representação do espaço sob a ótica, dos conceitos: mundo vivido e

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Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos
Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças
- Espaço de Socialização de Coletivos –
Espaços de Socialização de Coletivos (ESCs) - REPRESENTAÇÕES E FORMAÇÃO DOS
TERRITÓRIOS
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO SOB A ÓTICA, DOS CONCEITOS: MUNDO
VIVIDO E DIALOGISMO.
Salete KOZEL
Departamento de Geografia UFPR
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste é refletir sobre a representação do espaço tendo como parâmetros o
conceito de mundo vivido perpassando pela percepção e os sentidos relacionando com a
representação sócio-espacial proveniente da visão dialógica a partir do conceito de
enunciado. Destacando os mapas mentais como um sistema de representação dialógico,
cujos significados se constroem na interlocução.
Palavras- Chave: Representação, Dialogismo, Mundo Vivido
INTRODUÇÃO
As representações podem ser analisadas como provenientes do simbólico,
decorrentes da apreensão de significados e subjetividades. O termo “representação”
segundo Debarbieux (1998) é definido como o processo pelo qual são produzidas
formas concretas ou idealizadas, dotadas de particularidades que podem também se
referir a um outro objeto ou fenômeno relevante. E a “imagem” no entender desse autor
é conceituada como uma forma de representação explícita por uma pessoa ou grupo
sobre um determinado fenômeno, uma categoria particular e singular advinda da
representação do “real visível” ou do vivido simbólico.
O real e o simbólico se misturam, se interpenetram, fazendo com que o mundo
cultural tenha diversas formas, assim este contexto se evidencia na corporeidade, dos
sentidos, movimentos e linguagens.
Na presente proposta o mundo cultural é considerado não apenas como uma
soma de objetos, mas como uma forma de linguagem referendada no sistema de
relações onde estão imbricados valores, sentimentos, atitudes e vivências e essas
imagens passam a ser entendidas como mapas mentais.
A imagem percebida de acordo com Debarbiex (1995) passa a ser apenas uma
faceta da representação, indissociável de tudo que a envolve como o sujeito e a
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linguagem. A linguagem aparece como uma semantização que os sujeitos fazem de seu
espaço vivido ou uma modalidade privilegiada de representação. Essa linguagem é
referendada por signos que são construções sociais.
Assim, optamos por um referencial teórico-metodológico capaz de estabelecer o
diálogo com as teorias fenomenológicas e sociolingüística sobre o espaço e sua
apreensão/representação.
O aporte fenomenológico nos permite a reflexão sobre como a consciência
apreende as essências a partir dos fenômenos percebidos, não como conteúdo, mas
como estrutura do conhecimento. O foco está no sentido que o sujeito apreende as
coisas, assim. as imagens a princípio se formam na consciência individual e
posteriormente podem ser representadas por meio de signos formando uma imagem.
Considerando as formas sígnicas como advindas da percepção e representação sócioespaciais, propomos como referencial Mikhail Bakhtin (1986) que permite analisar os
signos (representados nos mapas mentais) como enunciados. Os mapas mentais como
construções sígnicas requerem uma interpretação/decodificação, lembrando que estão
inseridas em contextos sociais, espaciais e históricos coletivos referenciando
particularidades e singularidades.
Apresentaremos a dimensão bakhtiniana de signo a partir do conceito de
enunciado, evidenciando o sistema semiológico como expressão da sociedade numa
visão dialógica. Para Bakhtin (1986), todo sistema de representação se constitui em
dialogismo, onde os significados estão na interlocução, pois o signo só existe dentro de
um contexto que lhe dá sentido.
REPRESENTAÇÃO E MUNDO VIVIDO
A Geografia sempre esteve associada às imagens, num primeiro momento com o
sentido de transmitir informações sobre os espaços desvendados, e posteriormente como
forma de comunicação/representação do espaço físico, mensurável ou do espaço vivido
subjetivo, passando a ser denominados “Mapas” quando os registros são impressos num
suporte plano bidimensional. Esses registros eram praticados entre os grupos humanos
desde a mais remota época, pela necessidade de referenciar suas rotas, caminhos e
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territórios, integrando o vivido e as práticas sócio-culturais, incorporando ao longo dos
tempos, novos valores. (KOZEL, 2001)
Quando falamos de estudos de percepção dentro do contexto da representação
geográfica, Oliveira (2002) nos remete a cognição. Ela reforça a importância da
percepção e da cognição aliadas a representação, destacando a relevância dos estudos
qualitativos para se conhecer a percepção e cognição de moradores e usuários de
lugares.
Para a autora acima citada a cognição estaria ligada à percepção que cada um
constrói da realidade, construindo o objeto de conhecimento, de maneira a apreender o
mecanismo desta construção, formando o símbolo do próprio objeto, como uma espécie
de imitação interiorizada. O processo de desenvolvimento mental passa por etapas que
se realizam, em função das experiências e do meio onde o indivíduo adquire mais
informações que refletem diretamente na percepção. O espaço não é somente
apreendido através dos sentidos, ele referenda uma relação estabelecida pelo ser
humano emocionalmente de acordo com as suas experiências espaciais. Assim o espaço
não é somente percebido, sentido ou representado, mas, também vivido. As imagens
que as pessoas constroem estão impregnadas de recordações, significados e
experiências.
Nessa perspectiva surgem as pesquisas de William Kirk(1952), Peter Gould e
White(1973), (percepção avaliativa) sobre as preferências espaciais estabelecidas em
espaços topográficos percorridos no cotidiano e escolha de itinerários, visando o
planejamento urbano e regional. Desses estudos surge o termo carta mental. De acordo
com Amorim (1987) “foram tentativas de se trazer para o campo das técnicas
cartográficas clássicas e atuais as representações e imagens que os homens tinham dos
lugares, paisagens e regiões do mundo; a essas representações geográficas do espírito
humano”.
Entre os pesquisadores que se detiveram aos estudos da percepção ambiental
referendada nas representações (mapas mentais) podemos citar ainda Kevin Lynch,
arquiteto dedicado ao entendimento das paisagens urbanas.
A abordagem humanista na geográfica se estrutura a partir da década de 50
tendo como base o estudo do indivíduo frente ao mundo se fundamentando na
abordagem fenomenológica e no existencialismo. Assim a geografia passa a privilegiar
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a subjetividade, intuição, sentimentos, experiências e simbolismos, acentuando assim o
as particularidades e singularidades visando a compreensão do mundo e do ser humano.
O espaço, antes visto como homogêneo, passa a ser interpretado como “espaço vivido
pelas experiências humanas, cada ser humano em sua individualidade. Por isso,
ressignificam categorias como a “paisagem” e o “lugar” que passam a fazer parte dos
debates sobre a objetividade e a subjetividade na geografia (TUAN, 1983).
Esta nova pluralidade das concepções espaciais encontra suas origens, em Edward
RELPH (1979), Fundamentado no livro L’homme et la terre de Eric DARDEL. Esse
autor nos apresenta o espaço geográfico como a fusão de várias categorias que se
imbricam, sobretudo pela imaginação. Na década de 1940 John K. Wright publicou
“Terrae Incognitae: o lugar da imaginação”,postulando que todos os seres humanos de
certa forma são geógrafos e que existem terras pessoais física e simbolicamente. O
resgate das idéias de Wright foi feito por David Lowenthal na década de 1960, no artigo
Geografia, experiência e imaginação: introdução a uma epistemologia geográfica,
retomando os postulados humanistas da geografia, de como os aspectos afetivos podem
interferir na compreensão do espaço geográfico. Sua trajetória é marcada pelo seu
interesse na percepção dos seres humanos sobre o meio ambiente e como contribuem
para a sua transformação.
Assim a geografia humanista- cultural, se estrutura em aportes fenomenológicos,
sobretudo com os estudos de Relph, Buttimer, Tuan e Guelke.
O conceito de mundo vivido surge com a aproximação da geografia com a
fenomenologia e o existencialismo apontando para um novo campo epistemológico.
A concepção de mundo vivido de Buttimer (1982) nos faz compreender que os dados
primários para a percepção estão ligados ao comportamento em uma relação ‘corpomente’, sendo que a perspectiva da experiência expandiria esta relação para o patamar
‘pessoa-mundo’. Para a autora o mundo-vivido não é “um mero mundo de fatos e
negócios... mas um mundo de valores, de bens, um mundo prático. Está ancorado num
passado e direcionado para um futuro; é um horizonte compartilhado, embora cada
indivíduo possa construí-lo de um modo singularmente pessoal”.
Partilhando da mesma terminologia, Relph (1979) chama a atenção para um
mundo-vivido cultural, onde passamos a maior parte da nossa vida diária e está cheio de
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significados para nós: espaços, ruas, edifícios, paisagens. Este faz parte do ‘mundo
social e cultural’ repleto de intersubjetividade, diferindo-se do ‘mundo natural’ que nos
é dado e está pré-determinado antes de nascermos. Estes mundos se distinguem apenas
tematicamente, pois na experiência estão inter-relacionados.
Segundo Tuan (1980) a percepção se dá através dos sentidos (mecanismos
biológicos), entretanto a cultura influencia a forma de perceber, construir uma visão de
mundo e de ter atitudes em relação ao ambiente. Descreve como as características
culturais dos diferentes grupos humanos interferem no modo de perceber o ambiente,
porém combinadas a elas, destaca o importante papel da sensibilidade biológica humana
neste processo perceptivo.Os seres humanos atribuem significado e organizam o espaço
de acordo com os símbolos que constroem a partir de sua percepção.
Destacando que a cultura é fator preponderante, pois.... “A cultura é
desenvolvida unicamente pelos seres humanos. Ela influencia intensamente o
comportamento e os valores humanos”.
Portanto, a apreensão do espaço relaciona-se às diferentes perspectivas que se fazem
presentes na visão de mundo de cada ser humano. As experiências que os seres
humanos têm dos elementos do espaço se constituem diferencial no momento de sua
representação.
Essa multiplicidade de sentidos que um mesmo “lugar” contém tanto para os
seus moradores como para visitantes está ligada, sobretudo ao que se denomina de
imaginação criadora, que ressalta a fabulação como vetor a partir do qual todo ser
humano conhece o mundo que habita. O espaço percebido pela imaginação não pode ser
o espaço indiferente, é um espaço vivido. E vivido não em sua positividade, mas com
todas as parcialidades da imaginação.
As representações provenientes das imagens mentais não existem dissociadas do
processo de leitura que se faz do mundo. E nesse aspecto os mapas mentais são
considerados como uma representação do mundo real visto através do olhar particular
de um ser humano, passando por seu aporte cognitivo, sua visão de mundo e
intencionalidades.
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO E DIALOGISMO
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A representação não substitui o objeto, mas seleciona determinados detalhes do objeto e
se fazem a partir de uma concepção ou escala de valores que o emissor da representação
tem do objeto representado. Segundo FERRARA, (1999) a “representação se faz através
de signos... o que representa algo para alguém; supõe, portanto, um objeto que é
representado e um receptor a quem se dirige a representação”.
Na perspectiva de entendermos a representação do espaço como dialógica nos
deteremos na construção do signo sob a ótica bakhtiniana.
De acordo com Bakhtin (1996) Um signo somente pode existir quando pessoas
estão inseridas num contexto social, em um determinado momento histórico; pois as
palavras são neutras, os contextos é que lhe dão significado.
A abordagem Bakhtiniana não admite o signo como centro do processo, como
unidade monológica e fixa. Ao refletir sobre as questões relacionadas ao conhecimento,
a linguagem e os sujeitos, Bakhtin construiu seu próprio sistema de pensamento,
transcendendo as teorias até então elaboradas.
Apesar dessas reflexões estarem se referindo enfaticamente a linguagem falada
e escrita por meio das palavras, é pertinente pensarmos a partir da língua, nas diversas
formas de linguagem que vem permeando o sistema de comunicação no momento atual.
E nesse aspecto busca-se compreender os signos e conseqüentemente as representações
materializadas através dos mapas mentais, pois segundo Bakhtin,... “os homens
materializam a realidade utilizando ferramentas que lhe são exclusivas: os Signos. Estes
signos não se incorporam a uma consciência vazia. A própria consciência é uma
construção de signos, visto que ela é algo que se constrói de fora”. Assim, todo tipo de
linguagem é uma construção sígnica, portanto um produto social, oriundo da
necessidade de comunicação social, sendo que a consciência também é um produto
social.
Os signos podem ser construídos por intermédio de imagens, formas, odores,
sabores, porém seu caráter significativo prescinde de uma forma de linguagem para ser
comunicado. Todas as funções mentais superiores, específicas do homem, integram a
órbita de sua consciência, e são processos intermediados pelos signos, que são
adquiridos durante o desenvolvimento do homem em sociedade, mediados pela
atividade social. A linguagem é um veiculo de significados e valores sociais e o signo,
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ao refletir a realidade, manifesta a visão social da realidade, interpretada por alguém
pela sua vivência social.
Portanto, pensar o signo sob a perspectiva sociológica, requer voltar o olhar para
a complexidade e diversidade que reflete esse universo social, que embora referendem o
individual, o particular, se constitui em um conjunto de práticas e valores sociais,
referindo-se a “visão de mundo” de um grupo ou classe social.
Conforme Castro,1 em seus estudos sobre Bakhtin, os signos nascem com a função de
significar, denominar os novos objetos e conceitos gerados pela complexificação das
novas relações sociais gerais, e àqueles relativos as mais diversas áreas do campo social,
e tudo que passa a ter significado, se torna convenção, um elemento do mundo exterior,
constituindo assim o processo de interação social, proveniente de indivíduos
devidamente socializados.
Para Bakhtin não existe um enunciado absolutamente próprio, ele se encontra
na intermediação entre os sujeitos: destinador e destinatário, porque o enunciado é
essencialmente dialógico. O vivido só se semiotiza quando é expresso, em caso
contrário não será uma experiência humana, mas uma mera resposta fisiológica a um
estímulo do meio, que não se diferencia do animal, portanto, expressar, externar um
enunciado é um produto das inter-relações sociais.
O enunciado, a convivência, a vida, toda expressão humana resulta do
dialogismo, as fronteiras entre os enunciados como unidades dialógicas, estão abertas e
em contínua construção quando em contato com o exterior, e com o outro.
O ser humano, sua consciência e cultura são únicos em sua identidade, porém,
são produtos incorporados de outras consciências, outras culturas, mediadas pela
comunicação que se instala no centro das relações.
O método Bakhtiniano se constitui nessa inter-relação entre os sujeitos,
perpassada por valores, cujos significados são construídos por meio dos discursos, ou
“dialogismos”.
Os discursos ao serem incorporados se constituem em signos que se
transformam em enunciados ou representações nas diferentes formas de linguagem.
1
Castro, G. Em busca de uma lingüística sociológica: contribuições para uma leitura de Bakhtin. Curitiba, setor de
Ciências Humanas, letras e Artes da UFPR, 1993 (Dissertação de Mestrado)
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Para Bakhtin, tanto o método, como o objeto das ciências humanas são
dialógicos, produtos do diálogo entre interlocutores e diálogo entre discursos; pois é
impossível conceber linguagem sem o ser humano em suas relações sociais. Para ele
“ser significa comunicar-se ... pois a vida é dialógica por natureza”.2
O sujeito como ser social interage com outro ser social em forma de enunciados
e estabelece diálogo entre discursos, que vem a se constituir numa antropologia
filosófica ou Dialogismo. Porém, no conceito de dialogismo, o sujeito se torna histórico
e social por incorporar diferentes vozes ou discursos dos outros, e este tecido de muitas
vozes se entrecruzam, se completam, polemizam entre si, como interior e com o
exterior. Isto se explica pelo conceito de signo anteriormente explicitado, pois, os
significados se constroem a partir dos diferentes discursos que podem contestá-los ou
incorporá-los, acrescentando-os ao cabedal histórico cultural.
Bakhtin, citado por Faraco3, ressalta que “... a vida é dialógica por natureza.
Viver significa participar de um diálogo... o homem participa deste diálogo com toda
sua vida: com os olhos, lábios, mãos, alma, espírito, com todo seu corpo, e com seus
atos”.Penetrar nessa intrincada rede de relações pressupõe construção e ação de uma
consciência e isso requer diferentes linguagens, verbais ou não verbais.
Essa Teoria pode contribuir para que as dicotomias entre homem e signo
possam ser rompidas, permitindo refletir além das estruturas formais dos códigos
sacralizados em modelos que tudo prevê e definem, na relação entre significado e
significante, abrindo uma possibilidade inovadora de perceber o signo como construção
dialógica e social, permitindo ver o significante como algo aberto, constantemente
criado e recriado pelas ações e interações humanas.
Todas as atividades humanas, por mais diversificadas que sejam, estarão
sempre vinculadas a um tipo de linguagem. Quando se utiliza uma determinada forma
de linguagem, se constroem Enunciados, próprios e únicos, emanados pelos seus
integrantes.
O Enunciado reflete as finalidades e especificidades de cada área, não só
enfatizando o seu conteúdo, mas seu estilo e construção, portanto, os mapas mentais
também refletem esse conceito por suas especificidades e pertinências.
2
3
Todorov, T. Mikhail Bakhtine. Le principe dialogique. Paris, Seuil, 1981, p.312
Faraco, C.A op cit. P.119
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Portanto a codificação dos signos que formam a imagem não é apenas uma
representação individual, mas coletiva, na medida em que compartilha valores e
significados com comunidades e redes de relações, referendando um signo social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das reflexões apresentadas pretendemos evidenciar os mapas mentais
como um aporte teórico-metodológico de grande valia para investigações sobre as
representações do espaço, sobretudo para as análises voltadas a geografia humanistacultural.
As representações nessa perspectiva assumem um caráter de “Cartografia
Cultural”, ao incorporar aspectos da Geografia humanista-cultural estabelecendo
ligações com a percepção/cognição representação e nessa proposta se respaldando na
teoria lingüística.
Pensar os mapas mentais como uma forma de linguagem nos permite ir além da
referencia ao lugar e ao mundo vivido cujas bases teóricas se encerram na
fenomenologia.
Os mapas mentais como enunciados produtos de relações dialógicas
estabelecidas entre EU e o OUTRO proporciona uma análise mais ampla do individuo
no contexto social e cultural em que está inserido.
Trabalhar com as subjetividades e na interface do conhecimento representa um grande
desafio, sobretudo por correr o risco de que a nossa pesquisa seja desqualificada por
incoerência e falta de “cientificidade”.
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