atualiza pós-graduação altenildes larangeira de almeida

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ATUALIZA PÓS-GRADUAÇÃO
ALTENILDES LARANGEIRA DE ALMEIDA
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES
DURANTE A HEMODIÁLISE
SALVADOR – BAHIA
2012
ALTENILDES LARANGEIRA DE ALMEIDA
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES
DURANTE A HEMODIÁLISE
Monografia
apresentada
à
Atualiza Pós-Graduação, como prérequisito
para
obtenção
do
Certificado de Conclusão do Curso
de Pós-Graduação Lato Sensu em
Enfermagem em Nefrologia, sob
orientação do Prof. Dr.Maria
Lourdesde Freitas Gomes.
SALVADOR – BAHIA
2012
ALTENILDES LARANGEIRA DE ALMEIDA
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES
DURANTE A HEMODIÁLISE
Monografia para obtenção do grau de Pós-Graduada em Enfermagem
em Nefrologia.
Salvador, ______ de _________ de _______.
EXAMINADOR:
Nome: _________________________________________
Titulação: _________________________________________
PARECER FINAL:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais que me impulsionaram para a
concretização de mais uma fase na minha vida.
AGRADECIMENTOS
Aos meus professores e demais funcionários da Atualiza que colaboraram para
a realização desse estudo e conclusão desta pós-graduação.
RESUMO
Almeida, AL. Intervenções de enfermagem nas complicações durante a
hemodiálise. Atualiza Pós-Graduação, Salvador, 2012.
A insuficiência renal crônica é uma síndrome clínica causada pela perda progressiva e
irreversível das funções renais, o que resulta no acúmulo de toxinas no organismo. Essa
incapacidade renal representa ameaça a vida. A hemodiálise é a modalidade de
tratamento de substituição renal mais utilizada, porém, podem ocorrer várias
complicações que podem ser graves e fatais e a enfermagem é fundamental na
prevenção e controle desses agravos. Assim, este estudo teve como objetivo identificar
as complicações mais frequentes durante a hemodiálise, a partir, de revisão de literatura
científica, interligando-as com as intervenções de enfermagem. Esta revisão consiste em
pesquisa as bases de dados: Bireme e Scielo, através das fontes Lilacs e Medline e em
pesquisas não-sistemática em bibliotecas locais. As complicações encontradas foram:
hipotensão arterial, câimbras musculares, náuseas, vômitos, cefaleia, dor torácica, dor
lombar, prurido, alterações eletrolíticas, arritmias, convulsões, edema agudo de pulmão,
embolia gasosa, febre, calafrios, hemólise, morte súbita e síndrome do desequilíbrio.
Concluiu-se que a enfermagem é fundamental para a monitorização, detecção e
intervenções para evitar o agravamento das complicações. No entanto, faltam pesquisas
para embasar as intervenções de enfermagem nas diferentes situações na assistência ao
paciente em hemodiálise.
Palavras-chave: Insuficiência renal crônica: Hemodiálise/complicações; Intervenções de
enfermagem.
ABSTRACT
ALMEIDA, al. nursing Interventions on complications during
hemodialysis.Postgraduate updates, Salvador, 2012.
Chronic renal failure is a clinical syndrome caused by progressive and irreversible loss
of kidney functions, resulting in the accumulation of toxins in the body. This renal
failure represents threat to life. Hemodialysis is the renal replacement treatment
modality most commonly used, however, there might be various complications that can
be severe and fatal and nursing is vital in the prevention and control of these wrongs.
Thus, this study aimed to identify the most frequent complications during hemodialysis,
from scientific literature review, linking them with nursing interventions. This revision
is to search the databases: Bireme and Scielo, Lilacs and Medline sources through and
non-systematic searches in local libraries. The complications encountered were:
hypotension, muscle cramps, nausea, vomiting, headache, chest pain, back pain, itching,
changes pot linings, arrhythmias, convulsions, acute oedema of lung, gas embolism,
fever, chills, hemolysis, sudden death syndrome and imbalance. It was concluded that
nursing is vital for monitoring, detection and interventions to prevent further
complications. However, there are studies to support the nursing interventions in
different situations in patient care in hemodialysis.
Keywords: chronic kidney failure: Hemodialysis/complications; Nursing interventions.
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO.............................................................................10
1.1
2-
– OBJETIVO GERAL............................................................11
METODOLOGIA..........................................................................12
3- RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................13
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................18
REFERENCIAS.............................................................................19
1-
INTRODUÇÃO
A insuficiência renal crônica (IRC) é uma síndrome clínica causada pela perda
progressiva e irreversível das funções renais, o que resulta no acúmulo de toxinas no
organismo, como a uremia. (1,2)
O rim tem a função de retirar os produtos tóxicos de degradação do
metabolismo e a de restaurar o volume e a composição dos líquidos corporais aos seus
valores normais e a incapacidade funcional do mesmo representa ameaça a vida. Assim,
o paciente necessita de uma ajuda externa para substituir a função renal. As
modalidades disponíveis no tratamento da IRC são: hemodiálise (HD), diálise peritoneal
intermitente (DPI); diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD); diálise peritoneal
contínua assistida por cicladora (CCPD) ou diálise peritoneal automática. (1-3,5)
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia o número de pacientes inclusos
em programas de diálise dobrou nos últimos anos, aumentando em 8% ao ano a
incidência, estima-se que 92.091 pacientes estejam em tratamento de diálise no país,
com 638 centros de diálise ativos. Dentre as modalidades de diálise: 86,4% em
hemodiálise, 4,9% em DPA, 5,3% em CAPD e 0,4% em DPI. (12)
A hemodiálise é um processo de filtração e depuração do sangue no intuito de
retirar substâncias tóxicas como a uréia e a creatinina que devem ser eliminadas da
corrente sanguínea, já que, o rim dos pacientes com insuficiência renal é incapaz de
realizar. Nesse tratamento a transferência dos solutos acontece entre o sangue e a
solução de diálise, através de uma membrana semi-permeável artificial (capilar) por três
mecanismos: a difusão, onde o fluxo depende do gradiente de concentração, sendo
transferido de um local mais concentrado para um menos concentrado, isso também
está relacionado com o peso da molécula, pois quanto maior o peso da molecular mais
lento será o transporte através da membrana; a ultrafiltração é a remoção de líquidos
através de um gradiente de pressão hidrostática e a convecção é a perda de solutos
durante a ultrafiltração.
(1,2,5)
A hemodiálise é um tratamento que não chega a substituir integralmente a
função do rim, mas representa a possibilidade de manter a vida, permitindo que o
paciente retome a viver de forma normal e produtiva. (5)
Os tipos de acesso venoso para hemodiálise são: o cateter de duplo lumen que é
o acesso imediato à circulação do paciente conseguido ao inserir um cateter de dupla luz
na veia subclávia, jugular interna ou femural. Esses cateteres utilizados são os que
apresentam o maior risco de desenvolvimento de infecção primária da corrente
sanguínea, pois grande parte das bacteremias relacionadas a cateteres começam pela
invasão de microrganismos da flora resistente ou transitória da pele do paciente; a
fístula arterio-venosa é o acesso venoso permanente de escolha para hemodiálise, a qual
consiste de uma anastomose subcutânea de uma artéria com uma veia, normalmente é
feita no antebraço pela maior durabilidade e segurança. (1,2)
Embora a hemodiálise seja a modalidade de tratamento para a IRC mais
utilizada e tem sido a vida para muitos pacientes, durante a mesma podem ocorrer várias
complicações que podem ser extremamente graves e fatais e a equipe de enfermagem é
fundamental na observação contínua dos pacientes durante uma sessão, visto que, ela é
o grupo de profissional que mais participa diretamente no processo do tratamento,
mesmo com o progresso das máquinas de hemodiálise que proporcionam maior
segurança e eficácia devido à existência de alarmes que indicam alterações no sistema
(detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo de sangue e outros),
entretanto, isso não garante a inexistência de complicações. (5)
A frequência das complicações durante a hemodiálise é grande, atualmente
esse tratamento busca reverter não somente os sintomas urêmicos, mas também,
minimizar as complicações do próprio procedimento reduzindo a mortalidade.(2)
Entretanto, este estudo torna-se relevante no sentido de ampliar e direcionar a
assistência de enfermagem durante as complicações hemodialíticas, a fim de
proporcionar um serviço de qualidade e seguro aos pacientes com IRC.
1.1-
OBJETIVO GERAL
O presente estudo teve como objetivo identificar as complicações mais
frequentes durante a hemodiálise, a partir de revisão de literatura científica,
interligando-as com as intervenções de enfermagem.
2- METODOLOGIA
Para atender ao objetivo desse estudo, optou-se em realizar uma revisão
deliteratura realizada no período de 1993 a 2010, idioma português, a qual foram
consultados artigos científicos nos base de dados da Bireme e Scielo, através das fontes
Lilacs e Medline. Além dessas, também foi utilizada pesquisa não-sistemática em
bibliotecas locais.
Os critérios de inclusão para os estudos encontrados foram à abordagem de
complicações durante a hemodiálise, assistência de enfermagem em hemodiálise e
Insuficiência renal crônica.
Assim foram analisados onze estudos encontrados nos bancos acima citados,
publicados entre 2007 a 2009. Para a análise foram realizados os seguintes passos: aLeitura exploratória com o objetivo em saber de que se tratava o artigo; b-Leitura
seletiva, que se preocupou em observar a relevância para o estudo; c- Leitura crítica
onde foi focalizado a etiologia, fisiologia, complicações durante a hemodiálise e a
assistência de enfermagem pertinente.
A revisão da literatura é um método de pesquisa utilizado que permite a
incorporação das evidências na prática clínica. Esse método tem a finalidade de reunir e
sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão, de maneira
sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema
investigado.(13)
5-
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As complicações que podem ocorrer durante uma sessão de hemodiálise
podem ser graves e fatais. A equipe de enfermagem capacitada é importante para salvar
vidas evitando, assim, eventos indesejáveis durante o tratamento dialítico ao realizar o
diagnóstico precoce das intercorrências. (5)
Elas estão em ordem: hipotensão (20% a 30%), câimbras (5% a 20%), náuseas
e vômitos (5% a 15%), cefaleia (5%), dor torácica (2% a 5%), prurido (5%), febre e
calafrios (<1%). Existem complicações que são raras mais que são mais graves como: a
síndrome do desequilíbrio, reações de hipersensibilidade, arritmia, embolia gasosa,
morte súbita, hemólise, edema agudo de pulmão, convulsões e arritmias. (2,5)
1.
Hipotensão Arterial
A hipotensão arterial pode está relacionada com reduções excessivas ou rápidas
no volume de sangue. Esse é um evento comum e é um reflexo da grande quantidade de
líquidos removida do volume plasmático (ultrafiltração) durante uma sessão de
hemodiálise. (5)
A manutenção do volume sanguíneo depende do reenchimento do
compartimento de sangue que provem dos tecidos. A diminuição desse volume resulta
em reposição cardíaca reduzida provocando uma diminuição do débito cardíaco e
consequentemente uma hipotensão. As causas são: aumento do ganho de peso
interdialítico, resultante de uma maior ingesta hídrica, ultrafiltração excessiva,
hiponatremia provocada pela diminuição do nível de sódio na solução de diálise,
superaquecimento dessa solução dialítica ocasionando em vasodilatação, ingesta de
alimentos durante a sessão de hemodiálise resulta na dilatação dos vasos de resistência
do leito esplâncnico, uso de anti-hipertensivos. Os sintomas são: tontura, sensação de
desfalecimento, náuseas, calor e sudorese, dificuldade respiratória, câimbras
musculares, bocejos frequentes, precordialgia, palidez cutânea, apatia, confusão mental
e taquicardia.(2,5,6)
As intervenções de enfermagem consistem em iniciar o atendimento imediato
colocando o paciente na posição de Trendlemburg, administrar em bolus100ml de soro
fisiológico, reduzir ao máximo a ultrafiltração o mais próximo de zero, podendo ser
reassumida após o desaparecimento dos sintomas, administrar oxigênio nasal para
melhorar o desempenho do miocárdio. Atualmente a redução do fluxo sanguíneo não
deve ser utilizada de forma rotineira apenas nos casos de hipotensão grave. (6)
2. Câimbras Musculares
As câimbras musculares durante a hemodiálise são mais frequentes no primeiro
mês do tratamento, ocorrem devido a rapidez em que os líquidos e eletrólitos são
removidos do espaço extracelular. Elas estão associadas à hipotensão, hipovolemia, alta
velocidade de ultrafiltração e solução de diálise com baixo teor de sódio resultando em
vasoconstricção, hipoperfusão e contração muscular. (8)
A enfermagem deve seguir os protocolos da instituição e administrar o
tratamento médico prescrito, como também, monitorizar a pressão arterial para prevenir
episódios hipotensivos e realizar alongamento do músculo afetado. (5,6)
3. Náuseas e vômitos
As náuseas e os vômitos ocorrem em 10% das diálises e são de etiologia
multifatorial. Esses episódios estão associados à hipotensão arterial, mas é importante
salientar que pode ser uma manifestação da síndrome do desequilíbrio.(2)
A enfermagem deve tratar primeiro a hipotensão e associar ao uso de antieméticoquando prescrito. Nos casos graves de vômitos com perda ou diminuição da
consciência existe o risco de broncoaspiração.(5)
4. Cefaléia
A cefaleia é de etiologia desconhecida podendo ser decorrente da hipotensão
ou devido abstinência à cafeína, devido a sua filtração durante a diálise, nos pacientes
que fazem uso excessivo de café. Para o tratamento pode ser administrado analgésico
por via oral ou parenteral ou ofertado café. (2,5,6)
5.
Dor torácica e dor lombar
A causa é desconhecida, mas pode estar relacionada com a ativação do
complemento (reação entre a estrutura da imunoglobulina na ativação das respostas
humorais), a única forma de prevenção é a troca por uma capilar de membrana sintética
ou de celulose substituída. Uma causa comum de dor torácica é a angina que tem
relação direta com a redução do volume sanguíneo provocando a diminuição do débito
cardíaco momentâneo. (2)
6.
Prurido
O prurido é uma complicação comum nos pacientes em hemodiálise,
principalmente, devido ao efeito tóxico da uremia, também pode está relacionado com o
produto cálcio-fósforo ou com a reação de hipersensibilidade ao dialisador ou as linhas
do circuito de sangue, observado apenas durante a sessão de hemodiálise. Em alguns
casos o prurido intenso provoca escoriações e sangramentos. (5,6)
As intervenções de enfermagem consistem em aplicar emolientes tópico a base
de cânfora ou administrar quelantes de fósforo sob prescrição médica.(2)
7. Alterações eletrolíticas
A maioria das complicações vivenciadas por um paciente em hemodiálise é
devido a distúrbios eletrolíticos. As alterações mais importantes são: hipopotassemia,
que pode provocar arritmia com fibrilação ventricular e atrial, hiperpotassemia que pode
ser devido a hemólise ou a dieta e a consequência mais temível é a taquicardia
ventricular com risco para morte súbita, o mais comum é a fraqueza muscular,
hipercalcemia e hipermagnesemia, quando ocorre falha no tratamento da água
provocando vômitos, hipertensão arterial, cefaleia, letargia e queimação na pele. (5)
8. Arritmias
As complicações cardiovasculares constituem a maior causa de morte dos
pacientes renais crônicos. As alterações mais frequentes são: a hipertrofia ventricular
esquerda e a doença isquêmica. Outro fator que pode provocar arritmias são os
distúrbios de íons potássio, cálcio e magnésio durante a diálise. As intervenções de
enfermagem consistem em : monitorizar a pressão arterial e pulso do paciente na queixa
de palpitação, comunicar ao médico imediatamente, pois pode ser necessário desligar a
hemodiálise, administrar a medicação prescrita, preparar desfibrilador pois em alguns
casos de arritmia grave se faz necessário desfibrilar o paciente após realizar a sedação.
(2,5)
9. Convulsões
As convulsões não são sintomas comuns em pacientes durante a diálise, pode
indicar problemas graves como: síndrome do desequilíbrio, hemorragia intracraniana,
encefalopatia urêmica avançada e a hipocalcemia pré-diálise. As intervenções de
enfermagem são: interromper imediatamente a diálise, instalar oxigênio nasal e
administrar a medicação prescrita. (10)
10. Edema agudo de pulmão
É a complicação mais frequente e que representa o maior risco de morte para
os pacientes renais crônicos. A causa é a sobrecarga hídrica e a crise hipertensiva. Os
sintomas são: dispneia intensa, tosse com escarro espumoso branco e/ou róseo,
ansiedade e pânico, respiração ruidosa, cianose, sudorese, taquicardia e estase jugular.
(7,8)
As intervenções de enfermagem são: posicionar o paciente em Fowler com os
membros inferiores para baixo, preparar uma hemodiálise imediatamente, manter o
carro de emergência próximo do paciente, instalar oxigênio nasal e monitorizar os sinais
vitais. (5,9)
11. Embolia gasosa
Com a modernização das máquinas de hemodiálise, a embolia gasosa tornou-se
um evento raro. Consiste na entrada de ar no circuito e consequentemente na corrente
sanguínea, provocando a morte devido à oclusão de uma artéria cerebral ou coronariana.
(2)
Alguns autores afirmam que os sintomas da embolia gasosa estão ligados com
a posição em que se encontra o paciente, caso o mesmo esteja sentado o ar afeta o
sistema nervoso central provocando os sintomas neurológicos como: convulsões
inconsciência e óbito, no entanto, caso o paciente estiver deitado o sistema respiratório é
comprometido provocando: tosse, dispneia aguda, pressão no peito, agitação, cianose e
óbito.(5,6)
As ações de enfermagem são: clampear imediatamente o equipo do sangue
venoso, parar a bomba de sangue, posicionar o paciente na posição de Tredelemburge
em decúbito lateral esquerdo, instalar oxigênio via máscara a 100%, monitorizar os
sinais vitais e preparar material para parada cardiorrespiratória. (5)
12. Febre e calafrios
A imunodepressão é típico do paciente com insuficiência renal crônica, o que
deixa mais susceptível a infecções provocando febre e calafrios. A fonte de bacteremia
mais comum é o local do acesso, principalmente nos pacientes em uso de cateter venoso
central o que pode causar a endocardite, meningite e osteomielite. As intervenções de
enfermagem são: verificar a temperatura do paciente e a da máquina de diálise, coletar
amostras para hemocultura e administrar medicação após prescrição médica. (2,11)
13. Hemólise
Hemólise é a ruptura de hemácias que pode ser provocada devido à obstrução
do cateter, agulha ou equipo, solução de diálise superaquecida ou resíduo de agentes
esterilizantes na máquina. Os sintomas são: dorsalgia, aperto no tórax e dispneia. Os
sinais são: escurecimento tipo vinho do sangue contido nas linhas do circuito. As ações
de enfermagem são: paralisar a bomba de sangue e pinçar a agulha venosa para evitar a
infusão sanguínea hemolisada, pois é rico em potássio. (6)
14. Morte súbita
Os pacientes em tratamento recente que não fazem uma dieta adequada tem
mais riscos em apresentar morte súbita, devido aos distúrbios hidroeletrolíticos.(2)
15. Síndrome do desequilíbrio
É raro mais pode apresentar logo após o início da diálise, as manifestações são
sistêmicas e neurológicas. Os sinais e sintomas são: vômitos, náuseas, agitação, cefaleia,
convulsões, obnubilação e coma. A enfermagem deve desligar o paciente e administrar
oxigênio nasal. (2,5)
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
As complicações que ocorrem em um paciente com insuficiência renal durante
a hemodiálise são decorrentes da remoção de uma grande quantidade de líquido e
escórias em um período curto de tempo. As complicações encontradas no estudo foram:
hipotensão arterial, câimbras musculares, náuseas, vômitos, cefaleia, dor torácica, dor
lombar, prurido, alterações eletrolíticas, arritmias, convulsões, edema agudo de pulmão,
embolia gasosa, febre, calafrios, hemólise, morte súbita e síndrome do desequilíbrio.
A enfermagem é o profissional que mais atua em uma sessão de dialítica
devendo monitorizar cuidadosamente o paciente, com o intuito de prevenir
complicações, por isso, que a equipe necessita de uma capacitação contínua, já que, a
vida está em suas mãos.
Nos estudos analisados identificou-se a necessidade de promover mais
pesquisas de enfermagem, focalizando a assistência de maneira sistemática, pois foram
encontrados mesmo em artigos próprios da enfermagem um certo distanciamento do
cuidado que é a essência dessa profissão, sendo observado na maioria dos estudos uma
visão médica das complicações e suas intervenções.
Assim, frente ao que foi exposto nota-se a necessidade de realização de mais
pesquisas sobre as complicações que ocorrem durante os tratamentos hemodialíticos
buscando as intervenções de enfermagem tanto de forma preventiva como curativas. O
sucesso na realização da terapia dialítica está relacionado com a disponibilidade de uma
equipe de enfermagem capacitada para este tratamento. Deste modo, conclui-se que a
busca de intervenções de enfermagem adequadas às diferentes situações no atendimento
ao paciente em hemodiálise, do mesmo modo que a educação permanente da equipe de
enfermagem, são ações que podem aumentar a qualidade do cuidado de enfermagem e,
consequentemente, diminuir o índice de intercorrências.
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