p2art_cofop24_phrantiesco

Propaganda
EFEITO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA BROCA NA RAIZ Eutinobothrus
brasiliensis ( HAMBLETOM, 1937) NA CULTURA DO ALGODOEIRO
Kichileski, M1
Drechsler, C2
Ledesma, P3
RESUMO
Estudou-se na região de Cornélio Procópio - PR, o efeito dos inseticidas com os
princípios ativos Metamidofos, Bendiocarb e Paraction Melitico, em pulverização para o
controle da broca da raiz, na cultura do algodoeiro. As avaliações foram feitas aos 30, 50 e
70 dias após a emergência da cultura, observando-se o ataque da broca na raiz. Os
tratamentos utilizados não apresentaram diferenças significativas no controle da broca da
raiz.
ABSTRACT
The effect of inseticides Metamidofos, Bendiocarb and Paration metilico was
avaluated to control the root borer in cotton crop. The present field trial was conducted in
Cornélio Procópio – Pr.
After emergence of plants the following dates were used to avaluate the attack of
root borer? 50 and 70 days.
IT was concluded that the treatments didn, show any significative difference to
control respective pest of cotton crop.
_________________________________________________________________________
1
Engenheiro Agrônomo e professor da Seed - PR, Curitiba - PR, <[email protected]>
Administração (Faculdades Spei), Curitiba - PR <[email protected]>
3
Estatístico (UFPR) e professor da Seed - PR, Curitiba - PR <[email protected]>
2
1
INTRODUÇÃO
A ocorrência da broca da raiz do algodoeiro no Estado do Paraná tem sido uma
constante nas lavouras, ocasionando grandes prejuízos econômicos.
Como a evolução da praga tem deixado várias lavouras afetadas com um baixo
rendimento na colheita por/ha, torna-se viável o referido experimento, pois o controle da
praga fará com que seja mais bem estudado na seqüência.
MATERIAL E MÉTODOS
Instalou-se o experimento em 16 de outubro de 2008, no sítio do SR Renato
Kicheleski, no bairro Marco Zero, município de Leópolis - Pr na cultura de algodão,
cultivar IPR 96, plantada em 23.09.2008. Cada tratamento tem espaçamento de 1,0 metro
entre linhas e densidade de 07 plantas por metro.
Foi utilizado delineamento experimental de blocos ao acaso(4), com 06 tratamentos e
04 repetições, parcelas de 35 m2 (05x07m), totalizando 840 m2. Os tratamentos e
respectivas dosagens foram:
Princípio ativo
Dosagens em ml.
1. Metamidofos ( Ortho-Hamidop 600 CE)
- 250 ml P.C./ha
2. Metamidofos (Ortho-Hamidop 600 CE)
- 200 ml P.C./ha
3. Metamidofos (Ortho-Hamidop 600 CE)
- 150 ml P.C./ha
4. Paration Metil (Folidol 60 CE)
- 300 ml P.C./ha
5. Bendiocarb 80 PM
- 200 ml P.C /ha
6. Testemunha(5)
Para pulverizações, foi utilizado o pulverizador Costal manual marca Jacto
Equipado com bico D2, com volume de água de 200 litros/ha.
_________________________________________________________________________
(4)
Delineamento experimental blocos ao acaso – É utilizado quando as condições experimentais não são
homogêneas, fazendo controle local (blocos) casualizando os tratamentos igualmente repetidos.
(5)
Testemunha – parcelas que não receberam nenhum tratamento (inseticida)
2
Efetuou-se 03 aplicações, nos dias 16/10, 01/11 e 18/11/08. As avaliações foram
feitas aos 30, 50 e 70 dias após a emergência da planta em 18/11, 08/12 e 28/12/08,
respectivamente. Cada avaliação constou do arranque e observação minuciosa do ataque da
broca na raiz, em uma amostragem de 10 plantas por parcela.
Para análise estatística, os dados foram transformados(6) para [arc.sen x / 100 ]
(sendo x a variável observada). Ao obter os quadrados médios dos tratamentos, de bloco e
do resíduo, será utilizado o teste F para comparações entre as médias dos tratamentos. Caso
exista diferença significativa entre os tratamentos, será utilizado o teste Tukey para indicar
qual o melhor tratamento (inseticidas com suas devidas dosagens).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Santos & Pires (1982) citam que, um besouro adulto (broca) vive em média 200 dias
podendo passar de uma safra para outra. A broca é um pequeno besouro escuro, medindo
de 3 a 5 mm de comprimento. A fêmea deposita nas plantas seus ovos e de lá eclodem as
larvas que constroem galerias na região do coleto da planta, tendo como conseqüência, a
morte das plantas jovens. As folhas das plantas atacadas caracterizam-se por apresentarem,
primeiramente, folhas bronzeadas, com perda de turgescência nas horas mais quentes do
dia, e posteriormente, o total secamento.
A aplicação no sulco de plantio, segundo Freire et alii (1973 p.12) dos produtos
Disyston, Frumin e Terracur P, e em pulverizações Endrin, visando o colo das plantas, em
intervalos de 15 dias.
O tratamento de sementes com Disulfoton 50P, se torna eficiente quando
complementado com uma ou duas aplicações dos produtos, Paraction e Fentoato, aplicados
de 25 a 35 dias após a emergência das plantas segundo Santos & Pires (1979).
Ferreira (1980) recomenda duas aplicações espaçadas de 15 dias, sendo a primeira
de 15 a 20 dias após a germinação com os produtos Furadan e Folidol.
_________________________________________________________________________
(6)
Essa transformação é normal quando os dados são apresentados em percentuais ou expressos em
uma razão.
3
Segundo Silva et alii (1980 p.110), apenas Carbofuram 350F teve controle eficaz da
broca dos diversos tratamentos já utilizados.
Bleicher eti alii (1981), recomendam o uso de sementes tratadas, com mais duas
aplicações de produtos de contato aos 20 e 35 dias após a germinação.
Em relação ao controle químico, Santos (1982) diz que “o tratamento de sementes
com Disulfoton 50F diminuiu os danos da broca e que a utilização de Paration metilico
60CE entre 15 e 30 dias, associado ao tratamento da semente proporcionou controle
satisfatório da broca”.
Objetivando um melhor controle, e na tentativa de se obter novas alternativas para
recomendações, realizaram-se os experimentos apenas com os produtos Metamidofos (em
três doses diferentes), Bendiocarb e Paration Metílico.
Na tabela 1, aos 30 dias após a emergência da cultura, demonstra que os produtos
testados apresentaram baixa eficiência e a análise estatística se mostrou não significativa
para os tratamentos, ou seja, nenhum dos tratamentos analisados difere estatisticamente da
testemunha.
Tabela 1 – Número total de plantas atacadas por parcela em 30 dias.
TRATAMENTOS
(7)
1. Metamidofos
2. Metamidofos
3. Metamidofos
4. Paration Metil
5. Bendiocarb
6. Testemunha
TOTAL
DOSAGEM
g ou ml
P.C./ha
250
200
150
300
200
-
F tratamentos = 4,56
I
II
III
39,23
45,00
33,21
00,00
26,57
50,77
194,78
71,57
45,00
26,57
45,00
39,23
39,23
266,60
26,57
39,23
45,00
33,21
50,77
56,79
251,57
IV
18,43
18,43
56,79
18,43
33,21
56,79
202,08
TOTAL
MÉDIA
155,80
147,66
161,57
96,64
149,78
203,58
915,03
38,95
36,92
40,39
24,16
37,45
50,90
38,13
C.V.(%) = 30,8
Como o teste F se mostrou não significativo para os tratamentos, não houve a necessidade
de utilizar o teste de Tukey para fazer as comparações das médias dos tratamentos.
Também não houve diferença significativa entre os blocos. Como o coeficiente de variação
resultou acima de 20%, não é um bom indicador de precisão experimental.
_________________________________________________________________________
(7)
Princípios ativos dos inseticidas.
4
Aos 50 dias após a emergência da variedade, a tabela 2 demonstra que os produtos
testados apresentaram baixa eficiência e a análise estatística mostrou que os resultados não
foram significativos para os tratamentos. Nenhum dos tratamentos diferiu estatisticamente
da testemunha.
Tabela 2 – Número total de plantas atacadas por parcela aos 50 dias.
TRATAMENTOS
1. Metamidofos
2. Metamidofos
3. Metamidofos
4. Paration Metil
5. Bendiocarb
6. Testemunha
TOTAL
F tratamentos = 4,56
DOSAGEM
g ou ml
P.C./ha
250
200
150
300
200
-
I
II
III
IV
TOTAL
MÉDIA
56,79
90,00
90,00
90,00
56,79
90,00
473,58
90,00
90,00
90,00
71,57
90,00
90,00
521,57
90,00
90,00
90,00
90,00
90,00
90,00
540,00
90,00
90,00
90,00
71,57
71,57
90,00
503,14
326,79
360,00
360,00
323,14
308,36
360,00
2038,29
81,70
90,00
90,00
80,79
77,09
90,00
84,93
C.V.(%) = 35,8
Os blocos também não diferiram significativamente e o coeficiente de variação
também não foi um bom indicador da precisão experimental.
Aos 70 dias após a emergência da cultura, observou-se que o número de plantas
atacadas foi uniforme, ou seja, 100% de ataque em todos os tratamentos, mostrando que os
produtos (inseticidas) não apresentaram efeito residual, ou seja, não controlaram a referida
praga.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos resultados obtidos, as evidências levam a crer que os tratamentos
utilizados aos 30 dias após a emergência das plântulas não apresentaram eficiência, no
controle da broca.
Aos 50 dias de desenvolvimento da cultura, os produtos (inseticidas) também não
foram eficientes, quanto às respectivas dosagens.
5
Após 70 dias observou-se que o número de plantas atacadas foi uniforme, ou seja,
toda a cultura manifestava sintomas de ataque da referida praga.
A metodologia empregada não surtiu efeito satisfatório para a cultura do algodoeiro
no controle da praga conhecida como broca. Novos experimentos devem continuar
pesquisando outros princípios ativos, para avaliar a eficiência no controle da referida praga.
REFERÊNCIAS
BLEICHER, E., Silva, A.L., SANTOS, W,J. dos / GRAVENA, S. , NAKANO, º &
FERREIRA, L . Manual de manejo integrado das pragas do algodoeiro Campina
Grande, EMBRAPA/ CNPAlgodão, 1981. n.p.
FERREIRA, L. Controle das principais pragas do algodoeiro. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, 6 (68) : 37 –39, Ago., 1980.
FREIRE, E. C., ALVES, E, J & COSTA, J.M. da. Pragas do algodão. Cruz das Almas,
Ministério da Agricultura. EPEAL, 1973. p.12 (circular, 38).
SANTOS, W.J. Estudos sobre a incidência de Eutinobothrus Brasilensis ( Hambl., 1937)
em plantas de algodoeiro. In: REUNIÃO NACIONAL DO ALGODÃO, 2, Salvador, 1982.
Resumo dos trabalhos... Salvador, EMBRAPA/CNPAlgodão, 1982. p. 201.
SANTOS, W, J. Pragas do alfgodoerio.
In. IAPAR. Recomendações para a cultura do
algodoeiro no Paraná/ Informe Pesquisa n. 107, P 37-63, 1993.
SANTOS, W. J, A. P. Guutierrez, M.ª Pizzamiglio. Economic damage caused By catton
Stem Borre em southem Brazil. Pesq. Agrop. Bras. , Brasília, V. 24, n. 3 , p. 297 –305,
1989
6
SANTOS, W.J. & Pires, J. R.Controle das pragas do algodoeiro no Estado do Paraná
(1979-80). Informe da Pesquisa. Londrina, 3(23):1-12, Nov., 1979.
SILVA, A.L.; CUNHA, H.F. & PRADO, P.C.N. Ensaio de controle químico para a broca
da raiz do algodoeiro (Eutinobothrus brasiliensis Hambl., 1937) em Santa Helena - Goiás.
In: REUNIÃO NACIONAL DO ALGODÃO, l. Londrina, 1980. Resumo dos trabalhos...
Londrina, IAPAR, 1980. p. 110.
7
Download