Aula: Max Weber Prof. Gustavo Aguiar Gabarito das questões Resposta da questão 1: [B] I. Correta: a negação do ócio (negócio) no início do capitalismo, conforme análise de Max Weber, demonstra que a dimensão da reprodução material da sociedade passou a atender à lógica do mercado e, por esse motivo, a dimensão simbólica da interação social passou a ser movida com base nos preceitos decorrentes do ethos do capitalismo e não mais do ethos de orientação religiosa. II. Incorreta: a orientação religiosa visava, naquele momento, estimular o exercício das atividades capitalistas distribuídas de acordo com a divisão social do trabalho, objetivando que a produção material das sociedades fosse realizada por incentivo e motivação decorrente de preceitos religiosos, sem mencionar que a atividade de produção em si detivesse qualquer caráter sagrado. III. Incorreta: o capitalismo, como modo de produção que se constituiu na Modernidade, soube fazer uso, segundo Weber, de preceitos religiosos para a incorporação de novas forças produtivas em torno de um modelo de produção altamente racionalizado e tecnificado. Não assegura, desse modo, que os preceitos religiosos sirvam para a distribuição igual e solidária das riquezas produzidas. Nem mesmo o cenário medievo conseguiu, com base na religião, uma distribuição igualitária das riquezas produzidas. O catolicismo, reinante por muitos séculos, serviu de base de legitimação para a distribuição desigual dos bens produzidos. IV. Correta: o negócio e igualmente o comércio encontraram, no mundo secularizado da Modernidade ocidental capitalista, as condições para a sua efetivação. Graças à forma de produção assegurada pela dinâmica do capital foi possível implementar em alta escala a distribuição (negociação) de quantidade expressiva de produtos e bens. Resposta da questão 2: [E] Karl Marx e Max Weber apresentam concepções diferentes sobre o que constitui uma classe social. Segundo Marx, as classes sociais são fruto da divisão do trabalho. Em um sistema capitalista de produção, essas classes se dividem entre aqueles que possuem os meios de produção (capitalistas) e aqueles não o possuem (proletários). Os proletários, assim, formam a classe trabalhadora, que é obrigada a vender a sua mão de obra em troca de um salário para manter a sua subsistência. Para este autor, a luta de classes é o motor da história. Weber, em contrapartida, apresentava uma concepção mais flexível de classe social. Para ele, as classes sociais incluem a possibilidade de mobilidade de uma classe para outra, havendo uma tendência à diversificação das relações de classe. Weber também recusa a ideia marxista de luta de classes como motor da história. Para ele, a história deve ser compreendida segundo o princípio de multicausalidade. Tendo isso como base, podemos afirmar que somente a alternativa [E] é correta. No texto I verificamos a possibilidade de mobilidade social, mais adaptada à concepção weberiana de classe social. Já no texto II podemos perceber como o autor enfatiza o processo de acumulação como causa imediata das relações sociais, sendo assim, uma análise tipicamente marxista. Resposta da questão 3: [D] Boa questão, mas de dificuldade elevada. Ela exige do aluno a compreensão do que Weber diria sobre a questão da divisão do trabalho na sociedade capitalista, tema marginal na sociologia weberiana. De qualquer forma, o aluno pode acertar a questão através de um processo de exclusão. A alternativa [A] está errada porque, para Weber, a técnica não era considerada libertadora. A alternativa [B] é falsa porque trabalha de forma errônea com a noção de “tipo ideal”. A alternativa [C] é errada porque as formas racionais de dominação burocrática não declinaram, pelo contrário, se intensificaram na sociedade moderna. E [E] é falso porque não teria como o trabalho fabril ser excluído da tipologia das ações racionais, dado que também ele é fruto do processo de racionalização da sociedade moderna. Resposta da questão 4: [E] Somente a alternativa [E] é correta. A visão apresentada na alternativa [A] corresponde ao pensamento de Émile Durkheim, a alternativa [B] corresponde à teoria marxista, a alternativa [C] é uma interpretação da ideologia liberal e a alternativa D se alinha à visão do sociólogo contemporâneo Pierre Bourdieu. Resposta da questão 5: [A] Diferentemente da conotação que se tem no senso comum, a burocracia, segundo a concepção weberiana, não é vista como uma organização dispendiosa, lenta e pouco eficiente. A partir do contexto político da Alemanha no século XIX, o autor caracterizava a burocracia como o tipo de organização próprio e necessário para a manutenção do Estado Moderno. Sendo assim, o que prevaleceria seria o tipo de dominação racional, fundada no contrato e a partir da qual os atores agiriam com a máxima eficiência, segundo regras específicas, em um modelo hierarquizado e despersonalizado. Desta maneira, a burocracia traria estabilidade política e econômica para o Estado. Resposta da questão 6: [C] O processo de constituição do capitalismo é contemporâneo ao processo de racionalização, desencantamento do mundo e ascensão do protestantismo calvinista na Europa. Analisando esta correlação que Max Weber escreveu A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Sendo assim, somente a alternativa [C] é correta. Todas as outras contrariam este argumento do autor. Resposta da questão 7: [A] Somente a alternativa [A] é correta. Na sua análise sobre o poder, Max Weber diferencia poder de dominação. A dominação se dá quando o poder é legitimado por aqueles que se submetem a ele. Segundo o autor, existem três tipos puros de dominação: dominação racional-legal (típica das sociedades modernas), tradicional (típica das sociedades tradicionais) e carismática.