planejamento e avaliação educacional: a conexão entre eles

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PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: A CONEXÃO
ENTRE ELES
DESSBESEL, Renata da Silva. 1 ; STRIEDER, Rosane Marlene. 2
Palavras-Chave: Projetar. Participação de todos. Objetivos.
Introdução
Em um mundo em que as fontes de informação são cada vez mais amplas e acessíveis é
tarefa da escola possibilitar uma educação de qualidade a seus alunos e para que isto aconteça o
trabalho começa na gestão escolar.
Como ponto de partida temos o planejamento educacional e/ou anual, este deve ser
integrado com à jornada pedagógica. O planejamento surgiu da necessidade, quando a questão
escolar transformou-se em uma questão política. A ideia de planejar é projetar, organizar os
objetivos da escola para o ano que se inicia. A participação de todos os setores neste processo é
fundamental para a realização de um bom trabalho.
Durante muito tempo a escola ficou estacionada, a avaliação era usada para medir e rotular
os alunos, classificando entre os bons e os que não sabiam nada. Atualmente avaliar é uma
importante ferramenta para o professor alcançar seus objetivos e oferecer alternativas quando a
avaliação não for satisfatória.
Avaliação escolar e planejamento educacional
A avaliação no processo de aprendizagem possibilita investigar e refletir a respeito da
ação do aluno e do professor, instigando a transformação, tendo diferentes metas, sendo uma delas
propor novos métodos de estudo e pesquisa.
Conforme Turra et al. (1996) antes de se avaliar é necessário conhecer a realidade dos
alunos, a comunidade que estão inseridos, os problemas sociais locais, entre outras informações.
A maioria dos professores assume a avaliação como uma ação autoritária, como
julgamento de resultados, reflexo do modelo que eles próprios vivenciaram quando ainda eram
estudantes. Por isso, quando discutimos sobre avaliação escolar nos deparamos com problemas,
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Acadêmica do Curso de Pós- Graduação à
Educacional e Supervisão Escolar pela
[email protected]
Acadêmica do Curso de Pós- Graduação à
Educacional e Supervisão Escolar pela
[email protected]
distância em Gestão do Trabalho Pedagógico: Orientação
FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba.
distância em Gestão do Trabalho Pedagógico: Orientação
FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba.
questões, acertos e desacertos em relação a cada um dos componentes que a constituem. “Isto é,
as escolas passaram a ser vistas como fábricas, os alunos como matéria-prima, e os conceitos
pedagógicos, filosóficos e sociológicos foram submetidos a uma razão técnica”. (CERVI, 2008,
p.66).
Na escola como um todo não há critérios definidos, cada um segue um rumo, um método,
ou um palpite. A avaliação é um instrumento criticado por educadores, que mesmo assim, não
abrem mão de utilizá-lo e mais sério ainda, não sugerem uma alternativa a essa prática contestada.
Reduzindo a avaliação a um instrumento de controle, uma simples conferência de resultados, um
simples teste da capacidade do aluno de reproduzir conteúdos.
Segundo Cervi (2008) a avaliação deve ser feita com objetividade, sabendo aonde se quer
chegar em termos de eficiência, eficácia, efetividade, relevância e pertinência, sendo um processo
de coleta de informações confiáveis com o objetivo de formar um juízo de valor sobre o que foi
avaliado.
O planejamento é um conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para a
obtenção de um certo resultado desejado. Planejar é uma atividade que está dentro da educação,
pois evita a improvisação, prevê o futuro, estabelece caminhos que possam nortear mais
apropriadamente a execução da ação educativa. É um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
Para tanto, a atividade de planejar deve ser o resultado da contribuição de todos aqueles que
compõem o corpo profissional da escola.
A questão da escola...
Ouvimos a todo o momento docentes e gestores falando a respeito das avaliações externas
que estão acontecendo, OLIVEIRA (2008)3, afirma a respeito dessas avaliações ou exames: “Eles
permitem identificar fortalezas e debilidades, além de analisar a dinâmica do sistema em
perspectiva histórica. (p.38)”.
De acordo com Andrade (2008) antes de se aplicar tais instrumentos verifica-se o que se
pretende com os resultados, para assim definir o tipo de avaliação. “Com isso, o governo pretende
mapear os locais com desempenhos abaixo do esperado e desencadear processos que ajudem a
modificar o quadro da Educação”. (ANDRADE, 2008, p.40).
Se antes avaliar significava testar a capacidade de reprodução do conteúdo e regras
transmitidas pelo professor, hoje a questão da avaliação torna-se mais complexa, pois esta não
deve ser feita apenas através das provas e muito menos com repetição do que foi lido.
3 Romualdo Luiz Portela de Oliveira, professor do Departamento de Administração Escolar e Economia da
Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp). Entrevista dada a Revista Nova
Escola , edição especial Gestão Escolar – agosto de 2008.
No Brasil são aplicados diversos tipos de avaliação pelo governo, Enem (Exame Nacional
do Ensino Médio), Provinha Brasil, Prova Brasil, entre outras, com objetivos bem claros de
avaliar, aferir o desempenho, produzir indicadores, diagnosticar o nível de alfabetização.
De acordo com Pinto4 deve-se ter cuidado para não se adotar a política de ranqueamento e
se esquecer dos fatores extracurriculares que influenciam diretamente na avaliação, como por
exemplo, a realidade da escola e comunidade. “Desse modo os bons profissionais fogem das
escolas com notas baixas e os exames punem quem mais precisa de auxílio”, afirma PINTO
(2008).
A avaliação deveria ser vista como meio de buscar melhorias nas escolas. Infelizmente
não é isto que acontece, de acordo com Vasconcellos (2000) houve uma inversão dos papéis: “[...]
a avaliação que deveria ser um acompanhamento do processo educacional, acabou tornando-se o
objetivo deste processo, na prática dos alunos e da escola; o famoso estudar para passar”
(VASCONCELLOS, 2000, p.26). Com isso vem a importância do planejamento educacional.
A conexão entre planejar e avaliar
A avaliação e o planejamento estão interligados. Enquanto o planejamento é o ato pelo
qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como
estamos construindo o nosso projeto. Portanto a avaliação não existe se não for prevista no
planejamento.
Temos a consciência que os alunos diferem entre si, necessitando de diferentes tipos de
aprendizagem, para que isto ocorra o docente e a Escola devem ter seus objetivos, planos
(planejamento) bem definidos e claros sobre o que querem de seus alunos para assim decidirem os
instrumentos avaliativos. Como Turra ( 1996, p.234) afirma: “Um plano de ensino bem feito
permite a execução das tarefas do professor e dos alunos de maneira metódica, com o sentido
ordenador e estruturado, endereçando a ação com firmeza, na conquista de resultados previstos
[...]”.
Como vimos à avaliação atravessa o ato de planejar e de executar, por isso contribui em
todo o percurso da ação planejada. A avaliação, como crítica de percurso, é uma ferramenta
necessária ao ser humano no processo de construção dos resultados que planejou produzir.
Considerações finais
Educar é mais que passar conteúdos, exercícios, provas. Educar é amar o que faz e se
dedicar por inteiro a isto. O planejamento e a avaliação escolar estão diretamente relacionados
com o prazer em ensinar, administrar, organizar ,questionar e interpretar a Escola.
4 José Marcelino de Rezende Pinto, especialista em política educacional e professor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto, a uma entrevista dada a Revista Nova Escola, edição especial
Gestão Escolar, agosto 2008.
Esta reflexão possibilitou uma melhor percepção em torno do que é planejar e avaliar.
Possibilitando um crescimento profissional e uma visão clara e crítica sobre a gestão da escola,
antes de darmos qualquer passo necessitamos responder uma questão: O que queremos de nossos
alunos e da nossa Escola? Com esta resposta podemos nortear os objetivos, organizar o
planejamento e buscar através da avaliação, o que necessitamos mudar? Onde nós, enquanto
escola estamos errando? Qual o motivo de tanta reprovação e evasão?
A avaliação não deve ser seletiva, conteudista, de maneira fechada, sem questionamentos.
Antes de avaliar devemos tomar o conhecimento da realidade a qual estamos inseridos. Uma
maneira interessante de avaliar é a auto-avaliação, nela os alunos necessitam refletir sobre suas
ações do decorrer dos dias letivos dando-lhes confiança e responsabilidades. Mas é fundamental
que os instrumentos avaliativos sejam variados e adaptáveis ao contexto.
Nossa clientela (os alunos) dependem de nossa força de vontade e entusiasmo de mudar,
de não ficarmos estacionados no tempo, de buscarmos soluções, pois afinal que seres pretendemos
formar? Que rumo pretendemos seguir?
Referências
ANDRADE, Luiza. O valor das provas. Revista Nova Escola – Edição Especial Gestão Escolar.
São Paulo: Editora Abril SA, 2008. p.38-4
CERVI, Rejane de Medeiros. Planejamento e avaliação educacional. 2ed. rev.,atual e ampl.
Curitiba: Ibpex, 2008.
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TURRA, Clódia Maria Godoy. Planejamento de Ensino e Avaliação. 11 ed. Porto Alegre:
Sagra: DC Luzzatto, 1996. 307p.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo
avaliação escolar. 11ª ed. São Paulo: Libertad, 2000. (Cadernos Pedagógicos do Libertad; v.3)
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