Neurociências e Terapia Cognitivo- Comportamental: Aplicações na

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Neurociências e Terapia Cognitivo- Comportamental: Aplicações na Clínica e na
Pesquisa
Resumo do Simpósio
Pesquisas interdisciplinares no campo das neurociências e da terapia cognitivo –
comportamental ampliaram o conhecimento sobre correlatos neurobiológicos de
processos mentais e de modificações que ocorrem no cérebro decorrentes de
psicopatologias e de intervenções terapêuticas. Nossa proposta de simpósio é abordar
tendências atuais acerca da relação entre neurociência e terapia cognitivo –
comportamental. São apontadas as formas como o conhecimento produzido pela
neurociência pode contribuir para a compreensão de transtornos de personalidade e dos
efeitos produzidos pela psicoterapia. Destaca-se a analise dos processos neurocognitivos
prejudicados nos Transtornos de personalidade do agrupamento B, e a maneira pela
qual o uso de pesquisas básicas sobre atenção, memória e emoção são aplicadas na
prática clínica em contextos de saúde.
PESQUISAS EM NEUROCIÊNCIAS E TERAPIA COGNITIVO –
COMPORTAMENTAL : IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA CLÍNICA Melyssa
Kellyane Cavalcanti Galdino ( Departamento de Psicologia, Laboratório de Pesquisas
em Comportamento e Cognição, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa –PB)
A crescente interação entre as neurociências e as Terapias cognitivo-comportamentais
(TCCs) vincula-se a tentativa de incorporar o conhecimento produzido pelas
neurociências à TCC e a compreensão de como e quais intervenções psicoterapêuticas
têm a capacidade de aliviar determinados sintomas. As TCCs baseiam-se no modelo
cognitivo e articulam-se com uma série de processos básicos, como percepção, atenção
e memórias, e com o sistemas de crenças dos indivíduos no processo terapêutico.
Afinal, a forma como uma informação é percebida, os aspectos atencionais relacionados
a situação, a aprendizagem pregressa da situação e a forma como ela é memorizada e
recuperada, influencia nas emoções, cognições e comportamentos do indivíduo, o que
demonstra sua evidente relação com as neurociências. Por outro lado intervenções
psicoterapêuticas atuam no tecido neural, produzindo alterações no padrão de
comunicação sináptica de forma semelhante aos efeitos produzidos por drogas
psicotrópicas. As várias técnicas representam intervenções capazes de produzir
alterações de longo prazo na emoção, na cognição e no comportamento de pacientes. O
Laboratório de Pesquisas em cognição e comportamento (LAPECC- UFPB), busca
elucidar a relação entre os processos psicológicos básicos (atenção, memoria, emoção) e
a TCC em diferentes populações com e sem transtornos pela utilização de diferentes
métodos e instrumentos no campo da pesquisa básica e aplicada. Propõe ainda
investigar aspectos cognitivos e comportamentais voltados a promoção, prevenção e
intervenção da saúde mental. Nesse contexto os objetivos da presente exposição são
demonstrar a relação entre neurociências e TCC, perpassando por questões históricas e
filosóficas que permitem o entendimento de tal interação, apresentar pesquisas recentes
que demonstram tal relação, em especial as realizadas no LAPECC, e relacionar os
resultados de tais pesquisa á pratica clinica, pela utilização de técnicas convencionais e
não convencionais usadas na intervenção. A relação entre neurociências e TCC pode ser
comprovada por Investigações neurocientíficas das hipóteses básicas da TCC que
demostram que (i) comportamentos funcionais e não-funcionais podem ser aprendidos
através da aprendizagem ao longo da vida, devido a neuroplasticidade; (ii) a atividade
cognitiva contribui para o comportamento disfuncional e experiências emocionais
através de processos básicos como percepção, atenção seletiva e memória e (iii) a
atividade cognitiva pode ser alterada, conforme demonstrado pelo sucesso terapêutico
alcançado pelo uso de técnicas convencionais e não convencionais que têm correlatos
neurobiológicos. O impacto do conjunto destas pesquisas tem aplicação direta ou
indireta nas áreas da terapia cognitivo- comportamental, psicologia da saúde, saúde
mental, neurociências, dentre outras.
Apoio financeiro- Capes/CnPQ
Palavras-chave – Neurociências; Terapia Cognitivo- comportamental; pesquisa básica e
aplicada / Área temática - Neurociências
OS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE E A PSICOLOGIA COGNITIVA:
UMA DISCUSSÃO TEÓRICA Mariana Guimarães Diláscio (Cursos de Enfermagem
e Fisioterapia, Faculdade TecSoma – Paracatu – MG e Psicóloga Clínica na Encontro
Psicologia Cognitiva – Paracatu - MG)
A Psicologia Cognitiva pressupõe que grande parte do comportamento humano é fruto
de como a mente trabalha as questões que são propostas pelo ambiente e pelo próprio
corpo. No corpo teórico das Ciências Cognitivas destaca-se a Abordagem do
Processamento de informações. Esse conjunto de estudos sobre a cognição analisa os
passos pelos quais uma entidade abstrata denominada informação é transformada e
analisada. Os pesquisadores da área criaram modelos teóricos sobre a representação do
conhecimento e sobre o funcionamento da inteligência e tentaram relacioná-los aos
comportamentos observados em experimentos controlados. Esse texto busca relacionar
alguns temas da Psicologia Cognitiva de pesquisa básica ao trabalho clínico e aplicado
da Terapia Cognitivo-Comportamental, mais especificamente, ao tratamento dos
transtornos de personalidade. Seguindo, então, o raciocínio proposto acima,
começaremos a identificar os elementos componentes de um esquema mental,
lembrando que o conceito de esquemas é chave para o entendimento dos transtornos de
personalidade. Para a melhor compreensão do processo de formação de um esquema é
interessante discutir em profundidade as ideias de categorização, protótipos, bases,
mapas cognitivos e o como esses elementos se encadeiam. Isso contribui para a
construção de estruturas esquemáticas complexas que se refletirão em vivências
emocionais e comportamentais. Essas, por sua vez, determinarão a forma de um sujeito
se colocar no mundo. Outro ponto a ser trabalhado é o de como o processo de formação
de memórias, principalmente aquelas ligadas às experiências traumáticas, é intenso e
marcante, podendo influenciar na estruturação da personalidade. É importante ressaltar
que compreendemos os transtornos de personalidade como padrões permanentes de
comportamento e de experiências internas que geram sofrimento ao sujeito e que se
mostram disfuncionais em, pelo menos, duas das áreas descritas a seguir: cognição,
afetividade, funcionamento interpessoal e/ou controle de impulsos. Esse modelo de
entendimento da patologia da personalidade é biossocial unindo as vulnerabilidades
biológicas às experiências sociais. Diante disso, esse texto busca integrar dois campos
de pesquisa e aplicação das ciências cognitivas para criar um corpo teórico mais coeso
que ajude tanto ao pesquisador acadêmico quanto ao clínico a melhorar a prática
terapêutica e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes com transtornos de
personalidade.
Palavras-chave – Ciência e Psicologia Cognitiva; Terapia Cognitivo- comportamental;
pesquisa básica e aplicada; transtornos de personalidade.
Área temática – Neurociências
PESQUISAS EM NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E SOCIAL EM CONTEXTOS
DE SAUDE Profa. Dra. Prisla Ücker Calvetti (Mestrado Saúde e Desenvolvimento
Humano – Unilasalle/Canoas/RS e Laboratório de Dor & Neuromodulação do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre-HCPA/UFRGS)
A interdisciplinariedade é um fator intrínseco e fundamental da Neurociência,
que reúne investigações do espectro biomolecular ao cognitivo. O crescimento das
neurociências nas últimas décadas do século XX desencadeou novas perspectivas para a
Psicologia. Métodos de investigação, como a neuroimagem e a monitoração de
respostas autonômicas, têm propiciado integração entre Psicologia Cognitiva e
Neurociência. Estudos avaliam as reciprocidades neurais envolvidas em intervenções
voltadas para pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, fobia social,
fobia específica e transtorno de estresse pós-traumático. O avanço das neurociências
possibilitou a construção de hipóteses para a explicação das emoções, especialmente a
partir dos estudos envolvendo o sistema límbico. A integração entre neurociência e
psicologia cognitiva permite redimensionar as fronteiras entre fatores conscientes e nãoconscientes associados à origem e ao tratamento dos transtornos mentais. Grande parte
da atividade realizada pelo cérebro independe da atividade consciente, sendo constituída
de processamento implícito. Memórias implícitas são particularmente importantes para
a origem de transtornos mentais, e aspectos conscientes estão também relacionados a
intervenções psicoterapêuticas. A dinâmica entre mecanismos explícitos e implícitos
parece ser uma das principais características desses sistemas mnemônicos. Memórias
autobiográficas, por exemplo, que marcam o início do processo psicoterápico,
eventualmente, transformam-se em memórias semânticas ou tornam-se automatizadas
sob a forma de memórias implícitas. Os achados recentes das neurociências apresentam
uma visão integrada do funcionamento humano que envolve a presença de relações
entre estados fisiológicos e cognitivos e entre razão e emoção. Para tanto, o objetivo
desta apresentação é explanar sobre as contribuições da neurociência cognitiva e social
para os contextos de saúde e a direção que as pesquisas apontam para estudos atuais e
futuros neste âmbito.
Palavras-chaves – Neurociência cognitiva e social; pesquisa básica e aplicada; processo
saúde-doença
Área temática – Neurociências
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