PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO HOSPITAL DAS CLÍNICAS FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP ARIANE JOANA D’ARC RUSSO DE OLIVEIRA Frequência de associação de haplótipos de HLA-B/HLA-C E HLA-DRB1/HLADQB1 de doadores voluntários de medula óssea da região de Ribeirão Preto Ribeirão Preto 2014 PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO HOSPITAL DAS CLÍNICAS FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP ARIANE JOANA D’ARC RUSSO DE OLIVEIRA Frequência de associação de haplótipos de HLA-B/HLA-C E HLA-DRB1/HLADQB1 de doadores voluntários de medula óssea da região de Ribeirão Preto Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/CRH/SESSP e FUNDAP, elaborada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP/ para conclusão do programa de aprimoramento profissional em Imunogenética. Orientadora: Neifi Hassan Saloum Deghaide Ribeirão Preto 2014 OLIVEIRA, ARIANE JOANA D’ARC RUSSO DE OLIVEIRA BIBLIOTECA CENTRAL DA USP DE RIBEIRÃO PRETO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO _ USP TOMBO: ___________ SYSNO.: _______________ MONOGRAFIA 2014 Frequência de associação de haplótipos de HLA-B/HLA-C E HLA-DRB1/HLA-DQB1 de doadores voluntários de medula óssea da região de Ribeirão Preto ALUNO: ARIANE JOANA D’ARC RUSSO DE OLIVEIRA DE OLIVEIRA ORIENTADOR: NEIFI HASSAN SALOUM DEGHAIDE RESUMO OLIVEIRA, A. J.D.R. Frequência de associação de haplótipos de HLA-B/HLA-C E HLA-DRB1/HLA-DQB1 de doadores voluntários de medula óssea da região de Ribeirão Preto. Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/CRH/SES-SP e FUNDAP, Ribeirão Preto, 2014. O número de transplantes realizados tem crescido, devido à compreensão dos mecanismos envolvidos na rejeição do enxerto, moléculas de MHC (HLA) e o advento de terapias imunossupressoras eficientes, e de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o número de transplantes aumentou 450% em 10 anos. Os genes que compõe a molécula de HLA apresentam duas propriedades importantes: uma é a expressão dos genes de forma codominante, ou seja, todos os genes de origem materna como os paternos são expressos. O conjunto de alelos do MHC presentes em cada cromossomo é herdado em conjunto e é denominado de haplótipo, assim o genótipo de um indivíduo é constituído por dois alótipos HLA. O presente trabalho tem por objetivo Investigar a frequência de associação entre os haplótipos de HLA-B e HLA-C e entre os haplótipos HLA-DRB1 e HLA-DQB1 de doadores voluntários da região de Ribeirão Preto bem como estabelecer quais são os alelos mais comuns da mesma população. Para isso foi realizada uma busca de doadores voluntários de medula óssea registrados no banco de dados interno (TMO Voluntário) do Centro Regional de Hemoterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que possuíam a tipificação HLA de alta resolução, totalizando 603 doadores. Esses dados encontravam-se dispostos em planilhas do aplicativo Microsoft Office Excel e foram organizados em tabelas no mesmo aplicativo, e através de contagem direta, utilizando-se da ferramenta “Filtro”, foram calculadas as frequências. Através delas foi possível observar a predominância de alguns Alelos, como: HLA B7, B15, B35, B44 e B51, e HLA DRB1 03:01, DRB107:01, DRB1 11:01 e DRB1 13:01. Além de caracterizar populações, o sistema HLA, tem sido muito utilizado para caracterizar doenças em relação à susceptibilidade/resistência. Desde o final dos anos 60 os antígenos HLA tem sido estudados em uma grande variedade de doenças de distintas etiologias, incluindo as auto-imunes, as infecciosas, as neoplásicas e as idiopáticas. Atualmente muitos estudos tem sido desenvolvidos em relação a associação de haplótipos de HLA a doenças específicas, a fim de determinar marcadores moleculares que proporcionem um melhor prognóstico. Palavras Chave: Tipificação HLA, Haplótipos HLA, Transplantes. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6 1.1 Transplantes de órgãos sólidos, tecidos e medula óssea ........................... 6 1.2 Complexo principal de histocompatibilidade ............................................. 13 1.3 Tipificação HLA ......................................................................................... 16 2. OBJETIVO ...................................................................................................... 17 3. METODOLOGIA ............................................................................................. 17 4. RESULTADOS ............................................................................................... 18 4.1 Gráficos de frequência de associação entre HLA-B COM HLA-C ............ 18 4.2 Gráficos de frequência de associação entre HLA-DRB1 COM HLA-DQB1 .................................................................................................................. 24 5. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO ........................................................................... 32 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 33 6 1. INTRODUÇÃO 1.1 TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS SÓLIDOS, TECIDOS E MEDULA ÓSSEA Transplante é o processo de retirada de células, tecidos ou órgãos de um indivíduo e sua inserção em outro indivíduo ou nele próprio. Essas células, tecidos ou órgãos retirados de um indivíduo são chamados de enxertos e este indivíduo de doador. Já o indivíduo que recebe o enxerto é denominado receptor (ABBAS et al.,2008). A terapia baseada em transplantes tem sido adotada há muito tempo. A descrição do primeiro transplante de medula óssea ocorreu em 1959, por Edward Donnall Thomas, nos Estados Unidos (GELLER, SCHEINBERG, 2005). Em 1912, Alexis Carrel – com o seu trabalho “Transplantation of Veins and organs” desenvolveu métodos de anastomose de vasos e fluidos para a preservação dos órgãos a serem transplantados, lançando as bases para os futuros transplantes. Em 1939, Peter Gorer descreveu o Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) em camundongos, posteriormente estudados por Snell e Benacerraf. A partir disso, Peter Brian Medawar e MacFarlane Burnet estabeleceram os mecanismos de rejeição e tolerância aos transplantes depele entre camundongos (ABBAS et al., 2008). Em 1952, Jean Dausset descreveu o primeiro Antígeno de Histocompatibilidade em humanos, e posteriormente, obteve-se a identificação do Complexo Principal de Histocompatibilidade Humano, conhecido como Sistema HLA – “Human Leukocyte Antigen” (GOLDMAN, AUSIELLO, 2009). Após isso, Edward D. Thomas, em 1968, realizou com sucesso o primeiro transplante de medula óssea entre irmãos não gêmeos (GELLER, SCHEINBERG, 2005). Atualmente, os transplantes com finalidade terapêutica tornaram-se comuns devido à compreensão dos mecanismos envolvidos na rejeição do enxerto e o advento de terapias imunossupressoras eficientes (BENJAMIN et al., 2002). Consequentemente o número de transplantes realizados tem crescido (Figura 1) e de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), no ano de 2002 foram realizados 10.578 transplantes (Tabela 1), tendo aumentado, em 10 anos, para 47.701. Dos transplantes realizados em 2012, 15,57% foram transplantes de órgãos sólidos (rim, coração, fígado, pâncreas isolado, pulmão, intestino e pâncreas/rim), 80,76% de tecidos (córnea, ossos e pele) e 3,67% de células 7 progenitoras hematopoiéticas (medula óssea). Esses dados podem ser observados na Tabela 2. Figura 1. Medula Óssea e Tecidos: número de transplantes de 2002 até 2012. Fonte: RBT . Acesso em: 10 Jul. 2013 8 Tabela 1. Número de Transplantes de Órgãos Sólidos e Tecidos durante 2002. ÓRGÃOS Órgãos Vivo Falecido Coração 0 146 Fígado 143 515 Intestino 0 0 Pâncreas/Rim 6 137 Pâncreas Isolado 0 42 Pulmão 3 30 Rim 1.806 1.184 Total 1.953 2.049 TECIDOS Córneas 0 4.976 Ossos 80 544 Total 80 5.520 MEDULA ÓSSEA Alogênico 562 Autólogo 404 Total 966 - Total 146 658 0 143 42 3 2.990 4.012 4.976 624 5.600 562 404 966 Fonte: RBT. Acesso em: 10 Jul. 2013 Tabela 2. Número de Transplantes de Órgãos Sólidos e Tecidos durante 2012. ÓRGÃOS Vivo 0 117 0 0 0 1 1.488 Órgãos Coração Fígado Intestino Pâncreas/Rim Pâncreas Isolado Pulmão Rim Total TECIDOS Córnea 15.281 Ossos 23.211 Pele 30 Total 38.522 Falecido 227 1.478 0 31 119 68 3.897 Total 227 1.595 0 31 119 69 5.820 MEDULA ÓSSEA Alogênico 630 Autólogo 1.123 Total Fonte: RBT. Acesso em: 10 Jul. 2013 1.753 9 O TMO é o transplante de células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, com o objetivo de corrigir um defeito quantitativo ou qualitativo da medula óssea, pois é conhecido que a medula óssea mantém-se em atividade intensa e ininterrupta para produzir células sanguíneas e quando existe qualquer anormalidade ela precisa ser substituída para que seja promovida reconstituição hematopoiética de forma quantitativa ou qualitativa. É utilizado no tratamento de doenças hematológicas neoplásicas e não neoplásicas, imunodeficiências, erros inatos do metabolismo e tumores sólidos (ABBAS et al.,2008; ZAGO et al.,2004). O fundamento lógico para o transplante de células-tronco está baseado no fato de que todas as células maduras que circulam no sangue, tais como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, provêm de uma única célula contida na medula óssea denominada célula progenitora ou “stem cell”. Assim, após o transplante, as células progenitoras infundidas na corrente sanguínea se implantam na medula óssea iniciando a reconstituição hematopoiética do paciente, após regime de condicionamento. O condicionamento é o uso de altas doses de quimioterapia associado ou não à radioterapia corporal para que o paciente seja tratado de sua doença hematológica. Com uma infusão suficiente de células progenitoras do paciente ou de um doador próximo e compatível, a função da medula e a produção das células do sangue são restauradas de maneira suficiente a permitir a recuperação de um tratamento intensivo (ABBAS et al.,2008; ABRALE, 2011). Atualmente, o termo “Transplante de Medula Óssea” denominado TMO, vem sendo modificado por um termo mais específico: Transplante de Células Progenitoras Hematopoiéticas (TCPH), pois tal denominação reflete melhor o tipo de procedimento realizado e o tipo de célula que o paciente irá receber para reconstituir sua medula óssea (ABRALE, 2011). O transplante é classificado de acordo com o tipo de doador, sendo: transplante autogênico, quando utiliza as células do próprio paciente, coletadas previamente; transplante singênico, no qual o doador é um irmão gêmeo idêntico, sendo a modalidade mais rara de transplante devido à baixa frequência de gêmeos idênticos na população, porém é considerado o doador ideal; transplante alogênico, no qual o paciente recebe a medula de outra pessoa, que pode ser algum familiar, ou seja, um doador aparentado, ou sem vínculo familiar, um doador não aparentado (CASTRO JR et al.,2011). 10 As células progenitoras hematopoiéticas (CPH) são encontradas em diferentes concentrações na medula óssea, sangue periférico e sangue de cordão umbilical (SCU) (ZAGO et al.,2004). A coleta da medula óssea é realizada em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia (cristas ilíacas). Geralmente, a quantidade de medula óssea necessária para o transplante é estimada em 10 mL/kg de peso do receptor, que geralmente corresponde a um número adequado de células progenitoras suficiente para permitir a pega do enxerto. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde do doador. O índice de complicações graves deste procedimento é baixo (cerca de 0,4%). Estas complicações ocorrem, em sua maioria, em doadores com história de doença prévia, e metade delas pode ser atribuída à anestesia. A maioria dos doadores recebe alta 24 horas após a coleta e a grande maioria dos transplantes alogênicos ainda são realizados utilizando-se desta forma de coleta (CASTRO JR et al.,2011; INCA, 2011). As células progenitoras hematopoiéticas periféricas são coletadas com o auxílio de equipamentos de aférese, após a mobilização das mesmas a partir da medula óssea para o sangue periférico, através da utilização de fator de crescimento, sendo mais usado o fator de crescimento de granulócitos, o G-CSF, ou através de quimioterapia; no caso de pacientes submetidos ao transplante autogênico, pode ser combinada uma quimioterapia prévia (ABRALE, 2011). Foi durante a década de 80 que a coleta de células do sangue periférico se consagrou, sendo utilizada em mais de 90% dos transplantes autogênicos e em cerca de 20% dos transplantes alogênicos (CASTRO JR, 2011). As complicações mais frequentes da coleta de células progenitoras hematopoiéticas periféricas são relacionadas à passagem do cateter (pneumotórax), preferindo-se desta maneira que cirurgiões experientes façam o procedimento. O G-CSF pode provocar efeitos colaterais como dor óssea, cefaléia e febre; entretanto, é pouco frequente a não realização da coleta por este motivo (ABRALE, 2011; CASTRO JR et al.,2011). A primeira experiência bem sucedida no uso do sangue de cordão umbilical (SCU) como fonte de células para reconstituição de medula óssea ocorreu em 1988 (ABRALE, 2011). É coletado logo após o nascimento da criança, sendo posteriormente processado e mantido congelado até a infusão. O número de células-tronco provenientes do cordão e da placenta é geralmente insuficiente para 11 transplantar pessoas adultas. Portanto, normalmente quem recebe as células progenitoras do SCU são crianças e adultos de tamanho pequeno ou médio (até 50 Kg) (ABRALE, 2011; CASTRO JR et al., 2011). A Tabela 3 resume os tipos de transplante de medula óssea e as fontes de células utilizadas. Tabela 3. Tipos de transplantes, células e doadores. TIPO DE TRANSPLANTE FONTE DE CÉLULAS PROGENITORAS DOADOR Autogênico Medula Óseea Sangue Periférico Próprio Paciente Singênico Medula Óseea Sangue Periférico Irmão Gêmeo Idêntico Alogênico Medula Óseea Sangue Periférico Sangue de Cordão Umbilical Relacionado: Irmão ou outro familiar Não relacionado: qualquer pessoa sem laços familiares com o paciente Fonte: CASTRO JR et al., 2011. O TMO consiste de várias etapas e inicia-se pela decisão da necessidade e viabilidade do transplante. A indicação depende da superioridade desta terapêutica às outras disponíveis, levando em conta a idade do paciente e do doador, doença de base e estadio clínico, sendo que complicações prévias e presentes na fase prétransplante estão estabelecidos em protocolos aprovados pelos Comitês de Ética (ABRALE, 2011; ZAGO et al., 2004). O TMO pode ser usado para tratar deficiências apresentadas pelo sistema hematopoiético ou pelo sistema imunológico, uma vez que células sanguíneas, incluindo os linfócitos, desenvolvem-se a partir de uma célula-tronco em comum. É indicado para doenças neoplásicas e não neoplásicas. Dentre as doenças não neoplásicas destaca-se a Anemia Aplástica Severa (AAS), compreendendo mais de 75% dos transplantes realizados neste grupo de doenças. O transplante na AAS está indicado para os pacientes com idade inferior a 40 anos e com citopenia de risco. Dentre as doenças neoplásicas destaca-se a Leucemia Mielóide Crônica (LMC), a qual o TMO alogênico é o único procedimento capaz de determinar a cura 12 definitiva (ABBAS et al., 2008; ZAGO et al., 2004). A Tabela 4 apresenta as doenças neoplásicas e não neoplásicas, nas quais o TMO é indicado. Tabela 4. Tipos de doenças neoplásicas e não neoplásicas. DOENÇAS NEOPLÁSICAS Leucemias - Leucemia Mielóide Aguda - Leucemia Linfóide Aguda - Leucemia Mielóide Crônica - Leucemia Linfóide Crônica - LMC juvenil - Síndromes Mielodisplásicas - Leucemias e SMD secundárias Doenças linfoproliferativas - Linfoma de Hodgkin - Linfoma não-Hodgkin - Mieloma Múltiplo Tumores sólidos - Neuroblastoma - Câncer de mama - Câncer testicular - Câncer de ovário - Câncer pulmonar de pequenas células DOENÇAS NÃO NEOPLÁSICAS Falências Medulares Adquiridas - Anemia Aplástica Severa (AAS) - Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) Falências Medulares Hereditárias - Anemia de Fanconi - Síndrome de Diamond-Blackfan - Agranulocitose de Kostmann - Histiocitose eritrofagocítica familiar - Disceratose congênita - Síndrome de Shwachman-Diamond Hemoglobinopatias - Talassemia maior - Anemia Falciforme Deficiências Imunológicas - Imunodeficiência combinada grave (SCID) - Síndrome de Wiskott-Aldrich - Doença granulomatosa crônica infantil Erros Inatos do Metabolismo - Doença de Gaucher - Síndrome de Hunter Fonte: ZAGO et al., 2004. Definida a necessidade e o doador, a etapa seguinte constitui-se no regime preparativo ou de condicionamento. Os pacientes são preparados para o transplante de medula óssea com uma combinação de altas doses de agentes quimioterápicos, associados ou não com radioterapia corporal (ABRALE, 2011; BOUZAS, 2000; ZAGO et al., 2004). Logo após o transplante de medula óssea, ocorre a deficiência imunológica humoral e celular que pode perdurar por meses e até anos. A regeneração do sistema imunológico exige a recuperação de componentes adaptativos e inatos. O sistema imune inato é restaurado rapidamente, de dois a seis meses após o transplante de medula óssea, enquanto a recuperação dos linfócitos T e B é muito mais difícil de ser alcançada, sendo por volta de dois anos (MOTA et al., 2011). 13 Além da imunodeficiência, outro problema frequente associado ao transplante de medula óssea é a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH), que está envolvida em torno de 40% a 50% dos pacientes submetidos a um TMO alogênico. Também aumenta as taxas de mortalidade e morbidade do procedimento e tem como órgãos-alvo o fígado e as células epiteliais do intestino e pele (MOTA et al., 2011; SOARES et al., 2007). A DECH consiste no ataque das células T presentes no enxerto contra os tecidos do receptor, podendo ser crônica ou aguda. Isso ocorre quando linfócitos T maduros, histoincompatíveis e viáveis, que são transplantados em um organismo incapaz de reconhecê-los como estranhos, são diretamente estimulados pelas proteínas HLA do hospedeiro. As condições para ativação, replicação e ação desses linfócitos são promovidas pelo próprio hospedeiro e destinadas contra ele (ABBAS, LICHTMAN, 2007; LANDI, OLIVEIRA, 1999). Atualmente tem sido feito um grande esforço para prevenção da DECH, e o conhecimento sobre os genes e as moléculas de histocompatibilidade faz-se extremamente necessário. 1.2 COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE O Complexo Principal de Histocompatibilidade ou “Major Histocompatibility Complex” (MHC) representa o conjunto de genes responsável por codificar as moléculas de histocompatibilidade em uma determinada espécie, sendo chamado no ser humano de sistema HLA (“Human Leukocyte Antigen” – Antígeno Leucocitário Humano) (FERNANDES et al., 2003). Esses genes apresentam duas propriedades importantes: uma é a expressão dos genes de forma codominante, ou seja, todos os genes de origem materna como os paternos são expressos. O conjunto de alelos do MHC presentes em cada cromossomo é herdado em conjunto e é denominado de haplótipo, assim o genótipo de um indivíduo é constituído por dois alótipos HLA que o outro é de 25%, e neste caso, diz-se HLA idênticos. Há a probabilidade de 50% serem haploidênticos (apenas um haplótipo comum) e de 25% serem HLA distintos (nenhum haplótipo comum). E a outra característica, é o polimorfismo, sendo estes os genes mais polimórficos do genoma. O polimorfismo genético é a variabilidade em um lócus gênico, isto é, existem muitas versões alternativas de cada gene que codificam proteínas ligeiramente diferentes. Essa propriedade leva a consequências positivas 14 e negativas. Como positivo, tem-se a formação de diferentes moléculas de MHC o que faz com que o sistema imune possa reconhecer o maior número de peptídeos, ampliando assim a capacidade de resposta imunológica, em nível individual e populacional, aos inúmeros agentes patogênicos do meio ambiente. E como negativa, tem-se a dificuldade de transplante de órgãos e tecidos, pois é muito difícil encontrar dois indivíduos escolhidos aleatoriamente que expressem grupos de moléculas MHC idênticas. Assim, o polimorfismo é a base para a rejeição rápida de enxerto entre indivíduos geneticamente diferentes. Dentre os genes mais polimórficos do complexo gênico HLA estão os HLA-A, B e DR. Conforme a última estatística realizada pela “European Bioinformatics Institute”, já foram descritos 1.698 alelos para HLA-A, 2.271 para HLA-B e 975 para DRB1 (ABBAS et al., 2008; BOUZAS, 2011; ZAGO et al., 2004). O MHC está localizado no braço curto do cromossomo 6 e apresenta um número excepcionalmente grande de genes, os quais são agrupados em três regiões. A região mais distal, ou seja, em direção do telômero corresponde à classe I, a região mais centromérica corresponde à classe II, e a região intermediária corresponde à classe III (GELLER, SCHEINBERG, 2005). A região de classe I engloba os loci HLA-A, B, C, E, F, G, H, J, K e L. Os genes HLA-A, B e C codificam as moléculas clássicas de histocompatibilidade de classe I que estão presentes na superfície de todas as células nucleadas do organismo e apresentam peptídeos gerados intracelularmente aos linfócitos TCD8+ citotóxicos. Os genes HLA-E e F codificam moléculas encontradas apenas em tecidos fetais e em alguns tecidos da fase adulta. Os genes HLA-G codificam moléculas presentes apenas em tecidos placentários. E os loci HLA-H, J, K e L não codificam proteínas, sendo denominados pseudogenes (ABBAS et al., 2008; DONADI, 2000). A região de classe II engloba os loci HLA-DRA; DRB1-9; DQA1, 2; DQB1, 3; DOA; DOB; DMA; DMB; DPA1, 2; DPB1, 2; TAP1, 2; LMP2, 7 e MICA-E. Os genes HLA-DR, DQ e DP codificam moléculas clássicas de histocompatibilidade de classe II que apresentam distribuição celular mais restrita, estando presentes na superfície de células que participam diretamente da resposta imune, tais como macrófagos, monócitos, células dendríticas, células de Langerhans, linfócitos B e linfócitos T ativados, e apresentam peptídeos extracelulares, que sofreram processo de endocitose, aos linfócitos TCD4+ auxiliares. Os genes DOA e DOB codificam as 15 cadeias α e β, respectivamente, produzindo moléculas estruturalmente semelhantes àquelas codificadas pelos genes clássicos de classe II. Os loci DRB2, 6, 7, 8 e 9; DQA2; DQB2; DQB3; DPA2 e DPB2 são pseudogenes. Os genes LMP2 e 7 codificam proteossomas que funcionam como endopeptidases. Os produtos dos genes TAP1 e 2 transportam os peptídeos degradados no citosol para o retículo endoplasmático. As moléculas HLA-DMA e DMB auxiliam no processamento e inserção do peptídeo às moléculas HLA de classe II. Os genes MIC estão relacionados com a codificação de moléculas relacionadas com as de classe II (ABBAS et al., 2008; DONADI, 2000). Os genes de classe III, embora situados dentro do MHC, não codificam moléculas de histocompatibilidade. Codificam outros tipos de moléculas que atuam no sistema imune, como alguns componentes do sistema complemento (C4a, C4b e o fator B), as enzimas 21-hidroxilase (21B, 21A), a proteína do choque térmico (Hsp70) e os fatores de necrose tumoral TNF-α e β (DONADI, 2000). A nomenclatura dos genes HLA segue as normas determinadas por um comitê internacional que se reúne periodicamente para nomear alelos recentemente descobertos e rever a nomenclatura vigente, essas normas são: os genes de classe I são denominados pela sigla HLA seguida da letra que indica a região (locus), por exemplo: HLA-A. Os genes de classe II são designados pela sigla HLA seguida das letras que identificam a sub-região (locus), e estas pelas letras A ou B conforme o gene codifique uma cadeia α ou β, respectivamente. Estas últimas são acompanhadas de um número arábico, caso haja, mais de um gene de cadeia α ou β na mesma sub-região, por exemplo: HLA-DRB1. Os alelos, tanto de classe I como de classe II, segue-se após um asterisco por um código de quatro dígitos separados por (:) em que os dois primeiros dígitos correspondem ao grupo alélico e os dois últimos representam o alelo propriamente dito, caracterizado por uma sequência específica de nucleotídeos. HLA-A*02:01 e HLA-DRB1*01:01, são exemplos de alelos de classe I e classe II, respectivamente. A letra W é utilizada apenas para os epítopos públicos, ou seja, epítopos comuns a mais de um antígeno como o Bw4 e o Bw6 e para as especificidades do locus C a fim de diferenciá-las das proteínas do complemento (BOUZAS, 2011; VOLTARELLI et al., 2008; ZAGO et al., 2004). As moléculas clássicas de histocompatibilidade, além de estarem envolvidas na resposta imunológica como apresentadoras de peptídeos aos linfócitos T e serem importantes para a compreensão de mecanismos associados à suscetibilidade ou 16 resistência a determinadas doenças, elas estão fortemente associadas ao alorreconhecimento de antígenos em transplantes de órgãos que desencadeiam a ativação de linfócitos e o processo de rejeição do enxerto. Portanto, a tipificação do HLA é importante, principalmente para o TMO, pois diferente do que ocorre dentre alguns transplantes de órgãos sólidos, o grau de compatibilidade imunológica entre o doador e o paciente é crucial para o sucesso dos transplantes de medula óssea (BORTOLOTTO et al., 2009; CASTRO JR et al., 2011). 1.3 TIPIFICAÇÃO HLA Inicialmente, a tipificação das moléculas de HLA era realizada por métodos sorológicos, utilizando um ensaio de microcitotoxicidade dependente de complemento e painéis de antissoros alogênicos contendo anticorpos anti-HLA (BOUZAS, 2011). Atualmente, com advento das técnicas que utilizam biologia molecular, tornou-se possível definir cada classe de molécula HLA pela identificação de sua sequência específica. Nesse caso, não são os antígenos expressos nas superfícies celulares que são tipificados, e sim, os grupos de alelos ou os alelos individualmente do DNA genômico. Para tal, o DNA é extraído das células nucleadas do sangue periférico, utilizando um kit comercial que se baseia em cinco etapas: a hemólise; a degradação e a retirada das proteínas; a lise de leucócitos; a precipitação do DNA; e a purificação do DNA (BORTOLOTTO et al., 2009). O DNA é amplificado pela Reação em Cadeia da Polimerase (“Polymerase Chain Reaction” - PCR) utilizando oligonucleotídeos específicos para amplificar a região do genoma a ser estudada. Dois métodos têm sido bastante utilizados para tipificação dos alelos HLA de classe I ou II: através do emprego de iniciadores (“primers”) ou sondas (“probes”) de oligonucleotídeos com sequências conhecidas, sendo denominados PCR-SSP ou PCR-SSO, respectivamente (FERNANDES et al., 2003). No método PCR-SSP são realizadas várias reações de amplificação, cada uma contendo um par de iniciadores capaz de detectar um grupo de alelos ou um alelo. Os produtos de amplificação são submetidos a uma eletroforese em gel de agarose, contendo brometo de etídio que é uma substância fluorescente capaz de se intercalar no DNA, tornando fluorescentes os produtos de amplificação quando o 17 gel é submetido à luz ultravioleta, identificando assim, o grupo alélico ou o alelo propriamente dito (FERNANDES et al., 2003). No método PCR-SSO, utiliza-se um par de iniciadores construídos para amplificar uma região genérica de um gene (por exemplo, HLA-DR). Parte do produto da PCR também é submetida à corrida eletroforética em gel de agarose para verificar o sucesso da amplificação. Em seguida, o DNA amplificado é hibridizado com sondas de oligonucleotídeos (microesferas) marcadas por fluorescência capazes de reconhecer os diversos grupos de alelos do gene. Para identificar a intensidade da fluorescência em cada microesfera utiliza-se um analisador de fluxo (LABScan™100). Os dados gerados pelo analisador de fluxo são analisados pelo aplicativo HLA Fusion 2.0 para a tipagem HLA (BOUZAS, 2011). Outro método que poderá ser muito utilizado futuramente é o sequenciamento automático das bases nitrogenadas. A identificação dos alelos é realizada através da comparação com um banco de dados referente às sequências já conhecidas (FERNANDES et al., 2003). A tipificação das moléculas de HLA tem grande importância no transplante de células progenitoras hematopoiéticas, já que o grau de compatibilidade HLA entre o paciente e o doador é um dos pontos cruciais para o sucesso do transplante. Quanto maior o grau de compatibilidade HLA, maior a probabilidade de pega do enxerto contra o hospedeiro (VOLTARELLI et al., 2008). 2. OBJETIVO Investigar a frequência de associação entre os haplótipos de HLA-B e HLA-C e entre os haplótipos HLA-DRB1 e HLA-DQB1 de doadores voluntários da região de Ribeirão Preto bem como estabelecer quais são os alelos mais comuns da mesma população. 3. METODOLOGIA Foi realizada uma busca de doadores voluntários de medula óssea registrados no banco de dados interno (TMO Voluntário) do Centro Regional de Hemoterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que possuíam a tipificação HLA de alta resolução, totalizando 603 doadores. 18 Esses dados encontravam-se dispostos em planilhas do aplicativo Microsoft Office Excel e foram organizados em tabelas no mesmo aplicativo, e através de contagem direta, utilizando-se da ferramenta “Filtro”, foram calculadas as frequências mencionadas e demonstradas em gráficos neste estudo. 4. RESULTADOS Utilizando o cadastro de doadores voluntários que tiveram a tipificação HLA feita em alta resolução foi possível organizar as frequências de associação entre os grupos alélicos HLA-B e HLA-C bem como as frequências entre os grupos HLADRB1 e HLA-DQB1 que seguem expostos nos gráficos abaixo. 4.1 GRÁFICOS DE FREQUÊNCIA DE ASSOCIAÇÃO ENTRE HLA-B COM HLA-C 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% C*01 C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*15 **Figura 2 – Frequência de associação do Alelo B7 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*12 C*16 **Figura 3 – Frequência de associação do Alelo B8 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 19 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*01 C*03 C*04 C*05 C*06 C*12 **Figura 4 – Frequência de associação do Alelo B13 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*08 C*12 **Figura 5 – Frequência de associação do Alelo B14 50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% **Figura 6 – Frequência de associação do Alelo B15 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 20 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*08 C*12 C*16 **Figura 7 – Frequência de associação do Alelo B18 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*01 C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 **Figura 8 – Frequência de associação do Alelo B27 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*01 C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*08 C*12 **Figura 9 – Frequência de associação do Alelo B35 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 21 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*03 C*04 C*06 C*07 C*08 C*12 **Figura 10 – Frequência de associação do Alelo B38 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*03 C*04 C*07 C*08 C*12 C*15 **Figura 11 – Frequência de associação do Alelo B39 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*06 C*07 C*08 C*12 C*14 C*15 **Figura 12 – Frequência de associação do Alelo B40 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 22 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*08 C*16 **Figura 13 – Frequência de associação do Alelo B44 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*16 C*17 **Figura 14 – Frequência de associação do Alelo B45 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*06 C*07 C*12 **Figura 15 – Frequência de associação do Alelo B49 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 23 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 **Figura 16 – Frequência de associação do Alelo B50 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*07 C*12 C*14 C*15 C*16 **Figura 17 – Frequência de associação do Alelo B51 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*05 C*06 C*07 C*16 C*18 **Figura 18 – Frequência de associação do Alelo B57 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 24 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% C*02 C*03 C*04 C*06 C*07 C*08 C*12 C*15 **Figura 19 – Frequência de associação do Alelo B58 4.2 GRÁFICOS DE FREQUÊNCIA DE ASSOCIAÇÃO ENTRE HLA-DRB1 COM HLA-DQB1 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 05:01 **Figura 20 – Frequência de associação do Alelo DRB1 01:01 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 05:01 **Figura 21 – Frequência de associação do Alelo DRB1 01:02 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 25 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 02:01 DQB1 03:01 DQB1 05:01 DQB1 06:03 **Figura 22 – Frequência de associação do Alelo DRB1 03:01 60,0% 58,0% 56,0% 54,0% 52,0% 50,0% 48,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 **Figura 23 – Frequência de associação do Alelo DRB1 04:01 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 04:02 **Figura 24 – Frequência de associação do Alelo DRB1 04:02 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 26 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 04:02 DQB1 05:01 DQB1 06:03 **Figura 25 – Frequência de associação do Alelo DRB1 04:04 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 04:01 DQB1 05:01 **Figura 26– Frequência de associação do Alelo DRB1 04:05 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 04:02 **Figura 27 – Frequência de associação do Alelo DRB1 04:11 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 27 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:01 DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 03:03 **Figura 28 – Frequência de associação do Alelo DRB1 07:01 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 04:02 DQB1 06:02 DQB1 06:04 **Figura 29 – Frequência de associação do Alelo DRB1 08:01 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 04:02 DQB1 06:03 **Figura 30 – Frequência de associação do Alelo DRB1 08:04 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 28 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 04:02 DQB1 05:01 **Figura 31 – Frequência de associação do Alelo DRB1 08:07 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:02DQB1 03:01DQB1 03:02DQB1 03:03DQB1 04:02 **Figura 32 – Frequência de associação do Alelo DRB1 09:01 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 05:01 DQB1 06:02 DQB1 06:03 **Figura 33 – Frequência de associação do Alelo DRB1 11:01 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 29 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:19 DQB1 04:02 DQB1 06:02 **Figura 34 – Frequência de associação do Alelo DRB1 11:02 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 05:02 DQB1 06:03 **Figura 35 – Frequência de associação do Alelo DRB1 11:04 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 05:01 **Figura 36 – Frequência de associação do Alelo DRB1 12:01 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 30 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 03:03 DQB1 05:01 DQB1 06:03 DQB1 06:04 **Figura 37 – Frequência de associação do Alelo DRB1 13:01 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 03:01 DQB1 05:01 DQB1 06:02 DQB1 06:03 DQB1 06:04 DQB1 06:09 **Figura 38 – Frequência de associação do Alelo DRB1 13:02 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 05:01 DQB1 05:02 DQB1 05:03 DQB1 06:02 DQB1 06:03 **Figura 39 – Frequência de associação do Alelo DRB1 14:01 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 31 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:01 DQB1 03:01 DQB1 05:01 DQB1 06:03 **Figura 40 – Frequência de associação do Alelo DRB1 14:02 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% DQB1 02:01 DQB1 02:02 DQB1 03:01 DQB1 03:02 DQB1 05:01 DQB1 06:02 **Figura 41 – Frequência de associação do Alelo DRB1 15:02 120,0% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% DQB1 DQB1 DQB1 DQB1 DQB1 DQB1 DQB1 02:02 03:01 03:02 03:03 04:02 05:02 06:02 **Figura 41 – Frequência de associação do Alelo DRB1 15:02 **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 32 5. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO Neste estudo foi analisada a frequência de associação entre os Haplótiplos de HLA Classe I e Classe II de doadores voluntários da população de Ribeirão Preto e região, onde foi possível observar a predominância de alguns Alelos, como: HLA B7, -15, -35, -44 e -51, e HLA DRB1- 03:01, - 07:01, -11:01 e -13:01. O sistema HLA é altamente informativo em estudos de genética de populações, devido ao seu elevado polimorfismo e ao forte desequilíbrio de ligação entre alelos de locos próximos. Essas propriedades permitem que a tipificação HLA seja utilizada como um instrumento de investigação para caracterizar a composição genética de diferentes povos, uma vez que a freqüência dos alelos HLA e o padrão de haplótipos são característicos de cada etnia e população (MONTE et al., 2004). Além de caracterizar populações, o sistema HLA, tem sido muito utilizado para caracterizar doenças em relação à susceptibilidade/resistência. No final dos anos 60, os primeiros estudos referentes à associação entre os antígenos de histocompatibilidade e doenças mostraram resultados inconsistentes na avaliação de doenças como linfoma de Hodgkin e a leucemia linfóide aguda (WALFORD, 1970 in DONADI, 2000). No início dos anos 70, foi relatada a importante associação do antígeno HLA-B27 com a espondilite anquilosante (SCHLOSSTEIN, 1973 in DONADI, 2000). Desde então, os antígenos HLA tem sido estudados em uma grande variedade de doenças de distintas etiologias, incluindo as auto-imunes, as infecciosas, as neoplásicas e as idiopáticas. Atualmente muitos estudos tem sido desenvolvidos em relação a associação de haplótipos de HLA a doenças específicas, a fim de determinar marcadores moleculares que proporcionem um melhor prognóstico. **As frequências expostas nos gráficos não somam 100%, pois os alelos vem em pares, sendo assim as 2 combinações foram levadas em consideração. 33 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 345 p. ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 564 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA (ABRALLE). Transplantes de medula óssea. São Paulo. Disponível em: http://www.abrale.org.br/doencas/ transplante/index.php. Acesso em: 11 NOV. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS (ABTO). Registro Brasileiro de Transplante, Ano VIII Num. 3 Jan/Dez – 2002 – São Paulo. Disponível em http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?mn=457&c=900&s=0 _________Registro Jan/Dez - Brasileiro 2012 de – Transplante, São Paulo. Ano XVIII Num. Disponível 4 em http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2012/rbt2012-parciall.pdf BENJAMINI, E.; COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 288 p. 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