5 - Infecções Urinárias Inespecíficas - Urologia - jbrazilssa

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5 - Infecções Urinárias Inespecíficas.doc
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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
CISTITE NÃO COMPLICADA:
Mais comum em mulheres.
Origem na flora fecal.
E. coli
Fatores de risco:
Mulheres jovens, atividade sexual, ocorrência do primeiro episodio na infância, historia
materna de ITU, higiene deficiente, maior numero de gestações.
Mulheres idosas esta associado a DM 1, numero de ITU prévios, incontinência urinária,
deficiência estrogênio.
Homens, uso de sonda vesical de demora ou cateterismo intermitente, imunossuprimidos,
DM, acamados, incontinência fecal, disfunções miccionais com estase urinária (HPB),
estenose de uretra, RVU, litíase.
CISTITE DE REPETIÇÃO:
Dois ou mais episódios de ITU em um ano.
Reiinfecção, quando é por germe diferente.
Persistência bacteriana, quando é pelo mesmo patógeno.
E. coli
Fatores de risco: menopausa, DM, anomalias funcionais ou anatômicas do trato urogenital,
relações sexuais.
ITU NA GESTAÇÃO:
Causada por alterações fisiológicas do organismo materno, que facilitam a
colonização bacteriana da bexiga e estase da urina.
Fatores de risco: maior estase da urina por relaxamento da musculatura lisa da bexiga,
levando à diminuição de seu tônus, e ureter, e pelo fato de a bexiga se tornar um órgão
abdominal durante a gestação pelo crescimento uterino, dificultando seu esvaziamento.
CISTITE NA MENOPAUSA:
Maioria são recorrentes.
Ocorre devido a falta de estrogênio, pois sua presença estimula o crescimento de
lactobacilos, deixando o pH vaginal ácido, o que inibe o desenvolvimento de uropatógenos.
E. coli (menos de 50%), Proteus, Pseudomonas, Klebsiella, Enterococos, S. aureus.
Fatores de risco: baixa de estrogênio (provoca mudanças na flora vaginal), alterações
anatomofuncionais do períneo, como os prolapsos vaginais que acabam aumentando o
resíduo pós mccional.
PIELONEFRITE:
ITU alto, por refletir alterações anatômicas e/ou estruturais renais decorrentes de um
processo inflamatório bacteriano agudo acometendo o rim e estruturas adjacentes
(parênquima e pelve renal).
Ascensão de bactéria a partir da bexiga através dos ureteres. O edema associado às
cistites pode causar alterações na junção ureterovesical suficientes para permitir o refluxo.
Podem encontrar fungos, polimicrobianos.
E coli
Fatores de risco:
Mulher: alterações obstrutivas ( litíase, tumores, estenoses de uretra e ureter, anomalias
congênitas, cistos renais, corpo estranho como sondas e cateteres), alterações metabólicas
(IRC, DM, rim transplantado, AIDS)
Homem: DM, litíase, RVU, obstrução infra-vesical (HPB, estenose de uretra).
Fator de risco dependente da bactéria: virulência bacteriana e sua capacidade de ascender
para o trato urinário (presença de adesinas ou interferência no peristaltismo ureteral).
ITU EM CRIANÇAS:
Importante causa de febre a esclarecer na infância.
E coli; em neonatos é comum ITU secundária a Strepto do grupo B.
Fatores de risco: RN e crianças nos primeiros meses de vida devido a imaturidade do sistema
imunológico, meninos não circuncidados, flora fecal e perineal, anomalias anatômicas do TU,
válvula da uretra posterior, atividade sexual entre adolescentes (meninas).
***QUADRO CLÍNICO***
CISTITE: Disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria, dor suprapúbica.
└ homem: urina turva, com odor fétido.
CISTITE DE REPETIÇÃO: + dor em região hipogástrica, aumento da freqüência urinária,
prostração, dor lombar.
ITU NA GESTANTE: igual cistite. Lembrar que na gestação de termo, a gestante pode
confundir a dor abdominal com contrações uterinas.
CISTITE NA MENOPAUSA: idem cistite de mulheres juvens.
PIELONEFRITE: mesmos sintomas da cistite, porém mais exuberantes e com
comprometimento sistêmico. Disúria, piúria, calafrios com dor lombar, mal-estar geral,
FEBRE, piora do estado geral, toxemia.
└ homem: podem apresentar sintomais TGI, como náuseas, vômitos, dor abdominal,
diarréia. Taquicardia. Sinal de Giordanno (punho-percussão lombar dolorosa) geralmente
pode estar presente.
CRIANÇAS:
└ 60-90 dias: quadro inespecíficos: retardo no crecimento, diarréia, irritabilidade, letargia,
urina fétida, febre, icterícia, oligúria, polaciúria.
└ Neonatos frequentemente apresentam febre como sinal único.
└ > 2 anos: febre, vomito, anorexia, retardo no crescimento.
└ 2 – 5 anos: dor abdominal, febre
└ > 5 anos: disúria, urgência, polaciúria, dor lobar.
***COMPLICAÇÕES***
CISTITE: Pielonefrite, persistência bacteriana por falha da atbterapia.
CISTITE DE REPETIÇÃO: Cicatrizes renais com perdas funcionais, pielonefrite.
ITU NA GESTANTE: aborto, prematuridade, baixo peso, mortalidade neonatal, morbidade
materna.
CISTITE NA MENOPAUSA: pielonefrite e sepse.
PIELONEFRITE: sepse, cicatrizes no parênquima renal, alterações funcionais permanentes do
trato renal. Abscesso renal (via hematogênica, S. aureus). IRC.
CRIANÇAS:
└ crianças saudáveis: incomum ter complicações agudas
└ crianças menores: abscessos renais, pielonefrose e sepse
└ complicações a longo prazo: relacionadas com dano renal causado por episódios de
pielonefrite: HAS, IRC, toxemia na gravidez.
***DIAGNÓSTICO***
1. ANAMNESE
└ CISTITE DE REPETIÇÃO: pelo menos 2x ao ano.
└ GESTAÇÃO: queixas muito sugestivas.
2. EXAME FÍSICO
└ PIELONEFRITE: febre (comprometimento sistêmico) e exuberância dos sintomas.
└ CRIANÇAS: exame da região sacral (depressões, saliências, panículo adiposo sacral,
que podem sugerir bexiga neurogênica); meninos avaliar epididimite ou
orquiepididimite; sinais de infecções respiratórias, ou do TGI.
3. ASPECTO DA URINA: turvo (devido à piúria) ou avermelhado (hematúria)
4. LABORATÓRIO:
└ Sedimento urinário
└ CISTITE: piúria (leucocitúria indicativa de lesão do TU), hematúria e bacteriúria
└ GESTAÇÃO: realizar exame na primeira consulta do pré-natal e repetir ao longo da
gestação, mesmo de a ∆ não apresentar queixas, pois mesmo uma bacteriúria
assintomática deve ser tratada.
└ CRIANÇAS: leucocitúria e hematúria
└ Urocultura de jato médio: define o agente etiológico.
└CISTITE: ∆ sintomáticos – crescimento de 100 UFC/ml confirma ITU
∆ assintomáticos – mais de 100.000 UFC/ml
└ GESTAÇÃO: realizar exame na primeira consulta do pré-natal e repetir ao longo da
gestação, mesmo de a ∆ não apresentar queixas, pois mesmo uma bacteriúria
assintomática deve ser tratada.
└ CRIANÇAS
└ bolsa coletora: ↑ índice de falso-positivo
└ aspiração supra-púbica: método mais confiável.
└ cateterização uretral: cuidado com hematuria, pois pode ser causado por
lesão traumática do próprio cateter.
└ jato médio: crianças maiores. Frequentemente estará contaminado com
organismos periuretrais e prepuciais.
└ Antibiograma: define o melhor atb a ser usado.
└ Bacterioscopia com coloração de Gram: usado em crianças, por ser um método
simples e rápido, até que a cultura fique pronta.
└ Hemograma:
└PIELONEFRITE . Mostra leucocitose, elevação de Ptn C-reativa e da VHS.
└ CRIANÇAS: quando o quadro clínico e a análise da urina são iquívocos, usa-se testes
adicionais: hemograma, VHS, PCR.
5. IMAGEM:
└ CISTITE: não faz imagem.
└ CISTITE DE REPETIÇÃO: não faz imagem de rotina. US de vias urinárias para investigar
possíveis alterações do TU (cálculos, obstrução) que contribuem para a repetição das
ITUs. Urografia excretora.
└ GESTAÇÃO: US para onitorar o TU e evitar complicações.
└ MENOPAUSA: só é realizado na suspeita de complicações renais ou anormalidades
estruturais ou obstrução da via urinária.
└ PIELONEFRITE: US, TC (visualizam cálculos e anormalidades do TU), urografia
excretora não deve ser realizada na fase aguda (ajuda a ver alterações anatômicas).
└ CISTITE NO HOMEM: Rx simples de abdome (cálculos radiopacos), uretrocistografia
retrógrada e miccional (RVU e estenoses de uretra, cálculos radiopacos), US da próstata
e vias urinárias (avalia obstrução no TU em geral, volume prostático e presença de
cálculos radiopacos ou não).
└ CRIANÇA:
└ US: investgar malformações ou complicações como pielonefrose e abscessos.
└ menores de 5 anos com ITU febril
└ 1ª ITU em meninos de qualquer idade
└ 1ª ITU em meninas menores de 3 nos
└ ITU recorrentes
└ ITU que não responde ao tto
└ Uretrocistografia miccional: avalia RVU
└ menores de 5 anos com ITU febril
└ 1ª ITU em meninos
└1ª ITU em meninas < 2 anos
└ ITU recorrente
└ Cintilografia renal com DMSA: avaliar lesões renais pós infecciosas e pielonefrite
aguda.
└ diagnóstico de ITU incerto
└ RN com refluxo
└ crianças com ITU febril ou refluxo de alto grau
└ TC e RM: diagnóstico de pielonefrite aguda, malformações do TU, lesões renais.
Incoveniente: necessidade de anestesia.
***TRATAMENTO***
CISTITE: atbterapia pode ser iniciada empiricamente, não precisando esperar o resultado da
cultura.
└ 3 dias: amoxicilina // sulfametazol + trimetroprima // ciprofloxacino
└ 7 – 10 dias: nitrofurantoína // acido pipemídico
└ dose única: ciprofloxacino
CISTITE DE REPETIÇÃO: tto igual ao da cistite comum.
└ Quimioprofilaxia prolongada de baixa dosagem (à noite por 90 dias):
nitrofurantoína (100mg) // sulfametoxazol + trimetoprima
...
Arquivo da conta:
jbrazilssa
Outros arquivos desta pasta:
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5 - Infecções Urinárias Inespecíficas.doc (56 KB)
 6 - Litíase Urinária.docx (20 KB)
 Prova 2009-2 (1).jpg (490 KB)
 Prova 2009-2 (2).jpg (416 KB)
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