ultradent na ffo:
maio de 2012
Confira uma das sorteadas
da semana: Secretária
Karina
representando
a Dra. Ismenia Galvão
(CRO 36253), do curso
de Dentística Estética,
coordenado pelo Prof. Dr.
Narciso Garone.
O evento foi um
sucesso. Confira:
Semana Heraeus Kulzer:
junho de 2012
A HERAEUS promoveu o lançamento da
resina nano-híbrida
“Charisma Diamond”
e do adesivo dentinário “Gluma 2Bond”
na ffo-fundecto. O
evento contou com a
palestra dos professores Walter Miranda e Luís A. Felippe,
além de demonstração dos produtos e
diversos sorteios.
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revista ffo
jul/dez 2012
Responsabilidade Social
Orientação de
higiene bucal
Diretoria ffo-fundecto e Equipe Odonto USP Jr.
A ffo-fundecto sempre buscou oferecer excelência em
educação continuada na área da Odontologia, gerar e difundir conhecimentos. Entretanto, além do compromisso
com a formação dos Cirurgiões-Dentistas, a Fundação também tem consciência do seu papel para a contribuição da
melhoria da saúde bucal brasileira.
Dessa maneira, no dia cinco de maio de 2012, a ffo-fundecto e a ODONTO USP Junior realizaram mais uma edição
do Projeto de Prevenção e Promoção de Saúde Bucal: o
“CONSTRUINDO SORRISOS”.
O Projeto “CONSTRUINDO SORRISOS” iniciou em 2005 e
conta com a participação voluntária de cerca de 100 pessoas, entre as quais estão alunos de graduação, pós-graduação e professores da FOUSP. O diferencial do projeto é
que as comunidades são trazidas até a ffo-fundecto. Dessa
forma, toda infra-estrutura da Fundação é utilizada, podendo oferecer um atendimento completo à comunidade.
Veja o que aconteceu na última edição do projeto e se informe em nosso callcenter sobre as próximas atividades,
pois você, Cirurgião-Dentista, aluno da ffo-fundecto, também pode participar.
Atividade lúdica
Atividade lúdica
Atedimento clínico
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ffo-fundecto com você e por você!
Seja Bem Vindo!!!
A equipe da ffo-fundecto quer
estar próxima de seus alunos,
por isso vem desenvolvendo
maneiras de ampliar sua
comunicação, cada vez mais
fácil e direta. Assim, criou
seu Facebook e Twitter, que
trazem notícias em primeira
mão da comunidade ffofundecto, FOUSP e do mercado
odontológico. Outra iniciativa
que já virou tradição é a
SEMANA DE BOAS VINDAS, realizada em conjunto com
a Johnson & Johnson. Logo no início do curso o aluno
é recebido por uma equipe preparada que orienta o
aluno sobre o funcionamento do curso e da Fundação,
esclarece as dúvidas e ainda faz a entrega de diversos
brindes.
Em agosto,
estaremos te
esperando aqui!
Venha para ffofundecto!
A Oral B ofereceu aos alunos da Especialização de Odontologia para Pacientes
com Necessidades Especiais kits completos de cuidados bucais com escova de
dente, creme dental, enxaguatório e fio
dental! Além dos
alunos a Oral B
ofereceu ao Centro de Pacientes
Especiais (CAPE)
da FOUSP escovas elétricas para
serem distribuídas aos pacienProfa. Karem Ortega recebe os kits oral-b
tes com necessidades especiais,
principalmente
aqueles com dificuldade motora.
Entrega da escova elétrica oral-b aos pacientes.
Call Center: 0800-771-7001
[email protected]
segunda a sexta das 08h às 18h
Parcerias com hotéis
Descontos exclusivos. Consulte!
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revista ffo
jul/dez 2012
Agenda
PRÓXIMAS TURMAS DE ESPECIALIZAÇÃO
Especialização
Seleção
SEMANAIS
Cirurgia
Cirurgia
Dentística
Endodontia
Implantodontia
Odontologia Legal
Odontopediatria
Ortodontia
Pacientes Especiais
Periodontia
Prótese
Radiologia
Abr/2014
03/07/12
Jan/2013
Jan/2013
Mar/2014
Mar/2013
22/11/12
Out/2014
Mai/2013
08/12/12
Dez/2012
Nov/2012
Especialização
Seleção
QUINZENAIS
Radiologia
Saúde Coletiva
Fev/2013
04/08/12
MENSAIS
Dentística
Endodontia
Endodontia
Odontologia do Trabalho
Odontopediatria
Prótese
Radiologia
Mar/2014
11/08/12
Ago/2012
Fev/2013
19/03/13
Set/2012
Set/2013
diferenciais
Confira todas as vantagens
oferecidas pela ffo.
Certificado de
especialista emitido
pela Universidade de
São Paulo
Corpo docente
altamente
qualificado
Salas de aula e
clínicas com ar
condicionado e
modernos recursos
multimídia
Estacionamento
sem custo
para o aluno
Diversos materiais
e equipamentos
fornecidos pela
fundação para
utilização no curso
Novas tecnologias
obtidas através de
parcerias com as
maiores empresas do
mercado
Convênios
com hotéis
Comodidade e
conforto: sala de
estudo e espaços de
convivência
Programa de
descontos
exclusivo
Cursos semanais,
quinzenais e
mensais, além de
workshops que
ocorrem durante todo
o semestre
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Odontopediatria
Professores do Curso de
Especialização em Odontopediatria
Semanal FUNDECTO/FOUSP
Atendimento Odontologico Integral da Criança.
Cristina GDC Zardetto, Marcia T Wanderley, Ricardo DN Fonoff, Selma S Suga, Antônio Carlos Guedes-Pinto
Uma pergunta frequente entre pais e pediatras é “Quando se
a mastigação; podendo até em alguns casos, evitar a
deve levar a criança para a primeira consulta odontológica?”
instalação de má oclusão. Estas orientações devem ser feitas
Partindo do ideal, as primeiras orientações deveriam ser
em harmonia com o pediatra e a nutricionista, visando a
durante a gestação e logo após o nascimento do bebê, antes
saúde geral e o melhor crescimento e desenvolvimento da
mesmo do nascimento dos primeiros dentes.
criança (Fig 1).
Ao ouvirem estas respostas muitas vezes nos deparamos
O atendimento odontológico da criança de pouca idade
com outras dúvidas “Mas meu
pode ser um desafio para os
filho ainda nem nasceu!” ou
pais e dentistas. Há técnicas de
“Meu filho não tem dente, por
condicionamento
psicológicas
que devo levá-lo agora?”. A
utilizadas para que as crianças se
proposta deste atendimento é
ambientem e se familiarizem com
receber as primeiras orientações
os instrumentais e equipamentos
preventivas, evitando que o
odontológicos. Assim como
bebê chegue ao consultório com
há materiais e instrumentais
hábitos inadequados que possam
específicos para facilitar e ter
propiciar o desenvolvimento da
segurança no atendimento. As
doença cárie, alterações oclusais,
crianças de pouca idade não
entre outras.
apresentam maturidade suficiente
Alunas do Curso de Especialização em Odontopediatria Separa colaborarem durante o
O odontopediatra com uma
manal FUNDECTO/FOUSP
tratamento. Muitas vezes é
visão integral da criança não
necessário
realizar
apoio
do tronco da criança e da cabeça,
está preocupado somente em prevenir doenças como a
para
dar
continuidade
ao
tratamento com segurança e
cárie e a gengivite. Ele tem muito mais a oferecer. Com o
ergonomia,
este
apoio
pode
ser
realizado pelos pais e auxiliar,
atendimento preventivo também é possível orientar, educar
ou
pode-se
utilizar
também
um
dispositivo confeccionado
e evitar instalação de maloclusão e alterações na deglutição,
similar
ao
Pedi-wrap
americano.
O
uso do abridor de boca é
mastigação, respiração e fonação. Trabalhamos visados
outro
dispositivo
fundamental
(Figs
2 e 3).
na PREVENÇÃO e na mudança de hábitos tanto de sucção
quanto de nutrição.
Orientando o núcleo familiar sobre hábitos de higiene e
dieta adequadas, associadas à manutenção e estímulo das
Durante a gestação, a mãe está ávida por informações sobre
funções fisiológicas, temos a chance da criança crescer com
o cuidado e a saúde do seu bebê. Aproveitamos para orientásaúde odontológica. Qual bem melhor do que permitir que
la sobre sua própria saúde oral e cuidados com sua boca
a criança tenha saúde oral? Há investimento melhor do que a
e esclarecer mitos e verdades. Orienta-se também sobre o
saúde? O odontopediatra deve adequar as orientações para
aleitamento materno, o momento da primeira consulta, a
a dinâmica da família, trazendo da literatura para a prática o
erupção dos primeiros dentes (sintomas comuns e como
que for viável de ser reproduzido por aquele núcleo (Fig 4).
aliviá-los) e os cuidados nesta fase.
Vários pacientes buscam manter a saúde oral, contudo,
Por volta dos 6 meses de idade, a criança inicia a alimentação
ainda há um número considerável de pacientes que nos
de transição, na qual ela passa de uma dieta restritamente
procuram devido à cárie de estabelecimento precoce,
líquida (leite materno ou fórmula infantil) para a introdução
com comprometimento de vários dentes, necessitando
de outros alimentos e chegue aos 12 meses de vida
de tratamento restaurador, endodôntico ou exodontia.
ingerindo a alimentação da família. A orientação quanto à
É frequente nesses casos, o costume de alimentar-se
consistência e processo destes alimentos nesse período é
com mamadeira ao longo do dia ou como um indutor de
muito importante para exercitar a função da mastigação e
sono. São casos desafiadores, pois precisamos eliminar
para adaptação a novos alimentos. Orientações simples e
a dor e infecções e objetivar para que haja mudança de
diretas sobre a consistência dos alimentos e a importância
de ter alimentos fibrosos e secos na dieta, vão facilitar e
comportamento do núcleo familiar para que novas lesões de
estimular o crescimento maxilo-mandibular, por estimularem
cárie não se instalem. São tratamentos longos e que exigem
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revista ffo
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a colaboração de todos os indivíduos com quem a criança
convive para que tenhamos um resultado positivo a longo
prazo.
Crianças com lesões de cárie extensas apresentam vários
problemas. Dentre eles destacam-se o comprometimento
estético e a dificuldade em mastigar. Cria-se um ciclo vicioso
na qual a criança só consegue alimentar-se com alimentos
líquidos, normalmente cariogênicos, que muitas vezes são
oferecidos na mamadeira para maior comodidade, podendo
contar ainda com o agravante da mãe não conseguir escovar
porque a criança reclama de dor e há sangramento gengival.
Como a criança passa a ter uma dieta pobre em nutrientes,
mas muitas vezes calórica, há risco de desenvolver anemia e
obesidade. Portanto a mudança de hábitos e a reabilitação
oral deste pacientes trazem benefícios não somente
estéticos, mas também para sua saúde geral e emocional
(Figs 5 a 8).
Outras alterações como traumatismos dentários podem
alterar a função e a estética, necessitando de reabilitação
(Figs 9 e 10). Assim como tratamentos cirúrgicos também
podem ser necessários (Figs 11 e 12).
Os hábitos orais persistentes, como a sucção de chupeta,
dedo e mamadeira afetam não somente o posicionamento
Fig 1 - Cozinha pedagógica da Nutrologia
Pediatrica da UNIFESP.
Fig 5 - Cárie rampante em criança
de 3 anos.
Fig 9 – Após endodontia, recorte da coroa
de acetato para auxiliar na restauração.
Fig 2 - Criança dormiu utilizando dispositivo
de contenção.
Fig 6 – Endodontia e pinos de fibra de vidro.
Fig 10 – Restauração em resina
composta.
dentário e estético, mas podem influenciar funções como
a mastigação, deglutição, fala e respiração. Quando há
mordida aberta anterior, favorece a interposição da língua
durante a deglutição e fala, o que pode afetar também a
respiração nasal. Um novo ciclo vicioso é criado, a criança
inicia a respirar pela boca, há maior constrição da maxila
devido à falta de estímulo de crescimento no terço médio
da face, que leva ao desenvolvimento de mordida cruzada
posterior, dificultando então a mastigação. Além de trabalhar
com a remoção dos hábitos, muitas vezes se faz necessários
tratamentos ortopédicos e ortodônticos para a reabilitação
do equilíbrio bucal destes pacientes.
O odontopediatra precisa ter não somente conhecimento
técnico da odontologia, mas também ter conhecimento
básico sobre o desenvolvimento humano, psicológico e
saber diagnosticar alterações e saber quando encaminhar o
paciente para o atendimento com outros profissionais. Desta
maneira, realizando um atendimento odontológico integral
da criança.
Referências Recomendadas:
Guedes-Pinto AC. Odontopediatria. 8ªed. 2010.
Corrêa MSNP. Odontopediatria na primeira infância. 3ªed. 2010.
Bonecker et al. Odontopediatria - Fundamentos de Odontologia. 2009.
Bonecker et al. Estética em Odontopediatria: Considerações clínicas. 2011.
Fig 3 - Criança tranquila após condicionamento.
Fig 4 – Mãe realizando escovação: posição
joelho- joelho.
Fig 7 – Reabilitação com coroas de resina composta.
Fig 11 – Repercussão na dentição permanente por trauma nos
decíduos.
Fig 8 – Valorização da
autoestima: criança
feliz com seus dentes “de
dinossauro” (sic)!
Fig 12 - Cirurgia de brida com laser.
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Implantodontia
Equipe do Curso de Especialização em
Implantodontia - FUNDECTO/FOUSP
A Implantodontia na sua íntegra baseia-se no
diagnóstico visando reabilitação.
do osso marginal e elimina a fase da dentadura em
A era da Osseointegração na Implantodontia iniciou
casos de reabilitação total. Também existem desvantana década de 50 do século passado. As pesquisas
gens como: o risco de perda dos implantes, o risco da
coordenadas pelo Professor Brånemark tiveram
perda da prótese e a frustração do paciente.
divulgação mundial após o trabalho científico publicado
em 1981.1 Um grupo de
Pacientes que apresenprofissionais brasileiros
tam fratura da raiz de
foram até “Gothenburg”
um único dente na zona
aprender a técnica
estética devem ser cuiem 1988. Naquele
dadosamente avaliados.
momento, a estética era
O remanescente ósseo
deixada para segundo
passa a ter importância
plano, pois o objetivo
decisiva para a estética
era reestabelecer a
final e o sucesso do trafunção mastigatória dos
tamento com implantes.
ditos inválidos orais.1
Nesses casos, pode ser
indicado a instalação do
A equipe liderada pelo
implante imediata à exProf Dr Francisco Todestração da raiz do dente
can iniciou o Curso de
com enxerto para preEspecialização na FUNencher o espaço entre o
DECTO em 1996 e após
Equipe do Curso de Esp. em Implantodontia
implante e a parede do
17 anos de existência,
alvéolo e a carga imediata. A finalidade da instalação
vivencia grande evolução na área. Ainda no início da
do implante imediato com carga imediata na zona esosseointegração, a estabilidade primária e a secundária
tética é a preservação da arquitetura dos tecidos perirecebiam atenção especial por parte da comunidade
-implantares.5
científica. A estabilidade primária do implante é a estabilidade que o implante adquire na sua inserção no
Para situações onde os pacientes não apresentam
osso durante a cirurgia e pode ser aferida pela quanquantidade de osso suficiente, um dos quesitos que intidade de Newtons por centímetro. A estabilidade seviabiliza a técnica da carga imediata, faz-se a opção pecundária é obtida com a osseointegração e depende
los enxertos ósseos que podem ou não ser realizados
do contato entre a superfície do implante e o osso neono mesmo momento da instalação do implante. O tipo
formado, sem a interposição de tecido conjuntivo.
de enxerto e a técnica a ser utilizada depende do grau
de reabsorção óssea e a sua finalidade. A reconstrução
As pesquisas foram evoluindo, os diversos implantes
de defeitos ósseos maiores, na maioria das situações
e componentes protéticos foram se adequando e a
requer a colocação de osso em bloco e os menores poestética foi cada vez mais desejada pelos pacientes e
dem utilizar biomateriais para a regeneração óssea.
profissionais.
Na atualidade, muito se discute em torno da preservaUma das técnicas muito utilizadas é a da carga imediação dos tecidos peri-implantares ao longo dos anos.
ta, onde o paciente recebe uma prótese imediatamente
Nesse contexto, as doenças peri-implantares estão gaapós a cirurgia. Fatores importantes como: a quantidanhando evidência.6
de de osso suficiente, qualidade do osso e a estabilidade primária dos implantes acima de 32Ncm no osso são
necessários para que a técnica seja aplicada. 2,3,4.
Referências Bibliográficas
Algumas vantagens da utilização dessa técnica são: a
1. Adell R, Lekholm U, Rockeler B, Brånemark P-I. A 15 years study of
redução do tempo de tratamento, maior porcentagem
osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaws.
de contato do osso com o implante, menor reabsorção
Int J Oral Surg 1981;10(6):387-416.
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2. Schnitman PA, Wöhrle PS, Rubenstein JE, da Silva JD, Wang NH.
Ten-year for Brånemark implants immediately loaded with fixed
prostheses at implant placement. In J Oral Maxillofac Implants 1997;
12(4):495-503.
3. Tarnow DP, Emtiaz S, Classi A. Immediate loading of threaded
implants at stage 1 surgery inedentulous archés: ten consecutive
case reports with 1- to 5-year data. In J Oral Maxillofac Implants
1997;12(3):319-24.
4. Nikellis I, Levi A, Nicopoulos C. Immediate loading of 190
endosseous dental implants: a prospective observationa study of
40 patient treatments with up to 2-year data. In J Oral Maxillofac
Implants 2004;19(1):116-23.
5. Inada E, Todescan FF. Implante imediato com carga imediata
na zona estética: Parte I – Fase cirúrgica. Revista da APCD 2007;
61(4);317-22
6. Inada E, Todescan FF. Doença peri-implantar: realidade indesejada.
Revista da APCD 2011;65(4):252-7.
Figura 1 – Paciente portadora de prótese parcial removível oclusal e
desarmonia do sorriso.
Figura 2 – Vista intraoral onde observa-se rebordo remanescente com reabsorções importantes e higiene oral pobre.
Figura 3 – Vista do rebordo ósseo com defeitos e a instalação dos implantes.
Figura 4 – Vista do rebordo ósseocom implantes instalados, do alvéolo de
extração e do procedimento de regeneração óssea com membrana.
Figura 05 – Vista do sorriso da paciente ainda com a prótese provisória
suportada por implantes.
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Prótese
Equipe do curso de Especialização em
Prótese Semanal FUNDECTO/FOUSP
Reabilitação Oral Estética e Funcional de Pacientes
com Severa Perda de Dimensão Vertical.
O restabelecimento da dimensão vertical de oclusão
são vertical (Figura 2).Na anamnese verificou-se um perfil
(DVO) e nivelamento do plano oclusal em portadores de
psicológico de muita ansiedade e estresse ocasionados
próteses removíveis, associadas ou não a próteses fixas e
provavelmente pelo tipo de profissão. O caso descrito dipróteses totais, é quase uma rotina no dia a dia do espeficulta qualquer tipo de reabilitação oral, por isso a imporcialista em reabilitação oral. A perda da DVO é resultado
tância de um planejamento criterioso, onde a montagem
de um grande desequilíbrio oclusal, onde não apenas a
dos modelos em articulador é sempre de grande valia.
perda dos dentes pode ser o fator responsável, como tamAspectos radiográficos relevantes a serem notados no
bém as parafunções, dencaso são: elementos dentre elas, o bruxismo. Além
tais remanescentes com
disso, a grande maioria
satisfatório nível de inserdos pacientes, apesar de
ção óssea, à exceção do
ser alertada sobre as madente 35 que apresentava
nutenções e controles
apenas um terço de inserperiódicos, não segue
ção, bolsas periodontais
tais recomendações proprofundas e mesialização
fissionais e passa anos utipara o espaço protético
lizando as próteses sem
do 34. Tal condição clínica
qualquer tipo de controle
nos levou a condenar tal
(Figuras 1 e 2).
dente que seria utilizado
Nesse sentido, quando
como um pilar direto da
procuram o profissional
futura prótese parcial reEquipe de professores e alunos do curso de Especialização em Prótese.
para a confecção de novas
movível (PPR). Sendo aspróteses o caso geralmensim o elemento dental 33
te se apresenta em uma situação bastante agravada no
passou a ser o pilar direto da PPR. Observou-se também,
aspecto da relação maxilo mandibular. Com isso, todo um
presença de tratamento endodôntico nos dentes 11, 22 e
trabalho de restabelecimento de DVO, nivelamento de
44, com núcleo metálico fundido e coroa metaloplástica
plano oclusal e preparo de boca prévio precisa ser realino 11. Os demais apresentavam restaurações em resina
zado a ponto de se executar novas próteses.A não obsercomposta e dentes 21 e 22 com coroas metaloplásticas
vância desse aspecto resulta em trabalhos mal sucedidos,
(Figura 3).
com desgaste tanto do profissional, quanto do paciente
O tratamento iniciou-se com a montagem do caso em
O seguinte caso clínico se trata de um paciente do sexo
articulador semi ajustável (ASA) através da confecção de
masculino de 50 anos de idade, que procurou o curso de
um plano de orientação superior e registro de dimensão
especialização em prótese da FFO queixando-se da estétiverticalde oclusão através do compasso de Willis (Figura
ca e da função que suas próteses ofereciam.
4). Estabelecida a DVO ideal prosseguiu-se com a confecção de núcleos metálicos fundidos e provisórios nos
Tratava-se de um caso superior Classe III de Kennedy dentes 11, 21, 22, 33 e 44. As próteses removíveis antigas
modificação 1com a presença dos elementos dentais
foram aproveitadas como próteses provisórias através de
17,11,21,22 e 27. No arco inferior o paciente apresentava
reembasamento e nivelamento do plano oclusal com reuma Classe II- modificação 1 com a presença dos elemensina acrílica ativada quimicamente, ajustando-se a curva
tos dentais 35,33,32,31,41,42,43 e 44.
de spee e monson de acordo com o plano de orientação
Clinicamente, o paciente apresentava um grande deseutilizado para a montagem em ASA.
quilíbrio oclusal, uso de próteses antigas, desgastadas,
mal adaptadas e mordida profunda com severo desgaste
Realizado o preparo prévio de boca, iniciou-se o preparo
dos dentes anteriores inferiores, o que nos levou a conespecífico dos elementos pilares e confecção de próteses
clusão de que houve uma importante perda de dimenfixas unitárias metalo-cerâmicas nos dentes 31,41 e 42 e
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fresadas no 33,32,43 e 44 para receberem a futura PPR no
eixo de inserção determinado inicialmente no delineador.
Optou-se por uma PPR a grampos no caso inferior visto
que a necessidade estética não se fazia presente (Figura
9).Já no arco superior, as coroas dos dentes 11, 21 e 22 foram ferulizadas e fresadas para o acoplamentos de encaixes resilientes ASC 52 da CNG (Figuras 5, 6 e 7)
A indicação dos encaixes se justificou pela necessidade
estética do caso, que apresentava como retentores diretos anteriores os dentes 11 e 22. Nos posteriores 27 e 17
foram planejados grampos circunferenciais simples de
Ackers (Figura 8).
Outro fator que contribuiu muito no âmbito estético foi o
processamento caracterizado das bases das próteses removíveis através da técnica Tomaz Gomes de caracterização de gengiva (Figura 10).
Nesse caso clínico foi possível verificar que o trabalho
protético restabeleceu a função do paciente, corrigindo
proteticamente a posição dos elementos, a correta DVO
e melhorando de forma significativa a estética a um custo menor, se comparado aos outros tipos de reabilitação
(Figura 10).
Por fim, uma placa de mordida miorrelaxante foi instalada
no arco superior devido ao diagnóstico de severo bruxismo constatado na anamnese. Tal aparelho permitirá uma
maior longevidade da reabilitação e um prognóstico mais
favorável.
A aceitação do paciente frente a um tratamento reabilitador com prótese removível foi indicada e aceita, uma vez
que a associação de prótese fixa com removível, por meio
de encaixes, possibilitou a eliminação dos grampos metálicos, objeto de repulsa por parte dos pacientes no que diz
respeito a esse tipo de prótese.
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Referências bibliográficas
1- Gil C. Prótese parcial removível: preparo de boca e sua aplicação clínica. São Paulo: FOUSP;1993[4].
2- Galhardo APM, Mukai MK, Pigozzo MN, Mori M, Gil C, Laganá DC. Reabilitação oral por meio de prótese parcial removível associada à Barra
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4- Mukai MK, Gil C, Costa B, Stegun RC, Galhardo APM, Chaccur DC,
Fukuda ACCS, Kammerer BA. Restabelecimento da dimensão vertical
de oclusão por meio de prótese parcial removível. RPG Rev Pós Grad.
2010;17(3):167-72.
revista ffo
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13
Endodontia
Tatiana Lira*, George Táccio de Miranda Candeiro**, Giulio Gavini***,
Marcelo dos Santos*** , Celso Luiz Caldeira***
* aluna do curso de Especialização em Endodontia da FUNDECTO
** doutorando em Endodontia da FOUSP
*** professores do curso de Especialização em Endodontia da FUNDECTO e FOUSP
Alternativa com Plug de MTA para o Tratamento
em Dentes Traumatizados com Rizogênese
Incompleta – Relato de Caso.
dicação e conseguir uma imediata obturação desses dentes com
O tratamento endodôntico em dentes permanentes jovens com
polpa mortificada e ápice aberto, recentes pesquisas têm demonsrizogênese incompleta atualmente representa uma situação emertrado o uso de um material biocompatível condensado intracanal
gente no quadro geral dos atendimentos clínicos. Esta condição
junto a região apical, criando-se ascrescente é determinada tanto pela
sim um batente ou parada apical com
atividade fisiopatológica da cárie,
o objetivo de permitir a obturação raque atua intensamente através das
dicular nessa mesma sessão.
fóssulas, fissuras e áreas com esmalte pouco coalescente em dentes joEsta técnica é denominada apicificavens, permitindo a ação bacteriana
ção em uma única sessão, que têm
destrutiva do órgão dentário, como
sido desenvolvida com o objetivo de
também pela alta frequência com
promover um fechamento ideal do
que ocorrem traumas dentários,
terço apical e num espaço de tempo
Equipe do Curso de Especialização em Endodontia - Mensal.
principalmente em dentes anteriores,
o mais curto possível, e utilizando nona faixa etária entre 8 e 10 anos, fase em que a maturação radicular
vos compostos minerais, como o Mineral Trioxide Agreggate (MTA),
geralmente está incompleta.
composto basicamente de partículas hidrofílicas de tricálcicos (sílica, fosfato e óxidos) que se transformam em géis coloidais em conEm muitos casos porém, a morte pulpar se faz presente, direciotato com umidade que tomam presa, solidificando-se e tornandonando o caso para um acompanhamento mais cuidadoso e deta-se resistente à compressão. O mesmo espera ser obtido com novos
lhado, em função da obtenção do fechamento apical em ambiente
materiais chamados biocerâmicos que apresentam capacidades
desprovido de condições anatômicas ideais e patologicamente
semelhantes.
afetado.
O caso a seguir foi realizado na Clínica de Especialização em EndoDiversas técnicas e medicamentos têm sido avaliadas quanto à sua
dontia da Fundecto, acompanhada por pósgraduandos e profescapacidade de indução do fechamento apical ou apicificação. Entre
sores do curso da FUNDECTO e da Faculdade de Odontologia da
os parâmetros utilizados para esta análise destacamos: a) formação
FOUSP.
ou não de tecido mineralizado à nível apical, b) resposta tecidual
periapical, c) aplicabilidade do método.
RELATO DE CASO
Com todos estes obstáculos a serem ultrapassados, fez-se preverível adotar uma conduta mais conservadora, visando induzir a forUm paciente do gênero masculino, de 08 anos de idade, procumação de um tecido duro mineralizado que, servindo como uma
rou o atendimento no Curso de Especialização em Endodontia da
barreira ao nível apical, facilitasse a obturação radicular, possibiliFUNDECTO-FOUSP para realizar tratamento endodôntico no dente
tando um selamento adequado do canal radicular e impedindo a
11. O paciente relatou a ocorrência de um traumatismo dentário, há
sobrevivência das periapicopatias.
cerca de 6 meses. Na ocasião, o paciente foi atendido num serviço de
urgência odontológica, sendo realizada a contenção semi-rígida do
Para que esse fechamento apical possa ser alcançado, várias técnidente 11 com fio de aço. Após 15 dias, foi realizada a pulpectomia,
cas e materiais tem sido amplamente analisados, principalmente
pois o paciente relatou uma dor muito forte no dente.
quanto à capacidade de indução do tecido calcificado apicalmente,
sua biocompatibilidade e aplicabilidade clínica.
Três meses antes da consulta no curso, o paciente relatou o aparecimento de uma “bolhinha” próximo ao referido dente. Assim, durante
Apesar da indução de tecido mineralizado com pastas a base de
o atendimento clínico, foi observado que o paciente ainda portava a
Hidróxido de Cálcio ser o método mais amplamente divulgado na
contenção com fio de aço, além de apresentar uma pequena fístula
literatura científica, tal método esbarra em algumas dificuldades
na vestibular, próximo ao ápice do dente 11.
adicionais, a saber: a necessidade de trocas freqüentes para melhor
ação da pasta, o controle do paciente, as sucessivas investidas no
No teste de sensibilidade pulpar, com estímulo térmico frio, não foi
interior do canal com excessivo desgaste dentinario, etc.
relatada nenhuma resposta pelo paciente, indicando a presença de
possível necrose pulpar. Na radiografia periapical inicial (Fig. 1), foi
Procurando diminuir as visitas ao consultório para as trocas da me14
revista ffo
jul/dez 2012
Fig. 3 – Obturação das porções médias e cervicais do canal radicular
com guta-percha e cimento endodôntico AH Plus, pela técnica da
condensação lateral.
Fig. 4 – Radiografia periapical após a conclusão da obturação do
canal radicular.
Após 6 meses de acompanhamento, o paciente não relatou nenhuma dor ou sensibilidade, apresentando o dente com função mastigatória normal. Radiograficamente, observa-se regressão total da
lesão periapical, com normalidade dos tecidos apicais (Fig. 5).
Fig. 5 – Radiografia periapical de acompanhamento (6 meses após a
conclusão do tratamento endodôntico), evidenciando normalidade
dos tecidos periradiculares e regressão total da lesão periapical.
observado que o dente 11 não possuía completo desenvolvimento
do ápice radicular, além de apresentar uma lesão periapical radiolúcida, difusa, sugestiva de periodontite apical crônica. Diante do
diagnóstico, foi indicado o tratamento endodôntico no dente 11,
com aplicação de um Plug Apical de MTA.
Fig. 1 – Radiografia Periapical do dente 11, evidenciando a presença
da contenção e uma lesão periapical.
Na primeira sessão, o dente foi acessado coronariamente para remoção de todo tecido pulpar necrótico, tanto coronário quanto radicular, com instrumento hedstroen de pequeno calibre e irrigação
com solução de hipoclorito de sódio 1%.
O preparo químico-cirúrgico foi completado com um instrumento
#80 no comprimento de trabalho e irrigação com solução de hipoclorito de sódio 1% associado ao Endo-PTC leve (Fórmula e Ação,
São Paulo, Brasil). Em seguida, o canal foi irrigado com 10 mL de
EDTA 17% por 3 minutos, sendo o canal seco com pontas de papel
absorvente. Dentro do canal, foi colocada uma medicação com hidróxido de cálcio associada ao PRP, que permaneceu por 30 dias.
Na sessão seguinte, a medicação foi removida com abundante irrigação com 10 mL de hipoclorito de sódio 1%. Após a secagem do
canal, foi inserido um plug de Mineral Trióxido Agregado branco
MTA (Ângelus, Londrina, Brasil) com o auxílio de um micro-aplicador de MTA (Ângelus, Londrina, Brasil), selando os 4 mm apicais
do dente (Fig.2). Em seguida, o dente foi obturado com cones de
guta-percha e cimento endodôntico AH Plus (Dentsply, Maillefer,
Ballaigues, Suíça) pela técnica da Condensação Lateral (Fig. 3). Na
mesma sessão, o dente foi obturado coronariamente com ionômero
de vidro e resina composta (Fig. 4).
Fig. 2 – Plug Apical realizado com MTA, selando os 4 mm apicais do
dente 11.
Figura 1
Figura 2
CONCLUSÕES
No tratamento de dentes permanentes jovens com necrose pulpar
e ápice aberto torna-se necessário a realização de medidas com o
objetivo de ultrapassar fatores biológicos e anatômicos que impedem a correta obturação do sistema de canais radiculares.
Em vista disso, diversas substâncias tem sido avaliadas, principalmente quanto ao seu poder de induzir ao nível apical a formação de
um tecido mineralizado impermeável e homogêneo.
Neste sentido, atualmente o emprego de técnicas em sessão única
de apicificação com alto índice de sucesso e o uso de materiais biocompatíveis com excelente capacidade de vedamento como o MTA
ou os biocerâmicos, permitem uma maior brevidade no tempo de
tratamento sem prejuízo da qualidade.
Figura 3
Figura 4
Figura 5
revista ffo
jul/dez 2012
15
Radiologia
Equipe do curso de Esp. em Radiologia
Semanal - FUNDECTO/FOUSP
Estudo Imagenológico das Afecções mais
Frequentes nos Seios Maxilares.
O estudo imagenológico das cavidades paranasais assegura aos
lho sinusal. Geralmente a mucosite é um achado imagenológico,
profissionais das diferentes Especialidades Odontológicas, uma
pois o paciente não apresenta nenhuma característica clínica remelhor avaliação e planejamento de suas atuações no Sistema
levante (Figura 01). A mucosite, representada pelo espessamento
Estomatognático. A proximidade anatômica dos seios paranasais,
mucoso, presente no assoalho da cavidade sinusal, quando perem particular dos seios maxilares, com o processo alveolar da masiste por longa duração, frente à presença do foco infeccioso pexila resulta em interações, as quais podem representar um procesriapical, poderá estar associada a uma reação da cortical óssea, na
so de defesa ou até mesmo a ocorrência de afecções, com ou sem
área comprometida, denominada de osteoesclerose sinusal focal.
manifestações clínicas, o que torna imprescindível uma avaliação
Pólipo sinusal - Polipose sinusal - O pólipo sinusal ou a polipose
imagenológica do Complexo Maxilo-Facial, principalmente dos
sinusal (presente em todas as corticais sinusais) ocorre quando o
seios maxilares.
processo inflamatório se estabeleO seio maxilar é considerado uma
ce na mucosa que reveste qualquer
cavidade piramidal, localizada no
uma das paredes do seio maxilar,
frente a fatores etiológicos, consiinterior das maxilas, sendo que a
derados extrínsecos (por exemplo
sua arquitetura pode apresentar
a poeira, pó, pólen das flores), pois
variações anatômicas, consideraa via de entrada dos mesmos é por
das como dentro da normalidade,
meio do complexo óstiomeatal;
referentes à ocorrência de septos
intraósseos, também denominados
esse espessamento mucoso podede tabiques, os quais podem subdirá ser observado nas respectivas
vidir parcialmente ou totalmente,
paredes sinusais, causando muitas
a cavidade sinusal em pequenos
vezes, formações pendulares que
compartimentos denominados de
se projetam para o interior do antro, na dependência da presença
divertículos.
Equipe do curso de Esp. em Radiologia
crônica do agente etiológico exterO seio maxilar apresenta uma via
no (Figuras 02).
de drenagem, para o interior da cavidade nasal, denominada de
complexo óstio-meatal, com as finalidades de proporcionar aeSinusite - Para que o seio maxilar possa realizar suas funções, é
ração e drenagem mucociliar, caracterizada pela presença de um
necessário que haja uma relação de equilíbrio entre o funcionaóstio principal e outros acessórios, situados no meato nasal médio,
mento do conjunto ciliar (a mucosa que reveste as paredes sinuentre as conchas nasais inferior e média, na parede lateral da casais se caracteriza por ser um epitélio pseudo-estratificado coluvidade nasal.
nar ciliado, apoiado em um tecido conjuntivo denso, com células
apresentando cílios na superfície apical, e a presença de células
É necessário que o Cirurgião Dentista conheça as possíveis altecaliciformes produtoras de muco) e a manutenção da via de drerações que possam acometer o seio maxilar, pois muitas vezes,
nagem, representada pelo complexo óstiomeatal. Quando ocorre
quando da execução de uma reabilitação oral, a identificação e a
a obstrução do complexo óstiomeatal, por um processo inflamacompreensão dessas afecções, podem ser fatores importantes à
tório generalizado na mucosa sinusal, devido a agentes etiológirealização do planejamento clínico. Serão descritas a seguir, algucos bacterianos, virais ou alérgicos, compromete-se a drenagem
mas das alterações mais frequentes no seio maxilar.
natural de secreções, conseqüentemente há uma diminuição da
Mucosite – Espessamento mucoso – Osteoesclerose sinusal
ventilação, e a presença natural de microorganismos na cavidade
focal - Quando da presença de um foco infeccioso de origem
sinusal, proporciona o estabelecimento da sinusite.
odontogênica,localizado no periápice de um órgão dental, contíguo ao assoalho do seio maxilar; a mucosa sinusal correspondente,
como defesa frente a essa lesão periapical, estabelece um processo inflamatório, in loco, denominado de mucosite, caracterizado
por um espessamento mucoso, representado por um aumento de
hiperdensidade não corticalizada da mucosa, presente no assoa16
revista ffo
jul/dez 2012
A etiologia da sinusite aguda pode ser uma infecção do trato respiratório superior, em particular o resfriado comum, a qual quando persiste, pode resultar em uma sinusite crônica; sendo que
esta pode estar também relacionada a traumas e comunicações
bucosinusais.
Na interpretação dessa afecção, por meio da tomografia computadorizada, utiliza-se a nomenclatura de obliteração parcial ou total do seio
maxilar (Figura 03).
Cisto de retenção mucoso - Acredita-se que a
provável etiologia esteja relacionada à obstrução dos ductos secretores das células caliciformes, presentes na mucosa sinusal, responsáveis
pela produção de muco. Esta lesão é considerada como um achado imagenológico, caracterizando-se por uma imagem hiperdensa, homogênea, não corticalizada, de forma ovalada,
esférica ou em cúpula, de base estreita ou larga,
localizada no assoalho do seio maxilar (Figura
04).O cisto de retenção mucoso pode permanecer estacionário no seu tamanho, bem como
diminuir ou aumentar na sua dimensão, sendo
que a regressão da lesão geralmente é espontânea.
A interpretação radiográfica dos seios maxilares, por meio dos recursos imagenológicos,
associada a outros exames complementares,
oferecem subsídios à avaliação clínica, possibilitando a uma equipe multiprofissional, uma
atuação criteriosa, planejada e com segurança
no Complexo Maxilofacial, em particular naqueles casos clínicos com intervenção nos seios
maxilares.
Referências Bibliográficas
Figura 01 – Corte panorâmico – tomografia computadorizada volumétrica – observa-se a osteoesclerose
sinusal focal adjacente a lesão periapical presente no dente 15.
Figura 02 – Imagens coronais referentes a pólipo ou polipose sinusal, presente na cavidade sinusal.
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Figura 03 – Obliteração parcial da cavidade sinusal – lado esquerdo, compatível com sinusite maxilar.
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Figura 04 – Imagem hiperdensa, de densidade homogênea, de limites definidos e não corticalizados, em forma de cúpula, localizada no assoalho da cavidade sinusal, lado esquerdo, sugestiva de
cisto de retenção mucoso.
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Reabilitação Oral
Marcus Amaral e
Profa. Dra. Marina Gallottini
Reabilitação Oral de Paciente Irradiado em
Cabeça e Pescoço.
dos professores do Curso de Especialização em Odontologia para PaO tratamento de pessoas com câncer na região de cabeça e pescoço
cientes com Necessidades Especiais: Dr. Adriano Pires Cândido; Dr. Aletem grande impacto na qualidade de vida, independente do sucesso
xandre Fraige; Profª Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio.
da terapia. Além de acometerem áreas anatômicas relacionadas à fala e
Referências Bibliográficas
mastigação, as sequelas do tratamento podem levar a prejuízos sociais
e emocionais importantes.
1. Kielbassa AM, Hinkelbein W, Hellwig E, Meyer-Lückel E.
A radioterapia é uma das opções terapêuRadiation-related damage to dentition. Lancet Oncol 2006;
ticas para o câncer de cabeça e pescoço,
7: 326−35
podendo ser curativa, adjuvante ou pa2. Koga DA, Salvajoli JV, Kowalski LP, Nishimoto IN, Alves FA.
liativa. Apesar dos avanços tecnológicos
Dental extractions related to head and neck radiotherapy:
que permitem a precisa localização do
ten year experience of a single institution. Oral Surg Oral
tumor e direcionamento dos feixes radioMed Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2008;105:e1-e6
terápicos, observam-se, ainda hoje, efeitos
3. Ojo B, Genden EM, Teng MS, Milbury K, Misiukiewicz,
secundários à radiação como a mucosite,
Badr H. A systematic review of head and neck cancer quaxerostomia, perda do paladar, trismo, cálity of life assessment instruments. Oral Oncology (2012):in
ries, e osteorradionecrose. A cárie dentária
Esp. em Odontologia para Pacientes com press
pós-radiação é agressiva e de rápida evo- Equipe do Curso deNecessidades
Especiais
4. Murphy BA, Ridner S, Wells N, Dietrich B. Quality of life
lução, o que geralmente leva à destruição
research in head and neck cancer: A review of the current state of the science. Critical
total da coroa, se não tratada a tempo.
Reviews inoncology/Hematology (2007):62:251–267
Pacientes submetidos à radioterapia apresentam risco de desenvolver
osteoradionecrose, especialmente quando a dose total de radiação ex5. Rogers SN. Quality of life for head and neck cancer patients – has treatment planning
cede 60 Gy. O estabelecimento da osteoradionecrose pode ser esponaltered? Oral Oncology. (2009):45:435–439
tâneo, mas sabe-se que a exodontia e cirurgias resgate no leito irradiado aumentam o risco do desenvolvimento da osteorradionecrose. Além
do trauma, outros fatores relacionados ao maior ou menor risco para o
desenvolvimento da osteorradionecrose, são: a dose de irradiação, localização do tumor, comprometimento vascular da área, presença de
outras sequelas da radioterapia na boca e hábitos do indivíduo. Por isso,
as extrações dentárias em leito irradiado devem ser discutidas com o
paciente e os riscos devem ser calculados na medida do possível.
O caso aqui relatado é de um paciente do gênero masculino, 57 anos
de idade, tratado de Carcinoma Espino Celular (CEC) de laringe por
Figura 1
Figura 2
meio de cirurgia e radioterapia, em 2003. A dose total de radiação recebida foi de 65 Gy, incididos lateralmente à face. Em 2008 o paciente
compareceu ao Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (CAPE),
queixando-se de destruição dos dentes por cárie. Ao exame clínico observamos que o paciente era desdentado superior e que apresentava
cárie de radiação nos dez dentes mandibulares remanescentes (Figuras
Figura 3
1, 2 e 3). Consideramos o caso como de risco elevado para o desenvolFigura 4
vimento de osteorradionecrose, e por essa razão optamos por não realizar exodontias nesse paciente. Realizamos então a coronectomia e
tratamento endodôntico, em todos os remanescentes. Em seguida, as
raízes foram seladas com resina e amálgama, e a reabilitação concluída
com a confecção de uma prótese total do tipo “over denture” (Figuras
Figura 5
Figura 6
5 e 6). O acompanhamento do paciente revelou reestabelecimento da
função mastigatória, readaptação social e impacto emocional positivo,
Figura 1 - Aspecto extra oral inicial; 2: Cárie de irradiação; 3: Radiografia panorâmica inicial;
com grande satisfação do paciente (Figura 4).
4: Aspecto extra oral após a reabilitação; 5: Aspecto intra oral após os tratamentos endodônAgradecimento a todos os dentistas envolvidos nesse tratamento, além
ticos e sepultamento das raízes; 6: Instalação das próteses totais.
18
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