Nova EJA Volume 1 – Unidade 6 A diversidade cultural na História do Brasil. Seção 1 A presença negra no Brasil: resistência e diversidade. * Aula complementar ás páginas 149 á 155 da apostila da Nova EJA. Mão-de-obra nos cíclos econômicos. Praticamente, durante todo o período colonial (1500-1822) e imperial (1822-1889) no Brasil, o negro era as mãos e os pés de economia brasileira; ou seja, a economia era dependente da mão-de-obra negra escrava. A produção açucareira, aurífera (ouro), e cafeeira nesse período foi feita único e exclusivamente por negros escravizados. Mão-de-obra para além dos cíclos econômicos. Não havia apenas lavoura de cana-de-açucar, de café, e minas de ouro e diamante no Brasil colonial e imperial. Também haviam cidades. E as cidades também eram dependentes do trabalho escravo. Nas cidades, onde houvesse trabalho braçal pesado, haviam escravos ou libertos. Porem, muitos escravos exerciam trabalhos não tão pesados como de alfaiates, barbeiros, fabricantes de jóias, marceneiros, sapateiros, padeiros, etc. Portanto, o escravo estava inserido praticamente em todos os setores da economia e sociedade brasileira. O senhor e seus escravos trabalhando como sapateiros. Resistência. Como estavam totalmente enseridos na sociedade brasileira, apesar estarem sendo explorados, os escravos tinha noção de como resistir a sua situação. Além de fugas para quilombos, haviam também outras formas de resistência como: sabotagem de equipamentos do senhor, assassinato do senhor, suicídio do escravo, revoltas, entre outras. Exemplo de revolta escrava: Revolta dos Malês em Salvador (1835). Ocorrida no período regencial, em 25 de janeiro de 1835, a Revolta dos Malês se destacou pelo número significativo de participantes (cerca de 600 escravos rebeldes envolvidos) e por seus líderes serem adéptos a religião islâmica. Nesse período, os escravos que chegavam na Bahia vinham de uma região da África em que o islâmismo era religião bastante forte. O regime de escravidão não permitia o desenvolvimento da religião, fato que fez os escravos se rebelarem. Consequência da Rev. dos Malês. Para controlar a rebeldia dos escravos, o governo imperial amplia a lei contra revolta escrava, tornando-a ainda mais rigorosa. Isso por que em 1791 ocorreu a Revolução Haitiana, em que os escravos da então colônia francesa se revoltaram, e dois anos depois tornaram a ilha o primeiro país independente da América. O medo de quê uma revolta escrava tomasse essa proporção fez com que o evento ficasse conhecido no mundo inteiro como haitianismo, explicando a atitude do governo imperial brasileiro quanto a lei, após a revolta baiana.