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cardiologia na imprensa
Viagens aéreas e coronariopatia
Existe risco de isquemia
coronariana aguda num vôo de
carreira? A pressurização e a saturação do oxigênio são padronizadas para níveis fisiológicos?
O aumento do número de passageiros é exponencial e a maioria dos cardiologistas desconhece os detalhes fisiopatológicos em
coronariopatas e pulmonares crônicos numa viajem aérea longa.
O convidado, Carlos Gerk Fo,
coordenador do Curso de Especialização em Medicina
Aeroespacial, Gerência de Estudos Ergonômicos da Agência
Nacional de Aviação Civil e vicepresidente da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial,
irá nos esclarecer sobre transporte aéreo e seu impacto no
organismo humano. “Em pri-
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meiro lugar, a cabina não está
pressurizada ao nível do mar. Os
aviões pressurizados voam a 11
mil metros de altitude e a cabina
está pressurizada a 2.740 metros.
Nessa altitude, a saturação da
hemoglobina passará de 98%
para 90%, não-aceitável para um
coronariopata, pois, nessa situação, ocorrerá hiperventilação,
taquicardia, aumento da pressão
arterial sistólica (PAS) e do consumo de oxigênio pelo miocárdico (mVO2), com uma menor oferta de O2 em razão da
rarefação do ar. A fisiologia respiratória e cardiovascular se altera a cada vôo, inicialmente há
um aumento da ventilação e freqüência respiratória. Como, na
altitude, a relação ventilação/
perfusão está normal, conse-
qüentemente há também um
aumento da velocidade circulatória, correspondendo a maior
FC. A dinâmica cardiovascular
passa a se assemelhar à do exercício aeróbico com aumentos do
DC, PAS, mVO2, da contratilidade e da FC. O coração usa as
suas reservas para manter a relação oferta/consumo de O2,
com a diminuição da oferta de
O2 em razão da hipoxemia. Normalmente, controles intricados
no coração adaptam o seu próprio suprimento sangüíneo, rigorosamente de acordo com suas
demandas de O2 e nutriente. Os
termos hipóxia e isquemia são
usados freqüentemente sem diferença na literatura, apesar do
fato de que as conseqüências dos
dois mecanismos em nível celu-
responsável: Nabil Ghorayeb
e-mail: [email protected]
lar são muito diferentes. Teoricamente, quaisquer dos mecanismos conhecidos que conduzem
à hipóxia de tecido pode ser responsável por uma oferta de O2
reduzida para o miocárdio 1)
hipóxia isquêmica (freqüentemente descrita como “isquemia
cardíaca”) induzida por redução
ou interrupção do fluxo de sangue coronário; e 2) hipóxia
hipóxica (sistêmica - “hipóxia
cardíaca”) caracterizada por uma
queda na pressão parcial de O2
no sangue arterial em razão da
altitude, mas com adequada
perfusão. As causas mais freqüentes de aumento de consumo de O2 são: atividade física,
estresse mental (medo do vôo),
ou administração de substâncias que aumentam a contratili-
datas
dade e a FC. Em contrapartida,
substâncias inotrópicas negativas
diminuem a adaptação à hipóxia.
Em saudáveis, as altas exigências
de O2 são satisfeitas adequadamente por um aumento do fluxo de sangue coronariano. Os
termos hipóxia e isquemia têm
diferentes mecanismos em nível
celular. A hipóxia cardíaca ou
sistêmica é normalmente um
fenômeno generalizado que
difusamente envolve o miocárdio inteiro, enquanto a isquemia
é considerada limitada à área
provida pela artéria coronária
afetada. A hipóxia isquêmica é
manifestada clinicamente, em
especial em doença isquêmica do
coração e sua forma aguda,
infarto do miocárdio, enquanto
a hipóxia sistêmica está associa-
da com cor pulmonale de origem
variada (tabagismo, por exemplo) e mudanças induzidas no
sistema cardiopulmonar por
uma diminuição da pressão atmosférica em altitudes elevadas.
Nos dois casos, a hipóxia sistêmica pode ser qualificada como
fisiológica: o miocárdio dos que
vivem permanentemente em
grandes altitudes. Para uma pessoa que não esteja perfeitamente hígida, mesmo que esteja
compensada da sua enfermidade em terra, como uma HA leve,
devemos rever o mecanismo de
ação das suas medicações, o valepico, o horário de tomada, o ritmo circadiano para que esses
eventos cardiovasculares não
ocorram.”
(e/d) Os palestrantes e
coordenadores do
evento: Eldon Barros de
Alencar (CE), Regina
Coeli (CE), Citânia
Tedoldi (RS) e José
Sebastião de Abreu (CE)
Realizada no dia 30 de setembro a XIX Sessão de Atualização da SBC/CE, no auditório do Hospital Regional da Unimed
– HRU, em Fortaleza-CE, que enfocou o tema: “Cardiopatia e
Gravidez”.
Realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia/Piauí –
SBC/PI nos dias 24 e 25 de novembro o Programa de Educação
Médica Continuada em Cardiologia na cidade de São Raimundo
Nonato/PI. Os temas abordados foram: “Diretrizes do Infarto
Agudo do Miocárdio” e “Diretrizes de Hipertensão Arterial”. A
SBC/PI já havia realizado, com
grande êxito, esse importante
evento na cidade de Oeiras - PI,
nos dias 25 e 26 de agosto de 2006.
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