1988 Jose Roberto Fioretto Professor Adjunto-Livre Docente Disciplina de Medicina Intensiva Pediátrica Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP Acesso Vascular em Pediatria Acesso Vascular em Pediatria “Nada pode ser mais frustrante e consumir tanto tempo como obter acesso venoso no paciente pediátrico”, Haas NA, 2004 “Meu reino por uma linha intravenosa”, Orlowski 1984 Acesso Venoso - Visão Geral É essencial para o tratamento Interfere com qualidade do tratamento e desfecho do caso Não há regras imutáveis – deve prevalecer o bom senso Acesso Vascular - Ações Prover acesso seguro e confiável Capacitar médicos para punção IO em casos emergenciais e para acesso venoso profundo em casos selecionados Capacitar enfermeiros nos cuidados de cateteres profundos e na implantação dos PICC Técnicos de Enfermagem: capacitar para acessso venoso periférico e manutenção de acessos especiais Na emergência... Acesso IO Na emergência... Intra-óssea - Possibilidades Acesso Venoso Central • CVC permite – Administração de grandes volumes em menor tempo – Altas osmolaridades para repleção hídrica e volumétrica, quimioterapia e nutrição parenteral – Monitoração hemodinâmica (PVC) – Rápida e eficiente administração de drogas na PCR Substituiu as flebotomias como primeira escolha para acesso venoso difícil em crianças Acesso Venoso Central • CVC permite – Administração de grandes volumes em menor tempo – Altas osmolaridades para repleção hídrica e volumétrica, quimioterapia e nutrição parenteral – Monitoração hemodinâmica (PVC) – Rápida e eficiente administração de drogas na PCR Substituiu as flebotomias como primeira escolha para acesso venoso difícil em crianças Técnica de Seldinger Modificada Monitoração: ECG e oximetria de pulso Juntar material necessário Conhecer o material Posicionar o paciente “Limpar” região: Clorexidine superior a povidini Lavar as mãos cuidadosamente Utilizar proteção de barreira total: aventais longos, luvas, gorros, máscaras Não dá para falar de Acesso Vascular sem lembrar de.... Sven Ivar Seldinger Técnica de Seldinger Modificada Determinar local de inserção, ângulo e profundidade Lidocaína 1% → agulha de punção inserida com bisel para cima Sucção gentil é aplicada a todo momento Se não pegar a veia → retirar a agulha lentamente até o subcutâneo e mudar a angulação Assim que entrar na veia a seringa deve ser rodada para que o bisel fique para baixo Técnica de Seldinger Modificada Retirar seringa, ocluir entrada e introduzir o guia A ponta do cateter deve localizar-se bem acima da junção da VCS e átrio direito Cuidado com arritmias Retirar agulha e seringa, deixando o guia Utilizar dilatador e bisturi para pequena incisão na pele Inserir o cateter e assim que entrar na veia, retirar o guia Confirmar saída de sangue Conectar solução salina Referências anatômicas para JID e SCD Veia Jugular Interna: Punção homolateral em direção ao mamilo no ápice das inserções do esternocleiomstoideo, próximo a veia jugular externa Acesso Venoso Central Veia Jugular Interna Útil e confiável Reparos anatômicos + palpação Várias técnicas – via anterior mais utilizada Em 50% dos casos: Diretamente anterior e lateral à carótida Entre as duas cabeças do músculo ECM Em 30% dos casos: • Anterior ou ântero-lateral na altura da cricóide Acesso Venoso Central Veia Jugular Interna – Punção guiada por Eco-Doppler / Punção guiada por US convencional • Verghese et al, 1999: 100% acerto com US x 75% sem; punção arterial 0% x 25% • Asheim et al 2002: 100% acerto em 45 crianças; tempo médio 12s – Técnica: manobra de Valsava, posição de Trendelenburg e compressão manual do fígado Veia Jugular Interna → Técnica Trendelenburg de 15º VJID é preferida pelo caminho direto a VCS VJIE → ângulo reto com V. Subclávia; ápice do pulmão E mais alto; mais lesão do ducto torácico Posicionar-se na cabeceira e rodar a cabeça do paciente para o lado oposto Coxim sob os ombros Identificar o triângulo formado pelas porções medial e lateral do ECM e a clavícula (base) Veia Jugular Interna → Técnica Veia jugular corre a partir do ápice do triângulo p/ base A carótida segue o mesmo trajeto, porém, medial// Punção da pele no ápice do triângulo, direcionando a agulha caudal// a 45º do plano frontal, pouco lateral ao mamilo ipsilateral Introduzir 3 a 5 cm. 1 cm caudal a junção medial e 1/3 médio da clavícula Acesso Venoso Central Veia Jugular Externa – Sucesso em 75-100% em adultos – Baixa taxa de complicações – Grande série: Soong et al, 1995 • 488 de 1318 CVCs na UTI neonatal • Menor duração? Acesso Venoso Central Veia Jugular Externa Opinião pessoal: • Excelente para PICC • Ótima opção de dissecção / flebotomia para nãocirurgiões (em situações de emergência) • Dificuldade de acesso central: principalmente no lado direito • Tempo de uso depende mais do CVC que da veia Veia Subclávia: Punção em direção ao manúbrio esternal, introduzindo agulha no terço médio da clavícula. Acesso Venoso Central Veia Subclávia – Rápida alternativa a flebotomias – Complicações: 3 a 34% (Idade, indicação e lado) – Finck et al, 2002: • 78,8% sucesso em < 6m (peso médio 3,1 kg) • 96% sucesso em > 6m (peso médio 7,6 kg) – Citak et al, 2002: • Sucesso em 94,9% (148/154) – Punção arterial 12,8% – Pneumotórax em 2 pacientes Acesso Venoso Central Veia Subclávia – Iovino et al 2001: 2.290 CVCs • Risco maior que jugular interna • Pneumotórax e punção arterial • Baixa taxa de trombose – Técnicas guiadas por US Via Infraclavicular para Veia Subclávia Direita Trendelenburg de 15º Coxim colocado na vertical ao longo da coluna vertebral Virar a cabeça do paciente para o lado oposto Punção da pele 1 cm caudal a junção medial e 1/3 médio da clavícula Agulha segue abaixo da clavícula, paralela// ao plano frontal horizontal e direcionada para a fúrcula Ângulo da agulha nunca deve ficar abaixo plano frontal Veia Subclávia Veia Femoral → Técnica Pernas pouco abduzidas Ficar do lado do leito Identificar crista ilíaca anterior/superior e tubérculo púbico Ligamento inguinal fica entre estas duas marcas ósseas Tentar identificar a artéria femoral Veia femoral está a 1 cm medial da artéria paralela// Pele puncionada 1-2 cm abaixo do ligamento inguinal e 1 cm medial ao pulso femoral em ângulo de 45º. A agulha vai a profundidade de 3-5 cm Acesso Venoso Central Veia Femoral – Não expõe o paciente a riscos intratorácicos – Complics: 3,7% F x 7,3% NF (Stenzel 1989) – Sepse relacionada a CVC: 3,5% – Complics. Mecânicas: 3,5% – Trombose: 4 a 35% – Idade, tamanho e condições clínicas Acesso Venoso Central Veia Femoral – É a preferida da literatura – Alta taxa de sucesso e baixa taxa de punção arterial acidental • 92% em UTI • 89-95% em crianças • 80% em pré-termos < 1000g • Em obesos: guiado por US Complicações mecânicas relacionadas ao cateter Perda acidental do cateter Complicações relacionadas ao sítio de inserção Veia subclávia → 4%, principalmente a direita!!! Veia jugular → preferível em sedados e com VA controlada Veia femoral → preferível para acesso rápido em crianças não sedadas, quando cateter de menos de 5 dias for esperado. Complicações relativas aos pacientes e procedimento Pneumo, hidro ou hemotórax e punção arterial Síndrome da VCS Tamponamento cardíaco Arritmia cardíaca grave Hematomas Sangramento persistente Embolia gasosa Embolia do cateter CURATIVOS Cateter Venoso Central de Inserção Periférica PICC → Características PICC → cada vez mais utilizado Dispositivo com tempo de permanência prolongado e de fácil instalação Associado a < risco de complicações mecânicas e infecciosas Poliuretano ou silicone, este mais flexível e inerte (causando menor irritação à parede dos vasos e interação medicamentosa) PICC → Indicações Acesso venoso profundo prolongado; Ministrar soluções hiperosmolares (nutrição parenteral, solução glicosada em concentração maior que 12,5%, aminas vasoativas); Ministrar soluções vesicantes ou irritantes. PICC → Contra - Indicações Ministrar grandes volumes “em bolus” e sob pressão; Difícil acesso venoso periférico por punções repetidas com formação de hematoma e trombo; Lesões cutâneas no local da inserção. PICC → Vantagens Relativas aos pacientes Preservar demais acessos venosos; Menor risco de infecção; Melhor hemodiluição das drogas → < agressão aos vasos; Não há risco de trombose de sistema porta; Menor desconforto e dor para o paciente; Menor restrição da mobilidade; Diminuição do estresse do paciente PICC → Vantagens Relativas à equipe/instituição Maior facilidade de inserção/manuseio quando comparado com outros dispositivos vasculares; ↓ do estresse da equipe pelas punções repetitivas; Maior relação custo/benefício. PICC → Escolha do Acesso Veias preferenciais: basílica, cefálica, ou mediana cubital. Características das veias escolhidas: palpáveis, calibrosas, e “retas” o suficiente para a inserção e adequação da agulha introdutória. A pele sobrejacente à veia escolhida deverá estar íntegra e sem sinais de Hematomas ou Infecção (flebites, celulites e abscessos) PICC → Sítios de Inserção PICC → Antes da Inserção Comunicar ao setor de radiologia a necessidade de se realizar a radiografia imediatamente ao término do procedimento; Lavar as mãos; Avaliar as condições clínicas do paciente; Reunir/conferir os materiais necessários; PICC → Antes da Inserção Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax; Garrotear o membro escolhido para a punção; Inspecionar e palpar os vasos e retirar o garrote depois disso; Mensurar com a fita métrica: perímetro braquial; distância entre o possível ponto de punção e a articulação escápulo-umeral, deste ponto até a fúrcula esternal e em seguida até o 3º espaço intercostal (acrescentar ao valor mensurado, ≅ 3cm).