ENCARTE TÉCNICO RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS COM

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ENCARTE
TÉCNICO
RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS COM
GUANDU EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO1
Luiz Albino Bonamigo2
1. INTRODUÇÃO
O
Cerrado brasileiro ocupa cerca de 24% do território, com um potencial de 60 milhões de hectares
destinados a pastagens cultivadas. Somente no
Mato Grosso do Sul, com a maior concentração de gado do país,
existem 16 milhões de hectares de pastagens, dos quais 9 a 10 milhões encontram-se degradados. A curto prazo, verifica-se que o
crescimento populacional não é compatível com a projeção da produção alimentar. Na década de 60, o fóco do melhoramento de plantas se orientava para a avaliação e a seleção de plantas, com uso
incipiente da computação. Na década de 70 houve o grande salto
(revolução verde), e já na década de 80 aparece a biotecno-logia,
com os materiais transgênicos que talvez venham contornar o problema da produção de alimentos. Estamos, entretanto, com recursos escassos e com poucas opções de auxílios governamentais.
Neste cenário, o consórcio de gramíneas com leguminosas melhoradas surge como tecnologia alentadora.
2. AVALIAÇÃO DAS PASTAGENS DEGRADADAS
A escala americana (Escola Americana de Manejo de Pastagens Naturais - “Range Management”) prioriza a simplicidade e a
facilidade de uso genérico:
Condição da pastagem, sob manejo prático:
• Boa: 50-75% da produção da forragem.
• Razoável: 25-50% da produção da forragem.
• Pobre: menos que 25% da produção da forragem.
Portanto, segundo essa escala, considera-se uma pastagem
degradada quando ela está produzindo abaixo de 50% do seu potencial inicial de produção.
No caso específico de pastagens de Brachiaria decumbens,
durante o período de verão, NASCIMENTO JÚNIOR et al. (1994),
criaram uma escala de classificação do estádio de degradação com
base na presença de evidências de erosão e na produção, composição botânica, relação folha/colmo, densidade e altura da gramínea
(Tabela 1).
Dentre as maneiras de se reformar uma pastagem degradada, vou abordar duas delas:
• Renovação, ou substituição por outra forrageira:
Pastagem degradada é aquela que apresenta minimização da
capacidade produtiva, de bens ou serviços, atual ou potencial, causada por um ou mais processos (FAO-UNEP, citada por MO-RAES,
1993).
- forma convencional, com gradagem e a seguir semeadura
do capim, a lanço;
- forma direta, com integração com lavoura ou de forma
consorciada com leguminosa.
A pastagem recuperada diz respeito à recomposição em
número e constituição dos organismos assemelhados aos originalmente presentes na área, enquanto a pastagem restaurada envolve
o retorno dos organismos originais.
A reabilitação da área é alcançada com a estabilidade das
condições de produção do local, diferentes das originais, podendo
favorecer e melhorar o seu aproveitamento.
A renovação de pastagem é outro termo utilizado, referindose à substituição da espécie forrageira por outra (Macedo, citado
por VIEIRA & KICHEL, 1995) e de significado próximo ao de reabilitação.
• Recuperação
- método tradicional com grade;
- forma direta, com consorciamento da leguminosa em semeadura direta.
Esta última resulta a mais econômica e será discutida a seguir.
3. PASTAGENS CONSORCIADAS
Quando se considera apenas a compatibilidade entre as espécies em consórcio, suas características básicas devem ser examinadas sob dois aspectos:
Tabela 1. Estádios de conservação da pastagem de Brachiaria decumbens, durante o período de verão, com base em algumas características
botânicas e de erosão do solo (NASCIMENTO JÚNIOR, 1994).
Estádio de
conservação
Excelente
Bom
Razoável
Pobre
Produção de MS/ha
(kg)
Presença de braquiária
(%)
2.500
1.500-2.500
750-1.500
< 750
75
50-75
25-50
< 25
Altura média
(cm)
> 40
40
< 40
< 40
Relação
folha/colmo
>1
1
<1
Sinais de erosão laminar
causados pela chuva
Incipiente
Evidente
1
Palestra proferida no IV Encontro Regional de Plantio Direto em Uberlândia, MG.
Engenheiro Agrônomo, M.S., Pesquisador da Sementes Bonamigo. Rua Praia da Costa, 84, Jardim Autonomista, 79022-150 Campo Grande-MS. Fone: (067)
726-2236.
2
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
1
a. Adaptação às condições do ambiente: climáticas (temperatura, luz, umidade) e de solo (fertilidade).
b. Características intrínsecas das forrageiras: hábito de crescimento, tolerância a pisoteio, desfolhamento, sombreamento, pragas e doenças, CTC das raízes, adaptação à mecanização, nodulação, distribuição da produção da fitomassa, sistema de pastejo,
que determinará a pressão de pastejo apropriada, permanência da
pastagem e equilíbrio das espécies.
Na prática, em pastagem mista, considerar nas forrageiras,
basicamente, o índice de área foliar, as reservas orgânicas, a altura
de pastejo e o mecanismo de rebrota. Quando semeadas na mesma
época, a gramínea, que é uma planta C4, muito mais eficiente quanto
à fotossíntese, evidentemente irá superar a leguminosa (C3), com
menor eficiência fotossintética. Também, se o gado consumir mais
leguminosa, sua área foliar será afetada, e conseqüentemente sua
competição com a gramínea será desigual. O guandu, na pastagem
mista, entra como fornecedor de nitrogênio (N) durante o período de
verão. A partir de maio, no período invernal, quando escasseia o
alimento, o guandu começa a florescer, tornando-se palatável e constituindo em fonte alimentícia para o período da seca.
dimento se está consumindo a matéria orgânica (M.O.) do solo.
Onde está a sustentabilidade desse sistema? Por outro lado, em
pastos degradados, quase não existe M.O. Que fazer em solos com
teores de M.O. em torno de 1%? Eu, como técnico, não posso concordar com essa estratégia. É necessário adubar. Mas não se trata
de usar doses expressivas de adubo para produzir 1.000 kg/ha de
carne a pasto. Com alguns exemplos mostrados a seguir pode-se
entender melhor a importância de se efetuar uma adubação razoável.
A planta de trigo, sem adubação, consome 928 litros de água
para cada kg de massa seca produzida; entretanto, quando adubada, consome somente 350 litros. No caso da forrageira, com e sem
adubação, são requeridos 1.600 litros e 600 litros de água, respectivamente, para cada kg de massa seca produzida. Os macro-nutrientes, na adubação, aumentam a eficiência da planta em transformar
água em fitomassa. Os micronutrientes atuam na ativação dos complexos enzimáticos da planta para catalizar diversas reações químicas na produção de compostos orgânicos. Na ausência deles, o
consumo energético da planta é maior para a execução dessas transformações.
4. OBSTÁCULOS LIMITANTES ÀS PASTAGENS
CONSORCIADAS
O nitrogênio, em geral, é o nutriente que mais limita a produção de matéria verde das pastagens e o de maior custo entre os
adubos químicos. Em pastagens de gra-míneas,
Entre os muitos obstáculos que se tem O guandu, na pastagem mista,
a absorção de ânions é aproximadamente o doobservado, SPAIN & VILELA (1990) examinam
bro da dos cátions, devido o N ser o nutriente
entra como fornecedor de
alguns deles, colocando-os genericamente em
maior demanda metabólica (FER-NANDES
nitrogênio (N) durante o período de
três grupos:
& ROSSIELLO, 1986). O uso da adubação
nitrogenada química teria retorno econômico se
• Limitações técnicas: poucos germoplas- de verão. A partir de maio, no
fossem produzidos 2,35 kg de peso vivo para
período invernal, quando
mas comprovadamente adaptados para alguns
cada kg de N utilizado no sistema de engorda.
ecossistemas; limitação para seleção dos germo- escasseia o alimento, o guandu
Mas a resposta média de produção, observada
plasmas sob pastejo; conhecimento insuficiente
começa a florescer, tornando-se por GOMIDE (1985), foi de 1,55 kg de peso vivo
sobre compatibilidade das espécies; falta de bases ecofisiológicas para manejo de pastejo de palatável e constituindo em fonte para cada kg de nitrogênio aplicado. A adubação química de N pode encontrar mais
pastagens consorciadas e falta de segurança no
alimentícia para o período da
receptividade em sistemas de alta produção,
estabelecimento de pastagens consorciadas.
seca.
com grande aporte de recursos, que trabalhem
• Barreiras econômicas: devido ao alto
com carga animal de, no mínimo, 4 UA/ha. A dificuldade de aproveicusto de estabelecimento, em geral, das pastagens.
tamento pela gramínea deve ser ressaltada, em função da distribui• Barreiras psicológicas para adoção: a perda da credibi- ção irregular do adubo (baixa absorção pelas plantas do adubo
lidade da filosofia de pastagens consorciadas em razão dos fracas- colocado a mais de 15 cm), citado por CORSI (1975), e a formulação
sos anteriores.
deve ser adequada, para que não ocorram perdas por volatilização,
A tentativa de associar duas plantas distintas, como gra- situação mais comum em nossas condições de altas temperaturas
míneas e leguminosas, de respostas diferenciadas quanto a tempe- no verão (período de maior produção da fitomassa). Outro fator
ratura, luz, disponibilidade de água, exigência e absorção de nutri- desfavorável à adubação química, quando comparada ao nitrogêentes, depende, dentre outros fatores, também da CTC das raízes nio biológico, diz respeito ao aumento da suculência das plantas e
(NASCIMENTO JÚNIOR, 1986). Considere-se ainda o hábito de conseqüente diminuição do teor de matéria seca, em razão da grancrescimento e a adaptação das espécies às condições climáticas e de e imediata disponibilidade de nitrogênio para a forrageira. Este
edáficas de cada região. Quanto à leguminosa, especificamente, baixo teor de matéria seca pode ser limitante no atendimento das
dentre as características mais importantes que devem ser bem necessidades dos animais em produção (CORSI, 1975).
dimensionadas, sem dúvida estão a habilidade de resistir ao desfoNo entanto, na reforma de pastagem em semeadura direta,
lhamento e a tolerância ao pisoteio (CARVALHO, 1986).
não se utiliza a adubação química nitrogenada, pois praticamente
todo o N é fornecido através da fixação biológica do guandu. A
5. IMPORTÂNCIA DA ADUBAÇÃO NA RECUPERA- adubação nitrogenada das gramíneas proporciona, em geral, aumento da capacidade de carga da pastagem e da produção animal
ÇÃO DA PASTAGEM CONSORCIADA
por hectare, mas não melhora o desempenho do animal. Nas pastaEm trabalho efetuado na Amazônia observou-se que a utili- gens consorciadas temos menor investimento, com menor taxa de
zação do fogo foi uma ótima alternativa para recuperar pastagens risco e menor custo de produção por unidade de produto animal,
degradadas porque aumentou a disponibilidade de Ca em 2.000%, quando comparadas às pastagens de gramíneas adubadas com nide P em 200%, de K em 387% e de Mg em 170%. Isto em 10 anos é trogênio (BOIN, 1986; SILVA & SANTOS, 1986).
muito pouco. O que ocorre, então, a longo prazo? Com esse proce2
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
O fósforo é fundamental na implantação da pastagem mista,
conforme ressaltado por Rocha (AGROCERES, 1973) e exemplificado na seguinte equação:
gramínea + leguminosa + fosfato = gramínea + leguminosa +
fosfato + nitrogênio.
Outra vantagem do consórcio diz respeito ao maior aproveitamento da água do solo, com as raízes adventícias das gra-míneas
concentradas na camada mais superficial e as raízes pivo-tantes do
guandu explorando mais profundamente a umidade do solo. Esta
vantagem fica bem demonstrada durante o período seco do inverno. Aliado a isto, as plantas melhor nutridas têm maior eficiência no
uso da água.
A manutenção da leguminosa na pastagem mista deve-se,
basicamente, ao potássio, que funciona como elemento-controle.
O fornecimento de nitrogênio propicia o aumento da ativiA necessidade deste elemento para a leguminosa geralmente é maior
dade fotossintética das gramíneas tropicais,
em pastagens consorciadas do que quando em
bem como favorece o número e o peso dos
cultivo solteiro (FERNANDES & ROSSIEL-LO,
Um estudo de quatro anos,
perfilhos e estimula o alongamento do colmo,
1986).
provocando a elevação do meristema api-cal e
plantando
guandu
comum
em
A nodulação do guandu diminui em
o aumento porcentual de perfìlhos reprosolos com deficiência de P, Ca e Mg, e ainda é épocas diferenciadas, mostrou uma
dutivos e a emissão de inflorescências em cainfluenciada fortemente pelos teores de S e Cu,
produção, no verão, de 11 t de
pim colonião (GOMIDE, 1989). Entretanto, a
nutrientes essenciais à fixação do N.
massa seca/ha (505 kg de N/ha) e, influência da adubação nitrogenada sobre o
Na Embrapa, uma avaliação da acumuno inverno, 5 t de massa seca/ha, valor alimentício da gramínea é complexa e valação do N na palhada, após um ano de desenriada (EUCLIDES, 1995).
volvimento de diversas culturas, incluin-do equivalente a cerca de 144 kg de N/
O declínio da qualidade nutritiva está
gramíneas e leguminosas, mostrou que o
ha ou a aproximadamente
correlacionada
ao envelhecimento das planguandu anão e o comum acumularam entre 192
320
kg
de
uréia/ha.
tas
e
tem
sido
descrito
para as gramíneas em
e 600 kg de N/ha provenientes da fixação biorazão
do
seu
maior
conteúdo
de carboidratos
lógica.
estruturais nas folhas, quando comparadas com as leguminosas
Um estudo de quatro anos efetuado pelo Dr. João Pereira do que não mostram este declínio acentuado (THIAGO & GILL, 1993)
CPAC, plantando guandu comum em épocas diferenciadas, mos- por apresentar maior capacidade de manter seu valor nutritivo com
trou uma produção, no verão, de 11 t de massa seca/ha (505 kg de a idade (CORSI, 1976). Conforme GOMIDE (1985), a presen-ça da
N/ha) e, no inverno, 5 t de massa seca/ha, equivalente a cerca de leguminosa estimula os animais a utilizarem a gramínea passada já
144 kg de N/ha ou a aproximadamente 320 kg de uréia/ha.
existente.
O fornecimento de N para a pastagem pode ser via esterco
O fato do guandu apresentar baixa palatabilidade durante o
animal, embora com problema de distribuição, via adubação químiperíodo das águas permite-lhe altas taxas de crescimento e fixação
ca e via fixação biológica, que corresponde à nossa proposta.
de nitrogênio e posteriormente uma boa aceitação na estação seca,
O N fixado biologicamente pelo guandu é reciclado princi- quando a gramínea diminui sua produção em qualidade e quantidapalmente pelas folhas num processo contínuo da planta em derru- de, beneficiando grandemente a produção animal, e ainda promobar folhas velhas e formar novas folhas. As folhas caídas mantém vendo um balanço adequado da gramínea/leguminosa com o acréspequena área de contato com o solo determinando sua degradação cimo de N no solo (FAVORETTO, 1993).
por um longo período de tempo. Por outro lado, a sua baixa relação
Pastagens consorciadas geram maior estabilidade de proC/N facilita o início de uma imediata degradação da parte em contadução.
Entretanto,
é importante fazer adubação com P e K. No Alto
to com o solo. Esta mineralização gradual, fornecendo pequenas
de
São
Francisco,
Norte de Minas Gerais, após sete anos de
quantidades do nutriente por maior tempo, pode ser considerada
consorciamento
de
pasto
guinea, Stylosanthes guayanensis, siracomo o modo mais eficiente de adubação nitrogenada na pastagem.
tro e soja perene, foram avaliadas áreas que não receberam P e K e
A liberação do N pelo guandu ocorre de três maneiras, con- áreas adubadas com 20 kg/ha.ano e com 40 kg/ha.ano de P O e
2 5
forme CARVALHO (1986): (1) lixiviação das folhas: é pouco signi- K O. Em termos de composição do consórcio, após sete anos, as
2
ficativa, por volta de 1%, (2) transferência pelo sistema radicular: áreas não adubadas mostraram uma diminuição apreciável da graestimada entre 1 e 3%, alcançando um máximo de 9%; (3) consorci- mínea e ausência completa da leguminosa. Já com a aplicação de 20
ado com leguminosa: mineralização do N contido no resíduo da kg/ha.ano de P e K se manteve a proporção gramínea-legu-minosa
leguminosa – é a de maior importância, podendo alcançar 90%.
do primeiro ano, e com 40 kg/ha.ano houve até um acréscimo da preA magnitude da reciclagem de nutrientes da pastagem, sença da gramínea no consórcio. Em relação à lotação animal, nas
advinda da decomposição da liteira (BODDEY et al., 1996), pode ser áreas não adubadas, houve queda de 1 UA/ha no primeiro ano para
vislumbrada no trabalho de BALBINO et al. (1998), numa área sob 0,3 UA/ha no sétimo ano. Com a aplicação de 20 e 40 kg/ha.ano
pastejo rotacionado, no cerrado de Goiás, com 197 dias da implan- houve aumento de 1,2 e 2 UA/ha, respectivamente. Em relação à
tação do guandu Bonamigo Super-N, de fevereiro a setembro de variação de peso do animal, na ausência de adubação houve uma
1987. Recolhida a liteira, formada pelas suas folhas, e pesada, queda de 229 para 70 kg/ha, entre o primeiro e o sétimo ano, e
obteve-se 3.587 kg de matéria seca/ha, correspondendo a 72 kg de aumentos de 360 e 500 kg/ha com as doses de 20 e 40 kg/ha.ano de
P e K, respectivamente. Isto demonstra que com um pouco de innitrogênio/ha.
O guandu, em pastagens consorciadas, determina um au- vestimento pode-se contornar uma situação crí-tica.
mento no crescimento e na palatabilidade das gramíneas, devido,
principalmente, ao fornecimento contínuo e efetivo de N para a
gramínea, que mostra um aumento de 1,0 a 2,0% no seu teor de
proteína.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
Na formação da pastagem, os nutrientes necessários de serem aplicados via adubo químico são o P e o S, e o N fornecido via
leguminosa consorciada. Para manutenção, o K é o principal nutriente, seguido de P e S.
3
6. IMPLANTAÇÃO DO GUANDU EM PASTAGENS
CONSORCIADAS
• Roçadeira: esta tem a desvantagem de atrasar a semeadura
devido a espera da rebrota da gramínea. No entanto, em alguns
casos, devido à presença de brotações de cerrado, deve-se utilizar
a roçadeira.
6.1. Limpeza da área
O guandu, em pastagens
Pode-se afirmar que as características
Remoção somente das árvores ou resconsorciadas,
determina
um
vantajosas
de competição da gramínea exigem
tos de troncos, assim como tocos e cupins, que
o
retardamento
do seu rebrote, e para tal o glypossam atrapalhar a passagem da máquina de
aumento no crescimento e na
phosate
tem-se
apresentado como excelente
semeadura.
palatabilidade das gramíneas,
ferramenta de manejo da pastagem.
devido, principalmente, ao
6.2. Amostragem de solo e adubação
A renovação da pastagem visa trocar a
fornecimento
contínuo e efetivo gramínea existente por outra e necessita apliDe cada piquete da pastagem são retiradas amostras de solo em duas profundidades, de de N para a gramínea, que mostra cação de uma dosagem maior do glyphosate
com o intuito de eliminar a gramínea. As práti0-20 cm e 20-40 cm, para fins de recomendação da
um aumento de 1,0 a 2,0%
cas culturais e de manejo discutidas a seguir
calagem e da adubação. A calagem pode ser feino seu teor de proteína.
são válidas tanto em renovação como em suta superficialmente, colocando o calcário sobre
pressão da pastagem.
a pastagem já implantada, sem incorporação, antes da semeadura do guandu, ou mesmo depois da sua instalação.
As doses são fracionadas em menores quantidades e aplicadas
7. SEMEADURA DO GUANDU SUPER-N BONAMIGO
mais freqüentemente, sendo adequadas à pequena área superficial
Com a utilização de semeadora ou plantadora, o guandu é
do solo que estará em contato com o calcário.
introduzido no sistema imediatamente após o manejo da gramínea
6.3. Manejo antecipado da gramínea
degradada, ou o mais cedo possível, aproveitando o estresse da
No caso de supressão utiliza-se o herbicida sistêmico gly- gramínea, via herbicida. O adubo, recomendado pela análise do
phosate visando estressar a gramínea, atrasando o seu rebrote, de solo, é colocado na linha do guandu para que este absorva-o antes
modo a não prejudicar o estabelecimento e o desenvolvimento ini- que a gramínea o faça. Mais tarde, o adubo também será absorvido
cial do guandu. Este manejo é imprescindível, pois o guandu (assim pelas raízes da gramínea. Todas estas ações são imprescindíveis
como a maioria das leguminosas) tem crescimento lento nos seus para que o consórcio inicie corretamente e, em conseqüência, tenha
primeiros 45 dias. Além disso, a pastagem de gramínea, apesar de maior tempo de permanência.
degradada, tem um sistema radicular já estabelecido, que ocupa
Com 30 dias da implantação do guandu, a pastagem degragrande espaço no solo e pode dificultar a implantação do guandu. dada começa a mostrar sinais de recuperação pela disponibilidade
Em particular, para a Brachiaria brizantha isto é ainda mais indis- de nitrogênio por ele proporcionada. Após 65 a 80 dias, a pastagem,
pensável, pois esta causa forte inibição às outras plantas em razão agora consorciada, pode ser utilizada para primeiro pastejo.
das substâncias que excreta no solo, fato conhecido como ação
• Densidade e espaçamento
alelopática. Outra gramínea que tem dificultado o esta-belecimento
do guandu é a Brachiaria humidicola, pois compete com ele forteA utilização de menor espaçamento e, portanto, maior adenmente, também com provável ação alelopática. Para o guandu, signi- samento de plantas, tem proporcionado produções de matéria seca
fica um obstáculo a mais a ser vencido. Com o estres-se da gramínea bastante superiores, quando comparado ao espaçamento tradiciovia herbicida pode-se contornar estes obstáculos.
nal de plantio do guandu. As densidades mais elevadas favorecem
uma maior e mais rápida interceptação da radiação solar, compenObservações importantes:
sando o lento desenvolvimento inicial e proporcionando maior proO guandu tradicional já vem sendo introduzido em pastadutividade do guandu. O cultivo tradicional do guandu, com popugens mas, devido a alguns fatores, a sua consorciação não tem sido
lações menores e espaçamentos mais amplos, basicamente de 1 m
sustentável. Outras alternativas, além do uso do glyphosate, têm
entre linhas e 30 cm entre plantas, auxiliado pelo alto porte das
sido testadas para a implantação do guandu, tais como a realização
variedades comuns de mercado, favorece o aumento do seu porte
de um pastejo anterior à aplicação do glyphosate, com o objetivo
mas dificulta o manejo das plantas pelo pastejo dos animais. O
de substituir o herbicida, ou mesmo o uso somente da roçadeira. O
número médio de sementes da variedade Super-N, em 1 kg, varia entre
guandu estabelecido através dos métodos citados não tem conse11.000 e 11.500 grãos. A recomendação para implantação dessa
guido resultados satisfatórios, apresentando-se com pequeno sisvariedade em pastagens mistas seria de 30 kg de sementes/ha, contema radicular e baixo vigor de desenvolvimento, trazendo prejuísiderando um peso médio de 88,5 g por 1.000 sementes, população
zos ao sistema com a pequena quantidade de nitrogênio fixado. Isto
de 300.000 plantas/ha, com espaçamento de 0,5-0,6 m (15 a 18 planporque:
tas por metro linear). Tem-se conseguido excelente estabelecimen• Pastejo: o uso do gado não proporciona o mesmo efeito to das duas espécies, em conjunto, com as taxas de semeadura
de uma roçadeira, pois o pastejo nunca é uniforme em toda área, normalmente recomendadas (Tabela 2).
observando-se efeitos demasiados em algumas plantas e pouco
De modo geral, a densidade desejada pode ser dividida
significativos em outras. A conseqüência é uma ação irregular, com em dois grupos. Para as forrageiras de sementes maiores, como
deficiência no controle das gramíneas pelo herbicida. A utilização B. brizantha, B. decumbens e outras, considera-se 15 a 20 plântudo pastoreio em substituição ao herbicida não é suficiente para las/m2, enquanto as de semente pequenas, como Andropogon
segurar a gramínea pois como o guandu, já aos 30 dias da emer- gayanus, Panicum maximum, Setaria anceps e outras, recomengência, disponibiliza o nitrogênio para a gramínea, possibilita que da-se 40 a 50 plântulas/m2 como suficientes para uma boa formação
esta tenha desenvolvimento mais rápido do que o guandu, evitan- da pastagem (VIEIRA & KICHEL, 1995).
do-o de se estabelecer.
4
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
Tabela 2. Recomendações para semeadura de algumas gramíneas tropicais.
Forrageira
Andropogon gayanus
Brachiaria brizantha
Brachiaria decumbens
Brachiaria humidicola
Brachiaria ruziziensis
Paspalum guenoarum
Paspalum notatum Pensacola
Panicum maximum Tanzânia-1
Panicum maximum Tobiatã
Panicum maximum Comum
Panicum maximum
Setaria anceps Kazangula
Sementes/grama
(aproximadamente)
360
150
200
270
230
300
610
960
680
780
1.900
1.490
Taxa de semeadura
(kg/ha SPV*)
2,5
2,8
1,8
2,5
2,0
1,5
1,5
1,6
2,5
1,6
1,2
1,2
* SPV: sementes puras viáveis.
Fonte: VIEIRA & KICHEL (1995).
turais da forragem (GOMIDE & QUEIROZ, 1994).
A qualidade da forragem ingerida tem sido muitas vezes
subestimada. Quando o guandu é pastejado, os animais consomem
basicamente as folhas e o terço superior da haste, compondo uma
ingesta de maior qualidade do que a considerada nas tabelas de
composição do guandu. Na Tabela 3 estão os resultados de análise
química e bromatológica, separados em duas frações: “feno”, quando
a forragem fornecida envolve toda a planta, e “pastejo”, com melhor qualidade, como já exposto.
A qualidade como forragem pode ser exemplificada pela capacidade de uso quando comparada ao farelo de soja, como suplemento das vacas leiteiras com 500 g PB/dia (SEIFFERT et al., 1988):
10 kg de forragem verde de guandu = 1 kg de farelo de soja = 0,5 kg
PB.
Tabela 3. Resultados de análise química e bromatológica do guandu Bonamigo Super N1.
• Profundidade de semeadura: O guandu mostra-se bastante
sensível ao encrostamento da camada superficial, com dificul-dade de
emergir nestas condições, fato mais comum em semeadura convencional. Como a sua germinação é hipógea, deve-se ter o cuidado em não
aprofundar muito a semente. Na semeadura, as sementes de pequeno
tamanho devem ser colocadas mais superficialmente, até no máximo 2
cm de profundidade. As sementes de maior tamanho toleram a colocação um pouco mais profunda, até 5 cm.
• Época de semeadura: A semeadura do guandu Bonamigo
Super-N pode ser realizada desde o início das chuvas (setembro/
outubro) até março. Pela sua característica de menor sensibilidade
ao fotoperiodismo, possibilita a semeadura até o mês de março. A
variedade Super-N amplia a época de semeadura, propiciando uma
estratégia de recuperação em diversas épocas e parcelando a oferta
de forragem, com uma melhor distribuição para os animais. O adiamento da reforma da pastagem pode ser uma interessante estratégia
de fornecimento de alimento de boa qualidade em época mais adiantada, no período seco, quando é baixa a disponibilidade de forragem, em substituição à prática de diferimento de pastagem (feno em
pé) que possui baixa qualidade como alimento.
• Inoculação: Na inoculação, utilizar o grupo de inoculante
específico para guandu, na dosagem de 200 a 400 g do inoculante
para 30 kg de sementes.
• Variedade: O desenvolvimento durante 17 anos nas condições de cerrado possibilitou o lançamento da variedade Super-N
com características bem diferenciadas em relação as até agora utilizadas. Entre elas citam-se a tolerância ao fungo de solo Fusarium,
que tem sido a principal razão do pouco tempo de persistência do
guandu no campo, e a sua maior qualidade como forragem, pela
maior relação folha:haste, que proporciona maior digestibilidade da
forragem.
8. PRODUÇÃO E QUALIDADE DA FITOMASSA
O fator mais crítico na alimentação nos trópicos tem sido a
proteína, em razão da sua escassez e alto custo (RUIZ et al., 1993). A
proteína atua no aumento da velocidade de digestão da forragem,
ocorrendo sua passagem mais rápida pelo rúmen, trazendo, em conseqüência, um aumento no seu consumo. As leguminosas, com
suas características intrínsecas de baixo conteúdo de açúcar e capacidade tampão, podem manter o pH do rúmen próximo de 6,7,
favorecendo a atividade dos microrganismos.
O consumo de forragem pelos animais em pastejo está associado positivamente ao teor de PB, digestibilidade da matéria seca,
e negativamente com o teor da parede celular. Também são fundamentais no consumo a pressão de pastejo e as características estruINFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
Guandu Bonamigo Super N
Constituintes
Total
Feno
Folhas + haste superior
Pastejo
N%
2,67
P%
0,15
0,17
K%
1,06
1,10
Ca %
0,68
0,81
Mg %
0,24
0,31
S%
0,14
0,20
3,69
Na ppm
48,00
51,00
Fe ppm
397,00
619,00
Mn ppm
86,00
129,00
Zn ppm
24,00
29,00
Cu ppm
10,00
13,00
DIG2 (in situ) %
69,17
79,05
Fibra (FDN)2 %
54,50
35,60
PB2 %
16,70
23,10
1
2
Todos os resultados corrigidos com base na matéria seca.
PB = proteína bruta; FDN = fibra em detergente neutro; DIG in situ =
digestibilidade in situ.
No desaleitamento precoce de bezerros (com 60 dias), durante o período da seca, o guandu picado pode substituir 1 kg do
concentrado por dia, diminuindo o custo de produção (MALAQUIAS JÚNIOR et al., 1991).
No sistema de cria, a fase pré-parto é a de maior exigência
nutricional das matrizes e coincide com o período de maior escassez, em qualidade e quantidade de alimento, durante o período da
seca. Como o guandu passa a ser consumido justamente nesta
época, pode ser a solução para eliminar esta carência nutricional
generalizada do terço final de gestão das matrizes.
9. MANEJO DA FORRAGEM
O manejo da pastagem objetiva a manutenção da área foliar
para a fotossíntese e a colheita de grandes quantidades de tecido
foliar de alta qualidade, antes que este tecido morra, evitando o seu
desperdício (Parsons, citado por SILVA & PEDREIRA, 1997).
Diversas são as sugestões para aumentar o rendimento da
produção animal em pastagem; dentre elas, Mott, citado por MARASCHIN (1993) estabelece três ações básicas: (a) estabilização da
oferta da matéria seca, de modo a não limitar o consumo; (b)
5
melhora da qualidade da forragem através de novas espéci- dificuldade posterior de aumentá-la, depois de implantado o guandu
es ou pelo manejo da pastagem; (c) aumento do consumo de forra- na pastagem.
gem com maior quantidade de folhas, mantendo a qualidade por
Quando o consórcio for estabelecido em semeadura conlongos períodos, e de boa plasticidade e persistência.
vencional com o guandu, ou através da renovação da pastagem
O consórcio de guandu com gramíneas atende a estes itens. degradada com nova gramínea semeada conjuntamente com o
O aproveitamento da forragem em pastejo é estimado em guandu, torna-se fundamental como fator de manejo o pastejo pre40% do total da produção de MS da pastagem, considerando-se coce da pastagem (70 a 80 dias), de modo a conduzir a formação da
gramínea com o favorecimento do seu perperdas de 30% devidas ao pisoteio no pastejo
filhamento e possibilitando maior cobertura
e mais 30% com a forragem remanescente no
Com 30 dias da implantação do do solo.
campo. Ressalta-se que as perdas podem ser
guandu, a pastagem degradada
maiores com mau manejo, obtendo-se um aproNo primeiro ano, com a alta população
veitamento de apenas 25 a 30%. Com este índiinicialmente
implantada do guandu, deve-se
começa a mostrar sinais de
ce de aproveitamento, determina-se o cálculo
ter o cuidado de propiciar luminosi-dade sufirecuperação pela disponibilidade de ciente para as gramíneas consorciadas pois o
de ajuste na pressão de pastejo a ser adotada.
nitrogênio por ele proporcionada. perfilhamento é estimulado pelos altos níveis
O pastejo pelo animal pode prejudicar
Após 65 a 80 dias, a pastagem, de radiação solar incidente. Tanto o pastejo
a sobrevivência da forrageira no caso de hacontínuo como o rotacionado, ou mesmo o
ver: (1) gemas regenerativas destruídas pelo
agora consorciada, pode ser
alternado, possibilitam bons resultados, ainsuperpastejo, (2) exaustão dos substratos
utilizada
para
primeiro
pastejo.
da que o pastejo rotacionado possa ser inicienergéticos das coroas e raízes, (3) enfraquealmente mais indicado nesta situação. Fundacimento do sistema radicular, aumentando a
mentalmente,
as
relações
de competição pela luz podem e devem
suscetibilidade das plantas à seca, doenças e pragas (FAVORETTO,
ser
compatibilizadas
através
da freqüência, intensidade e época ou
1993).
momento da desfolha das forrageiras (RODRI-GUES et al., 1993).
A capacidade de ocupar o solo pela parte aérea das plantas
é estimada pelo índice de área foliar (IAF). Enquanto para a maioria
9.2. Manejo de manutenção
das plantas cultivadas o IAF ótimo não coincide com a máxima
A partir do segundo ano, com a diminuição da população do
produtividade econômica, nas pastagens, a maior produção da
guandu e a estabilização da proporção entre gramínea e legu-minosa,
fitomassa corresponde ao IAF ótimo (MAGALHÃES, 1979).
Para obtenção de um ótimo IAF concorrem algumas variá- a condução da pastagem pode ser através de qualquer tipo de
veis como: (1) nível de fertilidade: leguminosas e gramíneas com manejo. Deve-se evitar pastejo pesado e intenso por longo tempo.
O sistema contínuo necessariamente exige uma pressão de
diferentes exigências determinam a escolha adequada a cada sipastejo
bem ajustada, pois sendo leve a colheita da forragem pelo
tuação. A grande rusticidade do guandu propicia amplo aproveitaanimal,
este seleciona, na maior parte, as folhas novas, que são as
mento de diversos tipos de solos, com exceção de solos muito
mais
eficientes
em promover o crescimento, pela maior atividade
úmidos ou alagados, onde tem seu desenvolvimento comprometifotossintética
(SILVA
& PEDREIRA, 1997).
do; (2) população de plantas e espaçamento de semeadura: é fundamental na melhor ocupação do espaço físico explorado; (3) idade
A produção animal em pastagens consorciadas está diretada planta: o aumento da idade, e conseqüente aumento da área mente relacionada com a sua composição. Diversos trabalhos
foliar, propicia maior captação da luz incidente nas plantas.
referem-se a melhor proporção das espécies em consórcio, com
Como a localização das reservas orgânicas é diferenciada – valores entre 30 e 40% da leguminosa e 70 a 60% da gramínea.
na base do colmo para as gramíneas e no sistema radicular e nas
Sabe-se que intervalos curtos entre desfolhas favorecem a
coroas para as leguminosas – o corte pelos animais durante o pastejo cultivar com maior proporção de IAF na parte inferior do dossel,
deve atentar para as alturas mínimas, de acordo com a espécie ma- com interceptação eficiente da luminosidade, favorecendo rápido
nejada, de modo a preservar estas reservas de carboidratos.
rebrote; sob períodos longos de intervalo de pastejo as cultivares
Os fatores que influenciam o perfilhamento são: (1) reservas de crescimento alto e ereto, com maiores proporções de IAF nas
de fotoassimilados; (2) área foliar da planta-mãe; (3) lumino-sidade partes médias e superiores do dossel, podem acumular grande IAF,
que atinge as folhas; (4) nível ótimo de nitrogênio que permite um sendo mais produtivas (SILVA & PEDREIRA, 1997). Estas características auxiliam no manejo do guandu e da gramínea con-sorciada.
máximo perfilhamento.
O fotoperíodo e a temperatura não exercem tanta influência Quando se considera apenas as gramíneas, são utilizados
parâmetros que auxiliam no seu manejo, entre eles a altura de corte
sobre o perfilhamento quanto os fatores já citados.
e o tempo de ocupação e descanso, variáveis conforme os muitos
autores (Tabela 4).
9.1. Manejo de formação
As plantas eretas (cespitosas) adaptam-se melhor ao pasA grande necessidade de nitrogênio pelas gramíneas, tanto tejo rotacionado (RODRIGUES & REIS, 1997), mas espécies de porem pastagens degradadas como na formação de novas pastagens, te ereto e leguminosas tropicais também podem ser pastejadas de
pode ser suprida com o aumento da densidade de plantas de guandu, modo contínuo desde que se permita acúmulo de forragem com
fornecendo, rapidamente, maior quantidade de nitrogênio. Além períodos de descanso. ZIMMER et al. (1988) consideram que o
disso, com maior densidade e menor espaçamento tem-se melhor pastejo contínuo favorece a persistência da leguminosa, pois os
relação folha:haste de guandu. A alta população inicial de guandu, animais preferem pastejar a gramínea, enquanto o rotacionado ten300 mil plantas/ha, diminui gradualmente até praticamente se esta- de a favorecer a gramínea.
bilizar no segundo ano da sua semeadura, entre 150 e 180 mil plantas/ha. A opção por esta maior população inicial deve-se também à
6
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
Tabela 4. Manejo de gramíneas em pastejo.
Forrageiras
Andropogon
Brachiaria brizantha
Brachiaria decumbens
Brachiaria ruziziensis
Colonião
Tanzânia
Tobiatã
Napier
Capim elefante
Jaraguá
Pangola
Setária
Estrela/Tifton/Coast cross
Gordura
Altura de entrada (cm)
2
40-45
30-40 6; 50-60 2
30-40 6; 40-50 2
30-40 6
50-606; 80-100 2
50-60 6; 70-80 2
50-60 6
110-120 1
60-80 6
302; 30-40 6
25-30 6
30-40 6
25-30 2, 6
30-40 6
Altura de saída (cm)
2
15 20
15-206; 302
15-206; 202
20-25 6
25-30 6; 40-45 2
25-30 6; 35-40 2
25-30 6
50-60 2
5
20-25 ; 30-40 6; 404
10 2; 15-206
10-15 6
15-20 6
2
5 ; 10-15 6
15-20 6
Período de pastejo (dias)
3
1-3
1-33; 1-7 10
1-33; 1-7 10
l-710
3
1-3 ; 1-510; 77; 7-101
1-33; 77
77
1-33; 3-71
l-3 l0
1 -33; 7-101
1-3 3
1-3 3
1-33; 1-7 10
3-7 1
Período de descanso (dias)
28-30 3
28-30 3; 28-42 8; 30-359, l0
28-428; 30-35 9, l0
28-42 8; 30-35 l0
3
35 ; 35-40 1, 10; 35-427
35-42 7
35-42 7
35-451; 453
454, 10; 45-50 5
30 3; 35-40 1
21-28 3
30 3
3
21-28 ; 25-30 10
35-45 1
Fontes: 1MOURA (1976); 2YASSU (1998); 3SILVEIRA (1993); 4CORSI (1993); 5HILLESHEIM (1993); 6RODRIGUES (1986); 7CORSI (1988); 8ZIMMER et al.
(1988); 9CORSI et al. (1994); 10LAZZARINI NETO (1994).
Temos então que a manutenção da proporção adequada da
leguminosa na pastagem depende de fatores como (GOMIDE, 1985):
adequada escolha da leguminosa, densidade de semeadura da
leguminosa, sistema e pressão de pastejo adotados e adubação de
manutenção em P e/ou K.
10. RESULTADOS DE PESQUISA E DE APLICAÇÃO
PRÁTICA DA UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS
MISTAS
10.1. Pesquisas efetuadas na seleção de culturas e variedades
vo, tanto de raízes primárias como de secundárias.
10.2. Resultados práticos
Acompanhei a reforma de uma área em Aragoiânia, GO, com
braquiarão juntamente com guandu, em plantio realizado no final de
fevereiro de 1998. Observei que, apesar de longo período seco que
se iniciou em maio e permaneceu até setembro do mesmo ano, e da
pastagem estar muito seca, ainda havia brotações que serviam de
fonte protéica. Nessa mesma área, nos meses de abril a setembro, o
produtor manteve a suplementação com sal proteinado devido ao
fato de que ele vendia seus bois para reprodução, ainda que o
problema neste caso não era falta de proteína. Com o bra-quiarão
reformado ele teve um ganho de 51 kg acumulados por hectare em
141 dias, e no sistema de consórcio com guandu Super N, 235 kg/
ha, 355% a mais.
O trabalho da família Bonamigo iniciou-se em Bandeirantes
nos anos 80, onde foram selecionadas uma gramínea (milheto) e
uma leguminosa (guan-du). Embora o milheto
apresente restrições em regiões frias, já existem
Importante:
algumas alternativas de linhagens, para esta situação.
Nunca roçar o guandu.
O uso da
roçadeira denota mau manejo da
pastagem mista e traz como
conseqüência a predisposição a
maior incidência de doenças,
acelerando a diminuição da
população da leguminosa.
Anualmente é feita seleção de 1.000 a
2.000 linhagens de guandu visando alta produção de grãos e massa verde. Busca-se também
facilidade de colheita, arquitetura compacta,
plantas pouco sensíveis ao fotoperíodo, ciclos
diferenciados definidos, adaptação a solos pouco férteis, e resistência a pragas e doen-ças,
com ênfase no controle do Fusarium porque a
planta é suscetível a partir do primeiro ano. Ainda em condições de campo, avalia-se o efeito
de supressão do guandu sobre invasoras tais como leiteiro,
erva-quente e trapoeraba. Tem-se testado produtos em pré e pósemergência para ervas infestantes no guandu. Busca-se ainda características relacionadas à cor do grão, visando alimentação humana, e variedades que floresçam somente a partir do segundo ano.
Num estudo desenvolvido por Oliva, Viçosa, em 1988,
avaliou-se a eficiência de conversão de água em massa seca de
cinco materiais: guandu, centrosema, galactia, soja perene e leucena.
Cabe ressaltar que o guandu, em presença de adequada disponibilidade de água, não se destaca. Entretanto, à medida que a água
começa a escassear apresenta alta eficiência de conversão de água
em massa seca pois apresenta um sistema radicular muito agressiINFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
Na Fazenda Pouso Frio, em Costa Rica, MS, que possui um solo de textura muito
pesada, a renovação da pastagem num período muito seco, de julho a novembro de 1998,
mostrou que a testemunha sem adubo, apenas com o manejo, respondeu bem, conferindo um ganho de peso de 53 kg/ha; já a testemunha com adubo (área em que foram utilizados P, K e uma baixa dose de calcário à lanço)
respondeu com um ganho de 72 kg/ha, e com o
guandu Super N chegou-se a ganhos de 183
kg/ha (241% a mais).
Na Fazenda Bonamigo, em Bandeirantes, MS, trabalhando num ciclo de um ano, o ganho obtido foi de
568 kg de peso vivo em um solo de textura média e de baixa fertilidade. Até 1990, nessa área utilizava-se o plantio direto para a produção de sementes de soja, mas como esta tornou-se pouco rentável,
parou-se a atividade e foi implantado pasto em toda a área, sem
grandes investimentos, produzindo-se por quatro anos. No quinto
ano, o pasto já estava completamente degradado. Na sua recuperação foi utilizado glyphosate numa subdose, antes da semeadura do
guandu.
Vale ressaltar que os animais pastoreiam à vontade o guandu
a partir do estádio de florescimento. Mesmo sendo semeado mais
tarde (final de março), o guandu Super N se destaca por possuir
menor sensibilidade ao fotoperíodo.
7
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo o Sr. Franke Dijkstra, um dos pioneiros do plantio
direto no Paraná, na Europa não se consegue obter um alto teor de
matéria orgânica, nos diversos sistemas de plantio direto, devido
ao grande uso de arado. Na minha opinião, a tecnologia está aí para
ser utilizada, principalmente se for barata, mas deve ser questionada principalmente em relação ao benefício que irá propor-cionar.
Portanto, deixo uma indagação: o que é melhor, utilizar a tecnologia de
uma forma racional, em termos de supressão de ervas, ou arar e gradear?
Para o produtor isto pode fazer uma grande diferença em relação à
conservação e ao aumento do teor de matéria orgânica, sendo que, na
prática, nós temos conseguido produzir aumentando o teor de matéria
orgânica nas áreas de pastagem mista.
12. LITERATURA CITADA
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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 88 – DEZEMBRO/99
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