I Maratona do Professor – Escolas Bases I e II do Biênio 2011/2013

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I Maratona do Professor – Escolas Bases I e II do Biênio 2011/2013
Produzindo uma Resenha
A Resenha Crítica é o tipo de resenha com o qual vamos trabalhar.
Resenha-crítica:
É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma
crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um
texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.
Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de
síntese que expressa à opinião do autor (sua opinião) sobre um determinado fato
cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.
A resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A
resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Por isso, antes de
começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter feito uma boa
leitura da obra, identificando:
1. QUAL O TEMA TRATADO PELO AUTOR?
2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE COLOCA?
3. QUAL A POSIÇÃO DEFENDIDA PELO AUTOR COM RELAÇÃO A ESTE PROBLEMA?
4. QUAIS OS ARGUMENTOS CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS PELO
AUTOR PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO?
O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que
cresce a cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse
conteúdo.
No entanto, para escrever uma RESENHA CRÍTICA ainda falta “A CRÍTICA”, ou seja,
A SUA ANÁLISE SOBRE O TEXTO. E o que é esta ANÁLISE? A análise é, em síntese,
a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos,
autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que
está sendo analisado.
Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:
- INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR, SUAS OUTRAS OBRAS E SUA RELAÇÃO COM
OUTROS AUTORES;
- ELEMENTOS PARA CONTRIBUIR PARA UM DEBATE ACERCA DO TEMA EM
QUESTÃO;
- CONDIÇÕES DE ESCREVER UM TEXTO COERENTE E COM ORGANICIDADE.
No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao
erro de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as
principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem
esquecer-se de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões
como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.
Na resenha crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma
produção completa:
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1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou
artigo que você vai resenhar;
2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o
conteúdo do texto a ser resenhado;
3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre
o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto
completo;
4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir
claramente o texto resenhado;
5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar
sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo
comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas
em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos
para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso
crítico.
6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é
hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para
alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na
escolaridade, na renda etc.
7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que
foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente
da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu
nome e fala algo como “Professor da Escola.......com Formação Acadêmica
do Curso de Letras da Universidade de .........”
O título da resenha:
O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo, conforme os
exemplos, a seguir:
Título da resenha: Astro e vilão
Subtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael Jackson
Livro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher
Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995
Título da resenha: Com os olhos abertos
Livro: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995
Exemplos de como se inicia uma resenha:
"Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu
ensino" (L&PM, 1995, 112 páginas), do gramático Celso Pedro Luft, traz um
conjunto de ideias que subvertem a ordem estabelecida no ensino da língua
materna, por combater, veementemente, o ensino da gramática em sala de aula.
Observe igualmente o exemplo a seguir - resenha sobre o livro "Cozinha do
Coração Saudável", LDA Editores, 144 páginas (Zero Hora, 23 de agosto,
1996).
Receitas para manter o coração em forma
Entre os que se preocupam com o controle de peso e buscam uma alimentação
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saudável são poucos os que ainda associam estes ideais a uma vida de privações e
a uma dieta insossa. Os adeptos da alimentação de baixos teores já sabem que
substituições de ingredientes tradicionais por similares light garantem o corte de
calorias, açúcar e gordura com a preservação (em muito caso total) do sabor.
Comprar tudo pronto no supermercado ou em lojas especializadas é barbada. A
coisa complica na hora de ir para a cozinha e acertar o ponto de uma massa de
panqueca, crepe ou bolo sem usar ovo. Ou fazer uma polentinha crocante, bolinhos
de arroz e croquetes sem apelar para a frigideira cheia de óleo. O livro Cozinha do
Coração Saudável apresenta 110 saborosas soluções para esses problemas.
Produzido pela LDA Editora com apoio da Becel, Cozinha do Coração saudável traz
receitas compiladas por Solange Patrício e Marco Rossi, sob orientação e supervisão
dos cardiologistas Tânia Martinez, pesquisadora e professora da Escola Paulista de
Medicina, e José Ernesto dos Santos, presidente do departamento de Aterosclerose
da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professor da faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto. Os pratos foram testados por nutricionistas da Cozinha Experimental
Van Den Bergh Alimentos.
Exemplo de resenha:
Um gramático contra a gramática
Gilberto Scarton
Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu
ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto
de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por
combater,
veemente,
o
ensino
da
gramática
em
sala
de
aula.
Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate,
intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a
maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de
língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria
gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever
certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva,
purista
e
alienada
tão
comum
nas
"aulas
de
português".
O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito
lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor
a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática
artificial; gramática tradicional e linguística; o relativismo e o absolutismo
gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos linguistas, dos
professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante.
Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples
com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a
tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é
tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo,
um fato natural, imanente ao ser humano; um processo espontâneo, automático,
natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa
propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do
ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para
desenvolver
seu
espírito
crítico
e
para
falar
por
si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original
quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem
em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma
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obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que
os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um
autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.
A referência bibliográfica da obra:
Constam da referência bibliográfica:
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Nome do autor
Título da obra
Nome da editora
Data da publicação
Lugar da publicação
Número de páginas
Preço
Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o
preço.
Os dados da referência bibliográfica podem constar destacados do texto, num "box"
ou caixa.
Exemplo:
Ensaio sobre a cegueira, o novo livro do escritor português José Saramago
(Companhia das Letras; 310 páginas; 20 reais), é um romance metafórico (...)
(Veja, 25 de outubro, 1995).
Conclusão
Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito
cuidado, pois dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas
prateleiras ou transformar um filme em um verdadeiro fracasso.
As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em
geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar
quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.
Agora é questão de colocar a mão na massa e começar a produzir suas próprias
resenhas!
OBS: Nunca se esqueça de conferir se sua resenha está de acordo com
essas exigências:
Exigências de conteúdo
_ Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a
apresentação das principais ideias do autor;
_ Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto
relevante do texto, escolhido pelo resenhista;
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_ Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise
empreendida no item acima.
Exigências de forma
_ A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até três laudas de papel A4
com espaçamento duplo;
_ A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas
entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e
julgamento, por exemplo);
_ A resenha deve sempre indicar a obra que está sendo resenhada.
Bom Trabalho!!!!!!
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