Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013

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Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013
2
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Objectivo do Relatório de Inflação
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •3
Índice Geral
SUMÁRIO EXECUTIVO......................................................................................................................................3
Economia Internacional......................................................................................................................................5
Actividade Económica........................................................................................................................................5
Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola e Mercados Monetários........7
Mercado das Commodities...............................................................................................................................9
Relações com o Exterior..................................................................................................................................14
Mercados Cambiais Internacionais..............................................................................................................14
Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados.................................................................................15
Comércio Externo e Reservas Internacionais..............................................................................................17
O Estado da Economia Nacional...................................................................................................................19
Indicador de Clima Económico.......................................................................................................................19
Índice de Produção Industrial.........................................................................................................................23
Produto Interno Bruto.......................................................................................................................................25
Inflação...............................................................................................................................................................26
Índice de Preços no Consumidor de Luanda...............................................................................................26
Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria.........................................................28
Contribuição......................................................................................................................................................30
Índice de Preços no Grossista de Luanda....................................................................................................31
Previsão da Inflação.........................................................................................................................................32
Execução Coordenada das Políticas Fiscal e Monetária..........................................................................34
Reservas Livres e Mercado Monetário Interbancário...............................................................................37
Base Monetária................................................................................................................................................39
Depósitos do Sistema Bancário....................................................................................................................41
Crédito à Economia..........................................................................................................................................43
Meios de Pagamento......................................................................................................................................48
Glossário............................................................................................................................................................50
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Sumário Executivo
O objectivo do presente relatório é fazer um resumo e análise da evolução dos principais indicadores económicos
que terão contribuido para a inflação em Luanda. O documento inclui uma análise (i) do contexto económico
internacional com especial ênfase para os fundamentos que podem influenciar a trajectória do preço do
petróleo, (ii) da economia nacional, incluindo os sectores real, fiscal, externo e monetário.
No que diz respeito à economia internacional, o índice geral de preços de alimentos da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) foi em termos médios 206,7 pontos em Dezembro de 2013,
situando-se 2,8 pontos (ou 1,37%) acima do valor de Setembro (203,9 pontos). O aumento dos preços dos
alimentos nos mercados internacionais durante o último trimestre do ano, aliado ao crescimento sazonal da
procura por bens (época natalícia) explica a pressão sobre os preços na cidade de Luanda, no período em
análise.
A nível interno, o aumento da oferta de alimentos no mercado nacional tem contribuído significativamente para
a redução da contribuição da Classe 1 – Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas (a que tem o maior ponderador)
para a inflação global. Quer a oferta externa como interna de alimentos aumentaram. Do ponto de vista da
oferta externa, para além do aumento das importações em valor monetário, foi já referido que factores como
a estabilidade cambial têm contribuído para atenuar eventuais pressões inflacionistas. No tocante à oferta
interna de alimentos, o forte crescimento da produção agrícola – o PIB do sector agrícola cresceu 48% em 2013
- contribuiu igualmente para a redução da inflação dos alimentos.
No contexto actual, prevê-se uma ligeira aceleração da inflação trimestral durante o primeiro trimestre de 2014,
ainda assim inferior à verificada no mesmo período do ano passado, fazendo com que a inflação homóloga
mantenha a sua trajectória descendente.
A gestão coordenada das políticas fiscal e monetária resultou num efeito líquido expansionista sobre a liquidez
dos bancos comerciais durante o IV Trimestre de 2013, derivado de uma maior execução fiscal e da performance
associada aos meios de pagamento, que expandiram de forma consistente com o crescimento da actividade
económica. Ainda nesse período o crédito à economia cresceu 4,02%, resultante da expansão de 9,93% do
crédito concedido em moeda nacional e da contracção de 4,80% verificada na concessão de crédito em moeda
estrangeira. Em 2013, o crédito à economia cresceu 9,95%. A taxa de transformação do crédito à economia
manteve a sua trajectória descendente e situava-se em 61,85% no final do ano.
Os restantes capítulos deste documento detalham a evolução dos indicadores resumidamente analisados ao
longo dos parágrafos precedentes. Assim, o documento inclui um capítulo sobre a Economia Internacional,
onde se aborda a evolução, entre outros, dos indicadores da actividade económica internacional e do preço
do petróleo; um capítulo sobre o Sector Externo, onde se apresenta o comportamento da taxa de câmbio e da
conta corrente da balança de pagamentos; um capítulo sobre a economia nacional e a evolução dos preços e,
finalmente, um capítulo sobre a política macroeconómica.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •5
Economia Internacional
Actividade Económica
O IV trimestre do ano de 2013 ficou marcado pelos sinais económicos de que a recessão na Zona Euro está a
terminar, pela recuperação da economia norte-americana e pela vulnerabilidade das economias emergentes
à queda dos preços das commodities nos mercados internacionais, bem como ao programa de flexibilização
monetária da Reserva Federal norte-americana (FED), causando fortes desvalorizações das moedas locais e
perdas nos índices bolsistas.
Apesar de alguns países periféricos da Zona Euro terem continuado com uma política orçamental restritiva,
marcada por uma forte contenção das despesas públicas, os EUA conseguiram chegar a um acordo para evitar
a insolvência do país, embora o acordo tenha sido alcançado depois de uma paralisação parcial (“shutdown”)
dos serviços públicos.
O cenário de 2014 afigura-se mais optimista do que o ano de 2013, apesar de ainda persistirem riscos negativos
para o crescimento mundial. Os principais aspectos positivos passam pela recuperação das economias da
Zona Euro, consolidação do crescimento económico nos EUA, melhoria das perspectivas das exportações dos
mercados em desenvolvimento. Pela negativa, salienta-se a reacção das economias emergentes, principalmente
aquelas com maiores desequilíbrios externos (nomeadamente, défices nas contas correntes), a redução dos
estímulos monetários da Reserva Federal dos EUA (sobretudo a saída de capitais das economias emergentes
para as “avançadas”), e ainda, o elevado desemprego na Zona Euro (nomeadamente, nos países periféricos),
penalizando a procura interna. Realizando um balanço dos riscos acima transcritos, a economia mundial parece
começar a preparar-se para o fim do ciclo de crise que já era visível no final de 2013.
Por sua vez, o crescimento das principais economias emergentes parece ter atingido a sua capacidade máxima,
limitado por constrangimentos do lado da oferta, sobretudo ao nível das infraestruturas. A contribuição destas
economias para o crescimento mundial tenderá a diminuir, sendo compensado pelo crescimento das economias
desenvolvidas. Resumidamente, ainda existem riscos e incertezas quanto às perspectivas de crescimento para
a economia global em 2014, derivados, entre outros factores, do provável impacto da redução dos programas
acomodatícios dos principais bancos centrais das economias avançadas e das medidas de consolidação
orçamental em alguns países periféricos da Zona Euro.
Neste contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI), no “World Economic Outlook” de Janeiro de 2014, reviu
positivamente as suas previsões de crescimento da economia mundial, mas alerta que os riscos se mantêm e
que os bancos centrais, em especial o Banco Central Europeu (BCE), terão que se esforçar mais para garantir
que os actuais sinais de retoma económica sejam sustentáveis. As novas previsões apontam para uma expansão
do PIB mundial em 3,7%, tendo elevado em uma décima, bem acima dos 3,2% calculados pelo Banco Mundial
(BM). Em 2015, o FMI projecta um crescimento para o PIB mundial de 3,9%.
6
Tabela 1 – Principais projecções económicas do FMI e Banco Mundial (2012-2015)
Unidade: percentagem
Jul’13
Países/Região
FMI (2012)
FMI (2013)
Out’13
FMI (2014)
FMI (2012)
FMI (2013)
Jan’14
FMI (2014)
FMI (2013)
BM (2013)
FMI (2014)
BM (2014)
FMI (2015)
BM (2015)
Economia Mundial
3,10
3,10
3,80
3,20
2,90
3,60
3,00
2,40
3,70
3,20
3,90
3,40
Economias Avançadas
1,20
1,20
2,10
1,50
1,20
2,00
1,30
1,30
2,20
2,20
2,30
2,40
EUA
2,20
1,70
2,70
2,80
1,60
2,60
1,90
1,80
2,80
2,80
3,00
2,90
Reino Unido
0,30
0,90
1,50
0,20
1,40
1,90
1,70
…
2,40
…
2,20
…
Zona Euro
-0,60
-0,60
0,90
-0,60
-0,40
1,00
-0,40
-0,40
1,00
1,10
1,40
1,40
Japão
1,90
2,00
1,20
2,00
2,00
1,20
1,70
1,70
1,70
1,40
1,00
1,20
Economias Emergentes
e em Desenvolvimento
5,10
5,30
5,40
4,90
4,50
4,10
4,70
4,80
5,10
5,30
5,40
5,50
China
7,80
7,80
7,70
7,70
7,60
7,30
7,70
7,70
7,50
7,70
7,30
7,50
Índia
3,20
5,60
6,30
3,20
3,80
5,10
4,40
4,80
5,40
6,20
6,40
6,60
Brasil
0,90
2,50
3,20
0,90
2,50
2,50
2,30
2,20
2,30
2,40
2,80
2,70
Rússia
3,40
2,50
3,30
3,40
1,50
3,00
1,50
…
2,00
…
2,50
…
Nigéria
6,30
7,20
7,00
6,60
6,20
7,40
6,20
6,70
7,40
6,70
…
6,80
África do Sul
2,50
2,00
2,90
2,50
2,00
2,90
1,80
1,90
2,80
2,70
3,30
3,40
SADC*
4,76
4,92
5,70
4,78
5,07
5,70
…
…
…
…
…
…
Fonte: FMI (WEO Update, Janeiro de 2014), Banco Mundial (Global Economic Prospects, Janeiro de 2014) e SADC.
*Data em que as projecções foram realizadas.
Os novos dados do FMI, que actualizam parcialmente os divulgados em Outubro de 2013, reflectem o maior
dinamismo das economias denominadas como “avançadas”, especialmente a norte-americana onde agora é
esperado que em 2014 o PIB real cresça 2,8%, no Japão para 1,4% e no Reino Unido que acelere para 2,4%.
No caso da Zona Euro, as perspectivas de crescimento são mais moderadas (aceleração da taxa de crescimento
de 1,0% para 2014 e 1,4% para 2015).
Em relação às economias emergentes, as previsões também sofreram poucas alterações, com uma revisão
do crescimento na China (de 7,60% para 7,70% em 2013) e Índia (de 3,80% para 4,40% em 2013). Contudo,
prevê-se um movimento em baixa no Brasil (de 2,50% para 2,30% em 2013) e uma manutenção na Rússia em
1,50%. Segundo o Fundo, o principal desafio diz respeito ao impacto da retirada das políticas expansionistas
da FED sobre estas economias, nomeadamente o tapering, o que poderá conduzir a um aumento das taxas de
juro, penalizando os fluxos de capitais já que os investidores regressarão a activos mais atractivos, como as
Obrigações do Tesouro Norte-americanas (Treasuries).
De acordo com o Banco Mundial, a África Subsaariana registou um crescimento económico considerável em
2013, apoiado pela forte procura interna, nomeadamente com base em recursos em investimentos. Em 2013 o
crescimento do PIB real foi revisto para os 4,7% para a região, acima dos 3,5% em 2012. No caso da SADC, não
existem novos dados para o crescimento económico, mantendo-se a taxa de crescimento do produto de 5,07%
em 2013 e 5,70% em 2014.
A região da África Subsaariana é relativamente indiferente ao aumento das taxas de juro globais, mas muito
vulnerável a quedas nos preços das commodities e a riscos internos relacionados com choques agrícolas e
políticos.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •7
Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola e Mercados Monetários
Com o intuito de se analisar os factores que terão contribuído para a inflação importada, examinou-se o índice
de preços no consumidor (IPC) dos principais parceiros comerciais de Angola.
Taxas de inflação
Ao longo do IV trimestre de 2013, verificou-se que as taxas de inflação das principais economias mundiais
desaceleraram, sobretudo na Zona Euro, apesar de a situação não ser homogénea em todos os EstadosMembros.
De acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA, o IPC passou de 1,20% em Setembro para 1,50% em
Dezembro de 2013, uma subida de 0,30 p.p., permanecendo abaixo da meta dos 2,00%. As razões por detrás da
subida dos preços nos EUA prendem-se essencialmente com a subida dos preços das categorias de alimentos
e energia na ordem dos 0,20%. Por outro lado, prevê-se que a inflação mantenha um comportamento crescente
nos próximos tempos, devido às expectativas de aumentos salariais da função pública e custos de factores de
produção. Em termos anuais, o IPC de Dezembro permaneceu abaixo da meta de 2,0% da FED norte-americana.
O IPC europeu passou de 1,10% em Setembro para 0,80% em Dezembro, uma queda de 0,30 p.p.. Portugal
não conseguiu fugir a essa tendência, tendo os preços desacelerado de 0,30% (em Setembro) para 0,20% (em
Dezembro). Os níveis de inflação baixos fazem com que o FMI considere a deflação como um dos riscos mais
importantes para a Zona Euro, o principal parceiro comercial de Angola, do ponto de vista das importações,
numa altura em que a política monetária está limitada pelas taxas de juro próximas de zero.
Nas economias emergentes, o IPC registou um comportamento díspar. A África do Sul e a China, registaram
ligeiras desacelerações, tendo ambas as economias variado 0,60 p.p., entre Setembro e Dezembro de 2013. Já
no Brasil verificou-se uma aceleração das taxas de inflação de 0,40 p.p. e 0,05 p.p., entre Setembro e Dezembro
de 2013, respectivamente.
Concretamente na África do Sul, o IPC desacelerou, passando de 6,0% em Setembro para os 5,4% em Dezembro
de 2013, mantendo-se dentro do intervalo de objectivo [3% - 6%] de acordo com a South Africa Reserve Bank
(SARB). Esta desaceleração de 0,4 p.p. da inflação no IV trimestre é justificada principalmente pela diminuição
do custo de transporte (de 6,9% em Setembro para 6,3% em Dezembro), devido a uma diminuição do preço
da gasolina; e dos alimentos e bebidas não alcoólicas (de 5,9% em Setembro para 3,5% em Dezembro), em
resultado da queda dos vegetais, peixe, açúcar e bebidas frias.
No caso da China, o IPC passou de 3,10% em Setembro para 2,50% em Dezembro de 2013, para o seu menor
nível desde Maio. A desaceleração dos preços foi impulsionada principalmente pelos preços mais baixos dos
alimentos. Esta tendência surge numa altura em que o Banco Popular da China decidiu injectar no mercado
monetário USD 34,7 mil Milhões, por meio de acordos de recompra oferecidos em operações de mercado
aberto, dando continuidade aos esforços para impulsionar a economia chinesa.
Em relação à economia brasileira verificou-se uma aceleração da inflação, tendo passado de 5,86% para 5,91%
entre Setembro e Dezembro de 2013, pelo facto de haver uma subida dos preços do sector dos transportes,
da área de saúde e dos produtos alimentares e bebidas. Os preços dos alimentos registaram o maior aumento
anual (8,48%), seguido pelo custo das despesas pessoais, tais como o tabaco, hotéis, cabeleireiro (8,39%) e
educação (7,94%). Os custos de transporte aceleraram para os 3,29%, acima dos 0,48% no ano anterior, e os
preços na área da saúde subiram para os 6,95%.
8
Gráfico 1- Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola
8,0
4,0
IV Trimestre 2012
I Trimestre 2013
EUA
Zona Euro
II Trimestre 2013
China
III Trimestre 2013
Brasil
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
Abr/13
Mar/13
Fev/13
Jan/13
Dez/12
0,0
Nov/12
2,0
Out/12
Percentagens
6,0
IV Trimestre 2013
África do Sul
Fonte: FMI e Bloomberg
Taxas de juro de referência
Ainda no período em análise, os principais bancos centrais das economias mais “avançadas” (BCE, FED, BoE
e BoJ) decidiram manter as suas taxas de juro de política monetária, à excepção do BCE ao ter reduzido a sua
taxa de referência em 25 p.b. para os 0,25%, enquanto que o Banco de Inglaterra e a FED dos EUA mantiveram
as suas taxas de referência e os programas de estímulos económicos. No entanto, espera-se que a FED corte
os seus estímulos monetários em USD 10 mil Milhões por mês, com os investidores a virarem-se para activos
menos arriscados, como as obrigações soberanas norte-americanas (Treasuries), prevendo-se que as taxas de
juro comecem a subir. Já no Japão, o governo lançou um conjunto de medidas expansionistas para dinamizar
a sua economia.
Nas economias emergentes os bancos centrais decidiram manter as suas taxas de juro directoras, à excepção do
Banco Central do Brasil (BCB) e da China (BoPC), que tinham decidido subir as suas taxas de juro de referência
em Novembro, em 0,50 p.p. e 4,00 p.p, ambas para os 10,0%, respectivamente. O BCB decidiu subir pela quinta
vez a taxa “Selic”, com vista a controlar a inflação e garantir que as taxas de juro sejam menos voláteis no
próximo ano. O BoPC está determinado em reequilibrar a economia e a combater o excesso de dependência de
crédito, mesmo que isso signifique um crescimento mais lento no curto prazo.
No IV trimestre de 2013, os Bancos Centrais do Botswana e do Congo foram as únicas autoridades monetárias
da SADC a reduzirem as suas taxas de juro de referência. O Banco Central do Botswana desceu as taxas de
juro base em 0,50 p.p. no dia 10 de Dezembro (de 8,00% para 7,50%), num contexto de uma taxa desemprego
elevada e de uma tendência de descida da actividade económica. Já o Banco Central do Congo desceu as taxas
directoras em 1,00 p.p. no dia 8 de Novembro (de 3,00% para 2,00%), a fim de apoiar o crescimento económico
e o sector bancário para estimular a actividade económica.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •9
Mercado das Commodities
Como referido anteriormente, a actividade económica no IV trimestre de 2013 ficou limitada por condições
menos favoráveis, como por exemplo, preços ligeiramente mais baixos das commodities e constrangimentos
ao nível das infra-estruturas existentes. As perspectivas para 2014 são favoráveis, na medida em que os
respectivos sectores exportadores tenderão a expandir a actividade económica, beneficiando de uma maior
procura por parte das economias avançadas. No entanto, o seu desempenho dependerá das características da
economia mundial, podendo deparar-se com um ambiente mais adverso após retirada dos estímulos monetários
da FED.
Especificamente, o período em análise (IV trimestre de 2014) ficou marcado pela queda do índice de preços
das commodities (-0,62%), à excepção dos índices correspondentes ao sector não-petrolífero, (alimentos e
bebidas) e aos inputs industriais (matérias-primas agrícolas), apresentando uma tendência de subida de 2,32%
e 1,92%, respectivamente. Os índices de preços dos combustíveis (energia) calculados pelo FMI, sofreram uma
variação negativa de 2,02%, em relação ao III trimestre de 2013. Por outro lado, o sub-índice de preços relativo
ao petróleo diminuiu 2,88% no trimestre.
Em termos trimestrais, o índice geral de preços das commodities situou-se nos 182 pontos, tendo caído 2,77
pontos em relação ao verificado no trimestre anterior (184,77 pontos), prejudicado pela queda de 2,02% e 2,88%
dos índices dos combustíveis e do petróleo. Concretamente, essa queda foi provocada pela descida dos preços do
crude e do gás natural. No IV trimestre, houve uma queda do preço do crude devido, essencialmente, à previsão
feita pela Agência Internacional da Energia (AIE) que espelha um forte aumento da produção de petróleo em 2014
nos países fora da OPEP e ao aumento das reservas petrolíferas dos EUA. Enquanto no gás natural, as condições
climatéricas mais amenas não trouxeram consumo adicional e os preços permaneceram baixos.
Gráfico 2 - Comportamento do Índice de preços das Commodities
250
200
175
Commodities
Não-petrolíferas
Alimentos e Bebidas
Fonte: FMI
* Índice de preços dos combustíveis (energia), inclui os índices de preços do crude (petróleo), gás natural e carvão.
Energia*
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
Abr/13
Mar/13
Fev/13
Jan/13
Dez/12
Nov/12
150
Out/12
Percentagens
225
Petróleo
10
Commodities de Petróleo
Segundo a OPEP, a procura global de petróleo apresentou uma ligeira subida no IV trimestre de 2013 face ao
trimestre anterior, tendo registado um aumento de 0,43 Milhões de barris/dia face ao trimestre anterior e um
aumento de 0,94 face ao ano de 2012, encontrando-se presentemente nos 90,93 Milhões barris/dia. A procura
de petróleo nos países da OCDE entre o III e IV trimestre de 2013 manteve-se constante (nos 46 Milhões de
barris/dia), enquanto a procura nos países fora da OCDE cresceu 0,43 Milhões de barris/dia.
A subida registada na procura de petróleo nos países fora da OCDE foi influenciada, sobretudo, pela redução
das reservas petrolíferas dos EUA e aumento do consumo na China, Rússia e Alemanha. O consumo total de
crude em 2013 foi ligeiramente superior ao verificado em 2012, 91,2 Milhões de barris por dia contra os 90
Milhões de barris por dia. Um aumento destes factores faz baixar os preços do crude e, por conseguinte, faz
aumentar a procura.
Em relação à oferta global de petróleo, no IV trimestre de 2013 manteve-se constante em relação ao trimestre
anterior (nos 90,3 Milhões de barris/dia), com 34,0% da produção concentrada na Rússia, EUA e Arábia Saudita.
Os níveis de oferta trimestral devem-se sobretudo a uma diminuição de 0,80 Milhões de barris/dia relativamente
à oferta dos países da OPEP, em comparação com o trimestre passado. Enquanto que a oferta dos países fora
da OPEP teve um aumento de 0,80 Milhões de barris/dia. Este efeito acabou por anular o comportamento da
oferta global. Em termos anuais, a oferta global subiu 0,50 Milhões de barris/dia, de 89,60 Milhões de barris/
dia para 90,10 Milhões de barris/dia.
Tabela 2 - Comportamento da Oferta e Procura Global (em Milhões de barris/dia)
Petróleo
2012
I Trim
II Trim
2013
III Trim
IV Trim
anual
I Trim
II Trim
III Trim
2014*
IV Trim*
anual*
Países da OECD
46,30
45,60
46,00
46,40
45,60
45,90
45,30
46,00
46,00
45,80
45,60
Países Fora da OECD
41,80
42,40
43,20
43,70
42,40
43,03
43,73
44,50
44,93
44,06
45,31
Procura Global
88,10
88,00
89,20
90,10
88,92
88,93
89,03
90,50
90,93
89,86
90,91
Países da OPEP
31,20
31,50
31,20
30,60
31,10
30,20
30,60
30,40
29,60
30,20
…
Países Fora da OPEP
53,20
52,60
52,30
53,70
52,90
53,80
53,60
54,10
54,90
54,10
55,40
OPEP Gás Natural**
5,60
5,70
5,80
5,90
5,60
5,80
5,80
5,80
5,90
5,80
5,90
Oferta Global
90,00
89,8
89,3
90,2
89,60
89,80
90,00
90,30
90,30
90,10
…
Fonte: OPEP
*Previsões realizadas pela OPEP para o 4.º Trimestre de 2013, Ano de 2013 e Ano de 2014.
**Óleos não convencionais.
No que diz respeito aos preços do petróleo, observou-se, em termos trimestrais, uma diminuição do preço Brent,
WTI e Ramas angolanas em 0,50%, 3,24% e 1,00%, respectivamente. Mas, em termos mensais, constatou-se
uma inversão das tendências dos preços do Brent, WTI e das Ramas angolanas em termos médios a partir de
Novembro, tendo em Dezembro apresentado uma valorização de 2,54%, 4,23% e 1,28%, respectivamente. Esta
inversão de tendência é justificada pelas interrupções de produção no Mar do Norte e mudança de pessoal de
algumas plataformas, devido à forte tempestade que assolou a Europa na quadra natalícia.
Em relação aos diferenciais entre o Brent vs WTI e Ramas angolanas, denota-se um alargamento mais acentuado
do spread Brent/WTI do que em relação ao spread Brent/Ramas angolanas no último trimestre. Em 2013, os
spreads foram quase sempre positivos, à excepção dos meses de Julho, Agosto e Novembro, altura em que o
preço das Ramas angolanas foi superior ao preço do Brent. Por exemplo, em Novembro o spread Brent/Ramas
foi negativo em resultado da queda do preço do Brent em 1,36% para os 107,96 dólares por barril. A queda dos
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •11
preços do Brent é explicada pela venda em massa de posições em hedge funds (para efeitos de cobertura face
ao risco) realizadas por grandes sociedades gestoras. A venda desses fundos, foi motivada pela expectativa
de retirada dos estímulos monetários da Fed. Nesse mês, o petróleo Brent atingiu o valor mínimo do trimestre,
apesar de notícias positivas sobre os fundamentos do mercado, que incluem adiamentos nos embarques da
produção do Mar do Norte, interrupções na fabricação na Líbia e enfraquecimento do dólar.
USD/Barril
Gráfico 3 - Evolução dos preços do petróleo
130
25
120
20
15
110
10
100
5
90
0
80
IV Trimestre 2012
I Trimestre 2013
Ramas Angolanas
Brent
II Trimestre 2013
WTI
III Trimestre 2013
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
Abr/13
Mar/13
Fev/13
Jan/13
Dez/12
Nov/12
Out/12
-5
IV Trimestre 2013
Spread Brent/Ramas Angolanas
Spread Brent/WTI
Fonte: Bloomberg
Em termos de projecções para 2014, a Agência de Informação sobre Energia dos EUA estima que o preço do
Brent alcance os 105,42 USD/barril e o WTI atinja os 93,33 USD/barril. Estas estimativas são inferiores aos
valores efectivos de 2013, com o Brent a apresentar um preço de 108,64 USD/barril e o WTI a apresentar um
preço de 97,91 USD/barril.
Tabela 3 - Projecção dos preços de petróleo de referência para 2014
Preços de Petróleo
de Referência
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
Estemativas*
Variações
Jan-13
Feb-13
Mar-13
Apr-13
May-13
Jun-13
Jul-13
Aug-13
Sep-13
Oct-13
Nov-13
Dec-13
2014
Trim
Acum. Anual
BRENT
$112,32
$116,07
$109,54
$103,43
$103,28
$103,34
$107,43
$110,47
$111,25
$109,44
$107,96
$110,70
$105,42
-0,50%
1,38%
12 Meses
1,38%
WTI
$94,83
$94,83
$92,96
$92,07
$94,81
$95,80
$104,70
$106,53
$101,18
$100,55
$93,92
$97,89
$93,33
-3,24%
10,93%
10,93%
Ramas angolanas
$111,66
$114,61
$106,81
$100,48
$102,09
$102,68
$107,84
$111,25
$110,51
$108,13
$108,02
$109,40
…
-1,00%
0,71%
0,71%
Fonte: Bloomberg (Brent e WTI), DES/BNA (Ramas angolanas) e EIA,U.S. Energy Information Administration (Estimativas 2014).
Commodities Alimentares
No Gráfico 4 pode-se observar que o índice geral de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação (FAO) foi em termos médios 206,7 pontos em Dezembro de 2013, situando-se 2,8 pontos (ou
1,37%) acima do valor de Setembro (203,9 pontos), mas menos 6,60 pontos do que em Janeiro de 2013.
O aumento ligeiro do índice geral de preços dos alimentos foi impulsionado em grande parte por um aumento nos
preços dos óleos (6,35%) e lacticínios (5,42%), por causa da subida do preço do óleo de palma e da procura por leite
em pó, especialmente na China. Enquanto que o índice de preços de carne variou positivamente apenas 1,07%.
12
Gráfico 4 - Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004)
220
300
250
210
200
200
IV Trimestre 2012
II Trimestre 2013
I Trimestre 2013
III Trimestre 2013
Dez/13
Nov/13
Out/13
Set/13
Ago/13
Jul/13
Jun/13
Mai/13
Abr/13
Mar/13
Fev/13
Jan/13
Dez/12
Nov/12
Out/12
150
IV Trimestre 2013
índice de bens alimentares (lado esquerdo)
índice de preços da carne (lado direito)
índice de preços dos lacticínios (lado direito)
índice de preços do óleo (lado direito)
índice de preços do açucar (lado direito)
índice de preços dos cereais (lado direito)
Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union
Todavia, os últimos dados sugerem que no trimestre em análise os preços internacionais dos cereais e do
açúcar caíram 1,79% e 4,71%, respectivamente. A elevada oferta global pressionou negativamente os preços
dos cereais (trigo e milho) e do açúcar.
Tabela 4 - Cálculo das Variações para as commodities alimentares
Alimentos
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
Variações
Jan-13
Feb-13
Mar-13
abr/13
mai/13
jun/13
jul/13
Ago/13
Set/13
Out/13*
Nov/13*
Dez/13*
Trim
Acum. Anual
12 Meses
Índice de preços dos bens alimentares
213,30
212,80
214,7
216,5
214,4
211,9
207,5
204,6
203,9
206,6
206,4
206,7
1,37%
-1,93%
-1,93%
Índice de preços da carne
184,30
186,40
185,2
186,6
180,0
179,7
179,4
182,4
186,1
187,3
187,3
188,1
1,07%
4,79%
4,79%
Índice de preços dos lacticínios
210,60
210,60
227,8
256,6
252,5
246,3
243,7
248,2
251,0
251,5
251,4
264,6
5,42%
34,47%
34,47%
-23,42%
Índice de preços dos cereais
244,00
241,10
240,5
230,7
234,8
232,3
222,3
206,8
195,0
196,6
194,3
191,5
-1,79%
-23,42%
Índice de preços do óleo
200,30
201,80
196,7
194,0
194,3
193,5
186,7
181,8
184,3
188,0
198,5
196,0
6,35%
-0,28%
-0,28%
Índice de preços do açúcar
267,80
259,20
262,0
252,6
250,1
242,6
239,0
241,7
246,5
264,8
250,6
234,9
-4,71%
-14,28%
-14,28%
Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union
* Dados efectivos revistos.
Os desenvolvimentos recentes confirmam que a recuperação da actividade económica mundial será suportada
pelo crescimento das economias avançadas, contrariamente ao abrandamento do crescimento das economias
emergentes, no entanto, estas continuam a ter importância significativa para a actividade económica mundial.
No mercado de commodities energéticas, a evolução do preço do petróleo destacou-se pela negativa, reflectindo
um ambiente de baixo crescimento, reduzida inflação e manutenção da oferta de petróleo sem interrupções,
diante da possibilidade de uma intervenção militar na Síria se ter tornado cada vez mais remota.
Relações com o Exterior
À semelhança do III trimestre de 2013, o IV trimestre ficou marcado pela expectativa de redução do Programa Quantitative
Easing (QE) no sistema financeiro norte-americano, que poderá trazer alterações no valor das principais moedas. O possível
processo de redução da liquidez, a ser introduzida mensalmente pela Fed, poderá ser determinante no comportamento do
USD em relação às principais moedas internacionais. No curto prazo, o impacto poderá não ser evidente, mas acredita-se
que no longo prazo o dólar apreciar-se-á face às principais moedas, sobretudo das economias emergentes.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •13
Mercados Cambiais Internacionais
No geral, a incerteza da política monetária norte-americana em manter os estímulos monetários contribuiu para uma apreciação
do dólar face às suas principais moedas internacionais, com excepção do Euro e do Renminbi. No IV trimestre de 2013, tanto a
Moeda Única, como o Renminbi chinês apreciaram-se face ao Dólar norte-americano em 1,86% e 1,09%, respectivamente. De
forma oposta, o Real brasileiro e o Rand sul-africano depreciaram-se face à moeda norte-americana, tendo apresentado uma
variação de 6,34% e 4,63%, respectivamente.
O euro apreciou-se face ao dólar norte-americano 1,86% para os 0,725 USD/EUR em Dezembro, influenciado, por um lado,
pelas incertezas em torno da política orçamental americana e, por outro lado, impulsionado pelos comentários do Presidente do
BCE, Mário Draghi, que prometeu a manutenção das taxas de juros.
A moeda chinesa (Renminbi) apreciou-se 1,09% face ao dólar no período em análise para os 6,054 CNY/USD, numa altura
em que a economia chinesa cresceu menos do que o esperado, ao mesmo tempo, arrastou negativamente os preços das
commodities. Por outro lado, o BoPC, injectou mais dinheiro para o sistema bancário durante duas semanas seguidas, para
tentar aliviar a agitação no mercado, no entanto, as taxas retomaram a tendência de subida.
Em oposição, o Real brasileiro registou uma depreciação de 6,34% no IV trimestre face ao dólar norte-americano para os 2,362
BRL/USD, tendo o movimento do Real sido agravado pelo anúncio do BCB de reduzir as suas intervenções no mercado cambial,
diminuindo a oferta de USD no mercado interno; pela espectativa de redução do rating soberano em 2014 por parte da Standard
and Poor’s; pela desaceleração do PIB, aumento da inflação (IGP) e do aumento acentuado do défice da conta corrente, que
atingiu os USD 81,4 mil Milhões em 2013, representando agora 3,66% do PIB.
Por fim, o Rand sul-africano depreciou-se 4,63% em relação ao dólar no trimestre em análise para os 10,522 ZAR/USD devido
às perspectivas de uma nova vaga de greves no sector mineiro. A moeda caiu para os 10,522 ZAR/USD em Dezembro, na
sequência de uma greve conduzida pela Associação dos Mineiros e Sindicato da Construção (AMCU), exigindo aumentos
salariais. Meses de violentos conflitos laborais em 2013 desencadearam cortes de rating de crédito da África do Sul por parte
das agências Moody’s, Fitch e Standard and Poors, contribuindo para que o Rand se depreciasse anualmente mais de 20% em
relação ao dólar. Esta economia é vítima de um défice da conta corrente de 6,8% do PIB (no III trimestre de 2013), de dificuldade
para se financiar nos mercados externos (afectado pela volatilidade dos fluxos de capitais que saem da economia) e marcada
por uma certa instabilidade política.
Gráfico 5 - Mercado Cambial Internacional
0,82
6,35
USD/EUR
Renminbi/USD
6,30
0,80
6,25
0,78
6,20
0,76
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
IV Trim 2012
I Trim 2013
IV Trim 2012
Fonte: Bloomberg
I Trim 2013
31/10/2012
30/09/2012
30/08/2012
31/07/2012
28/06/2012
31/05/2012
30/04/2012
II Trim 2013
III Trim 2013 IV Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
31/10/2012
30/09/2012
30/08/2012
31/07/2012
28/06/2012
31/05/2012
30/04/2012
28/02/2012
31/01/2012
31/12/2012
30/11/2012
31/10/2012
08/10/2012
31/10/2012
30/09/2012
30/08/2012
31/07/2012
28/06/2012
RAND/USD
31/05/2012
30/04/2012
29/03/2012
28/02/2012
31/01/2012
31/12/2012
30/11/2012
31/10/2012
01/10/2012
Real/USD
29/03/2012
28/02/2012
31/01/2012
31/12/2012
30/11/2012
31/10/2012
31/10/2012
30/09/2012
30/08/2012
31/07/2012
28/06/2012
31/05/2012
30/04/2012
29/03/2012
28/02/2012
I Trim 2013
29/03/2012
IV Trim 2012
31/01/2012
31/12/2012
30/11/2012
6,00
31/10/2012
6,05
0,70
01/10/2012
6,10
0,72
08/10/2012
6,15
0,74
III Trim 2013 IV Trim 2013
14
Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados
No IV trimestre de 2013 verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao dólar norte-americano em
todos os mercados, com ênfase no mercado informal e nas casas de câmbio (em termos trimestrais).
Especificamente, no mercado primário, no IV trimestre, a taxa de câmbio média do AKZ/USD, registou uma
depreciação de 0,232% face ao USD. Nos últimos 12 meses, isto é, de Dezembro do ano anterior a Dezembro
do ano corrente, a depreciação do Kwanza foi de 1,871%, em termos médios.
Nos Bancos, o Kwanza também se depreciou face ao USD no IV trimestre de 2013 em 0,583% (Divisas) e de
0,429% (Notas). Em 2013, a taxa de câmbio AKZ/USD também se depreciou em 1,681% (Divisas) e 1,591%
(Notas), respectivamente.
No mercado informal, a taxa de câmbio média do Kwanza face ao dólar depreciou-se 3,077%, em termos
trimestrais. E apreciou-se nos últimos 12 meses 0,159%.
Por último, nas casas de câmbio a taxa de câmbio AKZ/USD registou depreciações de 1,339% em termos
trimestrais e de 0,858% em termos homólogos.
Entre Setembro e Dezembro de 2013, o diferencial da taxa de câmbio do Kwanza face ao dólar, entre o mercado
informal e mercado secundário de notas, aumentou em todas as províncias, em especial nas províncias de
Cabinda, Huambo e Huíla, 6,54 p.p., 3,91 p.p. e 3,76 p.p., respectivamente. O comportamento da taxa de câmbio
do mercado informal foi pressionado por dois factores essenciais, a saber: i) os operadores do mercado informal
acusaram alguma escassez de notas em dólares, pois a maior parte de provedores de notas deixaram de o ser,
passando de fornecedores (oferta) para clientes (procura); ii) verifica-se uma sazonalidade no último trimestre do
ano, provocado pelo aumento na procura por dólares para compras no exterior e outros pagamentos informais.
Tabela 5 - Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de Câmbio
IV Trim 2012
Out/12
Nov/12
III Trim 2013
Dez/12
Jul/13
Ago/13
IV Trim 2013
Set/13
Out/13
Nov/13
Variações
Dez/13
Trim.
Acum. Anual
12 Meses
Mercado Primário (Taxa Referência)
Compra
95,232
95,473
95,587
95,710
95,670
97,151
96,782
97,144
97,375
0,231%
1,871%
1,871%
Venda
95,708
95,951
96,065
96,189
96,149
97,636
97,266
97,630
97,862
0,231%
1,871%
1,871%
Média
95,470
95,712
95,826
95,950
95,910
97,393
97,024
97,387
97,619
0,232%
1,871%
1,871%
Bancos (Divisas)
Compra
95,182
95,449
95,473
96,177
96,116
97,453
97,366
97,499
97,462
0,009%
2,083%
2,083%
Venda
98,516
98,732
98,873
98,864
98,551
99,014
99,116
99,687
100,152
1,149%
1,293%
1,293%
Média
96,849
97,090
97,173
97,520
97,333
98,234
98,241
98,593
98,807
0,583%
1,681%
1,681%
Bancos (Notas)
Compra
94,912
93,900
96,303
96,581
95,464
96,980
96,548
96,986
97,522
0,559%
1,266%
1,266%
Venda
98,714
98,851
99,041
99,322
99,224
100,624
100,210
100,742
100,930
0,304%
1,907%
1,907%
Média
96,813
96,376
97,672
97,951
97,344
98,802
98,379
98,864
99,226
0,429%
1,591%
1,591%
Mercado Informal (Notas)
Compra
101,333
102,500
102,667
100,500
100,333
100,167
100,333
100,833
102,333
2,163%
-0,325%
-0,325%
Venda
105,000
106,750
107,000
103,667
103,500
102,917
103,000
104,000
107,000
3,967%
0,000%
0,000%
Média
103,167
104,625
104,833
102,083
101,917
101,542
101,667
102,417
104,667
3,077%
-0,159%
-0,159%
Casas de Câmbio
Compra
99,667
99,889
99,667
100,300
99,250
99,000
99,500
99,550
100,300
1,313%
0,635%
0,635%
Venda
102,044
102,156
102,439
103,830
102,340
102,145
102,640
102,720
103,540
1,366%
1,075%
1,075%
Média
100,856
101,022
101,053
101,710
100,795
100,573
101,070
101,135
101,920
1,339%
0,858%
0,858%
Fonte: BNA/DMA/DSI/DES
*Informação obtida a partir do SSIF.
*Até Março de 2013, as taxas do mercado secundário foram calculadas com base no método manual.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •15
A taxa de câmbio média do Kwanza face ao Rand apreciou-se, em termos trimestrais, 3,14%. Contudo, a taxa
de câmbio média do Kwanza face ao Euro depreciou-se, em termos trimestrais, 2,06%.
Tabela 6 - Comportamento da taxa de câmbio Euro e Rand no Mercado Primário (Taxa Referência)
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
Variações
Taxas Médias
Dez/12
Jan/13
Fev/13
Mar/13
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
Out/13
Nov/13
Dez/13
Trim.
Acum. Anual
KZ/EUR
126,38
130,05
125,61
122,92
124,21
124,44
125,941
127,531
126,917
131,652
133,602
132,583
134,386
2,06%
6,15%
12 Meses
6,15%
KZ/RAND
11,26
10,61
10,83
10,39
10,62
9,77
9,637
9,723
9,286
9,603
9,824
9,525
9,306
-3,14%
-19,09%
-19,09%
Fonte: DES/BNA
Comércio Externo e Reservas Internacionais
No IV trimestre de 2013, as transacções com o Resto do Mundo resultaram numa diminuição do saldo da conta
de bens em 14,50% face ao trimestre anterior (para os USD 9.803,47 Milhões), devido, sobretudo, a um aumento
significativo das importações de 5,91% e uma desaceleração das exportações de 7,58%. No trimestre, o aumento
das importações poderá ser explicado sobretudo pelo aumento do valor FOB das categorias “combustíveis” e
“alimentos”. Durante os últimos 12 meses, a conta de bens registou uma diminuição de 11,19%.
Tabela 7 - Saldo da Conta de Bens (Exportações vs Importações)
Unidades: em milhões USD
2013
2012
Exportações
I Trim
II Trim
Jul
Ago
Set
III Trim
Out
Nov
Dez
IV Trim
19.446,73
16.894,67
5.181,66
6.148,39
5.398,74
16.728,80
6.037,90
5.963,98
6.021,19
18.023,07
Var. Trimestral
Montante Acumulado
Var. 12 Meses
7,74%
71.093,27
…
Importações
6.532,13
5.655,92
2.004,39
1.832,85
1.851,92
5.689,17
2.076,09
1.686,52
2.077,10
5.839,71
2,65%
23.716,93
…
Conta de Bens
12.914,60
11.238,75
3.177,27
4.315,54
3.546,82
11.039,63
3.961,81
4.277,46
3.944,09
12.183,36
10,36%
47.376,34
…
Exportações
17.140,50
16.012,25
5.659,60
5.819,05
5.868,34
17.346,99
5.245,38
5.326,74
5.460,25
16.032,37
-7,58%
66.532,10
-9,32%
Importações
5.219,97
5.112,95
2.080,67
2.040,01
1.760,73
5.881,42
2.083,22
2.188,22
1.957,46
6.228,90
5,91%
22.443,23
-5,76%
Conta de Bens
11.920,53
10.899,30
3.578,92
3.779,04
4.107,61
11.465,57
3.162,16
3.138,52
3.502,79
9.803,47
-14,50%
44.088,87
-11,19%
Fonte: DES/BNA
No IV trimestre de 2013 comparativamente com o trimestre anterior verificou-se uma aceleração das importações
provenientes dos principais parceiros comercias com Angola, com destaque para a Bélgica com 12,56%, a China
com 5,93% e Portugal com 4,72%. No entanto, relativamente aos últimos 12 meses, observou-se uma redução
das importações provenientes dos principais parceiros de Angola em 5,76%, à excepção da China em que as
respectivas importações cresceram ligeiramente 1,30%.
16
Gráfico 6 - Países de origem das importações angolanas
500
Mil Milhões de USD
400
300
200
100
I Trim 2013
Portugal
II Trim 2013
Belgica
China
III Trim 2013
EUA
Brasil
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
mar/13
jan/13
fev/13
0
IV Trim 2013
África do Sul
Emirados Árabes
Fonte: DES/BNA
No ano de 2013, Portugal continuou a representar o maior peso das importações angolanas por país de origem,
a seguir veio a China e em terceiro lugar a Bélgica, com 17,99%, 11,75% e 5,83%, respectivamente.
Tabela 8 - Peso das importações angolanas por país de origem
2013
Portugal
Bélgica
China
EUA
Brasil
África do Sul
Emirados Árabes Unidos
IV Trim 2012
20,94%
6,55%
13,11%
5,62%
5,86%
5,06%
4,96%
I Trim 2013
18,94%
6,11%
14,33%
5,34%
5,83%
3,92%
4,28%
II Trim 2013
16,15%
5,67%
10,79%
4,49%
4,65%
4,43%
3,39%
III Trim 2013
18,46%
5,60%
11,04%
5,50%
4,87%
4,52%
4,99%
IV Trim 2013
18,25%
5,96%
11,04%
4,51%
4,57%
3,87%
4,32%
Acumulado 2013
17,99%
5,83%
11,75%
4,96%
4,96%
4,18%
4,27%
Fonte: DES/BNA
No que toca às exportações, no IV trimestre, registou-se uma diminuição de 7,58%, condicionada pela
diminuição das exportações petrolíferas em 7,41%, devido à descida dos preços e das quantidades do petróleo
bruto, -0,82% e -6,64%, respectivamente; e do impacto limitado das exportações de diamantes, sobretudo
condicionado pela queda de 13,64% do preço do diamante.
As reservas internacionais líquidas (RIL) atingiram os USD 33.176,02 Milhões em Dezembro de 2013, uma
diminuição de 5,57% face ao mês anterior e uma diminuição de 7,99% em relação ao trimestre passado. Para
além de uma maior execução fiscal, outros factores contribuíram para uma diminuição das RIL em termos
trimestrais, nomeadamente, a diminuição das quantidades exportadas de petróleo (-6,64%) e à queda dos
preços dos diamantes (-13,64%), num contexto internacional marcado pela queda dos preços das commodities.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •17
Gráfico 7 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas
39 000,00
37 000,00
33 000,00
32 901,59
33 041,39
33 394,99
34 419,25
34 626,86
35 390,69
36 672,49
34 723,39
35 657,55
35 426,96
36 055,60
35 869,81
35 131,66
33 176,02
Dez/12
Jan/13
Fev/13
Mar/13
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
Out/13
Nov/13
Dez/13
27 000,00
Nov/12
29 000,00
32 461,51
31 000,00
Out/12
Milhões de USD
35 000,00
25 000,00
IV Trimestre 2012
I Trimestre 2013
Reservas Brutas
II Trimestre 2013
III Trimestre 2013
IV Trimestre 2013
Reservas Internacionais líquidas (RIL)
Fonte: DES/BNA
Os últimos dados mostram que o rácio de cobertura das reservas cambiais atingiu os 8,03 meses de importação
de bens e serviços em Dezembro de 2013, contra o rácio de 8,59 meses de importações em Setembro de 2013,
traduzindo-se numa quebra de 0,56 meses.
Tabela 9 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas
III Trimestre 2013
Jul-13
IV Trimestre 2013
Aug-13
Sep-13
Variações
Oct-13
Nov-13
Dec-13
Trim
Acum. Anual
12 Meses
Milhões de USD
Reservas Brutas
35.657,55
35.426,96
36.055,60
35.869,81
35.131,66
33.176,02
-7,99%
0,41%
0,41%
Reservas Internacionais Líquidas
33.368,64
33.143,72
33.803,74
33.609,37
32.946,61
30.996,08
-8,31%
1,17%
1,17%
Fonte: DES/BNA
O Estado da Economia Nacional
Indicador de Clima Económico
Com o Indicador de Clima Económico calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) pretende-se analisar
a situação económica actual na óptica das expectativas dos agentes económicos (segundo a percepção dos
empresários), medindo o desempenho dos sectores da economia num período de curto prazo, neste caso, desde
o III trimestre de 2012 ao III trimestre de 2013, uma vez que os dados apenas estão disponíveis até essa data.
No terceiro trimestre de 2013, este indicador manteve a tendência ascendente dos últimos trimestres, tendo
registado o valor mais elevado dos últimos trimestres do ano em análise, tendo também evoluído positivamente
face ao trimestre homólogo.
18
Gráfico 8 – Indicador de Clima Económico
20
15
10
5
0
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
ICE
III Trim 2013
Média
Fonte: INE
Indústria Transformadora
O indicador de confiança do sector de indústria transformadora manteve o crescimento do trimestre anterior,
e um registo um abaixo ao verificado no período homólogo, dado que, as empresas do sector sentiram mais
limitações ao desenvolverem as suas actividades, sobretudo devido à falta de água, energia e frequentes
avarias mecânicas nos equipamentos.
Gráfico 9 – Indicador de Confiança para a Indústria Transformadora
30
25
20
19
17
25
11
15
9
13
10
5
0
III Trim 2012
IV Trim 2012
IC Industria Transf.
Fonte: INE
I Trim 2013
II Trim 2013
Média
III Trim 2013
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •19
Construção
Relativamente ao indicador de confiança da construção, no que respeitam aos resultados obtidos para o III trimestre, verificouse que contrariou a tendência crescente do trimestre anterior, tendo apresentado um valor mais baixo em relação aos últimos
trimestres consecutivos em análise e um registo desfavorável face ao trimestre homólogo.
No entanto, menos empresas sentiram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades, no terceiro trimestre em
análise em relação ao período homólogo, apesar da insuficiência da procura e da deterioração das perspectivas de vendas e o
elevado absentismo da mão-de-obra.
Gráfico 10 – Indicador de Confiança para o Sector da Construção
0
-6
-5
-10
-15
-15
-23
-20
-25
-25
-29
-30
-35
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
IC Construção
II Trim 2013
III Trim 2013
Média
Fonte: INE
Comércio
O indicador de confiança do comércio permaneceu acima da média dos últimos quatro trimestres com uma
evolução ascendente em comparação com o período homólogo, mas decrescente em relação aos dois trimestres
anteriores, devido sobretudo ao aumento dos níveis de stock e das actividades das empresas.
Realça-se o facto de que menos empresas sentiram limitações ao desenvolverem as suas actividades, no
trimestre em referência.
Gráfico 11 – Indicador de Confiança para o Sector do Comércio
26
24
23
24
21
22
20
18
16
16
14
12
10
12
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
IC Comércio
Fonte: INE
II Trim 2013
Média
III Trim 2013
20
Transportes
No III trimestre de 2013, o indicador de confiança dos Transportes permaneceu acima da média dos últimos
quatro trimestres, apesar de ter contrariado o crescimento consecutivo dos últimos dois trimestres, e ainda
ocorreu uma evolução positiva em comparação com o trimestre homólogo, gerada pelo aumento das variáveis
de perspectiva de emprego e de actividade actual, apresentando uma conjuntura económica favorável para as
empresas transportadoras.
Gráfico 12 – Indicador de Confiança para o Sector dos Transportes
50
42
40
42
38
36
39
30
20
10
0
IV Trim 2012
III Trim 2012
I Trim 2013
IC Transportes
Fonte: INE
II Trim 2013
III Trim 2013
Média
Turismo
O indicador de confiança do turismo manteve o crescimento registado no trimestre anterior, tendo evoluído positivamente
em relação ao período homólogo e superado a média dos últimos quatro trimestres. Como tal, a conjuntura económica
no sector do turismo permaneceu também favorável no III trimestre de 2013, devido essencialmente ao aumento das
actividades das empresas e das boas perspectivas de emprego nos próximos três meses.
De salientar também que, em comparação ao período homólogo, os empresários do sector tiveram menos obstáculos no
desenvolvimento normal das suas actividades.
Gráfico 13 – Indicador de Confiança para o Sector do Turismo
9
10
8
6
4
2
2
0
-2
-1
-2
-4
-4
-6
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
IC Turismo
Fonte: INE
II Trim 2013
Média
III Trim 2013
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •21
Indústria Extractiva
Em análise ao seguinte indicador de confiança da indústria Extractiva denota-se que manteve o crescimento
consecutivo dos últimos quatro trimestres, permanecendo desta forma a conjuntura favorável, em conjunto
com a evolução positiva do indicador em relação ao período homólogo, dado que menos empresas sentiram
limitações ao desenvolverem as suas actividades.
Gráfico 14 – Indicador de Confiança para a Indústria Extractiva
30
26
25
18
20
10
18
8
0
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
IC Extractiva
II Trim 2013
III Trim 2013
Média
Fonte: INE
Índice de Produção Industrial
O Índice de Produção Industrial (IPI) abaixo apresentado reflecte a evolução da actividade industrial realizada
em Angola desde o III Trimestre do ano de 2012 até ao III Trimestre de 2013.
Consoante se pode verificar, este índice apresenta uma variação positiva em relação ao trimestre homólogo de
2012, e também uma tendência crescente face aos trimestres anteriores do corrente ano.
Gráfico 15 – Índice de Produção Industrial
240
198
198
203
205
207
200
160
120
80
III Trim 2012
Fonte: INE
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
22
O Índice de Produção Industrial evoluiu de forma positiva em relação ao trimestre homólogo de 2012 (2,3%),
como se pode constatar na tabela que se segue, por outro lado, se pode observar que a indústria das bebidas
e do tabaco (Indústria Transformadora), destacou-se com um crescimento de 53,1% em relação ao trimestre
homólogo de 2012.
Neste sector da Indústria Transformadora, evidenciam-se também os IPI’s da Fabricação de têxteis, Vestuário e
Calçado com uma variação de 20,6%, face ao período homólogo.
Por fim, o índice da Produção de Electricidade e Gás (Sector da Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e
Água) demonstrou uma variação de 26,9% no III trimestre de 2013 face ao período homólogo de 2012.
Tabela 10 – Índice de Produção Industrial por sectores de actividade
Designação
Código CAE
“Ponderadores
Índice
Var. % em reIação ao
2002
Trimestre Homólogo
IPI_III T 2012
IPI_III T 2013
INDÚSTRIA TOTAL
CDE
100,0
198,1
202,6
2,3
Indústrias Extractivas
C
94,0
186,8
190,1
1,8
Petróleo,Gás e Serviços
111-112
88,9
187,0
189,4
1,3
Diamantes
14231
3,9
164,7
175,7
6,7
Rest. Indústrias Extractivas
140
1,2
461,3
703,1
52,4
Indústrias Transformadoras
D
5,9
272,4
285,9
5,0
Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco
15-16
7,1
326,9
369,9
13,2
Indústrias alimentares
151-154
2,0
319,4
324,6
1,6
Indústrias das bebidas e do Tabaco
155-160
0,6
350,6
536,9
53,1
Fabricação de têxteis, Vestuário e Calçado
17-19
0,3
203,2
245,1
20,6
Indústrias da Madeira
20
0,4
177,8
160,8
-9,5
Fabric. Pastas de Papel, Edição Impressão
21-22
0,8
164,8
155,9
-5,4
Fabric. de Prod. Petrolíferos, Químicos e Outros
23-26
1,5
230,4
216,9
-5,9
Indústrias Metalúrgicas
27-28
2,3
239,2
266,8
11,5
Fabric. de Maquinas, Equipam. e Aparelhos
29-35
4,6
363,8
366,2
0,7
Fabricação de Mobiliário
36
0,6
251,1
257,0
2,4
Produção e Distrib. de Elect., Gás e Água
E
0,1
310,5
370,2
19,2
Electricidade, Gás, Vapor
40
0,0
284,4
361,0
26,9
Tratamento de Água
41
0,0
368,8
390,9
6,0
6,9
223,8
238,6
6,6
Bens Intermédios (A1)
Bens de Consumo (A3)
4,1
333,1
376,5
13,0
Produtos de Energia (A4)
89,0
188,5
190,3
1,0
Fonte: INE - Inquérito à Produção Industrial de 2013
O valor dos índices de pessoas ao serviço assim como as horas trabalhadas demonstraram uma variação positiva
entre o III trimestre de 2013 e o período homólogo de 2012 e, durante o período decorrente entre o I trimestre
de 2013 e o III trimestre de 2013, registaram um decréscimo.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •23
Gráfico 16 – Índice de Pessoal ao Serviço e Horas Trabalhadas
200
164
151
160
150
141
127
104
120
113
136
113
110
80
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
Pessoal ao serviço
III Trim 2013
Horas trabalhadas
Fonte: INE
Produto Interno Bruto
Angola cresceu a uma taxa média de 4,2% ao ano, nos últimos 3 anos, e quando consideramos apenas o PIB
não-petrolífero, verifica-se que, a taxa média de crescimento foi de 7,7%.
Por sua vez, as previsões do Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial apontam para o ano de
2013 e 2014 um crescimento médio por ano igual a 8,4%, resultante da combinação de um crescimento médio
anual para a economia não-petrolífera em 11,7% e para a economia petrolífera igual a 1,8%.
Gráfico 17 – Taxas de Crescimento do PIB
14
11,5
12
11,8
9,7
10
7,8
8
6
4,3
5,6
4,0
4
2
0
-2
-4
-6
2010
2011
2012
2013*
2014*
104
-2,9
-5,6
-8
PIB petrolífero
PIB não petrolífero
PIB não pm
Fonte: Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial (Os valores de 2013 e 2014 representam projecções)
Conforme se pode analisar graficamente e na tabela abaixo apresentada, o momento de 2010-2011 caracterizouse por um declínio da economia petrolífera acompanhado pela redução do ritmo de crescimento dos sectores da
construção (de 16,1% para 12%) e da energia (de 10,9% para 3,5%).
24
Tabela 11 – Taxa de Crescimento do PIB Real por sectores (%)
2010
2011
2012
2013*
2014*
Agricultura
6,0
9,2
-22,5
47,6
25,5
Pescas e derivados
1,3
17,2
9,7
9,8
8,5
Diamantes e outros
-10,3
-0,7
0,3
6,6
11,9
Petroleo
-2,9
-5,6
4,3
-0,3
4,0
Indústria transformadora
10,7
13,0
14,0
8,0
8,6
Construção
16,1
12,0
11,7
7,6
8,0
Energia
10,9
3,5
10,4
22,4
32,1
Serviços mercantis
8,7
9,5
13,4
5,3
10,0
Outros
4,7
9,6
8,3
5,0
6,0
Fonte: Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial (Os valores de 2013 e 2014 representam projecções)
Neste contexto, sentiu-se a necessidade de grandes desafios à política económica nomeadamente, reformas
estruturais, diversificação da economia, gestão da dívida pública, controlo dos preços, gestão cambial, melhoria
dos índices de competitividade externa, etc., de tal forma que um amplo programa do Governo implementado
entre 2009 e 2012 apoiado pelo Fundo Monetário Internacional com base num acordo Stand-By e, em particular,
a finalização de importantes investimentos, deu lugar, em 2012, ao crescimento não só no sector petrolífero
(4,3%) como nos sectores da indústria transformadora (14%), da Energia (10,4%) e dos serviços mercantis
(13,4%), o que evidencia níveis de sustentabilidade da economia não-petrolífera permitindo-lhe apresentar um
desempenho cada vez menos dependente do sector petrolífero.
Inflação
Índice de Preços no Consumidor de Luanda
No IV trimestre de 2013, a taxa de inflação teve um ligeiro aumento em relação ao período anterior de 1,57%
para 1,68%, retractando uma variação em relação ao trimestre anterior de 0,11 p.p. e uma desaceleração face
ao mesmo período do ano anterior em cerca de 1.17 p.p.
Gráfico 18 - Análise da Inflação Trimestral
3,00%
2,50%
2,85
2,00%
2,11
2,11
1,50%
1,57
1,68
III Trim 2013
VI Trim 2013
1,00%
0,50%
0,00%
IV Trim 2012
Fonte: DEE-BNA/INE
I Trim 2013
II Trim 2013
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •25
Segundo a tabela abaixo apresentada, as classes 05-Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção
(3,50%), seguida de 12-Bens e Serviços Diversos (3,07%) e da classe 03-Vestuário e Calçado (2,73%) registaram
as maiores variações de preços no último trimestre do ano de 2013.
Por sua vez, as Classes 08-Comunicações e 10-Educação não registaram qualquer tipo de variação nos preços,
tal como ocorrido ao longo do ano, e a classe 07-Transportes (0,24%) seguida da classe 4- Habitação, Água,
Electricidade, Gás e Combustíveis (0,50%) e 06- Saúde (0,90%) registaram as menores variações, durante o IV
trimestre de 2013.
Tabela 12 – Variação do IPC Trimestral por Classes
2012
2013
CLASSES
IV Trim.
I Trim.
II Trim.
III Trim.
IV Trim.
01. ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS
2,96%
2,67%
2,44%
1,64%
1,75%
02. BEBIDAS ALCOÓLICAS E TABACO
2,38%
2,19%
1,63%
1,23%
2,14%
03. VESTUÁRIO E CALÇADO
2,58%
2,03%
2,23%
2,63%
2,73%
04. HABITAÇÃO, ÁGUA, ELECTR., GÁS E COMBUST.
5,19%
1,47%
1,95%
0,63%
0,50%
05. MOBILIARIO,EQUIP. DOMESTICO E MANUTENÇÃO
2,40%
1,98%
2,19%
2,95%
3,50%
06. SAÚDE
2,08%
1,88%
2,05%
1,28%
0,90%
07. TRANSPORTES
2,36%
0,96%
1,44%
0,91%
0,24%
08. COMUNICAÇÕES
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
09. LAZER, RECREAÇAO E CULTURA
2,03%
1,75%
1,85%
1,76%
1,57%
10. EDUCAÇAO
0,01%
1,11%
0,00%
0,00%
0,00%
11. HOTÉIS,CAFÉS E RESTAURANTES
2,42%
2,32%
2,46%
1,99%
2,66%
12. BENS E SERVIÇOS DIVERSOS
2,55%
2,17%
2,36%
2,31%
3,07%
Fonte: BNA
Como se pode averiguar graficamente, a inflação homóloga tem evidenciado um percurso tendencialmente
descendente, tendo registado uma queda de 9,02% para 7,6%, entre o nível de inflação homóloga no IV
trimestre de 2012 e o nível verificado no IV trimestre de 2013.
Gráfico 19 – Inflação Mensal e Homóloga
1,20%
9,02
7,69
1,00%
0,80%
0,99
0,60%
0,75
0,40%
0,20%
Inflação Mensal
Fonte: BNA
Inflação homóloga
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
mar/13
fev/13
jan/13
dez/12
0,00%
10,00%
9,00%
8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
26
No que concerne aos meses que compõem o IV trimestre de 2013, os mesmos registaram variações mensais dos
preços na ordem dos 0,41% em Outubro, 0,52% em Novembro e 0,75% em Dezembro.
Tabela 13 – Variação mensal, homóloga e acumulada do IPC
Período
2012
2013
Variação
Variação
Mensal
Homóloga
Acumulada
Mensal
Homóloga
Acumulada
Jan.
0,73%
11,48%
0,73%
0,61%
8,90%
0,61%
Fev.
0,69%
11,32%
1,42%
0,82%
9,04%
1,44%
Mar.
0,60%
11,12%
2,03%
0,66%
9,11%
2,11%
Abr.
0,70%
10,88%
2,74%
0,60%
9,00%
2,72%
Mai.
0,65%
10,51%
3,41%
0,87%
9,25%
3,62%
Jun.
0,68%
10,11%
4,11%
0,63%
9,19%
4,27%
Jul.
0,66%
10,02%
4,80%
0,52%
9,04%
4,81%
Ago.
0,60%
9,87%
5,42%
0,54%
8,97%
5,38%
Set.
0,55%
9,65%
6,00%
0,50%
8,93%
5,91%
Out.
0,91%
9,76%
6,97%
0,41%
8,38%
6,34%
Nov.
0,93%
9,83%
7,96%
0,52%
7,94%
6,89%
Dez.
0,99%
9,02%
9,02%
0,75%
7,69%
7,69%
Fonte: DEE-BNA/INE
Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria
Tabela 14 – Variação trimestral do IPC e das suas Categorias (classificação – BNA)
Total
Inflação
Bens
Serviços
Alimentares
2013
Outros Bens
Não processados
Processados
IV Trim. 2012
2,85
3,05
2,98
2,62
3,13
3,18
2,37
I Trimestre
2,11
2,46
2,72
2,40
2,85
2,02
1,26
II Trimestre
2,11
2,37
2,46
2,59
2,41
2,22
1,47
III Trimestre
1,57
1,86
1,65
1,43
1,74
2,22
0,84
IV Trim. 2013
1,69
1,92
1,76
1,37
1,92
2,19
1,07
Fonte: BNA/DEE
A categoria de “Bens” registou uma variação de 1,92% no IV trimestre de 2013, que corresponde a uma variação
de 0,06p.p. acima do trimestre anterior (1,86%). Por sua vez, a categoria de “Serviços” registou uma variação
de 1,07%, 1,29p.p. abaixo do registado nesse mesmo período homólogo, e 0,23p.p. acima do trimestre anterior
(0,84%).
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •27
Gráfico 20 – Variação Trimestral dos Bens e Serviços
3,50
3,05
3,00
2,37
2,50
1,92
2,00
1,50
1,07
1,00
0,50
0,00
Bens
Serviços
IV Trim. 2012
IV Trim. 2013
Fonte: BNA/DEE
Por outro lado, temos a subcategoria “Bens Alimentares”, que registou no trimestre em análise uma variação
de 1,76%, valor inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 1,22 p.p. (2,98%), enquanto a
subcategoria “Outros Bens” registou uma variação de 2,19%, cifra inferior à registada no seu período homólogo
em 0,98 p.p. (3,18%).
Em síntese, como também se pode averiguar no gráfico abaixo apresentado, a notável desaceleração dos
preços dos bens alimentares reflectiu-se na desaceleração da inflação.
Gráfico 21 – Variação Trimestral dos Bens Alimentares e outros Bens
3,50
3,00
3,18
2,98
2,50
2,19
1,79
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Alimentares
Outros Bens
IV Trim. 2012
IV Trim. 2013
Fonte: BNA/DEE
Por último, a subcategoria “Bens Alimentares Processados” registou, neste último trimestre do ano de 2013,
uma variação de 1,92%, valor inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 1,21 p.p. (3,13%),
enquanto a subcategoria “Bens Alimentares Não Processados” registou uma variação de 1,37%, cifra também
inferior à registada no seu período homólogo em 1,24 p.p. (2,62%).
28
Gráfico 22 – Variação Trimestral dos Bens alimentares Processados e Não processados
3,50
3,13
3,00
2,62
2,50
1,92
2,00
1,37
1,50
1,00
0,50
0,00
Não processados
Processados
IV Trim. 2012
IV Trim. 2013
Fonte: BNA/DEE
Contribuição
Tabela 15 – Representatividade das Componentes do IPC
Total
Inflação
Bens
Serviços
Alimentares
IV Trimestre-2012
2013
2,85
76%
61%
Outros Bens
Não processados
Processados
25%
74%
39%
24%
I Trimestre
2,11
83%
69%
25%
74%
31%
17%
II Trimestre
2,11
80%
65%
30%
70%
35%
20%
III Trimestre
1,57
85%
55%
25%
75%
45%
15%
IV Trimestre-2013
1,69
82%
57%
22%
77%
43%
18%
Fonte: BNA/DEE
Consoante a análise acima sobre a representatividade das componentes do IPC, denota-se que para o IV trimestre
do ano em análise, a categoria de “Bens” contribuiu para 82% do IPC, nomeadamente 0,06 p.p. acima do valor
observado no seu período homólogo do ano passado (76%), e a categoria de “Serviços” contribuiu com 0,06 p.p.
representando 18% da inflação, valor abaixo do registado no seu período homólogo do ano passado, 24%.
A subcategoria “Bens Alimentares” da categoria “Bens” registou, neste período, uma contribuição de 1,09
p.p. representando 57% da contribuição da categoria bens, enquanto a subcategoria “Outros Bens” registou
0,82p.p. representando 43%.
Por último, relativamente à subcategoria de “Bens Alimentares Processados” destacou-se com uma contribuição
de 1,36 p.p. na inflação dos “Bens alimentares” representando 77% comparativamente aos 0,39 p.p. dos “Bens
Alimentares Não Processados” representando 22%.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •29
Tabela 16 - Contribuição trimestral das categorias, subcategorias e grupos do IPC (classificação INE - BNA)
Total
Inflação
Bens
Serviços
Alimentares
2013
2012
Outros Bens
Não processados
Processados
IV Trimestre
2,85
2,16
1,85
0,75
2,21
1,19
0,69
I Trimestre
2,11
1,74
1,69
0,69
2,02
0,76
0,36
II Trimestre
2,11
1,69
1,53
0,74
1,71
0,83
0,42
III Trimestre
1,57
1,33
1,03
0,41
1,24
0,83
0,24
IV Trimestre
1,69
1,38
1,09
0,39
1,36
0,82
0,30
Fonte: BNA/DEE
Índice de Preços no Grossista de Luanda
O índice de preços no grossista teve o registo de uma variação na ordem dos 2,08%, o que corresponde a uma
diminuição de 0,11 p.p. comparativamente ao mesmo trimestre do ano de 2012 e a um aumento na ordem dos
0,22 p.p. face ao trimestre anterior.
Gráfico 23 – Variação trimestral do IPG
3,50
2,42
3,00
2,19
2,50
2,08
1,86
1,56
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
IV Trim 2012
I Trim 2013
Fonte: DEE-BNA/INE
II Trim 2013
III Trim 2013
VI Trim 2013
IPG
No Gráfico acima verifica-se que a variação do índice de preços no grossista, ocorrida no último trimestre do
ano corrente, foi no mesmo sentido da verificada no trimestre anterior, no entanto, contrária ao comportamento
registado no II trimestre de 2013.
Tabela 17 – Variação no IV Trimestre por secções dos Produtos Nacionais e Importados
Secção
∆% Prod. Nacionais
∆% Prod. Importados
Agric. Prod. Animal, Caça e Silvicultura
1,59%
2,20%
Pescas
1,32%
Indústria Transformadora
1,80%
2,18%
Total
1,69%
2,18%
Fonte: DEE-BNA/INE
30
Como pode ser observado na tabela acima, numa primeira análise, a variação dos preços dos produtos Nacionais
foi de 1,69%, inferior à registada para os produtos importados em 0,49 p.p..
Por seu turno a secção da Indústria Transformadora foi a que registou uma maior variação, no que concerne
aos produtos nacionais. A secção Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura foi a que revelou a variação
mais elevada, no que respeita aos preços nos produtos importados.
Gráfico 24 – Variações trimestrais do IPC e do IPG
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
IPC
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
mar/13
fev/13
jan/13
dez/12
0,00
IPG
Fonte: DEE-BNA / INE
No Gráfico acima, pode-se comparar a variação trimestral do IPC com a do IPG. Teoricamente espera-se que o
IPC varie de acordo com as variações do IPG em períodos anteriores, ceteris paribus, o que se verificou no início
do IV trimestre de 2013.
Previsão da Inflação
No que concerne às perspectivas de evolução futura do nível de inflação para o I trimestre de 2014, como se
pode constatar graficamente, prevê-se uma inflação acumulada num intervalo de 1,61% a 2,19%, cuja previsão
central situa-se em 1,9%. Este valor é superior em 0,21p.p. face ao registado no período anterior, e inferior ao
observado no período homólogo do ano passado em 0,21 p.p. (2,11%).
Gráfico 25 – Previsão da Inflação Acumulada
2,50%
2,19
2,00%
1,50%
1,61
1,00%
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
Limite Inferior
Fonte: BNA/DEE
III Trim 2013
Inflação Observada
VI Trim 2013
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •31
Por sua vez, prevê-se um nível de inflação homóloga situada num intervalo de 7,16% a 7,77%, cuja previsão
central corresponde a 7,46%, sendo inferior ao observado no período anterior em 0,23 p.p. (7,69%) e inferior ao
seu período homólogo do ano passado em 1,64 p.p. (9,11%).
Gráfico 26 – Previsão da Inflação Homóloga
11,00%
10,00%
9,00%
7,77
8,00%
7,00%
7,16
6,00%
I Trim. 2013
II Trim. 2013
Limite Inferior
III Trim. 2013
Inflação Observada
IV Trim. 2013
I Trim. 2014
Limite Superior
Fonte: BNA/DEE
Os pressupostos que serviram de base para justificar a previsão da inflação foram os que se seguem:
a) Evolução da taxa de câmbio;
b) Programação Macro-Fiscal;
c) Efeito do IPG desfasado em quatro períodos, que possivelmente poderá vir a reflectir-se na variação do IPC
de Janeiro;
d) Efeito Sazonal;
e) Entrada em vigor da nova pauta aduaneira;
f) Tendência assumida pela inflação.
Contudo, existem alguns riscos associados às previsões da inflação, propensos a influenciar a volatilidade em
torno dos limites definidos:
Riscos Externos:
I. Valorização do preço de petróleo acima de 106,00 (USD/Barril);
II. Volatilidade da taxa de câmbio no trimestre, resultante de uma maior necessidade de divisas para liquidação
das importações;
III. O possível aumento de preço de algumas commodities alimentares e a pressão moderada e crescente dos
preços externos sobre os preços internos;
IV. Volume de quedas pluviométricas que possa ter efeito sobre os preços de bens e serviços com elevado
ponderador no IPC.
Riscos Internos:
I. Provável expansão dos Meios de pagamentos e da Base Monetária em Moeda Nacional;
II. Factores estruturais relacionados com a cadeia de distribuição e importação de alimentos.
32
Execução Coordenada das Políticas Fiscal e Monetária
Ao longo do IV trimestre de 2013, as operações de política monetária do BNA tiveram um impacto expansionista
sobre a liquidez de Kz 14.129,00 milhões.
Gráfico 27 – Efeito Líquido trimestral das Operações Monetárias
30.000
20.000
10.000
Kz Milhões
0
-10.000
-20.000
-30.000
-40.000
-50.000
IV Trim
III Trim
II Trim
I Trim
-60.000
Fonte: DMA&DES/BNA
Este impacto deveu-se principalmente à expansão verificada nas operações de política monetária no mês de Outubro
e Novembro, no montante de Kz 28.064,00 milhões e Kz 24.038,00 milhões, respectivamente. No mês de Dezembro
verificou-se uma contracção nas operações de política monetária, no montante de Kz 37.973,00 milhões. O efeito
líquido da política monetária observada no IV trimestre foi o inverso do verificado no III trimestre, onde ocorreu um
efeito contraccionista sobre a liquidez de Kz 50.987,00 milhões. No trimestre em análise as facilidades permanentes
de cedência e absorção de liquidez e as operações de mercado aberto tiveram um efeito líquido expansionista sobre a
liquidez de Kz 66.170,00 milhões e de Kz 12.077,00 milhões respectivamente.
Gráfico 28 – Efeito líquido Mensal das Operações Monetárias
80.000
60.000
40.000
20.000
0
jan/13
-20.000
fev/13
mar/13
abr/13
I TrimestreI
mai/13
I TrimestreI
jun/13
jul/13
ago/13
set/13
out/13
nov/13
II TrimestreI
V Trimestre
Variação das Reservas Obrigatórias
Efeito Líquido da Política Monetária
Operações Cambiais
-40.000
-60.000
-80.000
-100.000
Fonte: DMA&DES/BNA
Operações Monetárias BNA
Outras Operações
dez/13
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •33
A expansão provocada pelas operações de política monetária no mês de Outubro deveu-se ao efeito líquido
positivo das operações de mercado aberto, no montante de Kz 15.706,00 milhões e da facilidade permanente
de cedência e absorção de liquidez no montante de Kz 28.045,00 milhões. Para a expansão verificada no mês de
Novembro contribuíram positivamente as operações de mercado aberto, com o efeito líquido de Kz 59.889,00
milhões e negativamente a facilidade permanente de cedência e absorção de liquidez no montante de Kz
16.403,00 milhões.
No mês de Dezembro verificou-se o inverso do mês anterior e as operações de mercado aberto apresentaram
um efeito líquido negativo de kz 63.519,00 milhões enquanto a facilidade permanente de cedência e absorção
de liquidez apresentou um efeito líquido positivo no montante de Kz 54.528,00 milhões.
Gráfico 29 – Operações de Política Monetária realizadas pelo BNA
80000
60000
40000
-40000
IV Trimestre de 2012
I Trimestre de 2013
II Trimestre de 2013
III Trimestre de 2013
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
Dezembro
-20000
Novembro
0
Outubro
Kz Milhões
20000
IV Trimestre de 2013
-60000
-80000
Mercado Primário
Open-market
Facilidades permanentes de liquidez
Fonte: DMA&DES/BNA
A expansão da liquidez das operações fiscais em Kz 88.340,00 milhões no IV trimestre deveu-se aos montantes
de Kz 1.176.378,00 milhões levantados da Conta Única do Tesouro (CUT), contra os Kz 1.073.909,00 milhões
esterilizados no mesmo período.
Em termos agregados, o efeito conjunto das operações fiscais e monetárias no IV trimestre provocou um efeito
expansionista de Kz 102.469,00 milhões contra os Kz 56.228,00 milhões, no III trimestre.
34
Gráfico 30 - Efeito Líquido conjunto das Operações Fiscais e Operações Monetárias
100.000
80.000
60.000
40.000
-40.000
I TrimestreI
I Trimestre
III TrimestreI
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
mar/13
-20.000
fev/13
0
jan/13
Kz Milhões
20.000
V Trimestre
-60.000
-80.000
-100.000
Efeito Líquido da Ops. Fiscais
Efeito Líquido da Ops. Monetárias
Efeito Líquido Conjunto
Fonte: DMA&DES/BNA
Nas emissões de Bilhetes do Tesouro ocorridas ao longo do IV trimestre ocorreu um aumento da taxa de juro
em todas as maturidades face às emissões do III trimestre. O movimento verificado no trimestre em análise
vai contra a tendência verificada a partir do II trimestre de 2013 em que se verificou uma redução de taxas. O
aumento das taxas de juro dos bilhetes do tesouro no IV trimestre deve-se ao aumento das necessidades de
financiamento do Tesouro, devido ao aumento sazonal da execução fiscal.
Tabela 18 - Evolução das taxas de juro dos títulos públicos
Meses
TBC 28 DIAS
TBC 63 DIAS
BT 91 DIAS
BT 182 DIAS
BT 364 DIAS
IV Trim 2010
8,50
9,99
10,82
11,55
13,69
I Trim 2011
7,18
8,62
10,00
10,59
12,41
II Trim 2011
7,25
8,40
8,34
7,87
9,00
III Trim 2011
7,25
5,59
3,58
3,74
4,76
IV Trim 2011
7,25
7,18
3,94
4,82
5,18
I Trim 2012
7,25
6,77
3,91
4,01
4,56
II Trim 2012
7,25
3,21
3,29
3,57
3,68
III Trim 2012
7,25
3,76
2,75
3,74
3,98
IV Trim 2012
7,25
4,12
3,35
3,71
5,10
I Trim 2013
7,25
3,62
3,35
3,57
4,16
II Trim 2013
7,25
3,62
3,00
4,31
5,96
III Trim 2013
7,25
3,62
2,46
2,94
3,97
IV Trim 2013
7,25
3,97
3,64
4,60
5,75
Fonte:DMA & DES/BNA
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •35
Reservas Livres e Mercado Monetário Interbancário
No IV trimestre de 2013 ocorreu uma expansão da liquidez das instituições bancárias. No final de Dezembro
o stock de reservas livres detido pelas instituições bancárias foi de Kz 50.582,46 milhões, 6,06% superior ao
stock observado no final de Setembro, Kz 47.694,06 milhões.
A expansão da liquidez do sistema bancário deveu-se ao crescimento trimestral de 4,23% do stock de reservas
livres em moeda nacional, para os Kz 41.672,78 milhões, e de 15,49% do stock de reservas livres em moeda
estrangeira, para os Kz 8.909,69 milhões. A redução do coeficiente de reservas obrigatórias, foram propícias à
expansão do stock de reservas livres durante o ano de 2013. As reservas livres totais cresceram 79,92% em 2013.
Gráfico 31 - Evolução das Reservas Livres (Média Semanal)
Milhões de Kwanzas
60.000
- Redução do coeficiente RO MN
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
41ª SEM2012
42ª SEM2012
43ªSEM2012
44ª SEM2012
45ª SEM2012
46ª SEM2012
47ªSEM2012
48ª SEM2012
49ª SEM2012
50ª SEM2012
51ªSEM2012
52ª SEM2012
1ª SEM2013
2ª SEM2013
3ªSEM2013
4ª SEM2013
5ªSEM2013
6ª SEM2013
7ªSEM2013
8ª SEM2013
9ª SEM2013
10ª SEM2013
11ª SEM2013
12ª SEM2013
13ª SEM2013
14ª SEM2013
15ª SEM2013
16ª SEM2013
17ª SEM2013
18ª SEM2013
19ª SEM2013
20ª SEM2013
21ª SEM2013
22ª SEM2013
23ª SEM2013
24ª SEM2013
25ª SEM2013
26ª SEM2013
27ª SEM2013
28ª SEM2013
29ª SEM2013
30ª SEM2013
31ª SEM2013
32ª SEM2013
33ª SEM2013
34ª SEM2013
35ª SEM2013
36ª SEM2013
37ª SEM2013
38ª SEM2013
39ª SEM2013
40ª SEM2013
41ª SEM2013
42ª SEM2013
43ª SEM2013
44ª SEM2013
45ª SEM2013
46ª SEM2013
47ª SEM2013
48ª SEM2013
49ª SEM2013
50ª SEM2013
51ª SEM2013
0
OutubroN
ovembroD ezembroJ
aneiro
IV Trim 2012
FevereiroM
arço
Abril
I Trim 2013
Maio
JunhoJ
ulho
II Trim 2013
Agosto
Setembro
OutubroN
III Trim 2013
ovembroD ezembro
IV Trim 2013
Reservas Livres (Média Semanal)
Como se pode verificar pelo gráfico seguinte, o aumento da liquidez das instituições bancárias é acompanhado
pelo aumento da procura pelo depósito overnight.
200.000
180.000
160.000
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
41ª SEM2012
42ª SEM2012
43ªSEM2012
44ª SEM2012
45ª SEM2012
46ª SEM2012
47ªSEM2012
48ª SEM2012
49ª SEM2012
50ª SEM2012
51ªSEM2012
52ª SEM2012
1ª SEM2013
2ª SEM2013
3ªSEM2013
4ª SEM2013
5ªSEM2013
6ª SEM2013
7ªSEM2013
8ª SEM2013
9ª SEM2013
10ª SEM2013
11ª SEM2013
12ª SEM2013
13ª SEM2013
14ª SEM2013
15ª SEM2013
16ª SEM2013
17ª SEM2013
18ª SEM2013
19ª SEM2013
20ª SEM2013
21ª SEM2013
22ª SEM2013
23ª SEM2013
24ª SEM2013
25ª SEM2013
26ª SEM2013
27ª SEM2013
28ª SEM2013
29ª SEM2013
30ª SEM2013
31ª SEM2013
32ª SEM2013
33ª SEM2013
34ª SEM2013
35ª SEM2013
36ª SEM2013
37ª SEM2013
38ª SEM2013
39ª SEM2013
40ª SEM2013
41ª SEM2013
42ª SEM2013
43ª SEM2013
44ª SEM2013
45ª SEM2013
46ª SEM2013
47ª SEM2013
48ª SEM2013
49ª SEM2013
50ª SEM2013
51ª SEM2013
Milhões de Kwanzas
Gráfico 32 – Evolução das reservas Livres e Depósitos Overnight
OutubroN
ovembroD ezembroJ
IV Trim 2012
aneiro
FevereiroM
arço
Abril
I Trim 2013
R.L(Média Semanal)+Depósito Overnight
Fonte: DES/BNA
Maio
II Trim 2013
JunhoJ
ulho
Agosto
III Trim 2013
Reservas Livres (Média Semanal)
Setembro
OutubroN
ovembroD ezembro
IV Trim 2013
36
O aumento da liquidez resultou na redução gradual da taxa Luibor overnight durante o IV trimestre. No final de
Dezembro a taxa era de 4,71%, enquanto no início do trimestre era 5,52%. No período homólogo de 2012, a
taxa Luibor overnight foi de 6,20%.
Gráfico 33 – Evolução da Luibor Overnight
6,16%
6,17%
6,14%
6,13%
mar/13
abr/13
mai/13
jun/13
5,52%
6,16%
fev/13
5,51%
6,20%
jan/13
5,94%
6,20%
dez/12
6,25%
5,40%
3,00%
5,56%
5,21%
4,00%
5,20%
5,00%
4,71%
6,00%
5,20%
5,37%
7,00%
2,00%
1,00%
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
nov/12
out/12
set/12
ago/12
jul/12
0,00%
IV Trim 2013
No final do IV trimestre as taxas Luibor para as maturidades de 1, 3, 6, 9 e 12 meses também registaram uma
redução, passando de 7,54%, 8,29%, 8,86%, 9,37% e 9,88% em Setembro de 2013 para 6,99%, 7,50%, 8,12%,
8,82%, 9,34% em Dezembro, respectivamente.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •37
Gráfico 34 – Evolução da Luibor
11,00%
10,50%
10,00%
9,50%
9,00%
8,50%
8,00%
7,50%
7,00%
6,50%
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
LUIBOR 1 MÊS
LUIBOR 6 MESES
LUIBOR 3 MESES
LUIBOR 9 MESES
II Trim 2013
III Trim 2013
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
mar/13
fev/13
jan/13
dez/12
nov/12
out/12
set/12
ago/12
jul/12
6,00%
IV Trim 2013
LUIBOR 12 MESES
Fonte: DES/BNA
Base Monetária
No final do IV trimestre de 2013 a Base Monetária Ampla situou-se nos Kz 1.160.258,44 milhões e a Base
Monetária em Moeda Nacional (MN) nos Kz 850.408,47 milhões, o que representa um crescimento nesse
período de 14,79% e 19,32%, respectivamente, face ao III trimestre do ano.
A expansão verificada este trimestre é superior à verificada no III trimestre do ano onde a Base Monetária
Ampla e da Base Monetária MN apresentaram um crescimento de 2,87% e 3,80% respectivamente.
38
Gráfico 35 – Comportamento da Base Monetária em 2013
1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
000
IV Trim 12
BM Ampla
I Trim 13
II Trim 13
BM (MN)
III Trim 13
Reserva Bancária MN
IV Trim 13
Reserva Bancária ME
Fonte: DES/BNA
A expansão da Base Monetária MN no IV trimestre do ano fez-se reflectir no crescimento de 14,75% da Reserva
Bancária MN e de 24,64% das Notas e Moedas em Circulação. Para o crescimento da Base Monetária Ampla
contribuiu também a expansão da Reserva Bancária em Moeda Estrangeira (ME) em 3,98%.
No ano de 2013 a Base Monetária Ampla expandiu-se 15,24% enquanto a Base Monetária MN se expandiu
16,94%. Esta expansão reflectiu-se no aumento de 22,26% das Notas e Moedas em Circulação e aos aumentos
de 12,38% das Reservas Bancárias MN e de 10,82% das Reservas Bancárias ME.
Tabela 19 – Comportamento da Base Monetária em 2012 e 2013
IV Trim 12
I Trim 13
II Trim 13
III Trim 13
IV Trim 13
BM Ampla
5,82%
-6,92%
4,84%
2,87%
14,79%
BM (MN)
7,42%
-11,35%
6,50%
3,80%
19,32%
Depósitos Bancários MN
-3,92%
-7,79%
8,74%
-2,32%
14,75%
N.Moedas em Circulação 24,59%
-15,49%
3,65%
11,98%
24,64%
Depósitos Bancários ME
4,60%
1,17%
0,71%
3,98%
1,87%
Fonte: DES / BNA
Pelo lado do activo verificamos que a expansão da Base Monetária MN no IV trimestre é justificada pela
variação de 8,07% dos Activos Externos Líquidos (AEL) e 18,37% dos Activos Internos Líquidos (AIL). No final
do IV trimestre os AEL eram Kz 3.097.053,65 milhões e os AIL de Kz 1.923.869,12 milhões.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •39
Milhões de Kwanzas
Gráfico 36 – Evolução das Contrapartes da Base Montária
4.000.000,00
900.000,00
3.500.000,00
800.000,00
700.000,00
3.000.000,00
600.000,00
2.500.000,00
500.000,00
2.000.000,00
400.000,00
1.500.000,00
300.000,00
1.000.000,00
200.000,00
500.000,00
100.000,00
0,00
AEL
AIL
out/13
jul/13
abr/13
out/12
jan/13
0,00
BMMN(Eixo à direita)
Fonte: DES / BNA
Depósitos do Sistema Bancário
No último trimestre do ano, os depósitos bancários seguiram a tendência expansionista dos trimestres anteriores
e cresceram 6,38% para Kz 4.103.354,18 milhões. Os depósitos totais do sistema bancário apresentaram uma
evolução favorável, apresentando um crescimento anual em 2013 de 15,44%.
Gráfico 37 – Evolução dos Depósitos Totais
4.500.000,00
4.000.000,00
3.500.000,00
Kz Milhões
3.000.000,00
2.500.000,00
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
0,00
IV Trim 2012
I Trim 2013
Depósitos em MN
Fonte: DES/BNA
II Trim 2013
Depósitos em ME
III Trim 2013
IV Trim 2013
Total de Depósitos
40
No IV trimestre, continuou-se a verificar a contracção dos depósitos em moeda estrangeira, com uma queda
trimestral de 1,67% para os Kz 1.741.661,13 milhões e a expansão dos depósitos em moeda nacional, que
apresentaram um crescimento de 13,20%, atingido os Kz 2.361.693,06 milhões. Os depósitos em moeda nacional
representavam 57,56% dos depósitos totais enquanto os depósitos em moeda estrangeira representavam
42,44%. No ano de 2013 os depósitos em moeda nacional apresentaram uma expansão de 33,82%, enquanto
os depósitos em moeda estrangeira apresentaram um comportamento contraccionista de 2,69%.
Gráfico 38 – Evolução dos Depósitos por Moeda
70,00%
2.500.000,00
Kz Milhões
2.000.000,00
50,35%
49,65%
51,65%
48,35%
52,96%
54,08%
47,04%
45,92%
60,00%
57,56%
50,00%
42,44%
1.500.000,00
40,00%
30,00%
1.000.000,00
20,00%
500.000,00
10,00%
0,00
IV Trim 2012
I Trim 2013
Depósitos em MN
II Trim 2013
Depósitos em ME
III Trim 2013
0,00%
IV Trim 2013
% Depósitos MN
% Depósitos ME
Fonte: DES /BNA
Relativamente a maturidade dos depósitos verifica-se que os depósitos à ordem e os depósitos a prazo
aumentaram no decorrer do último trimestre do ano. Os depósitos à ordem aumentaram 5,15% para os Kz
2.298.227,16 milhões e os depósitos a prazo aumentaram 7,98% para os Kz 1.805.127,03 milhões.
Gráfico 39 – Evolução trimestral dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo
4.500.000,00
4.000.000,00
3.500.000,00
1.805.127,03
1.604.070,89
1.584.396,56
1.590.375,96
7,98%
Kz Milhões
3.000.000,00
2.500.000,00
1,47%
0,38%
2.000.000,00
4,22%
0,86%
2.186.062,91
1.970.287,71
1.671.759,15
2.185.657,76
2.298.227,16
1.908.851,55
1.500.000,00
1.000.000,00
7,89%
-3,12%
-0,02%
14,52%
5,15%
500.000,00
0,00
IV Trim 2012
Fonte: DES /BNA
I Trim 2013
Dep. à Ordem (MN+ME)
II Trim 2013
III Trim 2013
Dep. a Prazo (MN+ME)
IV Trim 2013
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •41
A expansão trimestral dos depósitos à ordem deve-se ao crescimento de 12,13% dos depósitos à ordem em
moeda nacional e o decrescimento de 5,19% dos depósitos à ordem em moeda estrangeira. A variação trimestral
dos depósitos a prazo foi impulsionada pelo crescimento de 14,99% dos depósitos em moeda nacional e 1,82%
dos depósitos em moeda estrangeira.
Durante o ano de 2013, os depósitos à ordem apresentaram o crescimento de 16,64%, justificado pela expansão
de 40,51% dos depósitos à ordem em moeda nacional e pela contracção de 10,11% dos depósitos à ordem em
moeda estrangeira. Por outro lado, os depósitos a prazo apresentaram um crescimento anual de 13,93%. Neste
período, os depósitos a prazo em moeda nacional cresceram 24,19%, enquanto os depósitos a prazo em moeda
estrangeira cresceram 5,31%.
O comportamento verificado nos últimos trimestres vem confirmar a tendência de desdolarização da economia
angolana, na qual o dólar vem diminuindo a sua importância, sendo gradualmente substituído pelo Kwanza.
Crédito à Economia
O crédito bancário apresentou taxas de expansão moderadas no último trimestre do ano. O ritmo de crescimento
dos depósitos bancários não foi acompanhado de um crescimento semelhante na concessão de crédito à economia.
Gráfico 40 – Crédito em MN e ME
3.500.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
0,00
IV Trim 2012
I Trim 2012
Crédito à Economia em MN
Fonte: DES /BNA
Crédito à Economia
II Trim 2013
III Trim 2013
1.076.056,54
1.853.162,02
1.130.265,43
1.685.723,11
1.120.840,78
1.632.079,63
1.101.236,00
500.000,00
1.573.978,25
1.000.000,00
1.157.217,22
1.500.000,00
1.507.130,52
Kz Milhões
2.500.000,00
IV Trim 2013
Crédito à Economia em ME
42
No IV trimestre do ano o crédito à economia cresceu 4,02% para o montante de Kz 2.929.218,56 milhões. Este
crescimento é resultante da expansão de 9,93% do crédito concedido em moeda nacional e da contracção de
4,80% verificada na concessão de crédito em moeda estrangeira.
No período homólogo de 2012 o crédito à economia cresceu 5,38%. Este crescimento resultou da expansão de
7,75% do crédito concedido em moeda nacional e de 2,45% do crédito concedido em moeda estrangeira.
Tabela 20 – Variação do Crédito à Economia por Moedas
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013 IV Trim 2013
Crédito à Economia
5,38%
0,41%
2,90%
2,29%
4,02%
Crédito à Economia em MN
7,75%
4,44%
3,69%
3,29%
9,93%
Crédito à Economia em ME
2,45%
-4,84%
1,78%
0,84%
-4,80%
Fonte: DES/BNA
A concessão de crédito verificada no último trimestre de 2013 está de acordo com a tendência verificada nos
trimestres anteriores, na qual existe um aumento progressivo no crédito concedido em moeda nacional e uma
contracção no crédito concedido em moeda estrangeira.
No IV trimestre de 2013, 63,26% do crédito foi concedido em moeda nacional, enquanto 36,74% do crédito foi
concedido em moeda estrangeira. No trimestre anterior o crédito concedido à economia em moeda nacional era
de 59,86% enquanto o crédito concedido em moeda estrangeira era de 40,14%.
Tabela 21 – Peso do Crédito à Economia por Moedas
Crédito à Economia
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013 III Trim 2013
IV Trim 2013
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
Crédito à Economia em MN
56,57%
58,84%
59,29%
59,86%
63,26%
Crédito à Economia em ME
43,43%
41,16%
40,71%
40,14%
36,74%
Fonte: DES/BNA
A expansão trimestral do crédito à economia em 4,02% resulta dos crescimentos de 18,83% do crédito
concedido ao sector das Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados por empresas, de 11,07% do
crédito concedido aos particulares, de 7,60% do sector do comércio por grosso e a retalho, de 4,55% do sector
da indústria transformadora, de 3,30% do sector da construção e de 1,45% do sector das Outras Actividades de
Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais.
O sector da indústria extractiva foi o que apresentou maior contracção, com uma queda trimestral de 14,67%,
seguido do sector da agricultura, produção animal, caça e silvicultura que registou um decrescimento trimestral
de 12,54% e por último os créditos concedidos com outras finalidades, que caíram 11,65%.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •43
Tabela 22 – Taxa de Crescimento do Crédito por Sector de Actividade
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
Outras Activ.de Serv. Colect., Sociais e Pessoais
18,16
20,10
-1,49
10,55
1,45
Particulares
69,86
-0,96
1,27
4,62
11,07
Comércio por Grosso e a Retalho
-5,05
-6,85
6,82
3,14
7,60
Construção
-5,17
-4,68
9,99
-0,84
3,30
Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas
-13,72
-3,85
-8,91
8,25
18,83
Indústrias Transformadoras
-10,24
-24,17
1,43
24,57
4,55
Indústria Extrativa
-7,74
-19,90
11,83
12,79
-14,67
Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura.
104,25
116,73
7,20
-46,05
-12,54
Outros
-16,42
-13,33
10,41
-9,75
-11,65
5,38
0,41
2,90
2,29
3,40
Total
Fonte: DES/BNA
Os sectores que apresentaram um maior volume de crédito concedido são as Outras Actividades de Serviços
Colectivos, Sociais e Pessoais com o montante de Kz 639.460,26 milhões, o sector particular com o montante de
Kz 563.941,82 milhões, o comércio por grosso e a retalho no montante de Kz 498.798,87 milhões, o sector das
Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados por empresas, cujo montante de financiamento ascendeu
aos Kz 321.595,04 milhões e por último o sector da construção com o montante de Kz 288.442,67 milhões.
Tabela 23 – Valor do Crédito por Sector de Actividade (Kz Milhões)
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
IV Trim 2013
Outras Activ.de Serv. Colect., Sociais e Pessoais
481 933,24
578 818,62
570 175,80
630 350,70
639 460,26
Particulares
483 823,12
479 188,79
485 272,36
507 714,18
563 941,82
Comércio por Grosso e a Retalho
451 674,95
420 732,48
449 433,65
463 549,25
498 798,87
Construção
268 588,93
256 010,72
281 593,75
279 236,29
288 442,67
Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas
285 451,56
274 463,78
250 016,25
270 634,66
321 595,04
Indústrias Transformadoras
220 366,89
167 101,38
169 487,89
211 126,21
220 730,19
Indústria Extrativa
111 296,24
89 144,70
99 693,22
112 442,89
95 952,69
Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura.
74 348,45
161 133,92
172 743,42
93 203,22
81 512,33
Outros
286 864,35
248 619,86
274 504,07
Total
2 664 347,74
2 675 214,25 2 752920,41
Fonte: DES/BNA
247 731,15
218 873,01
2 815 988,54
2 929 306,89
44
Durante o ano de 2013 não ocorreram alterações significativas na concentração de crédito por sectores. Os
sectores onde existe uma maior concentração de crédito são os sectores dos serviços e a construção. Os
sectores produtivos apresentam uma reduzida concentração de crédito.
No IV trimestre de 2013 as taxas de juro activas para o sector público empresarial em moeda nacional
divergiram nas diversas maturidades. Este movimento é inverso ao verificado nos trimestres anteriores, em
que apresentavam uma tendência de aproximação nas diversas maturidades. No IV trimestre de 2013 a taxa
praticada nos financiamentos até 180 dias foi de 15,06%, apresentando-se como a mais elevada. A taxa para
a maturidade de 181 dias a 1 ano em moeda nacional foi de 13,79% enquanto a taxa para os financiamentos
superiores a um ano foi de 12,59%.
Comparativamente ao III trimestre do ano, verifica-se que ocorreu uma redução da taxa para os financiamentos
com maturidade de 181 dias a 1 ano e superiores a 1 ano, e ocorreu um aumento da taxa activa aplicada as
maturidades até 180 dias.
No período homólogo de 2012 as taxas activas aplicadas foram de 15,32% para as maturidades até 180 dias,
14,36% para as maturidades de 181 dias a 1 ano e 15,09% para os financiamentos com maturidade superiores
a um ano.
Durante o ano de 2013 as taxas activas praticadas pelas instituições bancárias para o SPE reduziram-se em
todas as maturidades.
Gráfico 41 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN – SPE
17,00
16,00
(%)
15,00
14,00
13,00
12,00
11,00
Até 180 dias MN
De 181 dias a 1 ano MN
IV Trim 2013
III Trim 2013
II Trim 2013
I Trim 2013
IV Trim 2012
10,00
Mais de 1 ano MN
Relativamente às taxas aplicadas aos financiamentos ao sector particular em moeda nacional no último
trimestre de 2013 verifica-se que se mantêm a tendência de aproximação nas diversas maturidades, no entanto
ocorreu um aumento das taxas relativamente ao III trimestre do ano, para todas as maturidades em análise.
No IV trimestre de 2013 a taxa praticada nos financiamentos até 180 dias em MN foi de 14,97%, apresentandose como a mais elevada. A taxa para a maturidade de 181 dias a 1 ano em MN foi de 14,00%, enquanto a taxa
para os financiamentos superiores a um ano foi de 13,85%. No período homólogo de 2012 as taxas activas
aplicadas foram de 17,21% para as maturidades até 180 dias, 12,82% para as maturidades de 181 dias a 1 ano
e 13,29% para os financiamentos com maturidade superiores a um ano.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •45
Apesar do ligeiro aumento verificado no IV trimestre, durante o ano de 2013 as taxas activas praticadas pelas
instituições bancárias para o sector particular registaram um decrescimento na maturidade até 180 dias. As
taxas activas para as maturidades de 181 dias a 1 ano e superiores a 1 ano aumentaram no último ano.
Gráfico 42 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN - Particular
18,00
17,00
16,00
(%)
15,00
14,00
13,00
12,00
11,00
Até 180 dias
De 181 dias a 1 ano MN
IV Trim 2013
III Trim 2013
II Trim 2013
I Trim 2013
IV Trim 2012
10,00
Mais de 1 ano MN
A taxa de transformação no IV trimestre de 2013 situou-se nos 61,85%, apresentando um declínio relativamente
ao III trimestre que foi de 63,70%. No período homólogo de 2012 a taxa de transformação foi de 66,37%.
Gráfico 43 – Taxa de transformação
68,00
5.000.000,00
66,37
66,00
4.000.000,00
Kz Milhões
3.500.000,00
63,44
3.000.000,00
64,00
63,70
2.500.000,00
61,85
2.000.000,00
62,00
60,00
1.500.000,00
1.000.000,00
58,00
500.000,00
56,00
0,00
IV Trim 2012
I Trim 2013
Crédito à Economia
Fonte: DES/BNA
II Trim 2013
Depósitos
III Trim 2013
IV Trim 2013
Rácio de Transformação (CE/D)
Rácio de Tranformação (%)
4.500.000,00
66,58
46
O comportamento verificado no último trimestre está em linha com o verificado nos últimos 12 meses, em que
se verificou uma queda. A diminuição da taxa de transformação durante o ano revela que a concessão de crédito
aumentou a um ritmo de crescimento inferior aos depósitos.
A expectativa de que o aumento das reservas livres das instituições financeiras possa originar um aumento na
concessão de crédito bem como uma redução das taxas de juro praticadas nos financiamentos não se verificou.
A economia Angolana continua o seu caminho de crescimento sustentado, com redução da taxa de inflação
e expectativas de evolução futuras favoráveis pelo que o aumento das reservas livres acompanhada de uma
diminuição da taxa de transformação poderá dever-se a condições restritivas na concessão de crédito por parte
dos bancos comerciais.
Meios de Pagamento
No último trimestre de 2013 os agregados monetários M1, M2 e M3 variaram 7,32%, 7,59% e 6,28%,
respectivamente, relativamente ao trimestre anterior. No III trimestre do ano o M1, M2 e M3 variaram 0,49%,
1,99% e 2,59% respectivamente. No período homólogo de 2012 os agregados monetários M1,M2 e M3 variaram
9,81%, 6,17% e 6,46% respectivamente.
A expansão do M1 no IV trimestre reflectiu-se no aumento de 29,57% das Notas e Moedas em Poder do Público
e de 5,15% nos Depósitos à Ordem. Os Depósitos à Ordem em Moeda Estrangeira tiveram impacto negativo
sobre a totalidade dos Depósitos à Ordem, apresentando uma redução trimestral de 5,19%. Desde Julho de
2013 os Depósitos à Ordem em Moeda Estrangeira têm vindo a reduzir substancialmente. Este movimento devese à entrada em vigor no dia 1 de Julho da nova lei cambial para o sector petrolífero.
A expansão do M2 no IV trimestre de 2013 reflecte-se no aumento dos meios de pagamento de maior liquidez
(M1) e pelo aumento dos Depósitos a Prazo em 7,98%.
Gráfico 44 – Variação trimestral dos Meios de Pagamento
15,00%
13,00%
13,04%
11,00%
9,00%
7,00%
9,81%
7,59%
7,81%
6,17%
5,00%
7,70%
6,46%
1,99%
2,59%
3,00%
1,00%
-1,00%
-2,63%
-3,00%
-2,56%
-5,00%
-4,67%
IV Trim 12
I Trim 13
6,28%
0,49%
II Trim 13
M3
Fonte: DES/BNA
7,32%
III Trim 13
M2
IV Trim 13
M1
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •47
No ano de 2013 os agregados monetários M1, M2 e M3 tiveram crescimentos de 16,23%, 15,27% e 14,34%
respectivamente.
No IV trimestre de 2013 o multiplicador monetário foi de 3,78, representando uma queda relativamente ao III
trimestre do ano em que foi 4,12. A diminuição ocorrida no IV trimestre é justificada pelo aumento superior
da reserva monetária relativamente ao M3. No período em análise a reserva monetária cresceu 15,93%
comparativamente ao crescimento de 6,28% do M3.
Gráfico 45 – M3 e Multiplicador Monetário
5.000.000,00
4,30
4.500.000,00
4,12
4,20
4,12
4,10
4.000.000,00
4,00
3.500.000,00
3,84
Kz Milhões
3.000.000,00
3,90
3,78
2.500.000,00
2.000.000,00
3,80
3,70
3,60
3,53
1.500.000,00
3,50
1.000.000,00
3,40
500.000,00
3,30
0,00
3,20
IV Trim 2012
Fonte: DES/BNA
M3
I Trim 2013
II Trim 2013
RM
III Trim 2013
IV Trim 2013
Multiplicador Monetário
Em Dezembro de 2013 o rácio M1/M2 foi 58,78%, apresentando uma ligeira diminuição face ao trimestre
anterior, 58,93%. Esta variação deve-se ao crescimento superior do M2 relativamente ao M1, originada pelo
ligeiro aumento dos depósitos a prazo relativamente aos depósitos à ordem e as notas e moedas em poder do
público.
48
Gráfico 46 – Evolução de Indicadores Seleccionados: M1/M2 e NMPP
30,00%
80,00%
25,00%
60,00%
20,00%
15,00%
40,00%
10,00%
20,00%
5,00%
0,00%
0,00%
dez/13
-10,00%
-15,00%
-40,00%
-20,00%
m1/m2 (à Esquerda)
Fonte: DES/BNA
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
abr/13
mar/13
fev/13
jan/13
dez/12
nov/12
out/12
-20,00%
-5,00%
NMPP (à Direita)
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •49
Glossário
Aplicações em Activos Financeiros: Neste agrupamento económico contabilizam-se as operações
financeiras quer com a aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras formas de
participação, quer com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis.
Base Monetária: A base monetária representa as responsabilidades monetárias líquidas do estado perante
a sociedade e corresponde à soma de todas as notas e moedas emitidas pelo Banco Central e colocadas à
disposição do público e que podem estar sob a forma de dinheiro na posse das famílias e das empresas ou sob
a forma de reservas bancárias, na posse das instituições financeiras bancárias.
BRICS: Acrónimo referente a um grupo de países cujo desenvolvimento económico se destaca entre as
economias emergentes, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC): Reflecte o crédito concedido ao Estado pelo sistema bancário,
líquido dos depósitos do Governo no BNA.
Desembolsos de Financiamentos: As transferências recebidas que não constituem receitas correntes nem
de capital e que não implicam contra-prestações de bens ou serviços e são oriundas da administração central,
da administração local, de pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,
do interior ou do exterior do país, e das famílias.
Despesa com o Pessoal: Neste agrupamento devem considerar-se todas as espécies de remunerações
principais, de abonos, acessórios e de compensações que, necessariamente, requeiram processamento
nominalmente individualizado e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pelo Estado, tanto
aos seus funcionários e agentes como aos indivíduos que, embora não tendo essa qualidade, prestem, contudo,
serviço ao Estado nos estritos termos de contratos a termo, em regime de tarefa ou avença.
Despesas Correntes: Despesas destinadas à manutenção ou operação de serviços anteriormente criados,
bem como as transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas correntes é constituído
pelos saldos das rubricas: despesas com o pessoal; despesas em bens e serviços; transferências correntes e
subsídios.
Despesas de Capital: Despesas destinadas à formação ou aquisição de activos permanentes, à amortização
da dívida, à concessão de financiamentos ou à constituição de reservas, bem como às transferências realizadas
com igual propósito. O saldo das despesas de capital é constituído pelo saldo das rubricas investimentos
públicos, transferências de capital, aplicações em activos financeiros, e outras despesas de capital.
Despesas em Bens e Serviços: Despesas que asseguram a criação de utilidades, através da compra de bens
e serviços pelo Estado.
Despesas Públicas (Despesa Total no Exercício): Conjunto de dispêndios realizados pelo Governo durante
um determinado período, para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para
a realização de investimentos (despesas de capital).
Índice de Confiança: Índice que é calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mede a percepção dos
empresários sobre o desempenho tendencial do respectivo sector de actuação num período curto determinado.
Índice de preços no consumidor (IPC): É uma medida do preço médio necessário para comprar bens de
consumo e serviços. O índice, calculado pelo Instituto Nacional de Estatística, é usado para observar tendências
de inflação. A variação percentual do preço num determinado período é uma das medidas da inflação.
50
Índice de Preços Grossista (IPG): Corresponde à variação dos preços dos bens produzidos no país, assim
como os produtos importados comercializados internamente, nos primeiros níveis de transacção.
Investimento Público: Significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da
capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infra-estrutura) ou seja em bens de capital.
Meios de Pagamento: São os meios através dos quais são efectuadas as transacções monetárias. No caso
da economia Angolana os meios de pagamento são compostos pelos agregados monetários M3 (M2 + Outros
Instrumentos Financeiros), M2 (Me + Quase-Moeda ou Depósitos a Prazo) e M1 (Notas e Moedas em Poder do
Público + Depósitos à Ordem).
Multiplicador Monetário: Indicador monetário que resulta da divisão do agregado monetário M3, o agregado
monetário mais amplo, pela reserva monetária. Este indicador procura medir o efeito multiplicador associado
à actividade bancária.
Orçamento Geral de Estado: É o instrumento de gestão que contém a previsão das receitas e despesas públicas.
Outras Despesas de Capital: Trata-se de um agrupamento económico com carácter residual.
Período Homólogo: Refere-se ao período equivalente do ano anterior.
Política Fiscal Contraccionista: Implementada quando o objectivo é reduzir a procura agregada, quando
a economia está num período de expansão excessiva (super aquecimento económico) e há a necessidade de
retracção económica, em consequência da excessiva inflação que se constrói neste cenário.
Política Fiscal Expansionista: Implementada quando o objectivo é estimular a procura agregada, especialmente
quando a economia está a atravessar um período de recessão e precisa de um “empurrão” para se expandir.
Como resultado, temos a tendência de défice do saldo fiscal e a tendência de aumento da inflação.
Política Fiscal: Também conhecida por Política Orçamental, é um ramo da política económica que define o
orçamento e seus componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controlo para garantir e
manter a estabilidade económica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e ajudando a manter uma
economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa.
Produto Interno Bruto (PIB): representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais
produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado.
Rácio de Transformação: Trata-se de um indicador das contas monetárias que resulta da divisão do total dos
créditos sobre o total dos depósitos.
Receita Pública (Receita Total no Exercício): é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional
num determinado período, incorporado ao património do Estado, que serve para custear as despesas públicas e
as necessidades de investimentos públicos. A Receita Total do exercício compreende o somatório das rubricas
Receitas Correntes e Receitas de Capital.
Receitas Correntes: As receitas tributárias, patrimoniais, de serviços, industriais, os saldos não comprometidos
de exercícios anteriores e outras, bem como as transferências recebidas para realizar as despesas classificáveis
como Despesas Correntes.
Receitas de Capital: As provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de operações de crédito,
da conversão em espécie de bens e direitos, de saldos não comprometidos de exercícios anteriores, bem como
as transferências recebidas para realizar despesas classificáveis como Despesas de Capital e ainda superavit
do Orçamento Corrente.
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •51
Receitas não Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro,
que advêm das actividades do sector não petrolífero.
Receitas Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, pela
Sonangol e outras companhias que actuam no sector petrolífero.
Receitas Tributárias: Toda a fonte de renda que deriva da arrecadação estatal de tributos que são os Impostos,
as Taxas, as Contribuições de Melhoria, os Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais.
Saldo Corrente: é dado pela diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes, ou seja, exclui do
cálculo os gastos de capital e é comum ser usado como medida da poupança pública.
SADC: Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral constituída pelos seguintes países: África
do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias,
Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Saldo Primário não Petrolífero: Trata-se de um indicador das contas do Governo, que corresponde ao total
das receitas, excluindo as receitas petrolíferas que subtrai as despesas totais (expurgando os juros da dívida
pública).
Saldo Primário: O resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do Governo, excluindose da conta as receitas e despesas com juros. Caso essa diferença seja positiva tem-se um superávit primário;
caso seja negativa tem-se um déficit primário. O superávit primário é uma indicação de quanto o Governo
economizou ao longo de um período de tempo (um mês, um semestre, um ano), com vista ao pagamento de juros
sobre a sua dívida. O saldo primário é um conceito chave para definir a solvência e a sustentabilidade fiscal.
Saldos Fiscais: Refere-se à diferença entre as receitas e as despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Serviço da Dívida: Abrange as despesas destinadas ao pagamento dos encargos e dos passivos financeiros.
O saldo dessa rubrica é constituído pelo somatório dos saldos das rubricas de Juro e de Amortização da Dívida,
interna e externa.
Subsídios: São os fluxos financeiros do Estado não reembolsáveis para a economia (ou para os diversos
sectores económicos), com o objectivo de influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos factores
de produção.
Transferências Correntes: São os recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao
financiamento de despesas correntes ou sem afectação preestabelecida.
Transferências de Capital: Neste agrupamento são contabilizadas as importâncias a entregar a quaisquer
organismos ou entidades (unidades orçamentais) para financiar despesas de capital, sem que tal implique, por
parte das unidades orçamentais, qualquer contraprestação directa.
52
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Principais projecções económicas do FMI e Banco Mundial (2012-2015)...................................... 6
Tabela 2 - Comportamento da Oferta e Procura Global (em Milhões de barris/dia)...................................... 11
Tabela 3 - Projecção dos preços de petróleo de referência para 2014........................................................... 12
Tabela 4 - Cálculo das Variações para as commodities alimentares.............................................................. 13
Tabela 5 - Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de Câmbio.............16
Tabela 6 - Comportamento da taxa de câmbio Euro e Rand no Mercado Primário (Taxa Referência)........... 17
Tabela 7 - Saldo da Conta de Bens (Exportações vs Importações).................................................................. 17
Tabela 8 - Peso das importações angolanas por país de origem.................................................................... 18
Tabela 9 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas............................................................... 19
Tabela 10 – Índice de Produção Industrial por sectores de actividade........................................................... 24
Tabela 11 – Taxa de Crescimento do PIB Real por sectores (%)..................................................................... 25
Tabela 12 – Variação do IPC Trimestral por Classes........................................................................................ 27
Tabela 13 – Variação mensal, homóloga e acumulada do IPC........................................................................ 28
Tabela 14 – Variação trimestral do IPC e das suas Categorias (classificação – BNA)................................... 28
Tabela 15 – Representatividade das Componentes do IPC............................................................................. 30
Tabela 16 - Contribuição trimestral das categorias, subcategorias e grupos do IPC (classificação INE - BNA)......31
Tabela 17 – Variação no IV Trimestre por secções dos Produtos Nacionais e Importados............................ 31
Tabela 18 - Evolução das taxas de juro dos títulos públicos........................................................................... 37
Tabela 19 – Comportamento da Base Monetária em 2012 e 2013................................................................ 40
Tabela 20 – Variação do Crédito à Economia por Moedas.............................................................................. 44
Tabela 21 – Peso do Crédito à Economia por Moedas.................................................................................... 44
Tabela 22 – Taxa de Crescimento do Crédito por Sector de Actividade......................................................... 45
Tabela 23 – Valor do Crédito por Sector de Actividade (Kz Milhões)............................................................. 45
Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •53
Índice de Gráficos
Gráfico 1- Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola...........8
Gráfico 2 - Comportamento do Índice de preços das Commodities.................................................................10
Gráfico 3 - Evolução dos preços do petróleo.....................................................................................................12
Gráfico 4 - Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004)..............................................13
Gráfico 5 - Mercado Cambial Internacional......................................................................................................15
Gráfico 6 - Países de origem das importações angolanas................................................................................18
Gráfico 7 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas...............................................................19
Gráfico 8 – Indicador de Clima Económico.......................................................................................................20
Gráfico 9 – Indicador de Confiança para a Indústria Transformadora..............................................................20
Gráfico 10 – Indicador de Confiança para o Sector da Construção..................................................................21
Gráfico 11 – Indicador de Confiança para o Sector do Comércio.....................................................................21
Gráfico 12 – Indicador de Confiança para o Sector dos Transportes...............................................................22
Gráfico 13 – Indicador de Confiança para o Sector do Turismo.......................................................................22
Gráfico 14 – Indicador de Confiança para a Indústria Extractiva.....................................................................22
Gráfico 15 – Índice de Produção Industrial.......................................................................................................23
Gráfico 16 – Índice de Pessoal ao Serviço e Horas Trabalhadas.....................................................................24
Gráfico 17 – Taxas de Crescimento do PIB.......................................................................................................25
Gráfico 18 - Análise da Inflação Trimestral.......................................................................................................26
Gráfico 19 – Inflação Mensal e Homóloga........................................................................................................27
Gráfico 20 – Variação Trimestral dos Bens e Serviços.....................................................................................29
Gráfico 21 – Variação Trimestral dos Bens Alimentares e outros Bens...........................................................29
Gráfico 22 – Variação Trimestral dos Bens alimentares Processados e Não processados.............................30
Gráfico 23 – Variação trimestral do IPG............................................................................................................31
Gráfico 24 – Variações trimestrais do IPC e do IPG..........................................................................................32
Gráfico 25 – Previsão da Inflação Acumulada..................................................................................................33
Gráfico 26 – Previsão da Inflação Homóloga....................................................................................................33
Gráfico 27 – Efeito Líquido trimestral das Operações Monetárias..................................................................34
Gráfico 28 – Efeito líquido Mensal das Operações Monetárias......................................................................35
Gráfico 29 – Operações de Política Monetária realizadas pelo BNA..............................................................36
Gráfico 30 - Efeito Líquido conjunto das Operações Fiscais e Operações Monetárias...................................36
Gráfico 31 - Evolução das Reservas Livres (Média Semanal)...........................................................................38
Gráfico 32 – Evolução das reservas Livres e Depósitos Overnight..................................................................38
Gráfico 33 – Evolução da Luibor Overnight.......................................................................................................39
Gráfico 34 – Evolução da Luibor........................................................................................................................39
Gráfico 35 – Comportamento da Base Monetária em 2013.............................................................................40
Gráfico 36 – Evolução das Contrapartes da Base Montária.............................................................................41
Gráfico 37 – Evolução dos Depósitos Totais.....................................................................................................41
Gráfico 38 – Evolução dos Depósitos por Moeda.............................................................................................42
Gráfico 39 – Evolução trimestral dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo........................................42
Gráfico 40 – Crédito em MN e ME....................................................................................................................43
Gráfico 41 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN – SPE..............................................................46
Gráfico 42 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN - Particular......................................................46
Gráfico 43 – Taxa de transformação.................................................................................................................47
Gráfico 44 – Variação trimestral dos Meios de Pagamento.............................................................................48
Gráfico 45 – M3 e Multiplicador Monetário.....................................................................................................49
Gráfico 46 – Evolução de Indicadores Seleccionados: M1/M2 e NMPP.........................................................49
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Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •55
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Relatório de Inflação • IV Trimestre de 2013 •57
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