1 Avaliação da qualidade de vida de portadores de Diabetes Mellitus do Tipo 2 Assessment of the quality of life of patients with Type 2 Diabetes Mellitus Evaluación de la calidad de vida de pacientes con diabetes mellitus tipo 2 Karine de Oliveira Araújo. Enfermeira. Graduada pelas Faculdades Integradas de Patos, Patos, Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected] Ankilma do Nascimento Andrade. Enfermeira. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professora da Faculdade de Enfermagem, Cajazeiras, Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected]. Tarciana Sampaio Costa. Enfermeira. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professora das Faculdades Integradas de Patos. Abaiara, Ceará, Brasil. E-mail: [email protected]. Maria Aparecida de Freitas. Acadêmica de Enfermagem da Faculdade Santa Maria, Cajazeiras, Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected]. Maria Mônica Paulino do Nascimento. Professora da Universidade Federal de Campina Grande e da Faculdade Santa Maria. E-mail: [email protected]. Edineide Nunes da Silva. Professora da Universidade Federal de Campina Grande e da Faculdade Santa Maria. E-mail: [email protected]. Autora responsável pela correspondência: Ankilma do Nascimento Andrade. Rua Sousa Assis, 78, Centro, Cajazeiras, Paraíba, CEP 58900-000. Artigo elaborado a partir Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem apresentado às Faculdades Integradas de Patos, Patos-PB, em 2012. Resumo 2 Objetivo: avaliar a qualidade de vida de portadores de Diabetes Mellitus do Tipo 2. Método: pesquisa exploratório-descritivo, quantitativa, realizada após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Integradas de Patos, sob nº 165/2011. A população foi constituída por 20 pacientes portadores de Diabetes Mellitus do tipo 2, cadastrados na Equipe de Saúde da Família. A amostra foi composta por 100% dos pacientes. Resultados: dos entrevistados 100% residem na zona urbana, sendo 65% do sexo feminino. Quanto ao conhecimento da doença 100% relataram ter conhecimento; 85% fazem a dieta orientada pelo profissional de saúde; 90% usam corretamente a medicação e 50% relataram ter uma boa qualidade de vida. Conclusão: o Diabetes Mellitus do tipo 2 é considerado um grave problema de Saúde Pública por sua alta frequência na população, suas complicações, mortalidade, altos custos financeiros e sociais envolvidos no tratamento e deterioração significativa da qualidade de vida. Descritores: promoção da saúde; diabetes mellitus; qualidade de vida. Abstract Objective: to assess the quality of life of patients with Type 2 Diabetes Mellitus. Methods: an exploratory-descriptive research with quantitative approach, carried out after being approved by the Research Ethics Committee of Faculdades Integradas de Patos, under protocol No. 165/2011. The study population consisted of 20 patients with Type 2 Diabetes Mellitus, registered at the Family Health Team. The sample comprised 100% of patients. Results: 100% of interviewees reside in the urban area, 65% female. Regarding knowledge of the disease 100% reported knowledge, 85% have a diet oriented by health professional, 90% use medication correctly and 50% reported having a good quality of life. Conclusion: type 2 Diabetes Mellitus is considered a serious Public Health problem due to its high frequency in the population, its complications, mortality, high financial and social costs involved in treatment and significant deterioration in the quality of life. Descriptors: health promotion; diabetes mellitus; quality of life. 3 Resumen Objetivo: evaluar la calidad de vida de pacientes con diabetes mellitus tipo 2. Método: investigación exploratoria, descriptiva, con enfoque cuantitativo llevada a cabo después de aprobación del Comité de Ética en Investigación de las Faculdades Integras de Patos, bajo nº 165/2011. La población consistió de 20 pacientes con diabetes mellitus tipo 2, del Equipo de Salud de la Familia. La muestra fue de 100% de los pacientes. Resultados: los encuestados residían en zonas urbanas, 65% eran mujeres. Todos revelaron conocimiento de la enfermedad, 85% hacían cuidado de la salud basada en la dieta, 90% uso de la medicación correcta y 50% reportaron haber tenido buena calidad de vida. Conclusión: La diabetes mellitus tipo 2 es un problema grave de salud pública debido a su alta frecuencia en la población, sus complicaciones, mortalidad, altos costos financieros y sociales que intervienen en el tratamiento y deterioro significativo de la calidad de vida. Descriptores: promoción de la saúde; diabetes mellitus; calidad de vida. INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus (DM) constitui um grupo de distúrbios que envolve diferentes mecanismos patogênicos, cuja característica principal é a hiperglicemia associada a um defeito hormonal, que é falta absoluta ou relativa de insulina no organismo. Quando a insulina produzida pelo pâncreas se torna insuficiente, a glicose é impedida de ser absorvida pelas células, isso vai provocar a elevação dos níveis sanguíneos de glicose, cuja taxa normal em jejum é de 70 a 110mg/dl por 100 ml de sangue(1). O DM é a sexta causa de internação hospitalar como diagnóstico primário e está presente em 30 a 50% de outras causas, como cardiopatias isquêmicas, insuficiência cardíaca, colecistopatia, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial; 30% dos pacientes que se internam em unidades coronarianas são portadoras da doença, além disso, o DM é a principal causa de amputações não traumáticas de membros inferiores e 4 também a principal causa de cegueira(2). Pacientes com DM enfrentam mudanças importantes no estilo de vida, como alterações nos hábitos alimentares e adesão a esquemas terapêuticos restritivos. Além disso, os pacientes devem lidar com o fato de ter que conviver durante toda a vida com uma doença que é responsável por complicações clínicas que prejudicam a saúde do indivíduo(3). O Diabetes Melitus do tipo 2 (DM2) ocorre freqüentemente em pacientes com mais de 40 anos e mais de 50% dos casos se desenvolvem em pacientes com idade superior a 55 anos. Os principais fatores que contribuem para o aparecimento do DM2 são: étnicos, genéticos, idade, sobrepeso e obesidade, sedentarismo, ou seja, essa forma de diabetes está relacionada á associação de forte predisposição genética e familiar com o estilo de vida e os fatores ambientais(4). O DM2 acomete aproximadamente 90% dos casos, sendo freqüentemente associado a obesidade, e freqüência insidiosa com sintomas de fadiga, ganho de peso, na cicatrização das feridas e infecções recorrente. Os pacientes com esse tipo de diabetes, mais adiante podem ser tratados com insulina, mesmo assim continuam sendo referidos como portadores de DM2(5). Embora idade, histórico familiar, dentre outros fatores não modificáveis, possam estar presentes, na realidade os fatores modificáveis para o DM2 é que devem ser alvo de intervenção. Dentre os fatores de risco modificáveis para o DM2 destacam-se a obesidade e fatores dietoterápicos, o sedentarismo, bem como o tabagismo. Stress psicossocial e episódios depressivos maiores também podem estar associados a um aumento de risco para DM2(6). Sabe-se que o DM2 é causado pela deficiência da insulina, e que vários aspectos levam ao risco da doença, desde a história familiar até o seu estilo de vida, como pessoas obesas e sedentárias, então se questiona: como podemos avaliar a qualidade de 5 vida do paciente portador de DM2? Nesse contexto, o presente estudo objetivou avaliar a qualidade de vida dos portadores de DM2, sendo imprescindível para isso a adoção de mudanças comportamentais e quando necessário o uso correto de agentes farmacológicos. MÉTODOS Estudo do tipo exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com grupo de pacientes portadores de Diabetes Mellitus do Tipo 2, cadastrados na Equipe de Saúde da Família (ESF) no município de Patos-PB. A população alvo para o desenvolvimento da pesquisa foi composta por 20 pacientes cadastrados na referida ESF e a amostra constituída por 100% da população. Como critérios de inclusão, foram selecionados pacientes com diagnóstico de diabetes há mais de um ano. Como critério de exclusão os pacientes com diagnóstico há menos de um ano, que não estavam no local do estudo no momento da coleta. Utilizou-se instrumento composto de dados sociodemográficos e pertinentes ao objetivo do estudo. Os dados obtidos com a aplicação do questionário foram analisados estatisticamente e os resultados foram apresentados em tabela para facilitar a compreensão e abordagem em questão, com o intuito de expor a avaliação da qualidade de vida de pacientes portadores de DM2. Os dados foram analisados com auxílio do programa Microsoft Office Excel 2007. Os procedimentos permitiram a análise e discussão, com base na literatura consultada e pertinente ao tema abordado. A coleta de dados foi realizada em fevereiro de 2012, após a apreciação e aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Integradas de Patos, conforme parecer número 169/2011, obedecendo ao que preconiza a Resolução n°. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que versa sobre a pesquisa envolvendo seres humanos. Os sujeitos demonstração aceitação e interesse em participar da entrevista, por meio da 6 assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). RESULTADOS E DISCUSSÕES A maior incidência dos portadores de DM2 encontra-se na faixa etária de 65-75 anos. O Diabetes é particularmente prevalente nos idosos, com até 50 % das pessoas com mais de 65 anos sofrendo algum grau de intolerância a glicose(7). A patologia mencionada atinge, sobretudo, as faixas etárias mais altas, sem qualquer distinção de raça, sexo ou condições socioeconômicos, e vem aumentando sua importância pela crescente prevalência na população mundial (8). Reportando-se ao sexo verificamos que 65% (n = 13) do sexo feminino e 35% (n = 07) do sexo masculino, com prevalência da doença na população feminina, indicando que, dentre estes pacientes a incidência da doença entre as mulheres é bem mais acentuada do que nos homens. Essa doença é mais freqüente em determinados grupos, por exemplo, o maior acontecimento está presente no sexo feminino(9). Com relação a procedência, observamos que 100% são da zona urbana, prevalência de Diabetes Mellitus e da tolerância a glicose na população urbana chega a 15,4%, estima-se que existam oito milhões de brasileiros que necessitam de orientações especificas para o planejamento e mudanças de hábitos alimentares e o estilo de vida(10). Quando questionados sobre o conhecimento da doença, 100% (n=20) admitiram que conhecem a doença. Um estudo que objetivou relacionar o conhecimento com o controle do Diabetes mostrou que o conhecimento associado ao estilo de vida, crenças e controle metabólico podem ter grande impacto no comportamento das pessoas(11). O programa educativo em Diabetes tem a intenção de aumentar os conhecimentos sobre a patologia, desenvolver habilidades para o autocuidado; estimular a mudança de 7 comportamento, oferecer subsídios para solucionar os problemas diários conseqüentes doença e prevenir as complicações agudas e crônicas(12). Figura 1. Dados relacionados a adesão da dieta orientada pelos profissionais de saúde. 15% SIM NÃO 85% Fonte: Coleta de dados (2012) Em relação à dieta, 85% (n=) dos pacientes fazem a dieta corretamente, conforme orientação, enquanto 15% (n=) não fazem, apresentando desta forma uma amostra com resultado satisfatório. O seguimento da dieta e a prática de atividades físicas compõem atividades fundamentais para o tratamento do diabetes. O não seguimento da dieta e o fato de às vezes a seguirem podem significar ingesta inadequada de nutrientes o que contribuiria com o descontrole metabólico(13). Ao enfermeiro cabe educar os pacientes para que estes obtenham conhecimento sobre suas condições, dos riscos a saúde, incentivando a aceitação da doença e a implementação das medidas de autocontrole, tais como: controle dos níveis glicêmicos através de mudança nutricional (conforme pirâmide alimentar), prática de exercícios físicos, terapêutica medicamentosa, além das medidas preventivas como cuidados com os pés, aferição da pressão arterial regularmente e evitar maus hábitos de vida, como alimentos ricos em gordura, tabagismo e etilismo. O enfermeiro deve informar ao paciente sobre a sintomatologia da hipoglicemia e hiperglicemia para o mesmo saber como agir diante dessas situações(14). 8 Figura 2. Distribuição dos portadores de diabetes quanto ao uso correto da medicação. 10% SIM NÃO 90% Fonte: Coleta de dados (2012) Tratando-se da terapia medicamentosa, 90%(n=) fazem o uso corretamente e apenas 10% (n=) não seguem o tratamento adequado. O resultado é considerado positivo, já que uma grande maioria dos portadores de diabetes possuem um fator facilitador ao tratamento que é a adesão. Uma quantidade menor, porém consequentemente relevante, dos portadores confessam não seguir corretamente o tratamento proposto para seu problema; colocando vários tipos de barreiras para a não adesão. O tratamento do diabetes visa, predominantemente, o controle glicêmico(15). A Sociedade Brasileira de Diabetes preconiza também como objetivos: aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir complicações agudas e crônicas, reduzir a mortalidade e tratar as doenças associadas(12). Figura 3. Distribuição dos dados de acordo com o número de internações hospitalares por causa da doença. 9 25% SIM NÃO 75% Fonte: Coleta de dados (2012) A figura 3 mostra claramente que apesar do diabetes trazer diversas complicações, poucos foram os casos de internação hospitalar decorrentes das complicações dessa patologia, sendo que apenas 25% dos portadores relataram terem sido internados e 75% negaram qualquer internação devido a doença. Conseqüentemente, o DM aparece como a sexta causa mais freqüente de internação hospitalar, e contribui de forma significativa para outras causas como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial. Pacientes diabéticos representam cerca de 30% dos indivíduos que se internam em Unidades Coronarianas Intensivas. A doença é a principal causa de amputações de membros inferiores, e também a principal causa de cegueira adquirida. Além disso, cerca de 26% dos pacientes que ingressam em programas de diálise são diabéticos(16). Figura 4. Distribuição de dados relacionados à satisfação dos portadores de diabetes com sua saúde. 10 50% 50% SIM NÃO Fonte: Coleta de dados (2012) De acordo com a figura 4, nota-se que 50% (n=10) dos portadores de diabetes consideram ter uma boa saúde e 50% (n=10) consideraram ter uma saúde ruim. As pessoas que consideram ter uma boa saúde podem ter seus anos de vida mais prolongados comparando-se aos que dizem ter uma saúde ruim, pois essas pessoas correm um risco maior de adquirir várias doenças. Esta nova conceitualização de saúde vai trazer novas implicações no que diz respeito à prática de cuidados de saúde, nomeadamente, no que diz respeito à consideração da interação dos fatores biológico, psicológico e social na avaliação da situação de saúde e doença do indivíduo, incluindo dimensões de caráter mais objetivo e outras de caráter mais subjetivo. Se as doenças devem ser avaliadas com base na opinião dos técnicos de saúde, devidamente fundamentada nas técnicas de avaliação ao seu dispor, independentemente da opinião do indivíduo avaliado, a saúde só pode ser avaliada pelo próprio(17). Figura 5. Distribuição dos dados sobre a existência de dificuldades para a execução das atividades diárias. 11 30% SIM NÃO 70% Fonte: Coleta de dados (2012) No tocante as dificuldades encontradas para a execução das atividades diárias, 70% (n=) disseram sentir dificuldades na realização das tarefas e 30% (n=) relataram não apresentar quaisquer contratempo. Pode-se perceber que as pessoas que relataram não sentir dificuldades, são justamente as que têm uma maior qualidade de vida, pois apesar de estarem em processo de envelhecimento e serem portadores de diabetes, ainda possuem autonomia de realizar suas atividades de vida diária. Existem evidências consistentes dos efeitos do exercício físico no DM, como a melhora no controle glicêmico, redução do risco de doenças cardiovasculares, diminuição do peso corporal e o aumento da auto-estima(18). A prática do exercício físico é uma atividade saudável para qualquer pessoa, porém traz benefícios adicionais aos portadores de DM, como a melhora no condicionamento físico, principalmente da capacidade cardiorrespiratória, aumenta a massa muscular e diminui a tensão psicológica provocadas pela doença e pelos problemas diários(19). Figura 6. Dados relacionados a sentimentos negativos diante da doença. 12 40% SIM NÃO 60% Fonte: Coleta de dados (2012) Quando questionados sobre os sentimentos negativos, 60% (n=) responderam apresentarem em algum momento sentimentos negativos e 40% (n=)disseram não terem sentimentos ruins. Isso implica que essas pessoas que tiveram a maior pontuação têm maior risco de desenvolveram depressão seja de forma mais grave ou leve, quando comparadas a essas que não tem nenhum sentimento negativo. Os sintomas depressivos estão correlacionados com o nível de incapacidade funcional e negativamente com a adequação do suporte social. Adicionalmente, o suporte social modera a depressão, nos indivíduos que registram maior incapacidade funcional relacionado com a doença. Deste modo, parece que um suporte social adequado permite uma relativa proteção contra a depressão, ao passo que indivíduos com inadequado suporte social estão em maior risco de apresenta sintomatologia depressiva, quando a incapacidade relacionada com a doença aumenta(20). Figura 7. Dados relacionados à satisfação dos portadores de diabetes com o acesso aos serviços de saúde. 13 SIM 100% Fonte: Coleta de dados (2012) Conforme o figura 7, 100% dos pacientes sentem-se satisfeitos com o acesso aos serviços, ainda relataram terem um bom atendimento, seguido de orientações e esclarecimentos sobre a doença. O conceito de satisfação privilegia o usuário na avaliação da qualidade em saúde. Há vários modelos de medida, mas todos têm o pressuposto comum de abordar as percepções do paciente em relação às suas expectativas, valores e desejos. De um modo geral, satisfação do usuário pode ser definida como a avaliação que cada indivíduo faz das diferentes dimensões do cuidado à saúde(21). A qualidade dos serviços prestados é influenciada pela percepção subjetiva do usuário a respeito dos serviços. A satisfação é avaliada a partir da opinião dos usuários acerca da qualidade do serviço oferecido em relação à resolubilidade na prestação dos serviços, entre outros. De modo geral, esses aspectos avaliam a eficácia, a efetividade, eficiência, conformidade, eqüidade, a adequação e a legitimidade(22). Figura 8. Dados relacionados a avaliação da qualidade de vida dos portadores de diabetes. 14 50% BOA 50% RUIM Fonte: Coleta de dados (2012) Na figura 8, observa-se que diante da indagação sobre como você avalia sua qualidade de vida, 50% (n=10) responderam ter uma boa qualidade de vida e 50% (n=10) uma qualidade de vida ruim. Essas pessoas que consideram ter uma qualidade de vida ruim correrão maior risco de desenvolver uma baixa da auto-estima, pois ocorre a baixa da serotonina, que pode acarretar, muitas vezes, em um quadro de depressão. Nesse sentido, a qualidade de vida depende, então, da interpretação emocional que cada indivíduo faz dos fatos e eventos e está intimamente relacionada à percepção subjetiva dos acontecimentos e condições de vida. A diminuição da visão, por exemplo, pode não significar o mesmo para dois indivíduos diferentes; a perda funcional tem importância emocional e social diferentes para cada indivíduo(23). A qualidade de vida pode ser influenciada pela percepção que um indivíduo tem sobre seu estado de saúde. Esta afirmação reforça o fato de que, para os entrevistados, estar saudável foi um fator considerado importante para sua qualidade de vida(24). A avaliação da qualidade de vida é particularmente importante no acompanhamento de doentes crônicos, nomeadamente os diabéticos, nos quais os prejuízos à saúde persistem, apesar de um tratamento adequado, e as necessidades de mudanças de estilo de vida e do controle adequado da glicemia influenciam a forma como o individuo avalia o seu bem-estar(20). 15 CONCLUSÃO O DM2 é considerado um grave problema de Saúde Pública por sua alta freqüência na população, suas complicações, mortalidade, altos custos financeiros e sociais, envolvidos no tratamento e deterioração significativa da qualidade de vida, sendo mais prevalente principalmente em indivíduos com obesidade e sedentários, devendo estes controlar sua taxa de glicemia através da dieta e atividade física e quando necessário com o uso de hipoglicemiante oral. Observou-se que mesmo muito dos entrevistados sendo idosos ainda relataram ter uma boa qualidade de vida, quando se tratou da satisfação com os serviços prestados houve resultado bem elevado, já se tratando da questão de internação observamos que, mesmo o Diabetes ser uma doença crônica e que acarreta uma série de complicações são poucos os que foram internados por conta de alguma complicação, ou seja, esses pacientes que nunca foram internados fazem um bom acompanhamento e segue sua dieta corretamente. Sendo assim, os objetivos da pesquisa foram alcançados, ao percebermos que apesar da maioria dessas pessoas estarem passando pelo processo de envelhecimento e serem portadores de uma doença crônica e que não tem cura, ainda consideram ter uma boa qualidade de vida. Desta forma, torna-se necessário que sejam promovidos programas de intervenção que visem mudanças no estilo de vida, no intuito de melhorar a qualidade de vida dos portadores de DM2. REFERÊNCIAS 1. Filho FF. Diabetes. 2006. 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