Visão também precisa de check-up Infância

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Visão também precisa de check-up
Infância - A visão, como o restante do organismo, sofre alterações ao longo do tempo e deve ser
acompanhada desde o berçário. A primeira avaliação deve ocorrer ainda na maternidade, com o
teste do olhinho. Trata-se de um exame rápido em que o pediatra observa a visão do bebê através do
feixe de luz emitido pelo oftalmoscópio refletido na retina. Quando não há nenhum obstáculo à visão,
a luz chega até a reti na e, ao ser refletida, faz com que o examinador perceba um reflexo vermelho.
Sua ausência indica possível obstrução à passagem da luz e as suas causas precisam de investigação
apurada. Nesse caso, a criança deve ser encaminhada a um oftalmologista com urgência, observa
Canrobert.
Antes de completar um ano, a criança deve visitar o oftalmologista para averiguar se está com todas
as condições para desenvolver sua visão com qualidade, uma vez que o olho humano completa o
desenvolvimento funcional definitivo em torno de seis ou sete anos de idade. Se não houver nenhum
impedimento à saúde ocular (estrabismo ou má-formação congênita) e nenhum sinal indicativo de
problema, a volta ao oftalmologista deverá ser marcada para antes da alfabetização, a fim de
garantir plenas condições de aprendizado e desenvolvimento intelectual. A partir daí, como é pelos
olhos que recebemos cerca de 90% das informações, o ideal é visitar o oftalmologista anualmente,
orienta o médico.
Adolescente - Na pré-adolescência e antes da fase adulta, entre os 13 e os 20 anos de idade, as
pessoas estão mais sujeitas ao aparecimento de irregularidades visuais como o ceratocone, que
acomete uma a cada duas mil pessoas. "O ceratocone é uma irregularidade não-inflamatória, às
vezes estimulada pelo hábito de coçar os olhos em excesso, levando a córnea a sofrer mudanças em
sua estrutura, obtendo o formato de cone", explica.
Os sintomas do ceratocone muitas vezes não são percebidos, porque o adolescente não sente dor ou
sequer lacrimeja, mas apresenta uma forte sensibilidade à luz e uma baixa qualidade de visão,
mesmo utilizando óculos, ilustra Canrobert. O ceratocone não tem cura nem a córnea volta a seu
estado original, mas os tratamentos disponíveis conseguem corrigir os elevados graus de
astigmatismo, estabilizar o problema e reduzir a deformidade corneana.
Na área refrativa, a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo são frequentes nesta faixa etária. No
HOB, estes pacientes representam 8% do movimento dos consultórios. A miopia, hipermetropia e o
astigmatismo são perceptíveis quando as reclamações relacionam-se às dificuldades para enxergar
de longe, de perto, ou quando a imagem é focada mais de uma vez na retina e a visão fica
embaralhada, respectivamente.
Uma alternativa avançada para as dificuldades que surgem nesta fase está nas cirurgias
personalizadas para a correção de grau. Um exame realizado a partir de frentes de ondas (wavefront)
leva o oftalmologista a identificar as irregularidades ou aberrações da córnea de forma exclusiva em
cada paciente. Este resultado é levado para o laser - equipamento que será utilizado pelo médico
para realizar a cirurgia - e é lido pelo aparelho, a fim de que, no procedimento para correção
refrativa (dos graus), também sejam eliminadas as aberrações de cada córnea e o paciente, além de
ganhar quantidade, também seja beneficiado com maior qualidade de visão.
D e acordo com Canrobert Oliveira, que é diretor do departamento de cirurgia refrativa do HOB, a
oftalmologia é uma das áreas da medicina que tem evoluído com maior velocidade e apresentado
relevantes melhoras na qualidade de vida das pessoas. Uma nova tecnologia que privilegia Brasília a
oferecê-la é o Intralase. Trata-se de uma solução de ponta para desempenhar três funções relevantes
em uma sala cirúrgica de oftalmologia: realização de transplantes de córnea; formação do túnel para
o implante do anel intracorneano, para conter o ceratocone e marcação e a execução do flap para
cirurgia de lasik em casos de correção refrativa.
Aos 40 anos - Os textos precisam ficar mais distantes e a iluminação mais intensa quando chegam
os 40 anos de idade. A visita ao oftalmologista, nesta fase é uma busca para eliminar as dificuldades
de visão decorrentes da presbiopia, popularmente chamada de vista cansada. De acordo com o IBGE
12,4 milhões de brasileiros estão na faixa etá ria entre 40 e 50 anos de idade.
Acontece que a partir dos 40 anos, o cristalino - a lente natural do olho por onde passam os raios de
luz que formarão as imagens - perde elasticidade e o processo de auto-acomodação visual para focar
objetos de perto e de longe começa a apresentar dificuldades para acontecer. Primeiro, fica mais
difícil enxergar longe, depois fica muito complicado atender as exigências de ver bem de perto, o
que é percebido inicialmente na hora de ir a um restaurante e ter que decidir pelo cardápio o prato
desejado, ou, no supermercado, quando é preciso ler mais atentamente as embalagens dos produtos
antes de fazer a escolha sobre o que levar.
A oftalmologia evoluiu e a variedade de soluções para corrigir a presbiopia é extensa e eficaz. Desde
as tradicionais lentes bifocais nos óculos, que possibilitam ajuste de visão para longe e perto, bem
como as alternativas para descartar o uso de óculos como as cirurgias corretivas a laser
personalizad as e mesmo recursos com a báscula, o moderno presbylasik, podem mostrar uma nova
realidade para quem já chegou aos 40 anos.
A báscula, mais adequada aos míopes, e o presbilasik, aos hipermétropes esculpem a córnea por
meio de versões de programas avançados do excimer laser.
Há menos de um ano, uma nova solução tem conferido resultados que entusiasmam os portadores de
presbiobia, o presbylasik. É uma nova técnica de cirurgia a laser de correção nos dois olhos, indolor
e minimamente invasiva. O oftalmologista Canrobert Oliveira explica que "o paciente recebe
anestesia em colírio e o laser esculpe a córnea em uma ação dupla. Age no centro e na periferia da
córnea, definindo os pontos de convergência e acomodação da pupila e corrigindo os erros
refrativos".
Apesar da presbiopia atingir todas as pessoas acima de 40 anos de idade, os oftalmologistas
advertem que existem critérios para os pacientes se submeterem ao presbylasik. Os candidatos
devem realizar exames qu e medem o tamanho da pupila, a intensidade da lubrificação ocular e o
nível de dependência de óculos para perto.
Na maturidade - De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada ano, cerca de
600 mil brasileiros, recebem um diagnóstico de catarata e com ele o risco de cegueira. Trata-se de
cegueira reversível a partir de uma cirurgia que consiste no implante de lente intraocular e permite
o retorno de boa visão, concedendo autonomia e, a depender da lente implantada, até livrar-se dos
óculos.
A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural dos olhos e que ao amarelar, em
consequência do envelhecimento do organismo, a partir dos 60 anos de idade, impede a passagem
da luz para a formação nítida das imagens na retina e consequentemente no cérebro. O único
tratamento existente para remoção da catarata é cirúrgico, esclarece o médico do HOB.
Diagnosticada a catarata, paciente e médico vão decidir pela substituição do cristal ino opaco por
uma lente artificial com capacidade monofocal ou multifocal. Alguns pacientes, que gostam de usar
óculos, optam pela lente monofocal que proporciona uma visão de qualidade para longe e corrige o
astigmatismo.
Já as lentes intraoculares multifocais são uma alternativa que permite aos pacientes operados de
catarata a visão ideal também para ler livros sem precisar de óculos, na maioria dos casos. Os
operados declaram ler inclusive bulas de remédio sem ajuda dos óculos, também trabalham no
computador e dirigem automóveis. Este resultado é possível, "porque a multifocal corrige a catarata
e os erros refrativos da visão, ou seja, de grau", explica o médico.
Geral - Independente da faixa etária o check-up da visão é simples. Segundo Canrobert, consiste em
uma avaliação clínica normal no consultório do oftalmologista, seguida de uma aferição da pressão
ocular e de um exame de fundo de olho. Feitos anualmente são exames suficientes para que m não
tem nenhuma dificuldade diagnosticada e não está sentindo nenhuma alteração visual.
De acordo com o médico, "esta avaliação pode detectar várias anomalias que, quando tratadas em
tempo, não encontram espaço para se desenvolverem e se transformarem em grandes problemas".
A origem das dificuldades de visão vão além das distorções refracionais e da catarata, podem se
manifestar sem dar sinais prévios o glaucoma e o descolamento de retina, os quais precisam de
atendimento urgente, além das causas localizadas no olho propriamente dito. Nessa lista, Canrobert
Oliveira relaciona diagnósticos de tumores intracranianos e diabetes e na medida em que avançam,
afetam a visão, algumas vezes de forma irreversível, levando inclusive à cegueira ou mesmo à perda
do globo ocular.
O oftalmologista adverte que há situações especiais que precisam de visitas mais frequentes além do
simples check-up anual. São casos, por exemplo, dos usuários de lentes-de-contato, de alguns p
acientes que realizaram cirurgia refrativa, em especial os alto-míopes, dos glaucomatosos de difícil
controle, ou ainda de portadores de diabetes que apresentam retinopatia diabética ou degeneração
macular relacionada à idade (DMRI). "Esses dois últimos devem consultar o oftalmologista a cada
três meses", aconselha.
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