Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas FENILCETONÚRIA Portaria SAS/MS nº 1.307, de 22 de novembro de 2013. 1 metodoloGia de busCa e aValiação da literatura Foram realizadas buscas nas bases de dados Medline/Pubmed, Embase e Cochrane. Na base de dados Medline/Pubmed, a busca foi realizada em 26/05/2010 com os unitermos “Phenylketonurias” [Mesh] AND “Therapeutics”[Mesh], restringindo-se a artigos em humanos e a tipos ensaio clínico, ensaio clínico randomizado, meta-análise, revisão e consenso, o que resultou em 108 artigos. Na base de dados Embase, a busca foi realizada em 05/07/2010 com os unitermos ‘Phenylketonuria’/ exp AND ‘Therapy’/ex, restringindo-se a artigos em humanos e a tipos ensaio clínico controlado, meta-análise e revisão sistemática, o que resultou em 60 artigos. Na Cochrane, foi realizada busca em 27/07/2010. Foram identificadas 14 revisões sistemáticas com o termo “Phenylketonuria”. Destas, apenas 2 abordavam a doença e foram incluídas neste Protocolo. As demais eram sobre outras doenças não relacionadas. Foram também consultados livros-texto de Genética, Endocrinologia Pediátrica e erros inatos do metabolismo, além do UpToDate, versão 18.1, disponível em www.uptodateonline.com. Outros artigos não indexados também foram incluídos na elaboração deste Protocolo. Em 10/07/2013 foi feita atualização da busca a partir de 20/07/2010, data da revisão bibliográfica da versão anterior do presente Protocolo e foram realizadas buscas nas bases de dados Medline/Pubmed e Embase. Na base de dados Medline/Pubmed, utilizando-se os termos Mesh “Phenylketonurias” e “Therapeutics” e restringindo-se os limites a “Humans, Meta-Analysis, Randomized ControlledTrial” a busca resultou em 5 artigos. Todos os resumos foram avaliados: apenas 1 estudo avaliou a utilização de suplemento pobre em fenilalanina. Na base de dados Embase foram utilizados os termos “‘Phenylketonuria” e “therapy” utilizando as mesmas restrições e limites da pesquisa no Pubmed. Das 7 publicações encontradas, 3 foram excluídas por não avaliarem terapia, 1 avaliou o consumo de alguns alimentos e 2 avaliaram medicamentos não disponíveis no país. Ao final, a atualização da revisão da literatura resultou em 1 artigo, que foi avaliado na íntegra e incluído na presente versão do Protocolo. 2 introdução Fenilcetonúria (FNC) é uma doença genética, autossômica recessiva, causada por mutações no gene localizado no cromossomo 12q22-q24, o qual codifica a enzima hepática fenilalanina-hidroxilase (FAH). A ausência ou deficiência desta enzima impede a conversão hepática de fenilalanina (FAL), um dos aminoácidos essenciais e mais comuns do organismo, em tirosina, causando acúmulo de FAL no sangue e em outros tecidos(1-7). É uma doença metabólica rara, com prevalência global média estimada de 1:10.000 recém-nascidos(8). A incidência varia entre as diferentes nações do mundo e os diferentes grupos étnicos. As maiores taxas são encontradas na Irlanda (1:4.500) e na Turquia (1:2.600), e as menores, na Finlândia, no Japão e na Tailândia (1:200.000, 1:143.000 e 1:212.000, respectivamente)(9,10). Em 2001, Carvalho(11), em levantamento feito no Brasil por meio do Programa Nacional de Triagem Consultores: Beatriz Antunes de Mattos, Ida Vanessa Doederlein Schwartz, Andry Fiterman Costa, Bárbara Corrêa Krug, Candice Beatriz Treter Gonçalves, Karine Medeiros Amaral, Roberto Eduardo Schneiders, Heber Dobis Bernarde e Ricardo de March Ronsoni editores: Paulo Dornelles Picon, Maria Inez Pordeus Gadelha e Rodrigo Fernandes Alexandre Os autores declararam ausência de conflito de interesses. 363 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Neonatal (PNTN) do Ministério da Saúde, encontrou uma prevalência de FNC de 1:15.839. Em 2002, a prevalência foi de 1:24.780. Este levantamento referia-se a 18 estados brasileiros(12). Desde a descoberta deste transtorno metabólico, houve enorme progresso em relação a seu diagnóstico precoce, tratamento e seguimento(13, 14). Mais de 500 mutações foram identificadas no gene responsável pela doença, o que corresponde a uma gama enorme de fenótipos e, portanto, a uma grande variedade de manifestações clínicas e diversidade de gravidade. Níveis variados e crescentes de FAL podem ocorrer. O excesso é neurotóxico e leva a defeitos no desenvolvimento neuromotor e neurocognitivo(1-7). O retardo mental é irreversível se não diagnosticado e tratado em idade precoce(7). A FNC é o mais frequente erro inato do metabolismo dos aminoácidos(15). O alto nível sanguíneo leva à excreção urinária aumentada de FAL e de seus metabólitos, as fenilcetonas(16) - fenilacetato e fenilactato(1). Aproximadamente 75% do catabolismo da FAL da dieta é realizado via FAH, que catalisa sua conversão em tirosina. Na FNC, os níveis de FAL estão aumentados enquanto os de tirosina são praticamente normais ou baixos. O cofator enzimático tetra-hidrobiopterina (BH4) é necessário para a atividade da FAH e defeitos no seu metabolismo são responsáveis por aproximadamente 2% dos casos de hiperfenilalaninemia (HFA), definida pelo valor sanguíneo de FAL maior que 2 mg/dL(1, 4). Os indivíduos com deficiência de FAH apresentam níveis plasmáticos de FAL persistentemente inferiores a 2 mg/dL (120 micromol/L) sem tratamento(9). Existem algumas classificações para as HFAs, que se baseiam nas concentrações plasmáticas da FAL ao diagnóstico (paciente ainda sem tratamento), na tolerância à FAL e no grau de deficiência da FAH(1,7,10,16-18). Entretanto, apenas os graus de HFA mais elevados são prejudiciais para o desenvolvimento cognitivo(19). Muitas vezes, níveis inferiores a 10 mg/dL podem significar HFA transitória, por imaturidade hepática ou enzimática. Nas formas transitórias, os pacientes não necessitam de dieta isenta de FAL porque os níveis tendem a diminuir nos primeiros meses de vida, nunca se elevam acima de 10 mg/dL e os pacientes têm desenvolvimento psicomotor normal(2). O mecanismo fisiológico responsável pelo retardo mental na HFA não está ainda bem entendido, mas a FAL por si só parece ser o agente tóxico maior(3, 16). O excesso de FAL interferiria no crescimento cerebral, no processo de mielinização, na síntese dos neurotransmissores e no desenvolvimento sináptico e dendrítico(1,3). O excesso de FAL inibe competitivamente o transporte e a captação neuronal de outros aminoácidos cerebrais através da barreira hematoencefálica, causando diminuição da concentração cerebral intracelular de tirosina e de 5-hidroxitriptofano, limitando a produção de serotonina e das catecolaminas dopamina, noradrenalina e adrenalina, além da melatonina(3). A variabilidade entre os fenilcetonúricos não depende apenas dos fatores genéticos; fatores ambientais e estilos de vida diferentes, como a idade do início do tratamento e o grau de controle da dieta, também contribuem para estas variações(16). Os recém-nascidos portadores de HFA são assintomáticos antes de passarem a receber alimentos que contenham FAL (leite materno ou fórmulas infantis próprias da idade). Se a doença não for detectada pelo rastreamento metabólico, seu início é insidioso e só se manifestará clinicamente em torno do 3o ou 4o mês de vida(1,20). Nessa época, a criança começa a apresentar atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor, podendo mostrar irritabilidade ou apatia, perda de interesse pelo que a rodeia, convulsões, eczema crônico, hipopigmentação cutânea, cheiro característico da urina, da pele e dos cabelos (odor de rato pela presença do ácido fenilacético) e padrão errático do sono(1,3,12,20). A principal característica da doença não tratada é retardo mental, que vai piorando durante a fase de desenvolvimento do cérebro e que se estabilizaria com a maturação completa deste órgão. O quociente de inteligência (QI) mede a extensão deste retardo e varia de leve a gravemente prejudicado(1). A HFA não tratada resulta em progressivo retardo mental, com QI abaixo de 50. A piora está relacionada aos níveis sanguíneos de FAL(6). Com o passar do tempo, a criança pode apresentar problemas de postura para sentar, anormalidade da marcha, hiperatividade e distúrbios comportamentais(1). A fala e o desenvolvimento intelectual vão se tornando bastante afetados(3). Pode haver também comprometimento emocional, como depressão, e complicações neurológicas, como tremores, espasticidade, ataxia e epilepsia que iniciam na infância e progridem na adolescência(6). A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico 364 Fenilcetonúria dos casos. Se a doença for diagnosticada logo após o nascimento e o paciente for mantido em dieta restrita em FAL, os sintomas podem ser prevenidos e a criança pode ter desenvolvimento e expectativa de vidas normais(3,7). O acompanhamento de meninas com FNC ou com HFA não FNC(9) merece atenção especial em caso de gravidez. A dieta isenta de FAL deve ser orientada antes e durante toda a gestação com o objetivo de evitar a embriopatia por FAL ou síndrome da FNC materna, visto que pode ocasionar malformações cardíacas, microcefalia, anomalias vertebrais, estrabismo e retardo mental mesmo que o feto não tenha FNC(1, 2). O rastreamento no Brasil é realizado pelo “teste do pezinho”, no âmbito do Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde. 3 ClassifiCação estatÍstiCa internaCional de doenças e problemas relaCionados À saÚde (Cid-10) • • E70.0 Fenilcetonúria clássica E70.1 Outras hiperfenilalaninemias (por deficiência de fenilalanina-hidroxilase) 4 diaGnóstiCo 4.1 ClÍniCo 4.2 laboratorial O rastreamento neonatal é o modo mais eficaz de diagnosticar FNC. A coleta de sangue deve ser feita a partir de 48 horas até o 5o dia do nascimento após exposição a dieta protéica. Recém-nascidos com níveis elevados devem ser encaminhados para avaliação diagnóstica, conforme recomenda o Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde(16). O teste se tornou rotina devido ao excelente prognóstico para crianças com deficiência de FAH tratadas precocemente pelo alto risco de dano cerebral grave e irreversível para as que não eram tratadas(9). Os métodos laboratoriais utilizados para medir FAL são espectrometria de massa em tandem, cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC), cromatografia gasosa e testes enzimáticos e fluorimétricos(1). Resultado positivo de rastreamento para HFA ocorre quando os níveis de FAL estão acima do ponto de corte, ou seja, maior que 2 mg/dL (120 micromol/L) e devem ser confirmados por uma segunda análise dos aminoácidos FAL e tirosina (quantitativa). Nos casos confirmados, geralmente a razão FAL/tirosina é 3 ou mais. Nos pacientes com FNC, a tirosina está diminuída, e a análise da urina mostra excreção aumentada de fenilpiruvato, fenilactato e fenilacetato(3). O diagnóstico de FNC é feito quando os níveis séricos de FAL encontram-se persistentemente elevados e os níveis de tirosina estão normais ou diminuídos, tendo sido excluída a deficiência de BH4(3,16,22). Excluir a deficiência de BH4 é importante para o processo diagnóstico(16). A BH4 é um cofator essencial para as enzimas fenilalanina-hidroxilase, tirosina-hidroxilase e triptofano-hidroxilase. Defeitos no seu metabolismo seriam responsáveis por 2% dos pacientes com HFA. Clinicamente há aumento dos níveis de FAL séricos ou progressiva piora neurológica por diminuição da produção dos neurotransmissores dopamina, epinefrina, norepinefrina e serotonina. O diagnóstico diferencial é feito pela dosagem de biopterina ou neopterina no sangue, na urina ou no líquor(1). Inexiste consenso internacional quanto ao ponto de corte para o tratamento, variando entre 6,7 mg/dL (400 micromol/L) no Reino Unido, 10 mg/dL (600 micromol/L) na Alemanha e França e 6 a 10 mg/ dL (360 a 600 micromol/L) nos EUA(3).Crianças com níveis maior ou igual a 10 mg/dL (600 micromol/L) FENILCETONÚRIA Níveis elevados de FAL causam dano neurológico às crianças em desenvolvimento, resultando em retardo mental, microcefalia, retardo da fala, convulsões, distúrbios do comportamento, irritabilidade, hipopigmentação cutânea, eczemas e odor de rato na urina(2,21). É imperativo acompanhar o desenvolvimento cognitivo e social das crianças e dos adultos afetados(2). Mesmo com o controle dietético precoce, ocorrem deficits de processamento da informação, de execução e de abstração em qualquer idade(15). 365 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas devem começar com dieta logo que possível, idealmente com 7 a 10 dias de vida(16, 22). Níveis entre 8 e 10 mg/dL (480-600 micromol/L) persistentes (pelo menos em 3 dosagens consecutivas, semanais, em dieta normal) também indicam tratamento(16). A análise molecular que avalia as mutações da FAH não é obrigatória para o diagnóstico, podendo auxiliar na detecção de heterozigotos, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético, acompanhamento e prognóstico da gravidade clínica a longo prazo(1,7,16). 5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Serão incluídos neste Protocolo os pacientes com nível de FAL maior ou igual a 10 mg/dL (600 micromol/L) em dieta normal(1,16) e todos os que apresentarem níveis de FAL entre 8 e 10 mg/dL persistentes (pelo menos em 3 dosagens consecutivas, semanais, em dieta normal)(10). 6 Critérios de exclusão Serão excluídos deste protocolo de tratamento os pacientes que apresentarem as seguintes condições: • aumento de FAL secundário a tirosinemia (caracterizado pelo aumento concomitante de FAL e tirosina); • hiperfenilalaninemia transitória (caracterizada pela normalização espontânea dos níveis de FAL durante os 6 primeiros meses de vida); • hiperfenilalaninemia por defeito de BH4 (os defeitos no metabolismo do BH4 são responsáveis por 2% dos casos com níveis aumentados de FAL. 7 Casos especiais Gestação Meninas portadoras de FNC e de HFA não FNC(9) em idade fértil deve receber orientação especial quanto aos métodos anticoncepcionais e ao planejamento da gravidez. A dieta isenta de FAL deve ser estabelecida antes e durante toda a gestação com o objetivo de evitar embriopatia por FAL ou síndrome da FNC materna(1, 2, 12, 23). A exposição intraútero ao excesso de FAL, potente agente teratogênico(9), no início da vida fetal gera efeitos graves. A concentração de FAL é maior no feto do que no plasma materno(1), pois a placenta naturalmente concentra altos níveis de aminoácidos, entre eles FAL. Retardo mental ocorrerá em 90% destas crianças e malformações congênitas em 25%, dentre as quais malformações cardíacas, microcefalia, anomalias vertebrais e estrabismo(1,2). O período crítico para o sistema nervoso central, crânio e coração ocorre entre a 5a e a 8a semana após a última menstruação. Portanto, se uma grávida com FNC não estiver metabolicamente controlada antes da 5a semana de gestação, os níveis altos de FAL passam para o feto através da placenta e vão exercer efeitos teratogênicos irreversíveis no seu desenvolvimento(2). O controle metabólico é atingido com níveis de FAL menor que 6 mg/dL antes da concepção e durante toda a gestação(2). As normas britânicas e alemãs recomendam manter estes níveis entre 1 e 4 mg/dL (60-240 micromol/L) antes e durante a gestação, enquanto o Estudo Colaborativo Materno de FNC, baseado em mais de 500 gestações, recomenda mantê-los entre 2-6 mg/dL (120-360 micromol/L)(16). 8 Centro de referência O tratamento dos pacientes com FNC, conforme definido pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde, deve ser realizado em centros de atendimento estaduais especializados (Serviço de Referência em Triagem Neonatal – SRTN), incluindo, também, o aconselhamento genético(9). O acompanhamento dos pacientes deve ser feito por equipe multidisciplinar com composição mínima de médico e nutricionista especializados, podendo agregar outros profissionais na dependência da estrutura do serviço(22). 9 Tratamento Dieta restrita em FAL é eficaz em reduzir os níveis sanguíneos de FAL e melhorar o QI e o prognóstico neuropsicológico dos pacientes com HFA(24). O tratamento deve ser iniciado tão cedo quanto possível, idealmente até o 10o dia de vida. O aleitamento materno deve ser encorajado e associado ao uso de fórmula isenta de FAL. Os níveis de FAL devem ser diminuídos rapidamente(1,3,5,16,24). 366 Fenilcetonúria FENILCETONÚRIA Estudos randomizados controlados são necessários, mas a tendência atual é recomendar tratamento dietético para toda a vida(1 6,12,16,20, 24-26). O conceito de que, devido à maturidade cerebral, o QI estabilizaria após os 10 anos de idade(27) não foi confirmado em recente meta-análise que mostrou associação inversa entre os níveis de FAL e QI. Nesta meta-análise, para cada aumento de 1,7 mg/dL nos níveis sanguíneos de FAL, houve redução de 1,3 a 3,9 pontos no QI em pacientes com FNC tratados precocemente, com níveis de FAL acima 6,5 a 12,5 mg/dL, mostrando que o cérebro continua susceptível à neurotoxicidade da FAL(10). Ensaio clínico randomizado cruzado demonstrou que, em adultos, o tratamento não só afetou níveis de FAL, mas também que testagens neuropsiquiátricas demonstraram benefício do tratamento (28). O suporte principal para o controle metabólico dos pacientes é dieta restrita em alimentos que contenham FAL combinada com um substituto proteico isento ou com taxas muito baixas de FAL. Geralmente são misturas de aminoácidos ou hidrolisados de proteínas que suprem as necessidades para crescimento e desenvolvimento normais(1,3,5,8,29,30), evitando níveis neurotóxicos de FAL, mas ao mesmo tempo oferecendo-o em quantidades mínimas necessárias. Estas quantidades podem vir das fórmulas industrializadas ou do próprio leite materno, que possui menor teor de FAL do que as fórmulas e maiores benefícios imunológicos e psicológicos(2,13,22,29,31,32). As fórmulas são medicamentos que devem conter as quantidades recomendadas de vitaminas e sais minerais adequadas à faixa etária do paciente, ou seja, devem seguir as recomendações vigentes da ANVISA, para pessoas normais. A fórmula isenta de fenilalanina é recomendada para todos os pacientes em todas as idades, sendo que a quantidade e qualidade (tipo de fórmula) varia conforme a idade e peso. O tratamento é sempre acompanhado de monitoramento rigoroso dos níveis séricos da FAL(1,16,22,29,31,33,34). O tratamento dietético restritivo é bem sucedido, requerendo adesão contínua dos pacientes e de suas famílias(22-24). Os maiores benefícios do manejo dietético ocorrem no recém-nascido e na criança, mas, conforme comentado anteriormente, o controle por toda a vida dos níveis da FAL sérica é recomendado para prevenir manifestações neurológicas, comportamentais e cutâneas na vida adulta(22,35,36). Para crianças com FNC, visando não incorrer em prejuízo do seu crescimento, recomenda-se ingestão de proteínas acima (em torno de 113% a 129%) do preconizado para crianças não fenilcetonúricas da mesma faixa etária(37). A ingestão de fórmula deve ser dividida em 3 porções junto às refeições principais(38). Quanto à população de adultos nascidos antes dos testes de rastreamento, portadores de incapacidades intelectuais, problemas de comportamento e dependentes, há estudo que sugere que a dieta restrita em FAL melhora o comportamento, o que, consequentemente, propicia melhor qualidade de vida aos pacientes e a seus cuidadores(39). Outros estudos sugerem que diagnosticar adultos com retardo mental portadores de FNC é importante, já que o tratamento dietético específico é benéfico mesmo numa fase tardia(13, 40). Os efeitos deletérios do excesso de FAL sobre o sistema nervoso central ocorridos nos primeiros anos de vida são irreversíveis, no entanto certos efeitos tóxicos sobre distúrbios comportamentais parecem ser reversíveis, como a melhora da agitação e da agressividade(41). A composição da dieta para FNC mudou muito pouco desde que foi instituída nos anos 1950. Basicamente, é uma dieta pobre em proteínas suplementada por uma mistura de aminoácidos isenta de FAL e acrescida de minerais, vitaminas e outros nutrientes(21). A Tabela 1 traz um Guia Dietético para FNC. 367 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Tabela 1 – Guia Dietético para FNC - Alimentos(1) Grupo Verde Permitidos - Alimentos deste grupo não precisam de cálculo do conteúdo de FAL para serem consumidos Frutas: maioria das frutas, com exceção de figos secos Vegetais: maioria dos vegetais, picles em vinagre Gorduras: manteiga, margarina, toucinho, óleos e gorduras vegetais Bebidas: limonada, café, chá, água mineral, sucos de frutas e refrigerante sem aspartame Açúcares: refinados, balas de frutas e gomas, mel, pirulitos, geleias de frutas, manjar, tapioca, sagu Grupo Amarelo Alimentos deste grupo contêm níveis médios de FAL, devendo seu conteúdo ser calculado acuradamente. Pesar a comida após cozinhar Vegetais: batatas, aipim, batata doce Frutas: banana (uma pequena porção por dia), abacate, maracujá, frutas secas Alimentos especiais com baixo teor de proteína Arroz Grupo Vermelho Alimentos deste grupo contêm altos níveis de FAL e não devem ser consumidos por pacientes com FNC Todos os tipos de carne, peixe, ovos Nozes, soja, lentilha, ervilha, feijão, leite e produtos feitos destes alimentos Laticínios: leite, queijos, sorvete, cremes Grãos, mingau de leite, cereais, pão, massas, aveia Chocolate e achocolatados Aspartame MacDonald e colaboradores(42) demonstraram que o uso livre de frutas e vegetais contendo 51 a 100 mg/100 g de FAL não descompensa crianças com FNC e aumenta a tolerabilidade da dieta. São permitidos livremente cogumelos, alho-poró, abacate e passas de uvas secas. Complementos Os aminoácidos essenciais, as vitaminas e os sais minerais são administrados por meio de fórmulas alimentares, normalmente apresentadas em forma de pó e consumidas após dissolução em líquidos. São misturas de aminoácidos sintéticos isentas de FAL e acrescidas dos elementos acima citados mais gorduras e carboidratos para suprir as necessidades das diferentes faixas etárias. Estas misturas possuem odor e paladar desagradáveis, e sua ingestão, contrariando as orientações, geralmente é feita de uma vez só, prejudicando sua utilização biológica e aumentando os efeitos adversos (náuseas, vômitos, tonturas, diarreia). A qualidade de vida sob esta dieta fica comprometida, e a adesão ao tratamento diminui à medida que o paciente cresce(20,21). No mercado estão disponíveis várias formulações que se diferenciam pelo teor calórico, pela adição de gordura e carboidratos e, principalmente, pela especificação etária. Embora sejam de fácil prescrição, são produtos caros e resultam numa dieta pouco palatável e monótona(20). Um primeiro estudo randomizado controlado cruzado foi realizado com um substituto proteico líquido pronto para ser ingerido. Sua resposta foi eficaz, melhorando a adesão e a independência de adolescentes e adultos(43). Alguns substitutos proteicos em cápsulas, pequenas barras e sachês com gosto e cheiro de frutas mais palatáveis já são oferecidos em lojas especializadas, com melhor aceitação do que as fórmulas tradicionais(44). No entanto, a restrição dietética, que é o grande problema da adesão, continua. Verificar na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) vigente em qual componente da Assistência Farmacêutica se encontra o complemento alimentar. 9.1 Esquemas de administração As quantidades de aminoácidos, proteínas e FAL recomendadas estão detalhadas nas tabelas 2 e 3. Para crianças de até 2 anos de idade, recomenda-se que o consumo da fórmula isenta de FAL seja distribuído igualmente ao longo das 24 horas do dia para minimizar as flutuações nas concentrações plasmáticas de FAL e 368 Fenilcetonúria dos aminoácidos. A administração deve ser feita em 6 porções iguais, divididas durante o dia e a noite, reproduzindo o padrão fisiológico dos indivíduos normais(45). Para adolescentes e adultos, as orientações variam e são mais ou menos liberais, mas o consenso é que a dieta deve ser seguida por toda a vida, sem restrição quanto ao número de refeições ao dia(9). tabela 2 - recomendações diárias de ingestão de aminoácidos e proteína totais para lactentes, Crianças e adultos com fnC proteína da fórmula metabólica proteína total idade (anos) (g/kg de peso/dia) (g/kg de peso/dia) 0a2 2,5 (mínimo) 3 3 a 10 1,7 2 a 2,5 11 a 14 1,25 1,5 Acima de 14 0,8 1 Adaptado de MacDonald e colaboradores 2006(32); Acosta e colaboradores 2003(37); Cockburn e cols 1993(46). tabela 3 - orientação inicial para o uso de fal idade (anos) necessidade aproximada de fal (mg/kg de peso/dia) 0 a 0,5 20 - 70 0,5 a 1 15 - 50 1a4 15 - 40 4a7 15 - 35 7 a 15 15 - 30 15 a 19 10 - 30 Fonte: Acosta e colaboradores 2003(37). 9.2 tempo de tratamento O tratamento dietético restritivo em alimentos que contenham FAL deve ser mantido por toda a vida(1,2,6,12,16,22,25,26). Desta maneira, a adesão à dieta é um dos fatores mais críticos a serem abordados pelas equipes multidisciplinares e gestores de saúde pública que lidam com esta doença. 9.3 benefÍCios esperados A FNC é uma das poucas doenças genéticas em que o retardo mental pode ser prevenido com diagnóstico e tratamento precoces(21). Com o aumento da experiência e dos dados da literatura especializada, é consenso que a maior adesão ao tratamento e a manutenção da dieta por toda a vida promovem melhor resultado a longo prazo no que diz respeito ao crescimento, desenvolvimento, comportamento e cognição dos portadores de fenilcetonúria(22, 32). São pessoas que passam a conviver em sociedade sem desvios comportamentais, vislumbrando o pleno exercício de sua cidadania, como indivíduos inclusos e produtivos(22,47). Recomenda-se que a monitorização dos níveis séricos de FAL seja feita a cada 15 dias nos pacientes fenilcetonúricos de até 1 ano de idade e nas mulheres grávidas e mensalmente nos demais ao longo da vida. Esta recomendação poderá ser adaptada às necessidades dos pacientes e às condições do centro de tratamento. As concentrações de FAL recomendadas e associadas a um ótimo neuro-desenvolvimento são incertas. Não há consenso entre os diferentes centros americanos ou países. O Consenso do Instituto Nacional de Saúde Americano (NIH) de outubro de 2000 recomenda(48): • 0 a 12 anos - manter entre 2 a 6 mg/dL ou 120 a 360 micromol/L; • Acima de 12 anos - manter entre 2 e 15 mg/dL ou 120 a 900 micromol/L. Níveis mais baixos (entre 2 a 10 mg/dL ou 120 a 600 micromol/L) são fortemente encorajados, já que o desenvolvimento cerebral continua durante a adolescência e pouco se sabe sobre níveis mais altos de FAL após os 12 anos de idade. Os guias enfatizam os fatores individuais na tomada de decisões em cada caso(8,16). Neste Protocolo, a recomendação para os níveis-alvo de FAL estão contidos na Tabela 4(49). FENILCETONÚRIA 10 monitoriZação 369 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Tabela 4 - Níveis-Alvo de FAL Preconizados Idade FAL alvo (muromol/L) 0 - 12 meses 120 - 360 1 - 13 anos 120 - 360 > 13 anos • permitido 120 - 900 • desejável 120 - 600 • gestação 120 - 360 FAL alvo (mg/dL) 2-6 2-6 2 - 15 2 - 10 2-6 Fonte: Blau e Blaskovics (1996)(49). Estudos indicam alta incidência de osteopenia nestes pacientes, assim como deficiências nutricionais naqueles que não aderem à dieta ou que não consomem adequadamente a fórmula metabólica. A deficiência de vitamina B12 é comum. Portanto, o controle de vitamina B12, ferrititina, hemoglobina e cálcio deve ser realizado uma vez ao ano, e os pacientes, tratados conforme o caso. A radiografia simples para avaliar a idade óssea deve ser feito em crianças e adolescentes, e a densitometria óssea, a cada 2 anos, para avaliação da densidade mineral óssea nos pacientes com mais de 18 anos(9, 22, 25). Nesta rotina de cuidados, monitorar o crescimento e o desenvolvimento nutricional, intelectual e neuropsicológico é mandatório. 11 Referências bibliográficas 370 1. A BO. Overview of Phenylketonuria.2010. 2. Gambol PJ. Maternal phenylketonuria syndrome and case management implications. J Pediatr Nurs. 2007;22(2):129-38. 3. Burgard P, Luo X, GF H. Phenylketonuria. In Pediatric Endocrinology and Inborn Errors of Metabolism. Kyriakie Sarafoglou2009. 4. Brosco JP, Sanders LM, Seider MI, Dunn AC. Adverse medical outcomes of early newborn screening programs for phenylketonuria. Pediatrics. 2008;122(1):192-7. 5. Burton BK, Grange DK, Milanowski A, Vockley G, Feillet F, Crombez EA, et al. 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Não Sim Não diagnóstico: clínico + laboratorial Critérios de inclusão: üfenilalanina (FAL) > 10 mg/dL ou üfenilalanina entre 8 e 10 mg/dL em 3 dosagens consecutivas semanais Exclusão do PCDT Tratamento de pacientes com FNC deve ser realizado em Centros de Atendimento Estaduais Especializados (Serviços de Referência em Triagem Neonatal – SRTN) Critérios de exclusão: ütirosinemia ühiperfenilalaninemia transitória ühiperfenilalaninemia por defeito de BH4 Dieta restrita em FAL de acordo com idade fórmula isenta em fal de acordo com a idade Monitorar níveis de FAL ü Quinzenalmente: 1° ano de vida e gestantes ü Mensalmente: demais indivíduos Para crianças com fenilcetonúria recomenda-se a ingestão de proteínas acima do preconizado para crianças não fenilcetonúrias da mesma faixa etária Ajustar prescrição da fórmula e da dieta objetivando os níveis séricos de FAL e monitorar Orientação inicial para uso de Fenilalanina idade (anos) 0 a 0,5 0,5 a 1 1a4 4a7 7 a 15 15 a 19 372 necessidade aproximada de fal (mg/kg de peso/dia) 20 - 70 15 - 50 15 - 40 15 - 35 15 - 30 10 - 30 Fenilcetonúria FLUxOgRama DE DISpENSaçÃO DE FóRmULa DE amINOáCIDOS ISENTa DE FENILaNINa FENILCETONúRIa fluxoGrama de dispensação de fórmula de aminoáCidos isenta de fenilalanina FENILCETONÚRIA Paciente solicita a fórmula Possui LME corretamente preenchido e demais documentos exigidos? Orientar o paciente Não Sim CID-10, exames e doses estão de acordo com o preconizado pelo PCDT? Sim Encaminhar o paciente ao médico assistente Realizar entrevista farmacoterapêutica inicial com o farmacêutico Não exames necessários para monitorização: üníveis de fenilalanina. periodicidade: a cada 15 dias para pacientes com até um 1 ano de idade e para as mulheres grávidas. Aos demais casos, a cada mês. üvitamina B12, ferritina, hemoglobina e cálcio. periodicidade: anual. üRX para avaliação da idade óssea (se menor de 18 anos). periodicidade: anual. üdensitometria óssea (se maior de 18 anos). periodicidade: a cada 2 anos. Sim Não dispensar e justificar ao paciente Sim Orientar o paciente Dispensação a cada mês de tratamento entrevista farmacoterapêutica de monitorização Paciente apresentou alteração nos exames não compatível com o curso do tratamento? Dispensar e solicitar parecer do médico assistente Processo deferido? Não FENILCETONÚRIA Não Cid-10: E70.0, E70.1 exames: üdosagem de fenilalanina (Se acima de 10 mg/dl apresentar 1 exame; se entre 8-10 mg/dl apresentar 3 exames consecutivos semanais) dose: üfórmula isenta de fenilalanina: de acordo com a idade, ver PCDT Dispensar 373 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Ficha Farmacoterapêutica Fenilcetonúria 1 Dados do Paciente Nome: ___________________________________________________________________________________ CNS:________________________________________RG:_________________________________________ DN: ___/___/____ Idade: ___________ Peso: ____________ Altura: _________________ Sexo: o F o M Endereço: ________________________________________________________________________________ Telefones:________________________________________________________________________________ Médico assistente: ________________________________________________________ CRM:____________ Telefones: ________________________________________________________________________________ Nome do cuidador: _________________________________________________________________________ Cartão Nacional de Saúde: ________________________________ RG:_______________________________ 2 Avaliação Farmacoterapêutica 2.1 Foi realizado teste do pezinho ao nascer? o não g Como foi feito o diagnóstico?_______________________________________________________ o sim 2.2 Qual idade de diagnóstico?________________________________________________________________ 2.3 Tem história familiar da doença? o não o sim g Qual o grau de parentesco?________________________________________________________ 2.4 Possui outras doenças diagnosticadas? o não o sim g Quais?_________________________________________________________________________ 2.5 Faz uso de outros medicamentos? o não o sim g Quais? Nome comercial Nome genérico Dose total/dia e via Data de início Prescrito o não o sim o não o sim o não o sim o não o sim 2.6 Já apresentou reações alérgicas a medicamentos? o não o sim g Quais? A que medicamentos?______________________________________________________ 374 Fenilcetonúria 3 monitoriZação do tratamento Inicial 1o mês 2o mês 3o mês 4o mês 5o mês 6o mês Data prevista* Data Idade Peso Dosagem de FAL 7o mês 8o mês 9o mês 10o mês 11o mês Data prevista* Data Idade Peso Dosagem de FAL * Até o primeiro ano de tratamento as dosagens de FAL devem ser feitas a cada 15 dias. 12o mês 3.1 Realizou exames anuais de hemoglobina, ferritina, vitamina B12 e cálcio? não g Orientar que sejam realizados sim g Registrar valores _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 3.2 Realizou Rx para avaliação da idade óssea (para menores de 18 anos) ou densitometria óssea (para maiores de 18 anos)? não g Orientar que sejam realizados (Rx a cada ano e densitometria a cada 2 anos) sim g Registrar laudo _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 3.3 Apresentou alguma doença no decorrer do tratamento? o não o sim g Quais? doença/manifestações 3.4 Começou a fazer uso de algum medicamento? o não o sim g Quais? Nome comercial Nome genérico Dose total/dia e via Data de início data de diagnóstico Prescrito o não o sim o não o sim o não o sim o não o sim FENILCETONÚRIA data da entrevista 3.5 Quantas vezes por dia está usando a fórmula? (reforçar importância da utilização da fórmula fracionada durante o dia) _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 375 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Guia de Orientação ao Paciente Fenilcetonúria Fórmula de aminoácidos isenta de fenilalanina Este é um guia que contém orientações sobre sua doença e a fórmula que você está recebendo gratuitamente pelo sus. Seguindo as orientações, você terá mais chance de se beneficiar com o tratamento. 1 Doença • • É uma doença genética caracterizada pelo defeito ou ausência de uma enzima (fenilalanina hidroxilase), que degrada a fenilalanina, levando a um aumento desta no organismo. Se a doença não é tratada o aumento da fenilalanina no sangue traz uma série de problemas de saúde, tais como atraso no desenvolvimento psicomotor (andar ou falar), convulsões, agitação, tremores e agressividade, dentre outros 2 Fórmula • • • Esta fórmula é usada na dieta de fenilcetonúricos, sendo calculada de acordo com o peso e a necessidade nutricional. Se a doença é identificada logo ao nascer e o tratamento é estabelecido adequadamente (dieta restrita de fenilalanina e uso da fórmula isenta deste aminoácido) o indivíduo pode levar uma vida normal, sem sequelas. O tratamento (fórmula e dieta) deve ser feito por toda a vida. 3 Guarda da Fórmula • Guarde a fórmula protegida do calor e da umidade, conservando na embalagem original, bem fechada. 4 administração da Fórmula • • Somente prepare a quantidade da fórmula que for utilizar no dia, misturando com água (a temperatura ambiente). A fórmula também pode ser misturada aos alimentos, porém não podem estar quentes. Procure não utilizar o preparado de um dia para o outro.Tome a quantidade indicada pelo médico ou nutricionista. 5 Uso de outros medicamentos ou dietas • Não faça uso de outros medicamentos ou dietas sem o conhecimento do médico ou orientação de um profissional de saúde. 6 Outras informações importantes • • • Lembre-se de que a suspensão da dieta (fórmula e alimentos restritos de fenilalanina) pode causar danos sérios à saúde do paciente. Mulheres fenilcetonúricas que queiram engravidar devem receber orientação médica. A amamentação de crianças com fenilcetonúria pode ser feita desde que haja controle dos níveis de fenilalanina no sangue do bebê e que haja suplementação da alimentação com a fórmula, de acordo com a orientação do médico. 7 Renovação da continuidade do tratamento • 376 Converse com o farmacêutico do SUS para saber quais os documentos e exames são necessários para continuar recebendo a fórmula. Fenilcetonúria 8 • em Caso de dÚVidas Se você tiver qualquer dúvida que não esteja esclarecida neste guia, antes de tomar qualquer atitude, procure orientação com seu médico ou farmacêutico do SUS. 9 outras informações _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ FENILCETONÚRIA sE, por algum motivo, nÃo usar a fórmula, dEvolva-a À farmácia do sus. 377 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas GRUPO TÉCNICO Ana Claudia Sayeg Freire Murahovschi Fisioterapeuta Ministério da Saúde Karine Medeiros Amaral Farmacêutica Consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Andry Fiterman Costa Médico Consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Luciana Costa Xavier Farmacêutica Ministério da Saúde Bárbara Corrêa Krug Farmacêutica Consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Maria Angélica Pires Ferreira Médica Consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Beatriz Antunes de Mattos Médica Consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Maria Inez Pordeus Gadelha Médica Ministério da Saúde Candice Beatriz Treter Gonçalves Farmacêutica Consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Mileine Mosca Farmacêutica Ministério da Saúde Clarice Alegre Petramale Médica Ministério da Saúde Paulo Dornelles Picon Médico Consultor do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Gabriela Vilela de Brito Farmacêutica Ministério da Saúde Priscila Gebrim Louly Farmacêutica Ministério da Saúde Heber Dobis Bernarde Farmacêutico Ministério da Saúde Ricardo de March Ronsoni Farmacêutico Bioquímico Ministério da Saúde Ivan Ricardo Zimmermann Farmacêutico Ministério da Saúde Roberto Eduardo Schneiders Farmacêutico Bioquímico Ministério da Saúde José Miguel do Nascimento Júnior Farmacêutico Ministério da Saúde Rodrigo Fernandes Alexandre Farmacêutico Ministério da Saúde Júlia Souza Vidal Farmacêutica Ministério da Saúde Vania Cristina Canuto Santos Economista Ministério da Saúde