ESTUDO DE BESOUROS (INSECTA: COLEOPTERA) COMO

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XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
ESTUDO DE BESOUROS (INSECTA: COLEOPTERA) COMO
BIOINDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL EM UM
FRAGMENTO DE FLORESTA PLUVIAL ATLÂNTICA
William Costa Rodrigues - Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Endereço eletrônico:
[email protected]
Marcelo Netto Duarte - Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Pós-graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho.
INTRODUÇÃO
A expansão do uso da terra resulta na fragmentação dos habitats naturais (Thomazini e Thomazini, 2000). Vários
processos ecológicos podem ocorrer depois de um evento de fragmentação, e eles estão ligados a uma rede de
eventos que freqüentemente levam à perda de espécies (Ribas et al. 2005).
Em geral, os invertebrados são mais severamente e rapidamente afetados por mudanças paisagísticas (Nicholsa et
al. 2007), e muitos insetos são bioindicadores da qualidade e da degradação ambiental, pois respondem de forma
diferenciada as alterações ambientais (Wink et al. 2005).
O monitoramento dos grupos de fauna no sistema solo-serapilheira permite não só uma inferência sobre a
funcionalidade destes organismos, mas também uma indicação simples da complexidade ecológica dessas
comunidades (Moço et al. 2005).
OBJETIVOS
Este estudo teve como objetivo estudar os coleópteros das famílias de coleópteros como bioindicadores de
qualidade ambiental em um fragmento de Floresta Pluvial Atlântica.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido entre maio de 2012 e março de 2013, em um fragmento florestal de Mata Atlântica, no
Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), localizado no município de Engenheiro Paulo de Frontin-RJ
(22º29’39.70” Sul e 43º34’04.46” Oeste).
As coletas foram realizadas trimestralmente, nas quatro estações climáticas no período de um ano, totalizando
quatro coletas, de maio de 2012 à março de 2013.
As coletas foram realizadas trimestralmente, e os pontos de coleta foram distribuídos ao longo de uma trilha
ecológica denominada Trilha dos Quatis, com 2.200 metros de extensão. Foram determinados oito pontos ao todo
(I a VIII), levando-se em consideração a composição florística, cobertura do dossel e nível de serrapilheira. Em
cada ponto, foram montadas seis armadilhas, distantes 10 metros entre cada uma, em uma área de 200 m2.
Para a captura dos insetos, foram utilizadas armadilhas de solo do tipo pitfall, com 150 mL de solução aquosa
contendo 3% de formol, 2% de detergente neutro e 95% de água pura. As armadilhas permaneceram no ambiente
por 48 horas. Após a retirada, foi realizada a triagem inicial, e posteriormente, identificação em nível de família. A
Diversidade de Famílias foi estimada utilizando o índice de Shannon-Winner e Teste T para diversidade (a=0,05).
Além do Teste de Friedman. Foi realizada ainda a análise de Cluster com distância Euclidiana. Na análise de
diversidade nota-se que não há diferença pelo Teste T para diversidade (a=0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Foram capturados ao todo 3208 coleópteros, distribuidos em 15 familias, dentre as quais, Staphylinidae (38,59%),
Silphidae (38,34%) e Anobiidae (13,65%) estão entre as familias mais abundantes, representando 90,59% do total.
Dentre as outras famílias encontra-se Curculionidae (1,90%), Scarabaeidae (1,71%), Scolytidae (1,65%),
Lymexylidae (1,06%), Bruchidae (1,03%), Carabidae (0,62%), Bostrichidae (0,59%), Cicindelidae (0,53%),
Tenebrionidae (0,12%), Cleridae (0,09%), Elateridae (0,06%) e Buprestidae (0,03%). Quando analisada a
abundância através do teste de Friedman notou-se que há diferença entre os pontos: II e I, II e III, II e V, II e VIII,
portanto o ponto II se diferencia dos demais pontos, devido a sua característica edáfia e de vegetação, sendo
considerado mais degradado dentre os pontos estudados. Apesar de possui características diferentes o ponto II não
se diferenciou do ponto VI e VII. Este resultados tambés foram verificados na análise de cluster, onde o ponto II se
diferencia dos demais.
Das famílias encontradas, Staphylinidae é considerado saprófago, e comum em áreas estruturadas (Dummel et al.
2011). Neste caso, esta família ocorreu em todos os pontos de coleta, entretanto, tiveram preferência por locais
onde ocorrem maiores níveis de serrapilheira, onde foram mais abundantes. Famílias consideradas saprófagas,
necrófago e coprofágo, tais como Silphidae e Scarabaeidae, também ocorrem em todos os pontos, no entanto,
tiveram preferência por áreas mais intermediárias. Quanto a diversidade de famílias, áreas consideradas mais
estruturadas, obteve menores valores no índice de Shannon, devido a maior abundância de insetos detritívoros. Já
as demais famílias, podendo ser consideradas herbivoras e predadoras, obtiveram ocorrência irregular nos pontos
de coleta, indicando a necessidade de estudos mais aprofundados sobre estas famílias, em nível de gênero ou
espécie, para melhor entendimento da ocorrência destes insetos nestas áreas.
CONCLUSÕES
A ocorrência de certos grupos de coleópteros nas áreas mais conservadas indica que podem ser utilizados
bioindicadores, sendo assim podem ser um importante mecânismo para estudos de biodiverdade, pois fornecem
resultados claros e rápidos do estado de conservação da área monitorada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUMMEL, K., OLIVEIRA, E.A., ZARDO, C.M.L. D’INCAO, F. 2011. Variação de Abundância, Diversidade
Ecológica e Similaridade de Coleoptera (Insecta) entre Restinga e Marisma do Estuário da Lagoa dos Patos, Rio
Grande, RS. EntomoBrasilis, v4, n139-44.
MOÇO, M.K.S.; GAMA-RODRIGUES, E.F., GAMA-RODRIGUES, A.C., CORREIA, M.E.F. 2005.
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Brasileira de Ciência do Solo, v. 29, n. 4, p. 555-564.
NICHOLSA, E.; LARSENB, T., SPECTORA, S., DAVISE, A. L., ESCOBARC, F., FAVILAD, M., VULINECE,
K. 2007. Global dung beetle response to tropical forest modification and fragmentation: A quantitative literature
review and meta-analysis. Biological Conservation, v. 137, n. 1, p.1-19.
RIBAS, C. R., SOBRINHO, T. G., SCHOEREDER, J. H., SPERBER, C. F., LOPES-ANDRADE, C. 2005. How
large is large enough for insects? Forest fragmentation effects at three spatial scales. Acta Oecologica, v. 27, n.1,
p.31-41.
THOMAZINI, M. J., THOMAZINI, A. P. B. W. 2005. A fragmentação florestal e a diversidade de insetos nas
florestas tropicais úmidas. Rio Branco: Embrapa Acre (Circular Técnica, 57), 2000. 21p.
WINK, C.; GUEDES, J. V. C.; FAGUNDES, C. K.; ROVEDDER, A. P. Insetos edáficos como indicadores da
Qualidade Ambiental. Revista de Ciências Agroveterinárias, v. 4, n. 1, p.60-71.
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