REPUBLICA ISLAMICA DO IRÃ A maior parte do território do Irã, localizado entre o mar Cáspio e o golfo Pérsico, no Oriente Médio, é formada por platôs desérticos. Ao norte, na região das montanhas Elburz, estão as áreas mais férteis, onde se produzem pistache, tâmara e açafrão. A economia baseia-se na exploração de petróleo – é o segundo mais importante produtor da região, atrás da Arábia Saudita. Chamado de Pérsia até 1935, o país abriga sítios arqueológicos da época da civilização persa, como as ruínas de Persépolis. A Revolução Islâmica, em 1979, instaura um regime teocrático. O país elege seu presidente, mas a autoridade máxima é o líder religioso supremo (aiatolá), que não é eleito. No Oriente Médio, o Irã, nação de maioria da corrente islâmica xiita, disputa o domínio regional com a monarquia da corrente sunita da Arábia Saudita, apoiada pelos EUA. Nos últimos anos, o Irã lidera a oposição à hegemonia norte-americana no Oriente Médio. O maior ponto de atrito com o Ocidente é o seu programa nuclear, suspeito de perseguir a bomba atômica. DADOS GERAIS GEOGRAFIA Área: 1.648.200 km2. Hora local: +6h30. Clima: árido subtropical (maior parte) e subtropical de altitude (Zagros). Capital: Teerã. Cidades: Teerã (7.241.000), Mashhad (2.652.000), Esfahan (1.742.000), Karaj (1.584.000), Tabriz (1.483.000), Shiraz (1.299.000) (aglomerações urbanas) (2010). MEIO AMBIENTE Disponibilidade de água: 1.931 m3 per capita. Emissão de CO2: 495,6 milhões t (2007). Florestas: 11,1 milhões de ha (7%) (2010). POPULAÇÃO 74,8 milhões (2011); nacionalidade: iraniana; composição: iranianos 66%, azeris 20%, curdos 5%, árabes 4%, lures 1%, outros 4% (1996). Idiomas: persa (oficial), turco, curdo, árabe. Religião: islamismo 98,7%, outras 1%, agnosticismo 0,3% (2010). GOVERNO República islâmica presidencialista. Div. administrativa: 30 províncias. Líder religioso supremo: aiatolá Sayed Ali Khamenei (desde 1989). Presidente: Mahmoud Ahmadinejad (desde 2005, reeleito em 2009). Partidos: há várias organizações políticas registradas, mas as eleições parlamentares não são disputadas por agremiações, e sim por candidatos, que podem até mesmo pertencer a mais de um partido. Legislativo: unicameral – Assembleia Consultiva Islâmica, com 290 membros. Constituição: 1979. ECONOMIA Moeda: rial iraniano; cotação para US$ 1: 10.736,00 (1º out./2011). PIB: US$ 331 bilhões (2009). Inflação anual: 14% (2009). Dívida externa: US$ 13,4 bilhões (2009). Força de trabalho: 29,2 milhões (2009). Desemprego: 10,5% (2008). DEFESA Exército: 350 mil; Marinha: 18 mil; Aeronáutica: 30 mil (2010). Gastos: US$ 8,6 bilhões (2009). RELAÇÕES EXTERIORES Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU, Opep. HISTÓRIA A região que corresponde ao atual Irã abriga diversos povos e Estados da Antiguidade, com destaque para o Império Persa, fundado em 539 a.C. por Ciro, o Grande, e continuado nos reinados de Xerxes e Artaxerxes. A conquista árabe, em 642, marca a conversão de seus habitantes ao islamismo. O zoroastrismo, religião tradicional persa, é reprimido. É adotado o alfabeto arábico, mas o idioma persa se mantém. O país é invadido pelos turcos no século XI e pelos mongóis no XIII. Recupera a independência no século XVI e é governado por várias dinastias (Safávida, Afjar, Kajar). Em 1907, Reino Unido e Rússia dividem o território em áreas de influência. Os britânicos exploram o petróleo, descoberto em 1908. O marco do período moderno é o golpe de Estado de 1921, em que o general Reza Khan derruba o último sultão Kajar, coroando-se xá em 1926 com o nome de Reza Shah Pahlevi. Um decreto real, em 1935, muda o nome do país de Pérsia para Irã. Em 1941, durante a II Guerra Mundial, o Irã é ocupado por britânicos e soviéticos. O xá, simpático ao nazismo, abdica em favor do filho, Mohammad Reza Pahlevi. Os últimos soldados soviéticos deixam a nação em 1946. NACIONALISMO Em 1951, o primeiro-ministro Mohammad Mussadeq nacionaliza petroleiras estrangeiras e se confronta com o xá, que abandona o Irã. Os governos ocidentais boicotam o petróleo iraniano, que passa a ser comprado pela União Soviética (URSS). No auge da crise, em agosto de 1953, Mussadeq é deposto por um golpe militar com a ajuda do Reino Unido e dos Estados Unidos (EUA). O xá Reza Pahlevi retorna com poderes ditatoriais. Mussadeq é preso. O xá promove, em 1963, a “revolução branca”, uma campanha modernizante que abrange a reforma agrária e o direito de voto às mulheres. A forte presença estrangeira no país, sobretudo norte-americana, desagrada às elites locais. REVOLUÇÃO ISLÂMICA Em 1978, a crise econômica e a corrupção fazem crescer a insatisfação com o xá. As correntes oposicionistas (esquerdistas, liberais e muçulmanas tradicionalistas insatisfeitas com as reformas pró-Ocidente) unem-se sob a liderança do aiatolá Ruhollah Khomeini, exilado na França. O governo não consegue controlar a insurreição, e, em janeiro de 1979, Reza Pahlevi foge do país. Khomeini regressa ao Irã, em fevereiro, e, dez dias depois, assume o poder. O movimento fica conhecido como Revolução Islâmica. Em 1º de abril, o Irã é declarado oficialmente uma república islâmica, cuja autoridade máxima é o líder religioso supremo (aiatolá), posto ocupado por Khomeini. CRISE COM OS EUA Em novembro de 1979, um grupo de militantes islâmicos invade a Embaixada dos EUA em Teerã e torna reféns 66 norte-americanos. O Irã apoia a ocupação e exige a extradição do xá, que estava nos EUA. O impasse não se resolve nem com a morte de Reza Pahlevi, em julho de 1980. Os últimos reféns são libertados somente em janeiro de 1981. Em 1980, o país inicia a guerra contra o Iraque depois que tropas iraquianas ocupam áreas em litígio às margens do rio Shatt Al-Arab. O conflito acaba em 1988, com as fronteiras inalteradas e em torno de 400 mil iranianos e 300 mil iraquianos mortos. LUTA DE FACÇÕES A Revolução Islâmica evolui para um confronto entre os aiatolás, partidários do governo teocrático, e as forças civis, defensoras da separação entre Estado e religião. Em 1981 ocorrem combates entre a Guarda Revolucionária, milícia ligada aos aiatolás, e os Combatentes do Povo (mujahedin), de esquerda. O presidente, Bani-Sadr, aliado aos mujahedin, é destituído e se exila na França. Os mujahedin tentam uma insurreição e são derrotados num conflito em que morrem 13 mil pessoas. CISÃO ENTRE OS AIATOLÁS Os problemas econômicos, agravados pela queda no preço do petróleo, trazem à tona divergências entre os aiatolás. A ala moderada – os pragmáticos – prega a aproximação com o Ocidente, para obter recursos e desenvolver o país. A corrente radical opõe-se às influências externas. O predomínio dos radicais se expressa na sentença de morte decretada pelo aiatolá Khomeini, em 1989, contra o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, por considerar o livro Versos Satânicos ofensivo ao Islã. A morte de Khomeini, em junho, favorece os pragmáticos. O líder religioso moderado Ali Hashemi Rafsanjani é eleito presidente e entra em choque com Ali Khamenei, sucessor de Khomeini. Rafsanjani é reeleito em 1993. Em 1995, os EUA acusam o Irã de apoiar o terrorismo internacional e impõem severo embargo comercial ao país, abrandado no ano 2000. MUDANÇA O líder moderado Sayed Mohammad Khatami vence a eleição presidencial de 1997 com a promessa de abrandar os rigorosos códigos sociais. O presidente dá início a uma política de aproximação com o Ocidente. Em 1998, por exemplo, retira o apoio à sentença de morte contra Salman Rushdie. As mulheres conquistam o direito de pleitear bolsas de estudo no exterior e de usar vestimentas coloridas no lugar do xador, o traje preto. Os estudantes da Universidade de Teerã protestam em 1999 contra a aprovação da lei que censura a imprensa reformista. Em represália, extremistas islâmicos auxiliados pela polícia invadem dormitórios da universidade. O incidente desencadeia violentos combates de rua. Nas eleições de 2000, a bancada reformista torna-se majoritária no Parlamento pela primeira vez desde 1979. Os conservadores, que controlam o Judiciário, fecham 40 jornais e revistas liberais. Na economia, o governo lança plano para reduzir a dependência das receitas do petróleo e gás natural e o monopólio estatal. Nas eleições presidenciais de 2001, Khatami é reeleito com 78% dos votos. FATOS RECENTES Em 2002, o governo conservador de George W. Bush, nos EUA, inclui o Irã no chamado “eixo do mal” – países que patrocinam o terrorismo e são suspeitos de desenvolver armas de destruição em massa. Em 2003, cerca de 40 mil pessoas morrem em um terremoto no sudeste, que devasta a cidade de Bam. AHMADINEJAD O líder conservador, Mahmoud Ahmadinejad é eleito presidente em 2005. Sua gestão é marcada pela defesa do programa nuclear do país, que afirma ser pacífico, e pelo acirramento da posição antiIsrael do governo. Ao defender a destruição do Estado de Israel e pôr em dúvida a ocorrência do holocausto de judeus durante a II Guerra Mundial, Ahmadinejad provoca indignação internacional. O Irã é acusado de fornecer armas e recursos ao Hezbollah, partido político fundamentalista do Líbano, que mantém militância armada, e ao Hamas, corrente palestina também armada na Faixa de Gaza, ocupada por Israel. Nas eleições de 2008, os radicais conquistam expressiva maioria no Parlamento iraniano. MOVIMENTO VERDE O Irã passa por grande agitação política e violência policial nas eleições presidenciais de junho de 2009. O presidente Ahmadinejad é declarado vencedor no primeiro turno, com 63% dos votos. O candidato da oposição, o moderado Mir Hossein Mousavi, acusa o regime de fraudar a eleição. Centenas de milhares de pessoas saem às ruas em protesto, nas maiores manifestações desde a Revolução de 1979. Como muitos iranianos vestem verde – a cor do material de campanha de Mousavi –, o levante popular fica conhecido como Movimento Verde. Os protestos são reprimidos com violência e há pelo menos 20 mortos – a oposição fala em mais de 70. Cerca de 4 mil pessoas são presas. Ali Khamenei e o Conselho dos Guardiães confirmam a vitória de Ahmadinejad. Quatro pessoas são condenadas à morte e executadas – duas em janeiro de 2010 e duas em janeiro de 2011. BUSHEHR Em julho de 2010, a iraniana Sakineh Ashtiani é condenada à pena de morte por apedrejamento, sob a acusação de adultério e participação no assassinato do marido. Vários países pedem a sua libertação, levando o Irã a rever o processo contra Ashtiani. Em agosto, é inaugurada a central nuclear de Bushehr, no sul do país, para fornecer eletricidade. CONEXÃO XIITA Em outubro de 2010, Ahmadinejad faz sua primeira viagem ao Líbano, para reforçar os laços com o Hezbollah e a população xiita do país. A visita inclui uma cidade na fronteira com Israel, onde ele pede que os “sionistas sejam varridos do mapa”. O Irã também amplia a influência no Iraque, por meio de aliança com o clérigo antiamericano, Muqtada al-Sadr, uma das principais lideranças xiitas do país. Sob pressão de Teerã, Al-Sadr aceita integrar a coalizão de governo no fim de 2010, encerrando meses de impasse político no Iraque. PRIMAVERA ÁRABE O Movimento Verde organiza em fevereiro de 2011 protestos em apoio aos levantes populares na Tunísia e no Egito. Mousavi é preso, e as forças de segurança dispersam rapidamente as manifestações. A maior repercussão da Primavera Árabe acontece no plano externo. A junta militar que assume o poder no Egito – um aliado próximo dos sauditas e dos norte-americanos – fala em normalizar relações diplomáticas com o Irã. Em fevereiro, o Irã envia dois navios de guerra para o Canal de Suez pela primeira vez desde 1979, e as novas autoridades do Egito autorizam a passagem – contrariando Israel. Teerã condena o envio de tropas sauditas ao vizinho Barein, em março, para reprimir as manifestações da maioria xiita contra a monarquia sunita. A Arábia Saudita afirma que a reação iraniana é um indicativo das ambições políticas e territoriais do Irã no golfo Pérsico. Uma nova crise eclode em outubro: os EUA acusam o Irã de estar por trás de um plano frustrado de matar o embaixador saudita em Washington. O governo de Teerã nega a acusação. DISPUTAS INTERNAS Uma disputa interna na alta cúpula do regime se torna pública, em diferentes fatos no decorrer de 2011. A tentativa de Ahmadinejad de construir uma base independente de poder, menos dominada pelos clérigos, provoca tensão com Khamenei. Em abril, Ahmadinejad demite o ministro da inteligência e segurança, Heydar Moslehi. Khamenei intervém, reconduzindo-o ao cargo. Em maio, Ahmadinejad destitui três ministros e assume interinamente a pasta do petróleo. Ele é acusado de violar a lei, e o Parlamento aprova uma queixa contra o presidente em junho, a ser submetida ao Judiciário. No fim do mês, três aliados próximos de Ahmadinejad são presos, acusados de corrupção. SANÇÕES INTERNACIONAIS No fim do ano, as pressões contra o programa nuclear se acentuam. Em 21 de novembro, Reino Unido, EUA e Canadá anunciam sanções aos bancos iranianos e ao setor petrolífero. Em represália, no dia 29, jovens atacam e depredam a embaixada britânica em Teerã. Em 1º de dezembro, o Reino Unido determina o fechamento da embaixada e rebaixa as relações ao menor nível diplomático. No mesmo dia, a UE anuncia novas sanções ao país, congelando imóveis e contas bancárias de 141 empresas e 39 autoridades do Irã. HERDEIROS DOS PERSAS Situado no Oriente Médio, ao lado de várias nações árabes, o Irã é um país de composição étnica distinta. Na Antiguidade, a região foi o centro do Império Persa. A partir de 642, com a conquista árabe, islamizou-se, mas o povo manteve sua singularidade. O idioma persa, por exemplo, permaneceu, apesar de o alfabeto arábico ter sido adotado e de sua religião tradicional, o zoroastrismo, ter desaparecido. Os persas são de origem indo- europeia, enquanto os árabes têm ascendência semita. Até 1935, o país ainda se chamava Pérsia. Atualmente, abriga uma maioria de iranianos (os antigos persas) e diversas minorias, entre as quais se destacam os azeris, os curdos e os árabes. Em termos religiosos, a grande maioria da população segue o islamismo. O OCIDENTE PRESSIONA O IRÃ POR SEU PROGRAMA NUCLEAR Os Estados Unidos (EUA) e as demais potências ocidentais acusam o Irã de desenvolver a tecnologia de enriquecimento de urânio com a intenção de fabricar armas nucleares. Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) afirma que o Irã ocultara, durante 18 anos, o desenvolvimento de um programa nuclear paralelo. O país garante que sua atividade tem fins pacíficos e que pretende diversificar a matriz energética. O presidente Ahmadinejad reafirma o direito inalienável e soberano do Irã de produzir energia nuclear. Em níveis baixos (3% a 5%), o enriquecimento gera o urânio utilizado nas usinas de geração de eletricidade. Essa atividade é permitida pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã faz parte. Apenas o enriquecimento em nível alto (90%) propicia a construção de armas nucleares. SANÇÕES A ONU exige do Irã que pare de enriquecer urânio e autorize inspeções da Aiea para comprovar que seu programa nuclear é pacífico. Diante da negativa de Teerã, a ONU aprova três rodadas de sanções contra o Irã – em dezembro de 2006, março de 2007, março de 2008. Em maio de 2010, os governos da Turquia e Irã assinam acordo, mediado pelo Brasil, pelo qual a Turquia enriquecerá urânio iraniano até 20%, para uso em pesquisas médicas do Irã. O acordo não diminui a pressão das potências ocidentais, e a ONU aprova uma quarta rodada de sanções. No conjunto, as medidas proíbem o Irã de exportar e importar material/tecnologia nuclear e armamentos (incluindo sistemas de mísseis). Também congelam bens e restringem as transações financeiras com indivíduos e instituições ligados ao programa nuclear. RELATÓRIO AIEA De acordo com documento da Aiea, divulgado em novembro de 2011, o Irã realiza atividades relevantes para o desenvolvimento de uma arma nuclear – como explosões simuladas por computador e experimentos com detonadores de bombas. O documento chega perto de afirmar que o Irã está fabricando a bomba atômica. EUA, França e Reino Unido mobilizam-se por uma nova rodada de sanções, mas a Rússia e a China se opõem no Conselho de Segurança da ONU. No mesmo mês, os EUA e outras potências ocidentais aprovam sanções coordenadas contra o setor bancário iraniano, buscando isolar o país no sistema financeiro internacional. ATAQUE MILITAR O impasse na ONU faz aumentar as especulações de um ataque militar dos EUA ou Israel ao Irã. Israel já destruiu sítios nucleares em duas nações inimigas: Síria e Iraque. O ministro da Defesa israelense Ehud Barak afirma que um ataque está cada vez mais próximo. Mas a opção militar é questionada por trazer o risco de desestabilizar o Oriente Médio. No pior cenário, a retaliação iraniana contra Israel causaria um conflito regional. Outro obstáculo refere-se à natureza do programa nuclear iraniano: as instalações nucleares são numerosas e dispersas, muitas delas subterrâneas e defendidas por mísseis. Os serviços de inteligência ocidentais acreditam que o Irã já possua urânio enriquecido em quantidade suficiente para produzir a bomba nuclear no prazo de um a três anos. Para analistas, uma ofensiva atrasaria esse processo, mas não impediria o Irã de fabricar a bomba. ASSASSINATOS Há quem afirme que uma campanha secreta contra o programa nuclear iraniano já está em curso. Dois cientistas nucleares são assassinados no país em 2010. Oficiais do governo iraniano acusam o serviço secreto israelense, Mossad, de estar por trás das ações. No fim de 2010, um vírus de computador, o Stuxnet, é introduzido em centrífugas de enriquecimento de urânio, retardando o programa nuclear em vários meses – o que gera especulações de sabotagem, supostamente com a participação do serviço de inteligência norte-americano. Em novembro de 2011, em meio à escalada das tensões com o Ocidente, a explosão de um depósito de munições em base militar próxima de Teerã também é vista com suspeita – 27 soldados morrem. COMO FUNCIONA O SISTEMA DE GOVERNO IRANIANO • Líder religioso supremo Não é eleito pela população. Tem a última palavra sobre as questões mais importantes do país, como a política externa e a defesa. Define os comandantes das Forças Armadas e do Judiciário, nomeia seis dos 12 integrantes do Conselho de Guardiães e pode destituir o presidente eleito. • Assembleia dos Especialistas Eleita por voto direto a cada oito anos, é composta de 86 clérigos. Tem a atribuição de nomear o líder religioso supremo e o poder de destituí-lo. • Presidente Eleito pela população para mandato de quatro anos, sua atuação, em princípio, concentra-se na política interna. Subordina-se ao líder supremo. • Assembleia Consultiva Islâmica É o Parlamento do país, com 290 integrantes eleitos pela população a cada quatro anos. • Conselho dos Guardiães Integrado por 12 juristas (seis nomeados pelo líder supremo e seis indicados pelo Judiciário). Zela pelos princípios da Revolução Islâmica, tendo o poder de vetar leis aprovadas pelos parlamentares. Os candidatos a presidente da República passam por seu crivo para disputar a eleição. • Guarda Revolucionária Criada em 1979 para defender a Revolução Islâmica, é subordinada formalmente ao Ministério da Defesa, mas obedece de fato ao líder religioso supremo e atua como força separada do Exército.