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VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA:
Implicações Ecossistêmicas e Sociais
de 25 a 29 de outubro de 2016
Goiânia (GO)/UFG
GÊNESE E DINÂMICA CLIMÁTICA NO EXTREMO NORTE DO ESTADO DO
TOCANTINS: UM ESTUDO COM BASE NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE
MARABÁ (PA)
ENEDINA MARIA CAMPOS ROCHA 1
LUCAS BARBOSA E SOUZA 2
RESUMO: Este artigo identificou a gênese e a dinâmica climática atuante sobre
Marabá(PA), dando continuidade e aprofundamento às investigações em desenvolvimento
pelo projeto Análise geográfica da gênese e da dinâmica do clima no Estado do Tocantins:
subsídios para a construção de um atlas climático digital. A técnica utilizada foi a análise
rítmica, sugerida por Monteiro (1971), que possibilita desvendar a participação e a sucessão
dos sistemas atmosféricos atuantes. As identificações foram realizadas por meio da
inspeção visual de imagens de satélite meteorológicos, juntamente com os dados da
Estação Climatológica Marabá(PA), disponíveis no banco de dados do LGA. Os resultados
evidenciam maior participação do sistema equatorial MEA, independente do ano padrão,
seja ele chuvoso, habitual ou seco. As origens das chuvas estão diretamente relacionadas
com os sistemas atmosféricos que tiveram maior atuação no decorrer do ano e quanto à
ocorrência de sistemas polares e frontais em Marabá(PA), observa-se a ausência de
participação destes, sendo característicos da porção sul do estado do Tocantins.
Palavras-chave: Participação, sistemas atmosféricos, clima.
ABSTRACT: This article identified the genesis and active climate dynamics on Maraba
(PA), continuing and deepening the investigations in developing the project geographic
analysis of the genesis and climate dynamics in the Tocantins State: subsidies for the
construction of a digital climate atlas. The technique used was the rhythmic analysis,
suggested by Monteiro (1971), which allows unravel the participation and the succession of
active weather systems. The identifications were made by visual inspection of meteorological
satellite images, together with data from the Climatological Station Maraba (PA) available in
LGA database. Results showed higher participation of Equatorial system MEA, regardless of
the standard year, be it wet, dry or normal. The origins of the rains are directly related to
atmospheric systems had higher performance during the year and for the occurrence of polar
and frontal systems in Maraba (PA), there is the lack of participation of these being
characteristic of the southern state portion Tocantins.
Key words: Participation, weather systems, climate.
1. Introdução
Por meio da consolidação da Escola Brasileira de Climatologia Geográfica, na
década de 1960, embasada na contribuição do Professor Doutor Carlos Augusto de
1
2
Bolsista PIBIC/UFT, [email protected]
Professor Dr, UFT, [email protected]
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Figueiredo Monteiro (MONTEIRO, 1963), as pesquisas em Climatologia Geográfica no Brasil
tiveram avanço significativo.
Ayoade (2002) refere-se ao estudo do clima, como voltado às características da
atmosfera e às suas relações com o espaço geográfico e com a sociedade. Sendo um
estudo que depende de contínuas observações da atmosfera, por um longo período de
tempo, no intuito de desvendar sua dinâmica. Para isso, é importante o tratamento dos
dados inseridos no estudo.
Através técnica de análise rítmica, sugerida por Monteiro (1971), é possível
desvendar a participação e a sucessão dos sistemas atmosféricos atuantes sobre uma dada
porção do espaço e, com isso, torna-se possível distinguir as importantes características do
ritmo climático. Os dados de temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, pluviosidade
e direção dos ventos são relevantes para a verificação do ritmo climático e para a sua
correlação com possíveis impactos dos fenômenos climáticos sobre o espaço geográfico
(ZAVATTINI e BOIN, 2013).
Quanto aos estudos na área da Climatologia Geográfica no estado do Tocantins,
ainda são poucos e recentes, tais como a contribuição de Pinto (2013), tendo seu estudo
voltado para as chuvas no estado do Tocantins: distribuição geográfica e gênese das
variações rítmicas; e Silva (2013), que estudou as variações do ritmo pluvial e a produção
de soja no município de Pedro Afonso – TO.
Através deste trabalho, busca-se identificar a gênese e a dinâmica climática atuante
sobre Marabá (PA), localidade vizinha ao extremo norte do Estado do Tocantins,
contribuindo para a compreensão das principais características genéticas e dinâmicas do
clima do extremo norte do Estado do Tocantins. Busca-se compreender também a resposta
quantitativa dos principais elementos climáticos, procedendo à análise das variações entre
os aspectos da gênese e da dinâmica climática na localidade, considerando a transição para
o Estado do Tocantins, por meio da comparação com conjunto de localidades já estudadas
pelo projeto. Este trabalho prevê a continuidade e o aprofundamento das investigações em
desenvolvimento pelo projeto Análise geográfica da gênese e da dinâmica do clima no
Estado do Tocantins: subsídios para a construção de um atlas climático digital.
2. Material e métodos
Com vistas à caracterização dos aspectos climáticos da porção extremo norte do
Tocantins, foi selecionada a estação de Marabá (PA), que dispõe do conjunto de dados
necessários a esta pesquisa, com ênfase nos anos-padrão já estudados em diferentes
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localidades (2000 [ano chuvoso], 2001 [ano habitual] e 2007 [ano seco]). Desse modo,
buscou-se a inclusão desta estação para a composição um quadro geral do clima
tocantinense, dentro das limitações impostas pela escassa rede de observação disponível
nesta região do país (o que obriga a inclusão de estações localizadas fora dos limites
estaduais, porém em seu entorno imediato).
Figura 1. Localização das estações selecionadas para o projeto, com destaque para a
Estação Climatológica de Marabá (PA)
Seguindo o protocolo aplicado nas demais localidades investigadas pelo projeto
(Porto Nacional, Araguaína, Peixe, Posse, Pedro Afonso, Alto Parnaíba e Conceição do
Araguaia), foram empregados os dados da Estação Climatológica Principal de Marabá (PA),
da rede do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Esses dados, de posse do
Laboratório de Análises Geo-Ambientais (LGA), da Universidade Federal do Tocantins
(Campus de Porto Nacional), referem-se aos elementos climáticos de temperatura do ar,
pressão atmosférica, umidade relativa, precipitação, nebulosidade, direção e velocidade do
vento, disponíveis para os horários-padrões de 9, 15 e 21h. Sua representação foi realizada
com o auxílio da técnica de análise rítmica, seguindo as orientações metodológicas de
Zavattini e Boin (2013), para cada ano-padrão selecionado e com o auxílio da planilha
Microsoft Excel® e do software gráfico Corel Draw®.
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Os sistemas atmosféricos foram identificados por intermédio da inspeção visual de
imagens de satélite meteorológicos da família GOES, disponibilizadas na web pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), disponíveis no banco de dados do LGA,
juntamente com os dados da Estação Climatológica Principal de Marabá (PA).
Depois de desenvolvidas as atividades específicas de investigação sobre o clima de
Marabá (PA), tendo concluído o quadro de estações do projeto, foram identificadas as
principais situações sinóticas observadas ao longo dos anos-padrão no Estado do
Tocantins. Logo, foi feita a seleção de sequências ilustrativas de alguns dias que foram
representados por meio de quadros episódicos para o conjunto localidades, considerandose os eixos sul-norte e leste-oeste, no sentido de demonstrar situações típicas da atmosfera
sobre o estado e por fim, foi elaborado um modelo gráfico anual de análise rítmica,
construído por meio do software Microsoft Power Point®
3. Resultados e discussão
3.1 Identificação da participação dos sistemas atmosféricos e da variação
da gênese pluvial
Por meio da análise rítmica para os anos de 2000 (Chuvoso), 2001 (Habitual) e 2007
(Seco) notaram-se algumas características fundamentais da gênese e da dinâmica climática
sobre a localidades de Marabá (PA). A Tabela 1 contém a síntese dos resultados obtidos
para o ano de 2000 (ano padrão chuvoso sobre o Estado do Tocantins).
Tabela 1. Síntese dos resultados de participação dos sistemas atmosféricos e gênese pluvial em
Marabá no ano 2000 (ano chuvoso)
Marabá - PA
SISTEMAS ATM.
Participação (%)
Gênese pluvial (%)
MEC
5,7
5,4
MTA
20,5
25,2
MEA
73,8
69,4
Total
100
100
Org. Enedina M. C. Rocha, 2015.
Nas identificações da Estação Meteorológica de Marabá (2000), nota-se que o
sistema atmosférico mais atuante no decorrer do ano foi a Massa Equatorial Atlântica (MEA)
com 73,8% de participação, seguida pela Massa Tropical Atlântica (MTA) com 20,5% e a
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Massa Equatorial Continental (MEC) com 5,7%. Pode-se, assim, afirmar que a Massa
Equatorial Atlântica (MEA) foi dominante no ano chuvoso (2000), de modo semelhante ao
verificado na localidade de Araguaína (TO) em plano de trabalho anterior do PIBIC. A
localização ao norte do Tocantins, mais próximo do oceano Atlântico equatorial, facilita a
atuação dessa massa de ar, com ventos vindos do quadrante norte sobre essa região.
Em relação às chuvas geradas neste ano em Marabá, ou seja, a gênese pluvial,
observa-se que de um total de 1733,9 mm de precipitações, 69,4% são decorrentes da
Massa Equatorial Atlântica (MEA), 25,2% da Massa Tropical Atlântica (MTA) e 5,4% da
Massa Equatorial Continental (MEC). Isso reforça o papel da MEA no clima do extremo
norte tocantinense, sendo esta massa também responsável pela maior quantidade de
chuvas ao longo do ano.
Os sistemas atmosféricos dominantes no ano habitual (2001) em Marabá, conforme
a Tabela 2, foram os sistemas atlânticos – a Massa Equatorial Atlântica (MEA), com
participação significativa de 70,1%, tal como no ano anterior, seguida da Massa Tropical
Atlântica (MTA), com 23,3%. Em seguida, percebe-se a Massa Equatorial Continental
(MEC), com 6,6%.
O total pluviométrico em Marabá neste ano foi 1724,7 mm. Deste total, 60,1% foram
gerados pelo sistema MEA, 24,5% pela MEC e 15,4% pela MTA. Quanto à origem das
chuvas neste ano, nota-se que apesar da maior participação da MTA no decorrer do ano,
em comparação com a MEC, houve maiores precipitações decorridas do sistema
continental, em detrimento do sistema atlântico.
Tabela 2. Síntese dos resultados de participação dos sistemas atmosféricos e gênese pluvial
em Marabá no ano 2001 (ano habitual)
Marabá - PA
SISTEMAS ATM.
Participação (%)
Gênese pluvial (%)
MEC
6,6
24,5
MTA
23,3
15,4
MEA
70,1
60,1
Total
100
100
Org. Enedina M. C. Rocha, 2015.
Os sistemas atmosféricos que atuaram em Marabá no ano de 2007, conforme a
Tabela 3, foram os mesmos atuantes nos anos de 2000 e 2001, seguindo a mesma ordem
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de participação. Teve maior atuação a Massa Equatorial Atlântica (MEA) com 69,9%, em
seguida a Massa Tropical Atlântica (MTA), com 22,2% e, por fim, a Massa Equatorial
Continental (MEC), com 7,9%. Mais uma vez, não foram verificados sistemas frontais e
polares, em decorrência da baixa latitude.
O total pluviométrico identificado pela Estação Meteorológica de Marabá, em 2007,
foi de apenas 1315,6 mm de precipitações, contribuindo para a caracterização de um ano
seco na escala regional. Deste total, 67,8% das chuvas foram advindas da Massa Equatorial
Atlântica (MEA), 20,6% da Massa Tropical Atlântica (MTA) e 11,6% da Massa Equatorial
Continental (MEC). Curiosamente, os percentuais de contribuição pluvial não apresentaram
diferenças significativas em relação ao ano chuvoso de 2000, sendo que a menor
pluviosidade neste ano de 2007 pode estar relacionada com sistemas de menor escala
espacial que deixaram de ocorrer no interior dos sistemas atlânticos, como por exemplo, os
complexos convectivos de mesoescala e as linhas de instabilidade, ambos com grande
contribuição pluvial na porção no extremo norte do país e do Tocantins.
Tabela 3. Síntese dos resultados de participação dos sistemas atmosféricos e gênese pluvial em
Marabá no ano 2007 (ano seco)
Marabá - PA
SISTEMAS ATM.
Participação (%)
Gênese pluvial (%)
MEC
7,9
11,6
MTA
22,2
20,6
MEA
69,9
67,8
Total
100
100
Org. Enedina M. C. Rocha, 2015
3.2 Situações sinópticas que se manifestam sobre o estado do Tocantins
➢ Chegada de frentes na porção sul do Tocantins, com situações de frontólise ou
próximo de frontólise, podendo ou não haver invasão de ar polar tropicalizado na
retaguarda. Exemplificado nos anexos 1 e 2 e nos quadros 1 e 2, a seguir.
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Quadro 1: Episódio de 14/11 a 17/11/2000 - Atuação frontal em dissipação na porção sul do
Tocantins
Dias
Estações
14/11/2000
15/11/2000
MEA
MEA
MEA
MEA
Araguaína
MTA
MEA
MEA
MEA
Pedro Afonso
MEA
MTA
FPA-DIS
MTA
Porto Nacional
MEA
FPA-REP
FPA-DIS
MTA
Peixe
MEA
FPA-REP
FPA-DIS
MTA
Posse
MEA
FPA-REP
FPA-DIS
MTA
N Marabá
S
16/11/2000
17/11/2000
Org. Enedina M. C. Rocha e Lucas Barbosa e Souza, 2015.
Quadro2: Episódio de 20/11 a 25/11/2007 - Atuação frontal e invasão de ar polar tropicalizado na
porção sul do Tocantins
Dias
Estações
20/11/2007 22/11/2007 23/11/2007 24/11/2007
N Marabá
S
25/11/2007
MEA
MEA
MEA
MEA
MEA
Araguaína
MEA
MEA
MEA
MTA
MEA
Pedro Afonso
MEA
MEA
MEA
MTA
MTA
Porto Nacional
MTA
MTA
MTA
MPV
MTA
Peixe
MTA
FPA-REP
FPA
MPV
MTA
Posse
MTA
FPA-REP
FPA
MPV
MTA
Org. Enedina M. C. Rocha e Lucas Barbosa e Souza, 2015.
➢ Em ocasiões de avanço frontal e domínio de ar polar sobre o oceano atlântico, em
latitudes da região sudeste ou inferiores, o deslocamento da MTA (ou do anticiclone
correspondente) possibilita a chegada da MEC nas porções a oeste do Tocantins. Já
a face leste continua sob atuação de sistemas atlânticos. Exemplificado no anexo 3 e
quadro 3, a seguir.
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Quadro 3: Episódio de 08/02 a 11/02/2001 - Atuação da Massa Equatorial Continental na porção
oeste do Tocantins
Estações
Dias
E
W
Alto Parnaíba
Pedro Afonso
Conc. do Araguaia
08/02/2001
MEA
MEA
MEA
09/02/2001
MTA
MTA
MTA
10/02/2001
MTA
MEC
MEC
11/02/2001
MTA
MTA
MTA
Org. Enedina M. C. Rocha e Lucas Barbosa e Souza, 2015.
➢ Em situações de amplo domínio de anticiclone do Atlântico Sul há persistente
atuação da MTA na porção Centro-Sul do Tocantins e da MEA na porção CentroNordeste (outono-inverno). Exemplificado no anexo 4 e nos quadros 4a e 4b.
Quadro 4a e 4b: Episódio de 29/06 a 30/06/2007 - Atuação da Massa Tropical Atlântica e
da Massa Equatorial Atlântica no Tocantins
Dias
Estações
29/06/2007 30/06/2007
N
S
Marabá
MTA
MEA
Araguaína
MTA
MTA
Pedro Afonso
MTA
MTA
Porto Nacional
MTA
MTA
Peixe
MTA
MTA
Posse
MTA
MTA
Org. Enedina M. C. Rocha e Lucas Barbosa e Souza, 2015.
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Estações
Dias
E
W
Alto Parnaíba
Pedro Afonso
Conc. do Araguaia
29/06/2007
MTA
MTA
MTA
30/06/2007
MTA
MTA
MTA
Org. Enedina M. C. Rocha e Lucas Barbosa e Souza, 2015.
4. Considerações finais
Através das análises realizadas, nota-se que o sistema atlântico MEA (Massa
Equatorial Atlântica) é dominante em Marabá (PA) independentemente do ano, seja ele
chuvoso, habitual ou seco. Quanto à origem das chuvas nesta localidade, observou-se que
no ano chuvoso (2000) e no ano seco (2007) a gênese pluvial esteve diretamente
relacionada com os sistemas atmosféricos que tiveram maior atuação no decorrer do ano
(especialmente a MEA e MTA). Já no ano habitual (2001), de modo diferente, notou-se que
apesar da maior participação da MTA no decorrer do ano, em comparação com a MEC,
houve maiores precipitações decorridas do sistema continental.
Comparando com o estudo de Araguaína (realizado em 2013) se confirma a
participação dos sistemas MEA, MTA e MEC no extremo norte do Estado do Tocantins,
nessa ordem de atuação/participação. Observa-se também que nesta localidade (Marabá)
não há ocorrência de sistemas frontais e polares, sendo que em Araguaína esses sistemas
atuam muito raramente. Sendo assim, pode-se afirmar que os sistemas frontais e polares
são característicos da porção sul do estado do Tocantins.
Referências
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Brasil, 2002.
MONTEIRO, C. A. F. O Clima da Região Sul. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
E ESTATÍSTICA. Geografia do Brasil – Grande Região Sul, v.IV, t.I, Rio de Janeiro: IBGE,
1963, p117-169.
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e achegas para um programa de trabalho. São Paulo: IG, USP, 1971. (Série Climatologia,1).
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PINTO, P. H. P. As chuvas no estado do Tocantins: distribuição geográfica e gênese das
variações rítmicas. 183 f. 2013. Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade
Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro, 2013.
SILVA, Aion Angelu Ferraz. Variações do ritmo pluvial e a produção de soja no
município de Pedro Afonso – TO. 229 f. 2013. Dissertação (Mestrado em Geografia)
Universidade Federal do Tocantins, Campus de Porto Nacional, Porto Nacional, 2013.
ZAVATTINI, J. A.; BOIN, M. N. Climatologia Geográfica: teoria e prática de pesquisa.
Campinas: Alínea, 2013.
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