DETERMINAÇÃO DE MERCÚRIO TOTAL E METIL-MERCÚRIO EM AMOSTRAS DE PEIXES MAIS CONSUMIDAS NA COMUNIDADE BARREIRAS, MUNICÍPIO DE ITAITUBA – ESTADO DO PARÁ. (1) Kleber Raimundo Freitas Faial; (2)Kelson do Carmo Freitas Faial; (3) Mônia Maria Carvalho da Silva ; (4) Thiago Lobato da Rocha; (5) Simonny de Deus; (6) Ricardo Jorge Amorim de Deus; (7) Iracina Maura de Jesus; (8) Davi Brasil (1) Pesquisador em Saúde Pública, Seção de Meio Ambiente; Instituto Evandro Chagas, BR-316, Km 07, Levilândia, S/N, Ananindeua, Pará, [email protected]; (2) Pesquisador em Saúde Pública, Seção de Meio Ambiente, Instituto Evandro Chagas, BR-316, Km 07, Levilândia, S/N, Ananindeua, Pará, [email protected]; (3) Pesquisador Colaborador, Seção de Meio Ambiente; Instituto Evandro Chagas; BR316, Km 07, Levilândia, S/N, Ananindeua, Pará, [email protected] 4) Assistente Técnico, Seção de Meio Ambiente; Instituto Evandro Chagas; BR-316, Km 07, Levilândia, S/N, Ananindeua, Pará, [email protected]; (5) Pesquisador Colaborador, Instituto de Química; UFPA; Belém, Pará, [email protected] (6) Professor Adjunto, Instituto de Química; Belém, Pará, [email protected] (7) Pesquisador em Saúde Pública, Seção de Meio Ambiente; Instituto Evandro Chagas; BR-316, Km 07, Levilândia, S/N, Ananindeua, Pará, [email protected] (8) Professor Adjunto, Instituto de Química; Belém, Pará, [email protected]. RESUMO Os compostos mercuriais não estão somente relacionados com a contaminação direta dos indivíduos expostos, também com a liberação inadequada dos rejeitos das áreas de garimpo ao meio ambiente que pode acarretar conseqüências danosas à saúde humana. Sabendo que o pescado é aprincipal fonte protéica das comunidades ribeirinhas, torna-se importante a necessidade de estudos de se avaliar os níveis de contaminantes como o mercúrio e seus compostos principalmente o metil-mercúrio dessa população. O atual estudo está situado no Estado do Pará, município de Itaituba (comunidade Barreiras). A comunidade Barreiras está localizada às margens do rio Tapajós, onde na década de 80 ocorreu uma intensa atividade garimpeira, produzindo toneladas de mercúrio que foram despejadas diretamente no leito do rio, vindo a contaminar as espécies biotas e abióticas principalmente o pescado. O objetivo principal deste trabalho é determinar os teores de mercúrio total (HgT) e metil-mercúrio (CH3Hg) em amostras de peixes. Foram coletadas 127 amostras de peixes. A técnica de Espectrometria de Absorção Atômica vapor frio foi utilizada para análise de mercúrio total em peixes, para determinar metil-mercúrio foi utilizada o método de Cromatografia gasosa. A média de Hg total nas espécies peixes com hábito carnívoro foi de 0.70g/g, enquanto que nas espécies não carnívoras a média foi de 0.07g/g, a concentração média de metil-mercúrio nas espécies carnívoras foi de 0.65g/g e as não carnívoras de 0.06 g/g. Palavras-chaves: Mercúrio total, Metil-mercúrio, Peixes e Comunidade Barreiras. INTRODUÇÃO A contaminação de águas por metais pesados vem recebendo grande atenção dos ambientalistas no que diz respeito a sua toxicidade em relação ao meio aquático e à vida humana (TOREM & CASQUEIRA, 2003). Devido ao crescimento populacional e à intensificação de atividades humanas que envolvem estes elementos, a concentração de metais pesados tem aumentado de forma generalizada nos corpos d’água em níveis que ameaçam não somente a biota aquática, mas também os organismos terrestres, incluindo o homem (HUNN et al., 1987; PEÁLEZ-RODRIGUEZ et al., 2002). Dentre os diversos contaminantes presentes no ambiente pode-se mencionar o mercúrio. O mercúrio (Hg) é um metal pesado de aspecto argênteo, inodoro, cujo símbolo Hg deriva do latim hydrargyrum que, normalmente, é encontrado em dois estados de oxidação. Na sua forma elementar, é um líquido denso, prateado, nas condições normais de temperatura e pressão. Pertence à família química dos metais do grupo II B, da tabela periódica, juntamente com o cádmio e o zinco. As formas nas quais pode ser encontrado, além da elementar, são: mercúrio metálico (Hg 0), mercúrio I e mercúrio II, onde os átomos perdem um ou dois elétrons, respectivamente, formando mercúrio mercuroso (Hg2++) e o mercúrio mercúrico (Hg++) (ATSDR ,1999). As diferentes formas químicas e físicas do mercúrio têm suas propriedades tóxicas intrínsecas e diferentes aplicações na indústria, na agricultura, e na medicina. O mercúrio volátil é altamente tóxico. Porém, é na forma catiônica e também quando ligados a cadeias curtas de átomos de carbono que está sua forma mais tóxica. O mecanismo de ação tóxica deriva da forte afinidade dos cátions pelo enxofre. Assim, os grupos sulfidrila – SH, que ocorrem nas enzimas que controlam a velocidade das reações metabólicas de importância crítica no corpo humano, ligamse rapidamente aos cátions de metais pesados como o mercúrio, afetando a ação da enzima como um todo, não podendo atuar com normalidade e em conseqüência atua negativamente para a saúde humana, a principal forma química que pode se acumular em peixes é a metilada, denominada de metil-mercúrio (MeHg) (MICARINI et al. 2000; COLIN, 2004). O metilmercúrio constitui mais de 90% (BLOOM et al., 1992; BRANCO et al., 2007) de mercúrio no músculo de peixe, onde é ligado a grupos tiol na cisteína (Cys) (HARRIS et al., 2003). Uma vez ingerido, é hidrolisado formando o complexo metilmercúrio-Cys onde é absorvido na parede do intestino (CLARKSON E MAGOS, 2006). Este é um processo altamente eficaz, com mais de 95% de metilmercúrio a ser absorvido no trato intestinal (MAGOS, 1997). Isto acontece porque o complexo de metilmercúrio-Cys tem uma estrutura semelhante à do aminoácido metionina (Met), que lhe permite, por homologia molecular, utilizar a transportadora de aminoácido neutro (LAT) (CLARKSON E MAGOS, 2006; ROOS et al, 2010;. SIMMONS-WILLIS et al, 2002). Os dados disponíveis sobre os níveis de mercúrio em populações potencialmente expostas aos riscos de intoxicação em áreas impactadas pela garimpagem, através da ingestão de peixes ainda não são suficientes para traçar um perfil do comportamento desse agente nas comunidades envolvidas, sobretudo ribeirinhas, que também encontram-se submetidas aos agravos tradicionais representados pelas endemias locais, e com as quais será necessário estabelecer diagnósticos diferenciais nos casos em que exista a suspeita de intoxicação por Hg (SANTOS et al. 2000). MATERIAIS E MÉTODOS Para análise de mercúrio total (HgT) e metil-mercúrio (CH3Hg) foram amostrados 127 espécimes de peixes de 07 espécies diferentes (sendo 04 de hábito alimentar carnívoro e 03 não carnívoros). As amostras foram adquiridas junto aos pescadores locais. No momento da coleta os espécimes foram identificados e preenchida uma ficha de campo onde foram registradas informações detalhadas do local da coleta que inclui Estado, Cidade, Bacia hidrográfica e suas principais características, local da pesca (procedência do pescado), caracterização de consumo e hábito alimentar. Neste procedimento deve-se evitar adquirir espécimes no mercado. O pescado comercializado nestes locais são de diferentes procedências. As amostras foram pesadas, medidas, dissecadas, separadas as vísceras e músculos e transportados para o laboratório sede, onde foram mantidas sob refrigeração (<4ºC), e posteriormente encaminhadas ao laboratório acondicionadas em caixas isotérmicas para os procedimentos analíticos. As amostras de peixe ao chegarem no laboratório foram descongeladas à temperatura ambiente sendo retirada em seguida a epiderme superficial e acondicionadas em vidro âmbar, onde foram homogeneizados e identificadas. Para análise de mercúrio total foi utilizada uma balança analítica (modelo JK 200, marca chyo) onde foi pesado (0,5 – 1g) em balões volumétricos de 50 mL e submetidos aos procedimentos analíticos, através do método proposto pôr Akagi (AKAGI, NISHIMURA, 1990; AKAGI et al.,1995) que será descrito abaixo. A abertura das amostras foi realizada adicionando os seguintes reagentes 2 mL da solução de HNO3 – HClO4 (1:1), 5 mL de H2SO4 e 1 mL de H2O Milli-Q. Os balões volumétricos contendo as amostras foram deixados por um período de 12 horas, onde posteriormente foram colocados a uma chapa aquecedora (marca theemolyne, modelo type 2200) à uma temperatura de 220 0C pelo tempo de 20 minutos. Após o esfriamento à temperatura ambiente, os balões foram aferidos ao volume de 50 mL com água Milli-Q e homogeneizados. O mercúrio nestas condições está disponível em solução na forma iônica. As determinações de mercúrio total nas amostras de peixes, foram realizadas por Espectrometria de Absorção Atômica com sistema para geração de vapor frio de mercúrio, sendo utilizado o modelo Mercury Analyzer Hg–201. As determinações de mercúrio total foram registradas através de um registrador modelo 3102111, fabricante YOKOGAWA. Para determinar metil-mercúrio, em uma balança analítica utilizando um tubo cônico de centrifuga foi pesada uma quantidade em torno de 0,2 -0,5 g em peso úmido da amostra, em seguida foram adicionados: 10 mL de etanol – KOH 1N. Fechado e aquecido em um banho térmico a 100°C durante uma hora, agitando suavemente. Deixou-se esfriar, adicionando-se 10 mL de HCl 1N e 5 mL de hexano em seqüência, agitando-se por 3 minutos em agitador de sentido recíproco, em seguida foi centrifugado a 2500 rpm por 3 minutos, onde foi retirado e descartado a fase de hexano (fase superior) para remover materiais gordurosos. Adicionou-se 2 mL de EDTA 20% e 5 ml de ditizona – tolueno 0,01% purificada. Agitou-se por 3 minutos para extrair metilmercúrio com o seu ditizonato (complexo) na fase de tolueno, em seguida foi descartada a fase aquosa (fase mais baixa). Centrifugouse a 2.500 rpm durante 3 minutos, sendo descartado o máximo possível da fase aquosa restante. Adicionou-se 3 mL de NaOH 1N à fase de tolueno e agitou-se durante três minutos para lavar e remover o excesso de ditizona. Deixar separar as fases. Descartar a fase aquosa (fase mais baixa). Centrifugar a 2.500 rpm por 3 minutos para obter uma fase clara de tolueno. Transferir um volume fixo (normalmente 3 mL) da fase de tolueno para um tubo cônico de centrifuga de 10 mL com rolha de vidro. Adicionou-se 2 mL da solução alcalina de sulfeto de sódio e agitou-se por 3 minutos para extrair de volta o metilmercúrio na fase aquosa. Centrifugou-se a 1.200 rpm por 3 minutos, tampado com a rolha de vidro, em seguida foi retirado e descartado cuidadosamente a fase de tolueno (fase superior). Adicionou-se 2 mL de tolueno a fase aquosa e agitou-se por 3 minutos para lavar a fase aquosa. Centrifugou-se novamente a 1.200 rpm por 3 minutos, tampado com rolha de vidro. Foi retirado e descartado a fase de tolueno (fase superior). Adicionou-se HCl 1N (3-5 gotas) para tornar a solução ligeiramente ácida. Com uma pipeta Pasteur aerar a solução com gás N2 através de um medidor de fluxo por 3 minutos (50 mL/min) para expelir o excesso de íons sulfeto como o gás sulfídrico. Subsequentemente, adicionou-se 2 mL da solução tampão Walpole’s lavando a extremidade da pipeta Pasteur. Misturar bem com um misturador de vórtice, em seguida foi adicionado 0,5 mL de ditizona-tolueno 0,01% purificada e agitar para extrair o metilmercúrio. Centrifugou-se a 1.200 rpm por 3 minutos tampado com a rolha de vidro. Retirar e descartar a fase aquosa (fase mais baixa). Acrescentar 3 mL de NaOH 1N à fase de tolueno e agitar por 3 minutos para lavar e remover o excesso de ditizona. Deixar separar as fases. Descartar a fase aquosa (fase mais baixa). Acidificar a solução acrescentando 2 gotas de HCl 1N a fase de tolueno e misture bem com um misturador vórtice. Centrifugar a 1.200 rpm por 3 minutos, tampado com a rolha de vidro. Retirar e descartar a fase clorídrica ácida (fase mais baixa). Usar a solução resultante como a solução amostra. (Fonte: Akagi et al, 1995). As determinações de metil-mercúrio, foram realizadas por Cromatografia Gasosa com detector de captura de elétrons. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para melhor entendimento, as amostras de peixes foram divididas em dois grupos em função dos hábitos alimentares: carnívoros e não carnívoros. O primeiro grupo representado por 04 espécies totalizou 71 espécimes (56%) e o segundo com 03 espécies totalizando 56 amostras correspondendo a (44%) do total de amostras. As Tabelas de 01 a 04 mostram os resultados das análises de mercúrio total e metilmercúrio nos peixes carnívoros e não carnívoros, respectivamente. Tabela 01: Concentração média de mercúrio total em peixes carnívoros mais consumidos da comunidade Barreiras/Itaituba. Nome Popular Nome Científico N Média (g/g) Desvio Padrão (g/g) Mínimo (g/g) Máximo (g/g) Filhote Brachyplatystoma filamentosum 07 0,93 0,32 0,50 1,35 Plagisocion squamosissimus 40 0,80 0,34 0,44 2,33 Calophysus macropterus Cichla sp. - 12 12 71 0,63 0,68 - 0,24 0,33 - 0,40 0,42 0,96 1,37 Pescada Branca Piranambu Tucunaré Total Tabela 02: Concentração média de metil-mercúrio em peixes carnívoros mais consumidos da comunidade Barreiras/Itaituba. Nome Popular Filhote Pescada Branca Piranambu Tucunaré Total Nome Científico Brachyplatystoma filamentosum Plagisocion squamosissimus Calophysus macropterus Cichla sp. - N Média (g/g) Desvio Padrão (g/g) Mínimo (g/g) Máximo (g/g) 07 0,79 0,30 0,41 1,12 40 0,66 0,31 0,29 1,98 12 12 71 0,45 0,51 - 0,23 0,27 - 0,20 0,26 0,78 1,01 Tabela 03: Concentração média dos resultados de Hg T nas espécies de peixes não carnívoros mais consumidos da comunidade Barreiras/Itaituba. Nome Popular Aracu Caratinga Pacu Total Nome Científico Leporinus sp. Eugerus brasiliensis. Mylossoma spp - Hábito Alimentar Onívoro Detritívoro Onívoro N Média (g/g) Desvio Padrão (g/g) Mínimo (g/g) Máximo (g/g) 20 0,13 0,04 0,10 0,19 14 0,14 0,04 0,10 0,26 22 56 0,06 0,01 0,04 0,09 Tabela 04: Média dos resultados de Metil-mercúrio nas espécies de peixes não carnívoros mais consumidos da comunidade Barreiras/Itaituba. Nome Popular Aracu Caratinga Pacu Total Nome Científico Leporinus sp. Eugerus brasiliensis. Mylossoma spp - Hábito Alimentar Onívoro Detritívoro Onívoro N Média (g/g) Desvio Padrão (g/g) Mínimo (g/g) Máximo (g/g) 20 0,08 0,15 0,06 0,09 14 0,11 0,03 0,07 0,14 22 0,03 0,01 0,01 0,06 56 As concentrações de Hg total nas espécies carnívoras apresentaram média de 0,76 g/g, acima do permitido pela ANVISA (0,5g/g) e abaixo do preconizado pela OMS (1g/g), com variação de 0,40 a 2,33g/g, enquanto que as espécies não carnívoras apresentaram valores abaixo dos índices preconizados pela OMS (0,5g/g) com média de 0,10 g/g, variando entre 0,04 e 0,26 g/g. Das espécies de peixes carnívoras estudadas 10 espécimes em torno de 14%, apresentaram teores de Hg T acima do que é preconizado pela OMS. Do grupo das espécies não carnívoras as referidas pela população como mais consumidas foram: aracu (36,0%), caratinga (23,8%), pacu (27,8%) e outros 12,4%. Neste estudo, as espécies de peixes, classificadas genericamente como não carnívoros, apresentaram diferenças significativas nos teores de HgT no tecido muscular, sendo inferiores quando comparados com as espécies de peixes carnívoros. Quando comparado a concentração média de metil-mercúrio em relação a mercúrio total foi obtido um valor de 78,72%. A metodologia apresentou também excelente reprodutibilidade e a sua recuperação analítica foi de 93,68% para a amostra de peixe de referência certificada DORM 2, conforme Tabela 05. Tabela 05 - Recuperação analítica para determinação de mercúrio em peixes de barreiras a partir de amostra de referência certificada DORM 2. Referência Certificada Concentração Certificada N Recuperação (%) Desvio Padrão DORM 2 2,91 g/g de Hg 14 93,68 0,15 CONCLUSÕES Os resultados obtidos neste estudo, apesar de não serem conclusivos, indicam que a população pesquisada da comunidade Barreiras, município de Itaituba/PA, encontra-se seriamente exposta a elevadas concentrações de Hg total e metil-mercúrio pelo consumo de peixes. O uso do mercúrio na atividade garimpeira deve ser controlado, de forma que se evite a sua emissão para o ambiente. Campanhas de saúde pública podem providenciar orientação às populações quanto ao consumo de pescado, de acordo com os níveis de concentração de mercúrio nas diferentes espécies ictiológicas. Contudo, apesar do pescado amazônida apresentar teores significativos de mercúrio total, não foram registrados sinais ou sintomas de distúrbio neurológicos relacionados ao metal pesado e sua forma orgânica (metilmercúrio). Com isso, são necessários mais estudos e monitoramento das áreas impactadas ou sem registro de emissão mercurial, objetivando se estabelecer valores de concentração mercurial considerados “normais” para a região Amazônica (FAIAL, 2005). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASES REGISTRY (ATSDR). Toxicological profile for selenium. U.S. Department of Health and Human Services. Atlanta; 2003. 457 pp. AHLMARK, A. 1948. Poisoning by Methyl Mercury Compounds. Brit J Ind Med 5, 117-119. AKAGI, H.; MALM, O.; BRANCHES, F. J. P. Human exposure to mercury due to gold mining in the Tapajós river basin, Amazon, Brazil: Speciation of mercury in human hair, blood and urine. Water air and soil pollution, v. 80, p. 85-94, 1995. AKAGI, H. (1998). Studies on mercury pollution in the Amazon, Brazil. Global Environmental Research. 2(2):193-202. ATSDR – Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Toxicological profile for mercury. Março-1999. 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