ANDREZZA VALÉRIA COSTA E CALDAS PRODUÇÃO E QUALIDADE DE MANGA SOB ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NO VALE DO AÇU MOSSORÓ - RN 2009 ANDREZZA VALÉRIA COSTA E CALDAS PRODUÇÃO E QUALIDADE DE MANGA SOB ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NO VALE DO AÇU Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Ciência do Solo. ORIENTADOR: Prof. Dr. VANDER MENDONÇA MOSSORÓ - RN 2009 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA C145p Caldas, Andrezza Valéria Costa. Produção e qualidade de manga sob adubação nitrogenada e potássica no Vale do Açu / Andrezza Valéria Costa Caldas. -Mossoró, 2009. 79 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Solo: Área de concentração em Química e Fertilidade do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação. Orientador: Profº. Dr. Vander Mendonça. 1. Mangifera indica L. 2. Produção. 3. Nitrogênio. 4. Potássio. I. Título. CDD: 631.4 Bibliotecário: Sale Mário Gaudêncio CRB-15/476 ANDREZZA VALÉRIA COSTA E CALDAS PRODUÇÃO E QUALIDADE DE MANGA SOB ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NO VALE DO AÇU Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Ciência do Solo. APROVADA EM: 09 / 12 / 2009 D. Sc. Vander Mendonça – UFERSA Orientador D. Sc. Miguel Ferreira Neto - UFERSA Conselheiro D. Sc. Railene Hérica Carlos Rocha – UFCG Conselheira Aos meus avôs Paternos e Maternos (in memoriam), mesmo no plano espiritual me deram força e coragem o suficiente para a superação de mais uma etapa da minha vida. Dedico Á minha mãe, Marly, pelo seu exemplo de mulher, sempre com dedicação e amor constante, permitindo-me viver e sonhar, apoiando minhas escolhas. Ao meu pai, João, por estar sempre ao meu lado em mais essa vitória. Aos meus irmãos, Fábio e Marcílio, pelo afeto e amizade. Ofereço AGRADECIMENTOS A Deus, por estar sempre junto a mim mesmo nos momentos em que me distancio dele. Aos meus orientadores, Prof. Dr. Vander Mendonça e Prof. Dr. Miguel Ferreira Neto, pela orientação, compreensão, paciência e confiança. A Profa. Dra. Railene Hérica C. Rocha, pela ajuda nas análises pós-colheita e pela participação na Banca Examinadora. A UFERSA pela oportunidade de adquirir novos conhecimentos científicos. A Fazenda São Francisco e ao Sr. Nuilson, por ter cedido o espaço para a realização do projeto de pesquisa. Ao CNPq, pelo financiamento do projeto. A CAPES, pela concessão da bolsa de estudo. A Profa Cybelle Barbosa, pela ajuda nas análises de laboratório. Aos funcionários do Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de Planta da UFERSA. Aos professores da pós-graduação. Às amigas Grazianny e Luciana pela amizade e pela colaboração durante as horas de intenso trabalho. Aos amigos Rosimeire, Raniere e Ricardo pela amizade e imensa contribuição na realização deste trabalho. Aos amigos Priscilla, Andrea, Mauro, Renato, Ronialison, Glêidson e Poliana pela ajuda na realização do trabalho. As amigas Isabel, Eugênia, Adriana e Damiana pela amizade, descontração e apoio. As minhas sobrinhas, Maria Cecília, Maria Letícia e Mirna, por ter me transmitido alegria e amor nas horas mais precisas. As minhas cunhadas, Karla e Delcileide, pelo amor e carinho. A minha Tia Luzia pela ajuda e palavras de carinho. A minha família pela força. Muito Obrigada! ”Não importa onde você parou... em que momento da vida você cansou... O que importa é que é sempre possível renovar as esperanças na vida, o mais importante é acreditar em você de novo... Sofreu muito neste período? Foi aprendizado... Chorou muito? Foi limpeza de alma... Ficou com raiva das pessoas? Tente melhorar... Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste as portas para os anjos. Acreditou que tudo estava perdido? Era início de tua melhora...” (Autor Desconhecido) RESUMO CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Produção e qualidade de manga sob adubação nitrogenada e potássica no Vale do Açu. 2009. 79f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. Com o objetivo da avaliar o efeito da adubação nitrogenada e potássica na produção e qualidade de frutos da mangueira “Tommy Atkins”, cultivada em pomar comercial no município de Ipanguaçu-RN, foi realizado um experimento com doses crescentes de nitrogênio e potássio. Empregou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com cinco tratamentos (doses de N) e quatro repetições e quatro tratamentos (doses de K) e quatro repetições. Como parcela útil foi utilizada as duas plantas centrais em N e para K as três plantas centrais. Os tratamentos foram constituidos por cinco doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400 g/planta de N) e quatro doses de potássio (0, 50, 100 e 150 g/planta de K). Como fonte de N foi utilizada a uréia e como fonte de K foi utilizado o cloreto de potássio. Foram avaliadas as seguintes características: número de frutos por planta; peso médio de frutos; produtividade; peso de fruto; firmeza de polpa; coloração da casca; coloração da polpa; diâmetro transversal e longitudinal; potencial hidrogeniônico (pH); sólidos solúveis totais (SST); vitamina C e acidez total titulável. Para nutrição de planta foram realizadas as análises de NPK. A adubação nitrogenada influenciou negativamente na produção de frutos da mangueira “Tommy Atkins” e a dose que melhor proporcionou resultado na produção de frutos foi 100 g/planta de N e para qualidade de frutos foi de 200 g/planta de N. Com relação a adubação potássica, a mesma influenciou positivamente no teor de sólidos solúveis totais e na coloração da casca e polpa e a dose que melhor proporcionou resultado para qualidade de frutos foi de 50 g/planta de K. A ordem decrescente de exportação de nutrientes para as folhas da mangueira foi: N>K>P para os frutos da mangueira foi: K>N>P. Palavras-Chave: Mangifera indica L., produção, nitrogênio, potássio ABSTRACT CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Production and quality of mango in nitrogen and potassium in the Vale do Acu. 2009. 79f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. The object of this study was to evaluate the effect of nitrogen and potassium in the production and quality of the Tommy Atkins mango which was grown in a commercial orchard on the outskirts of Ipanguaçu-RN. This experiment was conducted by increasing the levels of nitrogen and potassium. We applied random blocks of threes with five treatments (N rates) and four replication, and four treatments (K levels) and four replications. For purposes of this study, the two central plants were used in N and the three central plants were used for K. The treatments consisted of five nitrogen rates (0, 100, 200, 300 and 400 grams per plant of N) and four potassium levels (0, 50, 100 and 150 grams per plant of K). Urea was used for the N source and Potassium chloride was used for the K source. We evaluated the following characteristics: quantity of fruit per plant, average weight of fruit, yield, weight of each fruit, firmness, skin color, pulp color, diameter crosswise and lengthwise, hydrogen potential (pH), total soluble solids (TSS), vitamin C and total acidity. An Analysis of NPK was carried out to determine plant nutrition. Nitrogen fertilization had a negative effect on the fruit production of the Tommy Atkins mango. The dose that provided the best results in the production of fruit was 100g/plant of N and 200 g/plant of N for fruit quality. Potassium fertilization had a positive influence on the content of soluble solids, skin and flesh color. The dose that yielded the best results for fruit quality was 50g/plant of K. The order of decreasing export of nutrients to the leaves of the mango was: N>K>P for the fruit of the mango tree was K>N>P. Keywords: Mangifera indica L., production, nitrogen, potassium LISTA DE TABELAS CAPÍTULO II TABELA 1 Caracterização química do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos em duas profundidades................................................................ 31 TABELA 2 Resumo da análise de variância para número de frutos, peso médio de frutos e produtividade da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N...................... 33 TABELA 3 Resumo da análise de variância para diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), peso de frutos, firmeza de polpa, vitamina C, acidez total titulável (ATT), sólidos solúveis totais (SST), pH, coloração da casca e coloração da polpa da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N.............. 33 TABELA 4 Quadro de médias para diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), peso de frutos, vitamina C, acidez total titulável (ATT), pH, coloração da casca e coloração da polpa da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N...................................................................................................................... 34 CAPÍTULO III TABELA 1 Caracterização química do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos em duas profundidades................................................................ 49 TABELA 2 Resumo da análise de variância para número de frutos, peso médio de frutos e produtividade da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de K...................... 51 TABELA 3 Resumo da análise de variância para diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), peso de frutos, vitamina C, acidez total titulável (ATT), sólidos solúveis totais (SST), pH, coloração da casca e coloração da polpa da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de K.................................................. 51 TABELA 4 Quadro de médias para número de frutos, peso médio de frutos e produtividade da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de K............................................. 52 TABELA 5 Quadro de médias para diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), peso de frutos, vitamina C, acidez total titulável (ATT) e pH da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de K.................................................................... 52 CAPÍTULO IV TABELA 1 Caracterização química do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos em duas profundidades................................................................ 64 TABELA 2 Teor foliar de NPK para a cultura da mangueira sob doses de N.................... 64 TABELA 3 Teor foliar de NPK para a cultura da mangueira sob doses de K.................... 65 TABELA 4 Resumo da análise de variância para Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N............................................. 66 TABELA 5 Resumo da análise de variância para Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” sob doses de K............................................. 67 LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO II FIGURA 1 Número de frutos por planta da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de N....................................................................................................... 34 FIGURA 2 Peso médio de frutos por planta da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de N....................................................................................................... 35 FIGURA 3 Produtividade de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de N................................................................................................................. 36 FIGURA 4 Firmeza de polpa de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de N....................................................................................................... 37 FIGURA 5 Sólidos solúveis totais (SST) de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de N..................................................................................... 37 CAPÍTULO III FIGURA 1 Sólidos solúveis totais (SST) de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de K..................................................................................... 53 FIGURA 2 Coloração da casca de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de K....................................................................................................... 54 FIGURA 3 Coloração da polpa de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de K....................................................................................................... 55 CAPÍTULO IV FIGURA 1 Teor foliar de fósforo (P) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de N................................................................................................................. 67 FIGURA 2 Teor foliar de potássio (K) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de N................................................................................................................. 68 FIGURA 3 Teor foliar de nitrogênio (N) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de N....................................................................................................... 68 FIGURA 4 Teor foliar de fósforo (P) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de N................................................................................................................. 69 FIGURA 5 Teor foliar de potássio (K) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de N................................................................................................................. 69 FIGURA 6 Teor foliar de nitrogênio (N) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de K....................................................................................................... 70 FIGURA 7 Teor foliar de nitrogênio (N) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de K....................................................................................................... 70 FIGURA 8 Teor foliar de potássio (K) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de K................................................................................................................. 71 FIGURA 9 Teor foliar de potássio (K) na mangiera “Tommy Atkins” em função das doses de K................................................................................................................. 71 FIGURA 10 Teor de NPK em folhas da mangueira “Tommy Atkins” nas diferentes épocas de amostragem em função da doses de N........................................................ 72 FUGURA 11 Teor de NPK em folhas da mangueira “Tommy Atkins” nas diferentes épocas de amostragem em função da doses de K........................................................ 73 FIGURA 12 Teor de NPK em frutos da manguiera “Tommy Atkins” em função de doses de N...................................................................................................................... 74 FIGURA 13 Teor de NPK em frutos da manguiera “Tommy Atkins” em função de doses de K...................................................................................................................... 75 SUMÁRIO CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES GERAIS................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................... 13 2.1 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS.......................................................................................... 13 2.2 FERTILIDADE DO SOLO.............................................................................................. 13 2.3 ASPECTOS NUTRICIONAIS DA MANGUEIRA......................................................... 15 2.4 ADUBAÇÃO NITROGENADA...................................................................................... 16 2.5 ADUBAÇÃO POTÁSSICA............................................................................................. 17 2.6 QUALIDADE DE FRUTOS............................................................................................ 19 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 21 CAPÍTULO II – ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUÇÃO E NA QUALIDADE DE FRUTOS DA MANGUEIRA “TOMMY ATKINS”................................................... 26 RESUMO............................................................................................................................... 26 ABSTRACT........................................................................................................................... 27 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 28 2 MATERIAL MÉTODOS.................................................................................................. 30 3 RESULTADOS E DICUSSÃO......................................................................................... 33 4 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 39 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 40 CAPÍTULO III – PRODUÇÃO E QUALIDADE DE FRUTOS DA MANGUEIRA “TOMMY ATKINS” EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA........................... 44 RESUMO............................................................................................................................... 44 ABSTRACT........................................................................................................................... 45 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 46 2 MATERIAL MÉTODOS.................................................................................................. 48 3 RESULTADOS E DICUSSÃO......................................................................................... 51 4 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 56 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 57 CAPÍTULO IV – CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL DA MANGUEIRA SOB ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA............................................................... 60 RESUMO............................................................................................................................... 60 ABSTRACT........................................................................................................................... 61 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 62 2 MATERIAL MÉTODOS.................................................................................................. 63 3 RESULTADOS E DICUSSÃO......................................................................................... 66 4 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 76 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 77 11 CAPÍTULO I CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 INTRODUÇÃO A mangueira (Mangifera indica L.) é uma frutífera que pertence à família anacardiaceae e a classe Dicotiledônea. É originária do sul da Ásia, do centro Indiano e do subcentro Indo-Malaio (Pinto, 2004). É uma árvore frondosa, de porte médio a grande, com copa simétrica, de forma arredondada baixa a piramidal alta, variando de baixa e densa a ereta e aberta, e com folhas sempre verdes. O sistema radicular é caracterizado por uma raiz pivotante e por raízes de superfície, as quais apresentam ramificações compostas por raízes finas e fibrosas (SANTOS-SEREJO, 2005). A mangueira, embora cultivada em todas as regiões do Brasil, tem maior expressão no Sudeste e Nordeste, que representam por 93% da produção nacional. O que difere entre as duas regiões é a forma de exploração. Na região Sudeste são cultivadas, principalmente, mangueiras regionais, em condições não irrigadas, sendo a safra concentrada em um só período do ano, outubro a janeiro, e os frutos comercializados no mercado interno (SILVA et al, 2004). A região Nordeste destaca-se como a grande produtora de manga tipo exportação, pois nela encontram-se os mais tecnificados sistemas de cultivo, os quais estão localizados os principais pólos de irrigação da zona semi-árida, sendo responsável por 51% da manga produzida no país, sendo que 82% da manga exportada são procedentes apenas do pólo de irrigação de Petrolina-PE – Juazeiro-BA (SOUZA et al., 2002). O Vale do São Francisco responde por 92% das exportações nacionais da fruta. Nesta região, estão plantados 40 mil hectares de manga irrigada, o que corresponde a 83% da área plantada na região semi-árida no Nordeste (ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA, 2007). A produção brasileira de manga tipo exportação é concentrada em cinco estados brasileiros: Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Piauí. Além de contribuir 12 na geração de divisas, a mangicultura nacional ainda desempenha importante papel na geração de emprego e renda. A regularidade de oferta pode ser conseguida por meio da indução floral, que permite colheita durante todo o ano, hoje em uso nas regiões do vale do São Francisco e do vale do Açu. O aumento da quantidade ofertada pode ser obtido com a expansão da área plantada e com ganhos de produtividade (MATOS, 2000). A mangueira é uma planta cultivada em todo mundo, em solos e condições climáticas diversas. Muitas vezes, o desconhecimento do solo e, principalmente, da exigência nutricional da planta, leva à prática de adubação inadequada, que afetará de forma significativa o desenvolvimento e a produtividade da planta. Apesar dos avanços tecnológicos observados na mangicultura, a fertilização natural é feita de forma empírica, em virtude da escassez de informações sobre o manejo nutricional adequado para a planta, havendo necessidade de maiores estudos sobre nutrição e adubação da mangueira (SÃO JOSÉ, 1986). As adubações nitrogenada e potássicas apresentam grande importância para várias frutiferas, uma vez que interferem não só na quantidade produzida, mas também na qualidade do fruto. O nitrogênio e o potássio são os nutrientes que têm apresentado maiores respostas em termos de qualidade dos frutos. Altas doses de nitrogênio reduzem o teor de sólidos solúveis do suco de frutas. Entretanto, doses mais elevadas de potássio têm aumentado esse teor na maioria das plantas estudadas, indicando que o balanço de nitrogênio e de potássio é extremamente importante para a qualidade dos frutos (ARAÚJO, 2001). O presente trabalho teve como testar doses crescentes de nitrogênio e potássio na produção e qualidade da mangueira “Tommy Atkins” no município de Ipanguaçu-RN. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS A mangueira é bem adaptada a regiões com estações secas e chuvas bem definidas. Vegeta e produz numa faixa de 0 a 48°C. Todavia, a temperatura ótima para o crescimento e desenvolvimento situa-se entre os níveis de 24 a 26°C, pois tanto as temperaturas elevadas como as muito baixas prejudicam o crescimento, desenvolvimento e produção, afetando a qualidade dos frutos. Temperaturas muito baixas podem causar a morte de plantas jovens, folhas e frutos pequenos. A exigência mínima da mangueira em termos de precipitação é de 1.000 mm/ano, sendo cultivada entretanto em regiões que apresentam de 500 a 2.500 mm/ano.A umidade relativa do ar ideal para o cultivo da manga é menos de 60% (CUNHA, 2000). A floração da mangueira é um fenômeno complexo que se estende por um período de 18 a 28 dias, embora a iniciação floral dure de 2 a 3 meses. O processo de florescimento pode ser adiado ou atrasado com o uso de reguladores de crescimento, como por exemplo o Paclobutrazol (PBZ) que tem função a inibição da biossíntese das giberalinas. A panícula desenvolve-se em um período de 35 a 42 dias; as primeiras flores só se abrem depois de 21 dias de iniciada a inflorescência. As flores abrem durante a noite, nas mangueiras poliembriônicas, e durante a noite e nas primeiras horas da manhã, nas monoembriônicas (CASTRO NETO et al., 2000). 2.2 FERTILIDADE DO SOLO O manejo da fertilidade do solo na implantação da cultura da mangueira deve ser bastante criterioso, levando em consideração a quantidade e a fonte, a época e a forma de aplicação dos nutrientes. No estádio inicial de implantação do pomar, devem ser programados dois tipos de manejo: correção de acidez e adubação em pré-plantio a adubação 14 de cova e pós-plantio. Na primeira etapa, com base nos resultados de análise de solo e nas tabelas de recomendação, os adubos e corretivos necessários à correção da fertilidade do solo devem ser aplicados com antecedência ao plantio, de forma bem homogênea, com a incorporação a mais profunda possível (ANDRADE et al., 2001). Segundo MAGALHÃES et al. (2000), a mangueira é uma planta cultivada em todo o mundo, em solos e condições climáticas diversas. Muitas vezes, o desconhecimento do solo e, principalmente, da exigência nutricional da planta, leva à prática de adubação inadequada, que afetará de forma significativa o desenvolvimento e a produtividade da planta. A manguira é capaz de extrair os nutrientes dos mais variados tipos de solo, devido ao grande desenvolvimento do seu sistema radicular. A mesma desenvolve-se melhor em solos profundos (> 2 m), bem drenados e sem problemas de salinidade. Solos sujeitos a encharcamento não são recomendados, pois podem favorecer o aparecimento de podridão das raízes. O lençol freático deve estar abaixo de 3 m. Os solos mais recomendados são os arenoargilosos, ricos em matéria orgânica, profundos e planos. A mangueira cresce e produz relativamente bem em solos com grande amplitude de pH, desde ácidos até alcalinos, principalmente as variedades rústicas poliembriônicas. Contudo, as variedades melhoradas, apesar de também vegetarem bem em solos ácidos, requerem disponibilidade elevada de cálcio para aumentar a produção e, principalmente, para melhorar a qualidade dos frutos. A mangueira é uma espécie sensível ao excesso de sais no solo (SILVA, 2008). No Vale do São Francisco, no Pólo Petrolina/Juazeiro, a manga é cultivada em diferentes tipos de solos, sendo mais freqüentes nas classes dos Vertissolos, Argissolos, Latossolos e Neossolos Quartzarênicos. Os solos com impedimento físicos tais como compactação, comuns na região do Vale do São Francisco, devem ser trabalhados na época de implantação do pomar, pois influenciam na distribuição e absorção de água e dos nutrientes (SILVA et al., 2004). 15 2.3 ASPESCTOS NUTRICIONAIS DA MANGUEIRA A mangueira é uma planta que absorve os nutrientes na seguinte ordem decrescente: N > K > P > Mg > Mn > S > Zn > Cu. Quanto à marcha de absorção, estudos realizados com N, P, K e Ca mostraram que, nos períodos anteriores à floração, os teores de N, P e K foram máximos, havendo em seguida uma redução nesses teores. Os valores mais baixos foram encontrados na fase de formação dos frutos. O inverso ocorreu com o cálcio. Assim, os períodos de floração e início da formação dos frutos são mais críticos dentro do ciclo de produção. Podem-se considerar duas fases distintas: uma, de acúmulo de nutrientes, iniciada após a colheita até o início da floração, e outra, de diminuição dos níveis, durante a formação dos frutos. Nessa fase, a maior absorção ocorre 52 dias após o aparecimento dos frutos (MAGALHÃES et al., 2000). Para estabelecer as necessidades nutricionais de uma planta, é necessário o conhecimento da composição mineral dos órgãos componentes. Nos frutos, encontra se a maior proporção dos nutrientes necessários à planta, estimando-se sua participação em um terço ou mais do requerimento total. De acordo com a composição mineral dos frutos de algumas variedades de manga, os elementos nitrogênio e potássio são os extraídos em maior quantidade pela colheita, seguidos pelo cálcio, magnésio, fósforo e enxofre. Os micronutrientes são exportados na seqüência Mn > Cu > Fe > Zn > B (SILVA, 2008). Entre os macronutrientes, o nitrogênio e o potássio possuem papel fundamental para a nutrição das plantas; nitrogênio, por ser constituinte essencial das proteínas e interferir diretamente no processo fotossintético, pela sua participação na molécula de clorofila, e o potássio, por ser o cátion em maior concentração nas plantas, sendo um nutriente com relevantes funções fisiológicas e metabólicas como ativação de enzimas, fotossíntese, translocação de assimilados e também absorção de nitrogênio e síntese protéica, tornando-se, portanto, limitante em sistema de utilização intensiva de solo (ANDRADE et al., 2000). As concentrações dos nutrientes sofrem alterações acentuadas com a idade dos tecidos. De um modo geral, os elementos com grande mobilidade no floema (N, P, K e Mg) têm tendência definida de decréscimos com a idade das folhas, enquanto o inverso ocorre com aqueles com pouca mobilidade (Ca, S e B). O nitrogênio pode sofrer variações temporárias em função da adubação (SILVA et al, 2004). 16 2.4 ADUBAÇÃO NITROGENADA A adubação nitrogenada leva em conta o fornecimento pelo solo; a exigência da cultura que é proporcional à colheita potencial esperada; o período ou períodos de mais necessidade; o processo de contato entre o elemento e a raiz; as características do adubo nitrogenado e suas transformações no solo (MALAVOLTA, 2006). Acredita-se que, aumentando o número de parcelamento da adubação nitrogenada, há maior eficiência do uso de N e redução de perdas, principalmente por lixiviação. Entretanto, existem evidências de que o processo de nitrificação em solos tropicais não é tão rápido, aumentando, com isso, o tempo do N na forma amoniacal, com a redução das perdas por lixiviação de nitrato (COELHO, 1994). Dessa maneira, a aplicação do N pode ser efetuada na época de sua maior necessidade pela planta. De acordo com SILVA (1998), o nitrogênio é o principal nutriente que estimula crescimento vegetativo e produção de biomassa. STROHLEIN e OEBKER (1979) relatam que doses maiores que 280 kg ha-1 são consideradas altas, mesmo quando aplicadas parceladamente, pois favorece produção excessiva de folhagem, prolongando o ciclo vegetativo da planta. A presença de nitrogênio normalmente aumenta a absorção de potássio, resultando em aumento de produção, aumento de teor de proteínas e de aminoácidos solúveis. NLEYA (1992) encontrou interação positiva do nitrogênio e potássio quando utilizou a aplicação de fósforo. A absorção de nutriente pela planta há uma seletiva preferência do potássio em relação ao nitrogênio (HELLER, 1991). O nitrogênio absorvido pelas raízes é transportado para a parte aérea da planta através dos vasos do xilema (MARSCHNER, 1998). O nitrogênio na planta é inicialmente reduzido à forma amoniacal e combinado nas cadeias orgânicas, formando ácido glutâmico, este por sua vez, incluído em mais de uma centena de diferentes aminoácidos, desses cerca de vinte são usados na formação de proteínas. Estas participam como enzimas, nos processos metabólicos das plantas, tendo assim uma função mais funcional do que estrutural, além disso, o nitrogênio participa da composição da molécula de clorofila (RAIJ, 1991). 17 As formas de absorção de N pelas plantas são a amônia (NH4+) e o nitrato (NO3-). Compostos nitrogenados simples, como uréia e alguns aminoácidos, também podem ser absorvidos, mas são poucos encontrados na forma livre no solo. Embora o teor de nitrogênio total do solo seja relativamente elevado, somente uma porção muito reduzida deste total se acha na forma inorgânica e, portanto, disponível para as plantas (MARSCHNER, 1998; LOPES, 1989). De acordo com MALAVOLTA, 1980, a maior parte do nitrogênio orgânico no solo, aparentemente parece estar ligada à lignina (que é um derivado de carboidrato) como um complexo ligno-protéico. Este mesmo autor acrescenta que nos solos brasileiros o nitrogênio, na sua maior parte, encontra-se em forma orgânica e à fração mineral (nitratos e NH4+) corresponde apenas a uma pequena parte. RAIJ (1991), afirma que o nitrogênio inorgânico do solo existente em cada instante, é resultado da decomposição da matéria orgânica. O adubo nitrogenado que mais sofre com a volatilização é a uréia. A mesma quando aplicada ao solo é transformado pela urease (enzima presente no solo) em carbonato de amônia, que provoca a elevação do pH ao redor do granulo, podendo haver perda de NH3+ por volatilização quando este adubo é aplicado superficialmente. A uréia apresenta 45% de nitrogênio solúvel em água; absorve com facilidade a umidade do ar, razão pelo qual seus grânulos são revestidos com material protetor para diminuir a hidroscopicidade. No solo, o nitrogênio da uréia transforma-se em amônia (NH3+) gasosa e nitrato (NO3-). Mangueiras adequadamente nutridas com N poderão emitir regularmente brotações que, ao atingirem a maturidade, resultariam em panículas responsáveis pela frutificação (SILVA, 1997). Em casos de deficiência avançada ocorrem: pequeno desenvolvimento das folhas, perda de clorofila e amarelecimento generalizado das mesmas (CHILDERS, 1966). 2.5 ADUBAÇÃO POTÁSSICA O potássio exerce nas plantas, uma serie de funções, relacionadas papel no armazenamento de energia. Entre as várias funções cita-se: melhor eficiência do uso da água, devido ao controle da abertura e fechamento dos estômatos; maior translocação de 18 carboidratos produzidos nas folhas para o restante da planta; maior eficiência enzimática, além da melhoria da qualidade comercial da planta (MALAVOLTA, 1997). O potássio desempenha muitas funções na bioquímica e fisiologia da planta, destacando-se sua participação nos processos de fotossíntese, transporte e armazenamento de assimilados. É requerido em grande quantidade pelas culturas, sendo o cátion mais abundante nos vegetais (MARSCHNER, 1995). Segundo FAQUIM (1994), o requerimento de potássio para o ótimo desenvolvimento das plantas é de aproximadamente 20 a 50 g kg-1 de massa seca, variando conforme a espécie, a época e o órgão analisado. A melhor época de aplicação de K e o número de parcelamentos vão depender da dose a ser aplicada e da demanda da cultura. Segundo AVILÁN (1971), a absorção de K é maior antes do florescimento. JANSE VAN VUUREN e STASSEN (1997) verificaram maior quantidade de K nos frutos; assim, esse elemento deve ser aplicado no início da produção dos frutos, devido à exigência dos mesmos nessa fase. Quando o solo apresenta um elevado teor de potássio, sua assimilação pela planta pode ser quatro vezes maior que a absorção de fósforo, e igual ou maior que a absorção de nitrogênio. Se este nutriente estiver em grande quantidade disponível no solo, as plantas têm tendência em absorvê-lo em excesso, além de suas necessidades, o que é definido como consumo de luxo (PADILHA, 1998). Sintomas de deficiência de potássio são mostrados pelas folhas mais velhas, com pontuações de cor amarelada, irregularmente distribuídas. As folhas ficam menores e mais finas que as normais. Com a carência mais acentuada, as pontuações coalescem e a folha se tornam necrosada ao longo das margens. A queda das folhas ocorre somente quando estão completamente mortas (CHIDERS, 1966; KOO, 1968; SIMÃO, 1971). No entanto, o excesso desse nutriente pode causar desbalanço nos níveis de Ca e Mg, causando, ainda, queima nas margens e ápice das folhas velhas. O cloreto de potássio (KCl) tem sido fonte de potássio mais utilizada na produção de hortaliças, principalmente, devido ao seu baixo custo. Em algumas hortaliças têm sido verificados problemas com excesso de cloro, afetando, na maioria das vezes, a qualidade do produto colhido. Neste sentido, Panique et al. (1997), num estudo comparativo de fontes de potássio, verificaram que o cloreto de potássio diminuiu o conteúdo conteúdo de amido e o peso específico, aumentou o teor de água, reduziu o período de armazenamento e a qualidade dos tubérculos de batata para fritura (ZEHLER et al., 1986). 19 Uma das funções do potássio na planta é intensificar o armazenamento de solutos do floema em órgãos como sementes, tubérculos e frutos, tendo sido demonstrado que a velocidade de transporte aumenta com um alto suprimento de potássio (POTASH AND PHOSPHATE INSTITUTE OF CANADA, 1990). 2.6 QUALIDADE DE FRUTOS A mangueira (Mangifera indica L.) é um fruto climatérico que quando exposto à aplicação exógena de etileno sofre um incremento em sua atividade respiratória e na biossíntese desse hormônio. O nitrogênio e o potássio são os nutrientes mais exigidos e devem ser aplicados de forma e quantidade adequadas e na época correta. Tem sido dito que o nitrogênio é o nutriente mais importante para aumentar as produções das plantas, porém o potássio apresenta maior relevância em estabilizá-la, além de exercer efeito na qualidade (POTASH AND PHOSPHATE INSTITUTE OF CANADA, 1990). Os atributos de cor, aroma, sabor, forma, textura e aparência são considerasos essenciais para a qualidade da manga (ALVES et al., 2002) O nitrogênio é o nutriente que mais afeta o crescimento da área foliar e a taxa e fotossíntese das culturas. Relações lineares têm sido demonstradas entre o teor de nitrogênio na cobertura vegetal e o índice de área foliar nos estádios iniciais de desenvolvimento de várias espécies (PONS e WESTBEEK, 2004). Na cultura da manga, o peso, coloração da polpa e da casca e sabor são características que determinam a qualidade do fruto. O potássio é considerado o nutriente da qualidade, devido aos seus importantes efeitos nos produtos, pois ele afeta atributos como a cor, tamanho, acidez, resistência ao transporte, manuseio, armazenamento, valor nutritivo e qualidades industriais (RAIJ, 1991). Segundo PANTÁSTICO et al., 1979, a qualidade final do produto está relacionada, direta e indiretamente, com numerosos fatores intrínsecos e extrínsecos, que atuam sobre todas as fases de crescimento e desenvolvimento do vegetal. As características de qualidade do fruto representam o somatório das influências destes fatores, ao longo do processo produtivo. Entre os vários fatores, a nutrição potássica destaca-se pelo fato de que o potássio é 20 o nutriente descrito na literatura como o “elemento da qualidade”, pois afeta atributos como cor, tamanho, acidez, resistência ao transporte, manuseio, armazenamento, valor nutritivo e qualidades industriais (RAIJ, 1990). 21 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. 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Campinas: Fundação Cargill, 1986. 111 p. 26 CAPÍTULO II ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUÇÃO E NA QUALIDADE DE FRUTOS DA MANGUEIRA “TOMMY ATKINS” RESUMO CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Adubação nitrogenada na produção e na qualidade de frutos de mangueira “Tommy Atkins”. 2009. 18f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do nitrogênio na produção e qualidade de frutos da mangueira “Tommy Atkins”. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com cinco tratamentos (doses de N) e quatro repetições, com parcela útil composta das duas plantas centrais. Os tratamentos consistiram da aplicação de cinco doses de N (0, 100, 200, 300 e 400 g/planta de N), utilizando como fonte de nitrogênio a uréia. Para análises de produção foram avaliadas as seguintes características: número de frutos por planta; peso médio de frutos e produtividade. Após a colheita, os frutos foram conduzidos para o laboratório de Agricultura Irrigada da UFERSA para a realização das seguintes análises de qualidade: peso de fruto; firmeza de polpa; coloração da casca; coloração da polpa; diâmetro transversal e longitudinal; pH); sólidos solúveis totais (SST); vitamina C e acidez total titulável. A adubação nitrogenada influenciou negativamente na produção de frutos da mangueira “Tommy Atkins” e a dose que melhor proporcionou resultado na produção de frutos foi 100 g/planta de N e para qualidade de frutos foi de 200 g/planta de N. Palavras-Chave: Mangifera indica L., fruticultura irrigada, nitrogênio, produção 27 ABSTRACT CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Nitrogen fertilization on yield and fruit quality of mango “Tommy Atkins”. 2009. 18f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido Semi Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. The objec objectt of this study was to evaluate the effect of nitrogen on the production and quality of the Tammy Atkins mango. This experiment was conducted in random blocks with 5 treatments (N rates) and four replications, with the two central plants being used as the main part of this experiment. The treatments consisted of five N rates (0, 100, 200, 300, and 400 g/plant of N), with urea being used as the source of nitrogen. For production analysis, we evaluated the following characteristics: number of fruits per pplant, lant, fruit weight and productivity. After harvesting, the mangos were taken to the Irrigated Agriculture laboratory of UFERSA to perform the following quality tests: fruit weight, firmness, skin color, pulp color, crosswise and lengthwise diameter, pH, solids (TSS), vitamin C and total acidity. Nitrogen fertilization had a negative effect on the production of the Tommy Atkins mango. The dose that provided the best results in production was 100 g/plant of N and for fruit quality was 200 g/plant of N. Keywords eywords: Mangifera indica L., irrigated fruit trees, nitrogen, production. 28 1 INTRODUÇÃO O Brasil é o oitavo maior produtor mundial de manga, produzindo mais de 1,5 milhão t/ano, sendo o Vale do São Francisco a principal região produtora, respondendo por cerca de metade desta produção (PINTO, 2008). A adubação é uma prática extremamente importante para qualquer frutífera explorada comercialmente. Com uma adubação adequada e bem equilibrada, o produtor se beneficiará da qualidade dos frutos obtidos, do estado fitossanitário e do vigor das plantas, bem como da produtividade de seu pomar (ABREU et al. 2005). A adubação de pomares em produção deve considerar a produtividade do talhão e os resultados de análise de solo. (SILVA et al., 2002). O nitrogênio é o nutriente, cuja resposta em produção é mais acentuada, porém, de manejo muito difícil na cultura da mangueira. Essa planta quando adulta tem taxa de crescimento inversamente proporcional à produtividade, ou seja, árvores que vegetam excessivamente crescem em demasia, normalmente têm maior dificuldade na diferenciação floral, produzem muitas folhas e poucos frutos. Esses fatores comprometem a safra seguinte, criando-se um ciclo vicioso difícil de ser rompido, o qual é mais grave em pomares adubados com excesso de nitrogênio (SILVA et al., 2002). A adubação nitrogenada leva em conta o fornecimento pelo solo; a exigência da cultura que é proporcional à colheita potencial esperada; o período ou períodos de mais necessidade; o processo de contato entre o elemento e a raiz; as características do adubo nitrogenado e suas transformações no solo (MALAVOLTA, 2006). Na fase de crescimento, a dose de N deve ser parcelada em cinco aplicações ao ano em solos argilosos e em dez aplicações ao ano em solos arenosos, iniciando com 10 g de N/planta aos 60 dias após o plantio e depois aumentando até 500 g de N/planta, no final de crescimento (3 meses). Na fase de produção, o N deve ser parcelado em aplicações mensais, do início da floração até os frutos atingirem 2 cm de diâmetro (MATOS, 2000). A adubação é fator importante na produção e qualidade dos frutos, pois existem poucas pesquisas com relação à adubação, principalmente na cultura da manga para auxiliar em sua recomendação. Com isso é de extrema urgência que se façam pesquisas, notadamente para cultura da mangueira, para que se tenha um respaldo científico podendo assim, ser repassadas 29 aos fruticultores informações concretas sobre as necessidades de exportação de nutrientes exportados pela cultura. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do nitrogênio na produção e qualidade de frutos da mangueira “Tommy Atkins” no município de Ipanguaçu-RN. 30 2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado e conduzido em pomar comercial pertencente à Fazenda São Francisco, localizada no município de Ipanguaçu-RN no período de junho/2008 a março/2009. Durante a condução do experimento não houve ocorrência de chuvas. Segundo a classificação climática de Köppen, o clima na região é do tipo BSwh', ou seja, quente e seco, tipo estepe, com estação chuvosa no verão atrasando-se para o outono. A precipitação anual está em torno de 450 a 600 mm, sendo os meses de fevereiro a maio o quadrimestre mais úmido e de agosto a novembro o quadrimestre mais seco (CARMO FILHO et al., 1989). O solo da área experimental foi caracterizado como um Neossolo Flúvico (EMBRAPA, 1999). Foram coletadas separadamente 5 amostras simples de solo nas camadas de 0–20 e 20–40 cm, a fim de formar amostras compostas, que foram analisadas para fins de caracterização da fertilidade do solo. As coletas de solo foram realizadas na projeção da copa da planta. As amostras de solo foram levadas para o Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de Planta da UFERSA (LASAP) para serem realizadas as seguintes análises de fertilidade do solo: pH; Condutividade elétrica (CE); Matéria orgânica; Fósforo (P); Potássio (K+); Cálcio (Ca2+); Magnésio (Mg2+) e Acidez potencial (H+Al). As análises foram determinadas segundo os métodos da EMBRAPA, 1999, cujos resultados podem ser observados na Tabela 1. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com cinco tratamentos (doses de N) e quatro repetições. Cada parcela experimental foi composta por cinco plantas, sendo utilizadas como parcela útil as duas plantas centrais. A parcela foi isolada, uma das outras, através de uma linha de plantio paralela nos dois lados da mesma. Foram testadas cinco doses de nitrogênio: 0, 100, 200, 300 e 400 g/planta. Parceladas em 2 vezes: 50% aplicado após a colheita e 50% na floração conforme recomendações de GENÚ e PINTO (2002). Como fonte de N foi utilizada a uréia (45% de N). Para as demais adubações de produção foram utilizados os seguintes adubos: primeira aplicação (pós-poda) – 100 g de sulfato de zinco, 50 g de ácido bórico, 50 g de sulfato de manganês, 100 g de sulfato de magnésio e 500 g de cloreto de potássio; segunda aplicação 31 (floração) - 100 g de sulfato de zinco, 50 g de ácido bórico, 200 g de sulfato de amônia, 5 kg de gesso agrícola e 200 g de cloreto de potássio. O pomar apresentava-se com idade de 9 anos, plantadas no espaçamento de 10 x 10 m. As plantas apresentavam ótimo estado fitossanitário. Os tratos culturais fornecidos às plantas seguiram as recomendações de GENÚ e PINTO (2002). Antes da aplicação dos tratamentos as plantas receberão poda de frutificação. Utilizou-se o sistema de irrigação por microasperção com um aspesor por planta. Tabela 1: Caracterização química do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos em duas profundidades. Profundidade P K+ Ca2+ Mg2+ CE MO (cm) 0-20 pH (água) 6,96 (dS/m) 0,34 (%) 2,08 -----mg/dm-3----19,56 363,87 -----------cmolc/dm-3--------10,10 7,14 2,15 20-40 6,96 0,23 1,29 16,46 9,23 304,14 7,56 (H+Al) 1,37 LASAP, 2009 Os frutos foram colhidos no estádio de “vez”, ou seja, em perfeito estado de desenvolvimento, com isso os frutos chegaram ao mercado consumidor em bom estado de conservação e maturação. Os frutos colhidos apresentavam coloração de casca e polpa, segundo escala 2. Os frutos foram colhidos das duas plantas centrais da parcela útil do experimento, onde as plantas foram escolhidas aleatoriamente dentro da parcela experimental. Os frutos colhidos foram acondicionados em caixas foradas com jornal e mantidos sob a sombra das árvores até serem transportados para o galpão. Para análise de produção foram avaliadas as seguintes características: número de frutos por planta: obtido pela contagem dos frutos das plantas da parcela útil; peso médio de frutos: obtido pela divisão do peso total de frutos da parcela útil pelo número de frutos por planta; produtividade: obtidas pela multiplicação da produção por planta pelo número de plantas por hectare (1 hectare). Após a colheita foram selecionados três frutos de cada planta colhida, totalizando um total de seis frutos. Os mesmos foram conduzidos para o laboratório de Agricultura Irrigada da UFERSA para serem realizadas as seguintes análises de qualidade de frutos: peso de frutos: obtido pelo peso individual dos frutos selecionados; firmeza de polpa: determinada com o auxílio de penetrômetro, com ponteira de 8 mm realizada em dois pontos da região mediana do fruto; coloração da casca: os frutos foram espalhados sobre uma bancada em 32 seguida dois observadores foram dando notas seguindo uma escala de notas com variação de 1 a 5; coloração da polpa: os frutos foram cortados espalhados sobre uma bancada em seguida dois observadores foram dando notas seguindo uma escala de notas com variação de 1 a 5; diâmetro transversal e longitudinal: foram feitas com auxílio de um paquímetro de precisão 0,01mm; pH: foi determinado pela leitura direta da amostra do suco em pH-metro digital; sólidos solúveis totais: foi determinado utilizando um refratômetro digital de bancada com escala de 0 a 90ºBrix, na qual foi transferido três gotas da amostra homogeneizada, sobre o prisma, e em seguida realizou-se a leitura diretamente no aparelho; vitamina C: utlizou-se 10 g da amostra do suco completando-se o volume para 100 mL em balão volumétrico com ácido oxálico 0,5%. Posteriormente, em duplicata, retirou-se 5 mL da amostra e colocou em erlenmeyer de 125 mL, completando o volume para 59 mL com água destilada titulando com solução de Tillman, até o ponte de viragem levemente róseo permanente; acidez total titulável: foi quantificada pela titulação com NaOH 0,1 N padronizado. Foi utilizado 5 mL da amostra diluídas em 100 mL de água destilada em um erlenmeyer. A titulação foi realizada em presença do indicador fenolftaleína. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias dos dados submetidas à análise de regressão. As análises de variância e de regressão foram feitas com o auxílio do programa estatístico Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). 33 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A adubação nitrogenada promoveu efeito significativo (p<0,05) para as características: número de frutos, peso médio de frutos e produtividade (Tabela 2), firmeza de polpa e sólidos solúveis totais (Tabela 3); enquanto para diâmetro transversal e longitudinal, peso de fruto, vitamina C, acidez total titulável, pH, coloração da casca e da polpa não foi verificado efeito significativo da adubação nitrogenada (Tabela 4). Tabela 2: Resumo da análise de variância para número de frutos, peso médio de frutos e produtividade da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N. Quadrado Médio FV Nitrogênio Resíduo CV GL N° de frutos Peso médio Produtividade 4 12 39038,175* 4022,475 0,009911* 0,001995 41907289,825* 9842996,325 - 23,51 10,69 28,58 ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. Tabela 3: Resumo da análise de variância para diâmetro longitudinal (DL); diâmetro transversal (DT); peso de frutos; firmeza de polpa; vitamina C; acidez total titulável (ATT); sólidos solúveis totais (SST); pH; coloração da casca e coloração da polpa da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N. Quadrado médio FV GL DL DT Peso Firmeza Vit.C ATT SST pH Cor Cor casca polpa 0,520ns 4,11ns 520,22ns 521,67* 14,67ns 0,0016ns 1,86* 0,031ns 0,0807ns 0,485ns Nitrogênio 4 Resíduo 12 4,25 4,37 445,23 80,85 11,33 0,0016 0,39 0,014 0,081 0,327 CV(%) - 1,85 2,15 4,86 13,07 18,13 4,06 5,56 3,58 10,57 15,65 ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. De acordo com a tabela 4 observa-se que não houve diferença entre as médias obtidas para as características: diâmetro longitudinal e transversal, peso de fruto, vitamina C, acidez total titulável, pH, cor da casca e cor da polpa. 34 Tabela 4: Quadro de médias para diâmetro longitudinal (DL); diâmetro transversal (DT); peso de fruto; vitamina C; acidez total titulável (ATT); pH; coloração da casca e coloração da polpa da mangueira “ Tommy Atkins” sob doses de N. Doses DL DT Peso Cor_casca Cor_polpa Vit C ATT pH 0 111,32 97,63 421,26 2,54 3,16 19,79 0,955 3,28 100 111,59 97,29 439,11 2,91 3,54 16,66 1,00 3,49 200 111,63 97,91 450,34 2,75 4,08 17,40 1,00 3,47 300 111,27 97,69 434,91 2,70 3,87 17,68 1,00 3,44 400 110,73 95,42 425,96 2,62 3,62 21,29 1,00 3,38 De acordo com a figura 1 é verificada uma resposta polinomial quadrática para número de frutos por planta, onde seu máximo valor estimado foi de 354,46 unid/planta com adubação nitrogenada de produção estimada de 182,09 g/planta de N. A partir destas dosagens houve um efeito contrário, caracterizado como “super dosagem”. SERGENT et al. (2005) avaliando durante quatro anos doses de N e K em mangueiras variedade Haden, cultivadas na Venezuela, oobservaram bservaram que não ocorreu aumento significativo no rendimento de frutos, porém, houve tendência benéfica, com a aplicação dos macronutrientes. A relação funcional entre o K e o número de frutos, para os diferentes níveis de N, indica que se obtêm maiores quantidades uantidades de frutos com as maiores doses de N e K. Figura 1: Número de frutos por planta da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. 35 A resposta para peso médio de frutos com o aumento das doses de nitrogênio foi polinomial quadrática, com valor máximo estimado de 0,360 kg com dose máxima estimada de 170,5 g/planta de N. Observa Observa-se se uma tendência crescente no peso médio de frutos da mangu mangueira eira “Tommy Atkins” (Figura 2). Figura 2: Peso médio de frutos por planta da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. De acordo com a figura 3, observou-se observou se um comportamento polinomial quadrático para produtividade à medida que foi aumentando as doses de nitrogênio, alcançando seu máximo valor estimado de 14140 kg/ha-1 com dose máxima estimada de 174,59 g/planta de N. Em ciclos anteriores no mesmo pomar foi obtida uma produtividade 15 kg/ha-1 com dose máxima de 100 g/planta de N. VEGA EGA e MOLINA (1999) avaliaram durante três anos o efeito de doses crescentes de N na mangueira variedade Tommy Atkins. As doses utilizadas foram 0, 20, 40, 60 e 80 kg de N/ha/ano. Os autores constataram que a dose de 66 kg de N/ha produziu um melhor rendim rendimento ento comercial de frutos. BORGES et al. (2003) testaram cinco doses de N e K em maracujá e concluíram que doses crescentes de N influenciaram negativamente no número de frutos para consumo in natura e o K influenciou negativamente na produtividade. 36 Figura 3: Produtividade de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. COSTA et al. (2002) em trabalhos com pinha verificaram , que doses crescentes de N favoreceram o número de frutos e a produtividade das plantas. CRISÓSTOMO et al. (2004) observaram que houve efeito significativo das doses de N (0, 51, 102 e 153 kg/ha/ano-1) na produtividade de castanha em cajueiro-anão cajueiro anão precoce, com o máximo rendimento de 1753 kg/ha quando foi aplicada a dose de 55,83 kg/ha/ano-1. MORALES e RIVAS (2004), avaliando doses e formas de parcelamento de adubação N, P e K em mangueiras variedade Haden, concluíram que as doses de 13,043 g de uréia + 869,5 g fosfato monoamônico + 500 g cloreto de potássio/planta, aplicadas de forma parcelad parcelada: a: 50% antes da floração + 50% a cada seis meses, aumentaram o rendimento de frutos por plantas. O nitrogênio é um dos nutrientes mais importantes para a mangueira e exerce um importante papel na produção e na qualidade dos frutos. Mangueiras adequadamente nutridas com N poderão emitir regularmente brotações que, ao atingirem a maturidade, resultariam em panículas responsáveis pela frutificação (SILVA, 1997). Ocorreu um aumento na firmeza de polpa da mangueira “Tommy Atkins” com o aumento das doses de nitro nitrogênio gênio aplicado em cobertura. Com dose máxima de 289,12 g/planta de N a firmeza alcançou valor máximo estimado de 80,61 N (Figura 4). BRUNETTO et al. (2007) trabalhando com pêssego concluíram que a adubação nitrogenada também não afetou os valores de acide acidezz total titulável e de firmeza da polpa dos frutos, tanto após a colheita, como depois de sete dias de armazenamento refrigerado em câmara fria. 37 Figura 4: Firmeza de polpa de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. FREIRE JÚNIOR e CHITARRA (1999), em um estudo com aplicação de cloreto de cálcio em pós pós-colheita colheita em mangueira “Tommy Atkins”, não observaram influência deste produto na firmeza dos frutos. EVANGELISTA et al. (2000) observaram diferenças na firmeza dos frutos em aplicação de cálcio na pré pré-colheita. colheita. O aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta polinomial quadrática para SST, com dose máxima de 200,40 g/planta de N valor máximo valor de 11,97%. FERNA FERNANDES NDES et al. (1992) verificaram uma redução na porcentagem de sólidos solúveis na polpa do mamão em função de aumentos na taxa de adubação nitrogenada, apresentando redução linear na porcentagem de sólidos solúveis (MARINHO et al., 2001). Figura 5: Sólidos solúveis totais (SST) de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. 38 SILVA et al. (2006) trabalhando com diferentes doses de nitrogênio e potássio em coqueiro-anão verde observaram que as doses de N e K aplicadas afetaram o teor de sólidos solúveis da água de coco de maneira linear, decrescente e crescente, respectivamente. HOJO et al. (2009) trabalhando com doses crescentes de cloreto de cálcio na précolheita (0; 2; 3,5; 5 e 6,5%) em mangueira “Tommy Atkins”, verificaram que a aplicação pré-colheita de cálcio, em doses maiores (>3,5%), aumenta a vida útil pós-colheita da manga, contudo não reduz a incidência do colapso interno. 39 4 CONCLUSÃO 1 – A adubação nitrogenada influenciou negativamente na produção de frutos da mangueira “Tommy Atkins”. 2 - A dose que melhor proporcionou resultado na produção de frutos foi 100 g/planta de N e para qualidade de frutos foi de 200 g/planta de N. 40 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, N. A. A; MENDONÇA, V; FERREIRA, B. G; TEIXEIRA, G. A; SOUZA, H. A; RAMOS, J. D. Crescimento de mudas de pitangueira (Eugenia uniflora L) em substratos com utilização de superfosfato simples. Ciência e Agrotecnologia. Lavras, v. 29, n. 6, p. 11171124, nov./dez. 2005. BORGES, A.L.; RODRIGUES. M.G.V.; LIMA, A. de A.; ALMEIDA, I.E. de; CALDAS, R.C. 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Fertilizacion nitrogenada en el cultivo de mango var. Tommy Atkins, en Guanacaste, Costa Rica. Agronomia Costarricense, San Jose. v. 23, n.1, p. 37 - 44. 1999. 44 CAPÍTULO III PRODUÇÃO E QUALIDADE DE FRUTOS DA MANGUEIRA “TOMMY ATKINS” EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA RESUMO CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Produção e qualidade de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função da adubação potássica. 2009. 16f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. O presente trabalho teve como objetivo testar quatro doses de potássio na produção e qualidade de frutos da mangueira “Tommy Atkins”. O experimento foi instalado em pomar comercial, no município de Ipanguaçu-RN. O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso, com quatro tratamento (doses de K) e quatro repetições e a parcela útil composta pelas três plantas centrais. Os tratamentos consistiram de quatro dose de potássio (0, 50, 100 e 150 g/planta de K), na forma de cloreto de potássio, parcelado em 2 vezes: 50% aplicado após a colheita e 50% na floração. As características avaliadas no trabalho foram: número de frutos por planta; peso médio de frutos; produtividade; peso de fruto; firmeza de polpa; coloração da casca; coloração da polpa; diâmetro transversal e longitudinal; potencial hidrogeniônico (pH); sólidos solúveis totais (SST); vitamina C e acidez total titulável. A produção não respondeu a adubação potássica; a adubação potássica influenciou positivamente A adubação potássica influenciou positivamente no teor de sólidos solúveis totais e na coloração da casca e polpa e a dose que melhor proporcionou resultado para qualidade de frutos foide 50 g/planta de K. Palavras-Chave: Mangifera indica L., fruticultura irrigada, potássio, produção 45 ABSTRACT CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Production and fruit quality of mango "Tommy Atkins" in response to potassium fertilizer. 2009.16f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. The object of this study was to evaluate four doses of potassium on the yield and fruit quality of the Tommy Atkins mango. This experiment was conducted in a commercial orchard on the outskirts of Ipanguaçu-RN. The experiment was done in random blocks with 4 treatments (doses of K) and four replications, with the three central plants being used as the principle part of this experiment. The treatments consisted of four dose levels (0, 50, 100, and 150 g/plant of K), in the form of potassium chloride. The application was done in two parts: 50% applied after harvest and 50% at blossoming. The following characteristics were evaluated: number of fruit per plant, average fruit weight, yield, firmness, skin color, pulp color, crosswise and lengthwise diameter, pH, soluble solids (TSS), vitamin C and total acidity. Production did not respond to potassium fertilization. It did have a positive influence on the content of soluble solids and skin and flesh color. The dose that gave the best results for fruit quality was 50 g/plant of K Keywords: Mangifera indica L., irrigated horticulture, potassium, production 46 1 INTRODUÇÃO O cultivo da mangueira está crescendo em todo o mundo, especialmente no Brasil, destacando-se a variedade Tommy Atkins, com mais de 80% da área plantada no país. A diversificação da mangicultura nacional é uma necessidade econômica e fitossanitária, o que diminui o ataque de pragas e doenças, ou mesmo a rejeição dos consumidores por uma determinada variedade (SCANAVACA JÚNIOR et al., 2006). A mangueira nos primeiros anos de idade tem o crescimento lento, requerendo uma adubação bem equilibrada para acelerar o período de formação e melhorar a uniformidade das plantas. O inverso deve ser objetivado na adubação de pomares já formados, ou seja, deve-se reduzir ao máximo possível o crescimento das plantas. Assim, é muito importante separar muito bem a adubação nessas fases de vida da planta (SILVA et al., 2002). O potássio, ao lado do nitrogênio, é um dos nutrientes exportados em maior quantidade pela mangueira. O teor de amido nas folhas bem como os processos de fotossíntese, respiração e circulação da seiva está na dependência dos seus teores. Melhora a qualidade dos frutos, em particular a cor da casca, aroma, tamanho e a vida de prateleira, como também possibilitam às plantas a suportarem condições de estresse, tais como seca, salinidade e ataque de pragas e doenças (SAMRA e ARORA, 1997). Segundo FAQUIM (1994) o potássio é de maneira geral, o segundo nutriente mais exigido pelas culturas, depois do nitrogênio. Depois do fósforo é o nutriente mais consumido como fertilizantes pela agricultura brasileira. O requerimento de K+ para o ótimo crescimento das plantas está aproximadamente entre 2 a 5% na matéria seca, variando em função da espécie e do órgão analisado. O potássio (na fase de crescimento) deve ser parcelado em quatro aplicações ao ano, com intervalos de 90 dias. Na fase de produção, 15% do K devem ser aplicados antes da floração, 50% no pegamento dos frutos e 35% após a colheita. A partir do quarto ano, as doses de potássio deverá ser alteradas conforme a análise foliar e a produtividade esperada (MATOS, 2000). Poucas ainda são as pesquisas de diagnóstico do estado nutricional de mangueiras e da determinação das quantidades de nutrientes exportadas pelos frutos. Isto é particularmente importante, pois dentre todos os fatores que afetam a produção, o que normalmente assume 47 maior importância e que mais limita o aumento da produtividade das culturas, é o nutricional. Segundo QUAGGIO et al. (1997) problemas relacionados à nutrição mineral, além de afetarem de forma marcante a produtividade, têm efeito direto sobre a qualidade dos frutos, conservação pós-colheita e suscetibilidade a doenças. O trabalho teve como objetivo testar o incremento da adubação potássica na produção e qualidade de frutos da mangueira “Tommy Atkins” no município de Ipanguaçu-RN. 48 2 MATERIAL E MÉTODOS O presente experimento foi desenvolvido em uma área de produção comercial de manga, pertencente à Fazenda São Francisco, situado no município de Ipanguaçu-RN, no período de junho/2008 a março/2009. O clima na região é do tipo BSwh', ou seja, quente e seco, tipo estepe, com estação chuvosa no verão atrasando-se para o outono, segundo classificação climática de Köppen. A precipitação anual está em torno de 450 a 600 mm, sendo os meses de fevereiro a maio o quadrimestre mais úmido e de agosto a novembro o quadrimestre mais seco (CARMO FILHO et al., 1989). Utilizou-se plantas da cultivar “Tommy Atkins”, com 9 anos de idade, implantadas em Neossolo Flúvico (EMBRAPA, 1999) e espaçados de 10x10 m. Foram coletadas separadamente cinco amostras simples de solo nas camadas de 0-20 e 20-40 cm a fim de formar amostras compostas com a finalidade de caracterizar a fertilidade do solo. As coletas de solo foram realizadas aleatoriamente na projeção da copa das plantas. As amostras foram levadas para o Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas da UFERSA (LASAP), onde foram realizadas as seguintes as análises de fertilidade do solo: pH; Condutividade elétrica (CE); Matéria orgânica; Fóforo (P); Potássio (K+); Cálcio (Ca2+); Magnésio (Mg2+) e Acidez potencial (H+Al) . As amostras foram secadas a sombra e passadas em peneira de abertura de malha de 2 mm. As análises foram realizadas conforme metologia da EMBRAPA, 1999, cujo os resultados podem ser observados na tabela 1. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro tratamentos (doses de K) e quatro repetições, cuja parcela útil foi composta das três plantas centrais. Os tratamentos consistiram de quatro dose de potássio (0, 50, 100 e 150 g/planta de K), na forma de cloreto de potássio, parcelado em 2 vezes: 50% aplicado após a colheita e 50% na floração conforme recomendações de GENÚ e PINTO (2002). Para as demais adubações de produção foram utilizados os seguintes adubos: primeira aplicação (pós-poda) – 100 g de sulfato de zinco, 50 g de ácido bórico, 50 g de sulfato de manganês, 100 g de sulfato de magnésio e 500 g de cloreto de potássio; segunda aplicação (floração) - 100 g de sulfato de zinco, 50 g de ácido bórico, 200 g de sulfato de amônia, 5 kg de gesso agrícola e 100 g de uréia. 49 As plantas apresentavam ótimo estado fitossanitário. Os tratos culturais fornecidos às plantas seguiram as recomendações de GENÚ e PINTO (2002). Antes da aplicação dos tratamentos as plantas receberão poda de frutificação. Utilizou-se o sistema de irrigação por microasperção com um aspesor por planta. Tabela 1: Caracterização química do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos em duas profundidades. Profundidade (cm) 0-20 20-40 pH (água) 6,53 6,76 CE MO (dS/m) 0,50 0,47 (%) 2,06 2,01 P K+ -----mg/dm-3----287,18 510,39 186,04 407,20 Ca2+ Mg2+ (H+Al) ----------cmolc/dm-3--------15,12 6,53 2,05 18,20 6,07 2,29 LASAP, 2009 Os frutos foram colhidos no estádio de “vez” com coloração de casca e polpa, segundo escala 2. Os frutos foram colhidos das três plantas centrais da parcela útil. As plantas foram escolhidas aleatoriamente dentro da parcela experimental. Os frutos colhidos foram acondicionados em caixas foradas com jornal e mantidos sob a sombra das árvores até serem transportados para o galpão. Para análise de produção foram avaliadas as seguintes características: número de frutos por planta: obtido pela contagem dos frutos das plantas da parcela útil; peso médio de frutos: obtido pela divisão do peso total de frutos da parcela útil pelo número de frutos por planta; produtividade: obtidas pela multiplicação da produção por planta pelo número de plantas por hectare (1 hectare). Após a colheita foram selecionados dois frutos de cada planta colhida, totalizando um total de seis frutos. Os mesmos foram conduzidos para o laboratório de Agricultura Irrigada da UFERSA para serem realizadas as seguintes análises de qualidade de frutos: peso de frutos: obtido pelo peso individual dos frutos selecionados; firmeza de polpa: determinada com o auxílio de penetrômetro, com ponteira de 8 mm realizada em dois pontos da região mediana do fruto; coloração da casca: os frutos foram espalhados sobre uma banca em seguida dois observadores foram dando notas seguindo uma escala de notas com variação de 1 a 5; coloração da polpa: os frutos foram cortados espalhados sobre uma banca em seguida dois observadores foram dando notas seguindo uma escala de notas com variação de 1 a 5; diâmetro transversal e longitudinal: foram feitas com paquímetro de precisão 0,01; pH: foi determinado pela leitura direta da amostra do suco em pH-metro digital; sólidos solúveis totais: foi determinado utilizando um refratômetro digital de bancada com escala de 0 a 50 90ºBrix, na qual foi transferido três gotas da amostra homogeneizada, sobre o prisma, e em seguida realizou-se a leitura diretamente no aparelho; vitamina C: utlizou-se 10 g da amostra do suco completando-se o volume para 100 mL em balão volumétrico com ácido oxálico 0,5%. Posteriormente, em duplicata, retirou-se 5 mL da amostra e colocou em erlenmeyer de 125 mL, completando o volume para 59 mL com água destilida titulando com solução de Tillman, até o ponte de viragem levemente róseo permanente; acidez total titulável: foi quantificada pela titulação com NaOH 0,1 N padronizado. Foi utilizado 5 mL da amostra diluídas em 100 mL de água destilada em um erlenmeyer. A titulação foi realizada em presença do indicador fenolftaleína. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias dos dados submetidas à análise de regressão. As análises de variância e de regressão foram feitas com o auxílio do programa estatístico Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). 51 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A adubação potássica aplicada em cobertura não promoveu efeito signitficativo para as características: número de frutos por planta, peso médio de frutos, produtividade (Tabela 2), diâmetro tranversal e longitudinal, peso de frutos, vitamina C, acidez tutulável e pH (Tabela 4), mas apresentou feito significativo sólidos solúveis totais, coloração da casca e coloração da polpa (Tabela 3). Tabela 2: Resumo da análise de variância do número de frutos, peso médio de frutos e produtividade da mangueira Tommy Atkins sob doses de K. Quadrado Médio FV GL N° de frutos Peso médio Produtividade Potássio 3 1697,083ns 0,00046ns 2546207ns Resíduo 9 1077,972 0,00059 5653740,33 CV - 31,46 6,02 30,80 ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. Tabela 3: Resumo da análise de variância para diâmetro longitudinal (DL); diâmetro transversal (DT); peso de frutos; vitamina C; acidez total titulável (ATT); sólidos solúveis totais (SST); pH; coloração da casca e coloração da polpa da mangueira “Tommy Atkins” sob doses de K. Quadrado médio FV GL DL DT ns 0,670 Peso ns Potássio 3 12,69 Resíduo 9 4,80 0,779 CV(%) - 1,91 1,06 2006,39 Firmeza Vit.C ns ns - 17,41 1471,82 - 7,91 7,54 - 12,25 ATT SST polpa * 0,156* 0,037 0,096 0,042 4,72 11,89 8,37 0,0029 0,0016 0,113 4,57 0,48 4,74 Cor casca * 0,0037 ns Cor pH ns 0,351 ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. A médias obtidas para as carcerísticas número de frutos, peso médio de frutos, produtividade (Tabela 4), diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), peso de frutos, pH, vitamina C e acidez total titulável (Tabela 5), observa-se que não houve diferenças entra as mesmas. 52 Tabela 4: Quadro de médias para número de frutos, peso médio de frutos e produtividade da mangueira “ Tommy Atkins” sob doses de K. Doses Número de Frutos Peso Médio de Frutos Produtividade 0 125,25 0,388 4870,75 50 76,00 0,404 3027,25 100 106,75 0,412 4345,75 150 109,50 0,409 4456,25 LASAP, 2009 Tabela 5: Quadro de médias para diâmetro longitudinal (DL); diâmetro transversal (DT); peso de frutos; vitamina C; acidez total titulável (ATT) e pH da mangueira “ Tommy Atkins” sob doses de K. Doses DL DT Peso pH Vit. C ATT 0 115,14 84,11 421,61 4,06 20,09 0,846 50 116,15 83,72 413,60 4,11 23,98 0,850 100 114,86 83,31 386,19 4,07 24,90 0,899 150 112,00 83,22 374,18 4,05 22,86 0,903 LASAP, 2009 Pelo descrito na ANAVA, provavelmente, o ocorrido deve-se ao consumo de luxo, classicamente descrito na literatura, defendendo-se que seja mais amplo para macronutrientes, como o potássio; o ter foliar aumenta sem que a produção o faça; ocorrendo um desperdício de fertilidade ou adubo aplicado (MALAVOLTA et al., 1997). A adubação potássica promoveu um aumento no teor foliar, provendo uma translocação dos nutrientes da folha para os frutos, ou seja, na formação dos frutos. SILVA et al. (2003) avaliando cinco doses de nitrogênio e cinco doses de potássio durante três ciclos de produção em banana prata-anã, concluíram que a aplicação de nitrogênio no solo elevou o teor de Mn nas folhas para níveis acima do adequado, reduzindo a produção da bananeira no 2° e 3° ciclos. Houve efeito significativo da aplicação de K sobre a produção de banana no 4° ciclo, e a produção máxima foi obtida com a aplicação de 962,5 kg de K2O ha-1ano-1. DUENHAS et al. (2002) estudando o efeito da fertirrigação com diferentes doses de NPK em laranja “Valência” concluiram que os tratamentos não afetaram significativamente a produção de frutos. 53 Doses altas de potássio podem causar quedas na produção e qualidade de frutos devido à competição com o Ca e Mg pelo sítio de absorção, desb desbalanço alanço nutricional e dificuldade de água pela planta (MARCHNER, 1995). O teor de sólidos solúveis totais apresentou um comportamento quadrático, alcançando seu maior valor estimado de 7,32%, com a aplicação da dose máxima de 86,56 g/planta de K, ocorrendo uma dimuição no teor de sólido solúvis totais nos frutos da mangueira “Tommy Atkins” (Figura 1). O teor de sólidos solúveis ideal para colheita de frutos para aramzenamento ou para exportação é de 7 a 8ºBrix (Alves et al., 2002), pois o teor de sólidos sol solúveis úveis alcançados no presente trabalho encontra encontra-se se na faixa ideal para exportação. Figura 1: Sólidos solúveis totais (SST) de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função de doses de K. WEBER et al. (2006) trabalhando com adubação nitrogenada e potássica em banana Pacovan concluíram que os teores de sólidos solúveis, açucares totais e acidez titulável total das bananas colhida durante o primeiro ciclo foram afetadas pela adubação nitrogenada e potássica. Por outro lado, Dolinski et al. (2005) não observaram que a adubação nitrogenada não afetou os aspectos qualitativos dos frutos de pêssego avaliados. SILVA et al. (2008) observaram em goiabeira “Paluma” que o teor de sólidos solúveis totais foi influenciado pela quantidade de água aplicada com diminuição à medida que se aumentava a lâmina de irrigação, o mesmo ocorrendo quando se aumentou as doses de nitrogênio. 54 HOJO et al. (2009) trabalhando com diferentes concentrações de cloreto de cálcio na pré-colheita colheita (0; 2; 3,5; 5 e 6,5%) em mangueira “Tommy Atkins”, verificaram que a aplicação pré-colheita colheita de cálcio concluiram que o teor de sólidos solúveis totais diferiu significamente de acordo com as concentrações de cloreto de cálcio, com menores valores no tratamentos a 5% e 6,5% de CaCl2. Com o aumento da adubação potássica até a dose máxima de 30,23 g/planta de K a coloração da casca apresentou nota máxima de 2,87 (Figura 2). No entanto o aumento da adubação potássica promoveu um incremento à nota cor da polpa, tendo seu maior valor co com dose máxima estimada de 47,69 g/planta de K, cujo nota observada é de 2,62 (Figura 3). Com o aumento da adubação potássica ocorreu uma diminuição nas de coloração da casca e polpa, pois os frutos mantiveram mantiveram-se se verdes no período de avaliação. Figura 2: Coloração da casca de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de K. 55 Figura 3: Coloração da polpa de frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função das doses de K. As mudanças na coloração da casca e da polpa dos frutos são elementos importantes para o reconhecimento do ponto de colheita (LIMA, 2007). MALAVOLTA et al. (1989) afirmam que o aumento de doses de fertilizantes, objetivando elevar a produção, pode provoca provocarr uma redução na qualidade dos frutos, afetando o tamanho, a resistência ao transporte e armazenamento, a coloração interna e externa e o teor de sólidos solúveis. 56 4 CONCLUSÃO 1 – A produção não respondeu a adubação potássica. 2 – A adubação potássica influenciou positivamente no teor de sólidos solúveis totais e na coloração da casca e polpa. 3 – A dose que melhor proporcionou resultado para qualidade de frutos foi de 50 g/planta de K. 57 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. E.; FILGUEIRAS, H. A. C.; MENEZES, J. B.; ASSIS, J. 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Frutic., Jaboticabal-SP, v. 28, n. 1, p. 154 -157, abril 2006. 60 CAPÍTULO IV CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL DA MANGUEIRA SOB ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA RESUMO CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Caracterização nutricional da mangueira sob adubação nitrogenada e potássica. 2009. 20f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. O trabalho teve como objetivo determinar os teores foliares de NPK em função da adubação nitrogenada e potássica na mangueira “Tommy Atkins”. O trabalho foi realizado na Fazenda São Francisco, no município de Ipanguaçu-RN, num pomar comercial. Empregou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com cinco tratamentos (doses de N) e quatro repetições e quatro tratamentos (doses de K) e quatro repetições. Como parcela útil foi utilizada as duas plantas centrais em N e para K parcela útil foi composta pelas três plantas centrais. Os tratamentos foram constituidos por cinco doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400 g/planta de N) e quatro doses de potássio (0, 50, 100 e 150 g/planta de K). Como fonte de N foi utilizada a uréia e como fonte de K foi utilizado o cloreto de potássio. Ocorreu uma diminuição nos teores de P e K na floração com o incremento da adubação nitrogenada. Na frutificação os teores de N e P apresentou um leve crescimento e o teor de K diminuiu; os teores de N e K diminuiram com o aumento das doses de KCl tanto na floração como na frutificação; a ordem a decrescente de exportação de nutrientes para as folhas da mangueira foi: N>K>P e para os frutos da mangueira foi: K>N>P. Palavras-Chave: Mangifera indica L., fruticultura irrigada, nutrição 61 ABSTRACT CALDAS, Andrezza Valéria Costa e. Nutritional characterization of hose under nitrogen and potassium. 2009. 20f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009 The object of this study was to evaluate the foliar fertilization of nitrogen and potassium in the Tommy Atkins mango. This experiment was conducted at the San Francisco Orchard, a commercial orchard, on the outskirts of Ipanguaçu-RN. The experiment was done in random blocks with five treatments (N rates) and four replications and four treatments (K levels) and four replications with the two central plants being used to evaluate N and the three central plants being used to evaluate K. The treatments consisted of five nitrogen rates (0, 100, 200, 300 and 400 g/plant of N), and four potassium levels (0, 50, 100 and 150 g/plant of K). Urea was used for the source of N and potassium chloride was used as the source for K. There was a decrease in the levels of P and K during blossoming with increasing nitrogen fertilization. When setting fruit, the levels of N and P showed slight growth and the level of K decreased. In the quantity of fruit of N and P showed a slight increase and K decreased; the levels of N and K decreased with the increase of the doses of KCI in the blossoming and in the fruit set; the order of decreasing export of nutrients to the leaves of the tree was: K>N>P. Keywords: Mangifera indica L., irrigated fruit trees, nutrition 62 1 INTRODUÇÃO As frutíferas constituem um grupo de culturas de importância crescente e, a demanda por informações sobre correção da acidez e adubação, tem aumentado significativamente. A nutrição, em muitos casos, além de afetar de forma marcante a produtividade, tem efeito sobre a qualidade dos frutos, conservação pós-colheita e suscetibilidade das plantas a moléstias. A absorção de nutrientes minerais pelas culturas varia em função da idade e do estádio fisiológico da planta. O conhecimento da dinâmica dos nutrientes nas diversas partes da planta, ao longo do cultivo, é importante porque fornece subsídios para adequar programas de adubação para a cultura (QUAGGIO et al., 1997). Embora haja expansão da área cultivada com mangueira no Brasil, a produtividade não tem acompanhado esse crescimento, principalmente devido à falta de pesquisas sobre a cultura, tanto no aspecto nutricional como fisiológico. Para determinar as exigências nutricionais deve-se conhecer a curva do crescimento e extração de nutrientes por folhas e frutos nas diversas fases de desenvolvimento, dentro do ciclo produtivo. A análise química de folhas permite a avaliação do estado nutricional das plantas, ou seja, permite identificar o nível de comprometimento da produtividade, em função da situação nutricional (FERNANDES e NASCIMENTO, 2004). A análise foliar baseia-se no fato de que havendo maior produtividade, haverá maior remoção de nutrientes e conseqüentemente maior imobilização destes na folha (SOBRAL, 1998; FREITAS et al., 2001). Na literatura regional, as informações sobre o estado nutricional das mangueiras são escassas, bem como sobre a relação fertilidade do solo e a composição mineral das folhas e frutos. A análise química das plantas, por integrar os efeitos de solo, planta, clima e manejo, é uma medida útil para estimar a disponibilidade de nutrientes (LOPES e CARVALHO, 1991). Este trabalho teve como objetivo determinar os teores foliares de NPK em função da adubação nitrogenada e potássica na mangueira “Tommy Atkins”. 63 2 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em pomar comercail pertencente a Fazenda São Francisco, no município de Ipanguaçu-RN, no período de junho/2008 a março/2009. O clima na região é do tipo BSwh', ou seja, quente e seco, tipo estepe, com estação chuvosa no verão atrasando-se para o outono segundo classificação climática de Köppen. A precipitação anual está em torno de 450 a 600 mm, sendo os meses de fevereiro a maio o quadrimestre mais úmido e de agosto a novembro o quadrimestre mais seco (CARMO FILHO et al., 1989). O solo da área experimental foi classificado como um Neossolo Flúvico (EMBRAPA, 1999). Foram coletadas separadamente 5 amostras simples de solo nas camadas de 0–20 e 20–40 cm, a fim de formar amostras compostas, que foram analisadas para fins de caracterização da fertilidade do solo. As coletas de solo foram realizadas na projeção da copa da planta. Após a coleta as amostras de solo foramdevidamente identificadas levadas para o Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de Planta da UFERSA (LASAP) para serem realizadas as seguintes análises de fertilidade do solo: pH; Condutividade elétrica (CE); Matéria orgânica; Fósforo (P); Potássio (K+); Cálcio (Ca2+); Magnésio (Mg2+) e Acidez potencial (H+Al). As análises foram determinadas segundo os métodos da EMBRAPA, 1999, cujos resultados podem ser observados na Tabela 1. Foram realizadas 2 amostragens de folhas com a finalidade de diagnosticar as deficiências nutricionais e a absorção de nutrientes. A primeira amostragem foi realizada no período de florescimemto, anterior a aplicação dos tratamentos e a segunda na fase frutificação. As folhas foram coletas em todos os quadrantes a uma altura mediana da copa, no fluxo terminal e em ramos normais e recém-maduros. As folhas coletadas foram devidamente colocadas em sacos de papel devidamente identificadose levadas para o Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de Planta da UFERSA (LASAP), onde foram realizadas as seguintes análises foliares: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K+), conforme a metrologia de TEDESCO et al. (1995), cujos resultados podem ser observados nas Tabelas 2 e 3. 64 Tabela 1: Caracterização química do solo da área experimental antes da aplicação dos tratamentos em duas profundidades. Nitrogênio Profundidade (cm) 0-20 20-40 Profundidade (cm) 0-20 20-40 pH (água) 6,96 6,96 pH (água) 6,53 6,76 CE MO (dS/m) 0,34 0,23 (%) 2,08 1,29 CE MO (dS/m) 0,50 0,47 (%) 2,06 2,01 P K+ -----mg/dm-3-----19,56 363,87 16,46 304,14 Potássio P K+ ------mg/dm-3-----287,18 510,39 186,04 407,20 Ca2+ Mg2+ (H+Al) ----------cmolc/dm-3----------10,10 7,14 2,15 9,23 7,56 1,37 Ca2+ Mg2+ (H+Al) ----------cmolc/dm-3---------15,12 6,53 2,05 18,20 6,07 2,29 LASAP, 2009 Tabela 2: Teor foliar de NPK para a cultura da mangueira sob doses de N. Florescimemto Doses N P K ----------------------------------g/kg---------------------------------13,78 2,66 11,37 0 12,69 3,81 11,40 100 13,45 3,67 11,18 200 13,13 3,64 10,15 300 12,25 3,63 9,33 400 Frutificação Doses N P K ----------------------------------g/kg---------------------------------13,78 2,66 11,37 0 12,69 3,81 11,40 100 13,45 3,67 11,18 200 13,13 3,64 10,15 300 12,25 3,63 9,33 400 LASAP, 2009. 65 Tabela 3: Teor foliar de NPK para a cultura da mangueira sob doses de K. Florescimemto Doses N P K - ----------------------------------g/kg---------------------------------- 0 15,31 3,67 9,37 50 13,13 4,25 9,57 100 13,13 3,68 8,41 150 12,36 3,55 8,31 Doses N P K Frutificação - ----------------------------------g/kg---------------------------------- 0 9,08 1,10 4,12 50 10,65 1,14 4,67 100 10,28 1,41 6,99 150 7,11 1,50 2,95 LASAP, 2009. Empregou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com cinco tratamentos (doses de N) e quatro repetições e quatro tratamentos (doses de K) e quatro repetições. A parcela experimental para N foi composta por cinco plantas, sendo utilizadas como parcela útil as duas plantas centrais e para K parcela útil foi composta pelas três plantas centrais. A parcela foi isolada, uma das outras, através de uma linha de plantio paralela nos dois lados da mesma. O sistema de irrigação utilizado foi por microaspersão com um aspesor por planta. Os tratos culturais fornecidos às plantas foram de acordo com as recomendações de GENÚ e PINTO (2002). Os tratamentos do experimento com N foram constituidos por cinco doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400 g/planta de N) e para o experimento com K foram quatro doses de potássio (0, 50, 100 e 150 g/planta de K). Parceladas em 2 vezes: 50% aplicado após a colheita e 50% no início da floração conforme recomendações de GENÚ e PINTO (2002). Como fonte de nitrogênio foi utilizada a uréia e como fonte de K foi utilizado o cloreto de potássio. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias dos dados submetidas à análise de regressão. As análises de variância e de regressão foram feitas com o auxílio do programa estatístico Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). 66 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A adubação nitrogenada evidenciou efeito significativo (p<0,05) no período de floração para Fósforo (P) e Potássio (K) e na frutificação os teores de NPK mostram-se siginificativos (Tabela 4). Já os teores de Nitrogênio (N) e Potássio (K) foram siginificativos em resposta ao KCl aplicado no solo (Tabela 5). Tabela 4: Resumo da análise de variância para Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” sob doses de N. Floração Quadrado Médio FV GL N P K Nitrogênio 4 2,17996ns 0,868857* 5,015537* Resíduo 12 1,888041 0,208354 0,767854 - 10,62 13,10 8,69 CV Frutificação Quadrado Médio FV GL N P K Nitrogênio 4 4, 664458* 0,937157* 1,135995* Resíduo 12 1,177427 0,155731 0,279922 - 10,53 33 11,44 CV ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. 67 Tabela 5: Resumo da análise de variância para Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) na manga “Tommy Atkins” sob doses de K. Floração Quadrado Médio FV GL N P K 3 7,317933* 0,126825ns 1,530558* Resíduo 9 1,571906 0,537981 0,193131 CV - 9,34 19,72 4,97 Potássio Frutificação Quadrado Médio FV GL N P K 3 13,205123* 0,031173ns 11,473917* Resíduo 9 1,457584 0,048223 1,924028 CV - 13,38 16,71 29,62 Potássio ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. Os teores de P e K na planta no período de floração dimi diminuíram nuíram com o aumento da adubação nitrogenada quando aplicada a dose máxima de 253,53 e 400 g/planta de N respectivamente (Figuras 1 e 2). Figura 1: Teor foliar de fósforo (P) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. 68 Figura 2: Teor foliar de potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. Observa-se se uma tendência crescente nos teores de N e P nas folhas da mangueira no período de frutificação com dose máxima de 289,90 e 283,68 g/planta respectivamente (Figura 3 e 4). Figura 3: Teor foliar de nitrogênio (N) na mangueira “Tommy my Atkins” em função das doses N. 69 Figura 4: Teor foliar de fósforo (P) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. O teor de K na planta dimuniu com o incremento da adubação nitrogenada no período de frutificação, alcançando seu máximo valor estimado de 5,02 g/kg de N quando apicada a dose máxima de 214,87 g/palnta de N (Figura 5). Figura 5: Teor foliar foliar de potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses N. Os teores foliares de N e K diminuiram com o aumento da adubação potássica . A maior concentração de N nos tecidos foliares foi obtida quando aplicada a dose máxima de 158 g/planta de K, com máximo valor estiamdo de 6,4 g/kg de N no florescimento (Figura 6). Na frutificação a dose máxima aplicada foi de 65,27 g/planta de K, com máximo valor estiamdo de 10,88 g/kg de N (Figura 7). 70 Figura 6: Teor foliar de nitogênio (N) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses K. Figura 6: Teor foliar de nitogênio (N) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses K. Figura 7: Teor foliar de nitogênio (N) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses K. Para K a maior concentração foi observada com dose máxima de 149,10 g/planta de K, como máximo valor estimado de 9,0 g/kg de K no florescimento (Figura 8) e 72,30 g/planta de K, com máximo valor estimado de 6,11 g/kg de K na frutificação (Figura 9). 71 Figura 8: Teor foliar de potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses K. Figura 9: Teor foliar de potássio (K) na mangueira “Tommy Atkins” em função das doses K. Durante o período de frutificação ocorreu uma translocação de nutrientes das folhas para os frutos, tanto na adubação nitrogeanda como na potássica. A ordem decrescente de exportação de nutrientes para as folhas da mangueira foi: N>K>P (Figuras 10 e 11). 72 Figura 10 10:: Teor de NPK em folhas da mangueira “Tommy Atkins” nas diferentes épocas de amostragem em função da doses de N. 73 Figura 11 11:: Teor de NPK em folhas da mangueira “Tommy Atkins” nas diferentes épocas de amostragem em função da doses de K. A distribuição dos nutirentes minerais nas plantas e em cada uma de suas partes não é homogênea, e, mesmo ao longo da folha, podem podem-se se observar teores diferenciados, mostrando a necessidade da padronização das amostra amostrass (JONES et al., 1991). STASSEN et al. (2000) analisaram a concentração de nutrientes em diferentes partes de mangueiras “Sensation” com 2, 6 e 18 anos de idade e observaram que as concentrações mais altas de N estão nas folhas; de P e K na casca; de Ca nnas as folhas e nas casca e de Mg nas folhas novas, nas raízes e nas casca. SILVA et al. (2001) trabalhando com a combinação fatorial de três fontes (húmus de minhoca - HM, esterco de gado - EG e mistura de HM + EG) e cinco doses de matéria orgânica (0;20; 40; 60 e 80 dm3/planta), concluiram que não houve efeito dos tratamentos sobre a concentração foliar de nutrientes. Os teores de N nas folhas foram bastante elevados, e a concentração de Ca apresentou apresentou-se se muito baixa. 74 SILVA et al. (1998) avaliaram, a cada 30 dias, o teor foliar de nutrientes em mangueira Tommy Atkins irrigada, com idade acima de quatro anos. Pelos resultado, observaram variações nos teores dos nutrientes (N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn e Zn). Entretanto, os que apresentaram maiores oscilações foram N e Ca, seguidos pelo K. SILVA et al. (2003) trabalhando com doses crescentes de N e K em banana, concluíram que os teores de macro e micronutrientes nas folhas de bananeira mostraram efeito significativo de N no solo sobre os teores foliares de N 2° ciclo; de Ca no 2° e 3° ciclos; de K e Mn no 2°, 3° e 4° ciclos. A aplicação de doses crescentes de N elevou linearmente os teores de N foliar no 2° ciclo e de Mn no 2°, 3°e 4° ciclo. Entretanto, aumentando as doses de N reduziu os teores de Ca nas folhas no 2°e 3° ciclo e de K no 2°, 3° e 4° ciclos. A aplicação de doses crescentes de K no solo elevou o teor foliar de K nas folhas de bananeira no 2° e 4° ciclos. De acordo com as Figuras 12 e 13 o nutriente que os frutos extraíram em maior quantidade ffoi oi o potássio seguido do nitrogênio e fósforo. Com isso conclui que realmente ocorreu uma tranlocação desses nutrientes das folhas para o fruto. Figura 12: Teor de NPK em frutos da manguiera “Tommy Atkins” em função de doses de N. 75 Figura 13: Teor de NPK me frutos da mangueira “Tommy Atkins” em função de doses de K. HAAG et al. (1990), a fim de avaliar o crescimento e extração de nutrientes em frutos das variedades Haden, Sensation, Edward e Tommy Atkins, observaram que a ext extração ração total de nutrientes pelas variedades, em ordem decrescente foi: Haden, Tommy Atkins, Edward e Sensation. Em termos de remoção pela colheita, observaram que os macronutrientes são requeridos em quantidades semelhantes pelas variedades. Diferenças acen acentuadas tuadas foram encontradas nas extrações de micronutrientes, especialmente, Cu, Fe e Mn. ESTRADA et al. (1996) conduziram um trabalho no México para estudar o acúmulo de nutrientes em frutos da variedade Manila, durante o seu crescimento. N, P, Ca, Mg, Fe, C Cu, Mn e Zn apresentaram maior acúmulo até os 40 dias após a fecundação; para o K, o maior acúmulo ocorreu entre 60 e 70 dias após a fecundação. ASSIS et al. (2004) avaliaram o equilíbrio nutricional sobre a incidência de distúrbios fisiológicos em manga ‘Tommy ‘Tommy Atkins” em um ensaio com frutos coletados no estádio de maturação fisiológica, classificados em frutos sem sintomas e com sintomas de distúrbio fisiológico, observaram que baixas concentrações de Ca e Mg e alta relação K/Ca e N/Ca, tanto na polpa qu quanto anto na casca, são indicativos da ocorrência de desordem fisiológica na manga Tommy Atkins e a determinação das concentrações destes nutrientes na casca dos frutos pode expressar melhor a diagnose de desordem fisiológica nos frutos. A ordem decrescente da extração de nutrientes para frutos da mangueira Tommy Atkins foi: K>N>P. 76 4 – CONCLUSÃO 1 – Ocorreu uma diminuição nos terores de P e K na floração com o incremento da adubação nitrogenada. Na frutificação os teores de N e P apresentou um leve crescimento e o teor de K diminuiu. 2 – Os teores de N e K diminuiram com o aumento das doses de KCl tanto na floração como na frutificação. 2 – A ordem decrescente de exportação de nutrientes para as folhas da mangueira foi: N>K>P. 3 - A ordem decrescente de exportação de nutrientes para os frutos da mangueira foi: K>N>P. 77 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, J, S , DE; SILVA, D, J.; MORAES, P. L. D. DE. Equlíbrio nutricional e distúrbios fisiológicos em manga “Tommy Atkins”. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal-SP, v. 26, n. 2, p. 326-329, agosto 2004. CARMO FILHO, F.; ESPÍNOLA SOBRINHO, J.; AMORIM, A. P. Dados meteorológicos de Mossoró (janeiro de 1998 a dezembro de 1986). Mossoró: ESAMFGD, 1987. v. 341, 325p. (Coleção Mossorense). Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa do Solo. Sistema Brasileiro de Classificação do solo. Brasília: EMBRAPA. 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