JORNAL BioLínguas Apresentamos o jornal BioLínguas , produzido pelos alunos Geovani Souza, Karine Silva, Leandro Santos, Thainá Pitanga e Rafael Costa estudantes do 2º de TI, vespertino, IFBA-Camaçari Nosso objetivo é informar a você leitor sobre o que foi abordado na Exposição Raça, Ciência, Literatura e Sociedade no Instituto de Biologia da UFBA, realizada no dia 17 ao dia 21 de março. Esperamos que tenham uma boa leitura. Editorial No início, esta cultura de exposição de certas pessoas ou certos povoados como algo a ser estudado acabou criando uma ideologia racista no que diz respeito à curiosidade e subalternação dos que eram considerados diferentes por suas características físicas (tom de pele, algumas características físicas exageradas, modificação “radical” no corpo) ou culturais, e com o passar do tempo isso foi se agravando, chegando ao ponto de criarem teorias onde era “comprovada” a superioridade de certos em relação a estes estudados, chegando ao absurdo ponto de criar-se remédio para curar-se da raça inferior (onde biologicamente é comprovado que raça não se existe), levando-se aos tempos mais modernos através da eugenia (influenciando o nazismo) onde milhões foram mortas numa perseguição desumana e descontrolada, através de ideais extremamente racistas embasados nesta ideia de que o que é diferente do meu padrão não é o certo e deve ser “consertado”. Devemos abrir nossas mentes para uma visão mais humana, e descobrir que apesar de todas estas diferenças somos iguais em essência, somos todos humanos e devemos abrir nossos braços para em vez de procurar o que nos torna diferentes, aceitar o que nos torna iguais e abraçar a causa de uma convivência mutuamente respeitosa para assim vermos que juntos podemos ser melhores. Rafael Costa Hitler e o racismo científico O que a alterização fez com o mundo? A alterização é como o homem europeu fez a imagem do outro. Esse assunto está ligado aos jogos de poder e a dominação do homem branco. No século XVIII e XIX os negros eram usados como curiosidade em cartão postal, visto como animais eram expostos em jaulas . Essas exposições dos negros realçaram a formação de estereótipos, o expositor Italo deu exemplo de estereótipos, para melhor entendimento: baiano preguiçoso, jeca tatu. Em 1909 um Europeu recebeu uma missão de pegar pigmeus e levar para os EUA, no meio deles existia um homem chamado Ota Benga que foi exposto em um zoológico junto aos animais. Depois de anos exposto, Ota foi retirado do zoológico e entrou em depressão. Karine Silva Quando o expositor fala sobre alterização, que é como o europeu constrói uma identidade para o outro, ele expôs uma história sobre Ota e Sarah. Nessa história Sarah tem que ser falada. Sarah Baartman foi uma mulher abusada sexualmente e moralmente, ela era vista como um “ser inusitado”, todos queriam vê-la já que tinha um corpo diferente. Foi exposta em um circo para que os europeus pudessem ver as suas formas, deixavam pegar em seu corpo por um custo extra. Ela foi medida e estudada. Sarah morreu em 1815, e seu corpo foi vendido ao Musée de I’Homme, em Paris, dela foi feito um molde de gesso do seu corpo para ficar exposto. A sua história foi retratada no filme: "Avenis Negra", de onde as fotos da exposição foram retiradas. Geovani Souza Através dos tempos a humanidade tentou usar aspectos científicos para justificar suas atrocidades, muitos conseguiram como Hitler que levou muitos a acreditarem que existia uma superioridade ariana. O resultado de disso foi uma atrocidade sem precedentes em nossa história, com resultados aterrorizantes e assustadores , Hitler estava em busca de uma raça “pura”, que segundo ele os alemães seriam os mais fortes, por tanto os sobreviventes. Hitler utilizava a ideia de seleção natural de Darwin, pois a seleção natural de defende a sobrevivência a governar a maioria dos seres vivos, importantes pensadores passaram a destilar suas ideias num conceito novo – o darwinismo social "Devemos suportar o efeito, indubitavelmente mau, do fato de que os fracos sobrevivem e propagam o próprio gênero, mas pelo menos se deveria deter a sua ação constante, impedindo os membros mais débeis e inferiores de se casarem livremente com os sadios". Darwin acreditava que os criminosos, por sua vida mais breve e a dificuldade de se casarem, naturalmente livrariam as raças superiores de sua má influencia. Além disso, com o predomínio dos casamentos entre os mais fortes, sábios e moralmente superiores - e evitando a miscigenação com as "raças inferiores" - Darwin acreditava na evolução física, moral e intelectual das "raças superiores" pela seleção natural. Com isso Hitler explicava as suas atrocidades. Além de Hitler tiveram cientistas que fizeram um remédio e a partir dos seus testes perceberam que era um pouco, quase nada, mais eficaz nos negros por esse motivo o remédio bidil foi denominado o remédio para negros, essa situação pode ser vista como um racismo já que não foram feitos outros testes para ter certeza da eficácia, foi como” é negro não tem problema”. Karine Silva. A literatura e suas distorções Os ideais preconceituosos se propagaram de forma violenta, chegando até mesmo na literatura, do Brasil especificamente, com o autor Monteiro Lobato, influente escritor da época no Brasil, onde defendia o racismo e a eugenia de forma negativa, implantando suas ideias nos personagens de seus escritos, sendo alguns para crianças como o caso de O Sitio do Pica-Pau Amarelo onde a personagem Anastásia era constantemente oprimida por sua condição de negra e empregada, e também em outra obra muito polêmica de nome O Presidente Negro, onde ele conta história de um homem negro que chega a presidência dos Estados Unidos da América e assim a parcela branca do pais decide resolver o caso causando esterilização dos negros do pais. Monteiro Lobato defendia abertamente suas convicções racistas, ramificando esta praga para além, negativamente, outros autores de renome em obras populares como em O Mulato, de Aluisio de Azevedo. Vindo à tona no livro Claro dos Anjos, de Lima Barreto, no inicio do século XX, porém mais como uma crítica ao racismo dentro dos lares, ao retratar o preconceito de uma senhora às pretendentes a esposa de seu filho. Também se ramificando pro lado científico, onde teorias tiveram base ideológica eugenista tentando provar que características físicas dos seres denominados “superiores” seriam mais valorizados que os demais, sendo que não há nenhum resultado conclusivo para tais ideias. Rafael Costa “Branqueamento da população” A eugenia é definido como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. Foi criada na na Inglaterra, prosperou nos EUA e teve seu ponto alto na Alemanha nazista. Com nova roupagem e outros nomes, ela sobrevive até hoje.O tema é bastante controverso, particularmente após ter sido parte fundamental da ideologia de pureza racial nazista, a qual culminou no Holocausto. Existiam que defendiam a eugenia como Hebert Spencer o proletariado não deveria ter o direito de viver, pois ao se reproduzir a evolução do mundo estaria em risco, por isso não era bom “procriar”, para ele as pessoas não “brancas” deveriam morrer de causas naturais, se assim pode se dizer, fome, doenças, condições insalubres, ninguém deveria ajuda-las. Spencer disse: “Os menos aptos tenderiam a desaparecer no contexto da luta natural pela sobrevivência”. Este contexto de eugenia pode ser visto no filme Germinal, de Emile Zola. Francis GALTON criador da eugenia acreditava que poderia acontecer a "limpeza" só aconteceria quando houvesse reprodução por "sangues puros" ou seja, a reprodução seria feita quando “brancos” só tivessem filhos com outros “brancos”, no caso, um branco não poderia ter filho com um(a) negro(a) e sim só com outro da sua mesma “cor”, assim aconteceria o branqueamento da população, neste caso brasileira, para ele se os caucasianos continuassem vindo ao Brasil, por volta de 2012 toda população seria branca. Leandro Bispo. O que é Evolução “A mulher o atraso do mundo” A uma das teorias da evolução que defende que vimos dos “macacos” de uma forma linear, é uma teoria quebrada, se observamos na imagens ilustrativa do evolucionismo é uma evolução linear uma espécie forma a outra, que forma outra e assim sucessivamente. A teoria da superioridade dos sexos foi muito polêmica, inclusive o próprio Darwin queria, embasado na ciência de que o cérebro da mulher é 10% menor do que o do homem, comprovar essa tese. Que afirmava assim que a mulher era menos inteligente do que o homem. Contudo, Clémense Royer, uma cientista, afirmou que o cérebro da mulher é proporcional ao corpo e por isso menor que o do homem. Outras opiniões também se destacam de maneira forte, como por exemplo a do Tito Lívio de Castro que em um de seus livros opinou dizendo que "A mulher é a primeira propriedade, o primeiro animal a serviço do homem por ella começa a seria a soberania de parte do homem para com seus companheiros de vida"os animais"" . Conclusão, para ele, "A mulher é o atraso do mundo". (Sic). Porém a evolução não é linear, segundo Charles Darwin, em suas pesquisas, ocorridas no século XIX, procurou estabelecer um estudo comparativo entre espécies aparentadas que viviam em diferentes regiões. Além disso, ele percebeu a existência de semelhanças entre os animais vivos e em extinção. A partir daí, concluiu que as características biológicas dos seres vivos passam por um processo dinâmico em que fatores de ordem natural seriam responsáveis por modificar os organismos vivos. Ao mesmo tempo, ele levantou a ideia de que os organismos vivos estão em constante concorrência e, a partir dela, somente os seres melhores preparados às condições ambientais impostas poderiam sobreviver. Pôr a evolução é ser linear e sim uma espécie dá origem aa duas outras e a primeira continua viva, e assim sucessivamente. A evolução é uma mudança constante, e isso não é só biologicamente, mas também socialmente. “Evolução não é progresso linear. Evoluir é mudar. Evoluções ocorrem em modelos e ramificações diferentes. Não é só biológica, mas também socialmente condicionado, não é aspecto hierárquico.” Jussimara Lopes. Karine Silva Thainá Pitanga