PLANO DE AÇÃO1 É um dos momentos do planejamento em saúde, ferramenta indispensável para o trabalho das equipes de atenção primária. A construção do plano de ação deve ter como objetivo buscar soluções para os problemas identificados no diagnóstico situacional. Percebe-se, portanto que o diagnóstico situacional é o primeiro passo num processo de construção do plano de ação. Para elaboração do plano de ação utilizaremos três etapas: Identificação e priorização do problema Explicação do problema e identificação das soluções Elaboração do plano de ação Neste sentido, torna-se necessário conhecer o conceito de problema. De modo geral, um problema pode ser definido como a distância existente entre a realidade desejada/ideal e a situação encontrada. Entretanto, uma situação só é problematizada se for passível de ser transformada na situação desejada. Em relação à primeira etapa, inicialmente a equipe de atenção primária deve obter a listagem dos problemas e necessidades da comunidade, identificados no diagnóstico situacional. Por exemplo: alto índice de gravidez na adolescência, acúmulo de lixo nos lotes, violência, falta de esgoto, entre outros. Após identificação dos problemas, torna-se necessário estabelecer, coletivamente, as prioridades, uma vez que a lista de problemas é geralmente muito extensa e dificilmente todos os problemas poderão ser resolvidos ao mesmo tempo, em especial, devido a falta de recursos (humanos, financeiros, materiais, etc.). Como critérios para priorização dos problemas pode-se utilizar: importância do problema, sua urgência e capacidade de enfrentamento. Salienta-se que o grupo pode utilizar outros critérios que julgarem relevantes. Para realizar a priorização, sugere-se a utilização de uma planilha, onde os problemas identificados são listados, analisados segundo os critérios supracitados e numerados por ordem de prioridade a partir do resultado da aplicação dos critérios. Sugerem-se as seguintes atribuições de valores; Para as categorias “Importância” e “Urgência” · Pouca = 1 ponto · Média = 2 pontos · Muita = 3 pontos Para a categoria “Capacidade de enfrentamento” · Não tem capacidade= 0 · Capacidade parcial = 1 · Capacidade total = 2 Veja a exemplificação de uma seleção de problemas: Deve ser priorizado o problema que obtiver o maior número de pontos A segunda etapa envolve a explicação de cada problema priorizado, considerando: como se caracteriza (descrição), o porquê (suas causas) e proposta de enfrentamento do problema (soluções necessárias). A descrição do problema deve englobar com o máximo de precisão a maneira como o problema se manifesta, utilizando, quando possível, dados quantitativos. A título de exemplo, o problema priorizado “alto índice de gravidez na adolescência” deve ser caracterizado: 21% de gravidez na adolescência; dos partos prematuros 35% são de mães adolescentes e 95% das gestações em adolescentes não foram planejadas. 1 Texto adaptado por Lizziane d’ Ávila Pereira, a partir dos textos contidos no Módulo I – Unidade 3 “Ação do ACS no diagnóstico e planejamento em saúde” 2ª parte, do Curso de Formação Inicial do Agente Comunitário de Saúde. O próximo passo é entender a gênese do problema por meio da identificação das suas causas, buscando entendê-lo melhor. Sugere-se que para este passo a utilização da técnica de tempestade cerebral. Em seguida, deve-se utilizar o mapa de soluções, por meio do agrupamento das causas, descrevendo uma solução para cada causa identificada. É importante ter a clareza que ainda o foco é na solução necessária para resolver o problema, e não em como resolver o problema – última etapa. Veja o exemplo: Após a priorização dos problemas, análise e explicação das causas, chega-se à última etapa do planejamento: elaboração do plano de ação, que consiste na definição de como concretizar as soluções apontadas. Para esta etapa sugere-se a adoção da matriz de intervenção contida no Manual de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade. Orientação para o preenchimento da Matriz 1: Priorização e seleção dos problemas A partir do AMAQ, disponível online em http://pmaq.lais.huol.ufrn.br/amaq/ e para baixar em PDF em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pmaq.php?conteudo=3_ciclo identificar as questões consideradas críticas, ou seja, os padrões de qualidade que tiveram as menores pontuações; Na Matriz 1, os problemas identificados no diagnóstico devem ser relacionados; Cada problema deve ser analisado considerando os critérios: Importância: pouca (1 ponto), média (2 pontos) e muita (3 pontos) Urgência: pouca (1 ponto), média (2 pontos) e muita (3 pontos) Capacidade de enfrentamento: não tem capacidade (0); capacidade parcial (1); e capacidade total (2) Por fim, considerando esta classificação, priorizar um dos problemas, identificando o que recebeu uma maior classificação (coluna “total”). Orientação para o preenchimento da Matriz 2: Mapa de soluções. Uma vez priorizado o problema – o problema crítico – deve-se identificar as causas que levam à ocorrência do problema. Para tanto, utilizar a Matriz 2 – Mapa de Soluções Para a utilização da Matriz 2: Preencher a Coluna “Causas”: Por que o problema ocorre? Transcrever o problema crítico priorizado Preencher a Coluna “Soluções“: Quais as soluções necessárias?