Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos

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ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS
Anais do IV Congresso
Internacional de Cuidados
Paliativos
Educar para Paliar
São Paulo
Outubro de 2010
Este documento apresenta todos os trabalhos científicos apresentados no IV Congresso Internacional de
Cuidados Paliativos em suas duas modalidades: apresentações orais e pôsteres.
Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
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Introdução
O IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos aconteceu entre os dia 6 e
9 de outubro de 2010, na cidade de São Paulo. Reuniu cerca de 600
participantes e 75 congressistas que discutiram o tema Educar para Paliar.
O Congresso recebeu 234 inscrições de trabalhos científicos. Deste total, 136
foram escolhidos para os pôsteres e 24, apresentações orais. Agora, este
material está publicado na forma dos Anais do IV Congresso Internacional de
Cuidados Paliativos. As inscrições foram feitas online, pelo site
www.paliativo.org.br/congresso, e estiveram abertas do período de maio a julho
de 2010.
Os trabalhos versaram sobre diversos assuntos, entre eles, a educação em
Cuidados Paliativos (tema do Congresso), o apoio ao paciente e a seus
familiares, espiritualidade e religiosidade, terapia ocupacional, psicologia,
oncologia, neurologia, uso de opióides, controle de sintomas, revisão de
literatura, experiências na implantação de serviços e muitos outros.
São trabalhos de instituições e pesquisadores localizados de norte a sul do
Brasil, de universidades públicas e privadas, serviços públicos e privados, que
mostram um amplo painel do atual desenvolvimento teórico e prático da área
paliativa brasileira.
Sobre os Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
A presente publicação está dividida em duas partes: Apresentações Orais e
Apresentações de Pôsteres. Os trabalhos estão distribuídos em ordem alfabética
pelo título. Além desta informação, há também os nomes dos autores e das
instituições às quais estão vinculados. Pequenas formatações foram realizadas
para padronizar esta publicação, sem interferência no conteúdo.
Premiação
De acordo com as categorias, a comissão julgadora escolheu os seguintes
trabalhos:
Categoria Apresentações Orais
Primeiro Lugar:
www.paliativo.org.br
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3
Construindo um cuidado: a família e seu familiar em regime de Cuidados
Paliativos oncológicos no domicílio. Autores: Lorena Brandão Costa Melo;
Beatriz Santana de Souza Lima; Marianna Tavares Tomaz; Maria Cristina
Soares Figueiredo Trezza.
Segundo lugar:
Programa de religiosidade e espiritualidade de uma enfermaria de geriatria.
Autor: Luis Saporetti; José Antonio Esper Curiati; Ruth Beresin.
Terceiro Lugar:
A criança e a morte: construindo significados. Autor: Nely Aparecida Guernelli
Nucci.
Categoria Pôster
Primeiro Lugar:
Liga Acadêmica Baiana de Cuidados Paliativos: relato sobre formação de uma
liga acadêmica. Autores: Aline Fernanda Araújo Palmeira; Ladymirian de
Oliveira Santos; Analu Pereira Gianezeli; Alice de Andrade Santos;
Brunna Lima de Carvalho Passo; Emanuela Santos Oliveira; Ruth
Fernandes de Oliveira; Juliana Bezerra do Amaral.
Segundo Lugar:
Ensino médico em terminalidade da vida: a sua obrigatoriedade é válida?
Autores: Andréia Padilha de Toledo; Lilian Zaghis Martinelo; Denise
Gonçalves Priolli.
Terceiro Lugar:
Produção de trabalhos acadêmicos de enfermagem em Cuidados Paliativos.
Autores: Ricardo Quintão Vieira; João Victor Fornari.
A diretoria da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, a Comissão
Científica e Comissão Organizadora do IV Congresso Internacional de
Cuidados Paliativos agradecem a todos os participantes por terem ajudo a
realizar um encontro científico de alta qualidade científica e excelente
representatividade. Parabéns a todos.
São Paulo, outubro de 2010.
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Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
ÍNDICE
Introdução
Premiados
Apresentações orais
Pôsteres
2
3
5
29
www.paliativo.org.br
4
Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
5
Apresentações
orais
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Apresentações orais
Um ano de experiência: perfil de atendimento da equipe de Cuidados Paliativos
em um hospital universitário
Autores: Munir Murad Junior; Diana Carvalho Ferreira; Laila Carine Ferreira Lodi
Junqueira; Raissa Silva Souza
Instituição: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Introdução: O aumento do número de pacientes portadores de doenças crônicas em estágio
avançado evidencia a demanda por atendimento especializado em controle de sintomas e suporte no
fim de vida. A equipe de Cuidados Paliativos deste hospital foi formada em 2009 e atua como
equipe interconsultora ambulatorial e hospitalar (pronto atendimento e unidade de internação).
Material e métodos: Estudo descritivo, através de consulta em banco de dados dos pacientes
atendidos no hospital pela equipe de CP de outubro de 2009 a abril de 2010.
Resultados: Foram avaliados 149 pacientes no período de 07 meses, com idade média de 60,2 anos
(16 a 95 anos). Destes, 53% eram idosos e 10,7% tinham 80 anos ou mais. Os principais motivos de
admissão foram: dor (38,9%), dispnéia (17,4%), sinais e sintomas neurológicos (9,4%) e hiporexia
(6,7%) - sendo estes responsáveis por 78,4% do total. Apenas 28 pacientes (18,8%) tinham
condições não-oncológicas: sequela de AVC (39,3%), demências (10,7%) e patologias neurológicas
diversas (25,7%). Os sítios primários oncológicos mais frequentes foram: trato gastrointestinal
24,1%, mama 20,7%, pulmão 13,2%, ginecológicos 9% e cabeça e pescoço e fígado e vias biliares
com 6,6% cada. As metástases ocorreram predominantemente para fígado (24,8%), ossos (14,7%),
pulmão (12,8%) e sistema nervoso central (2,8%). Não foi relatado metástase em 36,7% dos casos.
A performance física foi avaliada pelo PPS: -15,4% dos pacientes com PPS 10%, 41,6% tinham
PPS inferior a 40% e a maioria (81,9%) com dependência parcial para autocuidado e com
mobilidade reduzida (PPS ≤60%). Os sintomas foram avaliados quantitativamente pela escala
ESAS– a maioria sendo estratificada como leve. Dor, sonolência, ansiedade e dispnéia foram de
moderada a forte intensidade em 35%, 36%, 33% e 28% respectivamente. Constipação, delirium e
insônia ocorreram em 37, 7%, 28,6% e 27,5% dos pacientes. 53,5% dos pacientes avaliados tiveram
alta para o domicílio e 46,5% faleceram.
Conclusão: Os dados apresentados demonstram um perfil de pacientes em fim de vida com
patologias predominantemente oncológicas. Os dados estão em concordância com a literatura. A
elevada taxa de alta hospitalar possivelmente decorre da linha de cuidado bem planejada e da
possibilidade de transferência de cuidados para o programa de assistência domiciliar.
A criança e a morte: construindo significados
Autora: Nely Aparecida Guernelli Nucci
Instituição: Hospital Municipal Dr. Mário Gatti – Campinas (SP)
Introdução: A morte sempre fez parte de nossa vida, desde seu início, e, conforme vamos nos
desenvolvendo, ocorre o processo de compreensão desse conceito. A tendência dos adultos,
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geralmente, é não falar sobre morte com as crianças, justificando que elas nada sabem a respeito,
que devem ser poupadas dessa realidade ou que é difícil fazê-lo, que não sabem abordar tema tão
angustiante. No entanto, a necessidade de que o adulto esclareça a questão da morte com a criança
torna-se importante, principalmente, quando a família vivencia a situação de terminalidade de um
de seus membros. Só assim a criança terá a oportunidade de expressar sua representação da morte, o
significado que lhe atribui e a percepção da morte dos seres queridos, mesmo quando essa realidade
lhe é ocultada, quando há sua iminência ou quando a morte já é um fato. .
Material e métodos: Relato de caso. Paciente do sexo masculino, 49 anos, casado, 02 filhos, sexo
masculino (22 e 20 anos) e uma filha caçula (09 anos). Apresentava câncer de língua, em estado
avançado, tendo sido submetido a cirurgia e radioterapia. Desde o início teve acompanhamento
psicológico, estendido aos familiares. O estado clínico do paciente piorou, progredindo para a
impossibilidade de procedimentos terapêuticos de cura, mas de Cuidados Paliativos. A esposa e os
dois filhos mais velhos revezavam-se na assistência ao paciente, ocultando da filha menor a
gravidade do caso, procurando poupá-la do sofrimento. Essa filha, que era muito vinculada ao pai e
no início de sua doença participava de seus cuidados, passou a apresentar alteração de
comportamento, isolamento do pai e da família. Esses aspectos foram trabalhados em psicoterapia,
preparando-a para a realidade e buscando a reaproximação para melhorar a qualidade de vida do
paciente que entendia esse distanciamento como uma punição. A atenção à criança foi intensificada
com atendimentos semanais durante o período de agravamento da doença e com dez sessões após o
óbito do paciente, para favorecimento da elaboração do luto. Essas últimas sessões foram
trabalhadas com atividades adaptadas de um livro de HEEGAARD (1998).
Resultados: A reaproximação entre pai e filha foi conquistada ao longo dos atendimentos
psicológicos, melhorando a qualidade de vida e a qualidade da morte do paciente que encontrou sua
finitude cercado pelo afeto de quem amava. Ao acontecer o óbito, sua filha já tinha conhecimento
da gravidade da situação e assimilado a possibilidade do fim da existência paterna, preservando a
afetividade. Percebeu-se maior aceitação da realidade, bem como do apoio familiar e social. Os
atendimentos pós-óbito proporcionaram um espaço de expressão dos sentimentos vivenciados e a
busca de significados para a experiência da morte, representados em 16 desenhos.
Conclusão: Há muito tempo subestimamos a presença da morte no dia-a-dia das crianças. Embora
negada, encoberta, escondida, não nomeada ou disfarçada, a criança sente e percebe sua presença,
criando significados e explicações imaginárias e particulares. A dor gerada pelas perdas deve ser
vivenciada no luto que, necessariamente, as acompanha. Cuidados Paliativos, portanto, deve
necessariamente considerar e enfatizar a compreensão da história de vida de cada um de seus
membros, sem esquecer as crianças envolvidas, permitindo a proposta de projetos terapêuticos que
viabilizem intervenções adequadas durante o acompanhamento ao paciente e após sua morte, em
busca da qualidade e humanização desse atendimento.
Abordagem multidimensional em Cuidados Paliativos geriátricos: relato de
experiência
Autores: Luis Saporetti; Simone da Silva Henriques; Keite Priscila Paia; Alini Maria Orathes
Ponte Silva; Letícia Andrade; Maria de Fátima Abrantes Sachs; Mary Helen Lessi dos
Santos; Sumatra Melo da Costa Pereira Jales.
Instituição: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP)
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Introdução: A abordagem dos aspectos físicos, familiares, emocionais e espirituais nos Cuidados
Paliativos é de grande importância para o alívio do sofrimento do paciente e sua família. A
utilização de uma forma sistematizada de raciocínio auxilia a equipe a identificar problemas e tomar
decisões. O presente tema livre tem como objetivo apresentar o Diagrama de Abordagem
Multidimensional utilizado no Ambulatório de Cuidados Paliativos Geriátrico do Hospital das
Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ACPG/HC/FMUSP).
Material e métodos: Apresentação descritiva do Diagrama de Abordagem Multidimensional
(DAM). O presente diagrama é uma forma gráfica que facilita a compreensão do caso como um
todo sendo aplicado inicialmente nas discussões multiprofissionais do ACPG. É estruturado na
forma de 3 círculos concêntricos divididos em 4 quadrantes. Os 4 quadrantes representam os
aspectos físicos, familiares, emocionais e espirituais e os 3 círculos concêntricos representam as
características do paciente, seus sofrimentos e as atitudes a serem tomadas pela equipe. Na porção
externa de cada quadrante somam-se os objetivos a serem alcançados para cada uma das dimensões.
Durante as discussões o diagrama é desenhado sobre uma grande folha de papel ou quadro branco e
os dados obtidos registrados nos seus respectivos locais.
Resultados: O DAM foi utilizado no último ano nas discussões de enfermaria e ambulatório sendo
útil para o aprendizado em Cuidados Paliativos e na criação de um raciocínio claro a respeito das
prioridades no atendimento. A presença de objetivos atribuídos a cada uma das dimensões,
representadas no diagrama nas porções externas, mantém o foco da equipe nas atitudes que
conduzem o caso ao alívio do sofrimento e a uma morte digna e pacífica. O DAM também facilita a
percepção de quais dimensões estão acometidas e como ocorrem as diferentes interações entre os
fatores e o sofrimento. Outro aspecto a ser considerado é que todas as dimensões são expressas de
maneira semelhante do ponto de vista gráfico, reforçando a importância de todas.
Conclusão: O Diagrama de Abordagem Multidimensional utilizado no ACPG constitui uma forma
gráfica de abordar as diversas formas do sofrimento humano e oferece um racional aos cuidados a
serem prestados ao paciente e sua família, auxiliando também no aprendizado da equipe.
Atuação inicial de um grupo consultor em Cuidados Paliativos em um hospital
universitário
Autor: Ricardo Tavares de Carvalho
Instituição: Comissão de Cuidados Paliativos (HC-FMUSP)
Introdução: A ação de um grupo consultor em Cuidados Paliativos é frequentemente marcada por
dificuldades relativas à falta de cultura paliativa nos hospitais levando à falta de compreensão
apropriada de algumas propostas. Esse fato pode comprometer a eficiência do trabalho pela má
aderência as condutas, constituindo-se fator de frustração além de comprometer a credibilidade da
equipe. O objetivo do estudo foi levantar as questões mais importantes dessa realidade
quantificando dados que a caracterizem.
Material e métodos: Foram analisados prospectivamente, através de instrumento desenvolvido
para esse fim, os primeiros casos acompanhados por um grupo consultor em Cuidados Paliativos,
entre os meses de março e julho de 2010. Foram analisados dados relativos às ações dos
profissionais caracterizando o trabalho e impacto na evolução dos casos.
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Resultados: No período estudado foram avaliados 36 pacientes com idade média de 66+/- 18anos,
22 do sexo masculino e 14 do sexo feminino. O atendimento foi prestado por um médico destacado
especificamente e que fazia uso da equipe multiprofissional local para compor a discussão
multiprofissional. Três casos não puderam ser avaliados pelo grupo por terem evoluído a óbito antes
da visita inicial. Dos 33 casos avaliados, em cerca de 75% de todos os chamados (25 casos) havia
pelo menos um sintoma a ser paliado apesar de apenas em 22% dos chamados (8) essa ter sido a
demanda que havia motivado a interconsulta. Dos sintomas a paliar, a dor foi presente em 50% das
vezes, dispnéia em 50%, náuseas/vômitos em 25%, delirium em 12% e outros sintomas em 18%.
Nesse contexto, 50% dos casos tinham dois sintomas a paliar e 25% tinham mais de 3 sintomas.
Constatou-se haver indicação do uso de opióide em 73% de todos os casos avaliados. Porém, em
apenas 25% deles essas drogas estavam sendo utilizadas de forma correta, antes da interconsulta. Os
motivos de erro na prescrição foram: em 60% deles, erro no intervalo posológico, 60%
apresentavam ausência de resgates, em 38% havia mistura de mais de um tipo de opióide e em 28%
havia dose excessiva prescrita. Após discussão e orientação por escrito das condutas sugeridas
notou-se que elas foram seguidas plenamente em 55% dos casos, parcialmente em 32% e não
seguidas em 13%. A equipe multiprofissional esteve envolvida em apenas 2/3 das avaliações sendo
que em 65% delas houve mais de um profissional da equipe envolvido. A mediana do número de
visitas foi de três. Constatou-se que cerca de 25% deles estaria melhor alocado em uma enfermaria
de Cuidados Paliativos,44% em uma unidade hospitalar de Cuidados Paliativos (hospice), 25% não
poderiam estar um outro local (eram pacientes em UTI sem condição de remoção) e apenas 6%
tinha condição de encaminhamento para ambulatório ou domicilio. Finalmente, a mediana do
número de dias em acompanhamento, até o óbito ou alta, foi de cinco dias. Apesar de todos os
pacientes apresentarem indicação de Cuidados Paliativos na internação, a mediana de dias entre a
internação e o chamado para a equipe de Cuidados Paliativos foi de 19 dias.
Conclusão: A experiência inicial mostrou que o desconhecimento a respeito do conceito de
Cuidados Paliativos ainda é grande. Boa parte dos chamados se deu nos dias finais da vida, de
forma a dificultar o estabelecimento de vínculos. Além disso, existe desconhecimento sobre o
manejo de drogas, notadamente opióides nesse contexto. Observa-se que há espaço, no hospital
analisado, para ampliação da ação em Cuidados Paliativos com outras modalidades de assistência.
Caso clínico com narrativa oral de paciente em Cuidados Paliativos internado
em domicilio – PIDI/Pelotas (RS)
Autores: Julieta Carriconde Fripp; Aline Simoes; Eliana Coelho
Instituições: Fundação de Apoio Universitário e Universidade Federal de Pelotas UFpel (RS)
Introdução: Os Cuidados Paliativos se baseiam na prevenção e alívio do sofrimento, com a
identificação e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais,
promovendo qualidade de vida até as situações de terminalidade e óbito, estendendo à fase de luto.
O Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar PIDI/HE/UFPel atende pacientes com
diagnóstico de câncer em várias formas de apresentação. A maioria dos usuários do programa
apresenta sobrevida de 3 a 6 meses. Alem da assistência aos usuários, o PIDI também, no seu
processo de trabalho, realiza discussões de casos clínicos, com a participação de profissionais e
estudantes de medicina, enfermagem, nutrição, psicologia, serviço social, odontologia e teologia.
Os casos clínicos apresentam periodicidade semanal com a utilização de recurso multimídia.
Objetivos: relatar um caso clínico de paciente em Cuidados Paliativos inserido no Programa de
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Internação Domiciliar Interdisciplinar - PIDI/HE/UFPel.
Material e métodos: Foi escolhido de forma aleatória um paciente internado no PIDI e construída a
historia clinica, através de anamnese e exame físico. O prontuário do paciente contribuiu com
informações de exames complementares e condutas terapêuticas. No período de uma semana, a
acadêmica de medicina, estagiária do programa, construiu o caso clinico para apresentação na
reunião de equipe do programa. Os dados foram coletados após o consentimento livre e esclarecido
do paciente.
Resultados: A partir das informações coletadas, foi elaborado um vídeo com tempo de dez
minutos, apresentando a narrativa em primeira pessoa da historia clinica, seguida de depoimento do
paciente. O vídeo foi enriquecido com imagens correlacionadas com o relato oral. .
Conclusão: O vídeo colaborou com instrumento educativo, no qual foi possível demonstrar, para
estudantes e profissionais do PIDI, todos os aspectos que envolvem o cuidado paliativo em
domicilio.
Construindo um cuidado: a família e o seu familiar em regime de Cuidados
Paliativos oncológicos no domicílio
Autores: Lorena Brandão Costa Melo; Beatriz Santana de Souza Lima; Marianna Tavares
Tomaz; Maria Cristina Soares Figueiredo Trezza
Instituição: Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Introdução: Este trabalho tem como objeto de estudo a família que cuidou de seu familiar em
regime de Cuidados Paliativos oncológicos no domicílio. Seu objetivo é caracterizar o perfil das
famílias que passaram pela experiência de cuidar em domicílio do familiar em fase final de câncer e
que fizeram parte do projeto Cuid(a)ção, projeto de extenção no qual os acadêmicos capacitam a
família a cuidar de seu familiar em fase final de câncer no domicilio. Conforme Silva e Hortale
(2006), a família e o indivíduo são entendidos como uma unidade única, uma vez que, a maior parte
dos indivíduos passa o seu último ano de vida no convívio com seus familiares em casa que passam
a influenciá-los e sofrerem suas influências comportando-se, assim, como um único núcleo de
cuidado. Caracterizar e identificar as diversas formas de cuidar das famílias vai ajudar e apoiar
outras famílias nesta hora de difícil enfrentamento, como também vai identificar os sentimentos
apresentados pelo grupo familiar neste momento delicado, ajudando assim a compreender esta
vivência.
Material e métodos: O trabalho é do tipo descritivo-exploratório com desenho quantitativo. O local
do estudo foi o domicílio das famílias que possuíam um ente em Cuidados Paliativos, pois este tem
a vantagem de conter os membros significativos da família. A população e amostra foram 50% das
famílias atendidas no primeiro ano de implantação do Projeto CUID(A)ÇÃO, com a produção de
informação através de um formulário de entrevista estruturado, sendo utilizado como recurso para
gravação um aparelho de mp4. Os resultados da pesquisa foram analisados através de tabelas,
gráficos e percentuais. .
Resultados: Após a tabulação e analise dos dados coletados percebemos que as famílias têm de 3 a
5 membros, 85% residem em casa de tijolo, tendo as mesmas de 4 a 8 cômodos; 75% realizam
tratamento de água, com fornecimento através de poço ou nascente ou da rede geral; 75% possuem
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fossa em casa; todas possuem energia elétrica e telefone , sendo estes em 85% celular pré pago.
Todas têm o transporte público como referência, porém 85% das famílias utilizam taxi ou carro de
amigos em emergências com o doente. As principais dificuldades enfrentadas durante a estadia do
familiar doente na residência foram alimentação, alivio da dor, manuseio de medicamentos e
dificuldade financeira para compra dos suplementos alimentares. Além disso, os familiares
enfrentaram problemas como afastamento do trabalho, inexperiência em cuidar do doente, além da
falta de apoio técnico de médicos e enfermeiros. Sendo assim, diante da situação, é possível apontar
alguns fatores que contribuíram durante esse período de Cuidados Paliativos no domicílio para
essas famílias como o apoio familiar, a fé junto a religião, o projeto CUID(A)ÇÃO e o CACON. .
Conclusão: Apesar das baixas condições sócio-econômicas das famílias e da falta de conhecimento
técnico-científico para realizarem o cuidado necessário ao familiar doente, as mesmas encontraram
formas de proporcionar alívio, conforto e carinho ao familiar, estando sempre perto dele num
momento tão delicado, o da proximidade da morte. Através desse projeto pode-se constatar, que
alguns serviços e profissionais ainda não estão capacitados para atender esta população, entretanto,
visualiza-se a importância de iniciativas como o projeto CUID(A)ÇÃO, que capacita e ajuda as
famílias a estarem mais próximas a cuidarem do familiar em regime de Cuidados Paliativos
oncológicos.
Criação de um protocolo de cuidados específicos aos pacientes em cuidados ao
fim de vida sob sedação
Autores: Iris Rocha e Silva; Luciana Aparecida Faria de Oliveira; Vera de Lima Belo;
Rosenice Clemente
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: Numa unidade de Cuidado Paliativo, um grupo de enfermeiras percebeu que havia a
necessidade de padronizar as condutas e os cuidados relacionados aos pacientes em cuidados ao fim
de vida sob sedação controlada. Cada profissional estava atuando com ênfases distintas e para que
houvesse um padrão de cuidado, visando oferecer a melhor assistência a esses pacientes, buscou-se
na literatura sobre o assunto com o objetivo de propor um protocolo de cuidados de enfermagem
para os pacientes em cuidados ao fim de vida sob sedação controlada.
Material e métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico onde foram analisados artigos
científicos, livros e periódicos que versavam sobre os seguintes assuntos: Cuidados Paliativos,
doente terminal, sedação paliativa, assistência de enfermagem tanto na língua portuguesa, como
estrangeira (inglês e espanhol), no período de 2003 a 2010. Diante do material revisado foi criado
um protocolo de cuidados específicos aos pacientes em cuidados ao fim de vida sob sedação
controlada.
Resultados: Os pacientes em Cuidados Paliativos com o avanço da doença podem, em algum
momento, apresentar sintomas incontroláveis ou refratários, após terem sido utilizadas todas as
ferramentas possíveis, em um tempo razoável sem comprometer a consciência. Os sintomas
refratários mais comuns na literatura são dispnéia, delirium hiperativo e dor. Estes também são mais
prevalentes na fase final de vida. Tais sintomas causam um incessante sofrimento e para aliviá-los,
o tratamento de escolha é a sedação paliativa ou controlada. Não se trata de eutanásia ou qualquer
outra forma de decisão em fim de vida está relacionada a controlar os sintomas e aliviar o
sofrimento. Assim a assistência de enfermagem também deve ser revisada, com o intuito de
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proporcionar conforto e mantê-lo, assegurar que o paciente e sua família estarão amparados, pois
também fazem parte deste cuidado. Após indicar a sedação, a equipe discutirá com o paciente e a
família sobre a possibilidade, havendo aceitação o médico providenciará o TCLE. A atenção
holística, prática já incorporada e constante nos cuidados de enfermagem, será imprescindível neste
momento, o profissional estará atento a tudo que envolve o paciente, ou seja, as questões físicas,
ambientais, sociais e espirituais, estendendo este apoio aos familiares. Os pacientes serão
acompanhados após o início da sedação por um enfermeiro de trinta em trinta minutos na primeira
hora, após de uma em uma hora nas primeiras quatro horas e após de quatro em quatro horas ou
quando houver necessidade. Serão avaliados o grau de sedação, de acordo com a Escala de Ramsay,
o padrão respiratório, classificado em esforço leve, moderado ou intenso juntamente com a
freqüência respiratória, a freqüência cardíaca, fácies de dor e/ou desconforto, os sinais vitais serão
verificados duas vezes ao dia nas primeiras 24 horas, sendo tudo registrado. .
Conclusão: Consideramos de suma importância que o enfermeiro que prestará assistência a esses
pacientes deva ter formação profissional em relação ao cuidado paliativo, pois desempenhará um
papel crucial já que é o único da equipe multidisciplinar disponível 24 horas por dia para o paciente
e sua família. Por isso faz-se necessária uma sistematização da conduta de enfermagem como a que
foi proposta, fazendo com que o enfermeiro seja capaz de garantir, com dignidade e respeito, o
conforto necessário ao paciente em sua fase final da vida.
Critérios de identificação de demanda para Cuidados Paliativos e de regulação
no contexto do SUS
Autores: Marysia Mara Rodrigues do Prado de Carlo; Nereida Kilza L. Lima; Paulo
Fernandes Formighieri; Fernanda Maris Peria
Instituição: Universidade de São Paulo (USP)
Introdução: Pacientes que estão "fora de possibilidades curativas" e seus familiares vivem, em
geral, precário controle de sintomas e múltiplas formas de sofrimento físico, psicológico, social e
espiritual. Além disso, não encontram serviços adequados e profissionais capacitados, dentro do
Sistema Único de Saúde, para o atendimento a suas necessidades, principalmente quando na
condição de terminalidade da vida. Com o propósito de melhorar o oferecimento de serviços de
saúde e a assistência à população em Cuidados Paliativos, está em implantação o Serviço de
Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRPUSP) uma Unidade de Cuidados Paliativos, com leitos de internação e assistência ambulatorial para
atendimento a pacientes SUS em hospital do complexo HCFMRP-USP em outra cidade interior do
estado. Para isso, uma das tarefas da organização e gestão de serviços é o desenvolvimento de
protocolos de cuidado e de organização de serviços de Cuidados Paliativos. OBJETIVO: analisar o
processo de desenvolvimento de um protocolo clínico de avaliação de demanda, de um protocolo de
organização de serviços de Cuidados Paliativos no complexo HCFMRP-USP e de critérios que
permitam a regulação, no contexto do SUS, destes pacientes dentre diferentes equipamentos de
atenção à saúde de diferentes níveis de complexidade e rede social de suporte.
Material e métodos: MÉTODO: Descrição e análise do processo identificação de demanda para
Cuidados Paliativos no complexo HCFMRP-USP e de fortalecimento da Rede de Apoio em
Cuidados Paliativos em contexto loco-regional, com a apresentação do protocolo de avaliação e de
regulação no contexto do SUS, entendendo que os Cuidados Paliativos devem ser entendidos como
política pública e devem integrar o sistema de saúde, nos diferentes níveis de complexidade da
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atenção à saúde. .
Resultados: Os Cuidados Paliativos promovem bem-estar e qualidade de vida aos doentes
portadores de doença crônico-degenerativa potencialmente fatal e a seus familiares e/ou cuidadores.
As ações das equipes de Cuidados Paliativos devem oferecer cuidados integrais, integrados e
humanizados no contexto do SUS, sem abandonar suas competências técnicas; esses cuidados
devem ser entendidos como cuidados preventivos, pois previnem sofrimentos motivados por
sintomas de difícil controle e pelas múltiplas perdas (físicas e psicossociais) a que as pessoas vão
sendo submetidas, e devem entender a pessoa doente e sua família como o centro gerador das
decisões. Tem como enfoque central a ajuda à pessoa doente para que ela possa viver tão ativa e
intensamente quanto possível até sua morte, com dignidade e respeito, aceitando a morte como uma
etapa natural da vida. As ações propostas têm resultado em avanços significativos para a ampliação
da atuação regional do Grupo de Cuidados Paliativos e indução de políticas públicas na área de
Cuidados Paliativos na região de Ribeirão Preto.
Conclusão: Este trabalho permitiu construir um instrumento com indicadores para estabelecimento
de demandas de Cuidados Paliativos oncológicos e não-oncológicos no complexo do HCFMRPUSP, que contribuirão também como critérios para regulação destes pacientes dentre diferentes
serviços da rede assistencial do SUS e da rede de suporte social, para uma melhor assistência em
Cuidados Paliativos.
Diário de dor: apresentação de um instrumento para avaliação da dor em
paciente com dor crônica
Autores: Adriana Thomaz; Lara Patrícia Kretzer
Instituições: CENTRON e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Introdução: A avaliação sistemática da dor é a base para ter sucesso no seu tratamento. No entanto,
é difícil avaliar a intensidade da dor do paciente. Um instrumento especialmente dedicado a tal
mensuração foi desenvolvido, em formato de diário de dor semanal, com base em uma escala
numérica de 0 a 10 e espaço para anotações em branco destinado ao registro de eventos
correlacionados à dor, emoções, uso de doses de resgate, constipação, etc. Neste estudo, o uso de
um diário da dor será avaliado. .
Material e métodos: Um instrumento especialmente dedicado a mensuração da dor foi
desenvolvido, em formato de diário para uma semana por folha, com base em uma escala numérica
de 0 a 10 e espaço para anotações em branco destinado ao registro de eventos correlacionados à dor,
emoções, uso de doses de resgate, constipação, etc. Projeto de pesquisa: Um grupo de pacientes
com dor por pelo menos um mês, causada pelo câncer ou pelo tratamento do câncer, receberá um
diário, com espaço para anotações também diárias. Estes pacientes serão orientados a registrar a
intensidade da dor em seu ambiente domestico, bem como a utilização de doses de resgate, emoções
fortes e constipação. Os pacientes serão orientados por um médico sobre o uso do diário incluindo
atenção especial à explicação do registro da dor em uma escala de 0-10, a cada manhã, tarde e noite
por um período de dois meses. Neste estudo, o uso de um diário da dor será avaliado. Para
determinar os efeitos do diário da dor, os pacientes serão entrevistados antes, durante e ao final do
projeto.
Resultados: Os resultados pretendem mostrar se o uso de um diário de dor é uma forma adequada
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para avaliar a intensidade da dor do paciente em seu ambiente doméstico, a adesão dos pacientes a
completar o diário de dor ajudou-os a lidar melhor com sua dor. Os resultados deverão mostrar,
inclusive, se a ferramenta é útil para o acompanhamento e ajuste de doses, especialmente durante a
titulação de opióides e para melhor identificar episódios de dor incidental e preveni-los. Apesar da
população do estudo ser pacientes com câncer, é possível que tal instrumento possa ser validado
para outros tipos de dor crônica.
Conclusão: Trata-se de um instrumento especialmente criado com observações criteriosas em
relação à facilidade de seu preenchimento pelo paciente, inclusive paciente idoso ou pelo seu
cuidador de forma simples e direta, através da marcação de uma nota de 0-10, durante a manhã,
tarde e noite, com espaço diário reservado às anotações de fatores que possam influenciar o nível de
dor, assim como a presença de constipação intestinal ou outras situações clínicas importantes que
possam ou não traduzir efeitos colaterais das drogas utilizadas e ainda o registro do uso de doses de
resgate e dores incidentais ou episódicas. Os resultados deverão mostrar se o uso de um diário de
dor é também útil ao médico para o acompanhamento e ajuste de doses, especialmente durante a
titulação de opióides uma vez que a disposição gráfica facilita a leitura imediata de melhora ou
piora da dor de forma precisa, não dependendo da memória do paciente, cujas lembranças podem
estar alteradas por várias razões, físicas ou emocionais, dependendo neste caso, de aspectos
socioambientais, espirituais e psicológicos. Pretende-se também, observar se, uma vez que a
avaliação é mais precisa e o ajuste de doses puder acompanhar tal precisão, haverá menos
necessidade de troca precoce da terapêutica analgésica, permitindo ainda, melhor identificar
episódios de dor incidental e preveni-los.
Educação em Cuidados Paliativos na rede municipal de saúde de Campinas (SP)
Autores: Cecilia de Lourdes Eugênio Bernardo; Suzel Frem Bougerie; Manuela Nassan
Instituições: Lo Tedhal e Hospital Municipal Dr. Mário Gatti
Introdução: Cuidado paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus
familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do
sofrimento. A prática adequada dos Cuidados Paliativos preconiza a atenção individualizada ao
doente e à sua família, a busca de excelência no controle de todos os sintomas e a prevenção do
sofrimento. A construção de uma boa política de Cuidados Paliativos depende de três pilares:
decisão, política de medicamentos e educação. A região metropolitana de Campinas tem uma
população de 2,6 milhões de habitantes, sendo que 9,7% de idosos e as neoplasias representam
19,76% das causas de óbitos. Valorizando estes dados epidemiológicos, o objetivo deste estudo foi
criar um projeto de educação em Cuidados Paliativos para profissionais da saúde da rede municipal
com o intuito de instrumentalizar estes profissionais para o estabelecimento de metas para um
suporte básico de atendimento das necessidades dos pacientes e seus familiares diante de doenças
com poucas chances de cura e, também, diminuir a demanda destes pacientes em pronto-socorros
onde é sabido que a resolutilidade em Cuidados Paliativos é baixa.
Material e métodos: O programa educativo está sendo oferecido para profissionais da saúde da
rede municipal de Campinas há dois anos, de várias categorias profissionais, entre elas, médicos,
enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, dentistas, técnicos de enfermagem,
auxiliares de enfermagem, terapeuta ocupacional e auxiliares administrativos. O conteúdo
programático conta com seis módulos, com duração de 3 meses, sendo 3 horas quinzenais, com
capacidade de 40 vagas, com carga horária total de 18 horas. São ministradas aulas expositivas,
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discussão de casos, dinâmicas de grupos e apresentação de filmes por profissionais com formação
em Cuidados Paliativos.
Resultados: Dois cursos foram oferecidos até o momento, com um total de 41 participantes, sendo
6 médicos, 12 enfermeiros, 3 técnicos de enfermagem, 4 auxiliares de enfermagem, 1 terapeuta
ocupacional, 1 assistente social, 9 auxiliares de enfermagem, 2 assistentes administrativos, 2
psicólogas e 3 nutricionistas. A média de frequência foi de 95%. Avaliação do curso foi feita pelos
participantes com 100% de retorno e contou com 100% de aprovação e comentários incentivadores.
.
Conclusão: Concluímos que há uma grande necessidade de educação em Cuidados Paliativos
baseado no interesse significativo manifestado por estes profissionais de saúde da rede municipal de
Campinas e que este interesse deve ser aproveitado para dar uma sustentabilidade à esta
especialidade emergente e transformá-la em aprimoramento da prática profissional em Cuidados
Paliativos; concluímos também que estes profissionais treinados podem ser multiplicadores de
conhecimento em Cuidados Paliativos e podem se tornar uma referência na área de abrangência do
município de Campinas para um suporte no atendimento e orientação de cuidadores e para a família
destes pacientes. Por último, como uma meta em médio prazo, com um número cada vez maior de
profissionais treinados, pode-se esperar uma diminuição da demanda de pacientes na fase de
Cuidados Paliativos em pronto-socorros da região, onde, é conhecido, que a resolutilidade no
atendimento é baixa.
Estudo comparativo por grupo etário de pacientes em Cuidados Paliativos
atendidos em um hospital universitário
Autores: Munir Murad Junior; Diana Carvalho Ferreira; Laila Carine Ferreira Lodi
Junqueira; Raissa Silva Souza; Fabiano Moraes Pereira; Jordana Carvalhais Barroso
Instituição: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Introdução: Os pacientes em Cuidados Paliativos (CP) são em sua maioria portadores de doenças
oncológicas. Apesar disto, diferenças etárias podem determinar condições que devem ser
reconhecidas para o atendimento adequado destes pacientes.
Material e métodos: Objetivos: Descrever as características dos pacientes em CP por grupos
etários. Métodos: Estudo comparativo, a partir do banco de dados de pacientes atendidos no hospital
pela equipe de CP de Outubro/2009 a Abril/2010, entre 03 grupos etários: menor que 60 anos (não
idosos), maior ou igual a 60 anos (idosos) e maior ou igual a 80 anos (muito idosos).
Resultados: Foram avaliados 149 pacientes no período de 07 meses, com idades de 16 a 95 anos. A
distribuição dos grupos foi de: 73 (49%) não-idosos e 76 (51%) idosos. Os muito idosos foram 16
(10,7%). Motivos de admissão mais frequentes dos não-idosos, idosos e muito idosos foram dor
(45%, 32% e 18%) e dispnéia (17,8 %, 17% e 25%) em cada. Alterações neurológicas não
associadas à alteração do nível de consciência foram relevantes nos idosos e muito idosos (13% e
18%). Delirium foi importante nos muito idosos (12,5%). Doenças oncológicas foram responsáveis
por 90,4% dos atendimentos dos não-idosos, 72,1% dos idosos e 37,5% dos muito idosos. Os sítios
oncológicos primários principais nos não-idosos foram: mama 28,6%, TGI 24,3% e ginecológico
16,6%. Nos idosos: TGI 25,4%, pulmão 23% e mama 10,9%. Nos muito idosos predominou
pulmão (33%). Dentre as afecções não-oncológicas, nos idosos e muito idosos, foram AVC (47% e
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40%) e demências (28,6% e 30%, respectivamente) as principais. PPS de 10% esteve presente na
admissão em 5,5% dos não-idosos, 25% dos idosos e 37,5% dos muito idosos. PPS menor ou igual
a 30% incidiu em 17%, 52% e 62% e PPS menor ou igual a 60%, em 78,1%, 85% e 93,7%.
Conclusão: O perfil das condições que definiram o mau prognóstico foi diferente nos distintos
grupos etários. As doenças oncológicas predominaram nos grupos etários menores, e formam uma
parcela menor nos muito idosos, onde condições não-oncológicas foram maioria (principalmente
demências e seqüelas de AVC). Ainda assim, nos mais idosos, a proporção de doenças oncológicas
foi maior que um terço, o que deve refletir o perfil do hospital. Os muito idosos apresentaram-se
com pior PPS à admissão; mais de 90% com comprometimento para AVD´s básicas e 62% restritos
ao leito, demonstrando sua fragilidade.
Fadiga em idosos portadores de neoplasia em ambulatório de Cuidados
Paliativos
Autores: Fábio César Gravina Olivieri; Toshio Chiba
Instituição: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HC/FMUSP)
Introdução: Fadiga é uma queixa subjetiva, presente em diversas situações médicas. De acordo
com a National Comprehensive Cancer Network, a denominação Fadiga Relacionada ao Câncer
refere-se a uma sensação subjetiva e persistente de esgotamento emocional e cognitivo relacionado
ao câncer ou seu tratamento, desproporcional às atividades recentes e que interfere nas funções
habituais. A fisiopatologia do sintoma é multifatorial: inclui anormalidades metabólicas
relacionadas à demanda energética crescente, menor disponibilidade de substratos metabólicos e
produção de substâncias que alteram o funcionamento normal dos músculos. Estudos com pacientes
oncológicos colocam a fadiga como sintoma de alta prevalência e impacto sobre a vida diária.
Dados brasileiros ainda são escassos. Essa pesquisa avalia aspectos relacionados à fadiga em um
subgrupo de pacientes oncológicos..
Material e métodos: Os dados foram coletados entre setembro de 2008 e abril de 2009, com
pacientes oncológicos, de idade maior que 60 anos, acompanhados no Ambulatório de Cuidados
Paliativos do Hospital das Clínicas da FMUSP. No total, 25 pacientes foram entrevistados quanto a
características de sua fadiga, utilizando-se questionário estruturado para avaliação do sintoma o
Inventário Breve Sobre Fadiga. Este questionário, elaborado e traduzido para o português pelo
Centro de Estudos Oncológicos do M. D. Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas
(EUA), avalia a gravidade do sintoma e seu impacto no funcionamento diário. Os dados foram
comparados com informações obtidas de prontuário quanto ao tipo de neoplasia, tratamento
submetido, estado funcional, exames laboratoriais, medicações em uso e outros sintomas
apresentados - avaliados por meio da Escala de Sintomas de Edmonton (ESAS). Esta escala visualanalógica gradua entre zero e dez pontos os seguintes sintomas: dor, cansaço, náuseas, depressão,
ansiedade, sonolência, inapetência, mal estar e falta de ar. Na avaliação do estado funcional, foi
utilizada a escala Karnofsky Performance Status (KPS), que gradua entre zero e cem pontos o
desempenho do paciente para tarefas ordinárias e suas necessidades de assistência médica. A
relação estatística entre os dados do Inventário Breve Sobre Fadiga com as demais variáveis foi
analisada com base na Correlação de Spearman e o Teste de Correlação.
Resultados: Sensação anormal de fadiga na última semana foi relatada por 56% dos entrevistados.
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A média do sintoma – em escala de 0 a 10 – foi 3,7. Foi o 2º sintoma mais intenso entre 9
pesquisados, precedida do relato de dor. Os níveis de fadiga relatados demonstraram-se impactantes
sobre as atividades em geral (p<0,001), o humor (p<0,001), a capacidade de andar (p=0,002), o
trabalho normal (p=0,001), os relacionamentos (p<0,001) e a alegria de viver (p<0,001). O nível
médio de fadiga nas 24 horas anteriores à avaliação esteve relacionado aos níveis de dor (p=0,019),
náuseas (p=0,023) e mal estar (p=0,001). Observou-se tendências de correlação positiva entre o
nível médio de fadiga nas últimas 24 horas e níveis de sonolência (p=0,088), e de correlação inversa
com o valor na escala de estado funcional de Karnofsky (p=0,078)..
Conclusão: Na presente amostra, fadiga foi sintoma de alta prevalência e de 2ª maior intensidade
entre 9 avaliados. Apresentou impacto significativo sobre todos os aspectos de vida pesquisados. A
associação de fadiga e dor confirma dados de literatura, que sugerem nexo etiológico entre os
sintomas. Os resultados obtidos comprovam ser a fadiga um importante sintoma relacionado ao
câncer.
Núcleo de Cuidados Paliativos: os primeiros 30 meses
Autores: Rosamri Wittmann Vieira; Aline Fantin Cervelin; Maria Henriqueta Luce Kruse;
José Roberto Glodim
Instituição: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS)
Introdução: Cuidado Paliativo é um termo adotado para designar os cuidados prestados ao final da
vida, em pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura de determinada doença. O conceito de
Cuidado Paliativo teve origem com Cicely Saunders, idealizadora do movimento hospice, que
disseminou pelo mundo uma filosofia sobre o cuidar, tendo como elementos fundamentais o
controle efetivo da dor e de outros sintomas que estão presentes nas doenças avançadas, e o cuidado
com as dimensões sociais, espirituais e psicológicas de pacientes e suas famílias (1,2). Este estudo
objetiva descrever os primeiros trinta meses de funcionamento do Núcleo de Cuidados Paliativos do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, implantado em novembro de 2007, visando atender pacientes
oncológicos adultos fora de possibilidades terapêuticas de cura e seus familiares (3).
Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva (4) com abordagem quantitativa. Está
inserida no Projeto de Desenvolvimento do Núcleo de Cuidados Paliativos previamente submetido
ao Comitê de Ética em Pesquisa da instituição para avaliação dos aspectos éticos. Este projeto de
pesquisa contempla as exigências regulatórias da Resolução 196/96 e das demais legislações
nacionais a este respeito. A coleta de dados ocorreu através da consulta nos registros do Núcleo de
Cuidados Paliativos e ao sistema informatizado, onde foi levantado o perfil dos pacientes, nos
primeiros trinta meses de implantação.
Resultados: Neste período internaram 387 pacientes, dos quais 59% foram internados pela equipe
médica de oncologia. Houve maior predomínio de internações masculinas com 52,45%, as mulheres
representaram 47,55% das internações. A idade média dos pacientes masculinos internados foi 61
anos e femininos 56 anos. O tempo médio de dias de permanência no Núcleo de Cuidados
Paliativos foi de 13,88 dias. Os cinco diagnósticos médicos mais freqüentes foram: câncer de mama
com 14,21%, câncer de cólon com 7,24%, câncer de estômago com 6,72%, câncer de esôfago com
5,68% e câncer de pâncreas com 5,43%. A maioria dos pacientes que internaram (57,88%) teve
óbito no Núcleo de Cuidados Paliativos, na primeira internação.
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Conclusão: Pode-se inferir que os pacientes têm sido considerados fora de possibilidades
terapêuticas de cura tardiamente, acredita-se que com a implantação na prática, das alterações
realizadas no código de Ética Médica (5), que entrou em vigor em abril do presente ano, esta
situação será amenizada. A proposta de Cuidados Paliativos pode beneficiar inúmeros pacientes e
seus familiares através do alívio do sofrimento, da promoção da qualidade de vida, porém é
necessário que os pacientes e seus familiares sejam encaminhados precocemente, evitando assim o
prolongamento do sofrimento com exames e tratamentos fúteis.
Percepção de coerção em pacientes internados em Cuidados Paliativos e seus
familiares
Autores: Rosmari Wittmann Vieira; José Roberto Goldim
Instituição: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS)
Introdução: Coerção é “toda relação entre dois ou mais indivíduos na qual intervém um elemento
de autoridade ou de prestígio”. A voluntariedade garante o poder de optar por uma das alternativas
propostas, com base nas informações e compreensão sobre as mesmas, e possibilita escolher no seu
melhor interesse, livre de pressões externas. As pessoas com voluntariedade preservada organizam a
sua vida com base em um conjunto de crenças, valores, interesses, desejos e objetivos. No momento
em que um paciente oncológico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre é diagnosticado como fora
de possibilidades terapêuticas de cura, a equipe médica assistente solicita às enfermeiras do Núcleo
de Cuidados Paliativos contato e avaliação do paciente e seus familiares para posterior transferência
ou não ao Núcleo de Cuidados Paliativos. Um dos critérios para a transferência é o paciente e seu
acompanhante aceitarem a troca de setor. Este estudo tem como objetivo avaliar a percepção de
coerção dos pacientes internados no Núcleo de Cuidados Paliativos e seus familiares, a respeito do
momento da proposta de transferência a este setor.
Material e métodos: Estudo transversal, realizado em pacientes adultos, de ambos os sexos, com
câncer, em estágio avançado, internados em unidade de Cuidados Paliativos e 88 acompanhantes,
no período de 12 meses. Os pacientes e seus familiares, que aceitaram a transferência ao Núcleo de
Cuidados Paliativos, foram convidados a participar do presente estudo. Este estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA. Foi utilizado instrumento para avaliar a percepção de
coerção, medida em uma escala de 0 a 5, adaptado de Gardner. Os dados obtidos foram avaliados
com o uso do sistema SPSS, versão 16. O nível de significância foi de 5%.
Resultados: A percepção de coerção obteve média de 1,81+1,20 nos pacientes e 1,96+1,46 nos
familiares. Esta diferença não foi estatisticamente significativa. No grupo de pacientes, quando
perguntados sobre “Foi minha a idéia de ser transferido para a nova unidade de internação”, a
percepção de coerção foi de 77,33% e quando perguntados sobre “Quem teve a maior influência
para a transferência ao Núcleo de Cuidados Paliativos?”, destacaram que a maior influência foi de
seus familiares 39,3%,, seguida dos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) 35,7% e se
colocaram em 3º lugar com 25,0%. No grupo de familiares quando perguntados “Foi minha a idéia
de transferir o meu familiar para o NCP”, a percepção de coerção foi de 72,37% e quando
perguntados sobre “Quem teve a maior influência para a transferência ao Núcleo de Cuidados
Paliativos?”, obteve os seguintes resultados: pacientes 37,5%, médicos 33,3% e também se
colocaram em 3º lugar com 29,2%. .
Conclusão: A transferência ao Núcleo de Cuidados Paliativos foi uma decisão compartilhada entre
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pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde. A percepção de coerção foi mínima, em uma
situação tão crítica quanto a da indicação de Cuidados Paliativos. Desta forma, foi respeitada a
autonomia, tanto dos pacientes quanto de seus acompanhantes, porém, respeitando e valorizando o
conhecimento e a sugestão dos profissionais de saúde, em especial dos enfermeiros pela sua ativa
participação neste processo. Nos resultados obtidos fica claro que a proposta de transferência ao
Núcleo de Cuidados Paliativos partiu dos profissionais de saúde como uma estratégia de cuidado.
Perfil de pacientes com câncer inseridos em um programa de internação
domiciliar
Autores: Julieta Carriconde Fripp; Luís Augusto Facchini; Suele M. Silva
Instituição: Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI/UFpel) – Pelotas/RS
Introdução: No Brasil, a mortalidade por câncer é elevada, ultrapassada apenas por doenças
cardiovasculares. Os pacientes com diagnóstico de câncer apresentam inúmeras complicações
inerentes à doença e ao tratamento, e muitos recebem o diagnóstico quando já não existe mais a
possibilidade de cura. A escassez de estudos sobre as experiências com Cuidados Paliativos e
internação domiciliar limita o conhecimento sobre as potencialidades desta modalidade na
assistência a pacientes com câncer em nosso país. Tem como objetivo descrever o perfil dos
pacientes internados no Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) para pacientes
oncológicos, do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas.
Material e métodos: Delineamento transversal descritivo com base em um serviço de saúde com
amostra de 213 pacientes com câncer, que internaram por período de três anos no PIDI. Os dados
foram coletados dos prontuários dos pacientes e após inclusão em um banco de dados no programa
EPI-INFO 6.0. A análise dos dados foi realizada no programa estatístico Stata 9.0..
Resultados: Dos 213 pacientes internados no programa no período de estudo, cerca de 56% eram
do sexo masculino, 50% possuíam menos de 59 anos de idade, 86% eram brancos. Com relação à
renda familiar, 44% recebiam até um salário mínimo e 40%, dois salários mínimos. Os locais de
câncer mais encontrados na população estudada foram pulmão, com 18%, intestino, mama, cabeça
e pescoço, com cerca de 10% cada. Quanto ao estadiamento, 60% dos usuários estavam em estadio
IV e 32%, em estadio III. Os principais motivos e sintomas apresentados pelos pacientes no
momento da internação no PIDI foram anorexia (62%), dor (59%), astenia (49%), desidratação
(30%), náuseas e vômitos (30%) e dispnéia (13%). Apenas 15% dos pacientes apresentaram um
motivo de internação, enquanto 34% apresentaram dois e 42%, três ou mais motivos. Quanto aos
cuidados e necessidades gerais realizados aos pacientes no PIDI, 78% estavam recebendo dieta por
via oral e o restante através de sondas e 99% fizeram uso de acesso venoso em algum momento da
internação no PIDI. Cerca de 65% dos pacientes referiram dor e, destes, 90% relataram dor
moderada a intensa. Do total de pacientes cerca de 78% necessitou de analgésicos opióides, sendo
mais utilizados morfina (43%) e codeína (26%). Com relação ao desfecho dos pacientes internados
no PIDI, cerca de 23% receberam alta com melhora clínica, 49% evoluíram para óbito no próprio
domicílio e 28% foram transferidos aos hospitais por apresentarem piora do quadro clinico. Todos
os pacientes que foram transferidos para outros serviços, evoluíram para óbito, 55% morreram em
até sete dias após a transferência, 35% no período de 8 a 30 dias e 10% após 30 dias de
transferência.
Conclusão: O estudo oportuniza a divulgação de estratégias de Cuidados Paliativos em ambiente
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domiciliar para pacientes com câncer, fora de possibilidades de cura, podendo subsidiar o
delineamento e a implantação de políticas públicas não apenas no município do estudo, mas em
outros locais do país. Também poderá ser útil para apoiar a regulamentação da Portaria GM/MS
2529 de 19 de outubro de 2006, que incorpora a internação domiciliar no âmbito SUS.
Programa de religiosidade e espiritualidade da enfermaria de geriatria do
Hospital das Clinicas da FMUSP
Autores: Luis Saporetti; José Antonio Esper Curiati; Ruth Beresin
Instituições: HC-FMUSP e Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein
Introdução: A abordagem das questões espirituais em Cuidados Paliativos é um marcador de bom
cuidado, no entanto, a maioria das equipes não está habituada a lidar com tais assuntos. O
despreparo a respeito da própria religiosidade/espiritualidade, assim como o preconceito e
desconhecimento sobre essa dimensão do ser humano impedem um bom cuidado espiritual no final
da vida. O objetivo desse tema livre é relatar a experiência do programa com residentes e
especializandos de geriatria trabalhando em Cuidados Paliativos. .
Material e métodos: O Programa de Religiosidade e Espiritualidade ocorre durante o transcorrer
do Programa de Cuidados Paliativos da Enfermaria de Geriatria do HC/FMUSP e é composto por
12 a 16 encontros semanais de uma hora. O programa é dividido em três módulos: Religiosidade,
Espiritualidade e Finitude. Entre os premissas do programa estão o respeito a todas as tradições e o
não proselitismo. Os objetivos básicos são aprofundar o conhecimento e a vivência pessoal de
espiritualidade/religiosidade/finitude da equipe, assim como melhorar as possibilidades de atuação
sobre a família e paciente. No primeiro módulo os participantes são reunidos conforme suas crenças
religiosas e apresentam palestras a respeito delas. O objetivo das palestras é responder a três
perguntas: O que caracteriza essa religião? Qual é o entendimento a respeito da morte e do pósmorte? Como podemos ajudar alguém dessa religião? O segundo módulo fala sobre a
espiritualidade como essência presente em todas as religiões e utiliza-se da meditação “Vipasana”
como técnica de transcender o mundo das formas e encontrar o desapego, a aceitação e a tolerância,
comuns a essência de todas as religiões. O terceiro módulo busca através da vivência da “Meditação
da Rosa” trazer a consciência do Sagrado e da Finitude. .
Resultados: O Programa de Religiosidade e Espiritualidade foi realizado nos últimos dois anos e
melhorou a percepção dos residentes e especializandos de geriatria sobre sua própria espiritualidade
e tem facilitado a discussão sobre o tema. Ao contrario das discussões habituais sobre o tema o
programa foca na vivência individual sobre a espiritualidade/religiosidade e através de exercícios
específicos potencializa a própria espiritualidade do participante e instrumentaliza-o para a
abordagem do tema com pacientes em fase final de vida.
Conclusão: O Programa de Religiosidade e Espiritualidade é uma parte integrante da formação em
Cuidados Paliativos dos residentes e especializandos de geriatria do HC/FMUSP e suscita uma
ampla discussão e vivência na área através de um modelo específico de atuação.
Protocolos de avaliação como ferramenta clínica e científica no campo dos
Cuidados Paliativos
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Autores: Marysia Mara Rodrigues do Prado de Carlo; Fernanda Ribeiro Correia
Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto)
Introdução: Instrumentos padronizados de mensuração para construtos subjetivos têm sido cada
vez mais utilizadas no campo dos Cuidados Paliativos, tanto para identificação adequada das
demandas dos pacientes que necessitam desses cuidados, em função da complexidade de situações
vivenciadas, como para avaliações dos serviços. Atualmente, não há ainda um protocolo validado
culturalmente no Brasil que avalie a qualidade de vida desses pacientes, o que dificulta o
oferecimento de cuidados adequados às reais necessidades de pacientes e seus familiares. Neste
sentido, o objetivo desse estudo foi analisar publicações referentes a validações culturais de
instrumentos de avaliação da qualidade de vida (QV) destinados a pacientes em Cuidados Paliativos
e discutir sua utilização no contexto brasileiro.
Material e métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada nos meses de março
e abril de 2010, nas bases eletrônicas LILACS, SCIelo, Pubmed/Medline e IBECS. A coleta de
dados, referente ao período de 2000-2010, foi realizada por meio do cruzamento dos descritores
Hospice Care; Palliative Care; e Terminal Care com o descritor Quality of Life, limitando-se a
busca ao “tipo de publicação” - Validation Studies. Foram identificados 36 artigos publicados, dos
quais 13 compuserem o material final do estudo por preencherem aos critérios de inclusão prédefinidos.
Resultados: Os 13 artigos selecionados foram publicados em diferentes periódicos internacionais,
dos quais 38% foram no Journal of Pain and Symptom Manage e 23% no Palliative Medicine. Os
artigos foram categorizados segundo o tipo de estudo: três referem-se ao desenvolvimento de novos
instrumentos, quatro são estudos para o desenvolvimento de módulos a partir de instrumentos já
existentes e seis são estudos de validação. Os artigos selecionados apresentam nove instrumentos
diferentes, cujo número de questões varia de 5 a 40, com média de 16,2 questões. Todos os
instrumentos analisados são de caráter multidimensional, incluindo, pelo menos, aspectos físicos,
emocionais e sociais; nove consideraram, também, a dimensão da espiritualidade e quatro incluíram
a funcionalidade. Todos os instrumentos foram considerados válidos para mensuração de QV de
pessoas em Cuidados Paliativos.
Conclusão: Considera-se que há grande necessidade de uso de escalas multidimensionais validadas
no contexto da cultura brasileiros, que não sejam extensos e cansativos e que contemplem questões
direcionadas aos aspectos mais significativos para o paciente em Cuidados Paliativos. Avalia-se que
seu uso irá aprimorar tanto a prática clínica como o conhecimento científico na área, na medida em
que possibilitará uma avaliação mais objetiva da qualidade de vida desses pacientes e da efetividade
do cuidado nos serviços brasileiros.
Representações do convívio com o paciente em estado avançado: problemáticas
à educação para paliar
Autores: Kelly Faria Simões; Luis Fernando de Araujo Braz; Debby Bandeira; Liliane Cunha
Instituições: UFRJ e FAMATH
Introdução: Quanto aos Cuidados Paliativos, campo multidisciplinar de recente inserção na
realidade brasileira, que vêm desenvolvendo práticas que possam atender aos aspectos psicossociais
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22
e culturais da população atendida, destaca-se a importância da educação para levantar conceitos e
valores que envolvem a morte e o morrer na comunidade em geral, a fim de disseminar a proposta
dos Cuidados Paliativos e garantir uma boa assistência integral. O objetivo desta pesquisa consiste
em identificar as representações antecipatórias do convívio com o paciente em estado avançado em
um grupo pertencente à comunidade em geral.
Material e métodos: Este estudo foi quali-quantitativo, com a base da Teoria das Representações
Sociais. A amostra teve 60 participantes maiores de 18 anos que responderam a uma simulação
acerca da possibilidade de um ente querido ser diagnosticado em estado avançado. Os dados foram
tratados com a Análise de Conteúdo e com o Teste X2.
Resultados: Os dados coletados apresentaram um alto grau de significância intragrupal com o
destaque em ordem decrescente às categorias Ações para facilitar o bem-estar do paciente; controle
de sentimentos desfavoráveis em relação a situação de terminalidade do paciente; tristeza;
aproveitar a presença do paciente ao máximo possível. Estas respostas se mostram bastante
reveladoras quanto às Representações Antecipatórias do Convívio com o paciente em estado
avançado. Percebe-se, na amostra, um esforço de buscar facilitar o bem-estar do paciente
conjuntamente a utilização das oportunidades ainda existentes de aproveitar o tempo disponível
restante. Por outro lado, os participantes descrevem a tristeza e a tentativa de controle dos
sentimentos desfavoráveis em relação à terminalidade do seu ente querido. Enlutar-se e conviver
aproveitando os momentos parecem paradoxos que se apresentam e que necessitam de manejo e
cuidado. Divulgar a assistência integral realizada pelos Cuidados Paliativos, onde o foco torna-se o
suporte ao paciente e sua família para garantir uma morte tranqüila e digna, onde os seus valores e
crenças serão respeitados, pode ser uma das formas de mudanças nas representações. .
Conclusão: Desenvolver assim, com ações ligadas à Educação para Paliar, transformando
representações e construindo uma consciência coletiva em profissionais de saúde, em pacientes e
familiares, bem como na comunidade geral; da importância dos Cuidados Paliativos e sua potência
na assistência. Atentar para as urgências e complexidades que a situação de terminalidade do
paciente trazem na forma de Representações Antecipatórias é importante, na medida em que uma
parcela da comunidade em geral se encontra em uma posição de possíveis participantes ou usuários
dos Cuidados Paliativos diante das tendências levantadas pela Organização Mundial de Saúde.
“Roda de escuta”: o cuidado integral em construção
Autores: Martha Milward de Andrade; Polyana Loureiro Martins; Maria de Fátima Muniz
Vidal; Maria Cristina Freitas de Castro
Instituição: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Introdução: Este trabalho pretende apresentar e discutir uma prática de grupo no ambulatório de
Cuidados Paliativos em oncologia no Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade
Federal Fluminense, localizado em Niterói (RJ). Partindo da perspectiva da integralidade do
cuidado, visto pelo conjunto dos profissionais de saúde, o objetivo é iniciar a construção de
subsídios para o estabelecimento de um trabalho orientado na direção da transdisciplinaridade.
Neste sentido a pesquisa e a articulação entre os saberes buscam sintonia para a efetividade deste
trabalho.
Material e métodos: Abriu-se espaço pela organização de reuniões sistemáticas onde foi possível a
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reflexão sobre os Cuidados Paliativos incluindo cuidados específicos aos pacientes referentes a cada
saber. No grupo pensado como uma “roda de escuta” há o encontro de parte da equipe de saúde
com os familiares/cuidadores dos pacientes. Estão presentes, como material humano, os
profissionais da área de medicina, enfermagem, psicologia, serviço social e nutrição. Há uma breve
apresentação dos profissionais da equipe e, então, a palavra dos cuidadores que também se
apresentam, toma a cena. Falam do seu vínculo com o paciente, podendo trazer dúvidas, angústias,
medos, sentimentos de impotência, raiva, revolta, esperança, enfim, afetos de toda ordem ao se
cuidar de alguém muito próximo que já está partindo. O grupo está em pleno andamento e em
constante construção entendendo que o objeto da intervenção vai se construindo em nenhum lugar
outro que o próprio processo de trabalho.
Resultados: Além de ser um espaço informacional e servir de dispositivo de inserção para os
cuidadores falarem sobre o cuidar, no grupo houve maior possibilidade de trocas de experiência
entre os mesmos, com a conseqüente quebra de sentidos antes fechados e o desvelamento de tabus.
O rumo das discussões permite que surjam diversas temáticas do cotidiano desses cuidadores.
Através das vivências trazidas é acessado um plano de compartilhamento no qual a singularidade de
cada situação será acolhida e posteriormente encaminhada à sua maneira. Está sendo possível
estreitar os laços interinstitucionais sendo muito produtivo para os envolvidos, tanto para os
cuidadores quanto para os trabalhadores dos Cuidados Paliativos.
Conclusão: A“roda de escuta” no ambulatório de Cuidados Paliativos está acontecendo
paulatinamente no intuito de elaborar atenciosa e profissionalmente o cuidado, visto que é um
campo de atuação relativamente novo e bem desafiador, cujo principal desafio é, sem dúvida, o fato
de se estar num momento de extrema dificuldade por conta da antevisão da morte, já que tais
pacientes se encontram fora dos recursos atuais de cura. Enfatizamos a importância deste grupo,
sendo ele um potente dispositivo para o trabalho clínico, revelando um terreno fértil para avanços
na área da saúde e para formação continuada dos profissionais. Isso vai se consolidando a medida
em que, paralelamente, há o encontro entre os profissionais em reunião de equipe para discutir o
trabalho que vem sendo realizado, aperfeiçoar métodos de trabalho e discutir sobre os casos. Nessa
perspectiva, visa-se a integração entre a atividade de acompanhamento de pacientes, familiares e
integrantes da equipe e a busca de formulações operativas de cunho transdisciplinares que possam
contribuir para o enfrentamento dos diversos aspectos críticos existentes em setores em que não
mais se possa vislumbrar ações que acarretem na cura das inúmeras patologias humanas.
Sistematização de condutas da fisioterapia do Instituto Nacional de Câncer para
o controle da fadiga
Autores: Juliana Miranda Dutra de Resende; Silvia Cristina Baldiviesco; Márcia Valéria
Aquino Molinaro; Luiza Pokrajac Veloso; Priscila Stuck; Ernani Mendes
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: A fadiga é o sintoma mais prevalente em pacientes com câncer avançado (70-90%) e
seu adequado controle é determinante para a manutenção da funcionalidade, autonomia e qualidade
de vida dos pacientes, pois tal sintoma leva à redução da performance funcional, isolamento social e
imobilidade. A fisiopatologia abrange fatores derivados da interação tumor-hospedeiro, o
tratamento oncológico outrora instituído, causas reversíveis associadas, comorbidades, outros
sintomas concomitantes, estresse psicológico, alterações metabólicas, alterações na fisiologia e
arquitetura muscular, dentre outros. No Hospital de Câncer IV do Instituto Nacional de Câncer
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(HCIV/INCA) utiliza-se o Edmonton Symptom Assessment Scale (ESAS) para avaliação da
intensidade e a correlação entre os sintomas, a Karnofsky Performance Status (KPS) para a
funcionalidade e o Papscore para avaliação prognóstica. É consenso na literatura que a base do
tratamento não-farmacológico da fadiga inclui: otimização energética, recondicionamento aeróbio e
exercícios funcionais para melhorar a tolerância aos esforços, maximizar a independência funcional
nas AVD´s e viabilizar o convívio social. Este trabalho objetiva descrever a sistematização das
condutas fisioterapêuticas adotadas no HCIV / INCA para o controle da fadiga.
Material e métodos: Foi realizada revisão de literatura com artigos do período de 2000 a 2010, em
inglês, espanhol e português, pesquisados na base de dados PUBMED para a realização desta
sistematização pelos métodos descritos na literatura para pacientes com câncer avançado. As
palavras–chaves utilizadas foram: fadiga, câncer avançado, Cuidados Paliativos. Foram incluídos
apenas estudos relacionados à fadiga no câncer avançado. A sistematização foi subdividida pelo
KPS e intensidade da fadiga referida pelo ESAS.
Resultados: A partir da avaliação fisioterapêutica, da severidade e correlação com outros sintomas
(dado pelo ESAS) e da escala de funcionalidade (KPS) foi estabelecido, em linhas gerais, que em
pacientes com KPS 10 - 20% não há indicação de abordagem; KPS 30% avaliar condições clínicas
e prognóstico, assim iniciar transferências de postura, relaxamento e alongamentos, além e
exercícios respiratórios, otimizando a oxigenação tecidual; KPS >40% iniciar treino de marcha,
otimização energética, avaliar necessidade de órteses, exercícios isotônicos e isométricos. Para
pacientes com KPS>50%, deve-se iniciar programa de recondicionamento físico respeitando os
limites impostos pela doença, com adequada monitorização destes pacientes, orientando também os
cuidados nas atividades de vida diária (AVD´s). Com relação à severidade do sintoma
(sistematização aplicada em pacientes ambulatoriais), na fadiga leve (ESAS 1 a 4) os pacientes se
beneficiam de exercícios aeróbios; na fadiga moderada (ESAS 5 a 7) devem ser enfatizados
exercícios controlados e otimização energética e para os pacientes com fadiga severa (ESAS 8 a 10)
a prescrição de exercícios deve ser cautelosa e bem avaliada quanto a critérios prognósticos e
condições clínicas.
Conclusão: Pacientes com câncer avançado frequentemente apresentam a fadiga como o sintoma
mais prevalente. O tratamento não-farmacológico é a base para o manejo destes pacientes, sendo de
competência da fisioterapia grande parte do sucesso no controle desse sintoma. Entretanto, novas
pesquisas em pacientes em Cuidados Paliativos são necessárias para o refinamento e maior precisão
de informações para melhor estratificação da sistematização apresentada.
Suporte pós-óbito à família: um espaço para o luto na assistência domiciliar em
Cuidados Paliativos
Autora: Silvana Maria Aquino da Silva
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: O paciente com câncer avançado acompanhado pela assistência domiciliar depende de
uma rede familiar que se sinta capaz de receber orientações e atender às expectativas de uma
parceria que permita a manutenção do paciente em seu espaço doméstico; espaço este que se
desorganiza após o óbito do paciente. O apoio no luto é um dos princípios norteadores da prática do
profissional de saúde em Cuidados Paliativos. Os objetivos do suporte à família são: oferecer
continência para o luto vivenciado possibilitando a expressão dos sentimentos pertinentes a este
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momento; facilitar o processo de elaboração da perda; minimizar o impacto da descontinuidade do
cuidado em função do vínculo estabelecido com a equipe de saúde; identificar a necessidade de
suporte psicológico especializado para trabalhar situações inacabadas ligadas à morte que possam
impedir a vivência de um luto normal.
Material e métodos: Após o óbito, o contato é realizado com o familiar por telefone, depois de
passados 15 dias do falecimento, com o objetivo de investigar possíveis demandas relacionadas à
perda e identificar o desejo da família em receber uma visita da psicologia. Uma abordagem inicial
já é realizada neste primeiro contato e, caso a família concorde, é feito o agendamento da visita 30
dias após a morte. Depois de realizada a visita, avalia-se a intensidade das reações à perda e qual o
impacto que as mesmas estão causando no cotidiano familiar, o que poderá apontar para a
necessidade de continuidade de acompanhamento psicológico. Os casos identificados são
encaminhados para rede de saúde mental disponível.
Resultados: Os atendimentos foram realizados entre os meses de fevereiro e julho de 2010. Ao
todo, foram feitos 21 atendimentos por contato telefônico, dos quais 11 avançaram para a visita
domiciliar. Este resultado demonstra que houve receptividade em 50% dos casos para que a visita
fosse realizada. Nos casos em que a abordagem ficou restrita ao contato telefônico, mais de 50%
referiu-se ao fato de o cuidador estar impossibilitado de receber a visita por motivos de trabalho.
Em 100% dos atendimentos, o relato dos cuidadores indicava a satisfação pelo contato, por se
sentirem reconhecidos como unidade de cuidado. Os sentimentos mais comumente descritos pelos
familiares foram: sensação de dever cumprido, alívio pela possibilidade de fechar situações
inacabadas durante o período em que o cuidado foi realizado, necessidade de ressignificar a vida e
buscar um sentido para o sofrimento, expressar gratidão pelo suporte oferecido pela equipe ao longo
do acompanhamento. Alguns familiares referiram angústia e culpa por acreditarem que não fizeram
o suficiente pelo paciente. Nestes casos, foi realizado um atendimento subsequente com a proposta
de encaminhamento para acompanhamento psicológico.
Conclusão: Concluiu-se que, neste período, o vínculo estabelecido entre equipe de saúde e
cuidadores familiares constituiu uma importante ferramenta para o fortalecimento da família na
difícil tarefa de acompanhar o sofrimento de seu paciente, vivenciando com ele a dor, a impotência,
a necessidade de reorganização dos papéis e a espera angustiante frente à perspectiva de finitude. A
intervenção no período após o óbito facilita a mobilização de recursos internos e externos para o
enfrentamento desta fase, cria uma atmosfera que permite o acolhimento da dor da perda, trabalha
gradativamente a ruptura do vínculo entre família e equipe e viabiliza uma prática que se mantém
em consonância com a filosofia dos Cuidados Paliativos.
Terapia ocupacional e Cuidados Paliativos na assistência ao paciente com
sequela neurológica grave
Autores: Marília Bense Othero; Tatiana dos Santos Arini; Maria Tereza Sales Furtado
Instituição: Hospital Premier
Introdução: Os Cuidados Paliativos vêm se desenvolvendo como referencial para a assistência ao
paciente com doença neurológica de longa duração. A assistência em Terapia Ocupacional junto a
esta população também vem se desenvolvendo, através de práticas específicas para promoção da
qualidade de vida, autonomia e dignidade. O objetivo deste trabalho é apresentar a assistência em
Terapia Ocupacional na área, discutindo-se novas estratégias para assistência ao paciente com
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doença neurológica grave.
Material e métodos: Através da metodologia de relato de experiência, irá apresentar-se a prática
em Terapia Ocupacional desenvolvida em um hospital para pacientes crônicos de longa
permanência em São Paulo. Nesta instituição, são atendidos majoritariamente portadores de
doenças neurológicas graves, em estágio avançado, em equipe interdisciplinar. Os atendimentos em
Terapia Ocupacional junto aos pacientes são realizados individualmente, no leito, ou em grupo, na
sala de Terapia Ocupacional. Também são realizados atendimentos para apoio e orientação do
familiar/cuidador. A periodicidade destes atendimentos varia entre uma vez até três vezes por
semana, a depender da necessidade específica de cada paciente, família e cuidador.
Resultados: As principais ações desenvolvidas pelos terapeutas ocupacionais junto a esta
população são: estimulação sensorial (toques, aromas, sabores, sons, música), oficinas de
atividades, confecção de órteses e adaptações para posicionamento no leito e em cadeira de rodas,
orientação e apoio aos cuidadores. Observa-se aumento da qualidade, duração e consistência das
respostas aos estímulos; criação de novas possibilidades de comunicação e expressão de
sentimentos; resgate / manutenção da identidade e da história de vida; resgate da memória afetiva;
promoção da interação pautada nas potencialidades e aspectos não relacionados à doença; controle
de sintomas como angústia, ansiedade, dispnéia; construção de um ambiente mais acolhedor, que
respeite as particularidades de cada sujeito; além de promoção de apoio emocional ao cuidador.
Conclusão: A doença e as limitações dela decorrentes trazem muitas rupturas para a vida dos
pacientes e seus familiares. Segundo os Cuidados Paliativos, deve-se prover um sistema de apoio
para que o paciente viva tão ativamente quanto possível até sua morte. Assim, o papel do terapeuta
ocupacional é de fundamental importância, pois ainda que o cotidiano esteja muito limitado, a vida
não pode perder seu sentido até seu final. Manutenção de atividades significativas e promoção do
conforto serão sempre os objetivos principais de sua atuação.
Terapia ocupacional em Cuidados Paliativos: experiência com pacientes
ambulatoriais oncológicos
Autores: Cecilia de Lourdes Eugênio Bernardo; Camila Murinelli; Suzel Frem Bougerie
Instituições: Lo Tedhal e Hospital Municipal Dr. Mário Gatti
Introdução: A iniciativa do estudo surgiu a partir da prática clínica desenvolvida com os pacientes
e seus familiares, durante o processo de adoecimento e finitude, no ambulatório de um serviço de
dor e Cuidados Paliativos, Lo Tedhal, localizado no Hospital Municipal Mario Gatti em Campinas
(SP). Observamos que estes pacientes encontram-se em um processo de grande sofrimento
biopsicossocial e espiritual decorrente do adoecimento e a concretização do término da existência.
O trabalho desenvolvido pelo terapeuta ocupacional inclui intervenção em saúde, em educação e na
esfera social, reunindo tecnologias orientadas para emancipação e autonomia das pessoas que, por
razões ligadas à problemática da doença avançada e da terminalidade, apresentam, temporaria ou
definitivamente, limitações funcionais e/ou dificuldades de inserção e participação na vida social.
Será demonstrada neste trabalho a atuação do terapeuta ocupacional com as ações de prevenção e
tratamento para promover a melhoria do estado de saúde e o máximo nível possível de qualidade de
vida para o paciente e cuidadores; a manutenção da vida ativa do paciente com conforto e
dignidade, no hospital, na residência e nos espaços sociais de trabalho e de lazer, com a
reorganização da estrutura da vida cotidiana.
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Material e métodos: Neste trabalho serão relatadas diversas vivências durante os atendimentos da
terapia ocupacional. Os recursos terapêuticos utilizados foram: atividades e livre expressão, como
técnicas de pintura e costura; técnicas de memória afetiva, como, utilização de fotografias,
documentos, história familiar com o intuito de favorecer a comunicação interpessoal; o alívio
espiritual; a identificação de potenciais e habilidades do paciente que podem transformar o processo
de adoecimento, tornando-o menos angustiante e doloroso e, por fim, a busca da aceitação
compartilhada da terminalidade da vida com o objetivo de prevenir lutos complicados.
Resultados: Através destas técnicas, observamos que os pacientes têm demonstrado uma aderência
na realização das atividades, um restabelecimento da funcionalidade para a melhoria do
desempenho ocupacional e para a adaptação a perdas funcionais; tem relatado um treino de
atividades da vida diária no autocuidado e no ambiente doméstico. Outras ações do terapeuta
incluem a orientação ou prescrição de equipamentos adaptativos como cadeiras de rodas, órteses
para prevenção de deformidades e controle da dor; treino das disfunções cognitivas e perceptivas;
orientação domiciliar de cuidadores formais e informais; orientação para adaptação a um novo
estilo de vida e mudanças de hábitos para facilitação do trabalho e conservação de energia.
Conclusão: Concluímos que no âmbito da terapia ocupacional, as atividades de livre expressão
permitem que o paciente entre em contato com sentimentos que não conseguem ser verbalizados
durante o processo terapêutico. Também, observamos que um suporte biopsicossocial e espiritual
oferecido ao paciente e à família tem favorecido muito as relações familiares e o desfecho de
situações pendentes na dinâmica familiar. Os pacientes têm apresentado uma melhora significativa
nas atividades funcionais, bem como, no resgate da qualidade de vida.. Por último, através das
vivências trabalhadas de uma situação de adoecimento anterior e morte do paciente, observamos
que os familiares têm enfrentado a proximidade da morte de seus entes queridos com menos temor e
angústia.
Unidade do Câncer de Alagoas (UNICA): um modelo de assistência em
Cuidados Paliativos
Autores: Marta Emanuelle Vieira de Oliveira; Juliana de Amorim Matos; Luciana Patrícia
Tavares Benevides de Oliveira; André Luiz Pereira Guimarães;
Instituição: Unidade de Câncer de Alagoas (UNICA)
Introdução: O conceito de Cuidados Paliativos teve origem no movimento hospice, contendo dois
elementos fundamentais que pregavam: o controle efetivo da dor e de outros sintomas decorrentes
dos tratamentos em fase avançada das doenças. Em 2002, a OMS definiu Cuidados Paliativos como
“uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes – e de suas famílias – que
enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado,
através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento
rigoroso dos problemas não só físicos, mas também dos psicossociais e espirituais.” É neste
contexto que surge o trabalho realizado na Unidade do Câncer de Alagoas (UNICA), que presta esta
assistência a pacientes de baixa renda com câncer avançado fora de possibilidade terapêutica e
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo internamento, atendimento ambulatorial e
domiciliar e o Programa de Doação de Opióides.
Material e métodos: Foram avaliados os prontuários de pacientes que foram internados na Unidade
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de Câncer de Alagoas – UNICA, no período de janeiro de 2006 a março de 2010. Não foram
incluídos os pacientes atendidos em home care. Foi utilizado um questionário para obtenção de
informações retrospectivas contidas nos prontuários sobre idade, sexo, localização do tumor,
tratamento realizado, motivo do internamento, uso de opióide, antibiótico, tipo de alimentação, via
de administração de medicamentos, realização de hemotransfusão, data do diagnóstico, da alta ou
do óbito.
Resultados: Foram avaliados um total de 129 pacientes com câncer, em fase terminal, que foram
internados na UNICA no período de janeiro de 2006 a março de 2010 para Cuidados Paliativos
exclusivos. Nesta análise, 73 (56,5%) pacientes eram do sexo feminino e 56 (43,5%) do sexo
masculino. Em relação à localização tumoral destacavam os tumores de cabeça e pescoço: 24
(18,6%) pacientes, seguidos de colo de útero: 21 (16,4%), mama com 14 (10,9%) e pulmão 11
(8,6%). Cerca de 72 (55,8%) pacientes realizaram algum tipo de tratamento e 57 (44,2%), não. O
principal motivo do internamento em 97 (75,3%) pacientes foi dor mal controlada, seguidos da
síndrome de anorexia e caquexia em 16 (12,5%). Para controle álgico era sempre utilizada a escala
de analgésicos, antiinflamatório e opióides, sendo avaliados diariamente e aumentada a dose ou
usando associações de acordo com a necessidade. 111 (86%) fizeram uso de opióides durante o
internamento e 18 (14%) não. Alguns apresentaram infecção sendo necessário o uso de antibióticos.
94 (72,9%) pacientes fizeram uso e 35 (27,1%) não necessitaram. A alimentação foi caracterizada
em 62 (48,1%) pacientes como pastosa, 42 (32,6%) em livre, 16 (12,3%) como dieta zero e 09 (7%)
através do uso de sonda. A principal via de acesso de medicamentos e hidratação em 124 (96,1%)
pacientes foi a endovenosa e 05 (3,9%) via oral. 21 pacientes fizeram algum tipo de hemotransfusão
e 108 não. Em nossa análise, o internamento variou de 1 a 169 dias, podendo o paciente passar
apenas um dia (Day Hospice) e ir para o domicilio, como passar o tempo necessário à sua
recuperação. .
Conclusão: Os Cuidados Paliativos então afirmam a vida e encaram a morte como um processo
normal, não adiam nem prolongam a morte, provém alívio de dor e de outros sintomas, integrando
os cuidados, oferecendo suporte para que os pacientes possam viver o mais ativamente possível,
ajudando a família e cuidadores no processo de luto.
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Pôsteres
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A comunicação como instrumento de intervenção do assistente social em
Cuidados Paliativos
Autores: Amanda Nascimento Lougon de Souza, Ana Raquel de Mello Chaves; Pedro Luís
Fernandes; Teresa Cristina de Souza Oliveira
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: Observa-se que a desigualdade social e a dificuldade de acesso à informação da
população quanto aos seus direitos representam barreiras na garantia de cidadania e para a
construção e fortalecimento das redes sociais. Nesse contexto, a interdisciplinaridade e a
intersetorialidade são elementos que podem contribuir para efetiva comunicação em Cuidados
Paliativos. Este estudo tem por objetivo refletir acerca da intervenção do assistente social junto aos
usuários da unidade de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro,
Brasil de modo a contribuir para o empoderamento da população usuária sobre direitos garantidos
pela legislação vigente no país.
Material e métodos: Utiliza-se para fins deste trabalho à abordagem qualitativa e quantitativa e
como instrumentos análise documental e observação direta. O estudo documental da instituição tais
como relato de intervenção em grupo de acompanhantes possibilitou a análise dos temas: Cuidados
Paliativos; Plano de Cuidados; Rede Social e Familiar. Já a observação foi realizada através de um
roteiro que possibilita a sinalização de pontos principais discutidos na abordagem de grupo de
acompanhantes de pacientes internados. A abordagem qualitativa deste estudo enfatiza a
importância da observação, escuta e diálogo no favorecimento do vínculo entre a população usuária
do serviço e a equipe multidisciplinar.
Resultados: As ações individuais e grupais permitiram a viabilização da comunicação em saúde
que é elemento vital e deve ser realizada de forma continua atrelada ao plano de cuidados,
possibilitando a participação nas decisões acerca dos cuidados em saúde e a troca de informações
que envolvem a relação entre usuários e equipe, incluindo a rede social e de apoio e entre os
próprios profissionais. A partir da intervenção, os sujeitos compreendem com clareza o processo
saúde-doença e as repercussões do câncer avançado e finitude humana. Assim, os usuários
conseguem visualizar formas de enfrentamento, tais como resolução de pendências, benefícios
assistenciais e previdenciários, questões jurídicas e da vida prática.
Conclusão: A intervenção do assistente social no campo dos Cuidados Paliativos torna-se
imprescindível para que se possa concretizar a construção da autonomia e protagonismo dos
sujeitos, além de garantir os princípios de universalidade de acesso e equidade em relação aos
direitos sociais. Tais sujeitos devem ser entendidos na sua totalidade, ou seja, nos aspectos sociais,
culturais, espirituais, além das questões clínicas inerentes ao adoecimento, contribuindo, dessa
forma, a para a melhoria da qualidade de vida.
A Escala de Edmonton como instrumento de avaliação e controle da dor em
Cuidados Paliativos
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Autores: Isabel Cristina de Oliveira Arrieira; Daniela Habekost Cardoso; Mariana Fonseca
Laroque; Julieta Carriconde Fripp; Rosani Manfrin Muniz
Instituição: Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Introdução: O cuidado paliativo tem como objetivo o alívio de sofrimentos físicos, psicossociais e
espirituais, como proposta de promover a qualidade de sobrevida aos pacientes em terminalidade,
junto às suas famílias. Pacientes com câncer que se encontram em estágios avançados necessitam de
uma assistência multiprofissional na busca do controle de sintomas, sobretudo da dor. Cuidados
Paliativos podem ser desenvolvidos no domicílio do paciente, como forma de humanizar e respeitar
a integralidade da pessoa no seu próprio território. O objetivo do estudo foi quantificar os pacientes
oncológicos em tratamento paliativo no Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI/
UFPel), que apresentaram dor como motivo da internação, assim como conhecer a intensidade da
dor apresentada e a analgesia utilizada para o seu controle, no período de um ano.
Material e métodos: Estudo descritivo retrospectivo que analisou os prontuários de 100 pacientes
adultos com câncer assistidos pelo PIDI, em Pelotas/RS, no período de março de 2009 a março de
2010. O presente estudo investigou aspectos relacionados à dor, quando este foi o motivo de
internação dos pacientes, sendo a sua pontuação registrada na Escala de Edmonton (0 = sem dor, 10
= pior dor) 24 horas após a internação no PIDI. Após foram avaliadas as prescrições médicas a fim
de identificar a analgesia prescrita no momento da internação (24 horas antes da aplicação da Escala
de Edmonton). Os dados foram registrados no programa Excel 2007 e analisados por freqüência
simples.
Resultados: De 100 pacientes da amostra encaminhados ao PIDI, 57% apresentaram dor como
motivo da internação, sendo este sintoma superado apenas por astenia que foi encontrada em 86%
dos pacientes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que a dor associada ao câncer nos
casos avançados ocorre em 50 a 70% dos pacientes. E, segundo o Instituto Nacional do Câncer
(INCA) 60 a 90 % dos pacientes com câncer avançado apresentam dor, e em 30% deles a dor varia
de moderada a intensa. Com relação a intensidade de dor, observada na Escala de Edmonton,
verificou-se que 37% apresentaram dor leve (0 a 3), 38,5% dor moderada (4 a 7) e 24,5% dor
intensa (8 a 10). Todos os pacientes estudados faziam uso de analgésicos no momento da avaliação.
Morfina foi o opióide mais utilizado, correspondendo a 65% dos pacientes que apresentaram dor
como motivo de internação. Seguido de codeína, com 23%. Outros analgésicos utilizados (AINE,
paracetamol) corresponderam a 12%. No grupo que referiu dor leve o uso da mofina chegou a 84%,
sugerindo que houve controle deste sintoma já nas primeiras 24 horas de internação no PIDI.
Conclusão: O estudo possibilitou-nos verificar que dos 100 pacientes em Cuidados Paliativos que
fizeram parte da amostra 43% não referiram e 22% manifestaram dor leve 24 horas após a
internação no PIDI, e através destes resultados podemos concluir que houve um adequado controle
da dor. Percebemos que o analgésico mais freqüentemente prescrito em todos os grupos foi a
morfina, sendo esta a medicação que melhor controlou a dor dos pacientes. De acordo com a prática
vivenciada e os dados encontrados no presente estudo, sugerimos que o serviço adote a aplicação da
Escala de Edmonton a todos os pacientes no momento da internação no PIDI, a fim de garantir uma
pontuação antes de iniciar o tratamento analgésico e outras medidas para controle de sintomas. Com
esta medida poderemos quantificar melhor o impacto da aplicação da escala nas mudanças
apresentadas pelos pacientes a partir das intervenções interdisciplinares realizadas pela equipe do
PIDI. Por fim, entendemos que a identificação e o manejo da dor manifestada pelos pacientes com
câncer em Cuidados Paliativos necessitam ser priorizada pela equipe multiprofissional, sendo de
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fundamental relevância para proporcionar conforto e sobrevida digna, possibilitando também a
abordagem dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais em ambiente domiciliar.
A experiência de acadêmicos de enfermagem com pacientes renais crônicos em
Cuidados Paliativos
Autores: Eduardo Araujo Pinto; Bárbara Régia Oliveira de Araujo; Dannyelly Dayane Alves
da Silva; Maria Cristina Soares Figueiredo Trezza
Instituição: Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Introdução: As alterações nos perfis de morbimortalidade levam à emergência das condições
crônicas não-degenerativas, e consequentemente, surgimento de quadros de complicações
sistêmicas, metabólicas, diminuindo a qualidade de vida da população como um todo. A
insuficiência renal crônica pode ser definida como a perda progressiva e geralmente irreversível da
função renal de filtração glomerular. Esse mecanismo de filtração garante o equilíbrio fisiológico a
partir da formação da urina, uma função excretora renal de grande importância. É denominada
doença crônica renal em estágio terminal (DRET) doenças que podem ser ocasionadas por lesões de
diferentes estruturas renais, como as glomerulonefrites, diabetes, hipertensão arterial e repetidas
infecções urinárias, algumas doenças levam anos ou décadas para que seu dano se torne aparente, e
quando mais estas progridem, se agravam, maiores dos danos irreversíveis, determinando a
DRET(PENDSE; SINGH; ZAWADA, 2008). Pessoas em situação de comprometimento
concomitante de outro sistema de órgãos vitais, ou em processo maligno podem ser afastadas das
modalidades de tratamento pelo risco mais elevado de apresentarem complicações relacionadas.
Estas podem vir a dificultar o tratamento, sem corrigir completamente ou nenhuma sobrecarga
hídrica associada, sendo inútil. Esta inutilidade é um princípio ético no qual pode-se tomar a
decisão razoável de não iniciar a diálise. Neste caso, o direcionamento para dinâmica de Cuidados
Paliativos, associados ou não à diálise por completo, faz-se necessário para que seja garantida à
pessoa uma morte digna.
Material e métodos: Trata-se de um relato de experiência que se realizou a partir da vivência em
estágio não-obrigatório da graduação em enfermagem, tomando como cenário o Centro de
Nefrologia de Maceió, serviço especializado em nefrologia localizado na capital de Alagoas que
oferece serviços de hemodiálise diária curta e diálise peritoneal, além de serviço de internação.
Resultados: Ao fim do primeiro dia de estágio reflexões já haviam sido feitas em relação ao
paciente submetido à rotina da diálise, a freqüência de comparecimento ao centro garante a
formação de um grande vínculo paciente-paciente/profissional-paciente, de forma que a realidade
de cada pessoa começa a fazer parte da realidade de todos. A diálise gera mitos que ao fim da vida
do paciente renal crônico, encontram eco e geram, em grande parte destas pessoas, a recusa à
continuidade do tratamento. Porém outros, por incentivo da própria família, encontram nas sessões
e nas visitas ao ambiente de diálise um apoio gerado pelo contato com pessoas em situação
semelhante. Do total de oito pacientes que aceitaram Cuidados Paliativos apenas um optou por
receber tais cuidados em domicílio, expressando-se quanto ao desejo de suspensão das sessões
dialíticas e apresentando tempo de melhor vida diminuído em relação aos demais. Todos os casos
acompanhados no centro apresentaram episódios de recusa à medicações, procedimentos e
interrupções de sessões. Porém, acima destes episódios ficam lições de vida de cada um, mesmo
perante a morte, que através dos Cuidados Paliativos tornou-se mais digna.
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Conclusão: O contato com a nefrologia fez-se importante não só para nossa construção pessoal,
mas para o nosso exercício profissional e social. Nesta modalidade de cuidado aprendemos a lidar
com a clínica sob a ótica da promoção de uma morte digna, percebendo que o cuidado de
enfermagem, além do aspecto biológico e de vida, perpassa todas as dimensões do ser.
A Fisioterapia nos Cuidados Paliativos após fratura patológica por câncer de
mama: relato de caso
Autores: Juliana Miranda Dutra de Resende; Fabrine Souza de Albuquerque
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: Os Cuidados Paliativos oncológicos visam ao adequado controle de sintomas e
promoção da qualidade de vida em pacientes cuja doença não tem mais possibilidade curativa. O
câncer de mama é o mais freqüente entre as mulheres e as metástases ósseas comuns durante sua
evolução. Estima-se que 80% de todos os casos de metástases ósseas sejam provenientes de tumores
de mama. As lesões metastáticas abalam a integridade do osso gerando um aumento do risco de
eventos esqueléticos, tais como fraturas patológicas, hipercalcemia, dor de difícil controle e
síndrome de compressão medular, estando relacionados à queda na qualidade de vida, gerando
dependência e redução da funcionalidade. O objetivo do estudo é descrever a abordagem da
fisioterapia para o manejo dos pacientes com doença óssea metastática por câncer de mama e suas
complicações através do relato de caso de uma paciente em Cuidados Paliativos no Instituto
Nacional do Câncer (INCA).
Material e métodos: Os dados foram coletados em prontuário médico no período de maio a junho
de 2010. Quanto aos aspectos éticos, a paciente assinou um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido de acordo com a resolução 196/96. Trata-se de um relato de caso de uma mulher, 39
anos, matriculada no Hospital de Câncer IV / INCA em maio de 2010 com câncer de mama
metastático para ossos, dentre eles: coluna cervical e toraco – lombar (determinando síndrome de
compressão radicular em L4), úmero direito e fêmur esquerdo. Interna em 25 de maio de 2010 por
dor de difícil controle, ESAS=10 (avaliada pelo Edmonton Symptom Assessment Scale) em fêmur
esquerdo e úmero direito de caráter incidental e com KPS (Karnofsky Performance Status) de 30%.
Foi confirmada fratura impactada em colo de fêmur esquerdo e lesão lítica no 1/3 superior do úmero
direito levando à restrição no leito (KPS 30%). Após colocação de Sarmiento para o membro
superior e calha anti - rotatória pela fisioterapia, a paciente foi submetida à dose única de
radioterapia antiálgica em fêmur e pamidronato para minimizar a reabsorção óssea e a possibilidade
de novos eventos esqueléticos. Condutas fisioterapêuticas analgésicas como a eletroestimulação
nervosa transcutânea (TENS) e crioterapia foram instituídas, bem como estabilização segmentar,
reeducação funcional e posterior encaminhamento ao Day Care no interior da unidade.
Resultados: Na alta hospitalar, a paciente já permanecia em cadeira de rodas, postura adquirida em
curto espaço de tempo (12 dias) sem dor, fazendo uso de colete tipo Putti alto (estabilização toracolombar), colar Philadelphia (estabilização cervical), órtese tipo Sarmiento para o membro superior
direito (prevenção de fratura), calha anti-rotatória, bem como orientações específicas para o manejo
da paciente como: exercícios específicos, orientações preventivas de queda, adaptações no
domicílio e manejo com as órteses. Foi encaminhada para assistência domiciliar do HCIV.
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Conclusão: Conclui-se que a abordagem fisioterapêutica foi determinante para o sucesso no
processo de recuperação funcional da paciente. O uso de técnicas analgésicas adjuvantes para o
controle da dor e a estabilização precoce foi primordial para a evolução do processo de recuperação
funcional, melhora da autonomia e qualidade de vida da paciente alcançando o objetivo maior dos
Cuidados Paliativos em um tempo curto de intervenção. Entretanto, vale salientar que a intervenção
precoce pela fisioterapia das pacientes com metástases ósseas é primordial para a prevenção de suas
complicações associadas.
A utilização da hipodermóclise em pediatria - um relato de experiência
Autores: Fernanda Vieira de Campos; Regiane Henrique Ferreira Suano; Roberta Cristiane
Pascarelli Alves; Ana Paula Xavier Silveira
Instituição: Hospital Universitário (HU/USP)
Introdução: No contexto dos Cuidados Paliativos, a hipodermóclise é uma técnica cada vez mais
necessária, pois além de permitir a infusão de grandes volumes de solução, contínua ou
intermitentemente, possibilita a administração de analgésicos e outros fármacos no tecido
subcutâneo em pacientes impossibilitados de serem puncionados e receberem a terapêutica prescrita
por falta de condições venosas, com vantagens de ser uma técnica simples, com rápido manuseio e
custo reduzido, além de ser menos dolorosa que as vias endovenosas e intramusculares, por possuir
menos terminações nervosas. O objetivo deste relato de experiência é descrever o uso da
hipodermóclise pela equipe de enfermagem, em um paciente com um ano e meio de idade
submetido a Cuidados Paliativos na Clínica Pediátrica do Hospital Universitário da USP.
Material e métodos: A metodologia adotada foi o relato de experiência embasado em pesquisa
bibliográfica e em prontuário.
Resultados: A criança foi puncionada com cateter sobre agulha nº 24 com angulação 35º, na região
subcutânea da coxa direita, e a fixação foi realizada com película transparente. Infundiu-se somente
solução salina e eletrólitos para hidratação (214 ml em 12 horas) em bomba de infusão contínua e
morfina (0,5 mg, 1mg/ml) em flush lento. A criança permaneceu com hipodermóclise por dois dias.
Na região da inserção do cateter observou-se discreta hiperemia local e edema que não evoluía,
mesmo com a infusão continua. A princípio a equipe ficou ansiosa com a técnica, porém com o
passar das horas observou-se mais tranquilidade naquele procedimento. Nem todos da equipe de
enfermagem conseguiram cuidar da criança enquanto estava com a hipodermóclise, porém a
maioria pode ao menos observá-la.
Conclusão: A experiência positiva do uso da hipodermóclise nesta situação específica reforça o
conceito de que se trata de uma técnica segura, eficaz, que oferece menor risco ao paciente, com
melhor relação custo-benefício comparativamente à terapia intravenosa e aparentemente menos
dolorosa que as punções venosas contínuas, podendo ser usada em casos onde o acesso venoso está
inviável.
A vivência da família no cuidado paliativo domiciliar ao doente com câncer uma revisão integrativa
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Autores: Juliana Stoppa Menezes Rodrigues; Noeli Marchioro Liston Andrade Ferreira
Instituição: Universidade Federal de São Carlos
Introdução: A assistência integral ao doente onco lógico é um desafio, especialmente quando este
se encontra em fases avançadas, necessitando de maior atenção por parte da família. Conhecer
como vivenciam esse cuidado traz esclarecimentos para implantar uma assistência adequada as suas
reais necessidades. Esse panorama justifica o interesse em realizar essa revisão integrativa.
Material e métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, utilizando as etapas: 1)
Questão: “Como a família do doente adulto com câncer vivencia o cuidado domiciliário?”. 2)
Critérios: artigos das bases de dados LILACS, BDENF, SCIELO e MEDLINE/PUBMED, palavraschave família, neoplasia e cuidado domiciliar. 3) Definição das informações relevantes. 4) Análise.
5) Interpretação. 6) Apresentação da revisão.
Resultados: Caracterização das publicações Total de referências encontradas: 83 (17 na LILACS,
10 na BDENF, 03 na SCIELO e 53 na MEDLINE. Exclusão de 36 repetidas, 25 não continham o
texto completo, 4 em idiomas japonês e sueco, 3 que não corresponderam a temática e 3 que não
abrangeram a população adulta, resultando em 12 publicações (6 da LILIACS e 6 da MEDLINE).
Do total de artigos publicados, foram: um em 2000, um em 2003, um em 2004, quatro em 2005,
dois em 2006, dois em 2007 e um em 2008, sendo 50% publicado no Brasil, 41,7% na Europa e
8,3% nos Estados Unidos. Vivência da família quanto ao cuidado domiciliário Nessa análise, 33,3%
dos artigos relatam a busca da família por uma rede social de apoio e as dificuldades em encontrar
auxílio nos sistemas de saúdes; 33,3% se aprofundam quanto as dificuldades de cuidar do doente
com câncer em casa, destacando a falta de informações dos profissionais, dificuldades financeiras e
alterações no cotidiano; 16,7% relatam que a obrigação e o desejo de retribuir são os principais
agentes motivadores; 25,0% discorrem sobre a importância da espiritualidade para entender e
enfrentar o sofrimento, 16,7% enfatizam a experiência da família ao vivenciar o momento do
diagnóstico de neoplasia e a adaptação da vida familiar foi destaque em 25% das publicações,
sugerindo a importância do suporte, da conversa e da orientação para amenizar o sofrimento, ao se
deparar com o diagnóstico de câncer. Por fim, 25,0% enfatizam a vivência da família com a morte e
25,0% destacam à importância dos profissionais estarem atentos à família e reconhecer as suas
necessidades, tanto com relação aos desgastes físicos, como também psicológicos que o cuidar em
domicílio impõe, dentre esses artigos, apenas um coloca a necessidade de oferecer educação à
família e ao doente sobre sua doença e principais cuidados.
Conclusão: Os artigos inclusos na pesquisa possibilitaram a análise da vivência da família no
contexto do cuidado domiciliário, mostrando sua crescente inclusão nas decisões sobre o tratamento
e o cuidado e sua busca pela rede de apoio que está carente de orientações, além de outras inúmeras
dificuldades citadas, principalmente financeiras. A família continua a encarar o câncer como uma
ameaça a vida e gerador de sofrimento, medo, desesperança, angústia, tristeza e insegurança. Os
impactos gerados na família e a importância da espiritualidade para compreender o sofrimento e
enfrentar as angústias foram amplamente apontados. Prover suporte a família é parte fundamental
do cuidado integral oferecido pela equipe de saúde e possibilita a melhoria da qualidade de vida.
Alterações no padrão do sono de pacientes em Cuidados Paliativos
Autores: Rosani Manfrin Muniz; Daniela Habekost Cardoso; Mariana Fonseca Laroque;
Isabel Cristina Arrieira
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Instituição: Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Introdução: O cuidado dispensado aos pacientes em terminalidade tem como objetivo preservar a
qualidade de sobrevida e alívio dos sofrimentos de ordem física, psicossocial e espiritual através do
controle de sintomas. Assim, Cuidados Paliativos torna-se um valioso instrumento para melhorar as
condições de vida do portador de neoplasia e da sua família, podendo ser desenvolvidos no
domicílio. A finalidade é lhes proporcionar um cuidado integral e humanizado (SANTOS et al,
2007). Dessa forma a identificação precoce e controle adequado de sintomas são fundamentais para
alcançar este objetivo. Neste contexto o papel do enfermeiro inclui avaliar a qualidade do sono do
paciente para construção de seu plano de cuidados, identificando fatores que contribuam para o
prejuízo no padrão de sono e bem estar da pessoa em terminalidade. Este estudo teve como objetivo
descrever a ocorrência de alterações no padrão do sono em pacientes oncológicos em Cuidados
Paliativos, bem como alguns fatores que contribuem para o surgimento e agravo destes sintomas,
segundo a literatura.
Material e métodos: Este foi um estudo quantitativo e descritivo, com coleta e análise dos dados
secundários em 100 prontuários de pacientes oncológicos em Cuidados Paliativos assistidos pelo
Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) na cidade de Pelotas-RS, no período e
março de 2009 a março de 2010, tendo como instrumento de avaliação a Escala de Edmonton,
aplicado pelo enfermeiro do serviço. Os sintomas analisados foram insônia e sonolência, e após,
realizado busca de referências para contextualização.
Resultados: Após a aplicação da Escala de Edmonton que verifica, entre outros sintomas, a
ocorrência e intensidade de sonolência e insônia segundo avaliação do paciente, observou-se que
dos 100 sujeitos do estudo, 86% apresentaram alguma alteração no padrão do sono, sendo 28%
sonolência, 23% insônia e 35% os dois sintomas concomitantemente. Conforme Furlani e Ceolim
(2006), o paciente oncológico manifesta profundas alterações no modo de viver habitual, sendo a
qualidade do sono diretamente afetada. Entre os agentes causais relacionados estão o despertar
precoce, pesadelos, manifestações clínicas como dor, dispnéia e perturbações ambientais noturnas.
Para Barichello et al (2009), outro fator identificado está relacionado à sonolência, pois os ditos
“cochilos” diurnos podem contribuir para a má qualidade do sono noturno. Os mesmos autores
entendem que as alterações no padrão do sono são intensificadas de acordo com o avanço do câncer
e a perspectiva da terminalidade.
Conclusão: Vários são os fatores que intensificam as alterações do padrão do sono, assim observase que os sintomas sonolência e insônia ocorrem de forma cíclica, ou seja, um conduz ao outro.
Desse modo o enfermeiro que assiste a este paciente deve propor ações educativas estimulando a
mudança de hábitos que interfiram na qualidade do sono, garantindo o conforto e melhora da
sobrevida do paciente em terminalidade. Entende-se que a avaliação clínica do paciente em
Cuidados Paliativos com ênfase na identificação e controle de sintomas é essencial para a prática de
enfermagem na elaboração de um plano de cuidados adequado e individual, visando a integralidade
e humanização da assistência.
Amparo frente à terminalidade: grupo de apoio a cuidadores de pacientes em
Cuidados Paliativos
Autores: Viviane Rodrigues da Silva, Vanessa Pereira da Silva Weizenmann; Maria P. S.
D´Alessandro; Leonardo Consolim
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Instituição: Sociedade Beneficente São Camilo
Introdução: O NACE iniciou suas atividades no mês de setembro de 2009, fruto de parceria
firmada entre o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e o Recanto São Camilo. São
encaminhados pacientes oncológicos em Cuidados Paliativos exclusivos e que apresentem sintomas
de difícil controle ou dificuldade de manejo em domicílio. Atualmente com 40 leitos, funciona 24 h
por dia e é financiado pelo SUS. Todos os pacientes têm direito a um acompanhante 24 h por dia.
Além disso, amplos horários de visitas são praticados pela instituição. É importante notar que estes
familiares/cuidadores passam por grande estresse emocional, pois além de vivenciar momentos de
perda e sofrimento de seus entes queridos, também convivem com as demais famílias do NACE e
terminam por acompanhar as histórias e os óbitos dos outros pacientes internados. Observando este
quadro a equipe estruturou um grupo de apoio a familiares e cuidadores . Este grupo de apoio tem
como objetivos: Diminuir o nível de ansiedade Aumentar a interação entre os participantes e entre
estes e a equipe. Mostrar que muitos problemas encarados como individuais frequentemente são
compartilhados por outras pessoas. Iniciar o planejamento de vida após o óbito do paciente.
Material e métodos: Desde a inauguração o NACE recebeu 263 pacientes. A grande maioria
permanece neste até o seu falecimento com média de internação de 20 dias. O trabalho é realizado
por equipe multidisciplinar com médicos, enfermeiras, psicóloga, assistente social, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional e capelão. O grupo de apoio foi criado em 22/10/09, com periodicidade
semanal e duração de uma hora. Todos os familiares/cuidadores presentes são convidados a
participar voluntariamente. Inicia-se com a apresentação dos coordenadores, participantes e da
proposta do grupo. O primeiro tema abordado é a importância do cuidado ao cuidador. São
utilizadas dinâmicas, fábulas e músicas como facilitadores para o desenrolar da sessão.
Posteriormente, os familiares/cuidadores são encorajados a compartilhar os seus sentimentos,
dificuldades e apoios encontrados. O grupo acolhe as queixas e angústias apresentadas permitindo a
troca de experiências. Facilita o desenvolvimento de laços e o exercício da solidariedade entre
familiares/cuidadores que passam por situações semelhantes. Diante da realidade apresentada,
conduz-se à reflexão e discussão sobre estratégias de enfrentamento e superação das dificuldades.
Os participantes têm a oportunidade de esclarecer dúvidas e crenças disfuncionais relacionadas à
enfermidade e aos Cuidados Paliativos.
Resultados: Desde o início do projeto foram realizadas cerca de 27 reuniões com média de 8
familiares/cuidadores em cada reunião. Embora não existam dados objetivos para avaliar o impacto,
a prática dos encontros cria uma comunidade harmônica no NACE. Muitas vezes é nítida a
mudança de postura de alguns familiares que passam a apresentar uma maior serenidade e aceitação
frente à terminalidade de seu ente querido.
Conclusão: No NACE, uma unidade de internação de pacientes em Cuidados Paliativos exclusivos,
encontramos uma população de familiares/cuidadores passando por um momento difícil frente a
perda iminente de um ente querido. A existência de um grupo de apoio mostra-se eficaz para a
abordagem das angústias e dificuldades apresentadas, possibilita a diminuição do nível de
ansiedade, permite a construção de laços de apoio entre os participantes e facilita uma mudança de
postura em relação à terminalidade e à continuidade da vida após a perda.
Análise da avaliação, registro e terapêutica da dor oncológica de um hospital
universitário
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Autores: Karla Alexsandra de Albuquerque; Andressa Ferreira Leite Ladislau; Bianca
Carvalho Porfírio da Cruz
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A OMS declarou que a dor oncológica é uma emergência mundial e das cinco milhões
de pessoas que morrem de câncer/ano, quatro milhões morrem com dor não controlada, sendo uma
das mais freqüentes razões de incapacidade e sofrimento. No entanto, o sofrimento causado pela dor
é desnecessário, já que mais de 90% podem ser efetivamente controlados. Além disto, a dor é
classificada como quinto sinal vital devendo ser avaliada e registrada com o mesmo rigor dos outros
sinais vitais e serve como parâmetro durante o processo de acreditação hospitalar. O controle da dor
é uma das medidas mais eficazes de promoção de bem estar e as equipes médica e de enfermagem,
por serem os profissionais que presenciam as queixas de dor, devem aplicar instrumentos d e
mensuração da dor e ter adequado conhecimento do seu manejo, organização de esquemas
terapêuticos e de medidas não farmacológicas para seu alívio. Este estudo propôs analisar a
avaliação, registro e terapêutica da dor oncológica pela equipe médica e de enfermagem em
pacientes com câncer internados em um hospital-escola em Recife.
Material e métodos: Estudo exploratório, descritivo, transversal, quantitativo, realizado entre abril
a junho de 2010. Foram entrevistados todos os pacientes oncológicos das clinicas medica e
cirúrgica (26 pacientes), maiores de 18 anos, com queixa de dor nas últimas 24 horas e que não
foram submetidos a procedimentos cirúrgicos ou dolorosos, avaliando-se também seus prontuários
quanto as evoluções/prescrições medicas e de enfermagem sobre avaliação das características da
dor, manejo e recondução terapêutica, em 02 momentos distintos: na primeira entrevista e no
terceiro dia após. O instrumento de coleta buscava informações sobre identificação do entrevistado,
avaliação das características da dor oncológica, confrontando com os registros sobre características
e tratamentos da dor nas evoluções médicas e de enfermagem. Este estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE, através do protocolo 065/10.
Resultados: A maioria era do sexo feminino (65,4%), de 40 a 79 anos (77%), analfabetos (42,3%),
com câncer de abdome (50%) e apenas 03 (11,6%) possuíam estadiamento da doença. 84,6%
estavam com dor no momento da entrevista, no estando apenas 73,1% e 77% tiveram sua dor
registrada nas evoluções médica e de enfermagem. Todos sabiam localizar sua dor, porém apenas
53,8% das evoluções apresentaram registros de localização da dor. 69,2% referiam dor constante e
57,5% ininterrupta; 76,9% apresentavam dor intensa, entre os números 8 a 10 e 84,6% referiram dor
intensa a insuportável. Não foram encontrados registros sobre frequência, duração ou uso de escalas
de avaliação da dor nas evoluções médica ou de enfermagem. 96,1% receberam prescrições
analgésicas, no entanto em 3,8% não havia qualquer prescrição. 46,2% foram prescritos nãoopióides, a maioria destinada a pacientes com dor intensa. 46,2% não referiram melhora após
medicação. Não se encontrou prescrições/condutas de enfermagem para dor nos pacientes
avaliados.
Conclusão: Na comparação dos registros sobre dor e analgesia com o relato dos doentes observouse grande discrepância: o registro e a avaliação da dor foram precários ou inexistentes, embora
todos pacientes tenham descrito sua dor quanto as suas características. Apesar das evidências do
impacto da dor nos doentes com câncer e da existência de protocolos clínicos que norteiam sua
avaliação, manejo e terapêutica, a dor de pacientes oncológicos encontrou-se subidentificada,
subdocumentada e consequentemente subtratada.
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Análise de óbitos em UTI de pacientes fora de possibilidade de cura
Autores: Marcelo Pereira Anderly
Instituição: Núcleo de Assistência Multiprofissional (CASE)
Introdução: O uso de UTIs tem seu papel nos pacientes fora de possibilidade de cura. Podem ser
adequadamente utilizadas quando haja uma afecção aguda passível de reversão. Nos demais casos,
poderia haver algum grau de distanásia. De qualquer forma, outro elemento a ser levado em conta é
a preferência do paciente e/ou família na s situações limite.
Material e métodos: A partir do levantamento dos prontuários ambulatoriais de 444 óbitos de
pacientes fora de possibilidade de cura no período de 01/06/2008 a 31/05/2009 analisaram-se os
óbitos ocorridos em UTI, as causas de admissão na UTI e em que casos era a UTI era o local
preferido de óbito quando da definição de futuras intenções terapêuticas.
Resultados: Ocorreram 60 óbitos (13,51%) em UTI. Destes 48,3% foi em pacientes oncológicos. A
média de idade para pacientes oncológicos foi de 62,58 anos e de 78,38 para os não oncológicos.
Entre os tumores o diagnóstico mais prevalente foi o de pulmão (31%) e os tumores não sólidos
corresponderam a 10,3%. Dentre os casos não-oncológicos, os quadros demenciais perfizeram
38,7%. A definição de intenções terapêuticas futuras foi feita em 65,5% para os pacientes
oncológicos e 32,2% para os não oncológicos. Somente um paciente oncológico jovem optou pela
UTI como local de óbito quando da definição das intenções futuras. A principal causa de admissão
na UTI foram os quadros respiratórios (18 pacientes - 30%), seguido de rebaixamento de nível de
consciência (7 pacientes). Não se identificou a causa no prontuário ambulatorial em 7 casos e, em
outros 7, o prontuário não foi revisado. Os quadros respiratórios tiveram diversas etiologias, sendo
mais importantes as broncopneumonias e embolia pulmonar, embora outros fossem causados
diretamente por tumores primários ou secundários de pulmão.
Conclusão: Embora o levantamento tenha sido feito a partir dos óbitos, isto não significa que a
indicação de UTI estivesse errada. O limite entre a indicação correta e a distanásia é, por vezes,
tênue. Existe a dificuldade de definição da impossibilidade terapêutica especialmente na população
não oncológica. Os casos analisados tinham uma elevada média de idade, o que poderia ser um
indicador a mais de irreversibilidade do quadro. De qualquer forma, existe uma disparidade
significativa entre o número de pacientes que desejavam morrer em UTI (apenas 1,6%) e aquele em
que isto ocorreu. Os fatores para isto podem ser: (1) necessidade clínica de UTI peremptória; (2)
falha de comunicação (somente cerca de metade dos pacientes tiveram uma comunicação formal do
caráter de irreversibilidade de sua doença e definição de suas intenções terapêuticas futuras); (3)
inexperiência da equipe hospitalar no cuidado destes pacientes, com um controle ineficaz dos
sintomas (incluindo a indicação de sedação paliativa); (4) stress familiar na proximidade da agonia
(diretamente ocorreu em apenas 5% dos casos). Provavelmente haja uma multicausalidade para a
admissão na UTI, mas faz-se necessário uma melhor comunicação, reiterando-a ao longo do
processo de cuidar, e um melhor controle dos sintomas, especialmente os respiratórios, definindo se
existe a indicação de um cuidado mais intensivo - em virtude do status funcional do paciente e sua
patologia de base - naqueles casos de broncopneumonia e embolia pulmonar. Desta forma, se
poderia honrar o desejo do paciente/família sem causar um dano pela má indicação de UTI.
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Análise dos óbitos de pacientes em acompanhamento domiciliar de uma
cooperativa médica
Autores: Maria Aparecida Scottini; Fabiana Lucia Codore; Juliana Teixeira Barreiros; Ibere
do Nascimento
Instituição: Unimed Grande Florianópolis
Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria das pessoas idosas deseja
permanecer morando em seu domicílio e ainda, desejam permanecer até o momento do óbito,
porém, mais de dois terços dos doentes passam seus últimos dias no hospital. Muitas vezes a morte
é vista como um fracasso, algo que deve ser evitado a qualquer custo e tempo. Isso se reflete
também nas ações de saúde, com a futilidade diagnóstica e obstinação terapêutica, gerando custos
desnecessários. Desta forma, os Cuidados Paliativos, através de cuidados intensivos de conforto ao
paciente e família no domicílio, apresenta-se como uma resposta organizada a esta necessidade.
Material e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo descritivo, com a análise de óbitos,
ocorridos no período de novembro de 2009 a maio de 2010, dos clientes monitorados na Atenção
Domiciliar - modalidade Gerenciamento de Casos - caracterizados pela presença de doenças
crônicas e complexas, com alto grau de dependência para as atividades da vida diária, de uma
cooperativa médica.
Resultados: No período ocorreram 22 óbitos, porém 06 foram excluídos da análise por serem
clientes gerenciados por outra cooperativa médica e 02 devido a dados inconsistentes. A análise
revelou que 57,1% dos óbitos ocorreram no domicílio. A prevalência foi do sexo feminino (71,4%),
com média de idade de 89,3 anos (±7), contra 86,7anos (±4) no sexo masculino. A média de tempo
de permanência no programa foi de 11,4 meses para o sexo feminino e de 6,5 meses para o sexo
masculino. A mediana do total gasto na internação hospitalar que evoluiu para o óbito representou
57% do total gasto no último semestre de vida do paciente. Comparando o total gasto no ano do
óbito com o ano anterior, a mediana foi de 545,2% a mais para aqueles que faleceram no domicílio
e de 1080,8% para aqueles que faleceram no hospital.
Conclusão: A análise dos dados revela que houve maior proporção de óbitos em mulheres, fato
esperado devido ao perfil do programa, em que a maior parte dos clientes é do sexo feminino.
Porém, os pacientes do sexo feminino permaneceram mais tempo no programa e faleceram em
idade superior em relação aos do sexo masculino. O tempo de permanência no programa não
apresentou relevância estatística em relação ao local do óbito. Em relação ao custo, a proporção do
gasto realizado no ano do óbito com o ano anterior, para aqueles que faleceram em hospita l, pode
significar a dificuldade dos profissionais de saúde e mesmo de familiares em aceitar o processo
evolutivo da doença. Neste sentido, a família deve ser orientada à participação ativa no plano de
cuidados, porém, ser também objeto do mesmo. Assim, deve existir um compartilhamento de
informações, com esclarecimentos de dúvidas e estabelecimento dos objetivos do cuidado, bem
como o apoio emocional e preparação para o luto. Faz-se necessário também o reconhecimento de
sintomas pelos familiares e pela equipe que presta o cuidado especializado, para que ocorra a
intervenção não apenas baseada em prognóstico, mas em complexidade e necessidades. A OMS
indica que ainda não existem indicadores universalmente padronizados para avaliar a eficácia dos
Cuidados Paliativos. Porém, a porcentagem de doentes que morrem assistidos no domicílio, ou mais
ainda, que tem sua vontade respeitada, seja o local desejado ser o domicílio ou instituições de
saúde, pode ser sugerida como um indicador de qualidade do serviço.
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Aplicação da técnica RIME em pacientes com demência de Alzheimer e em seus
cuidadores
Autores: Ana Catarina Tavares de Araújo Elias; Rodrigo de Paula Daniel Ernesto; Daniela
Regina Molini-Avejona
Instituição: CEUNSP; UNIP; USP
Introdução: A Demência de Alzheimer é caracterizada por deterioração cognitiva, cuja incidência
vem aumentando nos últimos anos, devido a maior sobrevida da população idosa. A doença afeta a
memória e o funcionamento mental causando problemas como incapacidade de raciocinar, de
compreender e falar, e outros problemas, como confusão, mudanças de humor e desorientação no
tempo e espaço. Por ser uma doença crônica e degenerativa que ameaça a continuidade da vida,
requer atenção paliativa. A Intervenção RIME (Relaxamento, Imagens Mentais e Espiritualidade) é
uma intervenção psicoterapêutica breve e complementar que foi desenvolvida para re-significar o
sofrimento de doentes em estado de cura improvável.
Material e métodos: Objetivou-se observar e avaliar se houve melhora na comunicação de cinco
pacientes com Alzheimer e de seus respectivos cuidadores, com a aplicação de 8 sessões de RIME
em cada um desses dez sujeitos, favorecendo uma melhora do bem-estar no cotidiano e na
qualidade de vida desses; estudo longitudinal, através das análises qualitativa e quantitativa, tendo
como instrumentos a entrevista clínica com o cuidador e a aplicação de testes como Índice de
Barthel, fluência verbal, memória da lista de palavras, MEEM e teste de nomeação de Boston para
os doentes, aplicados antes e ao final das 8 sessões de RIME.
Resultados: Na análise qualitativa observou-se que a aplicação da RIME modificou para melhor o
estado emocional dos pacientes com Alzheimer, favorecendo estados de tranqüilidade e maior
serenidade, assim como contribuiu para a amenização dos quadros de estresse encontrados nos
cuidadores. Os doentes passaram a lidar melhor com o processo de morrer, ou seja, apresentaram
melhorias de bem-estar frente ao cotidiano da doença. Os cuidadores conseguiram ampliar o contato
com suas emoções, sentimentos, sua subjetividade, o que favoreceu reflexões para a elaboração de
objetivos de vida para quando deixarem de ser cuidadores. Na análise quantitativa, em relação aos
cuidadores, na anamnese e reanamnese pode-se concluir que 90% responderam não serem
favoráveis ao diagnóstico através do exame direto ao sistema nervoso e 70% consideraram que a
evolução da doença a cada dia estaria pior e também que o doente deveria ser informado sobre o
diagnóstico; 100% dos cuidadores responderam não conseguir manter a paciência no dia-a-dia, e
esse foi o fator que mais os incomodavam. Em relação aos pacientes, após a aplicação da RIME, o
Sujeito 1 teve uma melhora de 3,6% no teste de nomeação de Boston, 22 % no teste de
compreensão auditiva, 29% no teste de identificação d as partes do corpo, 18% na prova de
comandos, 6% no teste de memória verbal e 4% no MEEM; o sujeito 3 teve melhora de 10,8% no
teste de nomeação de Boston, 4% no teste de identificação das partes do corpo, 9% no teste de
comandos e 28% no teste de memória verbal; o sujeito 7 teve melhora de 13% no teste de
identificação das partes do corpo e 7% do MEEM. Embora os cinco pacientes de Alzheimer
estivessem na fase intermediária da doença, não foi possível aplicar a RIME nos sujeitos 5 e 9, haja
vista o foco de atenção destes ser menor do que o dos demais, mas seus cuidadores foram
beneficiados, e isso os ajudou indiretamente.
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Conclusão: Observou-se com a RIME melhorias na comunicação interpessoal e nos aspectos sócioemocionais e espirituais tanto dos cuidadores, como dos doentes, o que sugere contribuições para a
área de Cuidados Paliativos tanto da Fonoaudiologia, como da Psicologia.
Atendimento de interconsulta a pacientes internados em Serviço de Cuidado
Paliativo Oncológico
Autores: Tiago Pugliese Branco; Fabiana Chino; Juliana Ballerini; Toshio Chiba
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Introdução: São crescentes as evidências sugerindo que o atendimento de pacientes com doenças
ameaçadoras de vida por equipe de Cuidados Paliativos (CP) implica em melhor assistência,
controle de sintomas e satisfação de paciente e seus familiares. Idealmente, este cuidado deve ser
oferecido o mais precoce possível, através de equipe multidisciplinar, visando abordagem de todas
as formas de sofrimento, comunicação sobre planos e metas de tratamento e facilitação de transição
para diferentes modalidade s de cuidados. O serviço de CP do ICESP conta com equipe de
interconsulta a pacientes internados por outras clínicas, ambulatório, Hospice e 12 leitos próprios
para internação. Após avaliação da interconsulta, pacientes internados em outras clínicas podem ser
transferidos de cuidados para a equipe de CP ou seguidos em conjunto. O objetivo deste estudo é
descrever as caracterísitcas dos pacientes atendidos pela equipe de interconsulta em CP do ICESP,
suas demandas e condutas tomadas. Além disso, pretende-se comparar a prática exercida com a
preconizada pela literatura.
Material e métodos: Estudo observacional de análise de prontuários de pacientes atendidos em
unidade de internação no mês de maio de 2010 pela equipe de interconsulta em CP do ICESP.
Resultados: Foram atendidos 87 pacientes no mês de maio de 2010, sendo 56% do sexo masculino,
com idade média de 63,4 anos (34-91). O perfil de neoplasias foi diverso, destacando-se: estômago
(13%), pulmão e cólon/reto (10,3% cada), cabeça e pescoço (8,0%), dentre outros. A origem dos
encaminhamentos foi: oncologia clínica (56,2%), pronto-socorro (34,5%), dentre outros. Destes,
18% já estavam em atendimento ambulatorial de CP. Apenas 74,7% dos pacientes apresentavam
descrição de funcionalidade (KPS) em prontuário. Destes, 76,9% apresentaram escore de 40 ou
menos, 18,4% escore de 50 e apenas 3,4% acima deste. A maioria das solicitações foi para
transferência de cuidados (73,7%). Dentre os outros motivos, 11% descreviam acompanhamento
prévio pela equipe de paliativos, 8,8% transferência ao Hospice, 3,3% acompanhamento em
conjunto e 3,3% controle de sintomas. Dentre as condutas citadas, a mais comum foi transferência
de leito (62%), seguida por estabelecimento de comunicação e informações acerca da proposta do
grupo (45,9%), ajuste de medicação (24,1%), abordagem inicial para transferência ao hospice
(21,8%), dentre outras.
Conclusão: A principal limitação do estudo se relaciona ao curto tempo de observação. Contudo,
abrange número de atendimentos que permite exprimir a rotina do serviço. A amostra descrita é
composta por pacientes com alto grau de dependência e, por inferência, neoplasia em estágio
avançado em sua maioria, características esperadas para uma unidade de internação de um hospital
oncológico. Contudo, a elevada porcentagem de pacientes referendados pela primeira vez à Equipe
de CP (82%) caracteriza perfil de encaminhamento tardio. Além disso, a predominância absoluta de
solicitação de transferência de cuidados (73,7%) dentre os motivos de pedido de avaliação
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demonstra uma subutilização da equipe por parte das demais se consideradas as atribuições
descritas em literatura para uma interconsulta de CP. Certamente, a pequena parcela de pedidos de
avaliação para controle de sintomas se relaciona ao fato de existir equipe de Algologia atuante
dentro de hospital. Porém, outras questões relevantes como comunicação de prognóstico, de
transição de cuidados e abordagem multidisciplinar poderiam ser mais bem exploradas.
Atuação de “palhaços-doutores” em Cuidados Paliativos
Autores: Tathiane Barbosa Guimarães; Teresa Cristina Cavalcanti Ferreira de Araújo.
Instituição: Universidade de Brasília
Introdução: “Palhaços-doutores” são performáticos, voluntários ou profissionais, que adotam a arte
do palhaço para atividades recreativas em ambientes hospitalares. No Brasil, é possível destacar a
experiência pioneira do grupo “Doutores da Alegria”, cuja atuação em instituições de saúde
remonta à década de 1990. Cabe explicitar que o palhaço-doutor dramatiza condutas em saúde,
desmitificando e parodiando intervenções técnicas. Tais ações promovem a familiarização de
pacientes e de cuidadores com equipamentos e procedimentos. Ademais, ao facilitar a expressão de
emoções e afetos, a atuação do palhaço-doutor pode propiciar bem-estar físico, psicológico e social
àqueles implicados no atendimento. Em Cuidados Paliativos, é essencial proporcionar qualidade de
vida por meio do alívio de desconfortos e dores e da melhoria das condições físicas, psicossociais e
espirituais. Sendo assim, é importante conhecer melhor a contribuição do palhaço-doutor neste
contexto específico de acompanhamento em saúde. Para tanto, realizou-se um estudo exploratório
acerca da percepção do acompanhante de paciente pediátrico fora de possibilidade terapêutica em
relação à atuação de “palhaços-doutores”.
Material e métodos: A investigação foi previamente aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa e
abrangeu diversas etapas e diferentes segmentos de sujeitos. Especificamente no presente estudo,
participaram duas mães de pacientes pediátricos oncológicos, diagnosticados com osteosarcoma e
recidiva de leucemia linfóide aguda, internados na ala de Onco-Hematologia Pediátrica do Hospital
de Apoio de Brasília, ambos fora de possibilidade terapêutica. A concordância das participantes foi
obtida por meio da leitura e assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A
coleta de dados envolveu a aplicação de um roteiro de entrevista na própria enfermaria, após a
intervenção de dois palhaços-doutores. Ambos realizavam suas atividades conjuntamente, possuíam
o treinamento indicado e tinham mais de três anos de experiência. As entrevistas foram transcritas e
submetidas à análise de conteúdo temática.
Resultados: As mães avaliaram que a atuação do “palhaço-doutor” foi positiva tanto para seus
filhos, quanto para elas mesmas. Segundo estas acompanhantes, a intervenção do palhaço-doutor
ofereceu benefícios, pois constitui estratégia “distrativa” e/ou atividade estimulante. A análise e a
interpretação dos relatos obtidos apontaram que, de um lado, tal atuação é percebida como
atenuante das consequências adversas da experiência hospitalar de um paciente fora de
possibilidade terapêutica; e, de outro lado, como atividade estimulante para o desenvolvimento
humano, apesar das restrições e sofrimentos suscitados pela terminalidade.
Conclusão: Os dados revelaram uma percepção positiva acerca da atuação do palhaço-doutor.
Tendo em vista as necessidades e os desafios da humanização dos Cuidados Paliativos, são
necessários mais estudos sobre o tema. Neste sentido, sugere-se a realização de pesquisas sobre a
percepção de pacientes e profissionais da equipe de saúde.
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Avaliação do agrupamento de sintomas e qualidade de vida de pacientes com
câncer avançado
Autores: Toshio Chiba; Camila Cristofero Yamashita; Andrea Yamaguchi Kurashima; Tania
Vanucci Vaz Guimarães; Juliana Gomes Ballerini
Introdução: Para a equipe de Cuidados Paliativos, o controle dos sintomas é a prioridade no
tratamento. Um paciente com sintomas paliados obtém um aumento na qualidade de vida. Estes
sintomas são frequentemente complexos e sua paliação é o primeiro objetivo a ser alcançado.
Entretanto, a maior parte das pesquisas já descritas refere este manejo de forma isolada, analisando
cada sintoma individualmente. Diferentes sintomas podem ocorrer em combinação ou por
influência e desta forma, podemos entender os mecanismos e melhorar o manejo para controle,
desenvolvendo intervenções direcionadas e melhorando a qualidade de vida destes pacientes. O
estudo de conjunto de sintomas pode ajudar a agilizar tratamentos para mirar vários sintomas
simultaneamente, resultando em maior benefício terapêutico. Este estudo pretende relatar a análise
dos principais sintomas dos pacientes em fase de Cuidados Paliativos.
Material e métodos: Estudo retrospectivo. Dados revisados em prontuários de pacientes atendidos
no ambulatório de Cuidados Paliativos do ICESP, entre janeiro e maio de 2010, onde foi utilizado o
questionário ESAS para avaliação dos sintomas. As variáveis estudadas foram: sexo, idade,
diagnóstico, e os sintomas apresentados. Para avaliar o padrão de agrupamento de sintomas nos
pacientes com câncer avançado foi realizada a análise fatorial confirmatória. A análise fatorial é
fundamentada no pressuposto de que uma série de variáveis observáveis (sintomas) pode ser
explicada por fatores que são combinações lineares das variáveis observáveis. O questionário ESAS
é uma ferramenta de avaliação utilizada com freqüência por equipes de Cuidados Paliativos. Avalia
a gravidade de onze sintomas físicos e psicológicos, são eles: dor, fadiga, náusea, depressão,
ansiedade, sonolência, apetite, sensação de bem-estar, prurido, dispnéia e outro problema.
Resultados: Foram coletados dados referentes a 109 pacientes atendidos no Ambulatório de
Cuidados Paliativos do ICESP. Eram homens 58,7%, e 41,3% mulheres, tinham idade mínima de
28 e máxima de 90, sendo a média de 63. Os cânceres mais prevalentes apresentados foram:
gastrointestinais (55%), cabeça/pescoço (19,3%), e outros (25,7%). Os sintomas foram agrupados
em 3 fatores principais, sendo eles: Fator 1: dor, depressão, ansiedade e mal estar; Fator 2: cansaço,
náusea e inapetência; Fator 3: sonolência e falta de ar. Para os tumores gastrintestinais os principais
agrupamentos foram: cansaço, náusea, inapetência e mal estar, seguidos por: depressão, ansiedade e
sonolência. Para os tumores de cabeça e pescoço, os principais agrupamentos foram: dor, ansiedade,
inapetência e mal estar, seguidos por depressão, falta de ar, cansaço, náusea e sonolência. Dentre os
sintomas avaliados encontramos: dor em (74,3%), cansaço (73,4%), depressão (69,7%), ansiedade e
sonolência (62,4% cada), inapetência (57,9%), mal estar (52,4%), náusea (41,6%) e falta de ar
(37,6%).
Conclusão: O agrupamento pode auxiliar na paliação dos principais sintomas apresentados na fase
paliativa onde podemos focar no tratamento ativo de um deles, atingindo dessa forma a regressão de
todos os sintomas do conjunto. Melhorando os sintomas, aumentamos a qualidade de vida deste
paciente, proporcionando um cuidado humanizado sem se esquecer do paciente com um todo,
respeitando a sua vontade e não interferindo no processo natural de morrer.
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Avaliação do impacto da assistência espiritual e religiosa a pacientes
hospitalizados
Autores: Eleny Vassão de Paula Aitken; Rosana Chami Gentil; Gessini Almeida; Maria
Regina Peluci; Neide Menezes
Instituição: Associação de Capelania Evangélica Hospitalar
Introdução: Espiritualidade pode ser definida como a busca interior de cada pessoa, de todas as
culturas e sociedades, por sentido, propósito e verdade na vida. Em seu aspecto emocional, envolve
sentimentos de esperança, amor, relacionamento com outros, paz interior, conforto e apoio, além de
outro s termos saudáveis e positivos. Ela tem aspectos cognitivos, experienciais e comportamentais.
A religião está fundamentada em escrituras e ensinamentos que descrevem o sentido e o propósito
do mundo, o lugar do indivíduo neste, e as responsabilidades de uma pessoa para com a outra, como
também a natureza da vida após a morte. A busca pelo sagrado é que distingue a religião e a
espiritualidade do humanismo e de outros conceitos psicossociais. Segundo Harold Koënig, os
pacientes que têm suas necessidades espirituais atendidas, relatam significante melhor qualidade de
vida. Ele afirma que, em nove fatores conhecidos como influência na qualidade de vida, o suporte
espiritual é o segundo mais forte. A ACEH – Associação de Capelania Evangélica Hospitalar,
através de suas capelanias locais instituídas nos hospitais, há quase 30 anos, vem oferecendo aos
enfermos das mais diversas crenças, patologias, e níveis de gravidade, atendimento espiritual que
gera o consolo e a esperança através do relacionamento pessoal com Deus, que resulta em qualidade
de vida e também de morte. O objetivo deste trabalho foi de avaliar o impacto da assistência
espiritual e religiosa ao paciente hospitalizado e em atendimento ambulatorial.
Material e métodos: O atendimento foi realizado de janeiro a junho de 2010, por diversas equipes
de capelães das capelanias evangélicas da ACEH, envolvendo pacientes, dentre os quais a grande
maioria estavam internados ou em tratamento ambulatorial. Foi escolhido um pequeno grupo de
pacientes aleatoriamente, em diversos hospitais da cidade de São Paulo, sem levar em conta o credo
religioso, que receberem fichas de avaliação do atendimento espiritual. O atendimento constou de:
ouvir, observar a necessidade espiritual mais emergente, aconselhar respondendo à demanda
levantada pelo paciente e orar por solicitação dele. Os itens das fichas foram: esperança, conforto,
paz, alivio na dor, relacionamento com Deus, e sentido para a vida. Os pacientes podiam assinalar
mais de um item.
Resultados: O total de fichas distribuídas foi de 272, destes 3 não foram respondidas. Das 269
pacientes, 114 eram católicos, 3 espíritas, 102 evangélicos, 21 de outros credos e 29 sem religião. O
que os pacientes mais sentiram, avaliando o impacto emocional e espiritual do conteúdo da
mensagem oferecida, foi de paz (158). Em segundo lugar sentiram conforto (147) e, em terceiro,
esperança (120). É interessante observar que mais de 40% dos pacientes avaliaram o impacto da
assistência espiritual e religiosa como tendo trazido relacionamento com Deus. O sentido para vida
foi apontado por apenas 75 pacientes dos 269 atendidos, o que nos parece que talvez tenha faltado
mais tempo para essa assistência chegar a ter esse impacto, tão importante.
Conclusão: Constatou-se a relevância da assistência espiritual e religiosa aos pacientes, oferecendo
a estes uma assistência de forma integral, fazendo-o refletir sobre o seu próprio preparo espiritual.
A experiência na abordagem deste tema possibilitou também a oportunidade de estudar esta área,
que vem crescendo em interesse e necessidade e carece de mais pesquisas cientificas.
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Avaliação multidimensional em Cuidados Paliativos geriátricos - relato de caso
Autores: Viviane Rodrigues da Silva; Vanessa Pereira da Silva Wizenmann; Maria P. S.
D´Alessandro, Leonardo Consolim
Instituição: Sociedade Beneficente São Camilo
Introdução: Pacientes com doença renal avançada (Cl>8mg/ml ou Cr>8mg/dl), sem indicação de
transplante ou procedimento dialítico são candidatos a Cuidados Paliativos. Entre os idosos, o
acompanhamento em Cuidados Paliativos nessa situação ainda é uma raridade, mas é capaz de
aliviar sintomas, prevenir sofrimento e melhorar a qualidade de vida ao paciente e sua família.
Material e métodos: Relato de caso demonstrando a importância de uma avaliação
multidimensional sistematizada e do acompanhamento interdisciplinar em um caso de insuficiência
renal terminal. O caso é analisado segundo as perspectivas de sofrimento físico, social-familiar,
psíquico e espiritual segundo diagrama a ser apresentado.
Resultados: RELATO DE CASO: Identificação: Senhora de 77 anos encaminhada ao Ambulatório
de Cuidados Paliativos Geriátrico do HC/FMUSP pelo Centro de Referência em Distúrbios
Cognitivos do HC/FMUSP, em 13/06/2008. Demência de Alzheimer Avançada, Mieloma Múltiplo
e Disfunção Renal Grau V. Filha única era sua cuidadora e não desejava realização de diálise ou
medidas de suporte artificial de vida Sofrimento Físico: astenia, recusa alimentar, gemência.
Sofrimento social: conflitos com marido, dificuldades na instituição de longa permanência (ILP).
Sofrimento Psíquico: culpa por não aceitar a diálise, culpa pela institucionalização. Sofrimento
Espiritual: falta de sentido existencial e transcendente para a doença. Sem religião. Atitudes da
Equipe: ajuste de medicações sintomáticas, correção da anemia com transfusão de glóbulos,
adequações dietéticas, psicoterapia breve com foco na culpa e sentido, apoio as decisões de não
dialisar e institucionalização, fornecimento de relatórios médicos com diretrizes avançadas e
orientação na ILP. Durante o acompanhamento, a paciente foi institucionalizada, sendo contratada
uma cuidadora particular para acompanhá-la durante o dia. Houve grande melhora no estresse da
filha, do cuidado da paciente, em sua funcionalidade e comportamento. Apresentou raras
intercorrências clínicas, tratadas no ambulatório e no Hospital Dia. Os relatórios médicos constando
diagnósticos, prognóstico e as decisões de fim de vida foram renovados periodicamente. Paciente
faleceu durante o sono na ILP onde morava em 29/11/2009, conforme decisão da filha.
Conclusão: A adequada abordagem e acompanhamento em Cuidados Paliativos para paciente com
Insuficiência Renal Crônica Terminal, priorizando conforto, controle de sintomas e acolhimento do
paciente e da família deve ser incentivada.
Bioética na terminalidade: uma revisão bibliográfica
Autores: Laiza Marie Boell
Instituição: Universidade Feevale
Introdução: Na atualidade, os profissionais de saúde demonstram estar cada vez mais à procura de
respostas que lhes assegurem a dimensão humana da relação profissional/paciente, principalmente
quando associadas à autonomia, à justiça, à necessidade de respeito e à dignidade da pessoa
humana. A bioética e a terminalidade são assuntos de suma relevância, e a temática está sempre
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presente na área da saúde e na enfermagem. A terminalidade da vida é algo inerente a todo ser
humano, e, na atualidade, a questão do cuidado da vida humana no seu final tornou-se significativa
na sociedade brasileira, na área da saúde e, especialmente, na medicina. Frente a tais reflexões,
buscou-se conhecer e analisar a temática acima proposta, descrita e estudada nos últimos dez anos
através de uma revisão bibliográfica da literatura.
Material e métodos: A pesquisa a ser apresentada, quanto aos objetivos que se propôs, foi uma
revisão bibliográfica de literatura. Como instrumento de pesquisa, utilizaram-se as bases de dados:
BDEnf, LILACS e SCIELO. Os descritores 'ética´, 'bioética', terminalidade' e 'enfermagem´ foram
usados para a busca de artigos. Os critérios de inclusão do material selecionado foram publicações
entre o período de jan/ 2000 a dez/2009, em língua portuguesa, disponíveis gratuitamente, e
abordagem da tem ática proposta. Os 65 artigos selecionados para este revisão foram divididos em 5
categorias temáticas: "reflexões bioéticas", "ortotanásia, distanásia e eutanásia", "enfermagem e
terminalidade", "bioética dos Cuidados Paliativos" e "bioética e profissionais de saúde".
Resultados: Foi observado que a categoria “Reflexões Bioéticas” foi a mais discutida, abordada em
22 artigos, ou seja, 33% do total de obras analisadas. Em seguida, a categoria
“Ortotanásia/Distanásia/Eutanásia” foi discutida em 14 artigos, significando 21% dos textos
encontrados; em 13 artigos (20%) os autores abordaram a categoria “Enfermagem e
Terminalidade”; 16% dos artigos, isto é, 11 obras versaram sobre “Bioética dos Cuidados
Paliativos”; e, por fim, seis artigos, fechando 10% da pesquisa, relacionaram assuntos sobre
“Bioética e Profissionais de Saúde”. Observou-se também que nos últimos cinco anos houve um
maior interesse pela temática, o que é evidenciado diante de 59 publicações nesse período,
abarcando 89% do material analisado. Em 2007, o ano que mais se publicou estudos com o tema, 16
artigos sobre Bioética e Terminalidade foram disponibilizados no Brasil nas referidas bases de
dados, o que significa 24% do total de obras nos últimos dez anos. Nota-se que, nos anos de 2000 e
2002, nenhum estudo relacionado à terminalidade humana foi publicado nas bases de dados que
fazem parte desta revisão.
Conclusão: Fica claro que este estudo não encerra o debate acerca dos assuntos relacionados à
bioética da terminalidade. Foi evidenciada a busca de conhecimento teórico-científico por parte do
profissional de saúde, em especial o enfermeiro, a fim de que se possa ter embasamento
ético/bioético para as ações de enfermagem no processo de terminalidade humana. Também
concluiu-se a carência do debate bioético na formação acadêmica e sugere-se, diante disso, a
inclusão de formas de aproximação dos futuros profissionais de saúde com a bioética da
terminalidade durante a graduação.
Caracterização de pacientes atendidos em ambulatório de dor crônica
Autores: Lucas Spina; Lívia Mendonça Ferreira; Mariana Alvares Penha; Natanale Sutikno
Adiwardana; Núria Puertas; Edison Iglesias de Oliveira Vidal; Rodolfo Franco Puttini;
Fernanda Bono Fukushima
Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP
Introdução: O serviço de Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos (TACP) da Faculdade de
Medicina de Botucatu (FMB) iniciou suas atividades em 1990, sendo, hoje um centro
multidisciplinar de tratamento de dor aguda, de dor crônica e de Cuidados Paliativos. Este trabalho
tem por objetivo caracterizar a população atendida no ambulatório de dor crônica do HC UNESP.
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Material e métodos: Revisão dos prontuários, identificando presença e quantifica ção da dor e
outros sintomas comuns, status funcional e status social dos pacientes acompanhados no
ambulatório de dor crônica da TACP.
Resultados: A idade média dos pacientes foi 57,3 anos, tendo a metade deles entre 45 e 71 anos. O
sexo feminino perfez 64,6% dos pacientes entrevistados. Quanto à escolaridade, aproximadamente
51% dos pacientes não completaram o primeiro grau de ensino, sendo 15,4% analfabetos.
Completaram o primeiro grau 33,8% dos entrevistados e apenas 4,6% possuem ensino superior
completo. 61,5% dos pacientes mantêm união estável e 15,4% estão solteiros. Os encaminhamentos
para tratamento na TACP foram, predominantemente, feitos por ortopedistas (37%),
neurocirurgiões (12,3%), oncologistas (9,2%) e neurologistas (6,15%). O tempo médio de convívio
com a dor foi de 6,3 anos, sendo o máximo de 35 anos. Através da escala analógica visual de 11
pontos, a dor foi avaliada quanto à sua intensidade. Observou-s e intensidade dolorosa média de
4,99 (dor moderada), sendo que 50% dos pacientes referiram score inferior a 5. Para a avaliação do
status funcional, utilizaram-se escalas independentes para as atividades básicas (55 pontos) e
instrumentais (49 pontos) da vida diária. Os pacientes foram avaliados como independentes
funcionalmente, apresentando escore médio de 2,29 para as atividades básicas e 13,89 para as
atividades instrumentais, sendo 81,53% totalmente independentes para as atividades básicas da vida
diária. Outros sintomas prevalentes foram distúrbios do sono (70,8%), constipação intestinal (37%)
e alteração no humor (63,1%). Observou-se, ainda, influência da dor no âmbito social: 38,5% dos
pacientes referiram alteração nas relações sociais; 63,1%, nas atividades sociais; 64,61%, nas
atividades laborais; e 24,61% alegaram problemas financeiros. Para 53,84% dos pacientes, a dor
nada influenciou em seu trabalho. Entretanto, 32,3% dos pacientes apresentam-se afastados das
atividades laborais. Os diagnósticos mais freqüentes foram discopatia lombar (13,84%), dores
neuropáticas (7,7%), síndrome miofascial (7,7%) e fibromialgia (6,15%). Embora apenas 32,3%
dos pacientes possuíssem acesso domiciliar à Internet, 66,15% consideram interessante a produção
de um site da TACP contendo informações aos seus usuários.
Conclusão: A partir dos resultados obtidos, foi possível realizar uma caracterização inicial dos
pacientes da TACP. Os pacientes apresentavam-se, em sua maioria, em idade produtiva. Observouse presença de dor moderada na maior parte dos pacientes, sem, entretanto, influenciar
negativamente nas atividades básicas e instrumentais da vida diária. A dor apresentou impacto
social importante, influenciando negativamente as relações sociais e laborais destes indivíduos.
Com esta caracterização, incrementou-se o conhecimento dos profissionais de saúde e graduandos
sobre os pacientes assistidos, o que possibilita novos projetos visando a abordar de formas mais
efetivas as demandas levantadas. Por fim, a análise dos prontuários continua sendo feita, para obter
uma caracterização mais abrangente.
Caracterização dos pacientes atendidos pela Equipe de Cuidados Paliativos do
Hospital Sírio-Libanês
Autores: Daniel Neves Forte; Valeria Delponte; Fernanda Rizzo di Lione; Daniela Achette;
Vladimir Ribeiro Pinto Pizzo; Erika Moretti Campiteli; Jamile Sallum de Lacerda; Carolina
Fontes Guadagnoli; Ingrid Maria Olsen de Almeida; Isa Maria Mariete Oliveira; Rosana
Soares Bonanho; Rosangela Santos; Daniele Gazeti; Cláudia Kondo; Natalia Lopes; Plínio
Cutait
Instituição: Hospital Sírio-Libanês
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Introdução: A EMCP-HSL atende a pacientes e familiares de pacientes internados no Hospital,
com doenças potencialmente fatais e sintomas de sofrimento de difícil controle, sempre que o
médico responsável pela internação autoriza o acompanhamento. O objetivo deste trabalho é
caracterizar o perfil dos pacientes atendidos.
Material e métodos: Levantamento de banco de dados gerados durante os atendimentos a partir do
preenchimento de um impresso padronizado. Este estudo preliminar levantou os dados dos
pacientes atendidos entre janeiro e junho de 2010.
Resultados: Desde 2008, a EMCP atendeu 276 pacientes e seus respectivos familiares. No período
que abrange esta análise, foram atendidos 76 pacientes. Sessenta pacientes apresentavam o impresso
de atendimento completamente preenchido e foram analisados. Destes, 79% apresentavam doenças
oncológicas, e 56% encontravam-se na ocasião do acionamento da EMCP-HSL em quartos, 32%
em semi-intensiva e 10% em UTI. A equipe foi acionada pelos seguintes motivos (em alguns casos,
mais de um motivo): - 37 Sintomas não controlados - 30 Prognóstico estimado menor que 6 meses 8 Conflitos envolvendo paciente, familiares e/ou equipes - 5 Câncer estadio IV - 2 Admissão na
UTI após 10 dias de internação - 1 Paciente acamado crônico com mais de 2 disfunções orgânicas
agudas Os limites a respeito de tratamentos invasivos ou dolorosos estavam estabelecidos em 33
pacientes (55%), sendo 23 não intubar, 21 não UTI, 28 não RCP e 8 definidos como candidatos a
todas as manobras de reanimação. 26 (43%) pacientes apresentavam estes limites documentados em
prontuário no momento do acionamento da equipe. Durante o atendimento, a EMCP-HSL buscou o
consenso inicialmente entre as equipes de assistência. Eram discutidos, com ênfase no ponto de
vista biológico, quais seriam os benefícios esperados e suas chances estimadas de se concretizarem.
Ao mesmo tempo em que esta discussão era conduzida, a EMCP avaliava com o paciente e sua
família, quais as expectativas e o quê estes consideravam como benefício e objetivo do melhor
tratamento: qualidade versus quantidade de vida, levantando e avaliando as preferências e valores
do paciente e família. Uma vez obtido o consenso entre médicos, pacientes e familiares, a decisão
sobre um eventual limite de tratamentos invasivos era documentada em prontuário. Dos 76
pacientes, 49 faleceram. O óbito ocorreu 56% das vezes nos quartos, 20% na semi-intensiva, 20%
na UTI e 4% fora do HSL. A família estava presente em 78% dos falecimentos.
Conclusão: O atendimento de uma Equipe de Cuidados Paliativos em hospital privado é factível e
pode auxiliar equipes médicas, pacientes e familiares a estabelecerem um consenso sobre o melhor
objetivo do tratamento, levando-se em consideração a qualidade de vida. Atendimentos desta
natureza podem representar um diferencial de humanização e qualidade de atendimento para
pacientes e familiares.
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Autores: Mariana Cristina de Araújo Devai; Ivone Corsi
Instituição: Centro Universitário Adventista de São Paulo
Introdução: Umas das realidades pelas quais as enfermeiras se deparam é que, apesar de nossos
melhores esforços, alguns pacientes morrerão. Embora não possamos alterar esse fato, podemos ter
um efeito significativo e duradouro sobre a maneira pela qual o paciente vive até morrer e a maneira
pela qual a morte acontece (SMELTZER; BARE, 2005). A dor é considerada um dos Diagnósticos
de Enfermagem. Podem, o Auxiliar e Técnico de enfermagem, descrever sinais e sintomas do
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paciente pelo Diagnóstico de Enfermagem, que é uma competência legal do Enfermeiro (NANDA,
2010). A falta de uma abordagem sistematizada da enfermagem no controle da dor predispõe a
lacunas na assistência, quer na fase de identificação da dor, na implantação da terapia analgésica,
como na avaliação da analgesia obtida (FRASCARI; NASCIMENTO; SERIACO, 2008).
Material e métodos: Este trabalho foi elaborado sob perspectiva exploratória descritiva, com
pesquisa de campo por meio de um estudo de abordagem qualitativa. O estudo foi realizado em uma
Unidade de Cuidados Paliativos de um hospital geral de porte extra, localizado no município de São
Paulo. A população amostra foi composta a princípio por 10 funcionários da unidade (enfermeiros,
técnicos e auxiliares). Mas após a feitura de um pré-teste, houve uma resolução metodológica de
acrescentar mais 02. Foram realizadas entrevista por meio de um roteiro para cada funcionário com
questões dissertativas abertas. Foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em 02
vias onde uma ficou com o pesquisador principal e outra com o sujeito da pesquisa. Após a coleta
de dados, foi realizada uma análise de abordagem qualitativa dos mesmos, sob o ponto de vista da
Análise do Discurso cujo pesquisador e o ambiente são as ferramentas principais para tal. Devido à
pequena população/amostra, as informações de caracterização foram totalmente omitidas no
momento da análise dos dados, sendo mantido o sigilo absoluto.
Resultados: O manejo e as condutas com a própria dor, vão influenciar na assistência à mesma do
paciente, otimizando ou não a terapia, podendo ser evidenciado pelos discursos dos funcionários.
Foi notado em relação à conduta que a rotina do serviço propõe na assistência à dor, que todos os
funcionários norteiam, concordam, “protocolam” suas ações ao tomarem as mesmas condutas, o
que faz com que o serviço seja organizado de forma que todos tenham uma assistência uniforme o
que certamente beneficia o paciente otimizando seu tratamento. Na assistência ao paciente com Dor
em Cuidados Paliativos, foi evidenciado, que os funcionários não identificaram todo o significado
de dor que a idealidade-literatura propõe, todos os fatores relacionados e nem todas as
características definidoras na detecção do diagnóstico de enfermagem de dor. À luz da idealidadeteórica, o modo como o funcionário lida com sua própria dor interferirá em grande magnitude na
assistência à mesma no paciente.
Conclusão: Observou-se no que tange a esta pesquisa, a importância de novas capacitações de
educação continuada no tocante ao que necessita ser acrescentado ao serviço de assistência ao
paciente com dor em Cuidados Paliativos. Em qualquer situação: a dor é a que o paciente refere e
descreve. Jamais deve ser confundida com o que o cuidador ou profissional de saúde imagina que
sente (MACIEL, 2004). Não é fácil e nem simples lidar de forma paliativa, mas, necessário para
que o profissional/enfermeiro contribua no sentido de fazer com que os últimos dias desses
pacientes sejam os melhores.
Condutas fonoaudiológicas alimentares estabelecidas para idosos
institucionalizados
Autores: Paula Pelegrini; Débora Cristina Cardoso Santos; Silvia Carneiro Bitar; Maria
Teresa Aparecida Silva Odierna; Miriam Ikeda Ribeiro
Instituição: Residencial Israelita Albert Einstein
Introdução: A alimentação, além da função biológica, também apresenta um caráter social,
religioso e de simbolismo cultural muito importante na nossa sociedade. Por isso, a preocupação
com a perda da capacidade de alimentar-se, vem crescendo nos últimos anos por ser uma
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característica que, com frequência, acompanha o processo de morte (Carvalho RT; Taquemori LY,
2008). Sendo assim, as condutas alimentares estabelecidas pelo fonoaudiólogo devem percorrer um
processo individualizado e deve ser visto como parte de todo um planejamento de cuidados visando
maximizar o conforto durante o processo de morte, respeitando os desejos do paciente e familiar, da
forma mais tranquila, segura e consensual (Taquemori L Y, 2008). O objetivo do presente estudo é
descrever as condutas fonoaudiológicas alimentares estabelecidas para idosos institucionalizados
em Cuidados Paliativos.
Material_e_métodos: Pesquisa descritiva, retrospectiva, com abordagem quantitativa. Foi
realizado o levantamento dos registros do setor de fonoaudiologia dos idosos em Cuidados
Paliativos no período de outubro de 2006 até junho de 2009. Dos 33 idosos em Cuidados Paliativos,
18 (54%) apresentavam indicação da via alternativa e destes, 15 (83%) permaneceram com via oral
para alimentação após a discussão e decisão com médico e familiares dos pacientes. A amostra foi
composta por 15 indivíduos com idade média de 89 anos, 80% do sexo feminino e 20% do
masculino; 87% com diagnóstico de demência e dependentes para alimentação. Os registros
coletados foram referentes às condutas fonoaudiológicas alimentares adotadas com o grupo
estudado: grau de auxílio, posicionamento, utensílio alimentar, adaptação da consistência alimentar,
adaptação das manobras de deglutição e uso de espessante nos líquidos.
Resultados: Foi observado que 93% dos idosos necessitaram de auxílio total durante as refeições,
60% apresentaram necessidade de posicionamento, 27% de adaptação ao utensílio alimentar, 100%
dos idosos necessitaram de adaptação da consistência alimentar, 67% de adaptação das manobras de
deglutição e 80% necessitaram do uso de espessante nos líquidos.
Conclusão: Os idosos em Cuidados Paliativos que permaneceram com a via oral respeitando a
decisão da família e da equipe se beneficiaram da atuação fonoaudiológica durante a alimentação. A
chave de um bom atendimento consiste na capacidade de cada profissional reconhecer o limite de
sua atuação em Cuidados Paliativos melhorando a qualidade dos cuidados básicos, em especial da
alimentação, no processo de finitude de cada idoso institucionalizado.
Constipação intestinal nos pacientes com câncer avançado em Cuidados
Paliativos com uso de opióides
Autores: Karine Pereira; Monica de Oliveira Benarroz; Carlos Henrique Debenedito Silva;
Ana Paula Freitas Quintanilha Cardoso
Instituição: Instituto Nacional de Câncer
Introdução: O câncer é uma doença crônica relacionada ao processo de envelhecimento e ao estilo
de vida da população. Na maioria dos casos é diagnosticada no estádio avançado sendo necessária
uma abordagem terapêutica que não vise a cura, mas a qualidade de vida e o controle dos sintomas,
como proposto nos Cuidados Paliativos. A constipação é um dos sintomas gastrintestinais mais
freqüentes no câncer avançado, podendo atingir 90% dos pacientes em uso regular de opióide,
causando transtornos físicos e psicológicos. Este trabalho tem como objetivo verificar a prevalência
da constipação nos pa cientes com câncer avançado em Cuidados Paliativos em uso regular de
opóide, no momento da admissão na internação hospitalar.
Material e métodos: Estudo transversal e retrospectivo que avaliou 233 prontuários de pacientes na
Unidade de Cuidados Paliativos (HCIV) do Instituto Nacional de Câncer, no período de março a
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maio de 2010. Os critérios de inclusão foram: uso regular de opióide, dieta regular via oral ou
enteral e Karnofsky Performance Status (KPS) maior ou igual a 30%. Os critérios de exclusão
foram: presença de fístula reto-vaginal, fístula anal, suboclusão e obstrução intestinal, e os pacientes
reinternados no período da pesquisa. As variáveis utilizadas foram o uso de laxantes, idade e sexo.
Resultados: Dos 233 prontuários 58,4% (n=136) eram de pacientes femininas e 41,6% (n=97) de
pacientes masculinos. Verificou-se uma prevalência de constipação em 50,6% (n=118) no s
pacientes internados no período do estudo, dos quais 57,1% (n=133) tinham algum tipo de laxante
na prescrição médica. Dos 118 pacientes, 60,2% (n=71) eram do sexo feminino e 39,8% (n=47) do
sexo masculino; 48,3% (n=57) tinham idade entre 20 e 59 anos e 51,7% (n=61) idade maior que 60
anos; 56,4% (n=75) usavam laxante e 36,4% (n=43) tiveram orientação nutricional.
Conclusão: A constipação induzida por uso regular de opióide independe de sexo e faixa etária,
apesar de nossos resultados apontarem um número maior de mulheres constipadas, fato que pode
ser justificado pela amostra ser composta principalmente por esse grupo. O tratamento deve ser
individual e precoce, com prescrição sistemática de laxante, dieta laxativa e hidratação adequada. O
cuidado nutricional é imprescindível para auxiliar no tratamento de um sintoma tão prevalente no
paciente com câncer avançado, amenizando seu sofrimento e proporcionando-lhe bem-estar e
qualidade de vida.
Construindo junto com a família e o seu familiar em fase final de câncer um
ambiente terapêutico
Autores: Beatriz Santana de Souza Lima; Dannyelly Dayane Alves da Silva; Eduardo Araujo
Pinto; Emilly Souza Marques; Maria Cristina Soares Figueiredo Trezza.
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Introdução: Nos dias atuais, apesar de todo avanço da ciência em relação aos procedimentos
realizados para o tratamento das doenças terminais, o câncer ainda é uma patologia que se reveste
de estigmas, estando quase sempre associada a uma sentença de morte (1). Assim, a morte, apesar
de inevitável em algum momento da vida do ser humano, não é uma questão simples de ser
discutida, uma vez que, em nossa cultura, muitas vezes é representada pelo pavor e pela não
aceitação, tanto para os pacientes oncológicos, quanto para aqueles que não têm a doença. E é neste
cenário de diversidade com relação à morte que se encontram os profissionais de enfermagem,
tomando para si a responsabilidade de salvar, curar ou aliviar, ou ainda contribuir na construção de
um ambiente domiciliar tornando-o o mais favorável possível, tanto do ponto da estrutura física,
bem como as construções de relações interpessoais entre os familiares. A família é muito afetada
quando um de seus membros fica doente, é praticamente impossível assistir o indivíduo (doente ou
sadio) de forma completa quando não se considera pelo menos no seu contexto mais próximo, que é
a família a qual ele pertence. Quando consideramos a família também devemos considerar o
ambiente em que essa pessoa vive, entendendo que torna-se necessário a viabilização de ambientes
favoráveis à saúde, e que esta se realiza na confluência de múltiplos fatores, atores e interesses. É
neste contexto que a enfermagem, a partir de seu conhecimento cientifico junto com o ardil da
razão, atua de forma direta, contribuindo com seu conhecimento e sua prática para tornar o
ambiente terapêutico. A partir de atos sutis como abrir a janela para um melhor arejamento, uma
melhor iluminação, virar os pacientes, mudar as camas de lugar e prezar sempre por uma boa
higiene são imprescindíveis para a construção de um ambiente agradável e acolhedor, favorecendo a
um processo de morte o mais humanizado possível.
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Material e métodos: Trata-se de um relato de experiência, que surgiu a partir das visitas
domiciliares realizada no ano de 2007 por acadêmicas de enfermagem do 5º período da
Universidade Federal de Alagoas, participantes do Projeto Cuid(a)ção, um projeto de extensão no
qual as acadêmicas capacitam a família a cuidar de seu familiar em fase final de câncer no
domicilio. Este é um projeto no qual cada acadêmica adota uma família/paciente encaminhada pelo
Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) Prof. Ulpio Miranda do Hospital
Universitário Prof. Alberto Antunes da cidade de Maceió/AL. A primeira visita é sempre feita com
a supervisão da professora orientadora, há uma apresentação da equipe que acompanhará à família
do projeto e o que iremos fazer a partir dali juntos. São realizadas entrevistas, observações,
capacitações e orientações a cerca do cuidado, das medicações, do ambiente em que vive o doente,
entreoutras.
Resultados: Durante as visitas foi observado que as orientações dadas eram seguidas pelas famílias,
pois estas ajudavam no cuidado de seu familiar e com isso havia uma melhora na qualidade de vida
deste familiar. Além disso, o contado com as acadêmicas traz segurança à família para realização do
cuidado no domicilio e maior aceitação da situação de saúde de seu familiar.
Conclusão: A literatura mostra que a existência de ambientes terapêuticos auxilia o processo saúdedoença. A experiência vivenciada mostra que a criação desses ambientes também auxilia o processo
de morte e morrer.
Cuidado espiritual da criança sob Cuidados Paliativos: relato de experiência
Autores: Eleny Vassão de Paula Aitken; Rosana Chami Gentil; Priscila Mauruci Casareggio;
Denis P. Cavalcante; Giselda Tardim.
Instituição: Associação de Capelania Evangélica Hospitalar
Introdução: Espiritualidade e assistência espiritual são temas que ganharam especial importância
na atenção aos pacientes sob Cuidados Paliativos. Pesquisas têm demonstrado que a assistência
espiritual é de extrema importância no processo de enfrentamento e aceitação da morte. A atenção
aos aspectos espirituais em Cuidados Paliativos tem tanta relevância que alguns autores ousam
colocá-la como maior indicador de boa assistência ao paciente no final da vida. Em meio ao
sofrimento, é preciso dar à criança um lugar de continência e de escuta à dor total, diante da
inevitabilidade da morte. A criança busca a verdade não só sobre a vida, mas também sobre a morte.
Ela pode expressar curiosidade e sofrimento por meio de perguntas ou através de jogos,
brincadeiras, histórias e desenhos.Para os pais, que sempre cultivam sonhos para os pequenos, a
morte de um filho é quase uma mutilação. Sentimentos de culpa, impotência, fracasso, raiva e
punição cercam-nos diariamente. A despeito do empenho que os profissionais da saúde têm em
aliviar o sofrimento usando toda sua habilidade profissional, poucos destes estão capacitados para
oferecer o atendimento espiritual. Visando oferecer um atendimento sócio-educativo, emocional e
espiritual p ara as crianças com câncer, AIDS, transplantes e também aquelas em Cuidados
Paliativos, foi criado o Projeto “Mãos e Coração”. Graças à parceria da ABCEH – Associação
Beneficente de Capelania Evangélica Hospitalar - com uma Instituição evangélica de educação e
com diversas igrejas, é oferecida assistência integral à este grupo, tanto no contexto hospitalar,
domiciliar como também na Casa do Aconchego. Os capelães realizam este atendimento integral
priorizando a assistência espiritual e religiosa, levando esperança, fortalecendo a fé e acolhendo este
público até o fim, abraçando-os também no funeral. Este trabalho tem o objetivo de apresentar a
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importância do atendimento espiritual e também sócio-educativo a uma criança sob Cuidados
Paliativos e a seus pais.
Material e métodos: Trata-se de um relato de experiência, vivenciado na Casa do Aconchego e em
um hospital público, no atendimento integral à criança e aos seus familiares.
Resultados: Chegando da Bolívia em busca de quase um milagre para a criança em estado terminal,
havia deixado em casa a esposa e o seu bebê de pouco mais de um ano. Este bebê fora gerado com a
intenção de ser o doador de células-tronco para seu irmão de 9 anos, enfermo. Por causa de graves
distorções teológicas, culpa e revolta martirizavam o pai. Começamos por dar-lhe ouvidos, chorar
com ele e aconselhá-lo, enquanto atendíamos diariamente a criança que fora hospitalizada. Histórias
bíblicas ilustradas, fantoches, música, refeições completas, faziam parte do cuidado espiritual ao
menino e ao seu pai, enquanto lidávamos com a necessidade mais profunda de seu coração: a
certeza de saber para onde iria após a morte. Depois de algum tempo de investimento, ambos
ganharam a certeza de um reencontro na eternidade, o que lhes trouxe paz. Diante do agravamento
do estado da criança, mãe e bebê também passaram a ser acolhidos na Casa. Esse contato durou oito
meses, quando a criança veio a falecer. Participamos do velório e, levamos o conforto na cerimônia
fúnebre.
Conclusão: O embasamento teórico-prático sobre a assistência espiritual, associado a uma postura
de acolhimento, permitiu levar à criança e aos seus pais esperança e segurança, para enfrentarem,
com qualidade, paz e sentido de vida, seu processo de enfermidade até a morte.
Cuidado humanizado à família e à criança em Cuidados Paliativos: a percepção
dos enfermeiros
Autores: Maira Deguer Misko; Maiara Rodrigues dos Santos; Regina Szylit Bousso
Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
Introdução: O enfrentamento do câncer fora de possibilidades terapêuticas de cura impõe
constantes sentimentos de sofrimento e modificações na vida das crianças e de suas famílias. Nesse
sentido, o cuidado envolve um processo amplo e complexo que engloba na prática as dimensões
biopsicológica, espiritual e sociocultural dos sujeitos em interação. Por isso, o cuidado exige uma
abordagem holística e é necessário compreender a subjetividade que o envolve. Dessa forma, o
objetivo deste trabalho foi desvelar os elementos do cuidado humanizado prestados pelos
enfermeiros da oncologia pediátrica à família e a criança com câncer em Cuidados Paliativos.
Material e métodos: Caracterizou-se por uma pesquisa exploratório-descritiva, tendo como
referencial teórico os pressupostos da Teoria do Cuidado Transpessoal de Jean Watson.
Participaram 9 enfermeiros de uma unidade de oncologia pediátrica de um hospital público da
cidade de São Paulo. Utilizou-se a análise de conteúdo como instrumento para formar as categorias
a partir dos discursos dos profissionais.
Resultados: A análise dos dados aponta o fenômeno "Desvelando o cuidado humanizado
dispensado à família e a criança com câncer em Cuidados Paliativos". Os elementos teóricos
emergiram das descrições de situações apresentadas pelos enfermeiros e foram organizados a partir
dos dez fatores estruturais do cuidado, segundo Watson: formação de um sistema de valores
humanístico-altruístico, tratando o outro e a profissão com amor. Estruturação de fé e esperança,
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mostrando-se presente e encorajando a fé. O cultivo da sensibilidade de nosso próprio eu e dos
outros, tendo sensibilidade aos sentimentos dos outros e quanto aos momentos adequados para
intervir. O desenvolvimento de um relacionamento de ajuda e confiança, estabelecendo um
ambiente de sinceridade, empatia e valorização da comunicação interpessoal. Promoção e aceitação
das expressões de sentimentos positivos e negativos, respeitando as manifestações de angústia e
valorizando as de alegria. Uso sistemático do método criativo de resolução de problemas,
interagindo com a criança dentro do seu universo através de ferramentas lúdicas. Promoção de
ensino-aprendizado interpessoal, dando todas as informações necessárias e promovendo momentos
de discussão com a equipe. Provisão de um ambiente de apoio integral, criando um ambiente
protetor. Assistência e satisfação de necessidades humanas, olhando para o ser cuidado com um
todo. E no último fator, permissão para o desenvolvimento de forças fenomenológico-existenciais,
apesar da valorização pelos enfermeiros d e aspectos relativos a fé, os significados que dão a
experiência de doença e morte na dimensão espiritual foi pouco explorado.
Conclusão: Os dados permitiram reflexões acerca das possibilidades da construção de um processo
humanístico interpessoal no ambiente de cuidado em situações de final de vida, no contexto da
oncologia pediátrica e também de avanços e limitações quanto a aplicabilidade deste referencial na
prática da enfermagem.
Cuidados de enfermagem a pacientes em Cuidados Paliativos no NACE
Autora: Erica Shiguetaka
Instituição: Recanto São Camilo
Introdução: O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira”, em parceria
com o Recanto São Camilo, projetou o NACE (Núcleo Avançado de Cuidados Especiais) para
pacientes portadores de doenças neoplásicas em fase avançada, progressiva e incurável com o
intuito destes pacientes serem assistidos por uma equipe especializada em cuidados palia tivos. O
serviço teve início em 2 de setembro de 2009 e possui 40 leitos com serviço especializado em
Cuidados Paliativos a pacientes oncológicos, contando com os serviços de uma equipe
multiprofissional. A equipe de enfermagem é responsável por todos os procedimentos necessários
para o bem estar do paciente que está sendo assistido de forma humanizada desde sua admissão até
o momento da passagem. O foco central da equipe de enfermagem não é a cura da doença do
indivíduo, mas sim prestar uma assistência de qualidade durante o processo em que o paciente se
encontra, reconhecendo que cada pessoa é única para si e seus familiares.
Material e métodos: São prestados cuidados de enfermagem 24 horas aos pacientes sendo
realizados: histórico, avaliação, diagnóstico e prescrição de enfermagem; assistência total na
unidade de internação, administração de medicamentos, oxigenoterapia, avaliação e atuação no
controle de sintomas, analgesia sempre que necessário e de horário já prescrito; avaliação /
manutenção de integridade da pele e mucosas; prevenção e tratamento de úlceras por pressão;
tratamento de feridas neoplásicas; manejo de ostomias (seguindo plano de cuidados individuais),
controle de náuseas e vômitos; distúrbios do sono; fadiga; cuidados de higiene, alimentação,
manipulação de bombas de in fusão; avaliação e punção de acesso hipodermóclise; suporte
emocional ao paciente e seus familiares, apoio no luto.
Resultados: No período de 9 meses do serviço NACE foram atendidos 255 pacientes que ficaram
internados em média 47 dias, onde 103 pacientes eram do sexo feminino e 152 pacientes do sexo
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masculino; destes, 89 apresentavam UPPs de grau I, II, III e IV e 17 apresentavam lesões tumorais
ou tumores exteriorizados. tendo como principais regiões afetadas cabeça, pescoço, região anal e
vaginal.
Conclusão: A presença da equipe de enfermagem nos Cuidados Paliativos é de extrema
importância para garantir uma assistência qualificada e individualizada ao alcance dos objetivos
propostos pelo NACE para assegurar o acompanhamento físico e emocional do paciente;
proporcionando conforto, dignidade e qualidade de vida.
Cuidados Paliativos como disciplina no curso de enfermagem da Universidade
Federal do Estado do Rio
Autores: Flávia Firmino
Instituição: UNIRIO
Introdução: Ainda não há em nosso meio a padronização de um currículo de graduação em
enfermagem que leve a uma prática docente mais homogênea no que diz respeito a modos de se
ensinar e conteúdos a se abordar. No projeto pedagógico que se desenvolve na Escola de
Enfermagem Alfredo Pinto da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UNIRIO o Departamento
de Enfermagem Funda mental tem a oportunidade de, sob a denominação "Temas Emergentes"
oferecer conteúdo que retrate temática diversificada com carga horária de 30h. Durante dois
semestre no ano 2007 Cuidados Paliativos foi tema da referida disciplina, que é classificada como
disciplina optativa. O trabalho a ser apresentado tem por objetivo demonstrar o conteúdo
programático, as técnicas pedagógicas adotadas e a o resultado das avaliações feitas pelo alunado.
Material e métodos: Elaboração do programa de ensino que focou Cuidados Paliativos como
disciplina optativa no curso de graduação em enfermagem. A disciplina recebeu o nome de:
Fundamentos dos Cuidados Paliativos aplicados à Enfermagem. O método escolhido foi o
construtivista, onde a partir da interação com o alunado os temas são elencados e as práticas
pedagógicas estabelecidas. As aulas foram ministradas pelo método de exposição interativa, debate
em sala de aula, presença de profissionais convidados, mediando debates e/ou apresentando aula
expositiva interativa.
Resultados: Dentre os 40 alunos concluintes da disciplina, 27 elaboraram a avaliação. Da análise
textual foram depreendidas as seguintes categorias empíricas: dinâmica apropriada; contribuição
com o crescimento acadêmico do aluno; aquisição de uma “nova visão do cuidado”; conteúdos
interessantes e bem discutidos; domínio do conteúdo pelo professor e presença de convidados como
objetos de motivação dos alunos; sugestão para que a disciplina se torne obrigatória; importância
dos Cuidados Paliativos como especialidade e valorização do suporte espiritual na assistência
paliativa.Os alunos foram convidados a redigirem de forma livre a avaliação da disciplina. Da
análise textual foram depreendidas as seguintes categorias empíricas descritas em ordem
decrescente: dinâmica apropriada; contribuição com o crescimento acadêmico do aluno; aquisição
de uma “nova visão do cuidado”; conteúdos interessantes e bem discutidos; domínio do conteúdo
pelo professor e presença de convidados como objetos de motivação dos alunos; sugestão para que
a disciplina se torne obrigatória; importância dos Cuidados Paliativos como especialidade e
valorização do suporte espiritual na assistência paliativa.
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Conclusão: Verificou-se que o programa e a metodologia traçados foram adequados para a
administração do conteúdo e agradou ao alunado. A dinâmica das discussões, o preparo do docente
e a inserção de profissionais convidados foram eventos que motivaram o aprendizado. Surpreendeu
a docente pesquisadora o fato dos alunos entenderem na disciplina uma nova visão dos cuidados, e
a sugestão de que ela passasse ser obrigatória no currículo da graduação. Os alunos entenderam os
Cuidados Paliativos como uma “especialidade” no corpo de conhecimento dos enfermeiros. Estes
dados reforçam de maneira objetiva a necessidade da inserção dos Cuidados Paliativos no currículo
de graduação da enfermagem e dá embasamento para discussão de que a carga horária seja a partir
de 30h.
Cuidados Paliativos em oncologia: respeito aos princípios da vida
Autores: Landila Silene Pacheco; Leandro Martins
Instituição: Faculdades Integradas Padre Albino
Introdução: Morrem por ano 5 a 6 milhões de pessoas com câncer, a projeção para 2020 é de 20
milhões de novos casos da doença, assim como crescem as doenças crônico-degenerativas causando
dor, sofrimento e morte. O significado e a dimensão dos Cuidados Paliativos ou hospice ainda são
pouco conhecidos, e consistem, segundo a OMS, na abordagem que promove qualidade de vida de
pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção
e alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento efetivo da dor e outros
problemas de natureza física, psicossocial e espiritual. Pauta-se nos princípios éticos: da veracidade,
proporcionalidade terapêutica, duplo efeito, prevenção, não-abandono e tratamento da dor.
Material e métodos: Este estudo teve como objetivo geral realizar uma revisão integrativa da
literatura nacional sobre Cuidados Paliativos em oncologia no período de 2000 a 2009, e os
objetivos específicos foram: identificar os atributos e apresentar os conceitos relacionados aos
Cuidados Paliativos e apresentar a síntese dos resultados obtidos na revisão integrativa sobre
Cuidados Paliativos segundo os pressupostos de Ganong (1987). Descritores: oncologia,
enfermagem, Cuidados Paliativos.
Resultados: Amostra: 75 publicações, sendo 73 artigos (97,3%) e duas teses (2,6%), das quais, 25
artigos e duas teses indexadas no LILACS (36%), 12 (16%) SCIELO, 1 (1,3%) MEDLINE. Estudos
não indexados, 30 (40%) Revista Prática Hospitalar e, 5 (6,6%) obtidos por busca manual em outras
fontes. Prevaleceram pesquisas desenvolvidas em 2003, 18 (24%), 2005, 13 (17,3%), 2006, 17
(22,6%) e 2007, 10 (13,3%) e os atributos: qualidade de vida, dignidade, autonomia, direitos
humanos; dor/controle, sedação, terapias alternativas, equipe interdisciplinar, comunicação; apoio à
família, cuidado domiciliar, relação equipe/paciente/família, humanização; morte, finitude,
terminalidade, distanásia, eutanásia, processo decisório; aspectos emocional/espiritual/religioso;
luto/enlutamento; formação profissional.
Conclusão: Programas de Cuidados Paliativos abrem novas discussões sobre ética e cuidados ao
final da vida, entre diversos valores e credos religiosos. O trabalho é interdisciplinar, a enfermagem
e, especialmente o enfermeiro, tem enorme potencial para otimizar o cuidado. É necessário incluir
os Cuidados Paliativos nos sistemas de saúde, em esfera mundial, no ensino e na pesquisa e
acrescentar à definição da OMS três elementos fundamentais: compaixão, humildade e honestidade
em contexto e visão multidisciplinares. A questão educacional é imperativa, pois faltam ainda
compromisso do governo, educação e provisão de remédios.
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Cuidados Paliativos oncológicos: respeito e atenção aos últimos desejos
manifestos por uma paciente
Autores: Vanessa Pereira da Silva Weizenmann; Fernanda de Souza Lopes; Carmen Andrea
Afonso
Instituição: Sociedade Beneficente São Camilo e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
Introdução: O presente estudo visa relatar o caso de uma paciente acompanhada pela equipe de
Cuidados Paliativos do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do Núcleo Avançado
de Cuidados Especiais (NACE). Esta unidade, localizada no município de Cotia, é fruto de uma
parceria firmada entre o ICESP e o Recanto São Camilo. O NACE configura-se como uma unidade
de extensão dos cuidados aos pacientes fora de possibilidades de tratamento oncológico ativo. A
equipe interdisciplinar trabalha para melhorar a qualidade de vida dos pacientes em situação de
morte iminente. Cuida também de seus familiares, com respeito e valorização da dignidade. Os
atendimentos humanizados visam atender às necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais
dos pacientes. Estas últimas se referem, entre outros aspectos, à organização de questões de ordem
prática e pessoal, bem como em atender aos últimos desejos manifestos pelos pacientes.
Material e métodos: Trata-se da Sra. I. F. S, 64 anos, com quadro de hepatocarcinoma. Durante os
atendimentos realizados pela equipe interdisciplinar, paciente declarou ser auxiliar de enfermagem
aposentada, solteira, sem filhos. Natural de Curitiba, entretanto há 30 anos residente em São Paulo,
a paciente definiu-se Cristã, sem religião específica. Residia sozinha em casa alugada. Referia
ciência e aceitação do prognóstico da doença. Por conta de escassa rede social e familiar, as ações
da equipe voltaram-se à transferência da paciente ao NACE e, sobretudo, ao suporte na organização
de questões de ordens práticas e pessoais. Além disso, em um dos atendimentos realizados pela
equipe de Serviço Social a paciente manifestou o desejo de que, após sua morte, o seu corpo fosse
doado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, como forma de gratidão ao
tratamento oferecido pelo Hospital das Clínicas. Após essas declarações, os esforços da equipe
direcionaram-se em tentar atender as necessidades mencionadas pela paciente. A casa alugada foi
devolvida aos donos, foram efetuados os cortes de fornecimento de água, luz e telefone, seus
móveis foram doados para instituições indicadas pela paciente. Em um dos passeios no jardim do
NACE, a paciente referiu que possuía duas calopsitas, entretanto, devido às limitações adquiridas
com o avanço da doença, os pássaros foram doados a um casal de criadores. Com base nessas
informações, a equipe do Serviço Social promoveu o encontro entre a paciente e suas queridas
calopsitas. Em 20/12/2009 a paciente faleceu no NACE. Com a intenção de atender seu desejo, a
equipe do Serviço Social iniciou o processo de doação do corpo. Entrou em contato com a
Faculdade de Medicina da USP, entretanto, devido ao recesso das festas de fim de ano, não foi
possível proceder a doação do corpo. Sendo assim, no dia 23/12/2009 a paciente foi sepultada no
cemitério municipal de Cotia.
Resultados: Esse caso promoveu o interesse da equipe em elaborar um protocolo de doação de
corpos para embasamento das futuras demandas dessa natureza.
Conclusão: As ações da equipe interdisciplinar, por meio de um atendimento humanizado,
objetivaram atender os desejos manifestos pela paciente, preservando assim sua autonomia, apesar
das limitações decorrentes do avanço da doença. Muito embora não tenha sido possível
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operacionalizar a doação do corpo da paciente, a equipe tornou possível a realização de um
sepultamento digno, à altura do ser humano abnegado que se mostrou a paciente durante todo o
nosso convívio.
Cuidados Paliativos: compreensão de profissionais de medicina que atuam no
contexto hospitalar
Autores: Cecília Danielle Bezzerra Oliveira; Monica Ferreira de Vasconcelos; Maria Eliane
Moreira Freire
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Introdução: Com o desenvolvimento tecnológico e das ciências da saúde, tem se verificado uma
maior prevalência de pessoas morrendo por doenças crônicas ou progressivas, em que no estágio
terminal da vida, os cuidados deixam de ser curativos e passam a paliativos, constituindo um
modelo de atenção à saúde denominado Cuidados Paliativos (CP). Sabendo-se que a filosofia de
Cuidados Paliativos é recente no país e desconhecida por uma gama de profissionais, o presente
estudo teve como objetivo investigar a compreensão de profissionais de medicina que atuam no
contexto hospitalar acerca dos Cuidados Paliativos, na perspectiva da bioética.
Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa, desenvolvida em um
hospital público de João Pessoa (PB), no período de junho a julho de 2010, após autorização do
Comitê de Ética em Pesquisa e da direção da instituição selecionada para o estudo. Participaram do
estudo sete médicos. A coleta de dados ocorreu durante o mês de junho utilizando-se um
questionário; os dados foram analisados qualitativamente mediante a técnica de análise de conteúdo
proposta por Bardin. Do material empírico, obteve-se 05 categorias temáticas.
Resultados: A primeira categoria – significado de Cuidados Paliativos - os participantes
ressaltaram que Cuidados Paliativos envolvem ações que promovem aumento do conforto,
manutenção do bem estar, com conseqüente melhor qualidade de vida a estes pacientes, o que está
consonante com a literatura que conceitua CP como uma abordagem que promove qualidade de
vida de pacientes com impossibilidade de cura, como também qualquer medida que proporcione o
bem-estar e o conforto do doente. Na segunda categoria temática - requisitos para execução de
Cuidados Paliativos, os participantes enfatizaram o conhecimento, a capacitação dos profissionais
em Cuidados Paliativos e principalmente a humanização; conforme a literatura pesquisada a
educação é uma das melhores formas de propiciar base e criar a cultura e capacitação necessárias
para a difusão de Cuidados Paliativos, bem como valoriza a humanização no resgate da dignidade
do indivíduo durante o processo de finitude da vida. Na terceira categoria temática - situações que
requerem Cuidados Paliativos - conforme os relatos dos médicos inseridos no estudo, destaca-se
todos os pacientes em tratamento; o que tem coerência parcial com o conceito de CP, onde todos os
doentes sem possibilidades terapêuticas se enquadram na categoria submetida a este tipo de
cuidado, bem como os pacientes em tratamento. De acordo com a filosofia dos CP, todo paciente
pode receber este atendimento. Na quarta categoria temática - limites e possibilidades para
execução de Cuidados Paliativos, os participantes apontaram como limitações a qualificação dos
profissionais envolvidos na assistência e recursos materiais disponíveis. A literatura destaca que a
prática dos CP deve ser adaptada a cada país ou região de acordo com disponibilidade de recursos
materiais e humanos, tipo de planejamento em saúde existente, aspectos culturais e sociais da
população atendida. No tocante as possibilidades, os médicos, em consonância com a literatura,
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apontaram para a prática da educação permanente acerca de CP, o que realmente é uma estratégia
fundamental para que a as aç ões em saúde venham a ser executadas de forma crítica, reflexiva,
compromissada e tecnicamente competente. A quinta categoria temática, direcionamento de ações
éticas, os depoimentos dos médicos inseridos na pesquisa chamam atenção que na execução dos
Cuidados Paliativos se faz necessário o respeito à autonomia do paciente, a promoção da
beneficência, privacidade, dignidade, entre outros. Tais princípios envolvem os ensinamentos da
ética e bioética, ilustrados incansavelmente na literatura pertinente e nos códigos de ética dos
profissionais de saúde.
Conclusão: Ante o exposto, o estudo ressalta que os médicos participantes demonstraram um
conhecimento superficial no que concerne aos CP. Por outro lado, destaca pontos relevantes como a
necessidade de capacitação de profissionais de saúde para CP, bem como a promoção de ações de
educação em saúde para Cuidados Paliativos.
Cuidados Paliativos: produção científica em periódicos online no âmbito da
enfermagem
Autores: Cecília Danielle Bezerra Oliveira; Monica Ferreira de Vasconcelos; Maria Eliane
Moreira Freire; Solange Fátima Geraldo da Costa
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Introdução: Cuidados Paliativos constituem um campo interdisciplinar de cuidados ativos e
integrais, caracterizados por uma abordagem multiprofissional direcionada aos pacientes com
doenças crônico-degenerativas em estado inicial até a fase terminal da doença e sua família com o
objetivo de minimizar os sintomas clínicos, os quais afligem o homem em sua terminalidade. Nesse
sentido, o estudo busca caracterizar a produção científica em periódicos online no âmbito da
enfermagem brasileira acerca de Cuidados Paliativos, no período de 2003 a 2010, considerando o
período da publicação, a modalidade de delineamento de estudo e os enfoques sobre a temática.
Material e métodos: A pesquisa de natureza documental configurou a opção metodológica
selecionada para a realização deste estudo. Constituíram fonte de dados as publicações acerca de
Cuidados Paliativos, disponibilizadas em periódicos online da área da saúde, no período de 2003 a
2010, por meio de busca eletrônica no site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dados
Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, Scientific Eletronic
Library Online - SciELO, Sistema de Informação da Biblioteca da Organização Mundial da Saúde WHOLIS e Acervo da Biblioteca da Organização Pan-americana da Saúde - PAHO. O universo do
estudo foi constituído por oitocentos e vinte e três artigos, dos quais trinta e três publicações
encontravam-se disponíveis em texto completo e em idioma nacional e nove compuseram a
amostra. Os dados foram analisados mediante a técnica de análise de conteúdo temática, seguindo
as etapas de pré-análise, da classificação e da categorização, com respectivas sub-categorias, análise
e interpretação.
Resultados: O estudo revelou que a produção científica acerca de Cuidados Paliativos no âmbito da
enfermagem, no período considerado, teve o ano de 2007 com o maior número de publicações; a
modalidade de publicação que predominou foi a de pesquisa original, com três artigos; quanto aos
enfoques sobre o tema, o conteúdo das produções científicas foi agrupado em uma categoria Cuidados Paliativos e Enfermagem - e em cinco subcategorias: gênese, ética/bioética, cuidar,
trabalho de enfermagem e fenomenologia.
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Conclusão: O estudo mostrou que ainda há insuficiência de publicações em torno dessa temática no
campo da Enfermagem. Este fato aponta para a necessidade de desenvolvimento de mais estudos
que objetivem oferecer visibilidade ao cuidado paliativo como proposta terapêutica que visa à
humanização no processo de morrer, visto que esta modalidade de cuidar apresenta perspectivas
promissoras no atendimento aos pacientes-alvo, caso seja implantado nos serviços de saúde. O
estudo sugere que os profissionais da Saúde, em especial os enfermeiros sejam preparados, desde a
sua formação profissional, para atuar nessa modalidade de cuidar, apoiados na ética e na abordagem
humanizada, no processo de trabalho de enfermagem.
Cuidados Paliativos: um estudo com alunos do 7º semestre do curso de
graduação em enfermagem
Autores: Juliana Tibério Corrêa; Clezaneide Gordiano Cunha; Silvia Helena Morgan do
Prado; Solange Alves de Lima Francisquine
Instituição: Centro Universitário de Santo André
Introdução: Devido à dificuldade encontrada pelo grupo durante o período de estágio e mesmo no
dia a dia profissional, surgiu o seguinte questionamento: Os alunos de graduação em Enfermagem,
que estão próximos de se formarem, têm conhecimento sobre Cuidados Paliativos e estão
preparados para prestarem assistência à pacientes sem possibilidades de cura? Para que a
implantação de Cuidados Paliativos seja efetiva é de importância extrema que o enfermeiro esteja
envolvido, já que as ações desenvolvidas por ele estão ligadas na manutenção do paciente em risco
de morte, buscando a sensibilização para a necessidade, principalmente aos hábitos de vida,
costumes, religião e o envolvimento da família. A literatura tem demonstrado a dificuldade que o
profissional de enfermagem encontra em lidar com o paciente sem prognóstico de cura, seu
sofrimento diante da terminalidade, o afastamento da equipe diante desse paciente fazendo com que
ele e seus familiares sintam-se ainda mais abandonados. Esperamos que os resultados obtidos
possam oferecer subsídios na formação dos acadêmicos, ampliar as discussões sobre a temática
desenvolvendo o interesse, disseminando essa idéia e principalmente, reflita diretamente no nosso
discernimento sobre o cuidar enquanto profissional de enfermagem.
Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa com revisão bibliográfica,
descritivo-exploratória de campo, tipo transversal. A população que pesquisamos foram os alunos
do curso de graduação em enfermagem do 7º semestre. De 180 alunos cursando o 7º semestre,
tivemos como amostragem 73 sujeitos. O estudo foi desenvolvido em uma instituição de ensino
privado no município de Santo André, que tem o curso de graduação de enfermagem. A pesquisa
foi realizada por meio de instrumento de coleta de dados com questões abertas e fechadas
(constituído de 9 questões), este foi aplicado aos alunos do 7º semestre do curso de graduação em
enfermagem dos períodos diurno e noturno. A coleta desenvolveu-se no mês de setembro de 2009.
Resultados: Segundo resultados da pesquisa dos 73 entrevistados, 52 responderam que durante a
graduação tiveram alguma disciplina que abordasse sobre Cuidados Paliativos, porém, alguns
alunos não souberam definir o que são Cuidados Paliativos e outros não diferenciaram Cuidados
Paliativos com procedimentos básicos. Quando questionados se estão preparados para prestar
assistência a um paciente sem possibilidades de cura, 59 alunos responderam que sim, mas
constatamos que os alunos tiveram dificuldade em responder como agem frente ao paciente sem
possibilidades de cura através de suas respostas simples, com palavras que limitam muito, tais
como: “... naturalidade, maior prioridade, segurança, maior atenção, tratá-los com respeito,
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proporcionar conforto”. O que se espera é que quando um aluno que está próximo de se formar diz
estar preparado para prestar assistência a um paciente sem possibilidades de cura ele saiba quais são
as intervenções, quais são as necessidades e o que é importante para o paciente e para esta família.
Conclusão: É fundamental que o profissional enfermeiro juntamente com a equipe multidisciplinar
consiga avaliar e identificar as condições físicas e emocionais, agregando cuidados específicos para
esse paciente. Portanto, identificamos através da nossa pesquisa a necessidade de uma disciplina
específica voltada para Cuidados Paliativos durante a graduação em enfermagem.
Dados epidemiológicos dos pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão em
Cuidados Paliativos
Autores: Isabel Cristina de Oliveira Arrieira; Mateus de Souza Valadão; Julieta Carriconde
Fripp, Maria Cristina Soares; Ticiane dos Santos Beher
Instituição: Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas
Introdução: O Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar – PIDI Oncológico implantado
há cinco anos no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas já realizou cerca de 380
internações em ambiente domiciliar, todos os pacientes internados possuem diagnóstico de câncer.
O Programa visa atender pacientes com intercorrências relacionadas ao tratamento de quimioterapia
e radioterapia no principio de Cuidados Paliativos. Os profissionais que fazem parte da equipe
direta são compostos por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, motorista; a equipe
matricial conta com assistente social, nutricionista, psicóloga, administrador e capelão hospitalar. O
principal resultado deste Programa é mais conforto e humanização, além de aumentar ativamente o
número de leitos disponíveis no sistema de saúde público em face da desospitalização. Este estudo
tem como objetivo realizar o levantamento do número de pacientes internados no PIDI Oncológico
com diagnóstico de câncer de pulmão em Cuidados Paliativos.
Material e métodos: Foi realizado busca nos prontuários sobre a prevalência de pacientes
internados no Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar com diagnóstico de Câncer de
Pulmão no período de abril de 2005 a abril de 2010.
Resultados: Das internações realizadas no PIDI, num total de 353 pacientes no referido período,
19% apresentaram câncer de pulmão, sendo que destes, 72% do sexo masculino e 28% do sexo
feminino. Com relação aos óbitos, 63% evoluíram para óbito no domicílio e 37% receberam alta.
De acordo com a faixa etária dos pacientes 13% tinham até 49 anos, 28% de 50 a 59 anos, 34% de
60 a 69 anos, 19% de 70 a 79 anos e 06% 80 anos ou mais. A renda dos internados, 22% eram sem
renda, 32% um salário mínimo, 31% dois salários mínimo, 06% três salários mínimo e 09% quatro
salários mínimos.
Conclusão: A maioria dos pacientes estava em estagio avançado da doença e evoluindo para o
óbito no próprio domicilio, fato que demonstra a importância dos Cuidados Paliativos visando a
qualidade de vida ao paciente e sua família. O espaço domiciliar apresenta uma assistência
humanizada por excelência e em muitos casos previne internações hospitalares desnecessárias,
inclusive com redução nos custos assistenciais ao paciente oncológico.
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Decisão Compartilhada final de vida: retirada da sonda nasogástrica em
obstrução intestinal maligna
Autores: Ana Paula Abranches F. Peixoto
Instituição: Hospital Alberto Cavalcanti
Introdução: A terminalidade vem sendo alvo de grandes discussões por seus dilemas éticos e pela
consolidação crescente dos princípios dos Cuidados Paliativos incluindo a decisão compartilhada
entre médico e paciente/família. A autonomia é um princípio ético que tende a ser cada vez mais
requisitado na prática clínica em todos os níveis de atenção à saúde, em especial nas situações de
terminalidade.
Material e métodos: Revisão do prontuário. Paciente avaliado na enfermaria do hospital e em
domicílio em um período de tempo de 18 dias.
Resultados: J.F.S, 70 anos, natural de BH, aposentado. Admitido no hospital em 25/03/10 com dor
abdominal (EVA 10), vômitos frequentes e ausência de eliminação de flatus e fezes há mais de 15
dias. Submetido à laparotomia de urgência por abdome agudo obstrutivo. Verificado volumosa
massa abdominal em cólon transverso e implantes abdominais. Não foi possível realização de
gastrostomia descompressiva. Colocado sonda nasogástrica para alívio da estase gástrica e controle
de vômitos. No 13º DPO, paciente solicita retirada da sonda pelo desconforto e alta hospitalar. A
alta foi realizada no dia seguinte com visita domiciliar agendada por uma equipe de atenção
domiciliar municipal. Optado junto com o paciente a retirada da sonda e otimizado o controle
farmacológico dos vômitos e dor com morfina 18mg/dia, haloperidol 10mg/dia e escopolamina 120
mg/dia em hipodermóclise, em bólus após treinamento de cuidador principal. Paciente apresentou
um bom controle de sintomas durante o período de acompanhamento domiciliar (dor EVA 0 e
vômitos 1 episódio/dia). Dieta via oral em pequeno volume para prazer oral. O óbito aconteceu no
3º dia de acompanhamento domiciliar.
Conclusão: Paciente portador de neoplasia de cólon avançado complicado com obstrução intestinal
maligna sendo realizada decisão compartilhada de alta hospitalar para domicílio e retirada de sonda
nasogástrica conforme solicitação do paciente, garantindo razoável controle de sintomas no
domicílio e atestado de óbito domiciliar. Em situações de Cuidados Paliativos, deve-se garantir o
princípio da autonomia do paciente em decidir sobre local do óbito e suspensão de procedimentos
desconfortáveis.
Déficits cognitivos em pacientes submetido à quimioterapia: como avaliar?
Autores: Sara Mota Borges Bottino; Célia Petrossi Galo; Bernardo Viana;
Mariângela Correia
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e Instituto de Psiquiatria do
HC-FMUSP
Introdução: A disfunção cognitiva em pacientes submetidos à quimioterapia situa-se entre 15-70%
e tem um impacto significativo na qualidade de vida de sobreviventes com câncer. Os déficits
cognitivos incluem dificuldades de memória, atenção, velocidade do processamento da informação
e organização (disfunção executiva). Esses déficits não podem ser atribuídos apenas ao estresse,
fadiga e depressão, mas a disfunção preferencial de redes de substância branca frontal e subcortical
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e anormalidades metabólicas, além de comorbidades médicas. Objetivos: Apresentar e discutir a
investigação e o diagnóstico diferencial de queixas de memória de pacientes submetido à
quimioterapia.
Material e métodos: Relato de caso e discussão de achados relevantes da literatura.
Resultados: Id: Sr. F, sexo masculino, 66 anos, viúvo, 2 filhos, taxista, escolaridade de 4 anos. QP:
Dificuldades de memória há 9 meses. HPMA: Desde o início da quimioterapia, com dificuldades de
memória e „esquecimentos‟ freqüentes. Perde objetos pessoais, tem dificuldades com dinheiro e
para ir ao banco. Após a cirurgia piora progressiva dos déficits de memória (sem relato de
intercorrência cirúrgica) e com dificuldades para aceitar a colostomia, período em que ficou triste e
desanimado. Ultimamente esquece os trajetos ou faz diferente do solicitado, sofreu um acidente
automobilístico há 3 meses após entrar na contramão e passar no farol vermelho. AP: Sem doenças
clínica e/ou psiquiátricas prévias. Histórico oncológico: Adenocarcinoma de reto (T3N1M0) em
setembro de 2008. Submetido a quimioterapia neoadjuvante (2 ciclos de 5-Fluoracil e Leucovorin
(cinco dias consecutivos) e radioterapia concomitante, além de retosigmoidectomia (agosto de
2009). Término da quimioterapia adjuvante com 3 ciclos de FLOX modificado (oxaliplatina e
Leucovorin) há 6 meses. Mini-Mental (MEEM): 25/30. BADL (Escala Internacional de Atividades
Diárias): 4,5 Exame Psíquico: Vigil, orientado temporo-espacialmente, discurso organizado, sem
alteração da senso-percepção. Atenção preservada, humor levemente deprimido, afeto ressonante.
Exames laboratoriais para rastreio de síndrome demencial sem alterações. TC crânio
(outubro/2009): leve proeminência difusa de sulcos corticais, fissuras encefálicas e cisternas basais,
bem como dos ventrículos laterais e terceiro ventrículo; hipodensidades tênues da substância branca
cerebral periventricular. RM (junho de 2010): Redução volumétrica difusa. Lesões de substância
branca periventriculares.
Conclusão: Os sintomas ansiosos e depressivos que acompanham as reações de ajustamento em
pacientes com câncer podem trazer dificuldades para o diagnóstico da disfunção cognitiva. O uso de
testes neuropsicológicos, nesse caso, revelaram uma redução da eficiência do aprendizado e da
memória de retenção, e a escala para avaliação das atividades de vida diária mostrou um
comprometimento significativo que indicam a presença de uma síndrome demencial. Os exames
laboratoriais estavam normais, porém os exames de imagem evidenciaram mudanças estruturais no
sistema nervoso central, que não são compatíveis com a idade do paciente e não são decorrentes de
outras comorbidades clínicas. As queixas de memória ocorrem em um número significativo de
pacientes tratados com quimioterapia e um protocolo de investigação deve ser adotado para o
diagnóstico adequado desses casos. O uso de anticolinesterásicos tem sido sugerido por estudos
recentes no tratamento dos déficits cognitivos apresentado por esses pacientes.
Demonstrando o amor a todo minuto: a experiência da família da criança em
Cuidados Paliativos
Autores: Maira Deguer Misko; Lucía Silva; Mairara Rodrigues dos Santos; Regina Szylit
Bousso
Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP)
Introdução: No enfoque dos Cuidados Paliativos, a família constitui-se parte importante da trama,
por ser a responsável pelo cuidado direto à criança em seu domicílio. As necessidades de crianças
com condições que ameaçam a vida e suas famílias são únicas e a carga do cuidado associada à
progressão da doença infantil tem profundo efeito em todas as dimensões da vida familiar, afetando
as esferas emocional, psicológica, física e financeira. Como resultado, toda estrutura e organização
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familiar tornam-se alteradas, além de proporcionar grande influência em seu bem-estar. Desta
forma, esta pesquisa teve como objetivo compreender a experiência da família da criança em
Cuidados Paliativos ambulatoriais.
Material e métodos: Estudo de abordagem qualitativa. Os dados foram organizados e analisados
tendo como referencial metodológico a Pesquisa de Narrativa e o Interacionismo Simbólico como
referencial teórico. Foram entrevistadas seis famílias de crianças em Cuidados Paliativos que
estavam em acompanhamento ambulatorial.
Resultados: A análise dos dados possibilitou desvendar o significado presente na experiência da
família com um filho em Cuidados Paliativos ambulatoriais. Foi possível identificar como
componente desta experiência o seguinte fenômeno: “DEMONSTRANDO O AMOR A TODO
MINUTO”, que mostra o movimento da família, para resguardar o grupo familiar face à situação
ameaçadora e instável de ter um filho em Cuidados Paliativos. A família valoriza a manutenção das
rotinas familiares e os momentos que permanecem convivendo em família com menos invasões ou
rupturas no convívio familiar. A condição da criança é uma preocupação diária para a família e está
relacionada a ausência ou manejo de sintomas, estabilidade e progressão da doença. Os pais relatam
a necessidade de desenvolver habilidades para manejar esta nova situação em suas vidas. Na maior
parte dos casos, o objetivo do manejo é preservar a qualidade de vida da criança, o máximo
possível, sem sofrimento físico. Acreditam que para isto precisam ser capazes de manejar os
sintomas em casa e contam com o apoio da equipe de saúde. Para garantir uma melhor qualidade de
vida para o filho, eles são proativos no planejamento de atividades que garantam o cuidado em casa.
As interações vivenciadas com a equipe são identificadas como recursos para a promoção de uma
melhor qualidade de vida, tanto para a criança, como para si mesmos. A família entende a gravidade
da criança, mas mantém a esperança numa recuperação. Os membros familiares percebem-se
apoiados uns pelos outros e reconhecem que a criança pode vir a morrer a qualquer momento.
Ainda assim, a família conversa sobre as dificuldades que surgem no cuidado do filho, mas não
sobre a morte.
Conclusão: A situação de ter um filho em Cuidados Paliativos ambulatoriais é definida pela família
como um desafio diário. A família busca manter o controle sobre suas vidas através do apoio mútuo
entre seus membros e apoiando-se na tarefa de assumir a responsabilidade pelo cuidado do filho.
Conhecer os significados que a família dá à experiência e à qualidade de vida permitiu fortalecer
conceitos básicos utilizados em diferentes teorias, no trabalho com família em situações de perda e
luto.
Depressão e ansiedade em pacientes em Cuidados Paliativos durante internação
domiciliar
Autores: Isabel Cristina de Oliveira Arrieira; Julieta Carriconde Fripp; Taís Leivas; Nina
Paixão; Cristiane Beresdorf
Instituição: Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas
Introdução: Cuidado paliativo é uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida de
pacientes portadores de enfermidades sem perspectiva de cura e que ameaçam a continuidade da sua
vida, considerando todas as dimensões do ser humano. Este cuidado nos remete a um olhar atento
ao individuo e nos permite um cuidado integral, abrangendo todas as necessidades vitais do
paciente, sejam elas físicas, emocionais, sociais e espirituais. A saúde mental de indivíduos que
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vivenciam este processo de adoecimento tende a sofrer com o impacto do diagnóstico-tratamentoprognóstico. Desenvolvendo transtornos de ansiedades e depressão devido ao surgimento de fatores
estressantes como sintomas físicos desagradáveis, a permanência da dor, perda da autonomia, vida
afetiva, social e ocupacional comprometida, levando assim a um declínio da qualidade de vida,
desencadeando sofrimento psíquico e doenças mentais de intensidade leve, moderada e intensa.
Material e métodos: No presente estudo foi realizada uma analise de 100 prontuários de forma
sequencial de pacientes internados no Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar
Oncológico do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. Os resultados obtidos foram
encontrados na Escala de Edmonton, anexada aos prontuários dos pacientes em internação
domiciliar.
Resultados: Da amostra utilizada 46% dos pacientes referiam depressão leve, 28% apontaram
depressão moderada e depressão intensa foi pontuada em 26%. Para ansiedade leve foi encontrado
41%, já para ansiedade moderada verificou-se 32% e 27% dos pacientes pontuaram ansiedade
intensa. A escala é utilizada para detecção da problemática, para nortear o plano de ação do
tratamento dos pacientes e para verificação da remissão ou diminuição da sintomatologia
apresentada anteriormente. Desta maneira são acionados os demais profissionais da equipe
interdisciplinar sempre que se verifica a necessidade de intervenção terapêutica. Diante da
constatação de sintomas ansiosos e/ou depressivos o psicólogo realiza avaliação psicológica com a
aplicação demais instrumentos específicos para avaliar tais sintomas, como a Escala de Ansiedade e
Depressão (HAD), utilizada recentemente no programa de internação domiciliar. A escala é
aplicada nos pacientes visando melhor compreensão dos sintomas presentes, bem como
complemento para avaliação psicológica, pois ela aponta a permanência e intensidade dos sintomas
ansiosos e depressivos em indivíduos em processo de adoecimento.
Conclusão: Considerando o conceito de cuidado paliativo, onde ocorre uma promoção da qualidade
de vida do paciente no seu âmbito mais amplo e completo, a equipe interdisciplinar atua de forma
ativa, visando suprir todas as necessidades desencadeadoras de sofrimento.
Descrição da população atendida no NACE (Hospice-ICESP)
Autores: Tiago Pugliese Branco; Maria Peres Soares D´Alessandro; Eduardo Guilherme
D´Alessandro; Elisa Miranda Aires; Toshio Chiba; Fernanda de Souza Lopes
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de são Paulo (ICESP)
Introdução: O Núcleo Avançado de Cuidados Especiais (NACE) do Instituto do Câncer do Estado
de São Paulo (ICESP) é fruto de uma parceria entre o ICESP, a Secretaria de Saúde do Estado de
São Paulo e o Recanto São Camilo. Está localizado no município de Cotia e foi inaugurado em 02
de setembro de 2009. Criado dentro da filosofia de hospice, o NACE oferece assistência ativa a
pacientes cuja doença neoplásica não responde mais ao tratamento específico, sendo o foco do
tratamento a garantia da melhor qualidade de vida, tanto para o paciente como para seus respectivos
familiares. Este é um estudo observacional com o intuito de descrever a população atendida no
NACE.
Material e métodos: O trabalho avalia o perfil dos 213 pacientes encaminhados ao NACE entre
setembro de 2009 e maio de 2010. Os critérios de encaminhamento são: Presença de doença
neoplásica em fase avançada, progressiva e incurável; Falta de possibilidades razoáveis de resposta
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ao tratamento especifico; Presença de sintomas de difícil controle; Impossibilidade de cuidados em
domicílio; vulnerabilidade social.
Resultados: Entre setembro/2009 e maio/2010 o NACE recebeu 213 pacientes, sendo 81 mulheres
(38%) e 132 homens (62%). A idade dos pacientes recebidos variou entre 21 e 88 anos e 65%
destes tinham mais de 60 anos. Estes dados seguem a tendência nacional de maior coeficiente de
mortalidade por neoplasia no sexo masculino e nas faixas etárias acima de 60 anos. O tempo de
permanência dos pacientes variou entre 1 e 206 dias, sendo que 72% dos pacientes permaneceu no
NACE por até 20 dias. Segundo o Ministério da Saúde, a freqüência de óbitos no Brasil em 2004
por neoplasia foi: pulmão 12,4%, estômago 8,6%, mama 7,0%, próstata 6,8%. Estes dados diferem
dos encontrados na casuística do estudo: 20% cabeça e pescoço, 14% pulmão, 10% esôfagogástrico e 10% cólon e reto. Esta diferença se dá pois a amostra do NACE possui pacientes
selecionados de acordo coma presença de sintomas intensos e impossibilidade de cuidados em
domicilio. Ao analisarmos os tipos de tumores mais prevalentes na população atendida no NACE,
verificamos que a dificuldade de cuidado em domicílio é o denominador comum a todas elas:
Pacientes com tumores de cabeça e pescoço apresentam lesões estigmatizantes e de difícil cuidado.
Além de muitas vezes serem traqueostomizados, gastrostomizados ou utilizarem sondas nasoenterais. Pacientes com neoplasias pulmonares freqüentemente são dependentes de oxigênio e
apresentam dispnéia como um dos seus principais sintomas, o que também dificulta o seu manejo.
Pacientes com neoplasias do trato gastrointestinal muitas vezes apresentam estomias (gastrostomias,
colostomias, entra outras). Já os pacientes com tumores primários de sistema nervoso central
cursam com déficits neurológicos e rebaixamento de nível de consciência, o que leva a um alto grau
de dependência.
Conclusão: O trabalho avaliou os primeiros 9 meses de funcionamento do NACE. Neste período,
tivemos um número crescente de pacientes encaminhados (total de 213). Encontrou-se um número
superior de encaminhamentos masculinos (62%) do que femininos (38%) e uma maior população
de idosos (65% acima de 60 anos), o que segue a tendência nacional de mortalidade por neoplasia.
Os principais sítios de tumores primários dos pacientes encaminhados foram cabeça e pescoço,
pulmão, trato gastrointestinal e sistema nervoso central, o que parece estar relacionado com a
dificuldade de cuidados em domicílio destas patologias em fase avançada.
Desenvolvimento de equipe para o enfrentamento do sofrimento em pacientes
oncológicos paliativos
Autores: Toshio Chiba; Walmir Cedotti; Fabiana Tomie Becker de Carvalho Chino; Daniela
Vivas dos Santos
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Introdução: Preocupados com a amplitude do sofrimento e angústia dos profissionais de saúde,
bem como a relação psicodinâmica entre o trabalho,subjetividade e relacionamento, iniciamos um
percurso que integrou as diferentes dimensões do individuo – pensar, sentir e agir - consideradas
sistemicamente. Foram investigados e trabalhados os recursos internos - espirituais, cognitivos,
culturais e psicossociais - das componentes da equipe de paliativos e suas relações com os campos
emocional/afetivo, mental/intelectual, físico e espiritual frente ao sofrimento e dor no contato com
pacientes e familiares, e também sobre o morrer. O tema morte é um mito, aonde segundo as
diferentes crenças a esse respeito pode despertar interesse, negação, reações de medo, angústia,
finitude, sofrimento, libertação, evolução, desenvolvimento, desejo, entre outras. Na visão secular,
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ou seja, existencial ou materialista, a morte é algo terrível, pois representa a terminalidade e a
finitude do ser. Na visão transcendente e espiritual trabalhada nos encontros por meio de diferentes
canais de expressão, a morte está associada à evolução, libertação e transformação do eu individual
e finito, para um eu eterno, sendo relacionada com menor sofrimento por meio dos entendimentos
mais amplo deste processo.
Material e métodos: Foram em média 24 encontros de 60 minutos semanais com as profissionais
da assistência, onde pudemos constatar em diferentes momentos, grande disposição em entender e
superar estados de tristeza, angústia e abatimento destas mesmas profissionais, quanto ao convívio
diário com os cuidados oferecidos aos pacientes em alto grau de sofrimento e mesmo em processo
de morte.
Resultados: O afeto e o carinho dispensados aos pacientes e familiares, bem como as experiências
anteriores vividas pelas integrantes do grupo no que se refere aos princípios de espiritualidade,
religiosidade e voluntariado parecem aliviar o peso do sofrimento que sentiam ao acompanhar o
processo de morte de seus pacientes, sugerindo que alguns colaboradoras da equipe de enfermagem
encontram um sentido maior para a vida, o adoecer, a dor e a terminalidade quando carregam e
praticam princípios voltados a transcendência. Desta forma, com base na intensidade do desgate
emocional, psíquico e físico que o cuidar do paciente em paliativos exige, avançamos nas temáticas
sobre qualidade de vida, relacionamentos, educação, como forma de investigar quais recursos
capacitam estes profissionais a lidar com os desdobramentos provocados pela doença e como a
espiritualidade e a religiosidade os ajuda.
Conclusão: Deste modo, entendemos que as reuniões semanais realizadas no período de 6 meses
que incluíram diálogo e vivencias com a equipe, (sempre com o apoio da diretoria de assistência e
diretoria clinica, bem como com a presença da coordenadora) contribuíram para proporcionar maior
estabilidade emocional, compreensão da imprevisibilidade da realidade, da importância dos tempos
de reflexão, do valor do silêncio e do vazio , do convívio mais profundo com as colegas de trabalho,
como uma experiência transcendente que pode, em muito, contribuir para expandir recursos
internos – visões, valores, qualidades, princípios - e desenvolver estratégias positivas tanto pessoais
como profissionais para desfrutar melhor cada momentos de ida, para produzir diariamente com
mais atenção e acolhimento ao pacientes e sobre tudo para vivenciar a morte daqueles que sofrem
com a experiência do câncer.
Dietoterapia no tratamento de fístula enterocutânea em Cuidados Paliativos
oncológicos
Autores: Ana Paula Freitas Quintanilha Cardoso; Monica de Oliveira Benarroz; Carlos
Henrique Debenedito Silva; Karine Pereira
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: Fístulas são comunicações anormais entre duas superfícies epitelizadas e o seu
surgimento representa uma séria complicação. As fístulas enterocutâneas podem ocorrer em
pacientes submetidos a cirurgias de ressecção tumoral, porém outras causas não relacionadas à
cirurgia são observadas em menos de 10% dessas fístulas. Representam um problema complexo e
de difícil solução, sobretudo nos casos de câncer avançado em Cuidados Paliativos, cuja proposta
de tratamento foca o controle dos sintomas e a qualidade de vida, respeitando a autonomia do
paciente e da família quando esgotada a possibilidade de alguma outra terapia. Apesar dos recentes
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avanços no suporte nutricional destinados aos pacientes gravemente enfermos, muitos profissionais
temem liberar a dieta via oral e/ou enteral. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso, com
abordagem qualitativa, da dietoterapia em um paciente em Cuidados Paliativos oncológicos
portador de fístula enterocutânea em um hospital de referência nacional.
Material e métodos: Paciente VAS, sexo masculino, 58 anos, branco, casado, internado em centro
especializado em Cuidados Paliativos em fase pós-operatória de gastrectomia total por câncer
gástrico avançado. O quadro clínico da internação apresentava: caquexia, astenia, hiporexia, fístula
enterocutânea de alto débito e jejunostomia em sifonagem. Dieta suspensa. As visitas clínicas do
nutricionista foram realizadas com o objetivo de viabilizar e adequar a dieta. Inicialmente, foi
prescrita dieta enteral oligomérica via jejunostomia, com volume de 100 mL, fracionada em 02
refeições/dia. Posteriormente a dieta foi evoluída para polimérica, fracionada em cinco refeições/dia
com volume de 150 ml conforme tolerância do paciente. Apesar dessa via alimentar ser a mais
adequada para esse quadro clínico, não foi possível mantê-la por causa de obstrução intestinal com
saída de secreção fecalóide pela jejunostomia. Nas visitas do Nutricionista o paciente
reiteradamente insistia na via oral. Em atendimento às solicitações e expectativas do paciente, e
após as restrições alimentares serem esclarecidas e “negociadas”, optou-se por dieta para satisfação
oral, pobre em resíduo, com volume de 50 ml, conforme aceitação. A presença dos familiares em
tempo integral contribuiu para maior aceitação das condutas propostas.
Resultados: Em Cuidados Paliativos, quando o tratamento convencional e técnico não é efetivo
recorre-se ao bom senso em atender às expectativas do paciente, primando pela qualidade de vida e
considerando os princípios da beneficência e não maleficência. Para isso é fundamental desenvolver
uma relação de confiança entre o profissional e o paciente. Nesse caso, o nutricionista, capacitado
com os argumentos técnicos pôde esclarecer e tranquilizar o paciente e sua família quanto às
limitações da dietoterapia, respeitando às necessidades emocionais do paciente em manter-se
alimentado, apesar de não haver nenhuma perspectiva de melhora.
Conclusão: Em Cuidados Paliativos, é freqüente o paciente apresentar hiporexia e desinteresse
pelos alimentos. Por isso é importante que o nutricionista seja diligente na anamnese clínica,
direcionando a orientação nutricional, a fim, quando possível, de atender às necessidades
nutricionais e limitações inerentes à doença, proporcionado satisfação e conforto ao paciente. Neste
caso relatamos a possibilidade de respeitar a vontade do indivíduo como forma essencial da
beneficência da dietoterapia na condução clínica de um paciente em Cuidados Paliativos
oncológicos.
Dor oncológica crônica: mitos sobre a utilização de opióides
Autores: Alexandre Casonatto; Kátia Cristine Carvalho
Instituição: Universidade Norte do Paraná (Unopar)
Introdução: A dor é uma das mais frequentes razões de incapacidade e sofrimento para pacientes
com cânce r em progressão. Aproximadamente 80% dos pacientes experimentarão esse sintoma em
algum momento da doença (BRASIL, 2001). Em resposta às dificuldades no manejo da dor
oncológica, no ano de 1986 a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu alguns princípios
específicos para esse tipo de tratamento, dentre os quais a utilização de opióides em larga escala
(MACIEL, 2004). No entanto, é condição imprescindível que os profissionais de saúde saibam
como controlar a dor de neoplasia avançada, que reajam contra mitos e conceitos, principalmente
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sobre as drogas disponíveis, e que se mantenham atualizados. O objetivo do presente estudo foi
identificar, através da literatura, concepções inadequadas dos profissionais da saúde na utilização de
opióides em pacientes com dor oncológica crônica.
Material e métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico na base de dados SciELO em
abril de 2010. Para a presente revisão, foram admitidos estudos originais realizados em território
nacional, e publicados entre os anos de 1998 a 2008. Para a busca de artigos, utilizou-se o
cruzamento de forma isolada e combinada das seguintes palavras chaves: Dimorf, dor oncológica e
morfina. Estudos de caso não foram aceitos na presente revisão.
Resultados: Das concepções inadequadas dos profissionais da saúde, em relação ao uso de opióides
no tratamento de dor oncológica crônica, o medo da dependência física e psicológica foi descrito
em 50% dos artigos utilizados para essa coleta. Oliveira (2008) sugere que a utilização da morfina
não causa dependência em pacientes com dor oncológica. Além disso, conceitos relacionados aos
efeitos colaterais dessas drogas apareceram como causa significante de insegurança, destacando-se
a depressão respiratória como sintoma mais temido. No entanto, este sintoma ocorre raramente em
pacientes com câncer, devido à atuação da dor como antagonista fisiológico dos efeitos depressivos
dos opióides no sistema nervoso central (LEÃO, 2004). Adicionalmente, uma pesquisa realizada
com 1.107 prontuários de pacientes internados no Hospital das Clínicas de Porto Alegre apontou
somente 6,5% de prescrições consideradas adequadas quanto ao manejo de dor com analgésicos
opióides (DAUDT et. al., 1998).
Conclusão: Estudos sugerem que podem existir concepções inadequadas dos profissionais da saúde
na utilização de opióides em pacientes com dores neoplásicas. Como apresentado nesse trabalho,
tais conceitos refletem diretamente no ato de prescrever essas drogas, proporcionando indicações
impróprias de terapêutica analgésica desses pacientes.
É possível realizar Cuidados Paliativos de final de vida longe do hospital?: relato
de experiência
Autores: Daniela Bonfietti Rodrigues; Carla Gonçalves Dias; Carlota Vitória Blassioli; Eliana
Maria Monteiro Caran
Instituição: Instituto de Oncologia Pediátrica; Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança
com Câncer (IOP/GRAAC/UNIFESP)
Introdução: O cuidado paliativo visa promover a qualidade de vida e resgatar a dignidade da
criança e família durante todas as fases da doença, incluindo a terminalidade, sendo que este
cuidado pode ser oferecido em hospitais, redes básicas de saúde e no domicílio. Sendo assim, o
objetivo deste trabalho foi relatar a experiência da equipe interdisciplinar do Ambulatório de
Cuidados Paliativos do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP-GRAACC) em oferecer cuidado
paliativo de final de vida, em domicílio e à distância, a um menino de 12 anos com leucemia
linfóide aguda.
Material e métodos: Estudo descritivo de relato de experiência.
Resultados: As ações e intervenções da equipe interdisciplinar incluíram: orientação sobre os
medicamentos em uso; diálogo sobre o medo da família em vivenciar o período de final de vida e o
contato telefônico com as redes de suporte do município para o qual a criança retornou. Foi
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estabelecido vínculo com a equipe de saúde do hospital do município, que foi o suporte quando a
criança precisou de intervenções invasivas para o alívio da dor intensa e do sangramento
apresentados devido à progressão da doença. Foi oferecido suporte medicamentoso, inclusive com
envio de opióides para uso endovenoso ao hospital do município, quando este não tinha disponíveis
medicamentos para o alívio da dor. O contato telefônico com os familiares foi realizado de maneira
sistematizada, conforme combinado previamente, com o acompanhamento dos sintomas
apresentados, o uso continuado e o acréscimo de novos medicamentos, a utilização da rede básica
de saúde e do hospital, os medos e o enfrentamento desta fase da doença que foram paulatinamente
sendo vivenciados pela criança e família. A inclusão da família e da criança nas decisões de final de
vida, principalmente na escolha do local onde gostaria de ser cuidado na terminalidade, e o vínculo
estabelecido com a família e com a rede de suporte do município de origem da criança, foi
fundamental para proporcionar a manutenção da qualidade de vida. As dificuldades encontradas no
acesso aos medicamentos, pode nos alertar para a importância de discussões de projetos para a
organização da rede de saúde Na atuação em Cuidados Paliativos, principalmente em regiões onde
não existem centros de referência nesta área.
Conclusão: A equipe interdisciplinar do Ambulatório de Cuidados Paliativos conseguiu realizar o
cuidado de final da vida, em domicílio e à distância, mantendo sua qualidade e dignidade. Esta
experiência foi fundamental para a discussão e elaboração de um projeto de atendimento domiciliar,
que possibilitem e respaldem a decisão de crianças e famílias de permanecerem em suas casas.
Elaboração de documento sobre diretrizes avançadas em ambulatório de
Cuidados Paliativos geriátricos
Autores: Tiago Pugliese Branco; Bruna Algrandi; Renata Diniz; Marcelo Altona; Luis
Saporetti; Wilson Jacob Filho
Instituto: Serviço de Geriatria (HC-FMUSP)
Introdução: A comunicação adequada entre equipe de saúde e pacientes/familiares é um dos
critérios de qualidade de um serviço de Cuidados Paliativos (CP). Dentre os tópicos a serem
discutidos, destaca-se o planejamento de diretrizes avançadas, que procura esclarecer os anseios
individuais em relação aos cuidados de fim de vida, bem como as preferências terapêuticas no
momento em que se dá a perda de capacidade na tomada de decisões, incluindo adoção ou não de
medidas de suporte avançado. É sabido que modelos de planejamento de cuidados avançados
melhoram desfechos no trato de pacientes em fim de vida, além de reduzir estresse, ansiedade e
depressão de familiares após o falecimento. Em nosso meio, foram recentemente introduzidos no
Código de Ética Médica artigos que versam acerca de alocação adequada de recursos diagnósticos e
terapêuticos visando CP apropriados em pacientes em fim de vida. Os pacientes atendidos pelo
ambulatório de CP – Serviço de Geriatria do HC/FMUSP – recebem abordagem sistematizada
referente ao planejamento de cuidados, sendo confeccionada carta ao fim da discussão com dados
contendo diagnóstico, prognóstico e desejos relacionados aos cuidados de fim de vida. Em
literatura, são descritas diferentes formas de se escrever o planejamento de cuidados avançados.
Pode se optar por maneiras genéricas de descrição, como “priorização de conforto”, a outras
específicas, como recusa a procedimentos de intubação orotraqueal etc. O objetivo do presente
estudo é avaliar de forma qualitativa as cartas de planejamento de cuidados avançados
confeccionadas durante o atendimento de pacientes no ambulatório de CP.
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Material e métodos: Estudo de avaliação qualitativa de cartas com descrição de diretrizes
avançadas dos pacientes atendidos no Ambulatório de CP Geriátrico do serviço de Geriatria do
HCFMUSP de janeiro de 2009 a junho de 2010.
Resultados: Foram escritas 14 cartas com descrição de diretrizes avançadas no período. Todas
descreviam se tratar de pacientes acompanhados pelo serviço de CP, o diagnóstico que indicava tal
acompanhamento e a ciência dos mesmos (ou de seus familiares) acerca de diagnóstico e
prognóstico. Doze (85,7%) indicavam e a proposta de alívio de sintomas e conforto. Três (21,4%)
cartas continham o nome do familiar responsável, 1 (7,1%) apontava não indicação de medidas
invasivas, 2 (14,2%) apontavam não indicação de medidas de sustentação artificial de vida, 3
(21,4%) especificavam determinado procedimento preterido no caso (hemodiálise, em 2 casos;
quimioterapia, em 1 caso). Seis (42,8%) pacientes não apresentavam autonomia preservada por
serem portadores de demência avançada.
Conclusão: A dificuldade na abordagem do tema fica nítida quando se constata que as cartas
analisadas neste estudo carecem de discriminar especificamente procedimentos a serem adotados
nos cuidados de fim de vida dos pacientes, dizendo de forma genérica que devem receber medidas
de alívio de sintomas e conforto. A adequada discussão sobre diretrizes avançadas é um dos grandes
desafios durante o atendimento de paciente com doença ameaçadora de vida, tendo em vista a
fragilidade psíquica na qual se apresentam seus valores pessoais e crenças religiosas. Contudo, este
tema é determinante para sucesso no desfecho dos cuidados quando se estabelece como meta
principal a priorização de conforto. Garante-se, assim, que a equipe de saúde que vá oferecer
cuidados de fim de vida ao paciente saiba as metas de seu cuidado.
Encontro de pais enlutados: relato de experiência
Autores: Dileiny Antunes Geronutti; Érica Boldrini; Roberta Zeppini Menezes da Silva;
Gisele Eiras Martins; Anna Helena Junqueira; Priscila Mara Flausino Silva; Debora Rebollo
Instituição: Hospital do Câncer de Barretos
Introdução: Mesmo com os avanços alcançados pela oncologia pediátrica há ainda uma parcela de
pacientes que não consegue obter a cura. A perda de um filho é um acontecimento trágico para os
pais. Pais enlutados precisam ser amparados e acolhidos em sua dor, para que possam encontrar
outros sentidos que lhes permitam sobreviver à perda e prosseguirem suas vidas.
Material e métodos: Frente a essa realidade organizamos o primeiro encontro de pais enlutados,
com o intuito de acolher e oferecer a oportunidade de compartilhar aprendizados resultantes da
morte de um filho.
Resultados: O primeiro passo foi o convite às famílias que perderam seus filhos, durante o
tratamento oncológico, no período de Janeiro de 2008 à Abril de 2010. O contato foi realizado por
profissionais do departamento, através de ligações telefônicas. O encontro foi realizado em um
ambiente acolhedor fora do hospital. Reunimos 12 famílias, totalizando 25 familiares, e membros
da equipe como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicóloga, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional, musicoterapêuta, brinquedista e voluntários. As famílias vieram dos estados de São
Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Duas mães, impossibilitadas de comparecerem,
encaminharam mensagens. Inicialmente a equipe e os pais se apresentaram e uma dinâmica de
acolhimento foi realizada, com coordenação da psicóloga, com o intuito de partilhar sentimentos,
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dificuldades e as diferentes formas de enfrentamento do luto. Em seguida, um almoço de
confraternização foi servido e no decorrer do dia, atividades de canto e caminhada, permearam o
encontro. No encerramento, simbolicamente, balões foram soltos. Mensagens com palavras de
agradecimento, pelo dia de alegria, consolo, lazer e troca de experiências foram deixadas pelos pais
para a confecção de um livro.
Conclusão: Através desse encontro foi possível observar que é muito importante para os pais
saberem que não estão sozinhos, que não foram esquecidos, que não são diferentes de outros pais.
Para a equipe, fica a relevância dos laços entre os cuidadores e os que são cuidados, bem como a
importância do trabalho em equipe para ajudar essas famílias a superarem a dor do luto. Dessa
forma tentamos ajudar a reencontrar a serenidade, para que possam viver com uma ferida que nunca
mais cicatrizará. Acreditamos que esse relato poderá servir como facilitador para profissionais que
queiram compreender o luto e trilhar os difíceis caminhos que acompanham as perdas resultantes da
morte.
Ensino médico em terminalidade da vida: sua obrigatoriedade é válida?
Autores: Andréia Padilha de Toledo; Lilian Zaghis Martinelo; Denise Gonçalves Priolli
Instituição: Universidade São Francisco
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cuidado paliativo é a abordagem
que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a
continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce,
avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e
espiritual. Os princípios do tratamento paliativo se baseiam em: proporcionar alívio da dor e outros
sintomas angustiantes; encarar a vida e a morte como um processo normal; não adiar nem acelerar o
processo de morrer; integrar os aspectos psicológicos e espirituais da assistência ao paciente;
oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão ativamente quanto possível até a
morte; oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a enfrentar a doença e até mesmo o luto;
realizar uma abordagem em equipe para atender as necessidades dos doentes e suas famílias,
incluindo o luto; melhorar a qualidade de vida, podendo influenciar positivamente no curso da
doença; ser aplicado no início do curso da doença, em conjugação com outras terapias destinadas a
prolongar a vida, como a quimioterapia ou radioterapia, incluindo as investigações necessárias para
melhor compreender e gerir as angustiantes complicações clínicas. As diretrizes curriculares dos
cursos de medicina do Brasil dispõem sobre a formação do médico, sendo que a questão do
acompanhamento do processo de morte é uma competência que deve ser adquirida durante o curso
de graduação. No entanto, a adoção obrigatória de uma disciplina com o foco primário em
terminalidade da vida junto ao curso de Medicina não é uma exigência, assim, as escolas médicas
podem ou não adotá-la. O trabalho tem por objetivo verificar a obrigatoriedade de disciplina clínica
ou pré-clínica com foco primário em terminalidade da vida, frente ao cumprimento dos princípios
que norteiam os Cuidados Paliativos propostos pela OMS.
Material e métodos: Foi aplicado um questionário sobre o ensino em terminalidade da vida nos
responsáveis pela elaboração do currículo, os coordenadores do curso das escolas médicas do
Brasil. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS 13.0, adotando nível de significância de
5%.
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Resultados: Escolas médicas que possuem disciplina pré-clínica ou clínica com foco primário em
terminalidade da vida preenchem 6 dos 9 princípios da OMS enquanto os cursos cuja disciplina não
é obrigatória cumprem 2 dos 9 critérios.
Conclusão: A obrigatoriedade de disciplina pré-clínica ou clínica com foco primário em
terminalidade da vida é fator preditivo para o cumprimento do ensino dos princípios dos Cuidados
Paliativos da OMS.
Escala de utilização de laxantes em Cuidados Paliativos
Autores: Helga Priscila Giugno Bischoff; Danielle Menendez Zamboni; Fatima Regina
Rodrigues de Assunção
Instituição: Hospital Samaritano
Introdução: A constipação intestinal é definida como uma série de sinais e sintomas relacionados à
dificuldade na eliminação das fezes. Esta é uma condição freqüente em pacientes em Cuidados
Paliativos e as causas são multifatoriais, envolvendo fatores psicológicos, fisiológicos,
farmacológicos e ambientais. O tratamento farmacológico é importante para estes pacientes e tem
por objetivo restabelecer os hábitos intestinais e diminuir os sintomas decorrentes da constipação. O
objetivo do presente trabalho foi formular uma escala de utilização de laxantes para pacientes em
Cuidados Paliativos, tabulando-se quais seriam de primeira escolha. Levaram-se em conta os
mecanismos de ação, as reações adversas e via de administração das diferentes classes.
Material e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo de artigos científicos publicados de
2000 – 2010 na base de dados MEDLINE sobre o uso de laxantes em pacientes em Cuidados
Paliativos, com os descritores: Cuidados Paliativos e constipação intestinal. Foram utilizados
também como instrumento do estudo, as bulas dos medicamentos e o software Micromedex®.
Resultados: A escala foi formulada da seguinte maneira: nos primeiros degraus da escala estão as
classes administradas por via oral, por ser a via menos invasiva. Estas primeiras opções são: 1º
degrau: laxantes lubrificantes – não ocorre absorção, formam apenas uma camada oleosa sobre a
mucosa; 2º degrau: laxantes osmóticos – funcionam através da perda de água do organismo para o
interior da luz intestinal, provocando amolecimento das fezes; 3º degrau: laxantes irritantes (estes
são os mais indicados quando a constipação é devido ao uso de opióides) – provocam irritação do
intestino, aumentando os movimentos de propulsão. As opções subseqüentes são administradas por
via retal e utilizadas em situações emergenciais. São elas: 4º degrau: laxantes irritantes e emolientes
na forma farmacêutica de supositórios; 5º degrau: laxantes osmóticos na forma de enemas, que são
considerados mais invasivos do que os supositórios; 6º degrau: laxantes irritantes e emolientes na
forma de enemas, estes ficaram no último degrau devido ao tipo de procedimento e por serem
irritantes provocam mais efeitos adversos como cólicas. A classe dos laxantes formadores de bolo
não entrou na escala, pois pacientes terminais normalmente tem a ingestão de líquidos diminuída, o
que pode ocasionar obstrução intestinal com o uso desta classe.
Conclusão: A escala servirá para auxiliar a equipe de Cuidados Paliativos em relação ao tratamento
da constipação intestinal, de forma a não provocar ainda mais desconforto ao paciente, porém, a
escolha do laxante deve ser feita de maneira individualizada, levando-se em conta as condições,
necessidades e o histórico do paciente.
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Espiritualidade: modalidade terapêutica em Cuidados Paliativos
Autores: Maria Elizabete Sobreira de Albuquerque; Isabelle Cristinne Pinto Costa; Kamyla
Félix Oliveira dos Santos; Solange Fátima Geraldo da Costa; Maria Emília Limeira Lopes
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Introdução: É notório nos dias atuais que a ciência reconhece a grandeza e a importância da
espiritualidade na dimensão do ser humano. Logo, a atenção ao aspecto da espiritualidade se torna
cada vez mais necessária na prática de assistência à saúde, haja vista que é considerada como um
instrumento que contribui para a saúde e a qualidade de vida do ser humano nas diversas fases da
vida, em particular, na terminalidade. Sob esse prisma, a espiritualidade emerge como uma
modalidade terapêutica em Cuidados Paliativos, que visa fortalecer ao paciente por meio da
promoção do conforto e diminuição da dor. Contudo, para o alcance desses objetivos é imperioso
que o profissional promova uma assistência pautada no respeito, na humanização e no acolhimento.
Nesse sentido, este estudo tem como objetivo caracterizar a produção científica acerca da
espiritualidade como modalidade terapêutica em Cuidados Paliativos em periódicos online, no
âmbito da saúde.
Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa documental que teve como fonte de dados artigos
publicados acerca da temática disponibilizados na Biblioteca Virtual em Saúde, no período de 2002
a 2009. Após a busca dos artigos, utilizando-se os descritores “espiritualidade”, “espiritualidade and
terminalidade”, “espiritualidade and Cuidados Paliativos”, foram mencionados um total de 3.424
publicações. Tendo em vista os critérios de inclusão desta pesquisa, em que os artigos científicos
deveriam contemplar acerca da temática em estudo no seu título, no idioma português e dentro do
período referido, a amostra foi constituída de 6 (seis) artigos. Considerando um número incipiente
de produção, procurou-se também no Google Acadêmico, encontrando três artigos, perfazendo uma
amostra final de nove estudos. Para a análise do material empírico optou-se pela técnica de análise
de conteúdo.
Resultados: Foi possível vislumbrar a categoria “espiritualidade e modalidade terapêutica”,
deixando transparecer que as produções científicas acerca dessa temática destacam a importância de
compreender a espiritualidade do paciente bem como de sua família no processo de adoecimento
para a promoção da saúde. É inegável, portanto, a associação positiva entre espiritualidade e
melhora clínica dos pacientes, além de propiciar uma melhor qualidade de vida no processo de
morrer e uma morte mais serena e digna. Os estudos investigados apontam, ainda, para a
necessidade de preparar os profissionais de saúde para o uso da intervenção por meio dessa
modalidade, capacitando-os para uma assistência qualificada e integral. Diante do exposto, esse
estudo revelou uma quantidade ínfima de produção científica acerca da espiritualidade como
modalidade terapêutica em Cuidados Paliativos, o que evidencia que esse tipo de cuidar necessita
de maior investigação por parte de pesquisadores da área de saúde.
Conclusão: Reafirmamos a importância da reflexão sobre as questões de natureza espiritual no
emprego de Cuidados Paliativos dirigidos ao cuidado do paciente na sua multidimensional idade,
procurando assegurar que o amor ao próximo seja o caminho orientador dessa assistência.
Estrutura e processo de trabalho do programa de internação domiciliar
interdisciplinar (Pelotas, RS)
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Autores: Julieta Carriconde Fripp; Isabel Arrieira; Mateus Valadão; Eliana Coelho; Patricia
Abrantes
Instituição: Universidade Federal de Pelotas
Introdução: Pacientes com câncer fora de possibilidade de cura devem receber Cuidados Paliativos
desde o momento do diagnóstico. A organização dos Cuidados Paliativos requer coordenação entre
as diferentes estratégias de assistência à saúde, principalmente entre a internação hospitalar,
situação em que se encontra a maioria dos pacientes com neoplasias em estágio avançado, e a
atenção domiciliar. Esta coordenação oportuniza a continuidade dos cuidados e o acolhimento dos
pacientes e familiares em ambiente domiciliar. A grande maioria dos países não dispõe de oferta
pública de Cuidados Paliativos ou apresenta serviços pontuais com baixa cobertura das
necessidades da população. A disponibilidade desse serviço ocorre de forma sistemática somente
em países desenvolvidos. O presente estudo tem como objetivo descrever a estrutura e o processo
de trabalhos desenvolvidos no Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) para
pacientes oncológicos, implantado em 2005, no Hospital Escola da Universidade Federal de
Pelotas.
Material e métodos: Foi realizada a coleta de dados mediante aplicação de entrevista semiestruturada com os responsáveis pelo PIDI, a fim de obter informações a respeito da infra-estrutura
e processo de trabalho do programa. A seguir as informações foram descritas mediante um roteiro
semi-estruturado.
Resultados: O PIDI foi implantado pela Fundação de Apoio Universitário em abril de 2005, tendo
sua estrutura contígua à do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. A sede do
programa conta com espaço de recepção, sala administrativa e sala de atividades interdisciplinares
profissionais e acadêmicas, com mini-auditório equipado com projetor multimídia e capacidade
para acomodar cerca de 20 pessoas, em que são analisados os casos clínicos e realizadas as reuniões
com os cuidadores usuários do PIDI. O programa possui um veículo de médio porte para o
transporte da equipe que realiza as visitas domiciliares aos pacientes. Com relação aos recursos
humanos, o programa conta com uma médica coordenadora e um auxiliar administrativo na sede. A
equipe assistencial direta é composta por médica, enfermeira, assistente social, duas técnicas de
enfermagem e dois motoristas. A equipe matricial de suporte conta com uma nutricionista, uma
psicóloga e um capelão. Processo de trabalho desenvolvido pelo PIDI: Os pacientes são incluídos
no PIDI a partir de encaminhamentos provenientes dos serviços que prestam atendimento a
pacientes oncológicos nas unidades da Universidade Federal de Pelotas: quimioterapia, radioterapia,
hospital, ambulatório de oncologia e unidades básicas de saúde. Após avaliação inicial da equipe do
PIDI (médica e enfermeira) e preenchendo os seguintes critérios de inclusão: ser morador zona
urbana de Pelotas, ter cuidador e condições domiciliares para receber os cuidados, apresentar
condições clinicas que exijam menos tecnologia especializada inerente ao ambiente hospitalar, estar
em tratamento regular em unidade de saúde da UFPel. A atual estrutura do programa comporta no
máximo 10 pacientes concomitantes, que recebem visitas diárias, duas vezes ao dia pela equipe
assistencial direta, composta de médica, enfermeira, técnicas de enfermagem e assistente social. Os
usuários são assistidos no domicílio pela equipe matricial de suporte – nutricionista, psicólogo e
capelão – duas a três vezes por semana. Após a abertura do prontuário, os pacientes recebem
diariamente todos os insumos necessários para o cuidado domiciliar, como medicamentos de uso
oral ou injetável, material para curativos e dietas especiais. Os pacientes do PIDI que apresentam
intercorrências de maior gravidade são levados para o Pronto Socorro local pelo Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU – 192) e, quando retornam ao domicilio, permanecem sob
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os cuidados do PIDI. Os óbitos que ocorrem em domicílio muitas vezes são acompanhados e
constatados pela equipe do PIDI e, quando os profissionais do serviço não estão presentes, a
constatação é realizada pelo médico do SAMU. Para os óbitos em domicílio, o atestado de óbito é
fornecido pela médica do PIDI. Semanalmente, todos os membros da equipe se reúnem para discutir
o projeto terapêutico de cada paciente. Estudantes de medicina, enfermagem, nutrição, serviço
social e psicologia apresentam casos clínicos, periodicamente, utilizando a estrutura e os
equipamentos do próprio serviço. A cada 15 dias, os usuários cuidadores e ex-cuidadores enlutados
do PIDI participam de reuniões de grupo, organizadas pela enfermeira, a assistente social e a
psicóloga do serviço. Além da educação permanente dos profissionais e estudantes do PIDI, através
da construção de protocolos e rotinas, o serviço realiza anualmente seminário interdisciplinar
voltado aos cuidados de pacientes oncológicos, dando ênfase aos temas internação domiciliar e
Cuidados Paliativos. Desde a implantação do PIDI, há quatro anos, já foram realizados cinco
seminários, tendo como públicos profissionais e estudantes das várias áreas da saúde. A média de
público por evento foi de duzentas e cinquenta pessoas.
Conclusão: A estrutura, os recursos humanos e o processo de trabalho observados no PIDI
apresentam semelhanças com alguns serviços que realizam internação domiciliar no Brasil e no
exterior, apesar de poucos contemplarem somente pacientes oncológicos. O presente estudo,
oportuniza a divulgação de estratégias de cuidado paliativo domiciliar com caráter humanizado em
pacientes com câncer, em situação de terminalidade, podendo subsidiar o delineamento e a
implantação de políticas públicas não apenas no município do estudo, mas em outros locais do país.
O presente estudo poderá auxiliar no fortalecimento da implantação de unidades de Cuidados
Paliativos vinculados às estruturas que possuem CACON e UNACON.
Estudo de caso: atuação dos residentes do programa de residência
multiprofissional num HU (Niterói - RJ)
Autores: Samantha da Silva Nazareth; Cristiane de Assis Marteleto; Paula Gava Pratti;
Cássia Viviane Borges Lordêllo; Maria Cristina Freitas de Castro; Maria de Fátima Muniz
Vidal; Maria Helena Ferreira Vieira
Instituição: HUAP - UFF
Introdução: Estudo Caso: Atuação dos Residentes do Programa de Residência Multiprofissional
em Conjunto com a Equipe de Cuidados Paliativos de um Hospital Universitário – Niterói/RJ. O
Programa de Residência Multiprofissional foi implantado este ano em vários Hospitais
Universitários do Brasil. No Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) em Niterói/RJ, os
Cuidados Paliativos (CP) foram contemplados com três residentes das seguintes áreas: serviço
social, nutrição e enfermagem. É entendido que o CP se constitui num conjunto de atos
multiprofissionais, em que cada esfera de conhecimento deve-se fundir em uma só, sendo
fundamental a integralidade e a qualidade no atendimento ao paciente e a família. O objetivo deste
trabalho é apresentar um estudo de caso em que as residentes puderam vivenciar a importância da
abordagem multiprofissional junto com a equipe de CP.
Material e métodos: O paciente J.A.S, 56 anos, com neoplasia maligna de nasofaringe, foi
acolhido pelo CP no qual recebeu atendimento integrado de primeira vez por toda a equipe,
inclusive com a participação ativa das residentes. Os cuidadores do paciente puderam participar de
reuniões quinzenais coordenadas pela equipe de CP com objetivo de esclarecer dúvidas freqüentes,
deixando abertas as discussões para a subjetividade de cada um. Neste momento, as residentes
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puderam discutir temas como finitude, dor e sofrimento. Além destas abordagens, as residentes
aplicaram o saber de cada profissão, tais como realização de curativos, orientações nutricionais e
encaminhamentos para rede de saúde, sempre de maneira integrada. As residentes prestaram
também assistência domiciliar. Dentre as demandas apresentadas pelo paciente, pode-se destacar
além dos aspectos físicos (caquexia, ferida tumoral, disfagia, xerostomia e mucosite secundária a
radioterapia paliativa), conflitos familiares e a ausência do Programa de Saúde da Família.
Resultados: A equipe de residentes pode observar na prática profissional, a consolidação dos
princípios propostos pelo CP, que coloca como ponto primordial a qualidade de vida do paciente e
de sua família, o tratamento da dor, o alívio dos sintomas e a permanência do paciente ao lado de
seus familiares. Foi observado ainda que a inserção das residentes fortaleceu e ampliou o trabalho
da equipe multiprofissional do CP.
Conclusão: O cuidado deste paciente possibilitou às residentes constatarem que o trabalho
multiprofissional é possível e fundamental para o alcance da integralidade em saúde como
preconiza os CP, o SUS e a proposta do Programa de Residência Multiprofissional.
Experiência do grupo de cuidadores do serviço de assistência e internação
domiciliar de Campinas (SP)
Autores: Ana Augusta Estevam Martins Silveira; Ana Paula Blancato Silva de Oliveira;
Carla Cristina da silva Alves; Liliane Martins Grassi Hirata; Maria Amália Guerra
Monteiro; Monalisa Fernanda Bocchi de Oliveira; Mônica Regina prado de Toledo Macedo
Nunes
Instituição: Prefeitura Municipal de Campinas
Introdução: A demanda crescente de pacientes com doenças crônicas e incapacitantes coloca em
destaque a figura de um segmento crescente da população: pessoas que prestam o cuidado. Os
cuidadores são indivíduos, na maioria das vezes, sujeitos a uma sobrecarga física e emocional que
pode comprometer o cuidado. É responsabilidade da equipe de saúde estar atenta às necessidades do
cuidador e buscar estratégias que visem à melhora da qualidade de vida desses indivíduos.
Material e métodos: Descrever a experiência do grupo de cuidadores do Serviço de Assistência e
Internação Domiciliar do Município de Campinas-SP. O serviço atende pacientes com doenças
incapacitantes, em Cuidados Paliativos ou com internações recorrentes. Realizamos encontros
bimestrais entre os cuidadores e as equipes de atendimento. Cada encontro tem duração de 2 horas e
é aberto para os cuidadores e seus familiares. No primeiro encontro, os cuidadores foram
questionados quanto aos temas que gostariam que fossem abordados. Surgiram temas como a
doença de seus familiares, qualidade de vida, capacitação nos cuidados, entre outros. Na primeira
parte do encontro um tema é abordado enquanto que num segundo momento, realizamos uma
confraternização geralmente alusiva a uma data comemorativa (Páscoa, Festa Junina, Natal, Dia das
Crianças...).
Resultados: Os cuidadores participam de forma ativa n os encontros com boa avaliação por parte
dos mesmos. No geral, vêm acompanhados de outros familiares e até mesmo do próprio paciente.
Alguns ex-cuidadores continuam participando e dão sua contribuição com o relato de suas
experiências pessoais.
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Conclusão: Concluímos que o Grupo de Cuidadores é uma estratégia válida por ser um espaço que
permite o fortalecimento do vínculo com as equipes além de promover momentos de reflexão e
descontração para o cuidador e seus familiares.
Fortalecimento de recursos emocionais de enfrentamento através do trabalho de
retrospectiva de vida
Autores: Marilia Bense Othero; Gloria Teixeira Nicolosi
Instituição: São Paulo Internações Domiciliares
Introdução: A ameaça à continuidade de vida proveniente de patologias crônicas acompanha uma
série de perdas tanto em âmbito individual, quanto social e econômicas tais quais: funcionais,
sociais, de auto-imagem, de independência, de poder aquisitivo. Essa série de perdas pode favorecer
o surgimento de reações emocionais como sintomas depressivos, ansiedade e desesperança
interferindo na evolução da doença e na intensidade/freqüência de sintomas. Sob a ótica dos
Cuidados Paliativos o psicólogo pode fornecer suporte e auxílio para o enfrentamento de tais
questões. O objetivo deste trabalho é escrever como o atendimento psicológico focado na
retrospectiva da história de vida pode favorecer o fortalecimento dos recursos emocionais.
Material e métodos: Estudo de caso de paciente do sexo feminino, 60 anos, casada, mãe de duas
filhas (31 e 29 anos), professora aposentada, portadora de esclerose lateral amiotrófica. No
atendimento psicológico, foi utilizado trabalho de retrospectiva de vida, na qual ocorreu a retomada,
escrita e análise de acontecimentos significativos da vida da paciente. Foram realizados
atendimentos semanais em home care durante aproximadamente 18 meses.
Resultados: A possibilidade de retomada dos principais aspectos da história facilitou a criação de
vínculo entre psicólogo e paciente, funcionando como estratégia facilitadora para surgirem aspectos
mais depressivos da personalidade da paciente e dificuldades que envolveram as perdas
conseqüentes da doença como: de independência, de autonomia, de função social. Desta forma,
através da contextualização do processo de adoecer em sua história de vida foram favorecidos os
recursos individuais para maior fortalecimento de sua auto-estima. Também foi promovido o
fortalecimento dos recursos internos de enfrentamento como: expressão de afetos negativos,
comunicação mais eficiente de emoções, manutenção da sensação de esperança/fé, diminuição de
comportamentos de esquiva.
Conclusão: A intervenção psicológica em Cuidados Paliativos possibilita promoção de maior
qualidade de vida. Ao proporcionar suporte emocional aos pacientes e familiares no enfrentamento
do processo de adoecimento considera o bem-estar do indivíduo em sua integralidade
biopsicossocial.
Grupo de terapia ocupacional para adultos com sequelas neurológicas graves
Autores: Tatiana dos Santos Arini; Maria Teresa Sales Furtado; Marilia Bense Othero
Instituição: Hospital Premier
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Introdução: A intervenção pela estimulação sensorial fundamenta-se na premissa de que estímulos
oferecidos na periferia de SNC podem ser decodificados, armazenados e posteriormente integrados
a outras partes do sistema. Dessa forma, visando oferecer atendimento de qualidade a pacientes
crônicos, portadores de seqüelas neurológicas graves, o setor de Terapia Ocupacional do Hospital
Premier elaborou uma proposta grupal de atendimento, focado em estimulação sensorial, partindo
do pressuposto que promover saúde é possibilitar a amplificação de experiências, a construção de
um ambiente afetuoso, além do enriquecimento de cotidiano hospitalar. O objetivo deste trabalho é
apresentar uma intervenção de Terapia Ocupacional por estimulação sensorial, com um grupo de
pacientes com seqüelas neurológicas graves.
Material e métodos: Trata-se de relato de experiência de um grupo de Terapia Ocupacional em
serviço hospitalar de Cuidados Paliativos na cidade de São Paulo. O grupo ocorre uma vez na
semana, com duração média de 30 minutos, em sala específica, com número médio de 4 integrantes,
entre homens e mulheres, com idades média de 50 anos e todos portadores de seqüela grave pós
parada cardio-respiratória. O objetivo do grupo é promover a experimentação, o cuidado e o resgate
da história de vida, através de vivências sensoriais diversificadas, por meio de atividades com
música, toques, massagem, sabores, cheiros, sensações térmicas, luzes, fotografias, entre outros,
com a possibilidade do resgate de experiências pessoais/emocionais e de interação com o contexto.
O terapeuta ocupacional oferece gradualmente os estímulos, observando atentamente as respostas
dos pacientes, interpretando-as e relacionando-as com sua história de vida.
Resultados: Ao longo do trabalho foi observado que os pacientes, progressivamente, permanecem
mais tempo em estados de alerta e vigília (auxiliando na manutenção e promoção das capacidades
cognitivas de atenção e expressão), apresentam maior tolerância aos diferentes estímulos, como
também o aumento da qualidade, freqüência e duração das respostas não verbais.
Conclusão: A intervenção de Terapia Ocupacional junto ao paciente com seqüela neurológica
grave mostra-se eficaz, ao proporcionar novas experiências de cuidado a partir da estimulação
sensorial. Para além das respostas aos estímulos, esta estratégia pode contribuir para a evocação e
manutenção da história de vida destes sujeitos, mesmo diante de suas importantes limitações
funcionais.
Identificação dos diagnósticos de enfermagem prevalentes no atendimento no
ambulatório de Cuidados Paliativos geriátricos
Autores: Ednalda Maria Franck; Rita de Cássia de Toledo Pinto; Luís Saporetti
Instituição: Hospital das Clínicas (FMUSP)
Introdução: O atendimento de pacientes no ambulatório de Cuidados Paliativos geriátrico tem a
necessidade da elaboração de um instrumento para a realização da consulta de enfermagem. Para a
elaboração do instrumento, se faz necessário a identificação do perfil do paciente atendido e dos
principais problemas levantados e prever os recursos necessários para o atendimento. Desta forma,
surgiu a necessidade de identificar os Diagnósticos de Enfermagem mais freqüentes nesta
população, segundo NANDA (North American Nursing Diagnosis Association). A partir daí,
desenvolveu-se um estudo cujo objetivo é levantar os principais diagnósticos de enfermagem
encontrados no atendimento de idosos num ambulatório de Cuidados Paliativos de um hospital
terciário para possibilitar uma intervenção de enfermagem adequada, criando subsídios para
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posterior elaboração do instrumento para a realização da consulta de enfermagem específico para
esta população.
Material e métodos: Estudo transversal de avaliação quantitativa de prontuários dos pacientes
atendidos no Ambulatório de Cuidados Paliativos Geriátricos do serviço de Geriatria do
HC/FMUSP, de Setembro de 2009 a Junho de 2010. O atendimento de enfermagem foi realizado
por duas enfermeiras que levantaram os diagnósticos de enfermagem referentes aos domínios:
nutrição, atividade/repouso e segurança/proteção segundo a NANDA.
Resultados: Foram identificados 54 atendimentos num total de 24 pacientes. A maioria era da cor
branca 15 (27,78%) e com distribuição igualitária de sexo. Levantaram-se os 15 Diagnósticos de
Enfermagem, pertencentes aos domínios nutrição, atividade/repouso e segurança/proteção, que se
apresentaram prevalentes nos atendimentos de enfermagem realizados no período descrito: 22
Déficit do autocuidado para alimentação (91,66%), 19 Déficit do autocuidado para vestirse/arrumar-se (79,16%), 18 Capacidade de transferência prejudicada (75%), 17 Déficit do
autocuidado para banho/higiene (70,83%), 17 Déficit do autocuidado para higiene íntima (70,83%),
15 Integridade da pele prejudicada (62,5%), 13 Risco de síndrome do desuso (54,16%), 12 Risco de
aspiração (50%),), 10 Comunicação verbal prejudicada (41,66%), 09 Deambulação prejudicada
(37,5%), 04 Risco de integridade da pele prejudicada (16,66%), 03 Deglutição prejudicada (12,5%),
02 Risco de infecção (8,33%), 02 Volume de líquidos excessivos (8,33%) e 01 Hipertermia
(4,16%).
Conclusão: Dos diagnósticos de enfermagem levantados constatou-se que as intervenções devem
ser focadas na prevenção de complicações das alterações do déficit do autocuidado e da integridade
da pele. Demonstrou-se a necessidade da criação de um instrumento que priorize a identificação das
intervenções de enfermagem voltadas para nortear a orientação quanto ao cuidado realizado pelo
paciente e/ou cuidador. O estudo mostrou a importância do atendimento de enfermagem nesta
população.
Impacto de carta de planejamento de cuidados avançados na qualidade de
atendimento de fim de vida
Autores: Tiago Pugliese Branco; Bruna Algrandi; Renata Diniz; Luis Saporetti; Wilson Jacob
Filho; Tania Vanucci Vaz Guimarães
Instituição: Serviço de Geriatria (HC-FMUSP)
Introdução: A abordagem de Cuidados Paliativos (CP) é voltada para o alívio do sofrimento do
paciente, visando melhorar sua autonomia e qualidade de vida. O estabelecimento de diretrizes
avançadas faz parte deste cuidado e representa um instrumento usado por pacientes para declarar
aos cuidadores, familiares e profissionais de saúde suas preferências em relação a terapêuticas
futuras, bem como para designar quem será responsável pela tomada de decisão no momento em
que perder a autonomia. Alguns estudos sugerem que a definição de diretrizes avançadas auxilia o
cuidador a tomar decisões que refletem melhor os desejos dos pacientes. A partir desta visão,
esforços vêm sendo feitos para que o uso de tal instrumento seja ampliado. Os pacientes atendidos
no ambulatório de Cuidados Paliativos do Serviço de Geriatria do HC/FMUSP são questionados
sistematicamente em relação ao planejamento de cuidados, sendo escrita carta ao fim da discussão
com dados referentes a diagnóstico, prognóstico e anseios sobre cuidados avançados. O objetivo do
presente estudo foi avaliar o impacto de Carta de Planejamento de Cuidados Avançados (CPCA)
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nos cuidados de fim de vida de pacientes em CP, com base na percepção de seus
familiares/cuidadores.
Material e métodos: Estudo transversal com série de casos acompanhados no ambulatório de CP
do serviço de Geriatria, que faleceram no período de janeiro a maio de 2010. Foi aplicado
questionário estruturado, aos familiares/cuidadores destes pacientes, após consentimento
esclarecido, através de entrevista telefônica por profissional médico. Este questionário incluía dados
referentes ao diagnóstico, data e local do óbito, utilização da carta no atendimento que precedeu o
óbito, adoção ou não de medidas invasivas e o impacto da carta na qualidade do cuidado.
Resultados: Foram entrevistados 5 familiares de pacientes que faleceram no período do estudo.
Quanto aos diagnósticos, dois tinham demência avançada, dois neoplasia avançada e um disfunção
renal grau 5 sem uso terapia renal substitutiva. Todos os pacientes faleceram em regime hospitalar,
sendo 01 em unidade semi-intensiva, um na sala de emergência e os demais em enfermaria. Todos
possuíam carta de planejamento, e quatro familiares apresentaram a mesma à equipe que cuidou do
paciente em seus últimos dias de vida. Destes, 2 não foram submetidos à medidas invasivas e outros
dois não tiveram esta informação esclarecida durante a entrevista. Apenas o paciente cujo familiar
não apresentou a carta de planejamento foi submetido a intubação e transfusão sanguínea. Quando
questionados se a carta ajudou, todos dos familiares que fizeram uso da mesma referiram que sim.
Conclusão: Os achados de nosso estudo sugerem que a documentação de diretrizes através de
CPCA melhora o suporte de fim de vida aos pacientes sob Cuidados Paliativos na visão de seus
cuida dores. Destaca-se que a comunicação durante a consulta foi bem sucedida, pois a maioria dos
familiares utilizou o instrumento fornecido da forma como foi abordado durante o atendimento. É
necessário, entretanto, ampliar a mostra para confirmarmos tal achado.
Indicador de qualidade na assistência de pacientes fora de possibilidade curativa
e seus familiares
Autores: Sathie Kamizono; Stella Ramos Pereira; Danile Azevedo; Camila Belentani; Luciane
Patrícia Amaral
Instituição: Santa Helena Assistência Médica
Introdução: Frequentemente nos deparamos com o tema da morte e sofrimento na assistência de
pacientes oncológicos fora de possibilidades curativas. Pacientes e familiares vivenciam um
processo de luto que segundo Bowlby (1982) ocorre apenas quando existe o rompimento de um
vínculo. O autor considera o luto como um momento de crise para a família, pois o impacto da
morte provoca demandas emocionais e relacionais sobre os membros da família e os demais
indivíduos que tenham algum vínculo afetivo com a pessoa que morreu. McGoldrick e Walsh
(1998) referem que o processo de ajustamento ou adaptação não tem uma escala ou seqüencia fixa.
As ligações pós-óbito possibilitam a expressão dos sentimentos diante da perda vivenciada.
Material e métodos: Foi realizado um estudo transversal através de contato telefônico para
familiares ou cuidadores de pacientes acompanhados por um serviço de Cuidados Paliativos do
setor privado que evoluíram para óbito, com objetivo de verificar indicadores de qualidade no
trabalho desenvolvido pela equipe interdisciplinar. As ligações se realizaram no período de
novembro de 2009 a junho de 2010, tendo o contato ocorrido dentro do período mínimo de 15 dias
após a morte de nossos pacientes, sendo o período máximo para a realização do contato, de até 20
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dias. Posterior a realização das ligações, foi preenchido protocolo previamente elaborado pela
Psicóloga, para avaliação dos dados coletados. Em situações em que não foi possível o contato
telefônico na primeira tentativa, foram realizadas até 3 tentativas em dias diferentes. Verificar
indicadores de qualidade no trabalho desenvolvido pela equipe interdisciplinar de um serviço de
Cuidados Paliativos.
Resultados: Realizamos no período (Nov/09 a Jun/10) acompanhamento de 33 ligações para os
familiares. Dos 33 familiares, tivemos 93% satisfeitos e 84% expressaram agradecimentos à equipe.
Destes 33 familiares, 51% referiram óbito hospitalar e 42% relataram medo de óbito domiciliar,
pois não se consideravam emocionalmente preparados. Observamos ainda, que 69% demonstrou
vínculo afetivo com a equipe e 63% relataram benefícios com a preparação para a morte, através da
abordagem desenvolvida pelos profissionais da equipe. Verificamos que 33% expressou queixas ou
reclamações, que consideravam importantes para a melhoria do serviço. E ainda, observamos no
discurso dos familiares enlutados, aspectos emocionais tais como: raiva, revolta, tristeza, estado
depressivo reativo, negação, ansiedade, culpa, seqüelas emocionais por perdas anteriores,
ambivalência, aceitação, elaboração do luto antecipatório e aspectos de luto complicado.
Conclusão: Através de relato livre, observamos quais aspectos trabalhados pela equipe, foram
relevantes e contribuíram para o melhor enfrentamento da perda pelos familiares enlutados. Sendo
que 63% relataram benefícios com a preparação para a morte, através da abordagem desenvolvida
pelos profissionais da equipe. E ainda, verificamos a necessidade de promover aos familiares
enlutados, apoio psicológico para a elaboração ou prevenção de lutos complicados.
Ingestão alimentar dos pacientes assistidos por um Programa de Internação
Domiciliar em Pelotas (RS)
Autores: Julieta Carriconde Fripp; Catiússa Colling; Patrícia Abrantes Duval; Cora Luiza
Pavin Araújo; Samanta Winck Madruga
Instituição: Universidade Federal de Pelotas (UFpel)
Introdução: A desnutrição atinge 66,4% dos pacientes com câncer, de acordo com o Inquérito
Brasileiro de Avaliação Nutricional (IBRANUTRI). O grau e a prevalência da desnutrição estão
relacionados, dentre outros fatores, ao estágio do tumor, podendo acometer mais gravemente os
pacientes em Cuidados Paliativos. Pacientes com câncer apresentam em geral anorexia e
emagrecimento involuntário, levando ao estado de caquexia, que tem impacto negativo sobre a
expectativa e na qualidade de vida do paciente com câncer em cuidado paliativo. Segundo o
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (INCA, 2009) nos casos de doença avançada ou
terminal, os pacientes devem receber de 20 a 35 kcal/kg peso atual/dia e 1,0 a 1,8 g proteína/kg
peso/dia. Distúrbios do trato gastrintestinal são frequentes e atingem 58% destes pacientes,
impedindo de se alimentar e atingir suas necessidades nutricionais. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a ingestão alimentar de pacientes oncológicos em Cuidados Paliativos internados no
Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) Oncológico do Hospital Escola da
Universidade Federal de Pelotas.
Material e métodos: Para este estudo foram considerados 106 pacientes internados no PIDI que
receberam pelo menos uma visita da equipe de Nutrição entre fevereiro de 2006 e fevereiro de
2008. Através de recordatório alimentar pode-se calcular o Valor Calórico Total (VCT) ingerido. O
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VCT ideal foi calculado a partir do peso atual e da recomendação de calorias por kg de peso atual
para pacientes com câncer.
Resultados: A média de VCT ideal dos pacientes do PIDI foi de 1600 kcal, enquanto que a média
de calorias totais ingeridas foi de 1200, representando 20,78 kcal/kg de peso/dia. Quarenta e um por
cento dos pacientes acompanhados tiveram uma ingestão calórica superior a 80% da sua
recomendação energética, mas destes, cerca de metade utilizavam a terapia nutricional enteral para
se alimentar. Já a categoria inferior de ingestão (de 30% a 79% do VCT ideal) englobou
aproximadamente metade d os pacientes e destes, apenas um paciente mantinha alimentação via
enteral.
Conclusão: A ingestão alimentar reduzida é esperada durante o curso da doença oncológica,
principalmente em sua fase avançada, onde se encontra a maioria dos pacientes do PIDI. É preciso
ressaltar que o objetivo principal da assistência nutricional nesta fase não é alcançar recomendações
energéticas ou protéicas. A alimentação deve ser considerada um ato prazeroso, respeitando a
tolerância e a aceitação do paciente, promovendo conforto e qualidade de vida. Portanto pode-se
concluir que uma porção significativa dos pacientes conseguiu manter uma razoável ingestão
alimentar utilizando a via oral.
Instrumentos aplicados pelo serviço social a pacientes com câncer no PIDI (HEUFPEL, Pelotas, RS)
Autores: Julieta Carriconde Fripp; Angela Julia Abreu; Isabel Arrieira; Mateus Valadão
Instituição: Universidade Federal de Pelotas
Introdução: O programa de internação domiciliar interdisciplinar, PIDI, do Hospital Escola da
Universidade Federal de Pelotas, há cinco anos realiza Cuidados Paliativos a pacientes com câncer
fora de possibilidade de cura em ambiente domiciliar. O serviço conta com equipe interdisciplinar,
para atender aos aspectos que dizem respeito ao alivio de sofrimento nas dimensões físicas, sociais,
emocionais e espirituais. O serviço social avalia e acompanha os pacientes e familiares do PIDI,
utilizando instrumentos que facilitam a abordagem dos problemas apresentados. Objetivos:
descrever os instrumentos utilizados pelo serviço social aos pacientes e cuidadores do PIDI.
Material e métodos: analise dos prontuários de 300 pacientes que internaram no PIDI, a fim de
identificar instrumentos aplicados pelo serviço social.
Resultados: os instrumentos encontrados nos prontuários dos pacientes foram: Escala de Zarit
Reduzida que é um instrumento utilizado para medir a claudicação dos cuidadores, viabilizando a
análise do grau de sobrecarga em leve, moderada e intensa. Genograma que é um instrumento
gráfico que possibilita a visualização das relações familiares do paciente e seu contexto
biopsicossocial através de simbologias que ilustram no mínimo três gerações, avaliação sócio
econômica: permite caracterizar, através das informações de renda familiar, escolaridade e
condições de moradia, a situação social dos usuários, para contemplar aqueles com maiores
necessidades sociais, regida pelo principio da equidade do Sistema Único de Saúde.
Conclusão: para garantir o cuidado integral de pacientes em Cuidados Paliativos e seus cuidadores,
os instrumentos que avaliam as necessidades existentes, direcionam as futuras intervenções para
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alívio do sofrimento, favorecendo uma melhor qualidade de vida aos usuários inseridos no
programa.
Intervenção da terapia ocupacional nos Cuidados Paliativos de uma idosa
institucionalizada: um estudo de caso
Autores: Paola Tavares Moreira; Marcella Guimarães Assis Tirado
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Introdução: Os Cuidados Paliativos visam minimizar a dor, controlar os sintomas da doença,
promover qualidade de vida e ajudar na preparação para a morte. A intervenção da Terapia
Ocupacional (TO), por meio de atividades terapêuticas com significado e sentido, pode promover
maior dignidade, conforto e autonomia no desempenho ocupacional. O papel do terapeuta
ocupacional engloba em três eixos norteadores, nos diferentes estágios da doença: intervenção
adaptativa (ambiente e tarefa); restauradora (estratégias de reabilitação e compensatórias; suporte
emocional); e educativa (orientações aos familiares e equipe cuidadora). Desta forma objetiva-se
discutir a intervenção terapêutica ocupacional nos Cuidados Paliativos a uma idosa
institucionalizada.
Material e métodos: Uma idosa, com 67 anos, fragilizada e recém chegada à Instituição de Longa
Permanência, cadeirante, com diagnóstico de AVE (acometimento do membro superior esquerdo e
membros inferiores), sem equilíbrio de tronco, atrofia muscular generalizada, e dependência
completa para AVDs, exceto alimentação. Apresenta-se disártrica, o que torna difícil sua
comunicação. Familiares relataram que a paciente apresenta idéias delirantes de cunho persecutório,
embora não observado. Relataram também quadro depressivo com comportamento de isolamento
social e desinteresse por atividades laborais. É atendida por uma estagiária curricular de terapia
ocupacional da UFMG, 2 vezes por semana, com duração de 30 a 40 min. As intervenções da
terapia ocupacional foram estruturadas nos eixos: adaptativas, educativas e restauradoras.
Resultados: Foram realizados 16 atendimentos até o momento. Nos atendimentos iniciais a idosa
apresentou baixo limiar de tolerância, irritação e apatia, queixando-se constantemente de cefaléia.
Posteriormente apresentou-se mais receptiva e cooperativa, mas, ainda referindo-se a cefaléia. As
intervenções realizadas incluíram a abordagem Adaptativa com a proposta de confecção de órtese
de repouso para diminuir a dor, evitar contraturas e deformidades. A idosa aceitou esta proposta e a
órtese está sendo confeccionada. A abordagem Restauradora consistiu no suporte emocional, na
estimulação do senso de auto-eficácia, por meio do reforço positivo na realização de atividades de
auto-cuidado, e na realização de massagem preventiva para relaxamento e manutenção dos tecidos e
articulações. Foram realizados passeios nos diferentes espaços da Instituição como os jardins e a
varanda, acompanhamento das atividades festivas e socializantes, como apresentações de música,
teatro, atividades físicas que possibilita ram abordar a vida na instituição e a preparação para a
morte. A idosa tornou-se mais participativa, mais receptiva com funcionários e com os outros
idosos, e tem demonstrado sentimentos positivos frente a sua institucionalização. A abordagem
educativa visou orientar cuidadores quanto as técnicas de transferência e manejo no leito; e às
estratégias para diminuir a irritabilidade principalmente durante a higiene pessoal.
Conclusão: Estes resultados ilustram uma possibilidade de intervenção efetiva da terapia
ocupacional nos Cuidados Paliativos com uma idosa institucionalizada.
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Intervenção de terapia ocupacional em Cuidados Paliativos domiciliares: resgate
da história de vida
Autores: Tatiana dos Santos Arini; Marilia Bense Othero
Instituição: São Paulo Internações Domiciliares
Introdução: A Terapia Ocupacional na assistência domiciliar em Cuidados Paliativos busca maior
independência e autonomia do paciente, resgatando a presença de atividades significativas no
cotidiano. A realização de atividades expressivas e manuais pode ser uma das estratégias neste
sentido. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de acompanhamento domiciliar em Terapia
Ocupacional, de paciente com doença neurológica progressiva e demonstrar como a intervenção
pode contribuir para o resgate de atividades significativas, contribuindo para sua dignidade e autoestima.
Material e métodos: Trata-se de um estudo de caso de M.LR.P., sexo feminino, 66 anos,
acompanhada pelo setor por 16 meses. Com diagnóstico de Doença do Neurônio Motor, está
altamente incapacitada para as atividades de vida diária, alimenta-se por gastrostomia, é afásica,
comunica-se com os olhos. Durante sua vida, realizou atividades artesanais, processo interrompido
pela evolução da doença. O acompanhamento era quinzenal, utilizando atividades de seu repertório
ocupacional. Com o olhar, a paciente escolhia todos os passos da atividade; o terapeuta
“emprestava” sua capacidade motora para a execução.
Resultados: Em um momento inicial, a paciente escolheu atividades para decorar sua casa; em um
segundo momento, com uma piora funcional, a paciente passou a não sair do quarto e suas
produções voltaram-se a presentear a família e profissionais. A cadeira de rodas da paciente foi
então adaptada pelo setor; no terceiro momento, ela voltou a circular pela casa, reapropriando-se
deste espaço; por isso, suas produções voltaram-se aos objetos para sua casa. O acompanhamento
foi finalizado, pois a paciente foi internada devido complicações clínicas.
Conclusão: Com o acompanhamento em Terapia Ocupacional pautado no referencial dos Cuidados
Paliativos, pôde-se observar resgate da autonomia, do fazer e da história de vida da paciente, apesar
das debilidades e incapacidades apresentadas, contribuindo para sua qualidade de vida.
Intervenções e Cuidados Paliativos na terminalidade: produção cientifica em
periódicos online
Autores: Monica Ferreira de Vasconcelos; Cecília Danielle Bezerra Oliveira; Miaria Eliane
Moreira Freire; Marifane Januário de Souza
Instituições: Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Hospital da Polícia Militar General
Edson Ramalho
Introdução: Os Cuidados Paliativos (CP) adotam uma abordagem terapêutica humanista e
integrada, direcionada a pacientes sem possibilidades de cura, com a finalidade de promover alívio
dos sintomas, maximizar o conforto e o bem-estar, contribuindo para melhoria da qualidade de vida
destes pacientes. Trata-se de uma abordagem de cuidado integrado, promovido por uma equipe
multiprofissional, com a intenção de proporcionar suporte psicossocial e espiritual ao paciente e
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seus familiares. Notório enfatizar que os CP se firmam no entendimento de que, mesmo sem
chances de cura, há muito que ser feito pelo doente. Nesse sentido, a atuação de profissionais da
saúde torna-se indispensável para proporcionar o máximo de conforto a estes pacientes, ajudandoos vivenciar o processo da morte com dignidade. Neste contexto, é inegável a importância da
valorização dos cuidados para nortear e alicerçar a busca pela manutenção da qualidade de vida sem
intervir no curso natural do processo do morrer. Mas, que ações devem ser realizadas por
profissionais de saúde, com ênfase nos Cuidados Paliativos direcionados a pacientes na
terminalidade? Diante desse questionamento, este estudo se propôs a investigar intervenções em
Cuidados Paliativos na terminalidade, descritos em publicações disponibilizadas em periódicos
online da área da saúde.
Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa documental, realizada na base d e dados LILACS e
SciELO, em periódicos publicados no período de 2005 a 2010; a busca teve como descritor
primário “Cuidados Paliativos”, sendo encontrados um total de 331 artigos; destes foram
selecionados 07 artigos que versavam sobre Cuidados Paliativos na terminalidade. Para a análise do
material empírico optou-se pela técnica de análise de conteúdo.
Resultados: Nos artigos que foram submetidos à análise, foi dado destaque às intervenções
direcionadas aos pacientes em situação de terminalidade; dentre estas intervenções foi dado ênfase à
comunicação, sendo considerada de primordial importância para a condução do tratamento de um
paciente terminal, devendo ocorrer entre a equipe de saúde, o paciente e a família, sugerindo-se que
sejam definidas técnicas para uma boa comunicação, pois os envolvidos nestes cuidados são
submetidos à grande estresse e tensão. Na literatura consultada, ressalta-se que as ações respeitem a
singularidade do paciente, bem como estejam em consonância com os princípios bioéticos:
autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. Estas poderão ser adotadas e realizadas por
profissionais de saúde, cuidadores e familiares, sendo considerada fundamental a aceitação da morte
como um evento natural. Os autores sugerem ainda a suspensão de medicamentos que tenham a
finalidade de prolongar a vida e a adequação do tratamento para o controle da dor e dos sintomas,
promovendo alívio do sofrimento do paciente terminal, acatando-se a decisão do paciente, sempre
que possível. Considerou-se ainda que para a prestação de Cuidados Paliativos a pacientes críticos e
seus familiares, devem ser seguidos princípios e metas que visem o respeito às necessidades e
anseios individuais. Por fim, o planejamento de programas de Cuidados Paliativos no domicílio
deve ter como pressuposto a realização de cuidados continuados, evitando-se rupturas no
atendimento.
Conclusão: Com este estudo pode-se evidenciar que ainda são incipientes publicações científicas
da área da saúde acerca de intervenções em Cuidados Paliativos, direcionados a pacientes terminais.
Espera-se que os resultados constatados possam suscitar reflexões a respeito desta modalidade
terapêutica, instigando os profissionais a divulgar cada vez mais temas envolvendo Cuidados
Paliativos.
Liga Acadêmica Baiana de Cuidados Paliativos: relato sobre formação de uma
liga acadêmica
Autores: Aline Fernanda Araújo Palmeira; Ladymirian de Oliveira Santos; Analu Pereira
Gianezeli; Alice de Andrade Santos; Brunna Lima de Carvalho Passo; Emanuela Santos
Oliveira; Ruth Fernandes de Oliveira; Juliana Bezerra do Amaral
Instituição: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
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Introdução: Os Cuidados Paliativos (CP) são um conjunto de práticas multiprofissionais com
atenção direcionada aos indivíduos com doenças transmissíveis e não-transmissíveis, progressivas e
sem perspectivas de cura que proporcionam fragilidades e limitações físicas, psicológicas, sociais e
espirituais aos enfermos. Esta prática busca propiciar maior qualidade de vida aos pacientes através
do controle dos sintomas além de oferecer apoio durante todo o processo às famílias que também se
encontram fragilizadas. O estado da Bahia, apesar de sua amplitude assistencial, ainda possui
poucos centros de atenção paliativista, sendo a sua maioria com foco na oncologia. Nesta
perspectiva, e somado as inquietações vivenciadas ao longo da formação acadêmica, o objetivo
deste trabalho é de relatar a experiência da fundação de uma liga acadêmica em CP.
Material e métodos: Relato de experiência sobre a construção e implantação de uma liga
acadêmica em uma instituição filantrópica de ensino superior da cidade do Salvador, Bahia no ano
de 2009 a 2010.
Resultados: A Liga Acadêmica em CP foi idealizada no ano de 2009 por um grupo de estudantes
do curso de enfermagem da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), após as
inquietações vivenciadas no cuidado de pacientes sem perspectiva de cura durante as práticas
assistenciais em unidades hospitalares. Iniciaram, assim, discussões referentes ao cuidar desses
indivíduos consolidando em 2010 na formação de uma liga acadêmica em virtude da especificidade
e importância do tema. Em seguida, criou-se um estatuto que apresenta os objetivos da liga com
base na tríade acadêmica: ensino, pesquisa e extensão, por possibilitar a construção de medidas que
planejem, implementem, ofereçam, agreguem e renovem os CP no cenário atual. A liga se propõe a
promover atividades inter e multidisciplinar nos diversos contextos (comunidade, universidade e
serviços de saúde), pois este perfil torna o desempenho desta entidade acadêmica integral e
holístico, já que na interdisciplinaridade deve-se ocorrer reciprocidade, enriquecimento mútuo,
promovendo uma horizontalização das relações de poder nas áreas envolvidas, além de propor uma
troca inestimável de conhecimento. Desde a aprovação pela diretoria da EBMSP com filiação em
março, estamos promovemos debates científicos entre os membros, a fim de construirmos um maior
embasamento técnico e científico da temática. Além disso, promovemos sessões científicas mensais
abertas à comunidade acadêmica, onde as diversas realidades dos Cuidados Paliativos são
discutidas e esclarecidas. Desenvolvemos mini-curso sobre CP, com enfoque interdisciplinar,
ministrado durante a Mostra Científica e Cultural da EBMSP e, atualmente iniciamos parceria com
um programa de atendimento domiciliar de uma instituição de referência em oncologia, onde
estaremos participando das visitas domiciliares, sessões científicas e acompanhamento dos
familiares.
Conclusão: A criação de uma liga é uma oportunidade extraclasse singular, pois é um importante
elemento na construção do saber acadêmico. Deste modo, acreditamos que guiados pelos objetivos
propostos no estatuto, a Liga Acadêmica Baiana de Cuidados Paliativos (LABCP) contribuirá para
divulgação e sensibilização dos CP entre os profissionais de saúde, estudantes e comunidade da
cidade do Salvador (BA), permitindo com que o cuidar oferecido aos enfermos e familiares
promovam qualidade de vida e conforto.
Ligações pós-óbito aos familiares enlutados: assistência ao familiar enlutado na
prevenção de lutos
Autores: Sathie Kamizono; Stella Ramos Pereira; Danile Azevedo; Camila Belentani; Luciane
Patrícia Amaral
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Instituição: Santa Helena Assistência Médica
Introdução: Em Cuidados Paliativos, observamos que no processo que antecede a morte do
familiar gravemente enfermo, todos os envolvidos demonstram grande sofrimento muitas vezes
expresso de forma velada. Isto porque pacientes e familiares diante da impotência gerada pela
proximidade da morte, escondem sua dor e demonstram a esperança que lhes permite continuar
lutando pela vida e/ou enfrentando as dificuldades decorrentes do adoecimento. Segundo Fonseca
(2004) o enlutamento possibilita que o enlutado reconheça que a pessoa perdida realmente se foi e
que precisa realizar mudanças internas (psicológicas) e externas (comportamentais e sociais) que
lhe permitem se adaptar a sua nova realidade. Por meio do luto a pessoa pode admitir a perda e se
preparar para outros processos que virão.
Material e métodos: Foi realizado um estudo transversal através de contato telefônico para
familiares ou cuidadores de pacientes acompanhados por um serviço de Cuidados Paliativos do
setor privado que evoluíram para óbito. As ligações se realizaram no período de novembro de 2009
a junho de 2010, tendo o contato ocorrido dentro do período mínimo de 15 dias após a morte de
nossos pacientes, sendo o período máximo para a realização do contato, de até 20 dias. Posterior a
realização das ligações, foi preenchido protocolo previamente elaborado pela Psicóloga, para
avaliação dos dados coletados. Em situações em que não foi possível o contato telefônico na
primeira tentativa, foram realizadas até 3 tentativas em dias diferentes. As ligações tiveram como
objetivo verificar aspectos emocionais no relato de familiares enlutados como prevenção de lutos
complicados.
Resultados: Realizamos no período (Nov/09 a Jun/10) acompanhamento de 33 ligações para
familiares enlutados. Verificamos que 69% relataram sobre o adoecimento de seus entes, 45%
falaram a respeito do momento da morte e 45% do pós-morte. Observamos como aspectos
emocionais que: 39% apresentavam ambivalência de sentimentos, 12% perdas anteriores não
elaboradas, 12% com sintomas físicos e 30% com sintomas emocionais relacionados ao luto, 18%
demonstraram dependência emocional, 21% consideram que se despediram, 39% apresentaram
família integrada, 48% relataram a preparação para morte através de condutas de profissionais da
equipe de Cuidados Paliativos, 30% atribuíram significados positivos à perda e 3% significados
negativos. Verificamos ainda, 24% sofreram perdas secundárias após a morte de seus familiares. E
36% utilizaram-se da fé ou religiosidade como recurso de enfrentamento. Dessa forma,
encaminhamos 15% para acompanhamento psicológico, com a finalidade de elaboração do luto
normal e prevenção de lutos complicados.
Conclusão: Através do relato obtido nas ligações pós-óbito, avaliamos o estado emocional dos
familiares enlutados, oferecendo assistência aos que necessitaram de apoio psicológico. E ainda,
verificamos a relevância da intervenção no luto antecipatório de pacientes e seus familiares.
Materiais instrucionais para capacitação de famílias em Cuidados Paliativos
oncológicos no domicílio
Autores: Maria Cristina Soares Figueiredo Trezza; Raysa E. S. Assis; Vanessa Pereira Neves;
Mariane M. Oliveira; Vinícius S. Rodrigues
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
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Introdução: Esse trabalho trata sobre a experiência de confeccionar materiais educativos para
acadêmicos de enfermagem e familiares que cuidam em domicílio de pessoas em Cuidados
Paliativos oncológicos (CPO). A idéia de realizá-lo surgiu da vivência dos autores em um projeto de
extensão desenvolvido por docentes e estudantes de Enfermagem da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL), que capacita as famílias para cuidar de seus familiares em fase de Cuidados
Paliativos oncológicos no domicílio. A experiência mostrou que a orientação na modalidade apenas
verbal era insuficiente para garantir uma fonte segura de consulta para os estudantes e familiares
que norteasse o cuidado e as demandas originadas em situações onde o facilitador e acompanhante
da família não estivessem presentes. Portanto, o objetivo desse trabalho é apresentar à comunidade
que lida com estudantes e famílias que cuidam de pessoas na fase CPO, os materiais instrucionais
desenvolvidos por esse grupo como mais uma fonte que vem a somar com outras no
aperfeiçoamento desse tipo de assistência.
Material e métodos: O processo de confecção dos materiais, que foi realizado de forma coletiva
pelo grupo, no período de agosto de 2009 a julho de 2010 passou pelas seguintes fases: 1ª)
Levantamento e discussão dos materiais existentes e veiculados pela Internet, com enfoque
semelhante ao que necessitávamos; 2ª) Decisão acerca de que materiais seriam confeccionados para
nossa realidade; 3ª) Divisão com os membros do grupo de tarefas referentes a partes do trabalho que
seria executado a partir de um sumário tentativo; 4ª) Discussão com todo o grupo sobre o material
que foi estudado e produzido; 5ª) Seleção, organização e revisão final dos materiais confeccionados;
6ª) Busca de uma fonte de financiamento para editoração.
Resultados: No levantamento e discussão, concluímos que os materiais existentes não atendiam às
nossas necessidades, pois alguns eram muito extensos, muitos tinham uma linguagem de difícil
entendimento para o nosso público e em sua maioria eram voltados para a instituição hospitalar e
não domiciliar. Os temas dos materiais foram selecionados a partir das dúvidas, dificuldades de
acesso aos profissionais e da falta de habilidade, expressados pelos estudantes e familiares. Os
materiais produzidos foram: Manual da família cuidadora; Manual do estudante de Cuidados
Paliativos; Folders sobre traqueostomia, soroterapia, hipodermóclise, sonda nasoenteral e ostomias,
esses últimos direcionados ao público das salas de espera do ambulatório do CACON e aos
pacientes residentes no interior que serão socializados nesse congresso. A fonte que financiou a
editoração foi o Programa de Redirecionamento Curricular de Profissionais de Saúde para o SUS
(PROSAUDE), no qual existia uma rubrica que apoiava a confecção de materiais educativos.
Conclusão: Ainda não foi possível fazer uma avaliação do impacto desses materiais no trabalho do
grupo, vez que estamos iniciando a sua utilização da qual precederá um treinamento dos estudantes
com base no conteúdo veiculado no manual e o fornecimento às famílias a partir de agora do
manual direcionado às mesmas. No entanto, ao apresentar à comunidade esses instrumentos,
consideramos como uma avaliação inicial, sugestões, acréscimos e críticas para o seu
aperfeiçoamento.
Medicamentos e fluidos utilizados por hipodermóclise
Autores: Toshio Chiba; Gabriela Ferri Carone; Fabiana Tomie Becker de Carvalho Chino;
Daniela Augusta Pereira; Fernanda Rodrigues Sbrissa
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
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Introdução: O tratamento medicamentoso e a reposição hidroeletrolítica podem ser realizados de
forma efetiva pela hipodermóclise (método de infusão de fluidos isotônicos e/ou medicamentos por
via subcutânea). Esta técnica pode ser adotada nos pacientes em Cuidados Paliativos que já não
toleram administração por via oral. Os medicamentos utilizados pela hipodermóclise devem ser de
baixa viscosidade, não irritantes teciduais e as soluções utilizadas devem ter tonicidade próxima à
fisiológica. A absorção pela via subcutânea é semelhante à via intramuscular, porém mais lenta e
gradual, permitindo efeito prolongado dos fármacos.
Material e métodos: Revisão de literatura realizada nas bases de dados PubMed, Cinahl e Web-ofScience e em periódicos científicos da área da saúde. Utilizados artigos na íntegra, publicados entre
2005 e 2009.
Resultados: Revisados 12 estudos, sendo 33,3% relato de experiência, 33,3% revisão de literatura,
8,3% ensaio clínico, 8,3% relato de caso e 16,7% revisão sistemática de literatura. A
hipodermóclise foi utilizada para infundir soluções de glicose, cloreto de sódio e glicofisiológica a
concentrações determinadas, com volumes de 250 a 3000 mL em 24h, sendo indicado até 1 500 mL
por sítio de punção. Os eletrólitos cloreto de sódio e cloreto de potássio podem ser administrados na
forma diluída. Os medicamentos relatados foram analgésicos (21,1%), antieméticos e neurolépticos
(10,5%), anticolinérgicos (7%), benzodiazepínicos (10,5%), antiinflamatórios (5,3%), antibióticos
(14%) entre outros.
Conclusão: A hipodermóclise é uma alternativa promissora para administração de medicamentos e
fluidos quando se trata de terapia paliativa, minimizando o estresse causado ao paciente. No
entanto, faltam estudos evidenciando a segurança terapêutica e farmacológica dos medicamentos
utilizados.
Na trilha do Prado do Sol: composições para um novo despertar
Autores: Lara Teixeira Karst; Patrícia Marinho Gramacho
Instituição: Associação de Combate ao Câncer de Goiás
Introdução: Numa manhã de quinta-feira, no leito de um hospital oncológico, uma criança de dez
anos de idade canta para a musicoterapeuta a composição musical que fez na noite anterior. A
música escrita em seu caderninho de composições recebeu o nome de “Primeira Estrela”, a terceira
das dezessete músicas que compôs pós transplante de medula óssea. A canção é um diálogo da
criança com a estrela primeira do céu. Um sinal subjetivo, indicativo para um novo caminho do
acompanhamento terapêutico interdisciplinar. Foram quatro meses da primeira composição musical
até o óbito. Considerando a dificuldade de acompanhar o sofrimento infantil diante de uma doença
grave, utilizamos a metáfora como um recurso para contar esta experiência. Partimos de uma
história infantil que fala de como pode ser difícil esta vida de criança e como a fantasia, a cor e
principalmente a música podem nos auxiliar a lidar com o real, ajudando na transição. “Como é
difícil esta nossa vida de criança” é a estrofe continuamente repetida na história “O Prado do Sol”,
imagem trabalhada junto a alguns pais enlutados nos atendimentos de psicologia e também junto a
algumas crianças que enfrentam muitas frustrações durante o processo de tratamento com seqüelas
e perdas físicas evidentes. É uma história difícil de ouvir, porém tem a finalidade de dar à criança a
sensação de não estar sozinha no vivenciar de suas impossibilidades.
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Material e métodos: O suporte terapêutico foi feito por meio de atendimentos diários de
musicoterapia e psicologia. Os conteúdos internos eram trazidos através de composições musicais e
desenhos feitos pela criança. Cada canção, cada desenho, mostrava o lugar aonde a criança se
encontrava emocionalmente, assim como trazia suas necessidades de acolhimento e respostas. O
processo de criação das músicas durou três meses. Seguindo a vontade da criança, foi feita a
gravação de um cd contendo treze canções.
Resultados: A criança compôs a trilha sonora de seu caminho rumo à despedida, fazendo vários
fechamentos. Na sequência de composições, a paciente traz elementos da hospitalização; conversa
com seu corpo para que ele melhore; insere a espiritualidade trazendo estrelas, anjos; conscientizase das dificuldades do tratamento; expressa seu cansaço; relembra uma infância de brincadeiras e
amigos legais; canta o sonho de tornar-se musicoterapeuta para ajudar as crianças; brinca com os
bichinhos que enfeitam as paredes do hospital; declara seu amor à mãe; traz dúvidas, planeja
atividades para quando tiver alta e retornar para casa; agradece ao papai do céu pela sua cura.
Paralelamente, no trabalho psicológico a paciente foi integrando as dificuldades de sua vida de
criança. Partindo de desenhos que expressavam desamparo, foi aos poucos se permitindo regredir e
conseguir pedir aos pais aquilo que em sua vida de criança ainda não havia devidamente usufruído –
a possibilidade de vivenciar o colo da mãe, como cantou em uma de suas músicas: “Mamãe eu
quero o colinho seu que é o melhorzão, eu guardarei aqui no meu coração (...)”.
Conclusão: O envolvimento de toda a equipe nos cuidados à paciente viabilizou o retorno à vida de
criança, no movimento de transformar a realidade difícil da doença, das dores do tratamento, da
distância de casa, em cantos de esperança, de reconciliações, reajustes de vínculos. A presença do
trabalho integrado da equipe funcionou como uma ponte de duas vias, por onde seguiam os apelos
da criança, por onde retornavam respostas para o seu fortalecimento
Necessidade de Cuidados Paliativos em UTI: Santa Casa de Misericórdia de
Pelotas (RS)
Autores: Julieta Carriconde Fripp; Bianca Rodrigues Orlando; Aline Andre Rodrigues
Instituições: Santa Casa de Misericórdia de Pelotas e Universidade Católica de Pelotas
Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva apresentam-se como espaços terapêuticos onde
obstinadamente busca-se a cura de pacientes graves. Entretanto, observamos um crescente número
de pacientes com doenças crônicas em fase avançada e sem possibilidade de cura, tendo a UTI
responsabilidade de controlar sintomas e melhorar a qualidade de vida ou pelo menos não prolongar
o sofrimento. Cuidados Paliativos em UTI são imprescindíveis, tendo em vista que as necessidades
dos pacientes e seus familiares correspondem não somente aos aspectos físicos, mas também
psicológicos, sociais e espirituais.
Material e métodos: Realizou-se revisão dos registros de um ano de internações de pacientes com
diagnóstico de câncer em fase avançada (estádios III e IV) internados n a UTI Geral da Santa Casa
de Misericórdia de Pelotas, no período de março de 2009 a março, cujo desfecho comum foi óbito.
A fonte de coleta do s dados foi uma planilha de registros diários, evoluções e intervenções
realizadas na UTI, com destaque para as últimas 48h de vida dos pacientes estudados.
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Resultados: Foram incluídos na pesquisa 36 pacientes, sendo que 19,4% deles permaneceram um
tempo inferior às 24h na UTI. Tempo médio de internação dos pacientes 9,7 dias e a média de idade
foi 61 anos. Pontuação média do SOFA (Avaliação Seqüencial de Falência Múltipla) na admissão e
no óbito, respectivamente, 5 e 10. Nas últimas 48 horas de vida os pacientes receberam: Ventilação
mecânica (58,3%), Sedação (38,9%), Analgesia (44,5%), Antibióticos (66,7%), Vasopressores
(36,1%). Motivos mais freqüentes de encaminhamento para a UTI: Insuficiência ventilatória
(36,1%), pós-operatório de cirurgias com intenção curativa (25%), pós-operatórios de cirurgias com
intenção paliativa (11%), Sepse ou choque séptico (11%), Insuficiência renal aguda (11%), outros
(5,5%).
Conclusão: Aceitar a morte como processo natural e dar suporte ao paciente em cuidado paliativo
torna-se cada dia mais uma das atribuições da UTI. Ao tomar conhecimento da prevalência desses
pacientes no cuidado intensivo, deve-se ter em mente evitar as futilidades terapêuticas, dolorosas e
ineficazes, além de manter um contato humanizado com a família para que a morte seja aceita e
mais digna.
O atendimento da equipe interdisciplinar de Cuidados Paliativos oncológicos do
Hospital do Câncer de Londrina
Autores: Tatiana Brum Mendes; Alexsandra Nunes Santana
Instituição: Hospital do Câncer de Londrina
Introdução: O Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer de Londrina, de acordo com
os princípios da Organização Mundial de Saúde, da IAHPC (2006), dos Centros Especializados em
Oncologia, Ministério da Saúde e Leis Complementares do Sistema Único de Saúde vem em sua
trajetória implantando essa atividade que passou por várias etapas até ser consolidada em 01 de
março de 2008. Assim busca-se o controle dos sintomas físicos e dos problemas psicológicos,
sociais e espirituais, tendo em vista alcançar a melhor qualidade de vida possível ao paciente e seus
familiares. (Manual IAHPC2006) O Hospital do Câncer de Londrina possui uma equipe
multiprofissional de Cuidados Paliativos que atende os pacientes em seus leitos a pedido de outras
especialidades. Além desse serviço também possui área de assistência ambulatorial em Cuidados
Paliativos, sem internação e uma assistência domiciliar que mantém visitas aos pacientes em suas
casas. A equipe multiprofissional atinge as necessidades básicas citadas por Dunlop, sendo assim é
formada por Médicos, Enfermeira, Assistente Social, Psicóloga, Fonoaudióloga e Nutricionista
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo divulgar as atividades de Cuidados Paliativos do
Hospital do Câncer de Londrina tendo em vista alertar a necessidade desse serviço aos pacientes
oncológicos, seus familiares e aos profissionais de saúde.
Material e métodos: Para que o paciente possa ser atendido na Clinica de Cuidados Paliativos, seja
na enfermaria, no ambulatório, ou no Atendimento Domiciliar, é necessário que médico assistente
preencha o pedido de consulta padrão do Hospital. Para o ambulatório, a consulta deve ser marcada
na data em que houver disponibilidade. Na enfermaria, o médico da equipe fará a avaliação, que
poderá ser precedida da avaliação multiprofissional (Enfermeira, Nutricionista, Psicóloga e
Assistente Social). A enfermaria fica destinada para os pacientes que se encontram com alto grau de
dependência para executar as Atividades de Vida Diária, que estejam com necessidade de controle
de sintomas e cuja família ainda não está organizada para cuidados no domicílio. Uma vez os
sintomas estando controlados, o paciente necessitará de acompanhamento e monitoramento que
poderá ocorrer no ambulatório (para aqueles pacientes que tem performance status igual ou maior
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que 60) ou domicílio (para pacientes residentes de Londrina e com performance status menor que
60). Desde Setembro de 2008, o Hospital do Câncer de Londrina oferece a modalidade de
atendimento domiciliar para os pacientes atendidos pela EICPO. Para a avaliação dos sintomas em
qualquer modalidade de atenção, a equipe utiliza a Escala de Edmonton (ESAS).
Resultados: Para demonstrar o atendimento realizado pela equipe foram utilizados os dados de
2009 sobre as atividades realizadas pelo serviço. No ano de 2009, tivemos 250 pacientes em
ambulatório, 177 de internação, 110 óbitos, 197 atendidos no domicílio e 552 visitas domiciliares.
Conclusão: Conclui-se que o trabalho da equipe proporcionou aos pacientes e seus familiares uma
abordagem mais humana nas questões do cuidado, no controle de sintomas, no pré-luto e luto, aos
pacientes de Londrina e Região. Demonstra sua necessidade de continuidade e ampliação para que
possa atender o numero maior de pessoas que precisem desse serviço na nossa região. Reforça a
importância dos Cuidados Paliativos como parte integrante da política nacional de câncer.
O controle da dor no câncer avançado: atuação fisioterapêutica e relato de caso
Autora: Luiza Pokrajac Veloso
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: O câncer de pele é o mais incidente no Brasil e corresponde a 25% de todos os
tumores malignos registrados no país, sendo o tipo epidermóide o mais agressivo e menos
incidente. O câncer pode lesar os nociceptores através da invasão direta do tecido pela neoplasia, ou
pela lesão do sistema nervo central ou periférico provocando, por exemplo, a dor fantasma comum
em amputados. Cerca de 18 milhões de pessoas, em todo mundo, sofrem da dor gerada pelo câncer
e quase 25% dos pacientes oncológicos morrem com dor severa e mal controlada. Este relato de
caso apresenta um paciente do sexo masculino, 66 anos, casado, ex-caminhoneiro, matriculado no
INCA em 08/06/09, recebeu no dia 16/06/09 o diagnóstico de carcinoma epidermóide de pele em
membro inferior esquerdo progredindo para região axilar à esquerda e pulmões. Foi submetido a
quatro sessões de Radioterapia neo-adjuvante no período de 20/07 a 10/08/09. Foi realizada no dia
09/12/09 a cirurgia de Berger à esquerda (ressecção de todo o membro superior e cintura escapular
incluindo a escápula e uma porção da clavícula). Com o avanço da doença foi encaminhado para
unidade de Cuidados Paliativos (UCP) desta Instituição, com o propósito do alívio dos sintomas e
melhora da qualidade de vida. Ocorrem três internações hospitalares (IH) após o seu
encaminhamento para UCP, sendo a 1ª do dia 09/03/10 a 19/03/10, a 2ª 26/04/10 a 04/05/10 e a 3ª
de 24/05/10 a 26/05/10, neste ocorreu seu óbito. Este estudo tem como propósito demonstrar e
enfatizar a importância da atuação fisioterapêutica, especializada em oncologia, em unidades de
Cuidados Paliativos oncológicos.
Material e métodos: A pesquisa constou da análise de prontuário de um paciente encaminhado
para Unidade de Cuidados Paliativos oncológicos, esta localizada no Instituto Nacional de Câncer
(INCA) Unidade IV; e de um levantamento bibliográfico, em língua portuguesa, através das bases
de dados MEDLINE, LILACS utilizando o portal da Biblioteca Virtual em Saúde – BVS
(http://www.bvs.br) no período de 2002 a 2010. O tratamento fisioterapêutico consistiu de uma
sessão diária utilizando as técnicas de dessensibilização (associado com o toque terapêutico),
estimulação elétrica nervosa transcutânea por 60 – 120 minutos e exercícios ativos, nesta seqüência,
o cuidador foi orientado a lançar mão da dessensibilização em caso de dor noturna. As técnicas
foram aplicadas ao redor da região do tumor. A Escala Análogo-Visual de Dor (EVA) foi utilizada
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como instrumento na mensuração da dor, previamente e após atendimento, uma vez que as
informações fornecidas serão sempre parâmetros para a avaliação da adequação do tratamento.
Resultados: Constatou-se que desde o primeiro dia de abordagem fisioterapêutica até o último dia
da sessão, na 1ª IH, a redução da dor foi de 100%, já na 2ª IH foi de 75% e na 3ª IH chegando a
85%; a quantidade de resgates foi de 4, 9 e 14 respectivamente.
Conclusão: A dor gera sofrimento em aproximadamente 90% dos pacientes em fase terminal, sua
intensidade varia de moderada a severa. Mediante os resultados significativos no manejo da dor, vêse fundamental a atuação de fisioterapeutas especializados em oncologia nas unidades de Cuidados
Paliativos oncológicos, tendo em vista seus propósitos de priorizar a redução dos sintomas,
promover funcionalidade e melhora da qualidade de vida ao paciente, através de métodos e recursos
que lhes são peculiares..
O uso da hipodermóclise na assistência domiciliar do município de
Campinas (SP)
Autores: Talita Cristina Barbosa Rezende; Carla Cristina da Silva Alves; Liliane Martins
Grassi Hirata; Maria Amália Guerra Monteiro; Monalisa Fernanda Bocci de Oliveira;
Monica Regina Prado de Toledo Macedo Nunes
Instituição: Prefeitura Municipal de Campinas
Introdução: A hipodermóclise é uma via de manejo fácil e seguro pelos profissionais da área da
saúde e pelos cuidadores. Representa uma alternativa às vias oral e retal para a manutenção do
suporte clínico dos pacientes em Cuidados Paliativos. Permite a administração de fluídos, eletrólitos
e medicações por via subcutânea. Nosso objetivo é descrever o uso da hipodermóclise no
tratamento dos pacientes do Serviço de Assistência e Internação Domiciliar (SAID) das regiões
Norte e Leste do Município de Campinas-SP.
Material e métodos: Estudo retrospectivo, transversal, realizado a partir do levantamento de
prontuários do SAID Norte e Leste. Foram incluídos os pacientes que receberam qualquer
tratamento através de hipodermóclise nos meses de janeiro a junho de 2010. Foi feito levantamento
do perfil etário e de sexo para descrição da amostra; das doenças de base e dos diagnósticos para a
realização da hipodermóclise; dos medicamentos ou fluidos utilizados, da ocorrência de
complicações e da aceitação pelos cuidadores.
Resultados: O Serviço apresentou média de 84 pacientes/mês, sendo 77 em Cuidados Paliativos,
com média de idade de 71 anos; 55,6% eram homens. Neste período, 18 pacientes usaram
hipodermóclise. Nove pacientes apresentavam como doença de base neoplasia, oito apresentavam
demência, dois seqüela de Acidente Vascular Cerebral e um paciente lesão encefálica anóxica. As
medicações realizadas para controle dos sintomas foram: morfina, haldol, clorpromazina,
dexametasona, midazolam e hioscina. Dois pacientes receberam hidratação por esse acesso e 2
antibioticoterapia (ceftriaxone). Em um paciente foi administrado glicose. Somente três casos
(16,7%) apresentaram complicações locais (hiperemia (11,1%), edema (5,6%), prurido (5,6%) e
endurecimento local (5,6%) e somente im caso (5,6%) apresentou extravasamento da medicação no
sítio da punção.
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Conclusão: A hipodermóclise é uma via de administração segura, eficaz e de fácil realização
técnica, com baixo risco de complicações. Ocasionou poucos desconfortos para o paciente,
favorecendo o controle adequado dos sintomas e foi de boa aceitação pelos cuidadores. Além disso,
diminuiu o número de internações hospitalares desses pacientes por possibilitar o tratamento
domiciliar. Sendo assim, promoveu um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes e de
seus cuidadores, assim como redução de custos na assistência à saúde.
O uso da terapia subcutânea por um programa de atenção domiciliar municipal:
relato de experiência
Autores: Ana Paula Abranches F. Peixoto; Bruno Fernando da Silva Reis; Linalva Ferreira
de Souza
Instituição: Programa de Atenção Domiciliar da Prefeitura de Belo Horizonte (PAD/SUS/BH)
Introdução: A hipodermóclise, administração de fluidos por via subcutânea, foi introduzida na
década de 40 e vem sendo “redescoberta” nos últimos anos, principalmente devido ao crescimento
de determinadas áreas da medicina, tais como os Cuidados Paliativos e a Geriatria. Seja pela
administração de fluidos ou de fármacos, em bólus ou infusão contínua, a via subcutânea mostra-se
técnica segura, de fácil realização e baixo custo, permitindo conforto ao paciente e seus familiares.
Apesar de sua eficácia e baixa incidência de complicações, ambas já evidenciadas pela literatura
científi ca, há ainda desconhecimento por parte de muitos profissionais da existência desta técnica.
Objetivando demonstrar a experiência de um serviço de atenção domiciliar municipal com uso da
via subcutânea, o presente estudo se justifica como meio de divulgação desta técnica
Material e métodos: Realizou-se estudo descritivo, retrospectivo, por meio da análise dos
prontuários dos pacientes atendidos no período de agosto de 2008 a maio de 2010, nos quais foi
utilizada a via subcutânea. As seguintes variáveis foram buscadas: idade, sexo, patologias,
indicação de uso, fármacos administrados, duração média da técnica e complicações. Realizou-se
revisão de literatura nos bancos de dados LILACS e PUBMED com os descritores hypodermoclysis
e subcutaneous infusion.
Resultados: No período do estudo a via subcutânea foi utilizada em 30 pacientes. A média de idade
foi de 69,9 anos, com mínimo e máximo, respectivamente, de 30 e 97 anos. Os pacientes de 60 anos
ou mais representaram 76,66% da amostra do estudo. Houve prevalência do sexo masculino
(56,66%). Os diagnósticos mais encontrados foram as neoplasias malignas (43,33%) e doenças
cerebrovasculares/neurológicas (33,33%). As principais indicações de uso foram: hidratação
(53,33%); hidratação e controle de dor/outros sintomas (40%); controle de dor/outros sintomas
(3,33%); e administração de medicamentos (3,33%). Os fármacos utilizados foram morfina,
escopolamina, haloperidol, midazolam, furosemida e ceftriaxona. Morfina e escopolamina foram os
mais prevalentes, representando, respectivamente, 33,33% e 23,33% dos medicamentos utilizados.
A duração média de uso da via subcutânea foi de 4,2 dias por paciente, com variação de uso de no
mínimo um e no máximo 16 dias. Em 93,33% dos casos não houve relato de complicações. Em dois
casos (6,66%) houve relato de dor.
Conclusão: A via subcutânea revelou ser método terapêutico eficaz dentro das suas indicações,
proporcionando conforto e redução do sofrimento associado ao processo de doença, bem como, de
fácil manejo e baixo índice de complicações em nosso serviço, o que se assemelha com os trabalhos
científicos já publicados acerca do tema. A distribuição de folder explicativo sobre a
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hipodermóclise para os pacientes e seus familiares contribuiu para maior compreensão, aceitação e
divulgação da técnica.
O uso de filme como ferramenta de ensino do processo de morrer: relato de
experiência
Autores: Tatiane Vagette Pinto
Instituição: Faculdade de Jaguariúna
Introdução: A morte faz parte do desenvolvimento humano em seu ciclo vital. A educação é
fundamental para construir a base e criar a cultura necessária para a difusão do conceito do cuidado
paliativo e de todas as características que lhe são inerentes. Torna-se necessária a existência de
diferentes níveis de educação para as diversas profissões da área de saúde, de acordo com as
necessidades de cada um e a especificidade de cada profissão, assim, tais conteúdos devem ser
tratados desde a graduação. Objetivo: este trabalho tem por objetivo apresentar a experiência no
ensino do processo de morrer, utilizando como ferramenta filmes sobre o tema junto a graduandos
do 5° semestre, dentro da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente II, do curso de enfermagem
da Faculdade de Jaguariúna (FAJ).
Material e Métodos: inicialmente foram selecionados dois longas-metragens “Minha vida sem
mim” e “Uma prova de amor” e dois curtas-metragens: “A morte”, “O ensaio”, que tratam da morte
e do luto. Em seguida, os graduandos foram orientados a assistir um longa e um curta-metragem e a
elaborar a ficha técnica do filme e a identificar situações que representassem: Cuidados Paliativos,
morte e luto. Então, foi ministrada uma aula para discussão dos conceitos descritos anteriormente.
Para finalizar foi realizada a discussão sobre os filmes e foram esclarecidas dúvidas ainda presentes.
Resultados: os conteúdos de morte e luto foram trabalhados em três momentos diferentes e
utilizando estratégias diferentes, isso facilitou o processo de aprendizado e avaliação dos mesmos.
A maioria dos graduandos optou por assistir ao longa “Uma prova de amor” e aos dois curtas
sugeridos, provavelmente essa escolha se deva ao fato de que o longa é relativamente recente e fácil
de ser encontrado, já os curtas, estão disponíveis na internet o que facilita o acesso.Utilizar como
ferramenta os filmes além de sensibilizar sobre o tema, aproxima de uma forma mais afetiva o
conteúdo, o que pode ser constatado tendo em vista que durante as discussões alguns alunos fizeram
relatos de experiências pessoais associando-as a situações presentes no filme e aos conteúdos
trabalhados. O uso dessa ferramenta contempla o desenvolvimento das habilidades de observação,
escuta, elaboração dos sentimentos e a partilha com os outros alunos e docentes.
Conclusão: a experiência nos mostrou que o uso de filmes facilita o processo de aprendizagem de
temas tão difíceis como a morte e o luto na medida em que facilita a comunicação, e que a
discussão posterior permite o amparo emocional deste pelo grupo e pelo docente. Há um
conhecimento prévio que precisa ser valorizado, mas que muitas vezes tem que ser desmistificado,
ampliado e consolidado, (des)construído e (re)construído. Entretanto é real a necessidade de que
outras estratégias sejam associadas e que os conteúdos sejam trabalhados em diferentes momentos
ao longo de processo de formação.
O uso de materiais alternativos para confecção de órteses em Cuidados
Paliativos
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Autores: Tatiana dos Santos Arini; Maira Tereza Sales Furtado; Marília Bense Othero
Instituição: Hospital Premier
Introdução: Define-se como órteses todos os dispositivos utilizados para suportar ou imobilizar
parte do corpo que esteja em processo de reabilitação, a fim de prevenir e/ou corrigir deformidades.
Em Cuidados Paliativos, a prevenção e/ou a recuperação de deformidades deve priorizar a
qualidade de vida. Para oferecer um atendimento de qualidade a pacientes portadores de seqüelas
neurológicas graves, o setor de Terapia Ocupacional de um hospital de Cuidados Paliativos na
cidade de São Paulo desenvolveu uma nova forma de órtese para prevenção e melhora funcional
com conforto. O objetivo deste trabalho é relatar a utilização de órteses em materiais alternativos,
mais confortáveis para promover a prevenção, correção de deformidades e melhor alinhamento na
posição funcional.
Material e métodos: Trata-se de relato de caso de atendimento individual em Terapia Ocupacional
em serviço hospitalar de Cuidados Paliativos na cidade de São Paulo. V.P.E, paciente do sexo
feminino, casada, 53 anos, com seqüela de AVCH pós rompimento de aneurisma cerebral, com
graves seqüelas motoras e cognitivas, acamada, dieta por via GTT. Chegou para atendimento em
Terapia Ocupacional com dedos, punho e cotovelo de ambos os membros com deformidades em
flexão, espasticidade grave e hipersensibilidade ao toque. Avaliou-se a necessidade de melhorar o
posicionamento da paciente, a fim de evitar piora das deformidades, bem como facilitar cuidados
gerais, como higiene. Para isso, foram desenvolvidas órteses em material de espuma de alta
densidade e modeladas conforme a necessidade da paciente, no máximo de extensão alcançado pela
mesma. A colocação e retirada das órteses ocorrem nos atendimentos de Terapia Ocupacional, que
são realizados cinco vezes por semana, no leito. As órteses são retiradas após um período de duas
horas.
.
Resultados: Com a utilização da espuma de alta densidade, observou-se aceitamento do dispositivo
pela paciente, sem desconforto, mesmo com a sua hipersensibilidade ao toque inicial. Após quatro
meses de utilização das órteses, observa-se ainda relaxamento da musculatura de membros
superiores e pequeno ganho da amplitude de movimento. É importante ressaltar que este modelo de
órtese possibilitou o melhor controle da dor à manipulação.
Conclusão: A utilização da órtese em Cuidados Paliativos deve ser bem avaliada, já que o objetivo
máximo é o conforto. A prevenção e/ou correção de deformidades é importante, visando controle da
dor e piora do quadro com a evolução da doença; porém, é necessário adaptar o material e o modelo
a ser utilizado. A utilização de materiais alternativos, como a espuma de alta densidade, mostrou-se
um recurso eficaz e confortável para o melhor posicionamento de pacientes com graves seqüelas
neurológicas.
Os medos das mães de crianças gravemente enfermas atendidas na Casa do
Aconchego
Autores: Eleny Vassão de Paula Aitken; Rosana Chami Gentil; Giselda Tardim; Amanda
Durões Figueiredo
Instituição: Associação de Capelania Evangélica Hospitalar
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Introdução: No ministério de capelania evangélica hospitalar desenvolvido em todo o Complexo
HC/FMUSP por mais de 20 anos, com equipe especializada em atendimento espiritual às mães e
crianças do Instituto da Criança e do ITACI, aprendemos a observar através do ouvir com
compaixão e ministrar às dores das mães e das crianças enfermas, principalmente aquelas que
enfrentavam a morte próxima. Por esta razão, criamos a Casa do Aconchego, localizada perto destes
hospitais, visando oferecer à estas mães e também às crianças em tratamento ambulatorial, um lugar
de conforto físico (banho, cama, máquinas para lavagem de roupas, refeições, roupas), emocional
(artesanato, palestra, atividades lúdicas para as crianças) e espiritual (aconselhamento), onde
pudessem expressar as dores de suas almas e serem consoladas. O objetivo deste trabalho é
apresentar às necessidades internas mais profundas das mães das crianças enfermas em tratamento
ambulatorial, principalmente aquelas que enfrentavam a morte próxima, na Casa do Aconchego..
Material e métodos: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, buscando no discurso dessas
mães a compreensão do significado de cuidar do seu filho gravemente enfermo. Para tal, foram
entrevistadas 24 mães com situações de vida semelhantes, de diferentes credos religiosos, que
compareceram espontaneamente na Casa do Aconchego, no período de 22 a 28 de julho do corrente
ano, para receber seus benefícios. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas individuais
semi-estruturadas. Os dados foram analisados segundo a metodologia de análise de conteúdo. Este
estudo faz parte de uma pesquisa maior que esta sendo realizada e relatamos aqui algumas das
respostas mais comuns.
Resultados: As perguntar realizadas e as respostas obtidas foram: O que tem sido, para você, cuidar
de seu filho doente? “Nada fácil, mas com muita luta e com muito carinho, com vitória”; “Uma luta
para nós dois.”;”As vezes é muito cansativo, outras vezes é como uma penitência”; “A cada dia que
passa, uma coisa diferente.”; “Bem cansativo, até pelo fato de não estar em minha cidade.”; “Muito
sofrimento.”; “Muito difícil, pois todas as vezes que venho tenho que deixar minhas filhas em outra
cidade.”; “Um aprendizado, uma verdadeira lição de vida.”; “Um grande ensinamento de vida e de
temor a Deus.”; “Não tem sido fácil, mas com fé em Deus, tenho força para seguir adiante.”;
“Muito difícil, mas seguro na mão de Deus e para Ele nada é impossível.”; “Uma lição de vida, as
vezes bem difícil, mas superamos por etapas”.Qual tem sido sua fonte de forças para continuar a
cuidar de seu filho? “O amo r que sinto por minha filha e saber que ela está reagindo bem, graças a
Deus.”; “Meu Deus.”; “Meu Deus, pois só nele encontro a minha esperança.”; “Deus e minha
família.”; “Deus”; “Sempre Deus em primeiro lugar, com muita fé e orações.”; “A força espiritual
que vem do Senhor Jesus.”; “Deus e o povo da igreja.”; “Deus e a minha mãe.”; “Primeiro Deus e
depois a minha família.”; “A força que o Senhor todo poderoso me deu.”; “Minha família e a fé.”;
“Quem me dá força é Jesus, porque eu sei que em todos os momentos Ele está comigo.”; “Me
apeguei a Deus.”; “Deus, meu marido e os outros filhos.”; “Em primeiro lugar Deus, pois só através
dele pude superar esses obstáculos.; “Deus, e depois os médicos e as pessoas.”; “Fé em
Deus”.Quais são as perguntas e os medos mais comuns seus e dele (a)?“Que ela tenha recaída no
tratamento.”; “Medo de morrer e me deixar.”; “Medo de não se recuperar totalmente.”; “Medo de
ser furado.”; “Medo dela vir a falecer, de não agüentar.”; “Mãe, o que fiz para merecer isso?”; “Por
que só eu sou diferente?”; “Medo de não podermos chegar até o fim
Conclusão: Percebemos que as mães formam fortes vínculos umas com as outras por causa da
situação, necessidades e medos em comum, e estão muito abertas em busca de conforto e
atendimento integral para que possam continuar a ter forças para lutar e enfrentar as dores e perdas
de seus filhos.
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Percepção do cuidador de um portador de Alzheimer: relato de experiência
Autores: Marina Apolônio de Barros; André Luis Braga Costa; Rayanne Luiza Tajra
Mualem Araújo; Erika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz
Introdução: O Alzheimer é uma doença neurológica degenerativa que se caracteriza por perdas
graduais da função cognitiva e distúrbios do comportamento e afeto. As alterações fisiológicas e
biológicas no idoso exigem participação e ajuda dos familiares. É comum a família obrigar-se a
reajustar seus papéis para facilitar o enfrentamento da situação específica no âmbito doméstico. Na
literatura, a maioria dos estudos vincula ao papel do cuidador ônus e estresse, segundo a avaliação
dos familiares que desempenham esse papel. Os cuidadores correm o risco de não saber lidar com a
situação por não possuírem conhecimentos prévios sobre a doença, prejudicando assim não só a
saúde do idoso, mas, principalmente a própria saúde. Este estudo tem como objetivo analisar a
percepção do cuidador sobre os cuidados prestados ao idoso com Alzheimer. .
Material e métodos: Relato de experiência realizado na Clínica Médica do Hospital Universitário
da Universidade Federal do Maranhão no dia 10/12/09. A pessoa estudada é a cuidadora de uma
idosa portadora de Alzheimer, internada neste hospital devido diabetes descompensado. Para
instrumento de pesquisa, foi utilizada uma entrevista estruturada, com questões abertas e fechadas
segundo os dados de identificação da cuidadora, além de perguntas objetivando as necessidades da
mesma..
Resultados: R.T.M, 54 anos, feminino, aposentada, 2º grau completo, é cuidadora de sua mãe
M.L.T.M., 86 anos, portadora de Alzheimer. Há 10 anos a cuidadora notou na idosa, modificações
como: surtos, teimosia, falhas de memória, déficit no autocuidado e desorientação no tempo e
espaço. Após perceber esses sintomas, levou-a no médico, sendo diagnosticada a doença de
Alzheimer no estágio moderado. A cuidadora relata que não consegue assumir empregos
extradomiciliares devido aos cuidados que devem ser dispensados integralmente e diariamente à
idosa. No início, quando a doença foi descoberta, as reações da cuidadora foram diversas:
insegurança, revolta, preocupação e pena. Quando questionada sobre como é cuidar de um paciente
com Alzheimer, a cuidadora relatou: “É difícil porque você não tem conhecimento, não sabe o que é
realmente essa doença, e no dia a dia você vai lidando com situações bem diferentes, muitas vezes
perde a paciência, fica estressada, na verdade, você fica pior do que ele, porque ele está ali lhe
olhando e não tem nenhuma reação, enquanto você está desesperada com a situação.” Dentre os
fatores que facilitam o cuidado, foi citado que a idosa ainda consegue andar, se alimentar sozinha e
compreende as ordens verbais. Já os fatores que dificultam são segundo ela: falta de condições
financeiras para contratar outro cuidador e as eliminações intestinais. Ela relata: “É muito difícil a
hora que ela vai fazer as necessidades, porque ela não quer ajuda, não consegue se limpar direito,
pega no papel sujo, e não aceita ajuda. Isso é extremamente estressante porque ela fica fedendo, não
quer tomar banho e ainda se irrita com nossa ajuda.” Por fim, a cuidadora foi indagada quanto ao
seu preparo para realizar os cuidados, respondeu que sente a necessidade do preparo adequado para
cuidar de um portador de Alzheimer, pois possui conhecimentos superficiais sobre a doença, e
refere que somente com tempo e experiência, será capaz de cuidar da idosa por si só.
Conclusão: Nota-se a dificuldade para se cuidar de um idoso com Alzheimer, observando assim a
necessidade de uma assistência a esses cuidadores, com o intuito de prepará-los para as alterações
adivinhas da doença de Alzheimer.
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101
Perfil de pacientes atendidos em um serviço de oncologia para direcionamento
dos Cuidados Paliativos
Autores: Raissa Silva Souza; Elenice Dias Ribeiro de Paula Lima; Késsia R.
Alves
Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Introdução: Desde que os primeiros serviços de Cuidados Paliativos iniciaram-se no Brasil, na
década de 1980, novas iniciativas têm-se tornado cada vez mais frequentes em nosso meio. Em
Minas Gerais, apesar de alguns ambulatórios vinculados ao SUS que prestam atendimento
ambulatorial às pessoas com doença oncológica fora de possibilidade de cura, ainda há falta de
serviços específicos que ofereçam Cuidados Paliativos. Reconhecendo a enorme necessidade de se
oferecer tais cuidados a pacientes oncológicos, iniciamos há aproximadamente 5 meses, um serviço
de Cuidados Paliativos em um setor de oncologia de um hospital escola em Belo Horizonte. Para
que intervenções adequadas e eficazes sejam planejadas e implantadas no manejo dos sintomas,
sentimos a necessidade de realizar uma coleta sistematizada de dados referentes ao perfil
sóciodemografico e clínico dos pacientes atendidos nesse ambulatório. Objetivo: Por este motivo,
propusemos a realização deste estudo com o objetivo de identificar o perfil sóciodemografico e
clínico dessa população, proporcionando assim subsídios para um adequado planejamento de ações
que visam o alívio de sintomas dos pacientes e melhoria da qualidade de vida. .
Material e métodos: Trata-se de um estudo seccional, descritivo. Para levantamento dos dados,
propomos usar os seguintes instrumentos: (1) Formulário de informações sociodemografico e
clínicas, (2) Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESAS), (3) Escala de capacidade
funcional pessoal (ECOG) e (4) questões específicas sobre sintomas mencionados pelo paciente,
para mensuração de frequência, intensidade, fatores desencadeantes, fatores que levam à piora ou
melhora do sintoma, interferência do sintoma nas AVD, e utilização ou não de medidas
medicamentosas ou não-medicamentosas para alivio do sintoma. Os instrumentos serão utilizados
para direcionamento da coleta de dados durante as consultas clínicas dos pacientes, e em consultas
aos prontuários. Análise dos dados: Os dados serão inseridos no programa estatístico SPSS, onde
serão tratados e analisados. Será computada estatística descritiva para todas as variáveis do estudo.
Os resultados permitirão a identificação do Perfil dos pacientes para adequado planejamento dos
Cuidados Paliativos.
Resultados: Os resultados serão apresentados em gráficos e tabelas, analisados à luz da literatura e
divulgados.
.
Conclusão: A conclusão do trabalho será apresentada e servirá para direcionar o plano de
assistência aos pacientes atendidos no serviço.
Perfil do paciente internado e seus cuidadores e familiares numa unidade de
Cuidados Paliativos
Autores: Bianca Oigman; Daniella Righetti de Oliveira Glória
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
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Introdução: A doença afeta o indivíduo na sua totalidade. Um paciente sendo assistido pela pro
posta de Cuidados Paliativos demanda suporte integral e um olhar tanto para o seu corpo, quanto
para a sua história, incluindo suas impossibilidades, seus desejos, suas relações. Partindo deste
pressuposto, fica clara a necessidade de uma abordagem holística, onde o paciente e sua família
podem ser atendidos nas suas necessidades, sejam elas: físicas, psíquicas/emocionais, sociais e
espirituais. Lidar com o “não há mais nada a fazer” é um dos grandes desafios na abordagem com
pacientes e familiares acompanhados numa Unidade de Cuidados Paliativos. A abordagem da
Psicologia visa proporcionar um espaço para identificar e instrumentar as instâncias envolvidas no
processo, buscando recursos de enfrentamento possíveis e saudáveis diante da realidade de um
prognóstico reservado. O presente trabalho visa mostrar o perfil do paciente internado na Unidade
de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional de Câncer e avaliar no momento da alta hospitalar o
enfrentamento a partir da intervenção do atendimento psicológico.
Material e métodos: Durante a internação hospitalar, a abordagem da Psicologia ocorre por meio
de demanda do paciente, familiares/cuidadores, equipe, ou da busca ativa do próprio psicólogo.
Após essa abordagem, os indicadores clínicos da Psicologia são preenchidos, auxiliando a traçar um
perfil psicológico do paciente e seus familiares/cuidadores. Nos indicadores clínicos avaliamos
sintomas psicológicos presentes, como: humor triste, ansiedade, a existência ou não de estresse pelo
processo de hospitalização e sobrecarga do cuidador. O modo como manejam o prognóstico
reservado e como se apresenta o enfrentamento no momento da alta hospitalar, também estão
inclusos na avaliação.
Resultados: A partir da avaliação dos indicadores clínicos dos pacientes e seus
familiares/cuidadores, coletados durante o período de janeiro à julho na internação hospitalar,
verifica-se uma alta incidência de sintomas psicológicos. Em torno de 70% dos pacientes
apresentam humor triste, 50% ansiedade, 30% estresse pelo processo de hospitalização e 10% dor
total. Em relação aos cuidadores/familiares abordados, 80% apresentam humor triste, 60%
ansiedade e 50% sentem-se sobrecarregados emocionalmente e fisicamente em função dos cuidados
necessários ao paciente. O enfrentamento na alta/óbito do paciente se mantém em 44%, 34%
modificam de alguma forma e 22% são impossíveis de avaliar. Em relação aos cuidadores e
familiares, 40% mantém sua forma de enfrentamento, 48% tem seu enfrentamento modificado e
13% ficou impossível de avaliar.
Conclusão: Analisando os resultados fica clara a importância da abordagem psicológica aos
pacientes e cuidadores/familiares, facilitando a identificação dos recursos internos e externos
existentes e auxiliando na elaboração dos conteúdos pertinentes ao enfrentamento diante do
processo de adoecimento e finitude. A atuação da psicologia corrobora com a filosofia maior dos
Cuidados Paliativos de promoção de qualidade de vida, facilitando esse difícil processo vivenciado
pelo paciente e seus familiares.
Perfil dos pacientes acompanhados em ambulatório de Cuidados Paliativos
geriátrico
Autores: Tiago Pugliese Branco; Manuela Vasconcelos de Castro Sales; Mayra de Almeida
Frutig; Carolina Menon Romani; Luís Saporetti; Wilson Jacob Filho
Instituição: Hospital das Clínica (FMUSP)
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Introdução: O novo Código de Ética Médica determina que, nas situações clínicas irreversíveis e
terminais, o médico deve evitar a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos
desnecessários e propiciar aos pacientes sob sua atenção todos os Cuidados Paliativos (CPs)
apropriados. No Brasil, os serviços de CPs são, na sua maioria, voltados para pacientes oncológicos.
Entretanto, com o envelhecimento populacional, tem-se notado o aumento da prevalência de
doenças crônico-degenerativas, que, muitas vezes, exigem uma abordagem de CPs. Objetivamos
com este trabalho, descrever o perfil do ambulatório de CP Geriátrico do Hospital das Clínicas (HC)
da FMUSP.
Material Em métodos: Estudo retrospectivo de análise de prontuários de pacientes atendidos no
Ambulatório de CP Geriátrico (ACPG) do HCFMUSP no período de Abril de 2009 a Junho de
2010.
Resultados: Os pacientes acompanhados no ACPG têm idade maior ou igual a 60 anos, diagnóstico
definido ou impossibilidade diagnóstica bem caracterizada. Os critérios de inclusão são: neoplasia
metastática ou inoperável sem proposta de radioterapia ou quimioterapia curativas, com baixa
funcionalidade (Karnofsky < 50); demência avançada caracterizada por perda da capacidade de
deambular ou outros sinais e sintomas indicadores de mau prognóstico (infecções de repetição,
desnutrição e internações de repetição); doença cardíaca ou pulmonar com sintomas ao repouso
apesar de terapêutica otimizada; doença hepática Child-Pugh C, sem indicação de transplante,
disfunção renal grau 5 sem indicação de hemodiálise/transplante e fragilidade (ausência de doenças
tratáveis/múltiplas causas, internações e visitas a emergência freqüentes, albumina < 2.5, perda não
intencional de peso e úlcera de pressão). O paciente e/ou familiar responsável devem estar de
acordo com a proposta paliativa. Foram avaliados 32 pacientes com idade média de 79,4 anos,
sendo 66% do sexo feminino. Quanto ao estado civil, 56% eram viúvos, 38% casados, 3% solteiros
e 3% divorciados. Setenta e dois por cento tinham entre 1 e 4 anos de escolaridade e 6% entre 5 e 8
anos, enquanto 22% eram analfabetos. Quanto à religião, 88% eram católicos, 9% evangélicos e 3%
não tinham religião definida. Em relação ao diagnóstico, 50% apresentava demência avançada, 28%
neoplasia, 6% disfunção renal, 6% doenças pulmonares, 6% fragilidade e 3% impossibilidade
diagnóstica definida. Dentre os 16 pacientes com diagnóstico de demência, de acordo com o
estadiamento funcional (FAST), encontramos a seguinte distribuição: 7C=4, 7D=6, 7E=1, 7F=2 e
7G=3. A maioria dos pacientes foi encaminhada pelo serviço de geriatria (69%), seguido da clínica
médica (13%), clínicas cirúrgicas (9%), pneumologia (6%) e psiquiatria (3%). Durante o período
analisado, ocorreram 18 óbitos. A média de tempo de seguimento no ambulatório até o óbito foi de
88 dias (mín. 9 e máx. 319 dias). A maioria dos óbitos foi em ambiente hospitalar (16), sendo
apenas 2 em domicílio domiciliar.
Conclusão: O ambulatório de CP geriátrico atende na sua maioria pacientes em CP nãooncológicos. Esta experiência mostra a necessidade da ampliação da abordagem de CP para
pacientes com doenças crônico-degenerativas, além das neoplasias. Dessa maneira, políticas
públicas para uma melhor estruturação e abrangência dos serviços de CP serão extremamente
importantes para que os serviços de saúde correspondam à demanda criada pelo envelhecimento
populacional e suas conseqüências.
Perfil dos pacientes em radioterapia paliativa atendidos em um centro de
oncologia no sul do Rio Grande do Sul
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Autores: Rosani Manfrin Muniz; Aline Baroni; Altair D. R. Faes; Sandê L. Ribeiro; Gabriela
M. Dadalt
Instituição: Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Introdução: Nas ultimas décadas testemunhamos um importante avanço relacionado ao tratamento
do câncer, tendo-se como principal objetivo a cura terapêutica real em 50% dos tumores
diagnosticados. Apesar dos avanços no tratamento oncológico, nem sempre é possível obter a cura;
com isso, estes pacientes podem necessitar de Cuidados Paliativos que visam, além do controle da
dor e de outros sintomas diversos, interferir nos aspectos psicológicos, sociais e espirituais, no
intuito de investir na melhora de sua qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial da
Saúde, Cuidados Paliativos são definidos como cuidados ativos e totais aos pacientes quando a
doença não responde aos tratamentos curativos, e o controle de sintomas torna-se prioridade,
objetivando melhor qualidade de vida para pacientes e familiares. O tratamento radioterápico
paliativo visa o controle local do tumor primário ou de metástases sem influenciar na taxa de
sobrevida do paciente, é utilizada em tumores incuráveis, cujo controle local é vantajoso para o
paciente, também utilizado para amenizar a dor. O presente trabalho visa conhecer o perfil dos
pacientes em radioterapia paliativa atendidos no ambulatório de radioterapia do Centro Regional de
Oncologia e Radioterapia/UFPel que atende a clientela da região sul do Rio Grande do Sul.
Material e métodos: O estudo foi do tipo quantitativo, descritivo, favorecendo a coleta e análise
dos dados secundários. Assim, foram coletados os dados a partir dos prontuários dos pacientes
atendidos no serviço no período de junho de 2009 a junho de 2010. As variáveis coletados e
analisadas foram: idade, sexo, tipo de câncer e local das metástases.
Resultados: Na análise de dados coletados por esta pesquisa, constatou-se que no referido período,
foram atendidos 328 pacientes pelo serviço, destes 61 realizaram o tratamento radioterápico
paliativo. Assim as apresentou as seguintes características: um total de 61 pacientes, com uma
média de idade de 59,83%, com uma variação de 17 a 91 anos. Com relação ao sexo a amostra deste
estudo atingiu um percentual de 52,46% sexo feminino e 47,54% sexo masculino. Com relação ao
tipo de câncer foi possível observar os mais prevalentes: câncer de pulmão com 19,67%, seguido do
de mama com 16,39%, próstata com 8,2. Já a localização das metástases, prevaleceu as metástases
ósseas com 34,42%, seguido das cerebral com 11,47% e hepática 9,83%. Ao analisar os dados
observou-se que a a radioterapia paliativa é eficaz na redução dos sintomas na maioria dos tipos de
câncer, resultados estes também encontrado na literatura. Neste estudo, encontrou-se a
predominância no sexo masculino, na faixa etária de 65,6 anos, o tipo de câncer mais freqüente é o
de pulmão com prevalência de metástases ósseas, o que verificou-se também em outras populações
estudadas.
Conclusão: O presente estudo apresentou limitações, como o prontuário de pacientes conter poucas
informações e o pequeno número de clientes estudados. Entretanto acredita-se que a presente
pesquisa atingiu parcialmente seu objetivo, pois possibilitou observar a necessidade de uma revisão
do prontuário para contemplar os dados necessários para futuros estudos desta natureza, junto a este
cliente em radioterapia paliativa atendidos no ambulatório de radioterapia no sul do RS.
Perfil epidemiológico de pacientes acompanhados no atendimento domiciliar de
uma cooperativa médica
Autores: Maria Aparecida Scottini; Fabiana Lucia Cadore; Juliana Teixeira Barreiros; Iberê
do Nascimento
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105
Instituição: Unimed Grande Florianópolis
Introdução: O aumento de pessoas convivendo com doenças crônicas e progressivas vêm
constituindo um desafio para os cuidados em saúde. Neste sentido, o Gerenciamento de Casos
configura-se como um modelo de atenção à saúde centrado em intervenções baseadas em
necessidades, e não apenas no diagnóstico ou mesmo prognóstico. Desta forma, a prestação de
cuidados, partilhada com o médico assistente do paciente, é baseada na tomada de decisões
pautadas na ética clínica, de forma a garantir a continuidade e atenção preventiva e por ora
paliativa. Cuidados Paliativos aqui visto como uma atit ude que visa oferecer qualidade de vida ao
paciente e família, com intervenções efetivas para alívio de sofrimento físico e emocional, durante a
vida do paciente e no luto familiar.
Material e métodos: Trata-se de estudo descritivo com análise de dados de pacientes incluídos na
modalidade de atendimento domiciliar Gerenciamento de Casos, caracterizados pelo alto grau de
dependência para as atividades da vida diária, de uma cooperativa médica em 2009 e 2010, e ainda
ativos no programa.
Resultados: Foram analisados 64 clientes ativos ingressantes no programa em 2009 e 68 clientes
ativos ingressantes em 2010. Em relação aos clientes de 2009, a prevalência foi do sexo feminino
(57,8%), com a média de idade de 83 anos (± 14) e 77 anos (± 16) para o sexo masculino. Em
relação ao grupo de patologias, 65,6%apresentam doenças neurológicas (incluem-se os Acidentes
Vasculares Cerebral e doença s neurodegenerativas); 57,8% doenças cardiovasculares; 26,6%
doenças pulmonares; 15,6% doenças endocrinológicas (especificamente diabetes mellitus) e 6,3%
neoplasias sem possibilidade de tratamento. Quanto à relação de dependência para as atividades
diárias, 76,6% estão acamados; 14,1% utilizam oxigenoterapia e 28,1% alimentação enteral. Na
análise dos pacientes ingressos em 2010, a prevalência foi de 70,6% para o sexo feminino, com a
média de idade de 82 anos (± 13) e 77 anos (± 10) para o sexo masculino. Em relação ao grupo de
patologias, 52,9%apresentam doenças neurológicas; 51,5% doenças cardiovasculares; 27,9%
doenças endocrinológicas; 19,1% doenças pulmonares e 14,7% neoplasias. Quanto à relação de
dependência para as atividades diárias, 61,8% estão acamados; 11,8% utilizam oxigenoterapia e
10,3% alimentação enteral.
Conclusão: A análise do perfil de clientes ativos no programa revela a prevalência de idosos,
mulheres, com patologias crônicas e progressivas, com extrema dependência para as atividades da
vida diária. Fato notório é o aumento da demanda de clientes, em que os ingressantes do ano de
2010 representam 106,3% dos clientes ativos de 2009, o que representa a credibilidade do programa
frente à cooperativa e aos clientes. Ressalta-se a prevalência de doenças neurológicas, como as
demências, em que se faz necessário uma maior sensibilidade dos profissionais e cuidadores para
percepção de sintomas como dor. Assim, o Gerenciamento de Casos responde à necessidade de
tratar, cuidar e apoiar ativamente a família neste cuidado, bem como, a família tornar-se objeto da
atenção da equipe.
Perfil sociodemográfico de pacientes atendidos em ambulatório de Cuidados
Paliativos
Autores: Letícia Andrade; Naina Sanches; Ivone Bianchini; Marcelo Altona; Tiago Branco;
Tânia Guimarães; Keite Paia; Sumatra Jales; Luís Saporetti
Instituição: Hospital das Clínicas (FMUSP)
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106
Introdução: A abordagem paliativa, preconizada pela OMS, inclui o atendimento à pacientes e
suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças com risco de vida, através da
prevenção e alívio do sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e
outros problemas físicos, psicossociais e espirituais. Tal intervenção perpassa pelo conhecimento
dos diferentes diagnósticos que podem resultar na necessidade de uma abordagem paliativa, assim
como no reconhecimento do paciente e família de forma integral, incluindo aspectos sociais e
econômicos relevantes e que podem influenciar positiva ou negativamente na adesão ao tratamento.
Objetivo: descrever o perfil social e demográfico de pacientes atendidos em ambulatório de
Cuidados Paliativos de um hospital terciário..
Material e métodos: Estudo retrospectivo de abordagem quantitativa. Análise de prontuários do
período de maio/95 a dezembro/2009 totalizando 543 (quinhentos e quarenta e três) prontuários.
Resultados: Do total de prontuários analisados, que perfaz 543 pacientes, temos quanto ao perfil
socioeconômico: 293 (54%) são do sexo masculino e 250 (46%) do sexo feminino; faixa etária: 336
(62%) com 60 anos ou mais por ocasião do encaminhamento; 310 (57%) eram casados, e 19%,
viúvos; 165 (30%) residiam fora do município de São Paulo; renda familiar: 01 a 03 SM, 239 (44%)
e 3,1 a 5,0 SM, 122 (22,5%); situação previdenciária ou de renda: 233 (43%) eram aposentados,
mas 147 (27%) não possuíam nenhum tipo de renda; composição familiar 249 (45,8%) com até 3
mem bros e 255 (47,0%) com mais de 4; escolaridade do paciente: a maioria, 277 (51,0%) com até
04 anos de estudo; quanto à religião: 347 (64%) professam a religião católica, seguido de 114
(21%) a evangélica. Clínica encaminhadora: a maioria proveniente da Oncologia, 154 (28,4%),
seguido de Clínica Médica, 77 (14,2%); sendo o tempo de permanência no ambulatório: 182
(33,5%) até um mês e 140 (25,8%), de 1,1 a 3 meses. Quanto ao o local do óbito: 72% faleceram
em ambiente hospitalar.
Conclusão: O perfil social e demográfico apresentado demonstra uma população, em sua maioria,
idosa, com baixa escolaridade, proveniente de famílias nucleares e de baixa renda; dados que
sugerem a necessidade de organização específica no que se refere à políticas públicas de atenção. O
estudo ainda aponta para o grande percentual de pacientes que, apesar da abordagem paliativa,
falecem em ambiente hospitalar, o que sugere que a cultura hospitalocêntrica ainda prevalece apesar
do cuidado ao final da vida ser possível de ser realizado em outros ambientes, a saber: domicílio,
hospice etc.
População idosa e Cuidados Paliativos: relatório inicial
Autores: Letícia Andrade; Angélica Massako Yamaguchi; Keila Tomoko Higa-Taniguchi;
Pedro José Vilaça; Naina Mendes Sanches
Instituição: Hospital das Clínicas (FMUSP) e FAPESP
Introdução: A avaliação sobre a atenção paliativa recebida hoje é tema de diferentes estudos
brasileiros. O Cuidado Paliativo, ao final da vida, prevê alívio de sintomas, conforto e abordagem
adequada junto à família (OMS). A avaliação dos serviços engloba não só a alocação adequada de
recursos, mas e, principalmente, a obtenção de resulta dos satisfatórios junto ao paciente e família:
morte digna e atendimento integral. Assim, a pesquisa em curso visa a obter, na perspectiva do
familiar cuidador, a avaliação sobre o atendimento paliativo recebido pelo seu familiar falecido.
Objetivos: obter junto aos familiares entrevistados dados referentes ao perfil socioeconômico das
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107
famílias, diagnóstico, período de cuidados a partir da instalação da dependência e percepção quanto
à: controle de sintomas e abordagem paliativa.
Material e métodos: Estudo quanti-qualitativo; metodologia: necropsia verbal. Quanto aos dados
quantitativos: 3156 Declarações de Óbito (DO) analisadas. Dados qualitativos: 74 entrevistas
realizadas, 31 analisadas. O ponto de partida é a busca de informações das Declarações de Óbito de
idosos falecidos na capital, com diagnósticos da declaração de óbito (DO) que sugerem a
necessidade de CP, com 3 ou mais ABVD comprometidas. Dados preliminares obtidas no PROAIM (Programa de Aprimoramento de Informações sobre Mortalidade) da Secretaria Municipal de
Saúde de São Paulo; período de julho a novembro de 2008.
Resultados: Resultados quantitativos: de 3156 DO estudadas, apenas 10,7% morreram em casa.
Destes, os que residiam na periferia da cidade, nas zonas leste e sul, são propensos a serem
encaminhados à necrópsia (61,29% e 52,27% respectivamente), já na região centro-oeste, a taxa de
necrópsia é de apenas 14,49%. Cerca de 22,6% das DO estudadas não monstravam informação
sobre a realização de necrópsia. Realizado estudo de geoprocessamento, indicando que o achado de
prestação de assistência médica durante a doença que c ausou a morte é homogênea e concentrada
nas áreas bem desenvolvidas. Resultados qualitativos: 70% dos entrevistados são filhas/os;
escolaridade de 4 a 11 anos de estudo; renda familiar: 2 a 4 SM (70%), distribuídos nas classes D e
E; idade dos pacientes: 80%, 76 a 95 anos; diagnóstico principal, neoplasias (50%). 100%
receberam assistência médica, somente 30% domiciliar, sendo que 70% permaneceu totalmente
dependente de 1 a 2 anos. Freqüência aos pronto-socorros nos últimos 6 meses (50% mais de 4
vezes) e o não controle dos sintomas é apontado por 50% dos cuidadores (dor, fadiga, falta de ar,
agitação mental). [trechos das entrevistas serão transcritos no pôster] Apesar de estarem em final de
vida, 50% dos pacientes faleceram em UTIs sob procedimentos invasivos.
Conclusão: Conclusão: há muitas discrepâncias regionais na cidade de São Paulo, relacionadas à
assistência prestada a idosos com indicações de Cuidados Paliativos. A análise demonstra que a
abordagem paliativa, na perspectiva do familiar cuidador, ainda não é realizada a contento na
realidade brasileira, condenando paciente a sofrimento evitável e o cuidador a cuidados extremos.
As regiões mais pobres de São Paulo demandam urgente atenção para garantir a equidade na
prestação de serviços de saúde. Sugere-se que gestões atuais e futuras criem recursos para os CP
domiciliares, os cuidados contínuos e de transição (continuum of care e transitional care). Médicos
devem ser continuamente orientados sobre o correto preenchimento da DO, o que auxilia a
realização de estudos epidemiológicos sobre mortalidade.
Práxis dos profissionais de saúde no contexto dos Cuidados Paliativos: reflexões
à luz da literatura
Autores: Mônica Ferreira de Vasconcelos; Cecília Danielle Bezerra Oliveira; Terezinha
Nunes da Silva; Maria Eliane Moreira Freire; Solange Fátima Geraldo da Costa
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Introdução: Quando se esgotam os recursos curativos e a pretensão de restabelecimento das
funções vitais do indivíduo torna-se cada vez menos possível, surge uma proposta de assisti-lo
qualitativamente, visando controle dos sintomas e alívio do sofrimento, integrando ações
interdisciplinares de Cuidados Paliativos (CP), com a possibilidade de o paciente chegar a finitude
da vida acompanhado de pessoas que possam ouvi-lo e que sustentem seus desejos. O
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108
desconhecimento ou a carência de informações inerentes aos CP dificulta a sua execução. Sob este
enfoque, este estudo teve como objetivo investigar na literatura como ocorre a práxis dos
profissionais de saúde no contexto dos CP e discutir acerca dos limites e possibilidades enfrentados
por estes profissionais, diante da necessidade de oferecer CP ao cliente e à sua família.
Material e métodos: Trata-se de um estudo bibliográfico, realizado a partir de levantamento de
pesquisas divulgadas em bancos de dados online, como SciELO e Medline; leituras de artigos
científicos de periódicos indexados e livros, utilizando como descritores profissionais de saúde e
Cuidados Paliativos, no período de outubro de 2009 a março de 2010.
Resultados: CP são cuidados básicos que visam a promoção de conforto. Apesar de serem simples,
é importante observar que implica aos profissionais de saúde a aquisição de conhecimentos e
habilidades técnicas, atendendo a critérios científicos, exigindo maior investimento com recursos
humanos multiprofissionais comprometidos com o ser assistido e não apenas com a enfermidade. A
deficiência na capacitação dos profissionais em CP começa em sua formação acadêmica, onde estes
são negligenciados em sua totalidade, ou abordados com irrelevância. Também são negligenciados
pelas autoridades e profissionais de saúde, são poucos os centros públicos e privados que se
dedicam à assistência à dor e CP. Assistir paliativamente requer envolvimento, empatia e desejo de
superação no cuidar, o que torna desafiador e intrigante, considerando que resta pouco a ser feito,
porém o pouco tem muita relevância, pois, proporciona novas dimensões de cuidado e valorização
da vida humana. A comprovação dos efeitos curativos gera no profissional de saúde realização
profissional, porém quando objetivo não atingido, estes se sentem incapazes ou impotentes,
podendo dificultar o processo natural do cuidado, tornando-se assim uma limitação para agirem
paliativamente. Como fator desencadeante desta situação, podemos observar a preparação
acadêmica inadequada, fatores inerentes aos profissionais, envolvendo seus medos, suas próprias
dores emocionais, que os impossibilitam de prosseguir um pouco mais na assistência ao cliente que
se encontra sob CP. A possibilidade de implantação dos CP pela equipe multiprofissional está na
adoção de estratégias fundamentais para o controle dos sintomas prevalentes, entre os quais, os
enfermeiros são os que mais avaliam a dor, a resposta à terapêutica, a ocorrência de efeitos
colaterais e reorganizam o esquema analgésico e de controle dos sintomas, propondo estratégias não
farmacológicas e não invasivas, auxiliando no ajuste de atitudes e expectativas sobre os
tratamentos.
.
Conclusão: A partir dessa reflexão concluímos que é necessária uma mudança sobre nossos
conceitos e atitudes diante do cenário patológico que nos é conferido, convergindo a oportunidade
de aproveitamento mais abrangente no cuidado, seja ele curativo ou paliativo, visando o bem estar
da vida que foi acometida pela enfermidade e não a enfermidade acometida.
Prevenção de quedas na assistência domiciliar
Autores: Silvia Cristina Martinez Baldivieso; Priscila Citriniti Stuck; Pedro Luiz Fernandes
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: A queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição
inicial com a incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias
multifatoriais que comprometem a estabilidade. A queda acidental é decorrente de uma causa
extrínseca ao indivíduo, pela presença de um fator de risco ambiental danoso, como um piso
escorregadio, um degrau sem sinalização ou devido à atitudes de risco como,subir em banquinhos.
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A queda recorrente expressa a presença de fatores etiológicos intrínsecos como doenças crônicas,
poli farmácia, distúrbios do equilíbrio corporal, déficits sensoriais, sedentarismo, distúrbios
músculos-esqueléticos. (Perracini, 2009) Afeta a qualidade de vida por conseqüências psicossociais,
provocam sentimentos como medo, fragilidade e falta de confiança. As intervenções eficazes
baseiam-se na identificação precoce dos pacientes com maior chance de sofrerem quedas e
apresentarem também um risco aumentado de sofrerem lesões graves decorrentes da mesma
(fraturas) (Close et al,1999). A aplicação de uma avaliação abrangente do risco de quedas pode ser a
base da prevenção efetiva. Decorrente disso, a equipe de fisioterapia da Assistência Domiciliar do
HCIV implantou o indicador de risco de queda através de uma planilha de coleta de dados e pela
Escala de Índice de Tinetti onde se faz uma avaliação em todos os pacientes de 1ª vez e são
reavaliados uma semana após, é traçado as condutas fisioterapêuticas como: casa segura,
fornecimento de órteses, fortalecimento muscular, treino de marcha e equilíbrio e orientações ao
cuidador. O objetivo do indicador descrito acima é a prevenção da queda nos pacientes em
domicílio, diminuindo a incidência de politraumatismos.
Material e métodos: Foram avaliados 121 pacientes de 1ª vez do mês de março a junho de 2010,
foi usada como ferramenta a Escala de Índice Tinetti, que avalia equilíbrio e marcha em duas
escalas distintas. O equilíbrio possui 09 itens, escore dessa escala varia de 0 até 16 pontos, sendo
que quanto mais pontos, melhor é o equilíbrio. A marcha possui 07 itens, o escore varia de 0 a 12
pontos, sendo que quanto mais pontos, melhor é a qualidade da marcha. Ao final das duas escalas,
somam se os pontos obtidos nas duas e tem-se um escore de 0 a 28 pontos para classificação geral.
Pontuação menor que 19 indica alto risco, de 19-24 risco moderado e de 25-28 baixo risco de
quedas. Foram coletados dados através de uma planilha que abrange (nome, matrícula, KPS,
Escores do Índice de Tinetti, medo de cair, estado mental, fatores ambientais, complicações
associadas, condutas, órteses fornecidas, queda anteriores e posteriores) e foram reavaliados em 1
semana.
Resultados: Destes 121 pacientes avaliados, segundo os escores do Índice de Tinetti, 2,6% baixo
risco, 10,7% médio risco e 86,7% alto risco de queda. Foi demonstrado que 52% dos pacientes
tiveram quedas anteriores à avaliação, devido a complicações osteomioarticulares, fadiga,
complicações neurológicas e desinformação sobre casa segura. Após a intervenção da fisioterapia
93,4% não tiveram quedas, devido melhora da fadiga, força muscular, equilíbrio, marcha e
orientações fornecidas para uma casa segura.
Conclusão: A incidência de quedas diminuiu consideravelmente após a intervenção da fisioterapia
no âmbito preventivo com os exercícios de equilíbrio, marcha e fortalecimento e com as orientações
quanto às adaptações domiciliares (casa segura). Isto foi concluído através de coleta de dados feito
mensalmente pelo fisioterapeuta em todos os pacientes de primeira vez e reavaliados 1 semana após
a coleta, aplicando também o Índice de Tinetti para avaliação de equilíbrio e marcha . A
Fisioterapia recomenda que os pacientes que são encaminhados para a assistência domiciliar devem
ser prevenidos do risco de queda antes de sua ocorrência, no início do tratamento oncológico
demonstrando que com a evolução da doença, medicações, procedimentos como a quimioterapia e
radioterapia a probabilidade de ocorrer o risco de queda é maior.
Produção de trabalhos acadêmicos de enfermagem em Cuidados Paliativos
Autores: Ricardo Quintão Vieira; João Victor Fornari
Instituição: Universidade Nove de Julho
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Introdução: Em um hospital brasileiro de referência em Oncologia, descobriu-se que o fluxo de
informação técnica em Cuidados Paliativos aponta o profissional enfermeiro como a segunda
categoria profissional interessada em buscas técnicas, seja por canais formais e informais (oral) de
comunicação. Entretanto quando se aborda a formação básica do enfermeiro em universidades, a
abordagem quase inexistente2. Este trabalho objetiva quantificar a produção acadêmica em
trabalhos de conclusão de curso de Enfermagem em Cuidados Paliativos.
Material e métodos: Análise exploratória, retrospectiva e quantitativa da produção de Enfermagem
em Cuidados Paliativos. Enumeraram-se todos os Institutos de Ensino Superior (IES) que oferecem
o curso de Enfermagem através da página do E-MEC. Consultou-se o catálogo de biblioteca de cada
Instituição utilizando o assunto ou termo livre “paliativo” ou “paliativa”. Os resultados que
tivessem relação direta com o tema “Cuidados Paliativos” foram extraídos para uma planilha
eletrônica pelos seguintes dados: data da defesa, unidade da feder ação, característica do IES
(pública, privada) e palavras-chave. O recorte foram os trabalhos de conclusão de curso (graduação
e pós-graduação latu sensu), dissertações e teses (pós-graduação strictu sensu) em fichas
catalográficas contidas em catálogos de biblioteca disponíveis em linha, publicados até 2009 e que
fossem defendidos na Instituição de origem. O conjunto de dados desta planilha permitiu diversas
análises quantitativas. As palavras-chave foram tratadas em termos controlados com uso do Tesauro
do Ministério da Saúde4. Finalmente os termos foram reunidos em grandes categorias (abordagens)
para análise geral.
Resultados: A coleta foi realizada em maio e junho de 2010. De 594 IES pesquisadas, 560
permitiram acesso à página institucional. Destas, 339 (60,5%) disponibilizaram catálogo de
biblioteca operante e de livre acesso, onde foram obtidos 45 trabalhos distribuídos em 26 IES de 9
unidades da federa ção. A região sudeste foi responsável por 61% da produção nacional, seguida
pelas regiões sul (24%), nordeste (9%), norte (4%) e centro-oeste (2%). Cerca de 65% dos trabalhos
foram provenientes de IES públicas. Do total de trabalhos, 49% formam TCCs de graduação, 7% de
TCCs de especialização, 31% de dissertação de mestrado e 6% de teses de doutorado. A maioria das
palavras-chave foi controlada pelo Tesauro da BVS, resultando em 89 termos, sendo a média de
dois termos por trabalho. Os cinco termos isolados mais citados foram Câncer (11), Tanatologia
(10), Enfermagem Oncológica (9), Cuidados Domiciliares (6) e Saúde da Família (5). Os termos
foram organizados em áreas temáticas que seguem em ordem decrescente: 25 abordagens em
Oncologia; 12 abordagens em Morte; 10 abordagens em Controle de Sintomas; 9 abordagens em
Instrumentos; 7 abordagens em Família; 7 abordagens em Gestão; 6 abordagens em Atendimento
Domiciliar; 6 abordagens em Saúde Pública; 4 abordagens em Doenças Transmissíveis ; 3
abordagens em Saúde do Idoso . Confirmando a evidência de termos isolados, as reuniões temáticas
demonstraram que a maioria dos trabalhos (29%) abordou a Oncologia, seguida da temática Morte
(13%).
Conclusão: A região sudeste foi responsável pela maioria das publicações. São as IES públicas,
principalmente em seus programas de pós-graduação, responsáveis pela maioria da produção
científica. A análise temática demonstrou que a enfermagem em Cuidados Paliativos produzida
pelas IES tem forte ligação com a oncologia e reflexões sobre a morte.
Programa de descentralização de Cuidados Paliativos em Santa Catarina
Autores: Maria Tereza Evangelista Schoeller; Maristela Jeci dos Santos
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Instituição: Centro de Pesquisas Oncológicas - CEPON
Introdução: Santa Catarina destaca-se por ter a visão da descentralização da assistência como um
todo, incluindo a oncologia, considerando a grande incidência e prevalência do câncer como
doença, com repercussões devastadoras para pacientes e famílias, quadro que pode ser agravado
pelo afastamento do seu local de residência, caso estes Serviços não estejam disponíveis nestas
localidades. O Plano Estadual de Saúde aprovado em Outubro de 2006, apresenta entre seus
objetivos, a redução de anos potenciais de vida perdidos e a redução das desigualdades regionais de
acesso aos Serviços de Saúde. Na abordagem do câncer torna-se uma prioridade não somente o
acesso aos Serviços de diagnóstico precoce e tratamento, mas também indo ao encontro das
prioridades da OMS, a prevenção do sofrimento. O Serviço de Cuidados Paliativos do CEPON
surgiu em 1991. Desde o início ficou evidente que o controle da dor era a prioridade máxima e por
isto, o CEPON, através da Secretaria do Estado da Saúde e FAHECE, sua fundação de apoio,
passou a disponibilizar os analgésicos opióides para estes pacientes. Atualmente, os Serviços de
câncer organizaram-se em várias Regiões do Estado, no entanto, muitos pacientes continuam
deslocando-se a Florianópolis porque não têm acesso a Cuidados Paliativos em suas Regiões. Com
o objetivo de auxiliar a SES no seu Programa de Descentralização, apresentamos o Programa
Estadual de Descentralização em Cuidados Paliativos. Este programa visa educar, treinar e
mobilizar os centros oncológicos já existentes na filosofia dos Cuidados Paliativos, evitando assim
que os pacientes desloquem-se em busca deste cuidado global e humanizado.
Material e métodos: Por se tratar de um Centro de Referência em Cuidados Paliativos, o CEPON,
propõe-se a capacitar as equipes das demais Unidades da SES e da Estratégia de Saúde da Família
dos11 Municípios que já têm implantado o Programa de Descentralização de Oncologia. Para
montar um Serviço de Cuidados Paliativos, cada Centro deve indicar ao menos: um médico, e um
enfermeiro, sendo que outros profissionais da equipe poderão estar na equipe multiprofissional e
fazer uma interface com Cuidados Paliativos. A seguir apresentamos a proposta de capacitação: 1.
Capacitação teórica (aulas expositivas, dinâmicas, debates, leituras de temas específicos para
formação profissional do paliativista). 2. Concomitante aos encontros teóricos, cada equipe
apresentará um Projeto, considerando suas especificidades, para implantação do Serviço de
Cuidados Paliativos na sua Unidade. O desenvolvimento desse Projeto será acompanhado pela
Equipe de Cuidados Paliativos do CEPON (Matriz). 3. Acompanhamento das equipes - Monitoria
Durante o primeiro ano de funcionamento, um membro da equipe de Cuidados Paliativos do
CEPON passará a cada três meses dois dias no Serviço em implantação para acompanhar o
desenvolvimento do mesmo, tirar dúvidas e propor as adequações necessárias. Concomitantemente
disponibilizaremos um espaço on-line para contato com as equipes. 4. Realizaremos um Encontro
Anual dos Serviços de Cuidados Paliativos, com o objetivo de troca de experiências entre os
Centros. 5. O Serviço de Cuidados Paliativos do CEPON será o responsável pela elaboração do
Protocolo Clínico considerando as características do Centro Descentralizado.
Resultados: A descentralização do atendimento em Cuidados Paliativos, instaurando uma
abordagem humanizada com foco em qualidade de vida e controle da dor e de outros sintomas
através da implantação de um Serviço de Cuidados Paliativos em cada uma das unidades de
tratamento oncológicos do Estado.
Conclusão: A implantação do Programa Estadual de Cuidados Paliativos ampliará o acesso à saúde
da população catarinense, reduzindo os riscos e os agravos com uma atenção descentralizada,
especialmente aos pacientes fora de possibilidades de cura. A Capacitação dos profissionais dos
Centros e a assessoria continuada da equipe de Cuidados Paliativos do CEPON têm como principal
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Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
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foco a excelência no atendimento com a diminuição do sofrimento e a busca da melhoria na
qualidade de vida dos pacientes e famílias nas mais remotas regiões do Estado.
Relação entre nível de conhecimento da doença e presença de sintomas
Autores: Sathie Kamizono; Ana Cláudia O. Lepori; Luciana Regina B. Cabral; Keite Priscila
Paiá; Cristiane Ribeiro Maués; Margarete da Silva Augusto; Luciane Patrícia Amaral
Instituição: Santa Helena Assistência Médica
Introdução: A revelação do diagnóstico de câncer apresenta-se como um dos assuntos mais
controversos na oncologia clínica e é motivo de estudo em vários países. Hosaka et al concluíram
não haver diferença estatística na presença de transtornos psiquiátricos entre os pacientes que
sabiam e os que não sabiam ter câncer. Um trabalho australiano verificou que a maior quantidade de
informação recebida não estava relacionada a maiores níveis de ansiedade, e, pelo contrário, sugeriu
que a falta de informação pode aumentá-los. No Brasil, entretanto não há muitos artigos publicados
a esse respeito.
Material e métodos: Este estudo visa avaliar se existe relação entre o nível de conhecimento da
própria doença e a quantidade de sintomas apresentados pelo paciente do ambulatório de Cuidados
Paliativos de um serviço privado. Foram analisadas as consultas realizadas no período de maio a
agosto de 2009, os quais foram avaliados quanto ao nível de conhecimento da doença (NCD)
através de escala própria e a presença e intensidade de sintomas através da Escala de Edmonton.
Neste estudo somente foi levado em consideração a quantidade de sintomas, a intensidade não foi
avaliada.
.
Resultados: Foram analisadas 270 consultas. Nenhum paciente disse não saber nada por não ter
sido informado previamente (NCD 1), 13 pacientes (5%) tinham bloqueio de informação por pacto
familiar de silêncio (NCD 2), 41 pacientes (15%) não faz perguntas nem desejam atualização de
informação (NCD 3), 19 (7%) tem informação falsa ou insuficiente sobre a doença e/ou seu
prognóstico vital (NCD 4), 44 (16%) conhecem o diagnóstico da doença, porém desconhecem a
progressão clinica atual e seu prognóstico (NCD 5), 103 (38%) conhecem a situação atual da
doença, a progressão clínica, mas o prognóstico está supervalorizado ou desvalorizado (NCD 6), 50
(19%) conhecem a situação atual da doença, a progressão clínica e conhecem adequadamente seu
prognóstico vital (NCD 7). Dos pacientes que tem total conhecimento do diagnóstico, progressão
clínica e prognóstico, 90% apresentam até 3 sintomas (p=0,058) e o grupo que apresentou maior
porcentagem de pacientes com 4 sintomas ou mais foi o grupo que tinha informação falsa ou
insuficiente sobre a doença e/ou seu prognóstico vital (NCD 4).
Conclusão: Quanto maior o nível de conhecimento da própria doença, menor a quantidade de
sintomas apresentados pelos pacientes. Mais estudos devem ser realizados com número maior de
pacientes para confirmar a relação entre nível de conhecimento e quantidade de sintomas.
Relato de caso: Cuidados Paliativos de um paciente pediátrico portador de
epidermólise bolhosa
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Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
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Autores: Ana Cristina Henrique; Ivete Zaboli; Silvia Maria de Macedo Barbosa; Eva Fabiana
Angelo Sendin; Rita Tiziana Verardo Polastrini; Marcia Pirpim
Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP
Introdução: A Epidermólise Bolhosa caracteriza-se por fragilidade da pele levando a formação de
bolhas espontâneas e ou por mínimos traumatismos, podendo acometer a pele e ou todas as
mucosas, geralmente de origem genética. Associada as manifestações cutâneas, esta síndrome
compromete outros órgãos e sistemas: osteoarticular, digestório, ocular, genitourinário,
cardiovascular; além de complicações sistêmicas: anemia grave, infecções, desnutrição, retardo do
crescimento, alterações da fala, entre outros. Até o momento, não há tratamento para es ta síndrome,
sendo os Cuidados Paliativos a possibilidade de proporcionar para estes pacientes uma melhor
qualidade de vida e aumento da sobrevida. O objetivo deste trabalho é relatar o acompanhamento de
um paciente pediátrico que se encontra em Cuidados Paliativos, mostrando as dificuldades e a
importância do atendimento das várias especialidades médicas e da interdisciplinalidade.
Material e métodos: Análise retrospectiva do prontuário de um paciente pediátrico acompanhado
pelo Grupo de Dor e Cuidados Paliativos Pediátrico de um Hospital Público de nível terciário da
Cidade de São Paulo, até o primeiro semestre de 2010.
Resultados: I.C.S., 5 anos de idade, ao nascimento já apresentava lesões bolhosas em cavidade
oral, joelhos e pés; tornando-se generalizadas nas primeiras horas de vida; sendo iniciado, então,
acompanhamento pelo grupo de neonatologia, dermatologia, gastroenterologia e nutrição. Recebeu
orientações quanto aos cuidados com a pele (curativos, hidratação), medicações para controle da
dor, orientações nutricionais, suporte vitamínico, reposição de ferro, além de acompanhamento
psicológico familiar e recomendações fisioterápicas, fonoaudiológicas e odontológicas. Com 40
dias de vida realizou ecocardiografia sem nenhuma alteração significativa, mantido sem medicações
cardiológicas. Aos 4 meses de vida foi realizada biópsia de pele que mostrou pele com clivagem
subepidérmica e proliferação melanocítica intraepidérmica juncional e lentiginosa com atipias
acentuadas. Foi encaminhado para o Grupo de Dor e Cuidados Paliativos aos 8 meses de idade,
devido a dificuldade de controle da dor, sendo introduzido além da analgesia antes do banho,
medicações analgésicas de horário e anti-histamínicos. Com 1 ano e 2 meses, devido a dor intensa
foi associado medicamento adjuvante. Necessitou várias hemotransfusõ es, infusões de albumina,
antibióticoterapia devido:anemia severa, hopoalbuminemia grave e infecções de pele. Aos 4 anos
apresentou alteração ecocardiográfica (aumento de atrio e ventrículo esquerdos, fração de ejeção
normal), sendo introduzido medicação inotrópica via oral. Associado antibióticoterapia profilática,
para prevenção de infecções recorrentes. Atualmente com 5 anos e 10 meses de idade apresenta-se
estável hemodinamicamente, com lento ganho ponderal, sem complicações infecciosas, em
acompanhamento ambulatorial, com hemotransfusões e infusões de albumina seriadas.
Conclusão: A epidermólise bolhosa é uma síndrome que pode apresentar importante
comprometimento de vários órgãos e sistemas, logo nos primeiros anos de vida. Como revisto neste
caso apresentado, o acompanhamento deve ser iniciado logo após o diagnóstico clínico, ou seja, no
período neonatal, pois aumentará a qualidade de vida, diminuindo ou prorrogando o aparecimento
de complicações sistêmicas. Este acompanhamento deve ser multidisciplinar, minucioso, com
consultas regulares em curto prazo.
Resgate de atividades significativas junto a pacientes em Cuidados Paliativos
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Autores: Tatiana dos Santos Arini; Maria Tereza Sales Furtado; Marilia Bense Othero
Instituição: Hospital Premier
Introdução: Além do controle de sintomas, os Cuidados Paliativos preconizam a manutenção do
viver ativo e criativo até o final da vida, respeitando as limitações e capacidades de cada sujeito em
seu processo de adoecimento e finitude. O objetivo deste trabalho é demonstrar como o atendimento
em Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos, através da realização de atividades expressivas,
pode contribuir para o fazer significativo no processo de adoecimento, bem como seu beneficio para
a melhoria da qualidade de vida no ambiente hospitalar.
Material e métodos: Relato de caso de atendimento individual no setor de Terapia Ocupacional
desenvolvido em um hospital privado de Cuidados Paliativos, em São Paulo, no qual são
empregados cuidados diferenciados e especializados a pacientes com doenças crônicas. O paciente
O.C.F., do sexo masculino, 79 anos, profissão desenhista, foi internado após traqueoplastia por
neoplasia avançada de faringe. Em primeiro contato, paciente chegou ao hospital com humor
deprimido e com dificuldades de comunicação com a equipe multiprofissional. O trabalho inicial da
Terapia Ocupacional foi com o objetivo de estabelecer o melhor método de comunicação
alternativa; conjuntamente com o paciente, optou-se pela escrita em um caderno. Com vínculo e
melhor comunicação, seguiu-se com a avaliação terapêutica ocupacional mais detalhada, através de
entrevistas e proposição de atividades diversas. Foram avaliados os aspectos físicos, emocionais,
cognitivos, bem como seu repertório de atividades. O paciente traz a pintura como atividade que
sempre realizou, sendo interrompida pelo adoecimento. Como estratégia de intervenção em Terapia
Ocupacional propôs-se então a atividade de pintura em tela.
Resultados: No período de 12 meses, o paciente produziu em media 10 telas, com pintura a mão
livre ou com risco, elaborada em conjunto no projeto terapêutico ocupacional. O principal resultado
alcançado com a intervenção foi o resgate da atividade mais significativa para este sujeito,
promovendo a autonomia auto-estima e dignidade. Além disso, são observados: aumento das
capacidades de comunicação e interação entre o paciente e a equipe; reconhecimento das
capacidades e habilidades; melhoria das funções cognitivas; possibilidade de expressar escolhas;
maior controle sobre si, sobre as relações e sobre o ambiente; valorização dos produtos finais das
atividades, como produção própria.
Conclusão: Mesmo em um contexto de dificuldades e limitações vivenciadas pelo pacientes com
doença avançada, as intervenções em Terapia Ocupacional mostram-se eficazes na ampliação da
autonomia e das possibilidades de ação no mundo, bem como na melhoria e/ou resgate de seu
desempenho ocupacional. A existência de uma estratégia específica para este paciente possibilitou a
validação da identidade enquanto ser produtivo, durante o fim da vida, valorizando sua dignidade.
Residência multiprofissional em oncologia e Cuidados Paliativos em domicilio –
Pelotas - RS
Autores: Julieta Carriconde Fripp; Daniela Haberekosty Cardoso; Aline Ferreira Almeida;
Catiussa Colling; Cristiane Silveira Beirsdorf
Instituição: Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Introdução: A equipe que trabalha com Cuidados Paliativos, tem como meta melhorar a qualidade
de vida dos pacientes e de suas famílias. Essa abordagem é feita através de prevenção e alívio dos
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115
sintomas, por meio de identificação, avaliação e tratamento de problemas de ordem física,
psicossocial e espiritual. Cicely Saunders define Cuidados Paliativos como um conjunto de ações
que permite uma abordagem holística do paciente com doença incurável, desenvolvidas por uma
equipe interdisciplinar, combinando cuidado clínico, pesquisa e ensino. O paciente em Cuidados
Paliativos tem necessidades especiais, assim como sua família, sendo este o contexto em que atua o
Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI), com profissionais de diferentes áreas,
bem como a Residência Integrada Multiprofissional em Atenção a Saúde Oncológica/UFPel, que é
composta por enfermeiros, dentistas, nutricionistas e psicólogos.
Material e métodos: Foi realizada entrevista com os profissionais a fim de adquirir informações a
respeito do papel da residência multiprofissional em oncologia e a sua relação com pacientes e
familiares com necessidade de Cuidados Paliativos.
Resultados: Sendo assim, o psicólogo na equipe de Cuidados Paliativos desempenha a escuta
clinica, que auxilia o paciente a identificar e transformar os aspectos emocionais que contribuem
para esse sofrimento, ajudando-o em relação ao enfrentamento da doença, na sua reorganização
psíquica, bem como na elaboração do processo de morte. Paralelamente a atenção à família, que
requer suporte e orientação no manejo de situações, tendo em vista que a relação entre família e
paciente pode beneficiar ou prejudicar o processo de adoecimento, morte e luto para ambas as
partes Nutrição: A assistência nutricional a pacientes com câncer é direcionada ao tratamento das
intercorrências clínicas relacionadas à quimioterapia e radioterapia como náuseas, vômitos,
desidratação, disfagia, mucosite, xerostomia, constipação, diarréia e anorexia. Aos pacientes em
Cuidados Paliativos, o objetivo da Nutrição não consiste em atingir necessidades nutricionais e
energéticas, tampouco restabelecer o estado nutricional. A alimentação deve ser oferecida conforme
a tolerância do paciente, como ato prazeroso, melhorando a qualidade de vida deste indivíduo nesta
fase da doença. O acompanhamento nutricional aos pacientes do PIDI é realizado através de visitas
domiciliares semanais feitas por dois membros da equipe de nutrição,uma nutricionista do Hospital
Escola, uma aluna da Residência Integrada Multiprofissional em Atenção à Saúde Oncológica do
Hospital Escola/UFPel e duas alunas da Faculdade de Nutrição/UFPel. Enfermagem: na atuação do
enfermeiro são utilizados instrumentos como de avaliação qualitativa e quantitativa, entre estas a
Escala de Edmonton, Zubrod e Karnofisky, que buscam identificar sintomas para promover seu
plano terapêutico para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. Odontologia:
Problemas orais têm grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e podem resultar anorexia e
má nutrição além de afetar a comunicação e a interação social. O cuidado paliativo em odontologia
pode ser definido como o atendimento de pacientes com doença avançada que apresentam
comprometimento da cavidade oral de forma direta ou indireto como resultado do tratamento
recebido e o foco do cuidado é a qualidade de vida imediata.
Conclusão: A residência multiprofissional atuando em Cuidados Paliativos contempla o ciclo de
cuidado integral aos pacientes oncológicos.
Resultados de quatorze meses de funcionamento de uma equipe interdisciplinar
de Cuidados Paliativos
Autores: Daniela Charnizon; Juliana Elias Duarte; Ana Luisa Rugani Barcellos
Instituição: Hospital Risoleta Tolentino Neves
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Introdução: Essencialmente, Cuidado Paliativo significa aliviar a dor e o sofrimento físico,
psicossocial e espiritual em pacientes portadores de doenças sem perspectiva de cura. As iniciativas
nesta área têm crescido muito no Brasil nos últimos anos, com o surgimento de novos serviços
especializados. O atendimento hospitalar é uma modalidade deste cuidado. Nossa equipe foi criada
em março de 2009, em um hospital da rede pública de Belo Horizonte.
Material e métodos: Análise dos prontuários eletrônicos dos pacientes. Seguimento da coorte
realizado desde a admissão na equipe até o desfecho dos casos (óbito ou alta hospitalar).
Resultados: Foram acompanhados por equipe interdisciplinar, após solicitação de interconsulta
pelo médico assistente, 111 pacientes (63 homens e 48 mulheres) com idade média de 68,5 (20 a
98) anos. O motivo da solicitação da equipe foi para controle de sintomas em 69 casos (62 %) e
para definição de limite de esforço terapêutico em 42 casos (38%). Dos pacientes acompanhados,
24 (21%) receberam alta, 82 (74%) faleceram no hospital , 3 (3%) foram transferidos e 2 ainda
estão em acompanhamento. Os motivos da admissão hospitalar foram diversos, especialmente
causas infecciosas e delirium (36%). As principais doenças de base definidoras de prognóstico
foram: demência (30%), câncer (36%), seqüela grave d e AVC agudo e TCE (9 e 3%
respectivamente) e estado vegetativo persistente (4%). O tempo médio entre a admissão hospitalar e
o desfecho foi de 36,8 dias e entre o início do seguimento pela equipe e o desfecho foi de 11 dias. A
maioria dos pacientes (75%) tinham performance paliativa (PPS) menor que 30% no início do
acompanhamento pela equipe.
Conclusão: O perfil dos pacientes admitidos na equipe foi de idosos frágeis, dependentes e em fase
final de vida, justificando o óbito como desfecho principal. A atuação de uma equipe
interconsultora de Cuidados Paliativos em um hospital geral propicia ao paciente e familiar um
atendimento diferenciado e especializado e permite a disseminação do conceito e da prática
paliativa entre todos os membros da instituição.
Reuniões familiares: estratégia de suporte à família do paciente com câncer em
final de vida
Autores: Toshio Chiba; Elisa Miranda Aires; Fátima Lourdes Iared; Milena dos Reis Bezerra
de Souza; Fabiana Tomie Becker de Carvalho Chino
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Introdução: Os pacientes com doença avançada e seus familiares enfrentam diversas crises e
dificuldades para a aceitação da interrupção do tratamento curativo e da morte. Neste processo o
sofrimento é frequente e requer destes indivíduos adaptação física, social e emocional. Deste modo,
o profissional responsável por comunicar más noticias precisa utilizar estratégias que facilitem a
comunicação e compreensão da situação e dos recursos disponíveis para continuidade do cuidado.
Uma das estratégias para facilitar esta adaptação é a reunião familiar (RF), a qual ainda é pouco
utilizada nas instituições brasileiras.
Material e métodos: Estudo retrospectivo descritivo. Os dados foram levantados a partir das atas
das RF realidades entre março e junho/2010, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
(ICESP). As atas contemplavam características demográficas de pacientes, familiares e equipe; o
restante das informações eram abertas (conforme a demanda da reunião).
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Resultados: Foram realizadas 56 RF todas referentes a pacientes internados sob os cuidados da
equipe de Cuidados Paliativo s do ICESP (23% dos mesmos), sem indicação de tratamento
oncológico. Sessenta e um por cento deles eram homens e 57% tinham idade entre 50 e 70 anos. Os
cânceres mais prevalentes apresentados foram: cabeça/ pescoço e pulmão (14,3% cada), mama
(10,7%), colon/reto (8,9%). No total das 56 RF estiveram presentes 161 familiares (media de 2,8
familiares por reunião), sendo 36,5% filhos, 16,5% irmãos e 16,5% cônjuges. Estiveram presentes
173 profissionais (media de 3,1 profissionais por reunião) distribuídos da seguinte maneira:
médicos (100%), enfermeiros (100%), psicólogos (51,8%), assistentes sociais (12,5% ). Dos
familiares entrevistados a maioria conhecia o diagnóstico dos pacientes (91%) e seu prognostico
(64,3%); não foi possível avaliar o grau de conhecimento sobre Cuidados Paliativos. Os principais
problemas/expectativas apontados pelos familiares foram: dúvidas sobre tratamento e prognóstico
(64,3 %), dificuldades de cuidados em domicilio (53,6%), problemas na dinâmica da família
(28,6%), questões emocionais (21,4%), conflitos familiares (17,9%) e desejo de alta para casa
(23,2%). As principais condutas dos profissionais foram: esclarecimento do quadro
clínico/prognóstico (94,6%), esclarecimento sobre Cuidados Paliativos (67,8%), planejamento
terapêutico (51,8%), planejamento de alta (lugar indefinido) (41,1%), planejamento de alta para
NACE (Núcleo de Assistência e Cuidados Especiais = Hospice) (41,3%), planejamento de alta para
casa (14,3%).
Conclusão: As entrevistas foram abertas e, portanto, muitas informações não puderam ser obtidas.
As RF formais foram realizadas para uma minoria de pacientes internados em leitos de Cuidados
Paliativos do ICESP entre os meses de março a junho de 2010 (a maioria das RF foi informal). Os
familiares mais presentes foram filhos; a maioria dos familiares referia conhecer diagnóstico e
prognóstico. Os profissionais que estiveram em todas as RF foram médicos e enfermeiros. Os
familiares continuavam com muitas dúvidas sobre tratamento oncológico curativo mesmo quando o
paciente chegava para a equipe de Cuidados Paliativos; apresentaram com freqüência dificuldades
nos cuidados dos doentes em domicilio, problemas na dinâmica familiar e conflitos familiares.
Além do papel fundamental da equipe nas informações sobre quadro clínico e prognóstico, as RF
foram úteis para planejamento de alta e discussão sobre conflitos apresentados.
S.O.S. Family
Autores: Claudia Silva Pereira Barroso; Sonia Pires
Instituição: Bem-me-care – S.O.S. Family
Introdução: O BMC desenvolveu uma metodologia de cuidados às famílias que possuem um
familiar adoecido. Estes cuidados visam proporcionar uma assistência integral orientando,
informando e apoiando a partir do reconhecimento da sua necessidade de ser cuidada tanto quanto o
familiar adoecido.
Material e métodos: Famílias são apresentadas por parceiros Psiquiatras, Psicólogos, Psicanalistas,
Geriatras, Pediatras, Oncologistas e outros profissionais das áreas envolvidas; Recebimento das
famílias para primeiro contato objetivando: acolhimento, esclarecimentos preliminares sobre a
doença e objetivo do trabalho; Reconhecer a família como protagonista no tratamento e também
como objeto de intervenção; Desenvolvimento: Oferecer o primeiro acolhimento no momento em
que a família receber o diagnóstico da doença, para que ela não se sinta abandonada e nem a única
responsável pelos cuidados com o familiar necessitado e sim, apoiada e capacitada para o
enfrentamento da doença; Oferecer orientação teórica e prática; Fazer um diagnóstico das
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necessidades psicológicas da família e do familiar adoecido através: - Análise do contexto em que a
família está inserida (história, composição, trajetória, etc.) e compreensão do seu funcionamento; Análise da qualidade e intensidade dos vínculos existentes: dos membros entre si, de todos em
relação ao familiar adoecido. - Orientar a reflexão sobre as mudanças ocorridas nas relações e
surgimento de novos papéis. Fazer um diagnóstico das necessidades de logística que porventura
possam se apresentar, orientando sobre normas de segurança, ferramentas de suporte, ocorrências
mais comuns, etc.; Identificar, oferecer e orientar sobre a necessidade de tratamento terapêutico
para os outros membros da família; Constituir uma rede de contatos com profissionais ligados aos
Cuidados Paliativos. Estar posicionado ao lado da família, oferecendo mecanismos de
enfrentamento da doença, a partir de seus próprios recursos, potenciais e limitações. .
Resultados: Reduzir o impacto traumático/negativo do diagnóstico; aumentar o nível de
conhecimento sobre a doença; reduzir o nível de preconceito em relação à doença e de
discriminação/exclusão em relação ao familiar adoecido; aumentar o nível de comprometimento e
participação efetiva da família no tratamento do familiar adoecido; aumentar as chances de adesão
ao tratamento medicamentoso e psicoterápico; aumentar as chances de manutenção e sucesso do
tratamento medicamentoso e psicoterápico; reduzir o nível de ansiedade sobre: a convivência com o
paciente e as expectativas de progressão e melhora da doença; estabelecer expectativas realistas em
relação ao desenvolvimento do familiar adoecido; reduzir a necessidade de internação; ajudar a
família a reconhecer e aceitar que também necessita de ajuda, tanto quanto o familiar adoecido, e
ser reconhecido como um facilitador neste processo.
Conclusão: O S.O.S. Family pressupõe e pretende ser um facilitador do entendimento e interação
multiprofissional voltado aos familiares. Sua meta principal é estender à família do adoecido o
conhecimento e os esforços já colocados à disposição do paciente, consequentemente revertendo
benefícios ao próprio paciente e toda equipe. .
Seminário de tanatologia: espaço de reflexão para a equipe de saúde em
Cuidados Paliativos
Autores: Bianca Oigman; Daniella Righetti de Oliveira Glória; Silvana Maria Aquino da
Silva
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: Lidar com a perda e com a morte é rotina para os profissionais da Unidade de
Cuidados Paliativos do Instituto Nacional de Câncer. O contato com pacientes com doença
avançada, em controle de sintomas, significa entrar em contato com a experiência de luto que a
pessoa vem vivendo, ao longo do curso da enfermidade. Desta experiência diária podem surgir:
angústias, receios e dúvidas, podendo gerar aumento de manifestações somáticas, aumento do
absenteísmo e estresse crônico. Portanto, a necessidade de criar estratégias para um melhor manejo
com o constante sofrimento psíquico advindo dos pacientes e seus familiares. Percebendo uma
demanda dos funcionários por um espaço para reflexão sobre a pratica, o Serviço de Psicologia
criou um projeto chamado Seminário de Tanatologia, onde os participantes são estimulados a
refletir sobre temas relacionados a pratica diária, visando um melhor preparo do profissional de
saúde que lida com situações limites, como a morte.
Material e métodos: Os seminários são realizados no auditório da Unidade de Cuidados Paliativos
do Instituto Nacional de Câncer, a cada dois meses. É direcionado para todos os funcionários da
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Unidade, que tenham interesse em refletir sobre sua prática, aprimorando sua atuação. A cada aula,
são utilizados diversos recursos: literatura sobre o tema abordado, recursos audiovisuais e casos
clínicos como ilustração. Esses recursos visam sensibilizar os participantes para o tema e motivar
uma discussão no grupo, que antecede a aula propriamente dita. Até o momento, os temas
apresentados incluem: o luto na rotina diária do profissional, espiritualidade e morte e luto na
infância. Ao final de cada aula, é disponibilizado um momento para os profissionais realizarem
verbalmente sua impressão sobre o seminário.
Resultados: Através de uma lista de presença foi verificado que em torno de 100 funcionários da
Unidade participaram dos seminários já realizados. Em seus depoimentos, relatam sobre a
possibilidade de trazerem suas questões referentes à pratica diária e sobre as trocas de experiência
com os colegas de trabalho, recebendo apoio e suporte teórico. Referem lidar melhor com suas
limitações, ansiedades, sentindo-se mais habilitados para a sua atuação.
Conclusão: A partir da análise do discurso dos participantes, fica evidente a importância de um
espaço para o profissional de saúde que lida com uma rotina difícil, cercada de sofrimento. Esta
realidade reflete a deficiência da formação na área da saúde do profissional, de habilidade técnica e
de um espaço para uma significação da sua experiência.
Sentimentos e emoções do enfermeiro frente ao paciente oncológico em estágio
terminal
Autores: Elaine Maria Ribeiro Demuner; Luiza Mendes Merlo; Munique Alves da Silva;
Priscilla Pinheiro de Oliveira
Instituição: Centro Universitário de Vila Velha
Introdução: Quando nenhum tratamento resultar em uma resposta curativa, a equipe médica decide
submeter este paciente aos Cuidados Paliativos. Tendo em vista o crescente número de pacientes
com câncer que são submetidos apenas aos Cuidados Paliativos, a qualidade de vida desses
pacientes pode ser mantida em níveis satisfatórios através de técnicas utilizadas em terapia paliativa
(BRASIL, 2009). O cuidado paliativo afirma a vida e encara o “estar morrendo” como um processo
normal, e seu objetivo é permitir aos pacientes e suas famílias viver cada dia pleno e
confortavelmente tanto quanto possível e ajudar a lidar com o stress causado pela doença, morte, e
dor da perda (PESSINI; BARCHIFONTAINE, 2002). Segundo Bettinelli, Waskievicz e Erdmann
(2004), o grande desafio dos profissionais de saúde é cuidar do ser humano na sua totalidade,
principalmente em relação a sua dor e ao seu sofrimento, nas dimensões física, psíquica, social e
espiritual, com competência tecnocientífica e humana. (MOHALLEM; RODRIGUES, 2007).
Objetivou-se com este estudo desvelar as emoções desencadeadas no enfermeiro por prestar
assistência ao paciente oncológico em estado terminal, identificando de que forma os enfermeiros
lidam com essas emoções.
Material e métodos: Um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Realizado em um hospital
referência em tratamento oncológico no Estado do Espírito Santo. Utilizado um roteiro estruturado,
tendo a entrevista gravada e transcrita na sua totalidade, construindo-se categorias analíticas. Este
estudo foi realizado dentro dos padrões éticos de pesquisa, respeitando a Resolução 196/96.
Resultados: A maioria dos entrevistados não apresentou resistência a esta especialidade, exceto
pelo fato de uma delas ter descrito apreensão e medo, em um primeiro momento, pelo fato de se
tratar de uma doença que mutila e deixa muitas seqüelas físicas nos pacientes durante e após o
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tratamento. Elas utilizam a espiritualidade e a fé para tentar animar o paciente sem prognóstico,
uma vez que a força de vontade e o psicológico do paciente contam muito. Como forma de
enfrentamento das situações consideradas difíceis, as enfermeiras lançam mão, a nível individual,
de algumas técnicas de defesa como a religião ou alguma forma de ajuda espiritual, mencionando
também o choro como válvula de escape. O reconhecimento da assistência prestada, quando vinda
do paciente, exerce um poder de gratificação e age como se fosse “a grande recompensa” a
sensação de “missão cumprida”, reafirmando a importância que o enfermeiro possui diante da
equipe multidisciplinar e principalmente perante o paciente e seus familiares.
Conclusão: Como defesa alguns profissionais agarram-se na espiritualidade, outras buscam um
atendimento técnico sem envolvimento direto com o paciente, e há aquelas que usam da empatia e
do bom humor para assistir o paciente mesmo que vivencie uma carga de sentimentos e emoções. O
ato de cuidar não é apenas uma intervenção técnica, mas uma relação de ajuda que deve envolver
respeito e compreensão, além de uma visão holística, experiências e sentimentos. Algumas
afirmaram que podem existir pacientes com os quais se estabelece uma relação diferenciada e
singular, e ao vivenciarem seu processo de morte, emergem sentimentos de tristeza e perda. O
sentimento de insegurança é dito como uma lacuna da graduação, que não prepara o profissional.
Não se compreendendo os sentimentos que norteiam ações ao paciente oncológico terminal,
dificultando o diálogo do enfermeiro com o paciente e a família.
Serviço social e família: atuando no cenário em Cuidados Paliativos
Autores: Izilda Cristina Beltrão Martins; Maria Bernardete Tanganelli Piotto
Institutição: Hospital Universitário (HU/USP)
Introdução: Atualmente no Brasil, os Cuidados Paliativos em idosos refletem a necessidade de
planejamento de políticas públicas. Além disso, o conceito de cuidar para salvar vidas cria uma
expectativa na equipe interdisciplinar, no paciente e nas famílias, que se deparam com a ausência de
prognósticos, gerando complexidades nas altas.
Material e métodos: Um dos desafios atuais da humanidade vai além da luta pela sobrevivência,
prima pela qualidade desta. Assim sendo, objetivamos trabalhar nas reflexões dos principais
desafios enfrentados hoje pelos pacientes fora de possibilidades de cura científica e sua rede de
apoio em nossa sociedade. Subsidiamo-nos em estudos bibliográficos sobre o tema, aliado à nossa
prática de observação e atendimento no Pronto Socorro Adulto e Enfermaria de Clínica Médica no
Hospital Universitário da USP. O trabalho se desenvolve nas mediações e articulações da rede
social do paciente, onde um de seus objetivos é dinamizar a relação de cuidados integral, sendo a
família o foco da abordagem no acolhimento do paciente, preparação dos amigos e do domicilio,
fortalecendo as relações e resgatando as identidades.
Resultados: Esta ação concretiza-se quando classificamos as atuais condições do paciente,
decodificando os diagnósticos, prognósticos, resgatando relações familiares, redefinindo papéis e
fazendo adaptações, com os recursos disponíveis, já que é sabido que nas famílias contemporâneas
os integrantes trabalham, existem poucos filhos e desaparece a figura do cuidador. Hoje ela é
construída de mosaicos com ex-sogras, ex-esposos, enteados ou somente o paciente. Atuamos em
prol da aceitação da doença e capacitação dos familiares para que o atual momento de vida e saúde
seja permeado por informações e comunicação adequada, seja trabalhada a reflexão sobre o
prolongamento desnecessário do processo de morrer e amadurecimento dos laços e compromissos
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familiares. Estes pacientes contarão com sua inclusão no Programa de Atendimento Domiciliar
(PAD) e no Grupo de Apoio aos Profissionais de Saúde e Paciente Críticos (GRAPAAC) do
HU/USP, com vistas aos Cuidados Paliativos como uma intervenção estruturada e fundamental no
processo de adaptação a doença vivenciada. Esta intervenção tem como objetivo prestar assistência
ao paciente em estado grave, aos seus familiares e aos profissionais que assistem o doente, visando
prevenir a distanásia, geralmente acompanhada de sofrimento ao paciente, aos familiares e a equipe
de saúde.
Conclusão: Há que se pensar em processo de viver saudável, onde a saúde de todos seja constituída
com mudanças sociais, políticas públicas de atenção ao idoso, valorização de laços afetivos e
mudanças de hábitos e estilo de vida, pois é de conhecimento que os fatores que contribuem hoje
para saúde e longevidade estão no estilo de vida (70%) e na genética (30%). Sendo assim, neste
novo cenário, usufruiremos integralmente os benefícios que a tecnologia nos oferece. .
Sinais e sintomas apresentados pelos pacientes encaminhados ao NACE (Hospice
- ICESP)
Autores: Toshio Chiga, Maria Perez Soares D´Alessandro; Eduardo Guilherme
D´Alessandro; Leonardo Consolin; Elisa Miranda Aires
Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Introdução: O Núcleo Avançado de Cuidados Especiais (NACE) do Instituto do Câncer do Estado
de São Paulo (ICESP) é fruto de uma parceria entre o ICESP, a Secretaria de Saúde do Estado de
São Paulo e o Recanto São Camilo. Ele está localizado no município de Cotia e foi inaugurado em
02 de setembro de 2009. Criado dentro da filosofia de Hospice, o NACE oferece assistência ativa a
pacientes cuja doença neoplásica não responde mais ao tratamento específico, sendo o foco do
tratamento a garantia da melhor qualidade de vida, tanto para o paciente como para seus respectivos
familiares. Este é um estudo observacional com o intuito de descrever os sinais e sintomas
apresentados pela população encaminhada ao NACE.
Material e métodos: Entre março e abril de 2010 foi feito um levantamento das queixas referidas
pelos pacientes na chegada ao NACE. Foram incluídos 72 pacientes consecutivos, sendo 27
mulheres (37%) e 45 homens (63%). A faixa etária variou entre 28 e 88 anos no sexo masculino e
de 30 a 84 anos no sexo feminino. Os tumores primários mais prevalentes nos pacientes estudados
foram cabeça e pescoço (17%), pulmão (14%), esôfago-gástrico (10%). As queixas foram avaliadas
no primeiro contato da equipe médica do NACE com os pacientes. Foram registradas as queixas
expressadas pelos próprios pacientes. Quando estes estavam confusos ou apresentavam
rebaixamento de nível de consciência, a queixa foi informada pelo familiar cuidador.
Resultados: As principais queixas na entrada foram: confusão mental 19%, depressão e ansiedade
16%, fadiga 15% e dispnéia 12%. Enquanto na literatura a dor é uma queixa presente em 71% dos
pacientes com câncer incurável, um estudo com pacientes encaminhados a Hospices no Reino
Unido encontra 62% de prevalência de dor. Dos pacientes encaminhados ao NACE, apenas 26,4%
relatam dor como queixa inicial, sendo que apenas 7% identificam esta como a sua principal queixa.
Proporções discrepantes como estas também podem ser vislumbradas no caso de constipação e
náuseas. Uma possível explicação para tal fato seria que todos os pacientes antes de serem
encaminhados ao NACE são avaliados e a acompanhados pela equipe de Cuidados Paliativos do
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122
ICESP. Desta forma, estes sintomas de controle mais fácil já estariam melhores paliados na entrada
quando comparados a sintomas de mais difícil controle como dispnéia, fadiga e confusão mental.
Conclusão: O trabalho avaliou as queixas apresentadas por 72 pacientes consecutivos
encaminhados ao NACE entre março e abril de 2010. Os principais sinais e sintomas apresentados
na entrada foram confusão mental (19%), depressão e ansiedade (16%), fadiga (15%) e dispnéia
(12%). Considerando que nos critérios de encaminhamento ao NACE está pontuada a presença de
sintomas de difícil controle, estes dados apontam quais seriam os sintomas de maior dificuldade de
manejo no contexto ambulatorial.
Sistematização da assistência de enfermagem ao paciente oncológico ao fim da
vida
Autores: Luciana Aparecida Faria de Oliveira; Vera de Lima Belo
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Introdução: A enfermagem vem ao longo dos anos se afirmando como ciência e a sistematização
de suas intervenções com o uso de metodologias fornece embasamento para sua prática. Uma destas
práticas são os cuidados ao fim da vida, cuidados estes dispensados ao paciente oncológico em
Cuidados Paliativos em seus últimos dias de vida. Este trabalho teve como objetivos identificar na
literatura científica os principais diagnósticos de enfermagem para o paciente ao fim da vida e traçar
um plano de intervenções de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados. A
relevância do estudo consiste em possibilitar ao enfermeiro familiarizar-se com a temática,
aprimorando seus cuidados e conhecimentos e adaptando sua assistência para atender necessidades
únicas e inerentes a este paciente.
Material e métodos: Para realização deste trabalho foram analisados artigos científicos, livros e
periódicos que versavam sobre Cuidados Paliativos, paciente terminal e processo de enfermagem,
tanto na língua portuguesa, como estrangeira (inglês e espanhol), sendo identificados os
diagnósticos e intervenções de enfermagem relacionados ao paciente ao fim da vida baseados em
NANDA 2007-2008 e NIC 2009.
Resultados: O paciente oncológico em Cuidados Paliativos se encontra em uma situação de
enfermidade avançada, incurável, polissintomático e com múltiplas causas de sofrimento na esfera
psicossocial .Ao enfermeiro cabe então reexaminar sua atuação diante da morte e do morrer para
estar disposto e aberto para cuidar com tranqüilidade do cliente e família em suas necessidades
físicas, espirituais e sociais.Devendo aplicar a sistematização da assistência de enfermagem para
otimizar seu trabalho e planejar e implementar os cuidados baseados nos princípios de Cuidados
Paliativos. A sistematização da assistência de enfermagem é uma abordagem de resolução de
problemas para atender às necessidades de um cuidado de saúde e de enfermagem de uma pessoa de
maneira ordenada, Melhorando a qualidade de assistência prestada pelo enfermeiro aos pacientes
em fim de vida; proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes, nos seus últimos dias e
minimizando a angústia da família nessa fase final de vida. Considerando esse critério, os
diagnósticos de enfermagem foram formulados com seus domínios e classes estabelecidas de tal
forma que o enfermeiro identificasse as prioridades para cada um dos diagnósticos. Foram
identificados 11 diagnósticos e foi elaborado o plano de intervenções de enfermagem que consiste
em descrever as atividades de enfermagem para cada diagnóstico identificado.
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Conclusão: consideramos de suma importância que o enfermeiro que prestará assistência a esses
pacientes, tenha conhecimento técnico-científico, de forma sistematizada, pois desempenhará um
papel crucial nos últimos momentos de vida desses pacientes. Por isso faz-se necessária uma
sistematização da assistência de enfermagem, garantindo ao paciente dignidade, respeito e o
conforto necessário em sua fase final da vida.
Terapia nutricional e medicamentosa: modalidades terapêuticas em Cuidados
Paliativos
Autores: Maria Elizabete Sobreira de Albuquerque; Isabelle Cristinne Pinto Costa; Alice
Iana Tavares Leite; Juliana Paiva Góes da Silva; Kamyla Félix Oliveira dos Santos
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Introdução: Os Cuidados Paliativos configuram-se como sendo um trabalho de suporte às
necessidades oriundas da patologia, ajudando o paciente a ter consciência de seu estado bem como
apoiando os familiares diante da finitude do seu ente querido. É relevante destacar que essa nova
forma de cuidar permeia no contexto de cuidados totais, ativos e integrais, dispensados entre a
relação dos profissionais aos pacientes e suas famílias com doenças avançadas e em fase terminal,
por meio da prevenção e alívio do sofrimento, identificação precoce e avaliação correta de
problemas de ordem física, psicossocial e espiritual, sendo, portanto, mais que uma opção
terapêutica. Nesse sentido, para o alcance dessa proposta de assistência é imperioso que os
Cuidados Paliativos façam uso de modalidades terapêuticas, destacando-se o emprego da
farmacoterapia e da nutrição. Destarte, este estudo tem como objetivo caracterizar a produção
científica acerca da terapia nutricional e medicamentosa como modalidades terapêuticas em
Cuidados Paliativos em periódicos online, no âmbito da saúde.
Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa documental que teve como fonte de dados artigo s
publicados acerca da temática disponibilizados na Biblioteca Virtual em Saúde no período de 2005
a 2009. Após a busca dos artigos, utilizando-se o descritor “Cuidados Paliativos”, foram
encontrados um total de 4.121 artigos, dos quais sete versaram acerca da temática em estudo, sendo
cinco em português e dois em espanhol. Para a análise do material empírico optou-se pela técnica
de análise de conteúdo.
Resultados: A pesquisa revelou que o ano de 2009 foi o que obtive maior produção, apresentado
três (43%) publicações. A partir da análise proposta foi abstraída a categoria “intervenção
biológica”, com suas respectivas subcategorias “nutricional” e “farmacológica”. Quanto à
subcategoria nutricional, os estudos demonstraram que o cuidado nutricional em Cuidados
Paliativos é direcionado ao controle de sintomas, valorização dos alimentos preferenciais,
adequação da dieta, conforto emocional, diminuição da ansiedade, aumento da auto-estima e o
respeito ao desejo do próprio paciente por alimentos. É importante destacar que um dos estudos
constatou a existência de controvérsias na escolha do tipo de dieta para o paciente com quadro de
doença incurável. Entretanto, é mister que a eficácia da conduta nutricional esteja diretamente
envolvida com a capacidade de intervir individualmente, adaptando os procedimentos às
necessidades e expectativas de cada ser paciente. No que concerne a subcategoria farmacológica,
verificou-se que o emprego de drogas à pacientes sem possibilidade de cura, emerge com o cerne de
aliviar o quadro de dor em que os mesmos se encontram, haja vista que irão propiciar uma melhora
no quadro geral de saúde. Dentre as drogas empregadas, as pesquisas contemplaram o emprego de
canabinóides bem como o uso de fármacos para o alcance da sedação, ambos utilizados com o
escopo de diminuir de promover alívio da dor e de outros sintomas decorrentes da doença terminal.
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Conclusão: Diante do exposto, evidencia-se que esse modo diferenciado de tratar vem merecendo
atenção por parte de pesquisadores, o que sugere boas perspectivas para a inserção das modalidades
terapêuticas em Cuidados Paliativos em redes assistenciais de saúde e na formação acadêmica de
diversos profissionais.
Terminalidade de vida em UTI: levantamento e caracterização de necessidades
em Cuidados Paliativos
Autores: Ricardo Tavares de Carvalho; José Augusto Souza Silva; Silvia Helena G. Lage
Instituição: Hospital das Clínicas - FMUSP
Introdução: Com o desenvolvimento técnico-científico e a obstinação pela cura, as UTIs tornaramse o local onde frequentemente os pacientes falecem. Atualmente, questiona-se os critérios para
internação desses pacientes em UTI tendo em vista que , em muitos casos, tratam-se de portadores
de doenças terminais e sem expectativa de cura. No Brasil, a caracterização desse fato ainda não é
bem documentada. O objetivo do estudo foi caracterizar os pacientes internados em UTI com
relação a seus diagnósticos, presença de doença terminal, expectativa de sobrevida dada pela equipe
médica assistente e o impacto desses dados sobre a condução dos casos até a alta ou óbito, inclusive
quanto à existência de ações paliativas nesses casos.
Material e métodos: Em levantamento realizado por três meses em Unidade Clinica de Terapia
Intensiva Cardiológica, foram aplicados instrumentos de avaliação prospectiva dos prontuários
médicos durante todas as internações com duração maior do que 24h. Buscou-se caracterizar a
população de acordo com a idade, sexo, diagnóstico de internação e doenças de base. Buscou-se
também identificar a presença de critérios de terminalidade e a perspectiva dos profissionais
médicos e de enfermagem quanto à evolução desses pacientes avaliada após as primeiras 24h de
internação. Com esses dados avaliou-se se a conduta adotada nos casos que faleceram na UTI de
forma a obter dados para análise crítica e como é encarada a finitude de vida e a terminalidade.
Resultados: Das 134 internações ocorridas no período, 13 evoluíram para óbito em menos de 24h.
Das 121 internações restantes, 82 tiveram alta da UTI (15 óbitos no hospital e 67 altas hospitalares)
e 39 faleceram na UTI. Na análise dos óbitos em UTI , a idade média foi de 69+/-15anos,
46%homens e 54% mulheres. Os principais diagnósticos de internação foram Choque Cardiogênico
(30%), Insuficiência Respiratória (17%), Sepse (17%), Insuficiência Renal Aguda (15%) e pós
PCR(10%) . Havia critério de terminalidade em 72% desses casos, em 85% deles devido a doença
de base. O médico conseguiu prognosticar, com acerto, nas primeiras 24h de internação, que a
morte ocorreria, em 92% dos casos. Entretanto, a discussão sobre terminalidade só foi feita em 28%
de todos os casos. Dos casos que evoluíram a óbito, 62% (25casos) não foram submetidos a RCP.
Desses, apenas 40%(10casos) tinham ordem de não reanimar. A análise da última prescrição de
todos os óbitos ( dentro e fora da UTI - 52 vasos), excluindo-se as mortes súbitas, revelou que, no
dia da morte, 90% deles tiveram exames laboratoriais colhidos, 75% fizeram RX , 15% tiveram
USG ou Tomografia solicitados, 75% receberam vasopressores, 70% recebeu dieta enteral e 75%
receberam medicação fútil como AAS, estatina ou hormônio tireoidiano. Não houve emprego de
ações paliativas de forma sistematizada. Em cinco casos foram dirigidas ações específicas para
controle de sintomas a assistência psicossocial ao paciente e família. Em um caso houve alguma
atenção ao luto.
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Conclusão: Apesar de haver congruência entre a expectativa de óbito, pelo médico, e a ocorrência
concreta desse fato, isto não foi suficiente pata determinar uma mudança na postura desses
profissionais no sentido de evitar o emprego de medidas de suporte avançado de vida mesmo em
condição de terminalidade. Há necessidade de discussão sistematizada dos casos frente a filosofia
de Cuidados Paliativos de forma a que a terminalidade de vida possa ser reconhecida mais
eficientemente e que a condução clínica desse processo se dê de forma mais adequada.
Trajetória de um adolescente e sua família no grupo de Cuidados Paliativos:
relato de experiência
Autores: Maira Deguer Misko; Maiara Rodrigues dos Santos; Rita Tiziana Verardo
Polastrini; Neuza Keiko Sakita; Regina Szylit Bousso
Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo
Introdução: No percurso do tratamento, a família depara-se com a possibilidade da morte do filho
a todo instante, vivendo períodos de incerteza, que diminuem a possibilidade de vislumbrar
perspectivas de vida. Enfrentar a realidade através de intervenções que possam aliviar a dor e o
sofrimento pode ser importante forma de tornar esse contexto menos ameaçador, tanto para o
doente, quanto para sua família e para a equipe de saúde envolvida nos cuidados.
Material e métodos: Um relato de experiência propõe tornar visível e compartilhar com outros
profissionais e estudantes uma vivência prática. Consta da narrativa da trajetória de um adolescente
de 15 anos,portador de xeroderma pigmentoso e de sua família,desde a sua chegada no grupo de
Cuidados Paliativos (CP) até o dia de sua morte, na visão de um grupo de enfermeiras do grupo de
dor e CP de um hospital público terciário. Serão abordados aspectos da doença, do planejamento e
organização da assistência paliativa instituídos para este adolescente e sua família, bem como seus
resultados.
Resultados: O adolescente permaneceu no grupo de CP por um ano e meio. As principais
manifestações apresentadas pelo adolescente e sua família foram: dor; desestruturação familiar
decorrente da rotina de tratamento e internações freqüentes no início; alteração da auto-imagem
causada pelas lesões decorrentes da doença que foram piorando com o progredir da mesma; sua
irmã, portadora da mesma doença, vendo o desenrolar da patologia do irmão; pais, tendo uma outra
filha com o mesmo problema, perdendo um filho e reportando-se ao futuro de se ver passando pela
mesma situação novamente; período de luto.A comunicação foi um dos focos mais importantes da
atuação profissional, pois consistiu em uma oportunidade ímpar de expressar emoção e fortalecer a
família para manejar a doença.Os seguintes pontos puderam ser trabalhados:concessão de tempo e
espaço para ajudar a recompor os pensamentos; oportunidades para expressar a dor e aflição diante
da perda; estratégias para que reconhecessem seus próprios recursos e suas dificuldades,
flexibilidade de tempo da família:atividade,descanso;e aceitação de novos apegos.Ao falarmos em
CP,é necessário que se avalie as angústias física, psicológica e social do adolescente e de seus
familiares.Não podemos esquecer que devemos trabalhar colaborativamente com a família, pois
esta é responsável direta pelo cuidado à criança e pela manutenção do tratamento desejado para o
paciente. A participação da família e principalmente do cuidador no processo de tomada de decisão
para cada cuidado prestado possibilita que se encontre o melhor caminho para aquele paciente,
utilizando-se uma programação adequada da assistência com uso racional dos recursos.
Conclusão: Acreditamos que, conhecer as necessidades psicoemocionais e sociais da família e do
paciente, nos ajuda a compreender comportamentos e atitudes que de outra maneira seriam julgados
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como impróprios. Poder compreender os pacientes e seus familiares, aceitar seus limites e
possibilidades é também uma forma de o profissional cuidar de si, na medida em que está em
contato íntimo com suas próprias necessidades e limitações. Criar metas realistas com os pacientes
e suas famílias é uma forma de restabelecer e manter sua esperança. Mesmo diante da complexidade
de cuidar do adolescente na fase paliativa, os profissionais, com compaixão e solidariedade, podem
reduzir o impacto da doença e proporcionar alívio do sofrimento, possibilitando a construção de
novas perspectivas para que as intercorrências cotidianas possam ser vencidas.
Uma psicanálise possível na clínica de Cuidados Paliativos
Autores: Daniela Charnizon; Laila Braga Mota; Michelle Karina Silva
Instituição: Hospital Risoleta Tolentino Neves
Introdução: A forma como a morte é entendida pelo homem varia de acordo com aspectos
históricos e culturais. A morte tradicional, experimentada pelo sujeito em casa, foi gradativamente
substituída por um modelo que podemos chamar de morte moderna. Atravessada pelo discurso
científico racionalizado, a morte moderna se dá no ambiente hospitalar como um evento inscrito em
regras institucionais. Os primeiros modelos de Cuidados Paliativos (CP) surgem na Inglaterra, na
década de 60. Esta proposta, enquanto alternativa “humanizada” à morte moderna, vem para dar
voz ao sujeito, reconhecer o saber que ele constrói sobre seu corpo e sua finitude. No entanto, na
tentativa de desconstruir o modelo artificial da morte atravessada pelo aparato técnico-científico,
pode-se caminhar no sentido de produzir uma naturalização forçosa ou uma classificação artificial
do processo de morrer. A prática da psicanálise se distancia, nesse sentido, da forma de
racionalização categorial produzida por uma identificação artificial a partir de um código já
estabelecido sobre os estágios de terminalidade. A coletivização do processo de morte interfere na
escuta real do que o sujeito produz, uma vez que a equipe busca insistentemente encontrar uma
categoria estabelecida a priori para conseguir representar a angústia, muitas vezes impossível de ser
dirimida, que eclode no confronto coma condição de morte. Para a psicanálise, o sujeito morre
sempre de uma forma singular. Como se vê, a aplicação do discurso da psicanálise à prática de CP,
dentro da cena hospitalar, aponta para uma forma singular de atuação. Esse trabalho visa apresentar
as nuances dessa clínica refletindo a respeito da experiência de uma equipe de Cuidados Paliativos
atuante em um hospital geral.
Material e métodos: A prática de CP no hospital em questão conta com uma equipe
interdisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas,
psicólogos e assistentes sociais. O objetivo mais imediato do trabalho é possibilitar a minimização
do sofrimento do paciente ao longo do processo de morrer. A demanda para encaminhamento dos
casos surge a partir da decisão médica. Depois que a interconsulta é formulada, a equipe se mobiliza
para a realização de uma avaliação inicial. O caso clínico, discutido em reuniões semanais que
envolvem toda a equipe é construído e reconstruído de acordo com as indicações do próprio sujeito.
Assim, elabora-se uma prática técnica que contraria o discurso da ciência para todos. Ancorada na
construção do caso clínico, a prática de CP se alicerça na clínica feita por muitos, com uma
multiplicidade de saberes que tem sua fundação enraizada no “Um” discursivo. Na equipe, há um
corpo de palavra que circula lado a lado com o silêncio e a reserva necessários para que a
construção de saber se coloque do lado do sujeito.
Resultados: Os resultados desse trabalho são observados no campo subjetivo, na esfera singular.
Até o momento foram realizados 111 atendimentos que se sustentam nessa proposta de escuta dos
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127
efeitos de particularização do sujeito. Todos os pacientes tiveram seu processo de morte tomado
como enigma singularizado e elaborado em um tecido significante próprio. O relato de um caso
clínico explicitará como o trabalho da equipe é ancorado no deciframento da cadeia de linguagem
subjetiva por via de uma leitura que testemunha e escreve a história particularizada da morte de
Um.
Conclusão: A prática de CP requer que o profissional coloque em jogo sua vivacidade, para que a
relação transferencial seja sustentada e os espaços de palavra venham à tona. As apostas e
investimentos nas soluções apontadas pelo paciente abrem caminho para a construção de um projeto
terapêutico fundamentado na subjetividade. Trata-se de uma técnica de escuta reservada e apoiada
na ética do desejo, sustentada por uma ética que privilegia a produção singular, radicalizada e
ampliada para o acompanhamento, caso a caso, do processo de morte de cada sujeito.
Utensílio alternativo para alimentação: relato de um caso clínico
Autores: Paula Pelegrini; Débora Cristina Cardoso Santos; Silvia Carneiro Bitar; Maria
Teresa Aparecida Silva Odierna; Miriam Ikeda Ribeiro
Instituição: Residencial Israelita Albert Einstein
Introdução: Após avaliação da deglutição, o fonoaudiólogo sugere posturas de cabeça ou
mudanças de posição para uma deglutição segura, modifica a consistência dos alimentos e verifica a
melhor forma de oferta das refeições de acordo com a necessidade e segurança do paciente. O
tratamento da disfagia, embora possa apresentar um caráter curativo, pode ser também adaptativo e
paliativo, através do gerenciamento fonoaudiológico alimentar e da atuação de uma equipe
multidisciplinar. Objetivo: relatar o caso de uma paciente com indicação de via enteral para
alimentação e descrever o manejo do caso com um utensílio alimentar alternativo.
Material e métodos: Paciente institucionalizada há 06 anos, sexo feminino, 88 anos, dependente
total para as atividades de vida diária, com diagnóstico clínico de demência avançada com alteração
psicomotora, acompanhada pelo setor de fonoaudiologia de julho de 2007 até a presente data. Foi
solicitada avaliação fonoaudiológica clínica da deglutição devido a queixas dos cuidadores da
dificuldade em alimentar a paciente e presença de engasgos durante todas as refeições. Na avaliação
realizada durante a refeição, foi observada alteração da fala e linguagem, diminuição de força dos
órgãos fonoarticulatórios, travamento da mandíbula e não abertura espontânea de boca, dificuldade
de manipulação do bolo alimentar, dificuldade para iniciar a deglutição, presença de engasgos,
acúmulo de resíduo alimentar em cavidade oral após deglutição e ausculta cervical positiva
sugestiva de penetração ou aspiração laríngea para todas as consistências. Durante a refeição, a
paciente apresentou agitação psicomotora interferindo na dinâmica alimentar e aumentando os
riscos de aspiração. Concluiu-se, disfagia orofaríngea de grau severo. Foi sugerida gastrostomia
devido alteração da deglutição e devido à dificuldade de manejo que os cuidadores apresentavam
para oferecer a dieta, pois a paciente apresenta alteração psicomotora importante, interferindo, em
sua dinâmica alimentar. Em conversa com o médico e os familiares da paciente, foi acordado
cuidados de conforto exclusivo devido diagnóstico avançado e sem medidas invasivas, como,
gastrostomia.
Resultados: A partir da discussão entre o médico responsável e os familiares e diante dos achados
da avaliação fonoaudiológica, realizamos a estratégia de manter os alimentos por via oral, com dieta
pastosa e líquidos espessados, através de uma seringa de 60 ml com bico longo (utilizada para
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128
administração por gastrostomia), uma vez que os cuidadores não conseguiam alimentar a paciente
com colher. Ao ingerir os alimentos com a seringa, foi observado ao longo desses 03 anos, melhora
da aceitação alimentar, melhor conforto e segurança para o cuidador oferecer as refeições e maior
segurança da deglutição com diminuição dos engasgos, pois com o uso da seringa, observou-se
maior coordenação entre as fases da deglutição e a paciente passou a controlar melhor o alimento na
boca e degluti-lo com mais facilidade, embora permaneça com disfagia e risco de aspiração. Neste
período, não houve a necessidade de intervenção medicamentosa para infecção pulmonar.
Conclusão: A adaptação realizada para a paciente com o uso da seringa de 60 ml, foi realizada com
o intuito de prover, uma alimentação tranqüila e segura. Quando a alimentação via oral não é mais
possível, cabe aos profissionais observarem e buscarem estratégias alternativas, avaliando as
vantagens e desvantagens de cada método, minimizando o sofrimento do paciente e da família
durante o processo de finitude.
Utilização da hipodermóclise no paciente oncológico em Cuidados Paliativos do
ICESP
Autores: Toshio Chiba; Gabriela Ferri Carone; Juliana Gomes Ballerini; Fabiana Tomie
Becker de Carvalho Chino; Camila Cristofero Yamashita
Instituição: Istituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Introdução: A hipodermóclise (HDC) é um método de infusão de fluidos e/ou medicamentos pela
via subcutânea, geralmente por dificuldade de acesso venoso e impossibilidade de administração
por via oral. A efetividade dessa técnica deve envolve r a avaliação de uma equipe multiprofissional
em conjunto com a decisão dos pacientes e familiares para a eficácia do tratamento proposto. O
objetivo deste trabalho foi caracterizar a utilização da hipodermóclise em pacientes oncológicos
internados sob os cuidados da equipe de Cuidados Paliativos do ICESP. Método: Estudo
retrospectivo. Dados revisados em prontuários de pacientes internados sob os cuidados da equipe de
Cuidados Paliativos do ICESP, entre agosto de 2009 e maio de 2010, que fizeram uso de
hipodermóclise. As variáveis estudadas foram sexo, idade, diagnósticos, medicamentos prescritos.
Material e métodos: Estudo retrospectivo. Dados revisados em prontuários de pacientes internados
sob os cuidados da equipe de Cuidados Paliativos do ICESP, entre agosto de 2009 e maio de 2010,
que fizeram uso de hipodermóclise. As variáveis estudadas foram sexo, idade, diagnósticos,
medicamentos prescritos.
Resultados: Foram revisados 472 prontuários de pacientes internados sob os cuidados da equipe de
Cuidados Paliativos destes 50 tinham prescrição de hipodermóclise (10,5%). Houve predomínio do
sexo feminino (52%). A média de idade encontrada foi de 61 anos, sendo as idades mínima e
máxima 24 e 87 anos, respectivamente. Neoplasia de mama (22%) e neoplasia de pulmão (16%)
foram os diagnósticos mais frequentes destes pacientes. De um total de 212, os medicamentos
prescritos por HDC foram analgésicos (32,5%), neurolépticos (12,7%), antieméticos (11,3%),
soluções (9,9%), corticóides (8%), anticolinérgicos (7,5%), antibióticos (5,7%), benzodiazepínicos
(5,7%), anticonvulsivantes (2,4%), eletrólitos (2,4%), entre outros (1,9%). Dipirona foi prescrita
para 60% dos pacientes, seguida por morfina (56%), haloperidol (54%), metoclopramida (44%),
dexametasona (34%), escopolamina (32%), entre outros. As soluções utilizadas foram fisiológica,
glicofisio lógica e glicosada, e os volumes infundidos variaram de 500 a 2000 mL por dia. A HDC
também foi utilizada para infusão dos eletrólitos cloreto de sódio 20% e cloreto de potássio 19,1%,
na forma diluída.
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Conclusão: De acordo com os resultados percebemos a prevalência dos analgésicos, neurolépticos
e soluções, confirmando a intenção de controle de sintomas, que é um dos objetivos principais no
tratamento paliativo. A porcentagem de pacientes que utilizaram hipodermóclise (10,5%) pode ser
considerada baixa, no entanto, por se tratar de um estudo retrospectivo houve perda de informações,
sendo este número subestimado. A amostra foi formada por pacientes atendidos pela equipe médica
de Cuidados Paliativos, e lembramos que pode ser empregada de maneira segura e eficaz através do
protocolo institucional criado mesmo em pacientes que não estejam em tratamento paliativo. Com
base nessa caracterização sugerimos um estudo mais abrangente, com a finalidade de difundir a
utilização dessa técnica com segurança.
Via subcutânea como segunda opção para a administração de fármacos na
atenção aos pacientes em Cuidados Paliativos
Autores: Gislene Pontalti; Márcia Fabris; Marcele Gnata Vier; Rose Mary Valejos; Tânia
Maria Massutti; Vanessa Kenne Longaray.
Instituição: Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Introdução: Nos Cuidados Paliativos ao final de vida do paciente, que apresenta intolerância de
ingestão por via oral ou rede venosa inacessível, é consensualmente reconhecida a eleição da via
subcutânea (SC) como segunda opção para a administração de fármacos ou de fluidos
(hipodermóclise). No Brasil, a prática assistencial evidencia que a eleição da via subcutânea como
segunda opção em Cuidados Paliativos é incipiente e, no hospital em estudo, a adesão é muito baixa
quando comparada com os benefícios dessa prática, diferente do que acontece em outros países.
Sendo assim, é premente a necessidade de estudos que abordem a prática da perfusão subcutânea na
administração de medicamentos aos pacientes em Cuidados Paliativos; soma-se ainda a necessidade
de um protocolo ou de diretrizes para sua aplicação na clínica paliativista, como também em outros
cenários clínicos. O objetivo foi a realização de revisão literária sobre o uso da via subcutânea com
pacientes em Cuidados Paliativos, para embasar a padronização e estabelecer diretrizes na
administração de fármacos por essa via a ser adotada na prática paliativista do hospital em estudo.
Material e métodos: O levantamento bibliográfico foi realizado através de busca eletrônica nas
bases de dados: LILACS, MEDLINE, SciELO e PUBMED de 2000 a 2008, acessado durante o
meses de setembro e outubro de 2008. A análise de dados foi feita mediante associação de aspectos
práticos à utilização da via subcutânea, os sítios topográficos onde a técnica pode ser aplicada, as
drogas empregadas e os riscos e benefícios auferidos. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital de Clinicas de Porto Alegre.
Resultados: O método é considerado seguro, não produz nenhuma complicação séria, e
tecnicamente a aplicação é mais fácil quando comparado ao intravenoso (IV). Os efeitos adversos
da administração de fármacos por essa via são raros, dependendo principalmente da seleção do
fármaco, do volume administrado e do local da punção. Os fármacos mais utilizados pela via
subcutânea são: morfina, metoclopramida, haloperidol, dexametasona, dentre outros. Os locais de
inserção do cateter incluem o abdômen, o tórax superior, a área escapular, e os braços. Não foram
encontrados relatos de complicações e os trabalhos reportaram os bons resultados desta prática. Para
socializar essas informações foi elaborado um folder sobre a técnica e os cuidados dessa
intervenção, direcionado para a equipe do serviço de Cuidados Paliativos, e será proposto um grupo
de estudo para dar continuidade ao projeto e estabelecer as diretrizes de aplicação.
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Conclusão: A conclusão apontou que é uma técnica de fácil aplicação, baixo custo, tem eficácia
garantida e boa tolerância. Em relação às vias IV e intramuscular ( IM), a SC mostrou-se mais
cômoda, menos dolorosa, produz poucos efeitos adversos, e permite adesão em ambiente hospitalar
ou domiciliar. No entanto a equipe necessita de um protocolo instituído e do conhecimento para
utilizar esta via, pois é fundamental o aprimoramento profissional, como um processo contínuo de
ensino-aprendizagem tanto dos que cuidam quanto dos que são cuidados. A escolha da via
subcutânea como segunda opção qualifica a assistência, assegura o controle sintomático e maximiza
o conforto e a qualidade de vida do doente - prioridade central na atenção ao final de vida. Seria
positiva a disseminação dessa técnica para outros cenários hospitalares, que representa associar
eficácia terapêutica a menor invasão.
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Créditos
IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
Presidente
Silvia Maria de Macedo Barbosa
Presidente da ANCP
Presidente da Comissão Científica
Maria Goretti Sales Maciel
Diretora Científica – ANCP
Presidente da Comissão Organizadora
Ricardo Tavares de Carvalho
Secretário Geral – ANCP
Diretoria da ANCP (2008-2010)
Presidente
Dra. Silvia Maria de Macedo Barbosa – SP
Vice-Presidente
Dr. Robeto Bettega – PR
Tesoureira
Dra. Dalva Yukie Matsumoto – SP
Secretário Geral
Dr. Ricardo Tavares de Carvalho – SP
Diretora Científica
Dra. Maria Goretti Sales Maciel – SP
Edição e Revisão
Carla Dórea Bartz
Coordenadora de Comunicação – ANCP
www.paliativo.org.br
131
Anais do IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
www.paliativo.org.br
132
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