Curso de Reciclagem Sedação em Terapia Intensiva Fascículo III – A importância da sedação em UTI A Importância da Sedação em Terapia Intensiva Este trabalho pôde ser desenvolvido devido à experiência dos autores em suas áreas de atuação, pesquisa e aplicação de conhecimento nas Unidades de Tratamento Intensivo Neurológicas (UTIN) do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo. A equipe responsável pelo gerenciamento das unidades é composta pelos médicos: Dr. Cassio Morano Peluso, Dr. Israel Ferreira da Silva, Dr. Luís Vicente Forte e Dr. Salomon Ordinola Rojas. O presente trabalho foi elaborado pelos seguintes membros da equipe: Autor: Dr. Israel Ferreira da Silva Diretor do Instituto de Tratamento Neurológico e Terapia Intensiva — INETI Diretor do Serviço de Anestesiologia do Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (HSPE) Presidente da Comissão de Residência Médica e Graduação do HSPE Anestesiologista da equipe do Prof. Dr. Sergio Almeida de Oliveira no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo e no Hospital Sírio-Libanês Co-autor: Dr. Luís Vicente Forte Diretor do Instituto de Tratamento Neurológico e Terapia Intensiva — INETI Neurocirurgião da equipe do Prof. Dr. Roberto Godoy no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Produzido por: © 2001 AP Americana de Publicações Ltda. Av. Eng. Luís Carlos Berrini, 936, 11o andar, Brooklin Novo – CEP 04571-000 – São Paulo – SP – Brasil Tel./Fax: 5501-5999 e-mail: [email protected] Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia por escrito dos editores. 3 Índice I. Introdução ...................................................................................................................... 3 II. Início ............................................................................................................................ 4 III. Manutenção ................................................................................................................. 5 IV. Despertar – Extubação ................................................................................................. 9 V. Transporte de pacientes sedados ................................................................................... 11 VI. Antagonistas e tratamento de intercorrências ............................................................. 12 VII. Casos clínicos ........................................................................................................... 13 I — Introdução A s diretrizes estabelecidas pelo autor para sedação e analgesia dos pacientes internados na UTI têm o objetivo de promover o bem-estar psíquico e físico dos mesmos. Todos os enfermos são potenciais candidatos à administração de agentes sedativos/analgésicos em alguma fase do tratamento. As indicações variam desde a necessidade de um benzodiazepínico (BZD) para diminuir a ansiedade e induzir o sono noturno até a infusão contínua durante vários dias da tríade hipnótico, analgésico e relaxante neuromuscular. As diretrizes foram determinadas para as diferentes etapas da sedação: 1. Início. 2. Manutenção. 3. Despertar – Extubação. 4. Transporte de pacientes sedados. 5. Antagonistas e tratamento de intercorrências. (Considerando-se a necessidade de adequação do balanço hídrico ao longo do tratamento, as soluções sugeridas contêm diversas concentrações dos agentes.) 4 II. INÍCIO Como foi apresentado nos Fascículos I e II, o fluxograma de orientação para escolha da sedação ajuda na determinação da(s) droga(s) mais indicada(s), de acordo com os objetivos estabelecidos, as condições clínicas do paciente e o tempo provável de utilização. Após a obtenção das respostas a cada uma das questões do Quadro 1, estamos aptos a iniciar a sedação. A medicação pode se restringir a uma única dose sedativa para o procedimento ou tratamento específico – como por exemplo insônia ou durante uma endoscopia – ou constituir-se em processo contínuo por tempo variável que requer uma série de cuidados e controles especiais, como por exemplo, paciente vítima de TCE com edema cerebral e monitorização da pressão intracraniana. O médico deve estar atento para a escolha correta da via de administração, da velocidade de infusão e da dose a ser utilizada, para atingir os efeitos desejados no tempo estabelecido. A não-observância dos cuidados acima freqüentemente promove resultados diversos do esperado. Uma análise mais detalhada revela se o agente, a dosagem inicial, a via de administração, o intervalo ou a velocidade de infusão prescritos foram inadequados para alcançar o objetivo. Com o início da sedação, o paciente torna-se mais dependente dos cuidados e controles da equipe da UTI. Na Lista 1, estão os agentes utilizados pelo autor com maior freqüência para sedação em UTI. A sedação pré-anestésica é situação específica e Lista 1. Agentes utilizados com maior freqüência em UTI pelos autores 1. Antiinflamatórios: • Tenoxicam (Tilatil®) Dose = 20 mg ou 40 mg (IV) 12/12 horas • Cetoprofeno (Profenid®) Dose = 100 mg (IV) = dose inicial, seguida de 60 mg (IV) 8/8 horas (Infundir em 30 minutos) Quando creatinina < 2 e não houver fatores de risco de hemorragia digestiva 2. Benzodiazepínicos: • Midazolam (Dormonid®) Dose bolus (IV) = 0,05 mg/kg a 0,1 mg/kg Dose infusão (IV) = 0,5 µg/kg/min a 1,5 µg/kg/min Dose (VO) = 7,5 mg a 15 mg 6/6 h • Diazepam (Valium®, Diempax®) Dose bolus (IV) = 0,1 mg/kg a 0,2 mg/kg Dose (VO) = 10 mg a 20 mg 8/8 h 3. Hipnóticos: • Propofol (Diprivan®) Dose bolus (IV) = 1 mg/kg a 2 mg/kg Dose infusão (IV) = 0,3 mg/kg/h a 4 mg/kg/h 4. Opióides: • Fentanil (Fentanil®) Dose bolus (IV) = 1 µg/kg a 3 µg/kg Dose infusão (IV) = 2 µg/kg/h a 6 µg/kg/h Transdérmico = 25 µg/h, 50 µg/h, 75 µg/h e 100 µg/h • Alfentanil (Rapifen®) Dose bolus (IV) = 10 µg/kg a 50 µg/kg Dose infusão (IV) = 0,5 µg/kg/min a 1,5 µg/kg/min • Sufentanil (Sufenta®) Dose bolus (IV) = 1 µg/kg a 2 µg/kg Dose infusão (IV) = 0,01 µg/kg/min a 0,03 µg/kg/min • Morfina (Astramorf®) Dose bolus (IV) = 0,08 mg/kg a 0,12 mg/kg Dose infusão (IV) = 0,05 mg/kg/h a 0,18 mg/kg/h • Nalbufina (Nubain®) Dose bolus (IV) = 0,08 mg/kg a 0,15 mg/kg Dose infusão (IV) = 0,06 mg/kg/h a 0,18 mg/kg/h • Tramadol (Tramal®) Dose (IV, SC, VO) = 50 mg a 100 mg 8/8 h 5. Agentes antipsicóticos: • Clorpromazina (Amplictil®) Dose (IV) = 2 mg 2/2 min (de acordo com resposta) • Haloperidol (Haldol®) Dose (IM) = 25 mg a 50 mg 12/12 h Agitação leve (IV) = 1 mg a 3 mg 10/10 min (de acordo com resposta) Agitação moderada (IV) = 5 mg a 7 mg 10/10 min (de acordo com resposta) Agitação severa (IV) = 10 mg (dobrar a dose a cada 20 min) 6. Relaxantes neuromusculares: Quadro 1. Questões do fluxograma de orientação 1. Por que sedar e por quanto tempo? Determinar o grupo farmacológico. 2. O que utilizar? Determinar o agente medicamentoso. 3. Como utilizar? Determinar a via e a forma de administração. • Atracúrio (Tracrium ®) Dose bolus (IV) = 0,3 0,6 mg/kg Dose infusão (IV) = 3 µg/kg/min a 5 µg/kg/min • Mivacúrio (Mivacron®) Dose bolus (IV) = 0,15 0,2 mg/kg Dose infusão (IV) = 1 µg/kg/min a 15 µg/kg/min • Pancurônio (Pavulon®) Dose bolus (IV) = 0,04 0,1 mg/kg • Vecurônio (Norcuron®) Dose bolus (IV) = 0,04 0,1 mg/kg mg/kg a mg/kg a mg/kg a mg/kg a 5 merece algumas considerações especiais. A ansiedade desencadeada pela aproximação do ato cirúrgico causa desconforto ao paciente, com repercussões nas variáveis hemodinâmicas. O preparo adequado pode tornar o enfermo menos ansioso e evitar inúmeras complicações ou mesmo a suspensão da cirurgia. Os BZD são os agentes ideais para a diminuição da ansiedade no período pré-operatório e, quando administrados via oral e na dosagem adequada, raramente estarão acompanhados de efeitos colaterais ou intercorrências sérias. Os fármacos que têm boa indicação para esse fim são o midazolam e o diazepam. A dose deve estar adequada ao peso, à idade e ao histórico do paciente, que pode incluir, por exemplo, alcoolismo crônico ou uso de antidepressivos, estados de desnutrição ou hipovolemia, condições para as quais as dosagens deverão ser ajustadas, com aumento nos dois primeiros casos e diminuição nos últimos. Dessa forma, o objetivo final poderá ser alcançado com menor incidência de complicações. O diazepam pode ser administrado, via oral, 90 minutos antes da cirurgia, na dosagem de 5 mg a 10 mg. Ressalte-se que esse agente promove aumento da adenosina plasmática, fato que deve ser considerado em pacientes com reserva cardíaca comprometida, conforme citado no Fascículo II. O midazolam tem sido utilizado, via oral, na dosagem de 7,5 mg a 15 mg, 60 minutos antes da cirurgia, com resultados bastante satisfatórios, devido à boa ansiólise e amnésia que promove. Os opióides podem ser administrados, como medicação pré-anestésica, quando a dor for fator predominante. A morfina, na dosagem de 10 mg (VO) ou 10 mg (IM), é uma boa indicação para tal condição. III. MANUTENÇÃO Durante essa fase, é possível manter-se o esquema escolhido para o início da sedação ou alterá-lo de acordo com novos objetivos ou necessidades. Vários esquemas de sedação estão disponíveis na literatura. Merecem destaque as orientações fornecidas pelas associações de medicina intensiva: 1. Brasileira (AMIB) – Consenso Brasileiro sobre Analgesia, Sedação e Bloqueio Neuromuscular em Terapia Intensiva, de maio de 1996. 2. Americana – esquema desenvolvido em 1992 pelo Grupo Tarefa da Society of Critical Care Medicine (SCCM). Porém, uma pesquisa realizada por Rhoney e Murry (1998) demonstrou que a maioria das UTIs não utilizava os protocolos e não aderira às recomendações sugeridas pelas sociedades médicas. Diante dessa situação, Ostermann e cols. (2000) realizaram uma extensa revisão da literatura e pesquisaram os diferentes esquemas de sedação empregados no período de 1980 a 1998. Os trabalhos foram selecionados, validados e analisados conforme critérios dos autores; as publicações estão listadas na Tabela 1. Ostermann e cols. relataram que o propofol e o midazolam foram os agentes sedativos mais empregados em UTI e o alfentanil, o fentanil e a morfina, os opióides de escolha para o tratamento da dor. Os autores dessa magnífica metaanálise, publicada no JAMA, também verificaram que a associação de propofol com alfentanil, tanto em procedimentos anestésicos quanto na sedação em UTI, pode facilitar a extubação precoce em comparação com morfina e benzodiazepínico. Dados extraídos desse estudo nos permitem inferir que a possibilidade de extubação e a alta precoce da UTI também constituem fatores importantes na análise dos custos totais do tratamento. O emprego de diretrizes para orientação, relativas à sedação e a outros cuidados oferecidos aos pacientes, pode significar maior segurança, resultados clínicos satisfatórios e redução dos custos. Neste terceiro e último fascículo desta coleção, sugerimos algumas soluções padronizadas, discriminadas nos Quadros 2, 3, 4, 5 e 6, cujas fórmulas podem servir como diretrizes para a escolha do esquema mais adequado de sedação. 6 Tabela 1. Publicações analisadas por Ostermann e cols. em 2000 metaanálise internacional realizada Publicação Seguimento (%) Trat. Dados de base Estr. progr. Dose espec. programada Não Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim ND Não Não Sim Sim Sim 1, 2 1, 2, 3 1, 2, 3, 4, 5 3, 4, 5 1, 2, 3, 4, 5 1, 2, 3, 4 1, 2 1, 2, 3, 4 1, 2, 3, 4 1, 4 1 1, 2, 4 2 1, 2, 4 Não 1, 3 1, 2, 3 1, 2 Não Não Sim Não Sim Não Não Sim Não 100 100 100 100 ND 83 66 100 Não Não Sim Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim 1, 2 1, 2 1 1, 2 1, 2, 3, 4 1, 2, 3, 4 1, 2, 3, 4 1, 2, 3, 4 3 2, 3 1, 2 3 3 Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não 100 100 100 Não Não Não Sim Sim Sim 1, 2, 3 1, 2 1, 3, 4 2, 3 3 Não Não Não Não Midazolam x Lorazepam (UTI Geral) Pohlman e cols., 1994 100 Cemaianu e cols., 1996 100 Não Não Sim Sim 1, 2 1, 3, 4 Não 3 Sim Não Midazolam x Isoflurano Kong e cols., 1989 Spencer e Willatts, 1992 100 100 Não Não Sim Sim 1, 2 1, 2, 3, 4 3 3 Não Não Opióide x Opióide Yate e cols., 1986 100 Não Sim 1, 2, 3, 4 3 Não Opióide x Propofol Heinrichs e cols., 1992 100 Não Sim 2 Não Sim Opióide x Anestésico Kolenda e cols., 1996 69 Não Sim 1, 2, 3, 4 Não Não Não Sim Não Não Não Sim Sim Não Sim Não 1, 2 1 1, 2 1, 2 1, 3, 4 Não Não Não Não 3 Não Não Não Não Não Propofol x Midazolam (Cirurgia Cardíaca) Grounds e cols., 1987 100 McMurray e cols., 1990 100 Snellen e cols., 1990 100 Chaudhri e cols., 1992 ND Roe Kaerts e cols., 1993 100 Higgins e cols., 1994 100 Wahr e cols., 1996 89 Searle e cols., 1997 100 Carrasco e cols., 1998 100 Propofol x Midazolam (UTI Geral) Aitkenhead e cols., 1989 Beyer e Seyde, 1992 Boyd e cols., 1993 Carrasco e cols., 1993 Costa e cols., 1994 Ronan e cols., 1995 Kress e cols., 1996 Chamorro e cols., 1996 Barrientos-Vega e cols., 1997 Weinbroum e cols., 1997 Sanchez-Izquierdo e cols., 1998 Combinação de drogas x Combinação de drogas Adams e cols., 1988 100 Ledingham e cols., 1988 Harris e cols., 1990 100 Adams e cols., 1991 100 Manley e cols., 1997 100 Cego Legendas: Trat. = indica sedação programada (intenção de tratar). ND = informação não-disponível. Dados de base: 1. Idade, 2. Peso, 3. Função hepática, 4. Função renal, 5. Função pulmonar Estr. progr. = Estratégia programada. Lista de intervenções realizadas: 1. Anestesia, 2. Analgesia, 3. Bloqueio neuromuscular, 4. Estratégia de despertar 7 As soluções em destaque com asterisco são as que mais empregamos atualmente. O ajuste da dose de cada agente e a velocidade de infusão da solução devem ser feitos de acordo com a resposta clínica de cada paciente e os objetivos predeterminados. As opções apresentadas adiante diferem em volume e em concentrações dos agentes. Dessa forma, as necessidades de adequação do balanço hídrico orientam o médico na escolha adequada de cada solução. As soluções já estão disponíveis com os principais agentes, em diferentes associações e nas dosagens sugeridas, com os cálculos em ml/h. Esse fato facilita a prescrição, a administração e o controle do balanço hídrico diário. Cabe ressaltar que é possível escolher os agentes sedativos de cada solução com a aplicação do fluxograma de orientação, resumido no Quadro 1 e discutido no primeiro fascículo. Quando o uso do relaxante neuromuscular não for necessário, substitui-se seu respectivo volume por solução salina, mantendo-se as mesmas concentrações dos demais agentes, nas soluções propostas. O midazolam pode ser associado a um opióide, como fentanil, na mesma solução, mas isso não se aplica ao diazepam e não é recomendável para o propofol, que deve ser infundido separadamente (Quadro 6). O propofol, na apresentação atual, contendo 10 mg/ml, quando empregado em infusões prolongadas e nas dosagens recomendadas, contribui com volumes superiores a 1.000 ml de líquido diários. Dessa forma, apresentações desse agente contendo maior concentração seriam desejáveis, devido à facilidade de administração, à diminuição do aporte de lipídios e ao melhor controle da oferta de líquidos, garantindo a qualidade de sedação que esse agente proporciona. A manutenção da sedação implica vigilância ainda maior da equipe da UTI. Deve-se empreender todos os esforços possíveis para acompanhar atentamente o processo, diagnosticar rapidamente as alterações e instituir cuidados gerais profiláticos. Destacam-se os seguintes cuidados gerais, que Quadro 2. Soluções padronizadas para sedação e analgesia sem restrição de volume SOLUÇÃO 1 Alfentanil ............................. 50 ml (10 amp.) Atracúrio ........................... 12,5 ml (5 amp.) SF 0,9% .......................... 187,5 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) SOLUÇÃO 2 Alfentanil ............................. 50 ml (10 amp.) Mivacúrio ............................. 60 ml (6 amp.) SF 0,9% ............................. 140 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) *SOLUÇÃO 3 Fentanil ................................ 50 ml Atracúrio ........................... 12,5 ml SF 0,9% .......................... 187,5 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) SOLUÇÃO 4 Fentanil ................................ 50 ml Mivacúrio ............................. 60 ml SF 0,9% ............................. 140 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) SOLUÇÃO 5 Midazolam ............................. 5 ml (25 mg) Atracúrio ........................... 12,5 ml (125 mg) SF 0,9% .......................... 232,5 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) SOLUÇÃO 6 Midazolam ............................. 5 ml (25 mg) Mivacúrio ............................. 60 ml (120 mg) SF 0,9% ............................. 185 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) SOLUÇÃO 7 Midazolam ........................... 15 ml (75 mg) SF 0,9% ............................. 235 ml (D50 = 30 ml/h, D60 = 36 ml/h, D70 = 42 ml/h, D80 = 48 ml/h, D90 = 54 ml/h, D100 = 60 ml/h) Observações: 1. D = peso do paciente em kg 2. Equivalência de dosagens (µg/kg/min): Alfentanil = 1, Fentanil = 0,1, Midazolam = 1 (3 µg/kg/min, sol. 7), Atracúrio e Mivacúrio = 5 3. Programação do bolus = peso/10 ml ou 1/3 da dose de manutenção (ml) 4. A solução marcada com asterisco (*) é a predominantemente utilizada pelos autores 8 Quadro 3. Soluções padronizadas e concentradas para sedação e analgesia SOLUÇÃO 1 Alfentanil ........................... 100 ml (20 amp.) Atracúrio .............................. 25 ml (10 amp.) SF 0,9%.............................. 125 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) SOLUÇÃO 2 Alfentanil ........................... 100 ml (20 amp.) Mivacúrio ........................... 120 ml (12 amp.) SF 0,9% .............................. 30 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) *SOLUÇÃO 3 Fentanil ................................ 50 ml (5 amp.) SF 0,9% ............................... 50 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) *SOLUÇÃO 4 Fentanil .............................. 100 ml (10 amp.) Atracúrio .............................. 25 ml SF 0,9% ............................. 125 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) SOLUÇÃO 5 Fentanil .............................. 100 ml Mivacúrio ........................... 120 ml SF 0,9% ............................... 30 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) SOLUÇÃO 6 Midazolam ........................... 10 ml (50 mg) Atracúrio .............................. 25 ml (250 mg) SF 0,9% ............................. 215 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) SOLUÇÃO 7 Midazolam ........................... 10 ml (50 mg) Mivacúrio ........................... 120 ml (240 mg) SF 0,9% ............................. 120 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) *SOLUÇÃO 8 - Midazolam concentrado Midazolam (5 mg/ml) ........... 30 ml (150 mg) SF 0,9% ............................. 220 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) *SOLUÇÃO 9 Midazolam e fentanil concentrados Midazolam (5 mg/ml) ........... 15 ml (75 mg) Fentanil ................................ 50 ml (2.500 µg) SF 0,9% .............................. 35 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) *SOLUÇÃO 10 Morfina concentrada (1 ml = 0,3 mg) Morfina (10 mg/ml) ................ 3 ml (30 mg) SF 0,9% ............................... 97 ml (D50 = 12 ml/h, D60 = 14 ml/h, D70 = 16 ml/h, D80 = 18 ml/h, D90 = 20 ml/h, D100 = 22 ml/h) Observações: 1. D = peso do paciente em kg 2. Equivalência das dosagens (mg/kg/h) = 0,05 3. Equivalência das dosagens (µg/kg/min): Alfentanil = 1, Fentanil = 0,1, Midazolam = 1 (µg/kg/min, sol. 7 e 9), Atracúrio e Mivacúrio = 5 4. Programação do bolus = peso/10 (ml) ou 1/3 da dose de manutenção (ml) 5. As soluções marcadas com asterisco (*) são as predominantemente utilizadas pelos autores 9 precisam ser observados de acordo com a necessidade de cada paciente: • Cuidados posturais – estabelecidos de acordo com a doença de base, geralmente evitando-se posturas que facilitem acidentes durante a retirada da grade lateral de proteção, com ferimentos nas mãos, pés ou cotovelos, assim como o deslocamento de cateteres ou sondas. • Higiene de vias aéreas – aspiração da secreção pulmonar que pode aumentar com o uso de drogas sedativas/relaxantes neuromusculares. • Prevenção de trombose venosa profunda. • Prevenção de úlcera de córnea – a perda do reflexo ciliar resulta em exposição contínua e desidratação da córnea. • Prevenção de úlceras de pressão. • Nutrição e hidratação adequadas. • Prevenção de distensão abdominal, obstipação e gastroparesia. • Controles de parâmetros clínicos – pressão arterial, freqüências cardíaca e respiratória, temperatura, pressão venosa central etc. IV. DESPERTAR – EXTUBAÇÃO Alcançados a resposta clínica e os objetivos predeterminados, pode-se reduzir progressivamente a sedação. O despertar deve ser tão previsível e programado quanto os motivos que levaram a equipe a indicar a sedação. O ajuste planejado de infusão dos agentes propicia conforto e bem-estar, evita agitação psicomotora e alterações cardiocirculatórias e ventilatórias, enquanto o paciente permanece intubado, até as manobras de extubação. O processo de despertar pode ser a etapa final de uma sedação prolongada para o tratamento de condições graves ou a fase de recuperação após anestesia geral. Nos pacientes que ficaram sedados por tempo prolongado – principalmente se foram medicados com a tríade hipnótico, opióide e relaxante muscular – inicia-se o processo de despertar 48 horas antes da suspensão completa da sedação. Quadro 4. Soluções padronizadas para sedação e analgesia sem diluição (soluções puras) SOLUÇÃO 1 Alfentanil ........................... 100 ml (20 amp.) Atracúrio .............................. 25 ml (10 amp.) (D50 = 7,5 ml/h, D60 = 9 ml/h, D70 = 10,5 ml/h, D80 = 12 ml/h, D90 = 13,5 ml/h, D100 = 15 ml/h) *SOLUÇÃO 2 Fentanil .............................. 100 ml (10 amp.) Atracúrio .............................. 25 ml (10 amp.) (D50 = 7,5 ml/h, D60 = 9 ml/h, D70 = 10,5 ml/h, D80 = 12 ml/h, D90 = 13,5 ml/h, D100 = 15 ml/h) SOLUÇÃO 3 Midazolam ........................... 10 ml (50 mg) Mivacúrio ........................... 120 ml (240 mg) (D50 = 7,5 ml/h, D60 = 9 ml/h, D70 = 10,5 ml/h, D80 = 12 ml/h, D90 = 13,5 ml/h, D100 = 15 ml/h) *SOLUÇÃO 4 - Midazolam puro Midazolam (5 mg/ml) ........... 30 ml (150 mg) (D50 = 1,8 ml/h, D60 = 2,2 ml/h, D70 = 2,5 ml/h, D80 = 2,9 ml/h, D90 = 3,2 ml/h, D100 = 3,5 ml/h) Observações: 1. D = peso do paciente em kg 2. Equivalência de dosagens (µg/kg/min): Alfentanil = 1, Fentanil = 0,1, Midazolam = (1 µg/kg/min, sol. 3) e (3 µg/kg/min, sol. 4) 3. Bolus = 1/3 da dosagem de infusão em ml 4. As soluções marcadas com asterisco (*) são as predominantemente utilizadas pelos autores Os relaxantes neuromusculares, preferentemente, são os primeiros fármacos a ser suspensos e confirma-se a diminuição adequada dos níveis plasmáticos destes com testes repetidos de estimulação nervosa periférica. Em seguida, substituem-se os agentes hipnóticos de meia-vida longa por outros de meia-vida curta e reduz-se gradualmente a infusão. Durante a fase final do despertar, mantém-se a infusão do agente mais indicado para o controle dos fatores de desconforto de cada paciente, tais como ansiedade, agitação ou dor. A extubação pode ser realizada sob a infusão do agente sedativo escolhido, em doses apropriadas, para controle adequado da causa do desconforto. 10 SOLUÇÕES MAIS EMPREGADAS PELO AUTOR SOLUÇÕES MAIS EMPREGADAS PELO AUTOR Quadro 5. Diretrizes para sedação com alfentanil Quadro 6. Diretrizes para sedação com propofol Dosagem inicial = 10 µg/kg - 25 µg/kg Dosagem de manutenção = 0,5 µg/kg/min Solução Alfentanil (20 ml) + SF 0,9% (80 ml) = 1 ml da solução com 100 µg do agente Dosagem inicial = 1 mg/kg a 2 mg/kg Dosagem de manutenção = 50 µg/kg/min (equivalente a 3 mg/kg/h) Solução pura: 1 ml = 10.000 µg ou 10 mg do agente D50 = 15 ml/h D55 = 16,5 ml/h D60 = 18 ml/h D65 = 19,5 ml/h D70 = 21 ml/h D75 = 22,5 ml/h D80 = 24 ml/h D85 = 25,5 ml/h D90 = 27 ml/h D95 = 28,5 ml/h D100 = 30 ml/h D50 = 15 ml/h D55 = 16,5 ml/h D60 = 18 ml/h D65 = 19,5 ml/h D70 = 21 ml/h D75 = 22,5 ml/h D80 = 24 ml/h D85 = 25,5 ml/h D90 = 27 ml/h D95 = 28,5 ml/h D100 = 30 ml/h Observações: 1. D = peso do paciente em kg 2. A redução de 10% da infusão a cada 30 ou 60 minutos poderá ser empregada como parâmetro inicial 3. O ajuste da dose decrescente e a velocidade de redução serão determinados de acordo com a resposta clínica de cada paciente Observações: 1. D = peso do paciente em kg 2. O ajuste de 10% da infusão a cada 30 ou 60 minutos poderá ser empregado como parâmetro inicial, para mais ou para menos, de acordo com a resposta clínica do paciente 3. No Programa de Extubação, a infusão do propofol poderá ser diminuída progressivamente, até atingirse sedação consciente, obtida com a metade (ou menos) das dosagens acima preconizadas Esse recurso tem sido empregado para extubação de pacientes provenientes de centro cirúrgico, conforme as orientações abaixo: Diretrizes de Extubação com Alfentanil (Quadro 5) • Pacientes submetidos a cirurgias de grande porte, com elevado potencial doloroso, tais como toracotomias, cirurgias ortopédicas etc. • Pacientes que necessitam ficar intubados, porém com controle do nível de consciência, incluindo-se neurocirurgias de fossa posterior. • Pacientes com indicação de extubação nas primeiras 6 horas do período pós-operatório imediato (POI) – ASA I e II. Diretrizes de Extubação com Propofol (Quadro 6) • Pacientes com indicação de extubação nas primeiras 3 horas de POI – ASA I e II. Reduz-se em 10% a infusão do agente sedativo a cada 30 ou 60 minutos como parâmetro inicial. O ajuste da dose decrescente e a velocidade de redução são determinados de acordo com a resposta clínica do paciente. Para indicar-se o momento ideal da extubação de um paciente sob sedação, deve-se conhecer minuciosamente suas necessidades e condições clínicas. Genericamente, pode-se afirmar que quando o paciente começa a atender às solicitações verbais mantém o controle ventilatório espontâneo e apresenta tosse eficaz, sem manifestar sinais de desconforto (taquicardia, hipertensão arterial, agitação ou taquipnéia), ele está no momento ideal para a extubação (Nível 2 da Escala de Ramsay e cols.). Outros testes clínicos, realizados com facilidade, na verificação de curarização residual, consistem na habilidade do paciente de abrir os olhos sem dificul- 11 dade, protruir a língua, fletir a cabeça por 5 segundos e o braço sobre a cabeça por 15 segundos. Principalmente no período pós-operatório imediato, o profissional de UTI deve considerar a possibilidade de o paciente estar acordando, mas com curarização residual significativa, quando sinais como sudorese, abalos musculares pouco efetivos e agitação forem evidentes. O conhecimento do perfil farmacocinético desses agentes, que pode ser verificado no Fascículo II, assim como o horário da última dose e a quantidade total administrada, são dados imprescindíveis e servem de orientação para a indicação da reversão do bloqueio neuromuscular. O diâmetro das pupilas é útil na verificação de efeitos residuais de BZD, opióides e anestésicos gerais. A presença de dor deve ser investigada sempre e o tratamento ser imediato com uso de opióide em dosagem adequada. Tal estratégia proporciona benefícios para o paciente e a equipe da UTI, considerando-se que a fase de recuperação da anestesia e a presença do tubo traqueal trazem um desconforto variável, mas sempre presente, nas primeiras horas do período pós-operatório. O paciente intubado, hipotérmico e sob efeito residual dos agentes começa a despertar devido aos estímulos externos. Enquanto o enfermo é mobilizado para troca de lençóis, higiene pessoal e posicionamento das placas de radiografia, o tubo orotraqueal estimula a tosse e o vômito. As coletas de sangue causam dor, e a dificuldade em acompanhar os parâmetros do respirador desencadeia ventilação inadequada e a sensação de “sufocamento”, provocando agitação psicomotora. Os sinais aflitivos surgem: agitação, sudorese, hipertensão arterial, taquicardia, taquipnéia. O quadro pode levar a complicações respiratórias, cardíacas e neurológicas e comprometer o plano de cuidados da equipe de enfermagem, ocasio-nando uma extubação acidental ou atrasando a mesma. Diante do apresentado, o médico prescreve um sedativo e, eventualmente, o objetivo desejado não é alcançado na primeira tentativa, pois não houve tempo para analisar o prontuário, examinar detalhadamente o paciente e receber os resultados dos exames de sangue. Dessa forma, a extubação sob sedação programada evita uma série de complicações quando precisamente indicada e corretamente realizada. V. TRANSPORTE DE PACIENTES SEDADOS O transporte de pacientes da UTI para a realização de exames diagnósticos requer preparo e cuidados especiais, devendo ocorrer de forma ágil e segura. Durante o trajeto, condições semelhantes às da UTI precisam ser observadas, minimizando-se os riscos inerentes às manobras com adoção de medidas padronizadas (diretrizes para o transporte de pacientes). A falta de organização do transporte, geralmente, associa-se a piora da condição clínica do paciente e desgaste emocional da equipe. Assim, devemos lembrar de: • Trajeto e leito – camas largas não entram em alguns elevadores mais antigos. • Que o regime de sedação deve ser mantido. • Cuidados posturais – verificar necessidade de fixadores, cintos, colares, coletes, tábuas etc. • Ventilação adequada – ajustar o respirador. • Monitorização contínua. A ventilação satisfatória e apropriada para cada paciente é instituída e confirmada antes da saída da UTI. As variáveis ventilatórias dos pacientes intubados, devem ser observadas por um período desejável de 5 minutos após a regulagem do ventilador de transporte. A verificação do perfeito funcionamento dos equipamentos e monitores e a carga das baterias dos mesmos deve ser sistemática. A monitorização mínima requerida durante o transporte consta de oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva e cardioscopia contínua. Os seguintes materiais são obrigatórios durante o transporte: 1. Caixa-padrão de primeiros socorros (cânulas, 12 medicações, equipos, soros, seringas, agulhas, luvas, laringoscópio etc.) – Verificar conteúdo. 2. Torpedo de oxigênio de reserva – Testar válvulas e carga. 3. Soluções de sedação e analgesia ou outras imprescindíveis para reposição – Identificar claramente cada solução. E, finalmente, sempre confirmar se o setor de destino está em condições de receber o paciente antes que este deixe a UTI. VI. ANTAGONISTAS E TRATAMENTO DE INTERCORRÊNCIAS A adoção dos cuidados descritos anteriormente diminui as chances de possíveis intercorrências ou efeitos colaterais durante a sedação, porém não eliminam completamente os riscos. Dessa forma, deve-se estar preparado para a solução dos efeitos indesejáveis e, eventualmente, propiciar o despertar precoce do paciente. Lista 2. Antagonistas e tratamento de intercorrências 1. Antagonista dos Benzodiazepínicos: • Flumazenil (Lanexat ) Dose bolus (IV) = 0,2 mg a 1 mg, ou 4 µg/kg a 20 µg/kg Dose infusão (IV) = 0,5 µg/kg/min a 1 µg/kg/min Dose máxima (IV) = 3 mg em 1 hora Apresentação: ampolas de 5 ml = 0,1 mg/ml 6. Drogas Inotrópicas: • Adrenalina Dose bolus (IV) = 0,02 mg/kg Dose infusão (IV) = 0,03 µg/kg/min a 0,1 µg/kg/min Solução: 4 mg/250 ml (SG 5%) = 16 µg/ml Apresentação: ampolas com 1 mg Dose alfa > 0,08 µg/kg/min Dose beta < 0,04 µg/kg/min 2. Antagonista dos Relaxantes Musculares: • Noradrenalina Dose infusão (IV) = 0,01 µg/kg/min a 0,1 µg/kg/min • Neostigmina (Prostigmine®) Dose bolus (IV) = 0,05 mg/kg Solução: 8 mg/250 ml (SG 5%) = 32 µg/ml Apresentação: ampolas com 4 mg (1 mg/ml) Dose máxima = 5 mg ® Atropina (IV) = 0,015 mg/kg (pode ser administrada simultanea- • Dopamina (Revivan ) Dose infusão dopaminérgica (IV) = 1 µg/kg/min a 2 µg/kg/min (0,06 ml/h x peso a 0,12 ml/h x peso) mente ou 3 minutos antes da neostigmina) Dose infusão dopa + beta (IV) = 2 µg/kg/min a 5 µg/kg/min (0,12 3. Antagonista dos Opióides: ml/h x peso a 0,3 ml/h x peso) Dose infusão beta (IV) = 5 µg/kg/min a 10 µg/kg/min (0,3 ml/h x • Naloxona (Narcan®) Dose bolus (IV) = 0,1 mg a 2 mg peso a 0,6 ml/h x peso) Dose infusão (IV) = 5 µg/kg/h a 15 µg/kg/h Dose infusão alfa (IV) = > 10 µg/kg/min Apresentação: ampolas com 0,4 mg Solução (0,1%): 200 ml (SG 5%) + 5 ampolas de dopamina (50 ml) Apresentação: ampolas com 50 mg (5 mg/ml) 4. Tratamento de Prurido: • Dobutamina (Dobutrex®) Dose infusão (IV) = 2,5 µg/kg/min • Difenidramina (Benadryl®) proibida a comercialização em a 10 µg/kg/min (0,15 ml/h x peso a 0,6 ml/h x peso) 2001 Solução (0,1%): 230 ml (SG 5%) + 1 ampola de dobutamina (20 ml) • Prometazina (Fenergan®) Dose (IV) = 12,5 mg a 50 mg Apresentação: ampolas de 20 ml com 250 mg Apresentação: ampolas com 50 mg • Isoproterenol (Isuprel®) Dose infusão (IV) = 0,005 µg/kg/min • Hidrocortisona (Solu-Cortef®) Dose (IV) = 1 mg/kg a 2 mg/kg a 0,1 µg/kg/min Apresentação: frascos-ampola liofilizados, com 500 mg Solução: 2 mg/250 ml (SG 5%) = 8 µg/ml Apresentação: ampolas com 1 mg 5. Tratamento de Náusea e Vômito: 7. Drogas Vasodilatadoras: • Domperidona (Motilium ®) Dose (VO) = 10 mg 8/8 h Apresentação: comprimidos 10 mg ou suspensão oral • Nitroprussiato de sódio (Nipride®) Dose infusão (IV) = 0,5 1 ml/1 mg µg/kg/min a 8 µg/kg/min • Bromoprida (Digesan®) Dose (IV) = 10 mg/dia a 20 mg/dia Solução (0,02%): 50 mg/250 ml (SG 5%) Apresentação: ampolas com 10 mg Apresentação: ampolas com 50 mg • Alisaprida (Superan®) Dose (IV) = 50 mg 6/6 ou 8/8 h • Nitroglicerina (Tridil®) Dose infusão (IV) = 0,5 µg/kg/min a Apresentação: ampolas com 50 mg 8 µg/kg/min • Ondansetrona (Zofran®) Dose (IV) = 4 mg a 8 mg 6/6 ou 8/8 h Solução (0,01%): 50 mg/500 ml (SF 0,9%) Apresentação: ampolas com 4 mg ou 8 mg Apresentação: ampolas com 50 mg ® 13 Na Lista 2, estão algumas drogas utilizadas no controle dos efeitos colaterais mais sérios, com especial destaque para as medicações antagonistas. Diante da existência de inúmeras possibilidades de combinações de agentes, para conseguir-se uma sedação/analgesia adequada no ambiente da UTI, colocam-se algumas alternativas. • Todas as possibilidades atingem altos níveis de satisfação quando corretamente indicadas e realizadas. • As diferenças farmacológicas entre os agentes, as necessidades específicas dos pacientes e a experiência da equipe da UTI com um determinado esquema explicam a falta de padronização universal. Devido à falta desta, várias soluções são apresentadas, com diferentes agentes e concentrações, que podem ser empregados conforme necessidades ou preferências locais, o que pode ser verificado neste fascículo. clônica, com diminuição da saturação, medida pela oximetria de pulso (96% para 70%), tendo sido necessários IOT e suporte ventilatório sob sedação. Tendo em vista o quadro apresentado, é possível afimar que: a. A meperidina pode ter sido o agente desencadeante da crise convulsiva. b. A crise convulsiva deveu-se a hipoxemia associada ao edema cerebral. c. A metoclopramida não poderia ter sido o agente desencadeante por agir diretamente na “zona do gatilho” e não ter outro efeito no SNC. d. A quetamina e a meperidina podem ser empregadas na sedação desse paciente, desde que devidamente curarizado. e. Esse paciente deve ficar sedado com altas doses de barbitúrico, para prevenção de nova convulsão e promover analgesia. Finalizando esta coleção, o autor apresenta cinco casos clínicos para discussão, baseado nas informações fornecidas nos três fascículos. Paciente do sexo masculino, 48 anos, acometido de rebaixamento súbito do nível de consciência e levado ao PS. Os familiares relataram que o mesmo era hipertenso, mas não estava tomando a medicação, e que sentiu forte dor de cabeça durante o jantar, desmaiando em seguida. Ao exame clínico, o paciente estava torporoso, taquipnéico, com pupilas isocóricas e fotorreagentes, sem sinais de localização. Os sinais vitais eram: PA = 200 x 120 mmHg, FC = 62, resp = 25 irpm, temp. = 37,8ºC e Sat O2 = 98% (c/ cateter de O2 nasal). O ECG revelou sobrecarga de VE, sem outras alterações, e a tomografia craniana, hemorragia meníngea com inundação ventricular e edema cerebral, com desvio discreto da linha média. Considerando-se que a equipe optou por sedar, intubar e instalar cateter para monitorar a pressão intracraniana (PIC), a conduta mais adequada referente à sedação é: a. Proceder à IOT com sedação superficial para melhor avaliação do nível de consciência e da PIC. b. Usar succinilcolina como relaxante neuromuscular, pois esse agente não interfere na pressão intracraniana. VII. CA SOS CLÍNICOS CASOS Paciente do sexo masculino, 18 anos, vítima de acidente automobilístico, foi admitido na UTI, após ter sido atendido no PS de outro hospital, onde foi medicado com meperidina, 100 mg (IM) e metoclopramida, 10 mg (IV). Os familiares relataram que o mesmo era epilético e tinha crises convulsivas freqüentes. Ao exame clínico, o paciente se apresentava agitado, gemente, com pupilas isocóricas e fotorreagentes, sendo verificada contusão na região frontoparietal direita, torácica e fratura exposta de fêmur direito. Os sinais vitais eram: PA = 130 x 60 mmHg, FC = 120 bpm; temp. = 37,5ºC; hemograma e eletrólitos normais. A tomografia craniana revelou hematoma extracraniano, no local da contusão, sem alterações encefálicas. Considerando o quadro doloroso, o intensivista medicou o paciente com 30 mg de meperidina (IV). Logo após a injeção do agente, o paciente apresentou crise convulsiva tônico- 14 c. Associar hipnótico, opióide e relaxante neuromuscular adespolarizante, otimizando a ventilação e facilitando as manobras de IOT, e programar a manutenção da sedação com a tríade, em infusão contínua. d. Instalar o cateter para monitorização da PIC antes de sedação e IOT. e. Manter o paciente intubado e sedado com baixas doses de benzodiazepínicos, para melhor avaliação do nível de consciência, sem opióides ou relaxantes neuromusculares. Paciente do sexo feminino, com 38 anos, foi admitida na UTI com insuficiência respiratória aguda, após ter sido medicada no pronto-socorro com 25 mg de prometazina (IV) para tratamento de uma urticária. Acompanhantes relataram que a mesma era cabeleireira e que se sentia mais “cansada” no final do dia, ultimamente. Informaram também que havia sido avaliada por um neurologista, recentemente, o qual confirmara o diagnóstico de miastenia gravis, iniciando o tratamento com piridostigmina (Mestinon®). Ao exame clínico, a paciente apresentava-se cianótica, bradipnéica, torporosa e com cianose de extremidades. Os sinais clínicos eram: PA = 90 x 50 mmHg, FC = 120 bpm, Sat. O 2 = 70% e Tax = 36,5ºC. Considerando-se indicação de assistência respiratória e IOT, é correto afirmar: a. Essa paciente deve ser sedada com diazepam e relaxante neuromuscular pancurônio. b. O agente de escolha para sedação deve ter eliminação rápida e o relaxante neuromuscular, sua dosagem reduzida. c. Por tratar-se de alergia, nenhum outro agente será administrado até que o quadro seja mais bem elucidado. d. O uso de corticóide pode ser benéfico, evitando-se as manobras de IOT, por tratar-se de quadro alérgico. e. Tanto o diazepam quanto o midazolam podem ser utilizados para sedação, porque promovem boa ansiólise sem deprimir a ventilação. Paciente do sexo masculino, 18 anos, foi submetido a neurocirurgia de fossa posterior para exérese de tumor. O cirurgião relatou que o paciente não era portador de outras patologias e que o tipo de tumor era benigno, mas que, devido à possibilidade de edema por manipulação, deveria ficar intubado e sob observação do nível de consciência por um período mínimo de 24 horas. Considerando-se a necessidade de monitorização do nível de consciência, a melhor conduta para o plano de sedação é: a. Manter o paciente intubado e sem sedação para que a observação do nível de consciência não seja comprometida. b. Mantê-lo curarizado, mas sem sedação, para que o nível de consciência possa ser avaliado sem que o mesmo se agite. c. Sedá-lo com doses intermitentes de hipnótico quando o mesmo se agitar. d. Manter sedação consciente com propofol ou alfentanil, com infusão contínua programada do agente escolhido, propiciando conforto ao paciente sem comprometer a avaliação do nível de consciência. e. Acordar e extubar o paciente o quanto antes, observando o nível de consciência, reintubando-o se necessário. Paciente do sexo masculino, 55 anos, internado na UTI no segundo dia de pós-operatório de revascularização do miocárdio. A cirurgia deveuse a um implante de artéria torácica interna esquerda para a artéria descendente anterior e uma ponte de safena para a artéria coronária direita. O enfermo não apresentou intercorrências dignas de nota no período pós-operatório, exceto um quadro de fibrilação atrial de alta resposta, um pouco antes da sua alta para o quarto. A equipe optou pelo tratamento clínico, administrando dose de impregnação de amiodarona, seguida de dose de manutenção, sem sucesso. O paciente evoluiu com hipotensão e queixa de dor epigástrica, cuja ecocardiografia demonstrou boa função contrátil cardíaca e cuja ultra-sonografia de abdome revelou coledocolitíase. 15 Considerando-se a necessidade de sedação para cardioversão elétrica e tratamento da dor, o mais adequado seria: a. Primeiramente administrar morfina para controle da dor e, após, tratar a arritmia. b. Promover a cardioversão sob sedação com propofol, seguindo-se os procedimentos para elucidação da dor epigástrica. c. Administrar morfina em altas dosagens, tanto para controle da dor quanto para realização da cardioversão, considerando-se que tem efeito protetor sobre o miocárdio. d. Administrar benzodiazepínico como agente único, atentando-se para suas propriedades ansiolíticas e analgésicas. e. Tanto a sedação quanto a analgesia devem ser evitadas neste caso, devido à possibilidade de se ocultarem sinais e sintomas importantes. Perguntas e comentários poderão ser dirigidos ao site da AstraZeneca (www.astrazeneca.com.br). Os autores agradecem a essa empresa pelo apoio na realização desta coleção.