- Colégio AB Sabin

Propaganda
18/05/2016
Sem boletim, ensino infantil ganha relatório ­ Notícias ­ UOL Educação
Sem boletim, ensino infantil ganha
relatório
16/05/2016
m
11h24
n   H
{
Ouvir texto
J
Imprimir
F
Comunicar erro
São Paulo - Para que os pais possam acompanhar o desenvolvimento dos filhos na
educação infantil - etapa do zero ao 6 anos que não tem provas nem boletim -,
escolas particulares de São Paulo estão investindo na produção de relatórios
detalhados sobre habilidades e comportamento das crianças. O documento analisa
desde se sabem reconhecer as letras de seu nome e contar até dez a se abotoam
sozinhos o casaco ou sentam de forma adequada.
No colégio AB Sabin, na Vila São Francisco, zona oeste da capital, os relatórios
foram adotados no ano passado como forma de acompanhar o desenvolvimento
das habilidades cognitivas, sociais e emocionais das crianças. "Antes, nós
mandávamos um relatório dissertativo para os pais, com pontos que a professora e
a equipe achavam mais importantes. Agora, temos um modelo a seguir com
dezenas de indicadores de avaliação por faixa etária", afirma Monica Mazzo,
diretora pedagógica.
Segundo Monica, a mudança aconteceu porque a escola sentiu a necessidade de
dar mais satisfação aos pais não apenas sobre o desenvolvimento da criança, mas
também sobre as expectativas de aprendizado para ela. "Na educação infantil a
avaliação é contínua, não existem notas ou provas. Por isso, a observação é muito
importante nessa etapa porque a evolução das crianças também é muito rápida e
depende dos estímulos adequados", diz.
No colégio Gimbernau, em Perdizes, na zona oeste, o comentário descritivo dos
professores também foi substituído pelo relatório, que apresenta 153 indicadores.
Com eles, é avaliado, por exemplo, se a criança aceita esperar sua vez nas
brincadeiras, ajuda os colegas, mostra curiosidade e memoriza canções. "Em toda
brincadeira ou atividade cotidiana, como comer, ir ao banheiro, calçar o sapato, é
importante observar como a criança está se desenvolvendo", diz Simone
Gimbernau, coordenadora.
O relatório é trimestral, mas, se for constatado algum problema mais grave no
desenvolvimento da criança, os pais são comunicados antes. "Um comportamento
mais irritadiço ou se ela não quer comer, isso não pode esperar", explica.
Autonomia
A designer Joana Alveal, de 39 anos, diz aprovar os relatórios que recebe do filho
Gael, de 5, que estuda na Gimbernau. Segundo ela, funcionam como um indicativo
sobre o que esperar da criança em cada faixa etária. "Eu fiquei sabendo que meu
filho fazia coisas na escola que não praticava em casa, como comer sozinho ou
amarrar os sapatos. Acho que, por querer um mimo dos pais, ele não fazia sozinho.
Quando ficamos sabendo, começamos a estimular que ele tivesse mais autonomia."
Para Paula Neves Fava Bom, coordenadora do colégio Pio XII, no Morumbi, na
zona sul, esse tipo de relatório sinaliza aos pais aspectos que em geral eles não
dão atenção. Também ajudam os professores, pois como têm metas estabelecidas
para cada faixa etária, são indicadores de quais conteúdos foram absorvidos pelos
alunos.
http://educacao.uol.com.br/noticias/agencia­estado/2016/05/16/sem­boletim­ensino­infantil­ganha­relatorio.htm
1/2
18/05/2016
Sem boletim, ensino infantil ganha relatório ­ Notícias ­ UOL Educação
Segundo Claudia Ayres, coordenadora do colégio Marista Glória, no Cambuci,
região central, após compartilhar o documento com os pais, estratégias são
traçadas. "Concebemos a educação infantil como um período em que as
aprendizagens se desenvolvem de maneira processual e em espiral. O que garante
para cada criança seu tempo individual de construção."
Isso é importante também para tranquilizar as famílias e desencorajar
comparações. "Muitos comparam o desempenho do filho com o dos colegas ou dos
irmãos mais velhos e essa pressão é muito ruim para a criança", diz Adriana
Meneguello, coordenadora do colégio Mary Ward, no Tatuapé, zona leste.
Para Adriana, os pais precisam entender que algumas das informações
apresentadas no relatório dependem da educação em casa. "Uma criança que tem
pouca iniciativa na escola, provavelmente tem pouca autonomia em casa. O
trabalho precisa ser conjunto."
Professor
Para Gabriela Clotilde Monteiro, especialista em Educação Infantil pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), quando as escolas optam por um
relatório muito extenso é importante que elas reservem um tempo e deem ajuda aos
professores, para que seja possível prestar atenção em todos os detalhes cobrados.
"Tem de haver um equilíbrio para que o professor não fique apenas preocupado
com os indicadores e esqueça da parte pedagógica", diz.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
© 1996-2016 UOL - O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados. Hospedagem: UOL Host
http://educacao.uol.com.br/noticias/agencia­estado/2016/05/16/sem­boletim­ensino­infantil­ganha­relatorio.htm
2/2
Download