11 1 INTRODUÇÃO Os escritórios de advocacia estão passando por um período de desenvolvimento e readequação das suas atividades internas e externas, como qualquer outra atividade de serviços. Isto se dá, principalmente, devido ao grande número de advogados que se formam e conseqüente quantidade de escritórios jurídicos que são abertos anualmente. As atividades desenvolvidas por um escritório de advocacia são as mais amplas e variadas, dentro das possibilidades de assessoria jurídica permitidas, porém o desempenho destes trabalhos depende primordialmente da gestão do escritório, que deve ser realizada de forma a permitir o oferecimento de serviços adequados às necessidades dos clientes. Para que o fluxo de trabalho não seja interrompido ou que venha a sofrer re-trabalho, os advogados e escritórios necessitam urgentemente se adequarem à nova realidade do mercado. Os advogados precisam tomar as melhores decisões desde a abertura do escritório, que implicará diretamente no futuro e o sucesso da organização. Logo, ultrapassado o momento da decisão de abrir um escritório o advogado ou os futuros sócios devem estudar como será administrado o escritório, bem como suas atividades, para não perder o foco principal, que é a advocacia. Contudo, não só de decisões preliminares é que o escritório vai conseguir desenvolver as atividades e trabalhos com eficiência, são necessários o contínuo estudo e planejamento das atividades administrativas. Considerando-se as mudanças ocorridas no mercado, por conta do acesso à internet e outros mecanismos multimídias, as atividades do advogado são niveladas, fazendo da diferença na prestação de serviços uma marca. 12 Nesta perspectiva, é que o presente trabalho foi desenvolvido, buscando informar e facilitar as atividades de planejamento e gestão dos escritórios de advocacia. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica para fundamentar os temas abordados. Posteriormente, foi realizado um estudo de caso por meio da análise do escritório jurídico escolhido. Por fim, foi montado um plano estratégico voltado para a gestão de escritórios jurídicos. 1.1 Tema O tema escolhido para o estudo foi a “gestão de escritórios de advocacia”. 1.2 Definição do problema Os problemas encontrados com freqüência nos escritórios jurídicos são inúmeros e estão voltados principalmente para a sua administração e gestão, uma vez que se trata de atividade diversa da advocacia. Considera-se que os advogados, em regra, são preparados para a advocacia em si, o que não pressupõe o conhecimento de regras internas de administração. A partir de tal premissa considerou-se a possibilidade de desenvolvimento do trabalho numa área, que já não está apenas voltada para o conhecimento das leis, mas sim a atividades administrativas e de relacionamento com os clientes. Há de ressaltar, que o problema destacado é a falta de conhecimentos de gestão administrativa e experiência dos advogados na gestão dos escritórios, atividade para qual provavelmente não foi preparado em seu curso de graduação. 13 1.3 Objeto de estudo Gestão estratégica de escritórios de advocacia. 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo geral Avaliar as necessidades de conhecimentos administrativos gerais para implantação e gestão de um escritório jurídico. 1.4.2 Objetivos específicos • Identificar as necessidades e possibilidades na implantação de um escritório jurídico individual ou uma sociedade de advogados; • Apontar os pontos fortes e fracos da atividade advocatícia em escritório individual e em sociedade; • Definir oportunidades e ameaças do mercado; • Formar um suporte administrativo, definindo funções, padronizando procedimentos e fluxos de trabalho; • Analisar a necessidade e a importância da informática e internet nos escritórios de advocacia; • Analisar as ações de publicidade e marketing, que podem ser desenvolvidos pelos escritórios; • Indicar mecanismos capazes de aferir a qualidade dos serviços; 14 • Controlar o fluxo de informações e financeiro. 1.5 Justificativa A mudança nas atividades das organizações de transformação, comércio e principalmente de serviços, tem influenciado as pessoas e as próprias organizações, fazendo com que as suas atividades desenvolvam-se rápida e constantemente. Contudo, algumas atividades, dentre elas a advocacia, ainda apresentam muita resistência às mudanças. Suas atividades continuam sendo desenvolvidas precariamente, perdendo principalmente tempo e conseqüentemente faturamento. Na atividade de serviços advocatícios existem muitos mecanismos que podem ser usados para a gestão e administração estratégica, indicando e desenvolvendo atividades internas que refletem diretamente nos trabalhos desenvolvidos e na administração do fluxo de atividades administrativas. São vários os temas inseridos na atividade dos escritórios de advocacia, aos quais serão abordados, dentre eles: decisão de montar um escritório, definição de estratégias, suporte administrativo, definição e padronização de procedimentos e, por fim, como melhor o administrar. Assim, com o presente estudo pretende-se melhorar a gestão dos escritórios, apontando objetivamente as melhorias que podem ser implantadas. Para justificar a sua realização, com relação às atividades advocatícias, foram considerados alguns pontos, dentre os quais se destaca: a suposta falta de conhecimento de administração dos advogados para gerir um escritório. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Administração A palavra Administração tem sua origem no latim (administratione), que significa ação de administrar, de gerir os negócios, um conjunto de funções, normas, princípios e processos, que tem como finalidade ampla, organizar, controlar, planejar e dirigir as atividades para a obtenção de resultados pré-estabelecidos ou desejados. Nas palavras do professor Chiavenato1 encontra-se a definição para administração, que foi descrita da seguinte forma: “administração significa a função que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro”. Já, Maximiniano2 escreve que administração: “é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos”. Ainda, o mesmo autor, contribui afirmando que administrar: É o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação de recursos, a principal razão para o estudo da administração é seu impacto sobre o desempenho das organizações. É a forma como são administradas que torna as organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir os objetivos corretos.3 Montana e Charnov4 destacam que administração “é o ato de trabalhar com e por meio de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros”. Seja nas palavras dos professores ou nas palavras das pessoas leigas, 1 Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000, p. 03. Teoria geral da Administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 26. 3 Introdução a Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000, p. 25. 4 Administração. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 02. 2 16 pode-se afirmar que administração é a arte de saber conduzir uma organização à sua finalidade (sucesso-lucro), utilizando para isso de todas as informações existentes no ambiente da empresa (interno e externo), onde em sua grande maioria se trabalha com um objetivo comum, que é a obtenção de lucros. Na administração existe o gerente ou diretor (administrador), que é o operador chefe da empresa. É ele quem desenvolve e aplica as mais diversas técnicas de gestão para melhor dirigir a empresa, sendo o responsável pela tomada de decisão e direção das atividades. Essa gerência ou direção, poder ser realizada por uma pessoa ou por um conjunto de pessoas, conforme a estrutura organizacional da empresa. O Administrador é um gestor técnico e operacional, que possui a prerrogativa de conduzir a organização, voltado exclusivamente para a obtenção de resultados. Este profissional tem a função de cuidar da organização, tomar conta das coisas, das pessoas, dos recursos, dirigindo e controlando-a satisfatoriamente, de modo a atingir o seu objetivo. Chiavenato5 destaca muito bem quando afirma em suas obras a importância do administrador que, em resumo, é classificado como sendo o “chefe ou ainda líder de equipe”, pessoa esta indispensável a todos os tipos de organizações humanas. O administrador como qualquer outro profissional, também possui uma função, que Chiavenato acertadamente esclarece: É função do administrador que a produtividade e/ou lucros sejam altos, ele também terá a função de fiscalizar a produção e, para isto, é necessário que fiscalize cada etapa do processo, controlando inclusive os equipamentos e materiais (recursos) envolvidos na produção, para evitar desperdícios e prejuízos pra a organização.6 5 6 Op. cit., p. 05. Op. cit., p. 03. 17 O Administrador possui todas as suas atividades voltadas ao desenvolvimento e direção das ações e resolução de problemas, dentre as quais se destacam: a tomada de decisões, o processamento de informações, representação da empresa, administração dos recursos, pessoas e materiais, além de cuidar da própria carreira profissional. O Administrador/Gerente como destacado anteriormente possui várias atividades, porém a responsabilidade é sua maior obrigação, qual não deve se desfazer da mesma e sim compartilhá-la com as pessoas a quem for delegada autoridade ou encargo de operar a atividade, como bem destaca Montana e Charnov: Um gerente obtém resultados eficazes através de pessoas pelo processo de delegação. Mesmo que um gerente não possa delegar a responsabilidade final, ele pode delegar autoridade. È por meio do compartilhamento de responsabilidade através da designação e da delegação da autoridade que um gerente pode fazer com que outros níveis (pessoas) sejam responsáveis pela realização do trabalho.7 A Administração é dividida em funções, processos ou procedimentos, que tem como escopo utilizar todos os recursos disponíveis da empresa para atingir o objetivo final, sendo que esta divisão visa garantir a realização das ações necessárias ao crescimento, desenvolvimento ou manutenção da organização no mercado. Para Chiavenato8, existem algumas funções, dentre as quais podem ser citadas as técnicas, comerciais, financeira, de segurança, de contabilidade, jurídicas, terceirizadas e por fim a administrativa, onde se pode destacar com firmeza o trabalho de cada administrador como: Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar. 7 8 Op. cit., p. 04-05. Op. cit., p. 12. 18 Já, para Maximiniano9 existe um processo administrativo que pode ser dividido em apenas quatro atividades: Planejamento, Organização, Direção e Controle. O processo administrativo constitui em visualizar o trabalho do administrador, que tem objetivos definidos e recursos limitados a sua disposição, realizando suas atividades, por meio de decisões baseadas principalmente no planejamento, organização, direção e controle. Processos Administrativos10: PROCESSO - DESCRIÇÃO Planejamento – Planejamento é o processo de definir objetivos, atividades e recursos. Organização – Organização é o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realização; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério. Direção – Direção é o processo de realizar atividades e utilizar recursos para atingir os objetivos. O processo de execução envolve outros processos, especialmente o processo de direção, para acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos. Controle – Controle é o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modificá-los. Figura 1 – Processos administrativos Fonte: MAXIMINIANO, 2000, p. 27. Por fim, Chiavenato escreve que: A tarefa atual da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação.11 Assim, a administração é o processo que envolve o planejamento, a 9 2000, p. 27. MAXIMINIANO, 2000, p. 27. 11 Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books, 1997, p. 9. 10 19 organização, a direção e o controle do uso de recursos para alcançar os objetivos da organização. 2.2 Teorias da administração A palavra teoria corresponde à interpretação, suposição, presunção ou proposição sobre as ocorrências no passado e a realidade das organizações. De acordo com os ensinamentos de Maximiniano, teoria constitui: Uma representação abstrata do que se percebe como realidade. A teoria é um conjunto de afirmações ou regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo real. Sem teoria os fatos são silenciosos. Teorias da administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações. Teoria geral da administração é o conjunto dessas teorias, que são designadas por meio de diferentes termos.12 Teoria da Administração, então, trata de expor as transformações ocorridas nas organizações nos últimos tempos, principalmente a partir do início do século XX, quando ocorreram as maiores mudanças organizacionais. Este período pode ser dividido em cinco fases distintas, sendo que cada uma destas fases enfatiza um aspecto importante da Administração. A primeira delas é a que dá ênfase às tarefas, chamada de Administração Científica ou de Teoria de Taylor, que se destaca por causa das tentativas de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da administração. Chiavenato13 descreve que “Administração Científica é o nome que recebeu por causa da tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da administração, a fim de alcançar elevada eficiência industrial”. Ainda, o mesmo autor destaca que: 12 13 2004, p. 29. 2000, p. 7. 20 A Administração Científica representa uma primeira aproximação teórica dos estudos da administração empresarial e localizou-se inicialmente no plano do trabalho individual de cada operário tomado isoladamente.14 É na Administração Científica de Taylor que se desenvolveu o processo administrativo que é dividido nas seguintes atividades: planejamento, preparo, controle e execução. A fase que põe ênfase na estrutura organizacional é aquela em que administrar significa organizar e planejar toda a estrutura racionalmente. É também conhecida como Teoria Organizacional. Chiavenato15 escreve que é nesta fase que a administração “é, sobretudo planejar e organizar a estrutura de órgãos e de cargos que compõem a empresa, e dirigir e controlar as suas atividades”. A Teoria Organizacional divide-se em três abordagens: • Teoria Clássica ou de Fayol, que se destaca por ter uma visão ampla e universal do sistema; • Teoria Burocrática, nascida com Max Weber, que identifica-se pelo certo grau de formalismo na sua estrutura, e; • Teoria Estruturalista, que trabalha principalmente voltada para as limitações da burocrática. Há também a teoria desenvolvida com ênfase nas pessoas, segundo a qual administrar é saber lidar e liderar as pessoas. Esta teoria enfatiza as pessoas em detrimento da estrutura e das tarefas, demonstrando com clareza uma abordagem humanitária, qual pode ser dividida em duas escolas: a das Relações Humanas e a Comportamental. Sobre esta teoria explica Chiavenato: 14 15 CHIAVENATO, 2000, p. 7. 2000, p. 11. 21 É a fase que administrar é, sobretudo, lidar com pessoas. Esta terceira abordagem da T. A. procura enfatizar as pessoas dentro das empresas, deixando em segundo plano a estrutura e as tarefas. É a chamada abordagem humanística, podendo ser desdobrada em duas escolas ou teorias: a Escola das Relações humanas e a Teoria Comportamental.16 A Escola das Relações Humanas, como lembra o mesmo autor, trata de uma abordagem mais democrática, liberal e de relação humana, colocando ênfase “na organização informal, nos grupos sociais, nas comunicações, na motivação, na liderança, nas abordagens participativas e, sobretudo, na preocupação com a satisfação no trabalho”.17 Já a Teoria Comportamental desenvolveu-se diretamente da Escola das Relações Humanas e mantém os aspectos estruturais em segundo plano, dedicando-se completamente ao comportamento e as atividades desenvolvidas pelas pessoas. A teoria que enfatiza a tecnologia, segundo Chiavenato18, “é a fase em que administrar é lidar com a tecnologia, a fim de extrair dela a máxima eficiência possível”. Esta é uma das mais recentes áreas de estudo da Teoria da Administração, a qual está provocando e influenciando a mudança e determinação das novas estruturas e funcionamento das empresas. Há também a teoria que da ênfase ao ambiente (interno e externo). Para essa teoria administrar é saber aproveitar e trabalhar todo o ambiente para obter o máximo de proveito para a empresa, sabendo aproveitar as vantagens e trabalhar as deficiências direcionando-as ao objetivo final da organização. Chiavenato destaca o seguinte: Atualmente, a Teoria da Administração considera simultaneamente estas cinco variáveis reunidas: tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia e ambiente. 16 2000, p. 19. Ibid., p. 20. 18 Ibid., p. 22. 17 22 São variáveis interdependentes e inter-agentes. As perspectivas futuras da Administração são realmente promissoras, embora nem um pouco tranqüilas. A era da Globalização, cheia de mudanças e transformações, de turbulência e instabilidade, que atravessamos está impondo novos e crescentes desafios para a administração.19 Assim a Administração passa a considerar as cinco ênfases como primordiais ao desenvolvimento de qualquer empresa, sendo que seu sucesso está diretamente ligado ao desenvolvimento de todas. 2.3 Gestão estratégica Conhecendo a realidade do mercado de serviços, que atualmente enfrenta uma alta competitividade, é um desafio conseguir manter a empresa ou escritório com níveis satisfatórios de retorno. E uma das principais ferramentas para auxiliar na sustentação da organização é a Gestão Estratégica. Conforme destaca Tavares20, gestão estratégica nada mais é do que um “conjunto de atividades planejadas e intencionais, estratégicas e organizacionais, que visa integrar a capacidade interna ao ambiente externo”. Ainda segundo Tavares21, a gestão estratégica procura reunir planejamento estratégico e administração em um só processo. A gestão estratégica é sustentada por um processo que depende do envolvimento de toda a organização, sendo que a sua implementação é de responsabilidade da alta administração. A partir do momento em que é tomada a decisão de utilizar a ferramenta de gestão estratégica, é necessária a elaboração e desenvolvimento de um plano, que tem por finalidade atingir os objetivos pré-definidos. 19 Ibid., p. 31. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000, p. 33. 21 Ibid. 20 23 Este plano é usualmente conhecido como plano ou planejamento estratégico, que para sua melhor compreensão é preciso saber distinguir estratégia e planejamento. 2.3.1 Planejamento Antes de conceituar planejamento, deve-se ter conhecimento do que é objetivo e o que é meta dentro das organizações. Objetivo é o alvo que se pretende atingir. Meta é um objetivo quantificado com prazo de duração. Exemplo de objetivo geral é destacar as necessidades de conhecimentos administrativos para a gestão estratégica de escritórios jurídicos, e de objetivo específico é crescer no mercado. Exemplo de meta é atingir e manter de maneira lucrativa e ética, uma determinada fatia do mercado. Conforme explicam Hunger e Wheelen22, que descrevem os principais conceitos e premissas relacionadas à gestão estratégica empresarial, “o planejamento constitui a função precípua da administração”. Já Mintzberg apud Psillakis23 expõe que planejamento: É um processo de tomada antecipada de decisão, é algo que fazemos antes de agir. É um processo de decidir o que e como fazer, antes que se requeira uma ação. O planejamento se baseia na crença de que o futuro pode ser melhorado por uma ação ativa no presente. A principal dificuldade do planejamento advém mais do inter-relacionamento das decisões do que delas em si. Outra conceituação é a do professor Cobra24, que define planejamento como “a mais importante tarefa da alocação de recursos e de formulação de 22 HUNGER, J. D. & WHEELEN, T. L. 2. ed. Gestão estratégica: princípios e prática. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2002, p. 272. 23 Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 442. 24 Marketing competitivo. São Paulo: Atlas, 1993, p. 148. 24 estratégias em função dos objetivos empresariais e de marketing”. O planejamento é realizado por meio da formulação sistemática de objetivos e ações alternativas, que ao final, deve possibilitar a escolha da melhor ação. Também diz respeito a implicações futuras de decisões presentes, pois é um processo de decisões inter-relacionadas e interdependentes que visam a alcançar objetivos previamente estabelecidos. O processo de planejamento é mais importante que seu produto final, possibilitando a identificação de prováveis mudanças, estabelecendo assim uma harmonia entre a organização e seu meio ambiente. Cabe salientar que se deve fazer a diferenciação entre planejar e improvisar dentro das organizações. Planejar é a elaboração de um esquema para agir e alcançar o objetivo proposto. Improvisar é agir ao acaso. Com isto, identificam-se dois tipos de organizações. A primeira, com alta capacidade de planejar, praticamente não terá necessidade de improvisar. A Segunda, com baixa capacidade de planejar, certamente terá grande necessidade de improvisar. 2.3.2 Estratégia Estratégia é uma palavra de origem grega que originalmente tinha uma aplicação estritamente militar. Strategus, para os gregos antigos significava o general superior - ou generalíssimo - e strategia significava a arte deste general, sua forma de comandar. No livro A Arte da Guerra, de Sun Tzu é explicitado que as manobras estratégicas significam escolher os caminhos mais vantajosos para vencer os 25 inimigos ou avançar no campo de batalha. Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.25 Para Porter26, “Estratégia é a criação de uma singular e valiosa posição no mercado, envolvendo um conjunto singular de atividades”. Já, para Ohmae apud Psillakis27, “Estratégia é um plano de orientação para as organizações com o propósito de direcioná-las”. É o conjunto de objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e planos para atingir os objetivos postulados de forma a definir em que situação a organização se encontra, que tipo de organização ela é ou deseja ser. Existem vários conceitos e interpretações sobre o que é ser estratégico, sendo que todos estão associados ao conceito de escolha de um rumo, um caminho por meio do qual, partindo-se da constatação de onde se está localizado, decide-se aonde se quer chegar, relacionando-se direta ou indiretamente a noções de planejamento. A estratégia e os objetivos descrevem um conceito do campo de atuação da organização. Eles especificam o volume, a área e as direções do crescimento, os principais pontos fortes e meta de responsabilidade. 2.4 Planejamento estratégico Planejamento estratégico é o método pelo qual a empresa define seus objetivos e mobiliza seus recursos para alcançar os objetivos propostos. É um 25 A arte da guerra. São Paulo: Ed. Martin Claret, 2002, p. 83. What’s strategy? Harvard Business Review. nov-dez/1996, p. 61-78. 27 Op. cit., p. 442. 26 26 planejamento global de curto, médio e longo prazo. Hax e Majluf o definem como sendo: [...] o percurso dos negócios da organização, preconiza o tipo de arranjo econômico e humano necessário e a natureza das contribuições nãoeconômicas pretendidas para os seus proprietários e demais grupos de interesse. Define, também, os negócios com os quais a companhia irá rivalizar, preferentemente na direção que focalize os recursos para conduzir competências distintas nas vantagens competitivas. 28 Para Ansoff, Declerk e Hayes, planejamento estratégico compreende a: [...] análise racional das oportunidades oferecidas pelo meio, dos pontos fortes e fracos das empresas e da escolha de um modo de compatibilizar a estratégica entre dois extremos, para que se possa satisfazer do melhor modo possível os objetivos da empresa.29 Neste sentido pode-se inferir que o planejamento estratégico engloba o plano estratégico e a administração estratégica, devendo ser visto como um instrumento de cooperação e mudança, e não apenas como um instrumento de marketing. Numa organização, considera-se como planejamento estratégico o processo que consiste na análise sistemática dos pontos fortes e pontos fracos, e das oportunidades e ameaças do meio ambiente, de forma a estabelecer objetivos, estratégias e ações que possibilitem um aumento da competitividade. 2.4.1 Análise dos ambientes 2.4.1.1 Ambiente interno e seus pontos fortes e fracos A análise do ambiente interno tem por finalidade a identificação dos pontos fortes e fracos dentro da própria organização. Os pontos fortes são características competitivas da organização, que a 28 29 Strategic management: an integrative perspective. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1984, p. 41. Do planejamento estratégico à administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1987, p. 15. 27 colocam, estrategicamente, em vantagem com relação ao setor ou ramo em que atua. Já os pontos fracos são características da organização que a tornam vulnerável em face de ameaças do meio ambiente. Na análise interna, como na análise externa das organizações, existe uma metodologia básica, assim identificada: sistema de marketing, sistema de produção, sistema operacional e recursos humanos. O sistema de marketing é que representa as forças de venda dos serviços atuais e futuros, fazendo com que os consumidores tenham conhecimento sobre tais serviços, trabalhando também com a política de preços. O sistema de produção de serviços é que evidencia o custo do serviço produzido, utilizando a melhor tecnologia para alcançar um serviço de qualidade. O sistema organizacional é a posição de como a organização está estruturada, levando em consideração os sistemas de informações confiáveis, os sistemas de planejamento e a habilidade da administração. Os recursos humanos é que identificam o estilo de condução, bem como a motivação do pessoal comprometido na organização. Para a análise do ambiente interno, considera-se, em geral, os aspectos inerentes às áreas de Marketing, finanças, recursos humanos e produção da empresa. Esta análise tem por objetivo mostrar as deficiências e as qualidades, ou seja, os pontos fortes e fracos. Não se pode esquecer de estabelecer uma comparação com outras empresas do setor, sejam elas concorrentes diretas ou indiretas ou, ainda, potenciais concorrentes. 28 2.4.1.2 Ambiente externo: suas oportunidades e ameaças A análise do ambiente externo possui como finalidade estudar a relação entre a organização e o seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças. Oportunidades são as situações do ambiente que a organização poderá aproveitar de forma mais eficaz. Ameaças são as situações do ambiente que colocam uma organização em risco. Para se efetuar uma análise externa, devem ser considerados os clientes, os mercados, a competição, as tendências do ambiente e as oportunidades e ameaças. Quanto aos clientes, devem ser analisados de forma a identificar os atuais e os potenciais, qual o segmento dos mesmos e as necessidades não satisfeitas. O estudo do mercado de serviços deve evidenciar a diferenciação, a tendência da demanda, o ciclo de vida e as fontes de sucesso dos serviços. Toda a organização deve levar em consideração a atualidade do mercado e o seu potencial neste contexto, pois as tendências do ambiente são flexíveis e dependentes da economia, da política, da tecnologia e do nível sociocultural dos consumidores de serviços, sendo possível, desta forma, a identificação das oportunidades e ameaças. Segundo o modelo de Porter30, a lucratividade de uma organização é determinada por cinco forças competitivas: • O poder de negociação com os fornecedores; • O poder de negociação com os usuários; 30 Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campos, 1989, p. 5. 29 • Ameaça de serviços similares; • Ameaça de entrada de novo concorrente no mercado; • Intensidade da rivalidade. Assim, o ambiente externo bem como o ambiente interno são elementos determinantes para o conhecimento pleno da atividade desenvolvida, sendo então de fundamental importância para que sejam traçados os planos de estratégia competitiva. 2.5 Estratégia competitiva Estratégia competitiva é o conjunto de planos, políticas, programas e ações desenvolvidas por uma empresa ou negócios para ampliar ou manter, de modo sustentável, suas vantagens competitivas frente aos concorrentes. Para Porter31, estratégia competitiva “é a busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, arena fundamental onde ocorre a concorrência”. Esclarece o autor que a estratégia competitiva “visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a competição industrial”.32 Ainda, Porter descreve “a estratégia competitiva como ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável em uma indústria, para enfrentar com sucesso as cinco forças competitivas”.33 A estratégia competitiva constitui-se, na essência, em formular caminhos 31 Ibid., p. 1. Ibid. 33 Ibid., p. 49. 32 30 de relacionamento da empresa com o ambiente externo. Porter34 destaca ainda que as empresas podem adotar três estratégias competitivas para enfrentar as cinco forças competitivas, são elas: liderança no custo total, diferenciação e estratégia no foco. 2.5.1 Liderança no custo total Nesta estratégia a empresa visa atingir a liderança em custo total, obtendo vantagens competitivas pela oferta de produtos e serviços (em geral padronizados) a custos mais baixos do que os concorrentes. Para a obtenção de sucesso, essa estratégia necessita de infra-estrutura e instalações adequadas para a produção ou atendimento em grande escala. Segundo Porter35, “a liderança no custo exige a construção agressiva de instalações em escala eficiente”. Relata o autor que a empresa deve estar diretamente voltada para o controle de custos e despesas, experiência como redução dos custos, força de vendas, publicidade, além de outros cuidados. 2.5.2 Diferenciação A segunda estratégia genérica busca alcançar vantagens pela introdução de um ou mais elementos de diferenciação nos produtos e serviços, que justifiquem preços mais elevados. Segundo Porter36, essa segunda estratégia consiste em “[...] diferenciar o produto ou serviço oferecido pela empresa”. 34 Ibid., p. 49. Ibid., p. 50. 36 Ibid., p. 51. 35 31 Uma estratégia voltada para a diferenciação deve assumir alguma forma que justifique sua finalidade, que pode ser: a marca, tecnologia, serviço ou produto sob encomenda, entre outras. 2.5.3 Estratégia no foco ou enfoque Este e o terceiro tipo de estratégia que objetiva obter vantagens competitivas ou pela oferta de produtos e serviços com menores custos, ou pela diferenciação dos mesmos, mas em um segmento de mercado mais localizado ou restrito. A l v o E s t r a t é g i c o VANTAGEM ESTRATÉGICA Unicidade Observada Posição pelo Cliente Custo No âmbito de toda DIFERENCIAÇÃO indústria Apenas um Segmento Particular de LIDERANÇA CUSTO TOTAL Baixo NO ENFOQUE FIGURA 2 – Três estratégias genéricas Fonte: Porter, 1989, p. 53. A estratégia competitiva inclui os objetivos de mais longo prazo da empresa ou da unidade de negócios que serão repassados às estratégias funcionais. Em geral, está baseada em competências acumuladas durante período de tempo relativamente longo. Por isso, a menos que grandes transformações ocorram no ambiente, alterações abruptas ou radicais na estratégia competitiva da empresa não devem ser 32 esperadas. Assim, mesmo que não tenha sido formalizada ou divulgada, a parte mais visível da estratégia competitiva efetivamente implementada por uma empresa refletida nos produtos e serviços que fornece - dificilmente não será identificável por profissionais que estudam o ramo de atividade em que esta se insere. A parte menos visível da estratégia, e talvez mais importante, diz respeito às competências que a empresa vai construindo e que fundamentarão vantagens competitivas no futuro. A estratégia competitiva adotada fica assim caracterizada pelo modo com que a empresa atende seus clientes, que para Porter37, advém da diferença do valor que a empresa cria para seus clientes e o custo que tem para criá-lo. 2.6 Marketing de serviços 2.6.1 Marketing Marketing pode ser definido como o conjunto de atividades que objetivam a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas destinados a obter e servir a demanda de produtos e serviços para o mercado, de forma adequada, atendendo os desejos e necessidades dos clientes, o que resultará em vendas/serviços e, conseqüentemente, satisfação e lucratividade. Para Kotler38, "Marketing é a atividade humana dirigida para a busca da satisfação das necessidades e dos desejos dos consumidores, através dos processos de troca”, ou, "é a arte de criar e distribuir um produto ou serviço de forma 37 38 Ibid., p. 52. Administração de marketing: análise, planejamento. 5. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 1998, p. 33. 33 econômica e rentável, de maneira a atender plenamente às necessidades e aos desejos de um consumidor". Ainda para Kotler39 Marketing “é satisfazer pessoas de forma ética e verdadeira, [...] é fidelizar o cliente, [...] é transformar um produto num bem acessível a todos que o desejam". Já Drucker apud Rocha e Christensen40, descreve o Marketing como sendo “o processo através do qual a economia é integrada à sociedade para servir às necessidades humanas”. Para Cobra41, Marketing transcende o próprio conceito da palavra, onde: [...] mais importante que entender sua definição é compreender que marketing deve ser encarado como uma filosofia, uma norma de conduta para a empresa, onde as necessidades latentes, quer no plano qualitativo, quer no quantitativo, impõem a dedução dos objetivos que a empresa deve ter em mente, para definir as características dos produtos ou serviços a serrem elaborados e as respectivas quantidades a serem definidas. Marketing como dispõe Dias42 é uma palavra em inglês derivada de market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Assim, entende-se que a empresa que pratica o marketing tem o mercado como a razão e o foco de suas ações. Ainda Dias43 esclarece que: o conceito de marketing pode ser entendido como a função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição. O mercado por sua vez é complexo e dinâmico, composto de indivíduos ou grupos que possuem intenções, necessidades e rendas variadas, que podem comprar ou usar bens e serviços diversificados e especiais, tudo em busca da satisfação. 39 O marketing sem segredos. Ed. Bookman: Porto Alegre, 2005, p. 23. Marketing: teoria e prática no Brasil São Paulo: Atlas, 1990, p. 15. 41 HORTMANN, Sérgio R. apud Marcos Cobra. Apostila de marketing internacional. Belo Horizonte: EDITORA UFMG, 2002, p. 11. 42 Gestão de marketing. São Paulo: Ed. Saraiva, 2003, p. 2. 43 Ibid. 40 34 A descoberta ou desenvolvimento de um mercado é o grande desafio do marketing, porém nem sempre uma oportunidade atrativa se revela economicamente interessante, razão pela qual é necessária a definição do que é atrativo e o que é viável. As técnicas e métodos de marketing podem ser aplicados na promoção e vendas de produtos e serviços para que as transações entre os participantes do mercado sejam conduzidas com eficiência e com nível de satisfação entre quem vende e quem compra um produto ou serviço. Pode-se assim afirmar que o marketing como um método gerencial é um processo que compatibiliza e facilita as relações de mercado. Há algumas diferenças entre o marketing de produtos e o marketing de serviços que devem ser levadas em consideração ao se examinar as possibilidades da adoção do marketing em serviços profissionais de qualquer natureza como, por exemplo: manutenção de aparelhos eletrônicos, assistência médica, jardinagem, assessoria contábil e jurídica. 2.6.2 Serviços Serviços não são caracterizados por bens ou produtos, sendo esta a razão pela qual a administração de serviços é diferente da administração geral, trata de espécie de prestação de trabalho intangível, que não se pode tocar, porém possui resultado visível. Os serviços são os responsáveis pela grande mudança econômica do mundo no último século, são também denominados como terceiro setor. Segundo Kotler, 35 Serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte possa oferecer a outra parte e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico.44 Os serviços são modalidades de trabalhos que não estão ligadas à indústria e ao comércio, mas desenvolvem atividades que auxiliam no desenvolvimento e complementação da organização como: engenharia, consultoria, assessoria, advocacia, contabilidade, saúde. Serviço constitui os benefícios oferecidos para o cliente, podendo ser físicos, psíquicos ou emocionais, podendo ser mais ou menos importantes, sendo sempre mensurados pelo cliente, que freqüentemente agrega valores ao conjunto. Os serviços estão presentes no cotidiano de todos, seja no uso do transporte coletivo para locomover, do médico que prescreve o medicamento ao paciente, do advogado que acompanha e defende os direitos do cliente, dos correios, dos restaurantes, dos hotéis, da educação, da administração do escritório. Os serviços, com freqüência, apresentam uma característica comum, que é a intangibilidade, pela qual sugere-se que o serviço não pode ser estocado ou facilmente demonstrado como os produtos. Os serviços não estão ligados diretamente ao ganho de dinheiro, ainda que em alguns casos represente isso. Segundo Bateson e Hoffman: um produto é algo que o consumidor compra e leva com ele ou consome, ou, de alguma outra maneira, usa. Se não é físico, se não é algo que pode levar embora ou consumir, então chamamos de serviço.45 Os serviços são atividades desenvolvidas economicamente para satisfazer as necessidades dos clientes e podem ser classificados conforme sua natureza. 44 45 1998, p. 412. 2001, p. 34. 36 Indústrias de serviços • Transportadoras • Hotéis • Empresas aéreas • Parques de diversão Lojas de serviços • Oficinas de veículos • Serviços de manutenção • Hospitais e clínicas Serviços de massa • Escolas e universidades • Varejista • Vendas em atacado • Instituições financeiras Serviços profissionais • Advogados • Médicos • Contadores • Arquitetos 2.6.2.1 Características dos serviços As principais características dos Serviços são quatro: Intangibilidade, Inseparabilidade, Variabilidade e Perecibilidade. 37 Os Programas de Marketing são muito afetados por estas quatro características como poderá ser visto a seguir: a) Intangibilidade Serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados. O desafio para a área de marketing é a de “evidenciar” a qualidade dos serviços procurando, de alguma forma tangibilizá-lo. Segundo Kotler46 “a intangibilidade dos serviços significa que eles não podem ser observados, provados, apalpados, ouvidos ou cheirados antes de serem adquiridos”. Já para Fitzsimmons: [...] a natureza intangível dos serviços é igualmente um problema para os clientes. Ao escolher um produto o consumidor é capaz de vê-lo, senti-lo e testá-lo antes da compra. No caso do serviço, entretanto, o cliente precisa se basear na reputação da empresa.47 b) Inseparabilidade ou indivisibilidade Diferente dos produtos os serviços são produzidos, entregues e consumidos simultaneamente, chegando a fazer parte e uma pessoa quando o mesmo é por ela prestado. Para Kotler: Os serviços não podem ser separados do prestador dos serviços e da maneira como este é percebido – seu profissionalismo, sua aparência e sua conduta -, ambos serão utilizados na avaliação da qualidade da empresa de serviços. 48 A inseparabilidade traz como uma de suas conseqüências, a presença do cliente aumentando em muito a preocupação com sua satisfação imediata. O sentido de agradar constantemente. 46 2002, p. 15. Administração de serviços: operações, estratégia e tecnologia da informática. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005, p. 48. 48 2002, p. 15. 47 38 c) Variabilidade Um serviço a um cliente não é exatamente este “mesmo serviço” ao próximo cliente. Esta é a característica da variabilidade ou heterogeneidade. E é a causa de um dos maiores problemas no gerenciamento dos serviços – como manter uma qualidade uniforme percebida dos serviços produzidos e entregues aos clientes? Segundo Kotler49 existe na prestação de serviços a variabilidade, uma vez que “[...] os serviços são inseparáveis das pessoas, a qualidade dos serviços prestados aos clientes pode variar”. Ainda o mesmo autor afirma o seguinte: O melhor advogado pode cometer um engano; o melhor contador pode esquecer um número e o melhor médico pode estar enfrentando um dia ruim. As implicações da variabilidade dos serviços são duplicadas.50 d) Perecibilidade Esta também é uma característica problemática. Os serviços não podem ser estocados, obrigando para o gestor uma grande necessidade de estabelecer equilíbrio entre a demanda e a oferta. Kotler51 escreve que: A perecibilidade dos serviços significa que eles não podem ser armazenados para venda ou utilização posterior. Alguns médicos cobram as consultas que os pacientes perdem, porque o valor do serviço existia apenas naquele momento e desapareceu quando o paciente não tem certas implicações. Para Fitzsimmons52 Um serviço é uma mercadoria perecível. Considere uma poltrona vazia em um vôo, um quarto desocupado em um hotel ou hospital ou uma hora sem pacientes no dia de um dentista. Em cada um desses casos, perdeu-se uma oportunidade. Como um serviço não pode ser estocado, se não for usado, está perdido para sempre. A utilização total da capacidade de serviços 49 Ibid., p. 16. Ibid. 51 Ibid. 52 Op. cit., p. 47. 50 39 torna-se um desafio gerencial na medida em que as demandas dos clientes exibem variações consideráveis, não existindo a opção de criar estoques para absorver essas flutuações. Diante da demanda de serviços serem variáveis e perecíveis, o administrador ou gerente possui a prerrogativa de administrá-las segundo as três opções citadas por Fitzsimmons53, que são: 1. Suavizar a demanda: agendando consultas e atendimentos, incentivos de preços e desestimulando a demanda em períodos de picos. 2. Ajustar a capacidade dos serviços: utilizando funcionários extras durante os períodos de picos, programando os turnos de trabalho de forma a compensar os horários de picos e auto-atendimento de serviços. 3. Permitir que os clientes esperem. A perecibilidade como também as outras características já destacadas devem ser muito bem compreendidas, posto que são fundamentais para o real conhecimento da atividade empresarial de serviços. 2.6.2.2 Estratégia em serviços Os serviços são atividades amplamente voláteis e até mesmo difíceis de previr, com isso é que busca-se traçar estratégias para a administração de serviços. Segundo Fitzimmons54, A estratégia em serviços deve começar com uma visão local e objetivos do empreendimento. Uma visão estratégica de serviços é formulada abordando questões a respeito do mercado-alvo, do conceito em serviços, da estratégia operacional e do sistema de prestação de serviços. Como nas empresas de manufatura e comerciais, nos serviços também estão presentes as três estratégias genéricas que são: liderança em custos, 53 54 Ibid., p. 48. Ibid., p. 60. 40 diferenciação e focalização no mercado. Nos serviços não é diferente, os clientes procuram e decidem depois de analisarem diversas variáveis, como: preço, conveniência, reputação da empresa ou profissional e segurança. Assim, é importante a existência de estratégias específicas para o sucesso das empresas de serviços, pois criam variáveis que podem definir a competitividade e as preferências do cliente. 2.6.2.3 Ciclos do serviço O ciclo do serviço pode ser definido como uma cadeia ininterrupta de eventos à qual o cliente é submetido enquanto utiliza o serviço. Esta experiência total, desde o primeiro contato que este cliente tem com a empresa até a satisfação do seu desejo ou necessidade, é que configura um ciclo de serviço. A compreensão de um produto através do reconhecimento de quais e como são seus de ciclos de serviço permite uma visão mais aproximada que o cliente tem acerca deste produto. Albrecht55 comenta que: Se o cliente tiver um problema incomum ou complicado, ou uma necessidade não rotineira, para a qual a empresa não possui um “sistema”, parecerá particularmente difícil para a organização responder ao cliente em termos de sua necessidade. Em síntese, o ponto geral desta discussão é a visão de que, ao invés de a organização estar engessada por suas regras por não conhecer os percalços passados pelos clientes, a empresa, ao ter clareza dos seus ciclos de serviço, poderia oferecer maior agilidade e flexibilidade no atendimento. 55 Momentos da verdade. Rio de Janeiro: Makron Boooks do Brasil, 1992, p. 22-33. 41 Além disto, perceber o processo de prestação de um serviço como um fluxo único de experiências interligadas faz com que a organização possua uma visão mais apurada de si e do seu produto, podendo assim compreender melhor a forma como a empresa é vista pelo cliente. A noção de ciclos de serviço ainda é capaz de auxiliar os membros de uma organização a terem uma visão compartilhada do seu trabalho e assim evoluírem de um simples grupo para um time de trabalho, onde existe uma maior sinergia e um grande sentimento de interdependência. 42 3 METODOLOGIA Este capítulo apresenta de forma detalhada e objetiva os procedimentos metodológicos adotados para a realização desta pesquisa, sendo que o procedimento adotado foi o de coleta de dados através de entrevista, para o qual foi elaborado um questionário. A importância do procedimento metodológico está em se fazer uma previsão do que foi abordado através do levantamento de informações pertinentes ao assunto em questão. Neste sentido, Barros e Lehfeld56 definem que “a metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método, através de processos e técnicas, que garante a legitimidade do saber obtido”. A pesquisa é o que destaca e caracteriza todo o trabalho desenvolvido, é através dela que o pesquisador consegue buscar na realidade embasamento para a fundamentação do trabalho. 3.1 Método Neste trabalho foi utilizada além da pesquisa bibliográfica a descritiva, sendo esta última realizada pelo método qualitativo e quantitativo. De acordo com Oliveira57, “a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre 56 57 2000, p. 2. 2002, p. 119. 43 determinado assunto ou fenômeno”. Logo, a pesquisa descritiva obtida através da coleta de dados com a abordagem quali-quantitativa se deu por meio de uma pesquisa de campo que teve como estudo a satisfação dos clientes de um escritório de advocacia. Segundo Oliveira58, a pesquisa descritiva “é um tipo de estudo que permite a obtenção de uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno”. Nesta pesquisa foram investigados três fatores considerados primordiais para traçar a satisfação dos clientes, como o atendimento, o relacionamento e o serviço prestado. Esses três pontos em estudo contribuíram para uma análise mais precisa do trabalho desenvolvido, tendo a abordagem quali-quantitativa permitido que fossem respondidas perguntas fechadas e uma última aberta na qual os pesquisados puderam expor melhor suas opiniões através de críticas e sugestões. Para Oliveira59 a abordagem quantitativa é realizada por meio da quantificação de “opiniões, dados, na forma de coleta de informações [...] abordagem qualitativa difere da qualitativa pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema”. 3.2 População e amostra Foram considerados como população ou universo deste estudo os clientes do escritório de advocacia, que durante o desenvolvimento do trabalho possuía aproximadamente 250 clientes. 58 59 2002, p. 114. 2002, p. 115. 44 Esta pesquisa foi desenvolvida com 10% do total dos clientes do escritório de advocacia. Diante desta realidade, optou-se pelo processo de amostragem do tipo não-probabilístico por julgamento que, na definição de Mattar60, é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra “depende, ao menos em parte, do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte da amostra”. As amostras não-probabilísticas são selecionadas por critérios subjetivos do pesquisador, de acordo com sua experiência e com os objetivos do estudo, sem a utilização de conceitos estatísticos. Assim é que foram realizadas as 25 entrevistas com os clientes previamente selecionados. 3.3 Coleta de dados Na coleta de dados, utilizou-se um questionário contendo perguntas fechadas de múltipla escolha e uma última questão aberta para sugestões ou críticas. O questionário foi aplicado pelo pesquisador no próprio escritório de advocacia, onde trabalha atualmente e alguns dentro do Presídio Regional de Criciúma. Os clientes não precisaram se identificar para responder os questionamentos. Isso garantiu que pudessem responder com sinceridade, fornecendo, desta forma, informações verdadeiras. 60 1999, p. 268. 45 3.4 Apresentação do escritório O escritório de advocacia estudado iniciou suas atividades no mês de junho de 2004. Possui sua sede na Rua Cel. Marcos Rovaris, n.º 54, sala 11, Ed. Julio Gaidizinski, bairro Centro, em Criciúma-SC. O escritório concentra suas atividades de serviços nas áreas cível e criminal. No início de suas atividades, o escritório possuía dois sócios e nenhum colaborador. Já no mês de março do corrente ano, apenas um dos sócios permaneceu no escritório, posto que adquiriu a parte do outro sócio. No mês seguinte, o escritório passou a contar com dois colaboradores, que tinham suas responsabilidades dividas por áreas (cível e criminal). Neste momento o escritório esta passando por transformações, que iniciam na parte administrativa até a especialização dos serviços prestados. 46 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 4.1 Perfil dos informantes A maioria dos clientes que responderam à pesquisa utilizou serviços do escritório na área criminal (80%), sendo que a outra parte (20%) usou os serviços na área cível (família, sucessões e responsabilidade civil). Criminal Cível Total Pesquisas 20 5 25 (%) 80% 20% 100% Tabela 1 – Perfil dos clientes Fonte: dados da pesquisa Perfil dos Clientes 25 20 15 Criminal 10 Cível 5 0 Pesquisas Gráfico 1 – Perfil dos clientes Fonte: dados da pesquisa Todos os clientes pesquisados foram provocados a responderem um questionário com três pontos onde cada um apresentava um esquema lógico da atividade envolvida. Os três pontos envolvidos eram o atendimento, o relacionamento com o cliente e por fim o próprio serviço prestado. 47 4.2 Atendimento O atendimento foi subdividido em três momentos que são: - Presteza, prontidão e atenção; - Agilidade e rapidez; - Qualidade. Neste ponto foi constatado um alto nível de satisfação geral, pois a totalidade dos clientes pesquisados destacou o atendimento como bom ou ótimo. Ótimo Bom Regular Ruim Criminal Cível Criminal Cível Criminal Cível Presteza 13 3 7 2 0 0 0 Agilidade 14 2 6 3 0 0 0 Qualidade 12 1 8 4 0 0 0 0% 0% 0% GERAL 60% 40% Tabela 2 – Atendimento Fonte: dados da pesquisa Atendimento - Área Cível 5 Respostas 4 Presteza 3 Agilidade 2 Qualidade 1 0 Ótimo Bom Regular Ruim Avaliação Gráfico 2 – Atendimento prestado aos clientes na área cível Fonte: dados da pesquisa 48 Respostas Atendimento - Área Criminal 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Presteza Agilidade Qualidade Ótimo Bom Regular Ruim Avaliação Gráfico 3 – Atendimento prestado aos clientes da área criminal Fonte: dados da pesquisa O Atendimento foi visto como um ponto forte do escritório, destacando-se na fala de alguns clientes, que o definiram da seguinte forma: “O que provoca uma diferença é a maneira de atendimento, pois o advogado para o que está fazendo para nos atender, além também de atender a domicílio”. “Bom o atendimento, ele atende o celular fora do horário, quando não podia falar sempre deu o retornou a ligação”. Assim, pode-se constatar que o atendimento é algo que realmente faz diferença, pois apesar de muitos não terem escrito sobre o tema, a maioria tentou expor a satisfação, principalmente pela atenção e responsabilidade. 4.3 Relacionamento com o cliente O relacionamento com o cliente também foi um ponto importante que tomou espaço na pesquisa, porque a maioria dos clientes esclareceu a importância do relacionamento, considerada por eles como uma nova “amizade”. 49 O relacionamento com os clientes foi dividido também em três pontos centrais: - Antes da apresentação do problema; - Desempenho durante o atendimento; - Pós/Serviço. Ótimo Bom Regular Ruim Criminal Cível Criminal Cível Criminal Cível Apresentação 14 1 6 4 0 0 0 Desempenho 18 3 2 2 0 0 0 Pós-serviço 15 4 5 1 0 0 0 0% 0% 0% GERAL 73,33% 26,67% Tabela 3 – Relacionamento com o cliente Fonte: dados da pesquisa Relacionamento - Área Cível 5 Respostas 4 Estrutura 3 Informação 2 Acompanhamento Preço 1 0 Ótimo Bom Regular Ruim Avaliação Gráfico 4 – Relacionamento com os clientes da área cível Fonte: dados da pesquisa 50 Relacionamento - Área Criminal Respostas 20 15 Estrutura Informação 10 Acompanhamento Preço 5 0 Ótimo Bom Regular Ruim Avaliação Gráfico 5 – Relacionamento com os clientes da área criminal Fonte: dados da pesquisa Quanto ao relacionamento teve algo muito importante considerado pelos clientes, que é a amizade. Muitos deles destacaram que o relacionamento amigo permaneceu mesmo depois do término do serviço. Alguns clientes destacaram que a amizade é muito importante na hora de escolher o advogado e a relacionaram com o bom atendimento e a qualidade do serviço. Portanto, o relacionamento com o cliente é um ponto muito importante a ser considerado para traçar um futuro próspero para o escritório. 4.4 Serviço prestado No último item da pesquisa foi questionado o produto do escritório de advocacia, que é o próprio serviço. O serviço como muito bem destacado no capítulo anterior, não pode ser tocado, visto ou até mesmo mensurado, porém ele tem a finalidade de melhorar ou satisfazer um anseio do cliente, o que acaba gerando um valor para o mesmo. Nos serviços foram apontados quatro assuntos, que são: 51 - Estrutura de trabalho; - Informação; - Acompanhamento; - Preço e condições de pagamento: Ótimo Bom Regular Ruim Criminal Cível Criminal Cível Criminal Cível Estrutura 12 1 8 4 0 0 0 Informação 14 2 6 3 Acompanhamento 13 4 7 1 0 0 0 Preço 16 3 4 2 0 0 0 0% 0% 0% GERAL 65% 35% Tabela 4 – Serviço prestado Fonte: dados da pesquisa Serviços Prestados - Área Cível 5 Respostas 4 Estrutura 3 Informação 2 Acompanhamento Preço 1 0 Ótimo Bom Regular Avaliação Gráfico 6 – Serviços prestados na área cível Fonte: dados da pesquisa Ruim 52 Serviços Prestados - Área Criminal Respostas 20 15 Estrutura Informação 10 Acompanhamento Preço 5 0 Ótimo Bom Regular Ruim Avaliação Gráfico 7 – Serviços prestados na área criminal Fonte: dados da pesquisa Os serviços prestados foram considerados pela maioria como ótimos, principalmente no que se refere aos quesitos ‘informação” e “preço”, sendo inclusive destacadas como pontos fortes a informação prestada e as condições de pagamento. Na oportunidade, dois clientes descreverem o que acharam dos serviços. Um deles mencionou com freqüência a disponibilidade dos advogados em passar o acompanhamento dos serviços e a abertura na negociação. Assim, o fato de atender com atenção e disposição, a geração de um bom relacionamento com o cliente, aliado principalmente à qualidade do serviço prestado, colabora para a ampliação dos negócios do escritório, gerando muitos proveitos futuros. 53 5 CONCLUSÃO O presente trabalho teve como propósito apresentar a necessidade da aplicação da administração nos escritórios de advocacia, principalmente quanto ao uso da gestão estratégica. Tudo devido à precariedade das atividades desenvolvidas atualmente neste mercado. Através da pesquisa bibliográfica foi desenvolvido o tema no sentido de apresentá-lo de maneira simples, porém consistente de como as atividades do escritório devem ser planejadas. A problemática central deste estudo estava relacionada ao crescimento e desenvolvimento dos escritórios de advocacia a partir de uma visão que é o tema do trabalho “Gestão Estratégica de Escritórios de Advocacia”. Como bem se sabe, desde a época mais antiga Sun Tzu já escrevia e ensinava suas experiências destacando principalmente a visão estratégica, onde temos o Livro A Arte da Guerra, chegando atualmente às organizações com o grande escritor e professor Michel Porter. O estudo se propôs a caracterizar a importância e necessidade da aplicação das ferramentas da administração nos escritórios de advocacia estrategicamente. Neste norte, foram escolhidos e desenvolvidos alguns temas durante o trabalho, todos voltados à administração e à importância do planejamento estratégico, constatando também alguns pontos importantes e ligados diretamente à prestação de serviços, dentre os quais foram desenvolvidos: o atendimento, relacionamento e o próprio serviço. 54 Percebeu-se que, após um contato mais próximo com a estratégia, muito poderia se trabalhar com as ferramentas da administração e o planejamento estratégico dentro dos escritórios de advocacia. Com base na proposta foi discorrido sobre os seguintes temas: • Administração • Teorias da administração • Gestão estratégica • Planejamento • Estratégia • Planejamento estratégico • Análise dos ambientes • Ambiente interno e seus pontos fortes e fracos • Ambiente externo: suas oportunidades e ameaças • Estratégia competitiva • Liderança no custo total • Diferenciação • Estratégia no foco ou enfoque • Marketing de serviços • Serviços • Estratégia em serviços • Ciclos do serviço A partir do estudo destes temas foi possível dar uma visão ampla do que pode ser acrescido e desenvolvido nas atividades advocatícias, dando subsídios para o crescimento a partir da utilização das ferramentas da administração e outras que podem ser moldadas aos serviços. 55 REFERÊNCIAS ALBRECHT, Karl e BRADFORD, Lawrence J. Momentos da verdade. Rio de Janeiro: Makron Boooks do Brasil, 1992. ANSOFF, H. Igor; DECLERK, Roger P.; HAYES, Robert L. (Org.) Do planejamento estratégico à administração estratégica. 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( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim Possui informação suficiente? ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim Mantém o cliente informado do acompanhamento e dos acontecimentos? ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim Preço e condições de pagamento? ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim Você está satisfeito levando em consideração os questionamentos anteriores?