Revista Baiana de Saúde Pública 133 ARTIGO ORIGINAL DE TEMA

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Revista Baiana
de Saúde Pública
ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE
SOBRECARGA FÍSICA E MENTAL DOS CUIDADORES DE PACIENTES EM ATENDIMENTO
FISIOTERAPÊUTICO DOMICILIAR DAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE
DIAMANTINA (MG)
Érica Cristine de Souza Costaa
Polianna Delfino Pereirab
Rodrigo Aparecido Prates de Mirandaa
Victor Hugo do Vale Bastosc
Dionis de Castro Dutra Machadod
Resumo
As pessoas que se dedicam ao cuidado de pacientes em atendimento
fisioterapêutico domiciliar estão, em geral, submetidas a grande sobrecarga física e mental.
O objetivo deste estudo é avaliar a sobrecarga dos cuidadores de pacientes em atendimento
fisioterapêutico domiciliar nas quatro unidades de Estratégias de Saúde da Família (ESF)
do município de Diamantina (MG). Trata-se de estudo do tipo transversal e descritivo,
desenvolvido nas unidades das Estratégias de Saúde da Família (ESF) de Diamantina (MG).
O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi aplicado para excluir sujeitos que tivessem
comprometimento cognitivo. O grupo estudado foi constituído por 29 cuidadores. O
questionário Zarit foi aplicado aos cuidadores para avaliar sobrecarga e a escala de Katz foi
usada para avaliar o grau de dependência do paciente sob cuidado. Os resultados apontam
que não houve diferença significativa entre a sobrecarga dos cuidadores nas quatro unidades
das ESF (p=0,374). Não foi encontrada correlação entre o nível de sobrecarga e o tempo
despendido como cuidador (|r|=0,034). Também não foi encontrada correlação entre
sobrecarga do cuidador e grau de dependência do paciente sob cuidado (|r|=0,325). Além
Fisioterapeutas pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Mestranda em Medicina – Neurologia – pela Universidade de São Paulo (USP). Bolsista CNPq.
c
Professor Adjunto do Curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Doutor em Saúde Mental, Instituto
de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Laboratório de Mapeamento Cerebral e
Funcionalidade (UFPI-Parnaíba).
d
Professora Assistente do Curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Piauí (UFPI). Doutoranda em Saúde Mental
(IPUB/UFRJ). Laboratório de Mapeamento Cerebral e Funcionalidade (UFPI-Parnaíba).
Endereço para correspondência: Victor Hugo do Vale Bastos. Universidade Federal do Piauí, Campus Parnaíba,
Curso de Fisioterapia. Avenida São Sebastião, n.o 2819, Bairro Nossa Senhora de Fátima, Parnaíba, Piauí.
[email protected]; [email protected]
a
b
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disso, não houve diferença significativa entre a sobrecarga dos grupos de cuidadores com
e sem dor (p=0,086). Concluiu-se que, embora o estudo não tenha encontrado diferenças
significativas nas variáveis analisadas, alguns cuidadores apresentaram dores articulares.
Palavras-Chave: Sobrecarga dos cuidadores. Burnout. Atenção primária. Mini Exame do
Estado Mental. Questionário Zarit. Escala de Katz.
PHYSICAL AND MENTAL OVERLOAD OF CAREGIVERS OF PATIENTS IN HOME
PHYSIOTHERAPY ON UNITS OF FAMILY HEALTH STRATEGIES OF DIAMANTINA (MG)
Abstract
People dedicated to the care of patients at home physiotherapy are generally
subjected to great mental and physical strain. The objective of this paper is to evaluate the
overload of caregivers of patients in home care physical therapy in four units of Family Health
Strategies (FHS) in Diamantina, Minas Gerais (MG), Brazil. This is a cross-sectional descriptive
study conducted in units of Family Health Strategy in the municipality of Diamantina,
MG. The Mini Mental State Examination (MMSE) was applied to exclude subjects who
had cognitive impairment. The total of 29 caregivers constituted the group studied. Zarit
questionnaire was applied to the caregivers to evaluate the overload and the Katz scale was
used to assess the dependency degree of the patient under care. The results show that there
was no substantial difference between caregivers overload on the units of FHS (p=0,374). No
correlation was found between the level of overload and the time as caregiver (|r|=0,034).
Correlation also was not found between the overload of the caregiver and the degree of
dependence of the patient under care (|r|=0,325). Moreover, there was no significant
difference of overload between groups of caregivers with and without pain (p= 0,086). It
can be concluded that although the study did not find significant difference in the variables
analyzed, some caregivers had joint pain.
Key words: Burnout. Primary care. Mini Mental State Examination. Zarit questionnaire. Katz
scale.
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SOBRECARGA FÍSICA Y MENTAL DE LOS CUIDADORES DE PACIENTES EN ATENDIMIENTO
FISIOTERAPÉUTICO DOMICILIARIO DE LAS ESTRATEGIAS DE SALUD DE LA FAMILIA EN
DIAMANTINA, MG
Resumen
Las personas que se dedican al cuidado de los pacientes en atendimiento
fisioterapéutico domiciliario están, en general,
sometidos a una gran tensión mental y
física. El objetivo de este estudio es evaluar la sobrecarga de los cuidadores de pacientes en
atendimiento fisioterapéutico domiciliario en las cuatro unidades de la Estrategia de Salud
de la Familia (ESF) del municipio de Diamantina (MG). Se trata de un estudio de enfoque
transversal y descriptivo, desarrollado en las unidades de la Estrategia de Salud de la Familia
(ESF) de Diamantina (MG). El Mini Examen del Estado Mental (MEEM) se utilizó para excluir
a los sujetos que tuvieran deterioro cognitivo. El grupo estudiado consistió en 29 cuidadores.
A ellos, se les aplicó el cuestionario de Zarit para evaluar la sobrecarga y, también, se utilizó
la escala de Katz para evaluar el grado de dependencia del paciente bajo cuidados. Los
resultados indican que no hubo diferencia significativa entre la sobrecarga de los cuidadores
en las cuatro unidades de la ESF (p = 0,374). No se encontró correlación entre el nivel
de sobrecarga y el dispendio de tiempo como cuidador (| r | = 0,034). Tampoco hubo
correlación entre la sobrecarga del cuidador y el grado de dependencia del paciente bajo
cuidados (| r | = 0,325). Además, no hubo diferencia significativa entre la sobrecarga de
los grupos de cuidadores con y sin dolor (p = 0,086). Se concluye que, si bien el estudio no
encontró diferencias significativas en las variables analizadas, algunos cuidadores presentaron
dolor articular.
Palabras-Clave: Sobrecarga de los cuidadores. Burnout. La atención primaria. Mini Examen
del Estado Mental. Cuestionario de Zarit. Escala de Katz.
INTRODUÇÃO
A população mundial vivencia o processo de envelhecimento que é um fato
recente e inexorável e exige maior eficácia na atenção aos idosos.1 No Brasil, este fenômeno
está ocorrendo rapidamente. Os idosos representavam, na década de 1990, entre 6 a 10%
da população. Com a melhora da qualidade de vida e a diminuição da taxa de natalidade,
houve um aumento em torno de 15,5 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, que poderá
responder, em 2050, à estimativa de 20% da população brasileira.2 Nesse contexto, surge a
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necessidade de cuidados constantes de familiares ou de terceiros, além do acompanhamento
de um profissional de saúde para avaliar o cuidado e o suporte adequado.3,4
Atualmente, existe na literatura considerável discussão em torno da falta de
capacitação do cuidador, o que pode acarretar processos deletérios no cuidar desses idosos.4
Além disso, termos como fadiga, estresse, impacto ou sobrecarga são utilizados para descrever
possíveis situações que afetam significativamente a vida dos cuidadores. Estudo5 mostra que
os cuidadores são diretamente influenciados pela presença de sintomas neuropsiquiátricos
e comportamentais, pelo grau de comprometimento funcional e cognitivo do paciente,
pelo tempo de cuidado prestado, pelo fato de residir no domicílio do paciente e ainda pela
presença de comorbidades prévias.
A definição de cuidador ainda é muito controversa. A literatura refere-se
ao cuidador como membro da família que cuida diretamente; outra definição indica o
cuidador como o indivíduo que mora na casa do paciente e presta cuidados por mais de seis
meses, enquanto outros o designam como o indivíduo que coordena ou provê os recursos
necessários à atenção ao paciente.5 Há relato na literatura de que os cuidadores sentem-se
sobrecarregados pelas alterações sociais, profissionais, por não terem informações adequadas
sobre a doença do paciente e por deixar suas necessidades em segundo plano. Entretanto,
muitos cuidadores relatam satisfação em poder ajudar o paciente.6
No Brasil, as pesquisas que avaliam especificamente a sobrecarga acarretada em
cuidadores utilizando escala de medidas, geralmente se referem aos cuidadores de pacientes
psiquiátricos.6-11 O conceito de sobrecarga abrange dois aspectos: um objetivo e outro
subjetivo. A sobrecarga objetiva refere-se ao desempenho das tarefas de assistência ao paciente
e supervisão de comportamentos problemáticos. O aspecto subjetivo remete às percepções
e sentimentos dos familiares.6 Atualmente, um problema relevante no mundo profissional é a
síndrome de Burnout, caracterizada como uma reação à tensão emocional crônica gerada em
pessoas que mantêm contato direto e contínuo com outros seres humanos, sendo considerada
um risco ocupacional aos profissionais que atuam na área de cuidados da saúde.12
Quanto à sobrecarga em cuidadores, pode ser questionado se há relação do
nível de sobrecarga com o tempo dedicado ao cuidado, se cuidadores portadores de dores
articulares exibem níveis mais elevados de sobrecarga e se o grau de dependência dos
pacientes sob cuidados pode ser correlacionado ao nível de sobrecarga do cuidador. Neste
contexto, o presente estudo teve como objetivo geral avaliar a sobrecarga dos cuidadores de
pacientes em atendimento fisioterapêutico domiciliar em quatro unidades das Estratégias de
Saúde da Família (ESF) localizadas no município de Diamantina (MG). Os objetivos específicos
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consistiram em verificar as principais queixas de dores articulares em cuidadores relacionadas
aos cuidados dos pacientes; correlacionar a sobrecarga do cuidador ao grau de dependência
apresentado pelo paciente e ao tempo despendido neste cuidado; e identificar se há
diferença no nível de sobrecarga dos cuidadores que têm e não têm dor.
MÉTODOS
O estudo realizado foi do tipo transversal e descritivo, sendo desenvolvido nas
unidades das Estratégias de Saúde da Família de Diamantina (MG) – Bom Jesus, Rio Grande,
Palha e Vila Operária – envolvendo os cuidadores de pacientes que recebiam atendimento
fisioterapêutico domiciliar pelos alunos da disciplina Estágio Supervisionado II (10.º período) do
curso de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Os sujeitos que integraram o grupo estudado foram contatados após serem
identificados em uma lista de pacientes fornecida pelas unidades de cada ESF, na qual
estavam descritas características que atendiam os critérios de inclusão previstos para o estudo.
Na pesquisa foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, com idade mínima ou superior a
18 anos, que conviviam diariamente com o paciente, residentes na comunidade, que fossem
indicados como principais cuidadores pelos familiares e apresentassem condições cognitivas
mínimas, de acordo com Mini Exame de Estado Mental (MEEM),13 para compreender o
questionário e respondê-lo.
Os critérios de exclusão consideraram indivíduos cuidadores que estivessem
ausentes durante o período de visita da pesquisadora, aqueles que não demonstrassem
entendimento das perguntas feitas ou que não obtivessem pontuação mínima de 18 pontos
no MEEM, com idade inferior à faixa etária considerada e, finalmente, aqueles que se
recusassem a participar do estudo.
O Questionário de Zarit foi aplicado individualmente e informações gerais sobre
o cuidador e o paciente foram coletadas em formulário delineado para tal procedimento.
O questionário de Zarit validado no Brasil14 é composto por 22 perguntas que avaliam a
sobrecarga dos cuidadores. De acordo com cada resposta, a pontuação pode variar de zero
a quatro e quanto maior o escore obtido, mais grave é a sobrecarga.11,14 Adicionalmente,
aplicou-se a escala de Katz, validada no Brasil,15 que mensura o desempenho do indivíduo
nas atividades de autocuidado, consistindo em seis itens: alimentação, controle de esfíncteres,
transferência, higiene pessoal, capacidade para se vestir e tomar banho. A interpretação
da escala de Katz admite sete níveis de classificação. A classificação zero corresponde ao
indivíduo independente em todas as funções pesquisadas, enquanto a classificação seis
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é admitida quando há dependência em todas as funções avaliadas.15 Deste modo, há uma
relação proporcionalmente inversa entre o índice de Katz e a independência do sujeito. Os
dados foram coletados e registrados nos próprios questionários para receberem tratamento
estatístico posteriormente.
Inicialmente, contatou-se com as unidades das ESF no intuito de realizar o
levantamento do número de pacientes que apresentavam cuidadores. De acordo com
os endereços fornecidos pelas unidades das ESF, foram realizadas visitas pré-agendadas
aos cuidadores no domicílio dos pacientes sob seus cuidados no mês de outubro de
2011, durante o período da tarde. Os cuidadores receberam explicações detalhadas sobre
os objetivos e os procedimentos deste estudo e aqueles que consentiram em participar
voluntariamente da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). As unidades das ESF indicaram 45 pacientes que recebiam fisioterapia domiciliar e
necessitavam de cuidadores. A visita foi feita a todos, porém 16 não participaram da pesquisa
por não se enquadrarem nos critérios exigidos ou por indisponibilidade e/ou desinteresse.
Neste sentido, o grupo estudado totalizou 29 voluntários.
Uma estatística descritiva foi estabelecida com a finalidade de apresentar
medidas de tendência central e de variabilidade do grupo estudado. Tal estatística descritiva
permitiu também identificar as principais queixas de dores articulares em cuidadores. O teste
Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a distribuição dos dados referentes à variável nível
de sobrecarga (pontuação no questionário de Zarit). Por meio dessa análise foi observada
distribuição gaussiana de tais dados. Uma ANOVA One Way foi implementada para avaliar o
nível de sobrecarga dos cuidadores de acordo com a faixa etária apresentada e também para
comparar o nível de sobrecarga dos cuidadores referentes a cada unidade das ESF. Da mesma
forma, a análise de variância foi utilizada para verificar diferença entre o nível de sobrecarga
de acordo com o grau de escolaridade. A análise de correlação, usando o coeficiente
de correlação de Spearman, foi utilizada para verificar a associação entre as variáveis:
tempo como cuidador e nível de sobrecarga e nível de sobrecarga e grau de dependência
do paciente sob cuidado. Por fim, um Teste t independente foi realizado para identificar
diferença de sobrecarga nos grupos de cuidadores com e sem dor. O pacote estatístico
utilizado foi o SPSS 19.0 para Windows. Para todos os casos foi considerado valor p ≤ 0,05.
A realização deste estudo obedeceu aos princípios éticos para pesquisa
envolvendo seres humanos, conforme Resolução do Conselho Nacional de Saúde, recebendo
a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal dos Vales dos
Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) protocolo n.º 069.
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RESULTADOS
Inicialmente, o estudo contou com um total de 45 cuidadores identificados
nas quatro unidades das ESF que recebiam atendimento fisioterapêutico pelos estagiários da
UFVJM. Deste quantitativo inicial foram excluídos oito cuidadores por não se encontrarem
presentes no dia da visita de avaliação; um cuidador, por ter relatado indisponibilidade
e/ou desinteresse em participar; quatro porque já não desempenhavam mais a função de
cuidador; e três porque obtiveram baixa pontuação no MEEM. Assim, participaram desta
pesquisa, 29 cuidadores.
Quanto ao gênero, 26 (89,7%) participantes eram mulheres e 3 homens. A
média de idade dos cuidadores foi de 46,48 (s±14,14) anos. Estavam na faixa etária de
18 a 39 anos (adulto jovem) 9 cuidadores; 15 encontravam-se na faixa etária de 40 a
60 anos (adulto de meia idade); e 5 na faixa etária superior a 60 anos (terceira idade).
O Gráfico 1 ilustra as médias das pontuações obtidas no questionário Zarit dentro dos
grupos por faixas etárias. A ANOVA implementada indicou inexistência de diferença
significativa (p=0,370).
Gráfico 1 – Média de pontuação no questionário Zarit de acordo com a faixa etária
dos cuidadores – Diamantina – 2012
Fonte: Elaboração própria.
Em relação ao grau de parentesco 41,4% eram filhas. Os cuidadores, em sua
maioria, apresentaram como nível de escolaridade o ensino fundamental completo (31,0%).
As médias de pontuação obtidas no questionário Zarit para cada nível de escolaridade dos
cuidadores foram assim distribuídas: 27,83 (s±4,28) para os cuidadores que possuíam
educação fundamental incompleta, 23,67 (s±3,70) educação fundamental completa,
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30,00 (s±17,00) ensino médio incompleto, 22,63 (s±3,51) ensino médio completo e 22,33
(s±5,48) ensino superior. Não foi verificada diferença estatística significativa ao comparar-se a
sobrecarga do cuidador de acordo com os grupos de escolaridade citados (p=0,887).
A média de pontuação do MEEM foi 26,24 (s±2,19), sendo a pontuação mínima
23 (6,9%) e a máxima 30 (10,3%). Quanto ao tempo, em anos, na função de cuidador do
paciente, foi identificado o mínimo de 0,49 e o máximo de 34 anos, apresentando como
média 5,65 (s±6,44) anos. Perto de 79,3% dos cuidadores prestavam assistência a pacientes
portadores de doenças neurológicas. A manifestação de dor articular esteve presente em 13
(44,8%) cuidadores avaliados, tendo 24,1% apresentado poliartralgia. As queixas de dores
articulares mais comuns foram: região cervical, região lombar e membros superiores.
Quanto à sobrecarga dos cuidadores, avaliada pelo questionário de Zarit, o
escore obtido variou entre o mínimo de 8 e o máximo de 47 pontos, com média de 24,34
(s±10,69). No referente à classificação da sobrecarga dos cuidadores do estudo, verificou-se
que 14 (48,3%) foram categorizados com pouca ou nenhuma sobrecarga, 11 (37,9%)
sobrecarga leve a moderada e 4 (13,8%) sobrecarga moderada a grave. Em relação à escala de
Katz, a média encontrada foi 3,83 (s±2,13) para os pacientes sob os cuidados dos voluntários
da pesquisa; sendo 10,3% dos pacientes independentes nas 6 funções avaliadas; 10,3% eram
independentes em 5 funções; 10,3% independentes em 4 funções; 3,4% independentes em
3 funções; 17,2% independentes em 2 funções; 17,2% independentes em 1 função; e 31,0%
tinham dependência em todas as funções.
Utilizando-se a ANOVA para comparar as médias de sobrecarga dos cuidadores
de acordo com a unidade de ESF pertencente, foi verificado que não houve diferença
estatística (p=0,374). As medidas de tendência central e de variabilidade dos dados referentes
à sobrecarga dos cuidadores por unidades das ESF podem ser observadas no Gráfico 2. Neste
mesmo gráfico pode ser verificada a presença de um outlier, ou seja, o sujeito 12 pertencente
à unidade ESF do Bom Jesus apresentou pontuação no questionário Zarit que o diferia da
média do grupo.
Não houve correlação significativa entre o nível de sobrecarga e o tempo
como cuidador, sendo |r|=0,034. Em relação ao nível de dependência do paciente e ao
nível de sobrecarga do cuidador não houve correlação significativa (|r|=0,325). O Teste
t independente foi utilizado para comparar o nível de sobrecarga dos cuidadores entre os
grupos com e sem dor (Gráfico 3) não sendo observada diferença significativa entre eles
(p= 0,086). A média da pontuação no questionário de Zarit foi 28,30 (s±12,27) para o grupo
com dor e 21,12 (s±8,27) para o grupo sem dor.
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Gráfico 2 – Nível de sobrecarga dos cuidadores por ESF – Diamantina – 2012
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 3 – Nível de sobrecarga nos grupos com e sem dor – Diamantina – 2012
Fonte: Elaboração própria.
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DISCUSSÃO
Os cuidadores, assim como outras categorias profissionais que mantêm um
intenso contato interpessoal, são propensos a desenvolverem um tipo de estresse ocupacional
denominado síndrome de Burnout.16 Esta refere-se a um construto multidimensional,
envolvendo três componentes relacionados, porém independentes: a exaustão emocional, a
despersonalização e a falta de envolvimento no trabalho. A exaustão emocional caracteriza-se
por falta de energia acompanhada de esgotamento; a despersonalização promove
insensibilidade emocional ou endurecimento afetivo em relação ao tratamento das pessoas
próximas; e, por último, a falta de envolvimento pessoal, em que o trabalhador realiza uma
autoavaliação negativa, afetando, desta maneira, sua capacidade profissional e a interação
com os demais.17 A síndrome de Burnout, atualmente, destaca-se como um relevante
problema psicossocial em decorrência da angústia severa que pode resultar em adoecimento
e morte e/ou perda de interesse na atividade laboral do indivíduo pela prestação de cuidados
intensivos ao paciente.18
Estudos como este permitem supor a presença da síndrome de Burnout e,
desta forma, encaminhar o cuidador a profissionais habilitados com o intuito de melhorar
o desempenho físico e/ou mental apresentado. Desta forma, haverá efeitos positivos na
função do cuidador e na sua própria saúde.19 Além disso, os resultados de pesquisas como
esta possibilitam a adoção de melhores estratégias para lidar com o paciente e permitem a
comparabilidade dos resultados obtidos com diferentes pesquisas.6
O perfil deste estudo constituiu-se, predominantemente, por indivíduos do
sexo feminino (89,7%) estando de acordo com outros estudos.9-11,20,21 A maior proporção de
mulheres como cuidadoras pode estar também associada a fatos históricos, sociais e culturais
que lhe atribuem a função de cuidadora do lar, da família e, muitas vezes, a responsabilidade
pelo seu sustento.22 Por outro lado, o fato de, atualmente, a mulher ingressar mais cedo
no mercado de trabalho, somar às suas atividades as tarefas domésticas e, por isto, estar
submetida a uma dupla jornada, pode acarretar considerável sobrecarga e contribuir para o
comprometimento da sua qualidade de vida.23-24
A idade média dos cuidadores deste estudo foi de 46,48 anos, variando de
19 a 69 anos. Esta faixa etária corrobora os dados encontrados em outros estudos.9-11,24,25
Pesquisas18,26 elucidam que cuidadores jovens são mais suscetíveis à tensão devido às
renúncias e/ou restrições das redes sociais, enquanto aqueles de meia idade e/ou idosos estão
mais predispostos ao impacto negativo do cuidado devido às mudanças associadas ao próprio
envelhecimento, além da possibilidade de apresentarem estado de saúde semelhante àquele
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sob seus cuidados. Alguns cuidadores participantes de uma dessas pesquisas já vivenciavam
processos de envelhecimento.26 No presente estudo, 15 cuidadores tinham idade entre 40
e 60 anos, ou seja, estavam dentro da faixa etária que compreende adulto de meia idade.
Deste modo, o envelhecimento associado à tarefa de cuidar pode acarretar problemas de
saúde, tais como desgaste físico e mental, devido à restrição de atividades de lazer diárias
e a mudança do cotidiano.23 Contrariamente ao predito na literatura, no presente estudo,
não foi encontrada diferença entre o nível de sobrecarga dentro das diferentes faixas etárias
estudadas.
Quanto ao grau de parentesco, no atual estudo, 41,4% dos cuidadores eram
filhas, semelhante a um estudo envolvendo cuidadores de pacientes com diagnóstico de
Alzheimer.27 Convém salientar que ser cuidador principal implica em uma hierarquia familiar
em relação ao cuidado, ocupando a esposa o primeiro lugar e, em seguida, a filha solteira
ou que vive sozinha.10,12,26 Tal fato pode ser esclarecido pela observação de comportamentos
de cuidados dentro da própria família, transmissões geracionais, pela reciprocidade ou até
mesmo por indisponibilidade de outro familiar para cuidar.23,28 Outra explicação refere-se ao
papel da mulher na sociedade, da qual se espera que seja a cuidadora principal, assim como
o cuidado às pessoas dependentes seja de responsabilidade de parentes mais próximos.11
Quanto à escolaridade, predominou o ensino fundamental completo (31%),
sendo semelhante ao trabalho realizado com cuidadores de pacientes com Alzheimer, no
qual 55,2% destes possuíam até 8 anos de estudo.27 Um fator relevante que contribui para o
desenvolvimento do papel de cuidador é a dificuldade de inserção no mercado de trabalho
em decorrência do baixo nível educacional. Isto faz com que tais pessoas dediquem-se
a serviços domésticos ou a cuidar de pessoas dependentes.11 Deste modo, a incapacidade
de leitura e compreensão de informações, como prescrições médicas ou a administração de
medicamentos pode afetar negativamente a busca de melhorias para a própria saúde e para
aqueles sob seus cuidados.18 O menor grau de escolaridade dificulta ao cuidador reconhecer
a necessidade de solicitar apoio profissional tanto para enfrentar situações diárias quanto para
os cuidados em relação ao paciente.22,29 Além disto, o baixo nível de escolaridade acarreta
alterações emocionais significativas no cuidador, ao prestar cuidados aos idosos. No entanto,
o maior nível educacional é um preditor de melhor qualidade de vida, pois proporciona
melhoras nas relações interpessoais e nos aspectos de ordem física na prestação de cuidados.26
Quanto ao MEEM, neste estudo, a pontuação média foi de 26,24. Alguns
estudos mostram que indivíduos mais velhos e com menor nível educacional apresentaram
menores pontuações, dificultando, desta forma, a interpretação da avaliação cognitiva.13,29
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A habilidade linguística, o processamento e a representação de informações não linguísticas
do indivíduo são adquiridos por meio do aprendizado da leitura e da escrita, e acarretam
mudanças arquiteturais e funcionais no cérebro.29 Estudos indicam que indivíduos com
menor nível educacional, quando avaliados por meio de testes cognitivos baseados em uma
linguagem matemática mais sofisticada, apresentam dificuldades, por não utilizarem tarefas
intelectuais com a mesma intensidade daqueles com maior nível de escolaridade.29,30
O tempo médio como cuidador encontrado neste grupo foi de 5,65 anos.
Em um estudo sobre qualidade de vida de cuidadores de pacientes dependentes, o tempo
como cuidador variou de 3 meses a 42 anos com uma média de 9,8 anos.11 Em um outro
estudo, envolvendo cuidador familiar, o tempo em que exerciam esta atividade variou de
1 mês a 4 anos.31 Vários trabalhos citam que a quantidade de tempo dispensado às
atividades de cuidados sobrecarregam os cuidadores, propiciando possíveis doenças ou
agravamento de problemas de saúde já existentes.26,32 Neste estudo, não houve correlação
entre o tempo em anos como cuidador e o nível de sobrecarga. Alguns estudos citam
que não há um consenso na literatura em relação ao tempo de cuidado e o nível de
impacto do cuidador, ou não leva em consideração este fator.33,34 Em contrapartida, uma
possível explicação para esta relação seria que o maior tempo dispensado ao cuidado
aumentaria a sobrecarga, devido à exposição prolongada dos fatores de estresse, afetando,
consequentemente, a qualidade de vida do cuidador.34
No grupo estudado, observou-se maior predomínio de doenças neurológicas
(79,3%), tendo como principal o acidente vascular cerebral (AVC), que acarreta uma série
de déficits neurológicos, tornando os pacientes, na maioria das vezes, dependentes de
cuidados.35 Diante disto, o cuidador demonstra dificuldades, por exemplo, durante as
transferências do paciente, porque esta atividade exige esforço físico.36,37 Além disso, aqueles
que cuidam de pacientes neurológicos, com algum grau de deficiência ou que se tornaram
dependentes, geralmente são impossibilitados de ter um período de lazer ou de férias, a
menos que haja uma organização familiar.36 Diferentemente do presente estudo, pesquisa
sobre perfil sociodemográfico de cuidadores identificou que a maioria dos pacientes
apresentavam doenças do sistema circulatório, transtornos mentais e comportamentais e
osteomusculares.20 Em outro estudo, predominavam doenças como hipertensão arterial,
diabetes mellitus, problemas cardiovasculares e sequelas de AVC.38
Quanto à ocorrência de dores articulares, 13 cuidadores manifestaram
presença de dor (44,8%), predominando na coluna lombar, membros superiores e coluna
cervical. O estresse gera alterações bioquímicas no cérebro que, por meio da liberação de
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neurotransmissores, aumentam a excitabilidade neural, resultando no processo de dor.
Além disso, a diminuição de oxigênio e energia causa menor fluxo sanguíneo, danificando
a musculatura, pelo seu encurtamento e tensionamento, podendo originar pontos gatilhos e
alterações posturais.39 Segundo pesquisa, os cuidadores expõem-se a diferentes estressores
relacionados ao ato de cuidar, que podem gerar alterações na saúde física e/ou emocional
e, consequentemente, contribuir para a piora da qualidade de vida decorrente da assistência
contínua.40 Estudo sobre idosos dependentes relata que 40,7% dos cuidadores manifestaram
dor lombar, podendo, tais sintomas, estar relacionados às atividades diárias de cuidados
com os pacientes e às suas condições físicas, gerando, consequentemente, sobrecarga
musculoesquelética e má postura.24,31 Assim, tais fatores possibilitam que os cuidadores sejam
doentes em potencial e com capacidade funcional constantemente em risco. Em outro estudo
que avaliou cuidador familiar, a maioria dos participantes relatou pelo menos uma alteração
física, sobressaindo relato de dor na coluna e nos membros superiores atribuída às demandas
do cuidado e ao tempo limitado ao autocuidado.31
Com relação ao nível de sobrecarga nos grupos com e sem dor não houve
correlação significativa. As queixas de dores musculoesqueléticas podem ser decorrentes
do despreparo técnico, do desconhecimento para executar o cuidado, ou da falta de
apoio de outros familiares ou da equipe de saúde.26,31,41,42 Quanto à sobrecarga dos
cuidadores, avaliada pelo questionário de Zarit, 48,3% foram categorizados com pouca
ou nenhuma sobrecarga. Durante a aplicação do questionário foi observado que alguns
demonstraram certo receio em respondê-lo, talvez pela vergonha de admitir o quanto são
sobrecarregados ou que o relato ao questionário interferisse na relação com aquele sob seus
cuidados. A afirmativa em questão está de acordo com uma pesquisa que delineou o perfil
sociodemográfico de cuidadores familiares, na qual os cuidadores negaram sobrecarga e
problemas durante o cuidado devido ao tempo dedicado à função e à impossibilidade de
abdicar do cargo para cedê-lo a outro familiar e/ou terceiros.20
Em relação ao nível de dependência do paciente e à sobrecarga do cuidador
não houve correlação significativa; neste estudo, 24,1% dos pacientes eram dependentes
em todas as funções. A incapacidade física é preditora de tensão pela intensa demanda
requerida pelo dependente, o que exige esforço físico e atenção constante do cuidador,
gerando impactos negativos e sobrecarga nos domínios físico, psicológico, social e financeiro
do cuidador.4,26,43 Àqueles que assistem nas tarefas de banho, vestimenta, alimentação e
transferências são impostas maior sobrecarga e tensão.44 A assistência a pacientes dependentes
nessas atividades aliada ao descondicionamento físico e receio de não conseguir realizar a
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tarefa de forma adequada desencadeiam desgaste tanto físico quanto mental do cuidador.4
Além dessas questões, a não adesão a comportamentos de promoção à saúde pelo cuidador
poderá conduzi-lo à dependência na idade avançada e, consequentemente, à necessidade
também de um cuidador.40
Neste estudo, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significativa
entre o nível de sobrecarga do cuidador de pacientes atendidos nas quatro unidades das ESF
de Diamantina (MG). Um fato relevante que pôde ser observado refere-se às características
de cada equipe das ESF, participantes do estudo, que podem interferir indiretamente na
sobrecarga do cuidador. A forma de atendimento, a periodicidade da visita domiciliar e a
capacidade dos agentes comunitários de saúde (ACS), principalmente em orientar e buscar
informações adequadas tanto para o cuidador quanto para os pacientes, são fatores relevantes
na caracterização do perfil do cuidador, assim como da equipe da ESF.45
De acordo com as Diretrizes do Pacto pela Saúde, o idoso figura como uma
das prioridades entre as três esferas governamentais, ratificando a necessidade de suporte
qualificado aos seus cuidadores pela equipe da ESF.46 Por meio das visitas domiciliares
realizadas pelos ACS é possível detectar e identificar as necessidades dos pacientes e dos
familiares.41 Neste sentido, a equipe de atenção básica é capaz de planejar ações em saúde
destinadas aos idosos e aos seus familiares, por meio de programas de apoio ao cuidador
(atendimentos individuais ou em grupo), além de orientá-lo quanto aos procedimentos de
cuidados.43,47
Quanto às limitações do estudo, pode-se citar a não homogeneidade do grupo
estudado, visto que foram avaliados os cuidadores indicados pelas unidades da ESF. Dificilmente
seriam encontrados sujeitos com características homogêneas dentro da população estudada.
Ainda como limitação, visto não ter feito parte do escopo do presente estudo, lista-se a não
aplicação de instrumentos específicos para avaliação do ambiente (riscos ergonômicos) e fluxo
de atividades, os quais podem ser úteis em futuros estudos envolvendo cuidadores. Tal avaliação
possibilita a realização de adaptações ambientais que se mostram benéficas para cuidadores,
porque reduz o esforço físico necessário ao ato de cuidar, bem como oferece maior conforto
para o paciente sob cuidado.26
CONCLUSÃO
O presente estudo verificou que não houve diferença significativa entre o nível
de sobrecarga dos cuidadores nas quatro unidades das ESF participantes da pesquisa, bem
como não encontrou diferença no nível de sobrecarga nos grupos de faixas etárias estudadas
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Revista Baiana
de Saúde Pública
e nos grupos de acordo com a escolaridade apresentada. Além disso, não houve correlação
entre o tempo como cuidador e o nível de sobrecarga, nem entre o grau de dependência do
paciente e o nível de sobrecarga do cuidador. As queixas de dores articulares mais comuns
foram nas seguintes regiões: coluna cervical, membros superiores e coluna lombar. Por fim,
o grupo de cuidadores que tinha dor e o grupo sem dor não diferiram entre si no que diz
respeito ao nível de sobrecarga. Apesar de não se ter encontrado diferenças nas variáveis
analisadas neste estudo, sugere-se o desenvolvimento de estratégias nos serviços de saúde
para prevenir e/ou minimizar a sobrecarga do cuidador. O suporte social desempenharia o
papel de orientar o cuidador a respeito das doenças e dos procedimentos para lidar com
o idoso, além de promover relações solidárias entre outros indivíduos que vivenciam a
mesma situação, o que amenizaria as tensões e possibilitaria melhor compreensão para o
enfrentamento dos problemas de saúde-doença. Em estudos futuros, a aplicação de avaliação
dos riscos ergonômicos e do fluxo de atividades poderá ser acrescentada, a fim de indicar a
necessidade de adaptações ambientais que minimizem o esforço físico da função de cuidador.
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Recebido em 28.7.2013 e aprovado em 29.7.2013.
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