UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA ANAIS XX SEMANA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA DE UBERLÂNDIA E V MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA-UFU REALIZAÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA-UFU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS DIRETÓRIO ACADÊMICO CARLOS DE ALMEIDA WUTKE CONAVET-EMPRESA JÚNIOR DE VETERINÁRIA PET INSTITUCIONAL MEDICINA VETERINÁRIA 2 ÍNDICE OCORRÊNCIA DE FECALOMA EM ONÇA PARDA (Puma concolor) E GATO MOURISCO (Herpailurus yaguaroundi): RELATO DE CASO.................................... 7 ANÁLISE DAS CORRELAÇÕES DE MEDIDAS E PESO EM FILHOTES DO GÊNERO Amazona ...................................................................................................... 8 ANATOMIA DA MANDÍBULA DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) ............................................................................... 9 ANATOMIA DA TERCEIRA A SÉTIMA VÉRTEBRAS CERVICAIS DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) ................................. 10 ANATOMIA DAS VÉRTEBRAS LOMBARES DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) .................................................................... 11 ANATOMIA DAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) .................................................................... 12 ANATOMIA DO CÍNGULO PEITORAL E MEMBROS DE PERU (Meleagris gallopavo)................................................................................................................... 13 ANATOMIA DO FÊMUR DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) ............................................................................. 14 ANATOMIA DOS OSSOS DA COXA E PERNA DE PERU (Meleagris gallopavo) . 15 ANESTESIA DE CÁGADO-DE-BARBICHA Phrynops Geoffroanus SCHWEIGGER, 1812 (TESTUDINES) COM A ASSOCIAÇÃO MIDAZOLAN E PROPOFOL.......... 16 ORIGENS, RAMIFICAÇÕES E DISTRIBUIÇÕES DAS ARTÉRIAS FACIAIS EM FETOS DE BOVINOS AZEBUADOS ....................................................................... 17 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DOS OSSOS O ANTEBRAÇO DO LOBO GUARÁ... 18 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO OSSO DO ESQUELETO DA COXA DO LOBO GUARÁ...................................................................................................................... 20 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DOS OSSOS DO ESQUELETO DA PERNA DO LOBO GUARÁ...................................................................................................................... 21 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO ESQUELETO DO OMBRO DO LOBO GUARÁ . 22 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO OSSO DO BRAÇO DO LOBO GUARÁ .............. 23 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO DA FAZENDA DOURADINHO, DO MUNICÍPIO UBERLÂNDIA, MG, NOS ANOS DE 2006 E 2007....................... 25 3 CARRAPATOS EM TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) E TAMANDUÁ MIRIM (Tamandua tetradactyla) DE VÁRIAS REGIÕES DO BRASIL ................................................................................................................................... 26 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL DE PERU (Meleagris gallopavo)........... 27 COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E PERFIL FERMENTATIVO DA CANA-DEAÇÚCAR IN NATURA E ENSILADA HIDROLISADA COM CAL VIRGEM.......... 28 ANOMALIA DE PELGER-HÜET EM UM CÃO- RELATO DE CASO ................... 30 OCORRÊNCIA DE COLITE IDIOPÁTICA EM UM CÃO........................................ 31 CERATOCONJUNTIVITE IMUNOMEDIADA CRÔNICA EM CÃO DA RAÇA PASTOR ALEMÃO. RELATO DE CASO................................................................. 32 INCIDÊNCIA DE CORUJAS ATENDIDAS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA .................................................... 33 EFEITO DO PROCESSO DE SEXAGEM DE SÊMEN POR CITOMETRIA DE FLUXO SOBRE A ESTABILIDADE DE CROMATINA DE ESPERMATOZÓIDES BOVINOS .................................................................................................................. 34 USO DE FENOBARBITAL NA DERMATITE PSICOGÊNICA EM CÃO-RELATO DE CASO................................................................................................................... 35 DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE INOCULADOS COM PROBIÓTICOS36 DRENAGEM DE OTOHEMATOMA EM CÃES ...................................................... 37 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL EM MACACOS PREGO ................................. 38 ENTEROTOMIA PARA RETIRADA DE FECALOMA EM ONÇA PARDA (Puma concolor) .................................................................................................................... 40 ENTRÓPIO UNILATERAL EM GATO PERSA - RELATO DE UM CASO............. 41 ESTRESSE EM CÃES: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES ESTRESSORES....... 42 HEMANGIOSSARCOMA VESICAL EM CADELA – RELATO DE UM CASO ..... 43 HIPÓXIA BULBAR COM NISTÁGMO LATERAL DECORRENTE DE HEMOPARASITOSE EM CÃO- RELATO DE CASO .............................................. 44 INDICADORES DE ESTRESSE EM CÃES .............................................................. 45 ENRIQUECIMENTO ALIMENTAR COM A ESPÉCIE Chrysocyon brachyurus EM CATIVEIRO............................................................................................................... 46 ESTUDO ANATÔMICO DOS SEGMENTOS DA MEDULA ESPINHAL DE LOBO GUARÁ (Chrysocyon brachyurus) ............................................................................. 48 4 MEGAESÔFAGO ADQUIRIDO EM CÃO ADULTO EM DECORRÊNCIA DO VÍRUS DA CINOMOSE - RELATO DE CASO ........................................................ 49 Mycoplasma haemocanis EM CÃO DOMÉSTICO (Canis familiaris). RELATO DE CASO ......................................................................................................................... 50 A MORBIDADE REFERIDA EM CÃES: UM ESTUDO COM ANIMAIS ATENDIDOS EM HOSPITAL VETERINÁRIO ........................................................ 51 MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DE FERIDAS CUTÂNEAS DE RATOS TRATADOS COM ÓLEO DE ROSA MOSQUETA .................................................. 52 ESTUDO ANATÔMICO DA ARTÉRIA OVÁRICA EM ÉGUAS SEM RAÇA DEFINIDA (Equus caballus. Linnaeus, 1758) .......................................................... 54 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE LEITES FERMENTADOS COM PROBIÓTICOS .......................................................................................................... 56 EFEITO DO PROCESSO DE SEXAGEM DE SÊMEN POR CITOMETRIA DE FLUXO SOBRE A MORFOMETRIA DA CABEÇA DE ESPERMATOZÓIDES BOVINOS .................................................................................................................. 58 PSEUDO-HERMAFRODITISMO ACOMPANHADO DE NEOPLASIA TESTICULAR - RELATO DE CASO ........................................................................ 59 NOVO MÉTODO DE CONTENÇÃO EM SERPENTES DA FAMÍLIA COLUBRIDAE .......................................................................................................... 60 ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DAS ARTÉRIAS MESENTÉRICAS CRANIAL E CAUDAL EM AVES (Gallus gallus) DA LINHAGEM BOVANS GOLDLINE ........ 61 EFEITO DA AUTOHEMOTERAPIA ASSOCIADA COM CLORABUTANOL NO TRATAMENTO DA PAPILOMATOSE ORAL EM CÃO (Canis familiaris) – RELATO DE CASO................................................................................................... 62 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO TUBO DIGESTÓRIO DE JACARÉ-AÇU Melanosuchus niger SPIX, 1825 (CROCODYLIA, ALLIGATORIDAE) ................... 63 USO DE CICLOSPORINA NO TRATAMENTO DE CERATOCONJUNTIVITE SECA EM CÃO.......................................................................................................... 64 COMPORTAMENTO DA ARARA CANINDÉ (ara araraunas) NO ZOOLÓGICO DO PARQUE DO SABIÁ EM UBERLÂNDIA/MG E PROPOSTAS DE ENRIQUECIMENTO PARA O CATIVEIRO DESSES ANIMAIS ............................ 65 TOPOGRAFIA VÉRTEBRO-MEDULAR EM Meleagridis gallopavo, LINNAEUS, 1758 (GALLIFORMES; PHASIANIDAE) ................................................................. 66 ALIMENTAÇÃO DE TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) ADULTO EM CATIVEIRO ....................................................................................... 67 5 FATORES QUE AFETAM A TAXA DE CONCEPÇÃO AO FINAL DO PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ......... 68 INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE BOVINA EM MATADOURO FRIGORÍFICO DE UBERLÂNDIA .................................................................................................... 69 OCORRÊNCIA DE NEOPLASIAS EM BOVINOS ABATIDOS EM UM MATADOURO FRIGORÍFICO DO TRIANGULO MINEIRO.................................. 70 MORFOMETRIA DE DUODENO DE FRANGOS INOCULADOS COM PROBIOTICOS .......................................................................................................... 71 OCORRÊNCIA DE Campylobacter sp EM SUABES CLOACAIS DE FRANGO...... 72 INFLUÊNCIA DE GENES DO COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE DE CLASSE 1(H-2D E H-2) NO DESENVOLVIMENTO DE LESÕES CAUSADAS PELA INFECÇÃO ORAL DE CAMUNDONGOS COM Toxoplasma gondii............................................................. 73 OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM GATA COM USO DE LÁTEX COMO MATERIAL DE SÍNTESE. ........................................................................................ 74 OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES SINANTRÓPICAS EM INDÚSTRIAS PROCESSADORAS DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL................................. 75 CORREÇÃO CIRÚRGICA DE HIPOPLASIA DE CAUDA EM CANINO. .............. 76 HERNIORRAFIA INGUINAL EM CÃO ASSOCIADA À UTILIZAÇÃO DE AGRAFES.................................................................................................................. 77 IRRIGAÇÃO DO TIMO EM AVES (Gallus gallus) POEDEIRAS DA LINHAGEM BOVANS GOLDLINE ............................................................................................... 78 CONVIVÊNCIA ENTRE HOMENS E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO........................ 79 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE CÃES .............................................................. 80 PERFIL VASCULAR DO OVIDUTO EM AVES DOMÉSTICAS (Gallus gallus domesticus) DA LINHAGEM COBB. ........................................................................ 81 ARTÉRIAS DA GLÂNDULA UROPIGIANA EM AVES (Gallus gallus) POEDEIRAS DA LINHAGEM BOVANS GOLDLINE ................................................................... 82 ARTÉRIAS DA BOLSA CLOACAL DE Struthio camelus. ....................................... 83 COMPORTAMENTO ANIMAL DO QUATI (Nasua nasua) NO ZOOLÓGICO DO PARQUE DO SABIÁ DE UBERLÂNDIA-MG E PROPOSTAS DE ENRIQUECIMENTO DO CATIVEIRO..................................................................... 84 FATORES QUE AFETAM A TAXA DE OVULAÇÃO AO FINAL DO PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) ................................. 86 6 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E HEMATOLÓGICOS DA INFECÇÃO NATURAL POR Ehrlichia spp EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DE UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS ............................................ 87 ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO AXILAR EM SUÍNOS DA ESPÉCIE SUS SCROFA DOMESTICUS – LINNAEUS DA LINHAGEM AG-1050. ....................... 88 ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA A NA PREVENÇÃO DE MASTITE EM VACAS NO INÍCIO DA LACTAÇÃO .................................................................... 889 BIOMETRIA E ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO ÓSSEO DE CÁGADOS Podocnemis expansa, SCHWEIGGER, 1812 (TESTUDES, PODOCMENIDAE)....... 90 EFEITOS DO SULFATO DE COBRE NA ULTRA-ESTRUTURA DO MÚSCULO CARDÍACO DE TILÁPIAS TAILANDESAS (Oreochromis niloticus niloticus) EM CATIVEIRO............................................................................................................... 91 ANÁLISE AO MICROSCÓPIO DE LUZ DO MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO DE TILÁPIAS TAILANDESAS (Oreochromis niloticus niloticus) SUBMETIDAS À INTOXICAÇÃO POR SULFATO DE COBRE (CuSO4)............................................ 92 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DA GESTAÇÃO PARA REDUZIR A DURAÇÃO DA ESTAÇÃO DE MONTA EM VACAS DE CORTE................................................................................................... 93 EFEITO ACARICIDA DA MISTURA OXIGÊNIO-OZÔNIO SOBRE LARVA INGURGITADA DE Rhipicephalus sanguíneu ............................................................94 USO DO GRÃO DE MILHETO COMO FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS................................................................95 ATIVIDADE EDUCACIONAL PARA CRINÇAS DA SÉRIE INTRODUTÓRIA CONHECEREM OS ANIMAIS ....................................................................................96 7 OCORRÊNCIA DE FECALOMA EM ONÇA PARDA (Puma concolor) E GATO MOURISCO (Herpailurus yaguaroundi): RELATO DE CASO Simone, S. B. S1; Hirano, L. Q. L. 1; Lima, F. C. 1; Pereira, H. C. 1; Santos, A. L. Q. 1 Jacintho, M. F. L.1; Passos, R. F. C. F.1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] A manutenção de animais selvagens em cativeiro requer atenção especial no que se refere à qualidade do recinto, manejo nutricional e sanitário, bem como aos cuidados relacionados ao comportamento, necessidades morfofisiológicas específicas e bem estar. Distúrbios em um ou mais destes fatores comumente determinam prejuízos à saúde do animal cativo, como por exemplo, a constipação intestinal. O objetivo do presente trabalho é relatar dois casos de fecaloma ocorridos em Puma concolor e Herpailurus yaguaroundi. A onça parda e o gato mourisco, ambos de vida livre, foram encaminhados ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, pelo IBAMA. O filhote de onça parda de 7 meses, fêmea, encontrava-se sob cuidados do zoológico municipal de Uberaba, MG. No exame clínico do mesmo foram constatadas desidratação, distenção abdominal e desvio medial da patela esquerda. O gato mourisco, macho, adulto, estava alojado em uma reserva ambiental no município de Tupaciguara, MG. Durante a avaliação física, observou-se que o animal apresentava bom estado nutricional, leve desidratação, bexiga repleta de urina e claudicação do membro posterior esquerdo. A suspeita de fecaloma, em ambos os felinos, ocorreu durante a anamnese e exame físico de palpação, sendo o diagnóstico confirmado através do exame radiográfico. Os animais foram submetidos à cirurgia de enterotomia de rotina. Como medicação pré-anestésica, utilizou-se a associação de tiletamina e zolazepam (4mg/kg). O halotano foi o agente anestésico de escolha para indução da onça parda, já o mourisco foi induzido com isofluorano. Como pós-operatório, a antibioticoterapia instituída foi cefazolina (30mg/kg) e curativo local com álcool iodado. A alimentação líquida foi introduzida por uma semana, retornando a dieta sólida gradualmente. Os animais apresentaram recuperação satisfatória. Palavras chave: Constipação, felídeo, estresse 8 ANÁLISE DAS CORRELAÇÕES DE MEDIDAS E PESO EM FILHOTES DO GÊNERO AMAZONA Hirano, L. Q. L.1; Simone, B. S. S. 1; Santos, A. L. Q.2; Lima, F. C. 3; Andrade, M. B.3; Silva, J. M. M.1; 1-Médica Veterinária; 2-Docente Orientador, Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia; 3-Mestrando da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia; 4-Graduandos em Medicina Veterinária.. Av. Amazonas, n° 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia – MG, CEP: 38405-302. [email protected] As informações disponíveis sobre os psitacídeos brasileiros são poucas e geralmente publicadas em revistas de pequena circulação, quando publicadas. Apenas recentemente se comprovou certa longevidade desses animais, ao se relacionarem com os homens através das várias espécies em cativeiro. A reputação popular dos papagaios como sendo de vida longa não é imerecida, pois, na ordem das aves com seus formatos corporais, eles são os pássaros que têm vida mais longa, vivendo em média 60 anos. Este trabalho teve como objetivo acompanhar o desenvolvimento de filhotes do gênero Amazona, realizando pesagem e biometria dos mesmos para estabelecer a correlação entre essas medidas. O experimento foi conduzido nas dependências do Laboratório de Pesquisa de Animais Silvestres (LAPAS), no município de Uberlândia, Minas Gerais. Foram utilizados 20 filhotes de psitacídeos do gênero Amazona, sendo 16 da espécie Amazona aestiva e 4 Amazona amazônica, com aproximadamente 45 dias de idade, provenientes de apreensão do tráfico de animais silvestres. As aves foram diferenciadas através de anilhas coloridas. As aves foram pesadas em jejum semanalmente e fez-se a avaliação de seus desenvolvimentos individuais quanto ao ganho de peso e medidas corporais: tarso (diâmetro e comprimento), comprimento das asas, envergadura, comprimento do corpo e da cauda, cabeça e bico (comprimento, largura e altura) e narina. Os dados foram analisados estatisticamente e observou-se que a largura da cabeça apresentou taxa de correlação maior que 70% com as demais medidas corporais e de 81% com o peso. Concluiu-se assim, que a largura da cabeça é uma medida corporal relativamente confiável para se prever os demais parâmetros, podendo assim, ser utilizada na análise de regressão. Palavras chave: Psitacídeos, Correlação, Desenvolvimento, Filhotes 9 ANATOMIA DA MANDÍBULA DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) Lima, B. C.1; Lima, F. C. 1; Santos, A. L. Q. 1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] O Brasil detém aproximadamente 14% da biota mundial, abrigando a maior diversidade de mamíferos do planeta. Buscando conhecer melhor a anatomia da mastofauna brasileira o objetivo desta investigação foi descrever os elementos esqueléticos de Mazama gouazoubira. Foram utilizados três espécimes de cervídeos, encaminhados pela Polícia Ambiental à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. O esqueleto foi preparado seguindo métodos usuais em anatomia. As mandíbulas, uma de cada lado, estão unidas rostralmente pela sincondrose mandibular. Cada osso é formado por corpo, ângulo e ramo. O corpo é a porção rostral. Apresenta uma face externa, voltada para os lábios e bochechas e uma face interna, voltada para a língua. A face externa é lisa e apresenta próximo à extremidade rostral, um forame mentual, podendo-se encontrar em M. gouazoubira um forame mentual acessório. Na borda dorsal do corpo da mandíbula situam-se os alvéolos para os dentes da arcada inferior. Rostralmente encontram-se os alvéolos para os dentes incisivos, quatro de cada lado. Caudalmente situam-se os alvéolos para os dentes pré-molares e molares. O trecho sem alvéolos, denomina-se borda interalveolar. Sua extremidade dorsal livre apresentase dividida em dois processos: processo coronóide na frente, longo e curvado caudalmente onde se insere o músculo temporal e o processo condilar, atrás, formado por uma superfície articular, a cabeça, que se articula com o osso temporal, e, abaixo dela, uma porção estreita, o colo. A superfície lateral do ramo é plana, apresentando rugosidades para inserção do músculo masseter. A superfície medial do ramo apresenta um orifício, o forame da mandíbula, por onde passam os vasos e nervos alveolares mandibulares. Próximo do forame da mandíbula parte um sulco, sulco milo-hióideo, onde se aloja o nervo milo-hióideo. A partir do supra-citado pôde-se concluir que a mandíbula de M. gouazoubira é similar a de outros ruminantes. Palavras chave: Veado catingueiro, esqueleto, mandíbula. 10 ANATOMIA DA TERCEIRA A SÉTIMA VÉRTEBRAS CERVICAIS DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) Lima, B. C.1; Lima, F. C. 1; Santos, A. L. Q. 1 1-Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] Mamíferos são, dentre os vertebrados, o grupo mais desenvolvido e diversificado do Reino Animal. O Brasil é o país com a maior diversidade de mamíferos do planeta. Procurando conhecer sua anatomia o objetivo desta investigação foi descrever os elementos esqueléticos da terceira a sétima vértebras cervicais de Mazama gouazoubira haja vista que o conhecimento de sua anatomia pormenorizada é de conspícua importância, no oferecimento de subsídios necessários para o entendimento de sua biologia além de auxiliar na aplicação de uma terapêutica adequada. Utilizaram-se três animais encaminhados pela Polícia Ambiental ao Hospital Veterinário da UFU. O esqueleto foi preparado seguindo métodos usuais em anatomia. O corpo das vértebras três, quatro e cinco são cubóides e seus corpos diminuem de comprimento à medida que se distanciam no eixo crânio-caudal. A crista ventral é menos cortante e termina sempre em um tubérculo que se projeta caudalmente. Seu arco é largo, forte e bastante regular e as incisuras vertebrais bem marcadas. O processo espinhoso é proeminente e dirige-se cranialmente. Uma lâmina óssea une o pedículo do arco ao processo transversal, delimitando o forame transversal, que é de diâmetro muito amplo. O processo transverso é robusto e dirige-se para trás, para o lado e para cima. A sexta cervical é mais curta que as precedentes. O arco é mais largo que o das anteriores devido à intumescência da medula espinal neste ponto. Os processos articulares de um mesmo lado estão unidos por uma crista óssea muitas vezes incompleta. O processo espinhoso é muito desenvolvido, pontiagudo e dirigido cranialmente. Os processos costais estão representados por largas lâminas ósseas. A sétima vértebra cervical caracteriza-se por apresentar a fóvea costal para articulação com a cabeça da primeira costela. O processo espinhoso é mais longo que o da vértebra precedente. O processo transversal projeta-se dorsocaudalmente e o processo costal é pouco desenvolvido. Em aspectos gerais as vértebras cervicais de M. gouazoubira são similares as de outros ruminantes. Palavras chave: Vértebras, veado catingueiro, esqueleto. 11 ANATOMIA DAS VÉRTEBRAS LOMBARES DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) Lima, B. C.1; Lima, F. C. 1; Santos, A. L. Q. 1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] Propondo conhecer os aspectos anatômicos pormenorizados de Mazama gouazoubira, o objetivo desta investigação foi descrever os elementos esqueléticos de suas vértebras lombares. Utilizaram-se três animais encaminhados pela Polícia Ambiental ao Hospital Veterinário da UFU. Os exemplares foram descongelados para sua posterior maceração, e preparação do esqueleto utilizando técnicas usuais em anatomia. As vértebras lombares são em número de seis. Caracterizam-se pelo seu processo transversal muito desenvolvido. Apresentam ainda os seguintes caracteres: corpo longo, arqueado ventralmente e mais largo nas extremidades. O arco das vértebras lombares aumenta progressivamente em altura e largura à medida que se distancia na região lombar. Isto se explica pelo fato de a medula espinhal apresentar, neste ponto, outra intumescência. As incisuras vertebrais são profundas, notadamente as caudais, onde muitas vezes, nas duas ou três primeiras vértebras, um septo ósseo chega a convertê-las em forames vertebrais laterais.Os processos articulares craniais são tuberosos e suas facetas são muito côncavas, estando voltadas para o plano mediano. Projetando-se da face lateral de cada processo articularcranial, nota-se uma pequena saliência pontiaguda, o processo mamilar. O processo mamilar dirige-se craniolateralmente e decresce de tamanho da primeira para a última vértebra. Os processos articulares caudais emergem da base do arco. Os processos transversais estendem-se lateralmente a partir do pedículo do arco e se dirigidas ligeiramente para frente. Seu comprimento aumenta até a 5ª vértebra. Os da 6ª vértebra são menores, mais espessos, pontiagudos e mais encurvados cranialmente. O processo espinhoso é laminar e quadrilátero. Tais características seguem os padrões gerais dos demais ruminantes. Palavras chave: Vértebras, veado catingueiro, esqueleto. 12 ANATOMIA DAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) Lima, B. C.1; Lima, F. C. 1; Santos, A. L. Q. 1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] Os mamíferos constituem o grupo mais desenvolvido e diversificado do Reino Animal sendo de conspícua importância o conhecimento de sua anatomia. Objetivou-se com esta investigação descrever os elementos esqueléticos das vértebras torácicas Mazama gouazoubira. Utilizaram-se três animais encaminhados pela Polícia Ambiental ao Hospital Veterinário da UFU. O esqueleto foi preparado seguindo métodos usuais em anatomia. Existem 13 vértebras torácicas as quais se caracterizam por possuir fóveas para articulação com as costelas e a presença de processos espinhosos bastante desenvolvidos. A cada lado das extremidades do corpo que pode ser longo, encontramse as fóveas costais craniais e caudais. As fóveas costais de vértebras adjacentes formam, juntamente com o disco intervertebral, uma cavidade articular para a cabeça das costelas. A última vértebra torácica não possui as fóveas costais caudais. Os processos articulares estão reduzidos a simples facetas articulares em quase todas as vértebras torácicas. Os processos transversais são curtos e grossos. A extremidade livre do processo transversal apresenta uma superfície articular para o tubérculo da costela, a fóvea costal transversal. Os processos espinhosos são bastante desenvolvidos principalmente nas vértebras três e quatro que geralmente são os mais altos e os subseqüentes decrescem sucessivamente. Estes são dirigidos no sentido caudal, outrora o processo espinhoso da última vértebra torácica é dirigido verticalmente. Os forames intervertebrais dão passagem aos nervos espinhais torácicos. Em M. gouazoubira, os dois últimos espaços interarcuais são presentes, podendo-se relacionar sua anatomia com as dos demais ruminates devido a grande semelhança. Palavras chave:Vértebras, veado catingueiro, anatomia, sistema esquelético. 13 ANATOMIA DO CÍNGULO PEITORAL E MEMBROS DE PERU (Meleagris gallopavo) Andrade,W. B. F.¹; Silva, M. V.¹; Silva, M. E. M¹; Santos, A. L. Q.¹; Lima. F. C.¹ 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] Peru é o nome comum dado as aves galiformes do gênero Meleagris com variantes selvagens e domésticas originárias das Américas e, atualmente, sua criação comercial é bastante rentável. Assim, o objetivo desta investigação foi descrever a anatomia pormenorizada do esqueleto de M.gallopavo. Foram utilizados quatro espécimes de M.gallopavo provenientes da granja F (Sadia LTDA.Uberlândia-MG). Seus esqueletos foram preparados seguindo métodos usuais em anatomia e após clareamento com peróxido de hidrogênio seguiu-se a descrição anatomica. Os cíngulos peitorais são compostos por três pares de ossos que dão sustentação as asas, elas são formadas pelas clavículas fundidas (denominadas de fúrcula), os coracóides e a escápula. O osso coracóide que esta direcionado ventral e caudalmente para articular-se com o esterno no sulco coracoidial é o mais robusto dos ossos do cíngulo peitoral. As clavículas são ossos delgados e estão ventralmente fundidos em uma lâmina achatada, o hipocleidio que está ligada ao ápice da carina do esterno. A escápula é um osso longo e plano, estende-se caudalmente, paralela a coluna vertebral. Ela é ligeiramente mais expessa em sua extremidade proximal e há um forame pneumático próximo ao processo acromial. O osso úmero, o maior dos ossos da asa. Este apresenta uma cabeça convexa e um forame pneumático na extremidade proximal. Distalmente articula-se com rádio e ulna por dois côndilos sendo que o maior articula-se com a ulna. A ulna é maior que o rádio mas ambos os ossos são de comprimento aproximadamente igual, esta apresenta uma série de pequenas projeções osséas, pouco desenvolvidas, que representam pontos de inserção para as penas secundárias das asas. O carpometacarpo representa três elementos fundidos, os metacárpicos II, III e IV. O metacárpico II e representado por uma pequena progessão do lado radial, o III e IV são elementos longos que se fundem em suas extremidades distais, que circundam um grande espaço interósseo entre si. Em vias gerais o cíngulo peitoral e os membros possuem características anatômicas semelhantes ao das demais aves domésticas. Palavras chave: Úmero, rádio, coracóide. 14 ANATOMIA DO FÊMUR DE Mazama gouazoubira FISHER, 1814 (ARTIODACTYLA; CERVIDAE) Lima, B. C.1; Lima, F. C. 1; Santos, A. L. Q. 1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] Com intuito de conhecer melhor a anatomia pormenorizada da fauna brasileira esta investigação objetivou descrever os elementos esqueléticos de Mazama gouazoubira. Foram utilizados três espécimes de cervídeos, encaminhados pela Polícia Ambiental à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. O esqueleto foi preparado seguindo métodos usuais em anatomia. O fêmur é o osso da coxa. É relativamente mais curto nos ruminantes que nas outras espécies domésticas. É constituído pelo corpo e duas extremidades. A extremidade proximal consiste de cabeça, colo e trocânteres maior e menor. A cabeça é uma proeminência arredondada, mais extensa dorsal que ventralmente. Está dirigida medialmente, com sua face articular voltada para dentro, para cima e ligeiramente para trás. Articula-se com o acetábulo. A cartilagem hialina cobre toda a face articular, exceto numa depressão central, a fóvea da cabeça do fêmur, onde se insere o ligamento da cabeça do fêmur. O colo é o segmento ósseo que prende a cabeça ao corpo. O trocânter maior é a protuberância que se destaca da face lateral da extremidade proximal do osso e se projeta para cima. Sua borda livre é romba, rugosa e arqueada. Sua face lateral é rugosa e convexa. Sua face medial é côncava, perfurada por inúmeros forames e delimita uma grande fossa tracantérica. O trocânter menor situa-se na face caudal da extremidade proximal. Trata-se de uma saliência rugosa e de aspecto. Existe ainda na face lateral uma pequena área rugosa correspondente a tuberosidade glútea, que assume a forma de um discreto terceiro trocânter. O corpo é cilíndrico e ligeiramente encurvado, sendo assim convexo em M. gouazoubira. Ao nível da porção distal da face lateral encontra-se a fossa supracondilar, que é bastante rasa. A face caudal (face áspera) apresenta rugosidades bem evidenciadas, que correm longitudinalmente. A extremidade distal é formada pela tróclea que situa-se obliquamente na porção cranial da extremidade distal e por dois separados pela fossa intercondilar. Estão presentes ainda, acima dos côndilos, dois epicôndilos, um medial e outro lateral. Palavras chave: Fêmur, veado catingueiro, esqueleto. 15 ANATOMIA DOS OSSOS DA COXA E PERNA DE PERU (Meleagris gallopavo) Silva, M. E. M. 1; Silva, M. V.1; Andrade, W. B. F. 1; Santos, A. L. Q. 1; Vieira, P. C. A.1. 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] O peru doméstico (Meleagris gallopavo) originou – se de linhagens de perus selvagens, das Américas do norte e central. Através de cruzamentos e de trabalhos genéticos conseguiu-se chegar a várias outras raças com características próprias, que viabilizaram a produção de carne em larga escala e em tempo relativamente curto. Assim, o objetivo desta investigação foi descrever a anatomia pormenorizada do esqueleto de M. gallopavo. Foram utilizados quatro espécimes de M. gallopavo provenientes da Granja F (Sadia LTDA. Uberlândia-MG). Seus esqueletos foram preparados seguindo métodos usuais em anatomia e após o clareamento com peróxido de hidrogênio seguiu-se a descrição anatômica. As coxas e pernas dos perus possuem quatro ossos, sendo estes: Fêmur, tibiotarso, fíbula e patela. A extremidade proximal do osso fêmur possui um trocânter muito proeminente, localizado lateralmente à sua cabeça. A extremidade cranial do trocânter é mais desenvolvida e voltada craniodorsomedialmente. Caudalmente a ele existe uma proeminência bastante saliente para inserção muscular. Em sua extremidade distal o fêmur possui dois côndilos sendo que o mais desenvolvido é localizado lateralmente e é separado do côndilo medial (menos desenvolvido) pela fossa intercondilar, onde se aloja o osso patela. Na face caudal do côndilo lateral encontra-se um sulco para articulação com a cabeça do osso fíbula. O tibiotarso é o maior dos ossos da perna, possuindo em sua extremidade proximal côndilos para a articulação com o fêmur. A porção proximal da face lateral apresenta uma crista para inserção da fíbula. Na face cranial, voltada dorsoventralmente existe a crista cnemial interna de aspecto laminar que se articula com a fossa intercondilar do osso fêmur. Lateralmente à crista encontra-se uma projeção óssea de aspecto triangular e de ápice voltado lateralmente. O tibiotarso possui extremidade distal formada por dois côndilos proeminentes, um lateral e outro medial, que articulam-se com o tarsometatarso. Depressões para inserção dos ligamentos colaterais da articulação tibiotarsotarsometatarso estão presentes em ambos os lados da extremidade distal. Nas faces medial e caudal do corpo deste osso não aparecem acidentes ósseos relevantes. A fíbula possui aspecto longo reduzido, situada ao longo da borda lateral do tibiotarso. Sua cabeça ou extremidade proximal é relativamente larga e achatada, onde sua face medial articula-se com a face lateral do côndilo proximal do tibiotarso. Em linhas gerais a anatomia óssea de M. gallopavo é bastante semelhante à de outras aves da ordem Galliformes, como às galinhas. Palavras chave: Tibiotarso, Fêmur, Aves 16 ANESTESIA DE CÁGADO-DE-BARBICHA Phrynops Geoffroanus SCHWEIGGER, 1812 (TESTUDINES) COM A ASSOCIAÇÃO MIDAZOLAN E PROPOFOL Hirano, L. Q. L.1; Santos, A. L. Q.2; Jacintho, M. F. L.; Passos, R. F. C. F; Iasbeck, J. R. 1-Médica Veterinária; 2-Docente Orientador, Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Av. Amazonas, n° 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia – MG, CEP: 38405-302. [email protected] Dentre os animais conhecidos como répteis existem aproximadamente 6400 espécies, divididas em quatro ordens. A ordem Testudinata, da qual fazem parte tartarugas, jabutis e cágados, pode ser encontrada em diversos habitats e vem sofrendo impacto com a pressão humana e a degradação ambiental. Para o presente trabalho foram utilizados 10 exemplares de Phrynops geoffroanus, sendo 8 fêmeas e 2 machos, provenientes do rio Uberabinha, no município de Uberlândia, MG (licença RAN/IBAMA nº 035/2006) os quais foram anestesiados com o protocolo midazolan 2 mg/kg/IM e propofol 10 mg/kg/IV. Os batimentos cardíacos dos exemplares foram monitorados com o aparelho Doppler Vascular Eletrônico nos tempos 0’, 10’, 30’, 60’, 120’ e 180’ pós-anestésico e durante o período trans-anestésico os cágados foram observados em relação aos parâmetros estipulados (locomoção, relaxamento muscular, manipulação, estímulos dolorosos nos membro torácicos e pélvicos). O propofol (10mg/kg/IV) se mostrou um anestésico de rápida indução e efeito com duração média da anestesia ideal por 66’. O midazolan na dose de 2mg/kg/IM foi um medicamento pré-anestésico eficiente, promovendo relaxamento muscular e facilidade de manipulação do animal. A associação utilizada obteve bons resultados na retirada da dor, promovendo analgesia por um tempo médio de 97’5’’. Além disso, não se observou significante diminuição da freqüência cardíaca e apnéia nos quelônios anestesiados. Palavras chave: Phrynops geoffroanus, Midazolan, Propofol 17 ORIGENS, RAMIFICAÇÕES E DISTRIBUIÇÕES DAS ARTÉRIAS FACIAIS EM FETOS DE BOVINOS AZEBUADOS Lizardo, F. B.1; Sousa, G. C.2; Bernardino Júnior, R.3; Santos, L. A.4; Cabral, L. G.5, Severino, R. S.6; Drummond, S. S.6, Silva, F. O. C.7 1- Mestrando(a) do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).: 2- Professor Doutor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFU. 3- Professor Mestre do Instituto de Ciências Biomédicas da UFU 4- Técnico Laboratório de Anatomia Humana da UFU e graduado em Educação Física pela UFU. 5- Professor Doutor da Escola Técnica de Saúde da UFU. 6- Professor Doutor da FAMEV / UFU. 7Orientador e Professor Doutor da FAMEV / UFU. [email protected] A Anatomia macroscópica serve como ferramenta de fundamental importância para a descrição de uma espécie e/ou para a comparação entre espécies que apresentam semelhanças morfológicas, para isso o método de dissecação é o mais direto para a observação das estruturas corpóreas, permitindo o estudo da distribuição e localização de vasos sanguíneos e nervos. Deve-se destacar que o conhecimento anatômico auxilia em muito as intervenções de natureza clínico-cirúrgica, neste contexto fica evidente a importância de se estudar detalhadamente o perfil vascular das artérias faciais, diante das funções incontestes que as mesmas desempenham na manutenção das condições sistêmicas orais dos animais e das estruturas por elas irrigadas como: gengivas, músculos e glândulas, além disso, a maioria das informações referentes às artérias faciais, em bovinos, é obtida nos Tratados de Anatomia Veterinária que, de modo geral, referem-se a animais de origem européia. Sendo assim, em nosso país, a difusão dos bovinos de origem indiana é abrangente e desse modo, devemos considerar a possibilidade de diferenças anatômicas entre os dois grupos. Portanto, objetivamos neste trabalho analisar as origens, ramificações e distribuições das artérias faciais direita e esquerda em fetos de bovinos azebuados e contribuir no desenvolvimento da anatomia comparativa. Para realização desta pesquisa foram utilizados cinco fetos de bovinos azebuados, três machos e duas fêmeas, com aproximadamente três a seis meses de idade, provenientes do abate de fêmeas em frigoríficos do município de Uberlândia, Minas Gerais. Optou-se pela técnica de injeção de todo o seu sistema arterial cefálico, com solução de neoprene látex “450” a 50% (Du Pont do Brasil-Indústrias Químicas) corada com pigmento específico, via artérias carótidas comuns direita e esquerda. Posteriormente, foram usadas técnicas anatômicas usuais de fixação em solução aquosa de formaldeído a 10%, a fim de preparar o material para dissecação. Constatou-se que as artérias faciais, em ambos os antímeros, originaram-se do tronco linguofacial em 80% dos casos, sendo que nos 20% restantes emergiram diretamente da artéria carótida externa. Independentemente do antímero, forneceram os seguintes colaterais: ramos glandulares, artéria submentoniana, artéria labial inferior, artéria labial superior, artéria angular da boca, artéria lateral rostral do nariz e ramos musculares. Conclui-se, através dos animais dissecados, que os resultados obtidos em relação às origens, ramificações e distribuições das artérias faciais em fetos de bovinos azebuados, de modo geral, apresentaram características similares com os correspondentes dados obtidos na literatura sobre bovinos de origem européia, sendo estas informações importantes como subsídio para abordagens clínicas ou cirúrgicas que envolvam as estruturas estudadas. Palavras chave: Ruminantes, sistema circulatório, irrigação da face. 18 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DOS OSSOS O ANTEBRAÇO DO LOBO GUARÁ Bastos, C. R.1; Saraiva, J. M.1; Santos, A. L. Q.1 1. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Lobo guará é um canídeo da classe Mammalia, ordem carnívora, da família Canidae, de nome cientifico Chrysocyon brachyurus, canídeo grande que é encontrado na América do Sul. Parece mais uma raposa do que um lobo, devido às suas pernas longas e finas. Sendo um animal de comportamento solitário que habita os campos, em condições naturais tem uma longevidade de treze anos, chegando a pesar 30 Kg na fase adulta. Hoje uma das principais causas de risco de extinção é a caça e destruição do habitat; Através da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril de 1.992, o IBAMA tornou pública a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção. O Lobo guará faz parte desta lista e é uma espécie em vias de extinção. Diante deste risco é de grande importância que estude a anatomia dessa espécie, para que facilite o tratamento, sendo um dos principais fatores de incidência atropelamento com fratura nos membros. A descrição tem por objetivo detalhar todos os acidentes ósseos encontrados nos ossos que constituem o antebraço, que é formado pelo osso rádio e o osso ulna, ossos que determinam uma movimentação limitada do antebraço dos carnívoros. O trabalho foi iniciado com a desarticulação e maceração do membro de um lobo guará, que veio a óbito por atropelamento. Ao fim da maceração, com os ossos aptos para a descrição, foi iniciada uma minuciosa analise dos ossos, utilizando de um comparativo com ossos de carnívoros domésticos, em especial o cachorro. Demonstrando assim as especificidades encontradas no osso de Lobo Guará; para que com isso facilite o tratamento desses animais. Tendo como resultado que o osso Ulna se apresentou bem desenvolvido, cruzando a superfície caudal do radio, medialmente. O corpo da ulna é grande e trilaterado em seus dois terços proximais, diminuindo e arredondando distalmente. Sua superfície cranial é em geral áspera. Com presença do forame nutrício próximo à extremidade proximal, que se continua com um sulco vascular e indica o percurso da artéria interossea. A extremidade proximal é côncava e lisa medialmente e lateralmente apresenta-se convexa e áspera. O olecrano é sulcado com três proeminências, sendo a caudal maior e arredondada. A incisura troclear é na forma de meia lua, aumentando sua largura distalmente e completa a superfície para a articulação com a troclea do úmero. Distalmente a incisura troclear encontra-se a incisura radial que se articula com a parte caudal da cabeça do radio, lateralmente a esta incisura há uma elevação, sendo uma área áspera que serve para inserção do músculo bíceps do braço além do músculo braquial. A extremidade distal, também conhecida como cabeça é pequena, semelhante à ponta de uma flecha rombuda com presença do processo estilóide que se articula com o osso cárpico ulnar ,distalmente. Já o osso radio é dividido de forma básica em três segmentos, extremidade proximal ou cabeça do radio, corpo do radio e a extremidade distal com a troclea do radio. Osso em forma de bastão sendo achatado e aumentando sua espessura craniocaudalmente. Na extremidade proximal encontra-se a cabeça do radio, com presença da fóvea da cabeça do radio, que se forma juntamente com a incisura troclear e com a superfície articular distal do úmero, a articulação ulnar e também com a ulna. Na extremidade proximal encontra-se também a tuberosidade radial pequena, e próxima a ela existe uma eminência lateral e uma eminência distal e está ultima apresenta-se 19 áspera. O corpo do radio é comprimido em sentido craniocaudal e é levemente arqueado ao longo de todo o seu comprimento. E não há fusão com o osso ulna. A extremidade distal tem forma aproximada de um punho, e face cranial, sulcada. Já a face caudal apresenta projeções destinadas à origem dos músculos flexores, apresenta troclea torcida de forma oblíqua, caudalmente a essa se situa a crista transversa, e em sua borda medial projeta-se distalmente o processo estilóide do osso radio. Ao final da descrição dos ossos do antebraço do Lobo guará pode-se observar diferenças de grande importância para uso clínico de tratamento de fratura desses animais, como forma óssea e tamanhos diferentes de outros canídeos domésticos. Formas anatômicas que apesar de ser uma região (o antebraço) de movimentos provavelmente limitados, podendo dar base para que o animal seja veloz e ágil para conseguir caçar seus alimentos. Palavras-chave: Lobo guará, ossos, anatomia. 20 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO OSSO DO ESQUELETO DA COXA DO LOBO GUARÁ Bastos, C. R.1; Saraiva, J. M.1; Santos, A. L. Q.1 1. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Lobo guará é um canídeo da classe Mammalia, ordem carnívora, da família Canidae. De nome cientifico Chrysocyon brachyurus, canídeo de grande porte, que é encontrado na América do Sul. É um animal de comportamento solitário que habita os campos, em condições naturais tem uma longevidade de treze anos, chegando a pesar 30 Kg na fase adulta. Hoje uma das principais causas do risco de extinção e a caça e destruição do habitat; Através da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril de 1.992, o IBAMA tornou pública a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção. O Lobo guará faz parte desta lista e é uma espécie em vias de extinção. Diante deste risco é de grande importância que estude a anatomia dessa espécie, para que facilite o tratamento clinico, sendo as fraturas uma das principais conseqüências, causadas por atropelamentos. A descrição tem por objetivo detalhar todos os acidentes ósseos encontrados no osso que constitui o esqueleto da coxa, o osso fêmur, osso de grande importância para o membro pélvico, sendo o maior de todos os ossos longos. O trabalho foi iniciado com a desarticulação e maceração do membro de um lobo guará, que veio a óbito por atropelamento. Ao fim da maceração, com os ossos aptos a descrição, foi iniciada uma minuciosa analise, utilizando de um comparativo com ossos de carnívoros domésticos, em especial o cachorro. Demonstrando assim as especificidades encontradas no osso de Lobo guará; para que com isso facilite o tratamento desses animais silvestres. Tendo como resultado da descrição que o corpo do osso fêmur é longo e cilíndrico apresentando-se um leve achatamento próximo aos extremos. Este osso possui curvatura acentuada nos seus dois terços distais e convexos cranialmente. Em sua extremidade proximal encontram-se a cabeça que se articula com o acetábulo; sendo esta pouco mais que um hemisfério e observa-se ainda que caudolateral ao seu centro há uma fóvea rasa. O trocânter maior do osso fêmur localiza-se abaixo do nível da cabeça e corre cranialmente ao colo, sendo que este é bem afilado. O trocânter menor tem uma tuberosidade rombuda e arredondada. A fossa trocantérica é redonda e de pouca profundidade. Ao longo do corpo do osso há uma face áspera achatada transversalmente, estreita no meio e que se alarga no sentido de cada extremidade, dando ênfase na extremidade distal. Próximo à extremidade distal observa-se duas tuberosidades supracondilóides de difícil visualização. A fossa supracondilóide não está presente. Na extremidade distal, a fossa intercondilar localizada entre os côndilos medial e lateral, é larga. Caudalmente a cada côndilo há uma faceta para articulação o osso sesamóide, sendo que a do côndilo lateral apresenta-se arredondada e maior. O osso fêmur possui no terço proximal da face caudal de seu corpo um forame nutrício bem visível. Diante das descrições dos acidentes ósseos do fêmur do Lobo Guará observou-se que este apresentou diferenças significativas comparado aos canídeos domésticos, principalmente na espessura e extensão do colo, no formato do trocânter maior e na profundidade da fossa trocantérica. O osso fêmur é um dos principais ossos do membro pélvico, e freqüentemente atingidos em casos de atropelamento, sendo este de difícil tratamento e recuperação, demonstrando a importância de uma pesquisa anatômica para facilitar o entendimento de sua anatomia e assim poder facilitar a assistência ao animal. Palavras-chave: Lobo guará, ossos, anatomia. 21 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DOS OSSOS DO ESQUELETO DA PERNA DO LOBO GUARÁ Bastos, C. R.1; Saraiva, J. M.1; Santos, A. L. Q.1 1. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Lobo guará é um canídeo da classe Mammalia, ordem carnívora, da família Canidae De nome cientifico Chrysocyon brachyurus. Parece mais uma raposa do que um lobo, devido às suas pernas longas e finas. Sendo um animal de comportamento solitário que habita os campos, em condições naturais tem uma longevidade de treze anos, chegando a pesar 30 Kg na fase adulta. O Lobo guará faz parte da lista de animais com risco de extinção. Diante deste risco é de grande importância que estude a anatomia dessa espécie, para que facilite o tratamento clinico, sendo as fraturas uma das maiores conseqüências causadas por atropelamentos. A descrição tem por objetivo detalhar todos os acidentes ósseos encontrados nos ossos que constitui a perna do Lobo guará, os ossos tíbia e fíbula, ossos de resistências diferentes, que juntos dão base para sustentabilidade e força para o animal. O trabalho foi iniciado com a desarticulação e maceração do membro de um lobo guará, que veio a óbito por atropelamento. Trabalho delicado para que não houvesse alteração nos acidentes ósseos. Ao fim da maceração, com os ossos prontos, foi feita uma descrição minuciosa do osso, utilizando de um comparativo com ossos de carnívoros domésticos, em especial o cachorro. Demonstrando assim as especificidades encontradas no osso de Lobo guará; para que com isso facilite o tratamento desses animais silvestres. Tendo como resultado da descrição que o osso tíbia do Lobo guará jovem apresenta aproximadamente 29,5cm de tamanho pouco maior que o osso fêmur que se apresenta com aproximadamente 27 cm. O corpo do osso tíbia é caracteristicamente convexo medialmente na parte proximal e lateralmente na parte distal. O terço proximal do seu corpo é prismático, entretanto é comprimido lateralmente e longo craniocaudalmente. O restante do corpo é quase regularmente cilíndrico. A borda cranial da parte proximal da tíbia é composta pela tuberosidade da tíbia que sustenta o ligamento patelar e pela crista da tíbia, formando uma curvatura que se dirige craniolateralmente ao osso, sendo a crista bem proeminente. Mais ao topo da cabeça da tíbia encontra-se uma pequena elevação, a eminência intercondilar. As bordas laterais da tíbia apresentam dois côndilos que dão inserção a músculos, sendo um lateral e um medial. Na parte caudolateral do côndilo lateral observa-se uma discreta faceta para articulação com o osso fíbula e um pequeno osso sesamóide no tendão de origem do músculo poplíteo. A extremidade distal da tíbia é retangular e pequena comparada à cabeça da mesma. Estão presentes ainda, um sulco vertical que se dispõe medialmente ao corpo e outro sulco mais raso caudalmente, sendo que ambos servem para dar inserção a tendões. Já o osso fíbula é delgada, achatada e um pouco torcida e alargada nas extremidades. Pode ser dividido em cabeça, colo, corpo, extremidade proximal, a cabeça do osso fíbula e extremidade distal, o maléolo lateral, acompanha toda a extensão do osso tíbia. O esqueleto da perna do lobo guará tem papel fundamental na locomoção. O comprimento incomum das pernas facilita a tarefa de subir morros. É comum encontrar fratura nos ossos da perna, após atropelamentos nas rodovias, sendo de grande importância a compreensão dos acidentes ósseos, para que haja um tratamento das fraturas mais rápida e eficaz Palavras-chave:. Lobo guará, ossos, anatomia. 22 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO ESQUELETO DO OMBRO DO LOBO GUARÁ Bastos, C. R.1; Saraiva, J. M.1; Santos, A. L. Q.1 1. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Lobo guará é um canídeo da classe Mammalia, ordem carnívora, da família Canidae. De nome cientifico Chrysocyon brachyurus. Parece mais uma raposa do que um lobo, devido às suas pernas longas e finas. Sendo um animal de comportamento solitário que habita os campos. O Lobo guará faz parte da lista de animais com risco de extinção. Diante deste risco é de grande importância que estude a anatomia dessa espécie, para que facilite o tratamento clinico, sendo as fraturas uma das maiores conseqüências causadas por atropelamentos. A descrição tem por objetivo detalhar todos os acidentes ósseos encontrados nos ossos que constitui o esqueleto ósseo do ombro do Lobo guará, o osso escápula, responsável pela inserção do membro torácico ao tronco . O trabalho foi iniciado com a desarticulação e maceração do membro de um lobo guará, que veio a óbito por atropelamento. Trabalho delicado para que não houvesse alteração nos acidentes ósseos. Ao fim da maceração, com os ossos prontos, foi feita uma descrição minuciosa do osso, utilizando de um comparativo com ossos de carnívoros domésticos, em especial o cachorro. Demonstrando assim as especificidades encontradas no osso de Lobo guará; para que com isso facilite o tratamento desses animais silvestres. Tendo como resultado da descrição que o osso escapula é relativamente estreito e de tamanho médio. Em sua região média de forma obliqua se encontra a espinha do osso escápula que aumenta gradativamente de altura na região dorsoventral, e divide a superfície lateral em duas fossas, a fossa infra-espinhal, que é mais larga e em sua extremidade apresenta o ângulo caudal bem definido; E a fossa supra espinhal é mais estreita e de borda arredondada. Sua borda livre é espessa e áspera dorsalmente, e sua extremidade ventral é mais fina e dobra- se caudalmente. O acrômio é pequeno e robusto, e localizase na região oposta a borda da cavidade glenoidal. Na superfície medial se encontra a fossa subescapular que é extremamente rasa e com demarcação pouco nítida, nessa mesma superfície encontra-se uma área de textura áspera para inserção do músculo serratil ventral ( a face serratil ou seriada), que se apresenta maior e relativamente quadrilátera cranialmente e vai se estreitando ate sua marginal. A borda cranial é fina e encurvada, já a borda caudal é reta e espessa .A borda dorsal é convexa como a borda cranial, porém é de estrutura espessa e circundada por uma faixa de cartilagem escapular. A escapula é dividida em três ângulos, ângulos cranial, ângulo caudal e ângulo glenoidal. O colo é bem nítido. A cavidade glenoidal na face ventral apresenta o tubérculo supraglenoide onde se encontra um pequeno processo coracoide. Diante da descrição do osso escápula podem-se observar algumas diferenças em seus acidentes ósseos comparados a de carnívoros domésticos, como o formato, angulação e espessura. Sendo importe o estudo de sua anatomia óssea, por se tratar do osso que dá suporte para inserção do membro torácico ao tronco. Palavras-chave: Lobo guará, ossos, anatomia. 23 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO OSSO DO BRAÇO DO LOBO GUARÁ Bastos, C. R.1; Saraiva, J. M.1; Santos, A. L. Q.1 1. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Lobo guará é um canídeo da classe Mammalia, ordem carnívora, da família Canidae. De nome cientifico Chrysocyon brachyurus, canídeo grande que é encontrado na América do Sul. É um animal de comportamento solitário que habita os campos, em condições naturais tem uma longevidade de treze anos, chegando a pesar 30 Kg na fase adulta. Hoje uma das principais causas do seu risco de extinção é a caça e destruição do habitat; Através da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril de 1.992, o IBAMA tornou pública a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção. O Lobo guará faz parte desta lista e é uma espécie em vias de extinção. Diante deste risco é de grande importância que estude a anatomia desse espécime, para que facilite o tratamento, sendo um dos principais fatores de incidência atropelamento com fratura nos membros. A descrição tem por objetivo detalhar todos os acidentes ósseos encontrados no osso que constitui o braço, o úmero, osso de grande importância nos movimentos membro torácico. O trabalho foi iniciado com a desarticulação e maceração do membro de um lobo guará, que veio a óbito por atropelamento. Ao fim da maceração, com os ossos prontos, foi feita uma descrição minuciosa do osso, utilizando de um comparativo com ossos de carnívoros domésticos, em especial o cachorro. Demonstrando assim as especificidades encontradas no osso de Lobo guará; para que com isso facilite o tratamento destes animais silvestres. Tendo como resultados da descrição que o osso úmero é longo e apresenta um tênue giro espiral. Seu corpo apresenta-se levemente comprimido lateralmente especialmente nos seus dois terços proximais e ainda temos que seu corpo comparado ao do cão não é tão encurvado e convexo cranialmente. A tuberosidade deltóide localizada na face lateral da extremidade proximal logo abaixo do tubérculo maior do corpo do osso úmero apresenta-se por uma discreta elevação continuando-se por meio de uma crista que corre dorsocaudalmente em direção à porção proximal do osso. Correndo caudalmente na superfície cranial encontra-se uma linha que forma o limite medial do sulco raso para o músculo braquial, denominando-se crista epicondílica lateral. O forame nutrício situa-se aproximadamente no meio da face caudal. No terço proximal da superfície medial localiza-se a tuberosidade redonda maior de difícil visualização. A cabeça do osso úmero é longa e acentuadamente curvada craniocaudalmente, limitada ventral mente por um colo bem demarcado. O tubérculo maior disposto craniolateralmente próximo à cabeça do osso não apresenta divisões. O tubérculo menor é medial, pequeno e repleto de forames na sua face mais medial e também não é dividido. O sulco intertubercular presente craniolateralmente fornece passagem ao tendão do músculo bíceps braquial. O côndilo situado na porção distal do osso úmero compõe a área de articulação com o osso ulna e o osso rádio, sendo formado por uma parte medial chamada tróclea para articulação com a ulna e o capitulo que é mais cranial para a articulação com o rádio. Os epicôndilos são bem nítidos principalmente o epicôndilo medial. A fossa radial e do olécrano comunicam-se por meio de um grande forame supracondilar, sendo a primeira na face cranial e a fossa do olécrano na face caudal, estas, abriga parte do osso ulna. Concluindo-se que apesar da estrutura óssea do úmero do Lobo guará ser semelhante aos dos canídeos domésticos, ele apresenta especificidades como o grau de curvatura, 24 tamanho e espessura do osso. Sendo de suma importância em tratamentos clínicos em casos lesões ósseas. Palavras-chave: Lobo guará, ossos, anatomia. 25 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO DA FAZENDA DOURADINHO, DO MUNICÍPIO UBERLÂNDIA, MG, NOS ANOS DE 2006 E 2007. Hirano, L.Q.L.1; Faria, G. K. 1; Camilli, R.A.1; Rosa, A. G.1; Sola, M.C. 1; Osava, C.F. 1; Franco, B.F. ² 1-Médico Veterinário; 2- Graduando em Agronomia da Universidade Presidente Antônio Carlos. Avenida Raulino Cotta Pacheco, 70, apto. 201, Bairro Martins. Uberlândia – MG, CEP: 38.400-370. Email: [email protected] O Brasil possui, atualmente, cerca de 170 milhões de cabeças bovinas e produz, em média, 1000 litros de leite por vaca/ano, o que o coloca como 23o produtor mundial de leite. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho econômico da Fazenda Douradinho, do município Uberlândia, MG, nos anos de 2006 e 2007. A área total de pastagem da propriedade é de 225 ha, sendo 180 ha de Braquiaria. Os pastos são recuperados periodicamente, após análise do solo, com correção e adubação; e os animais são mantidos a pasto durante a estação chuvosa e confinados na estação seca, marcando um sistema misto. O rebanho de raça holandesa e mestiços cruzados é destinado a pecuária leiteira. Os dados de custos e receitas da propriedade foram coletados e foram realizados cálculos de variações de preço, ponto de nivelamento, análise de rentabilidade, lucratividade e capacidade de investimento. Também foi avaliado o tempo necessário para o retorno do capital investido. Foi verificado que o ponto de nivelamento da atividade atualmente é de 190.140 litros de leite, tendo lucratividade de 31,23 %, com capacidade de investimento de 157.373,79 litros de leite (46,39%). De acordo com a análise de desempenho econômico, a atividade apresentou de dezembro de 2006 a novembro de 2007 um lucro do tipo operacional. O preço unitário (R$ 0,8438) foi maior do que o custo total unitário (R$ 0,5024), porém, ele também foi maior do que o custo operacional unitário (R$ 0,3917), indicando que a renda foi suficiente para compensar os gastos com os recursos de produção e ainda proporcionou um lucro, custeando os custos alternativos. Tal retorno representa que haverá um resíduo positivo, o qual proporciona a recuperação de uma parcela da remuneração sobre a terra e o capital. Mesmo obtendo lucro realizado positivo, esta propriedade pode melhorar a rentabilidade da atividade leiteira através da utilização e maximização de seus recursos de maneira mais sustentável e rentável. Palavras chaves: Lucratividade, Produção, Leite. 26 CARRAPATOS EM TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) E TAMANDUÁ MIRIM (Tamandua tetradactyla) DE VÁRIAS REGIÕES DO BRASIL Szabó, M. P. J.¹; Santos, T. R.²; Olegário, M. M. M.³; Santos L. Q. A. 1-Professor Orientador do Projeto. Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV/ UFU), Rua Ceará s/nº Bloco 4T, Campus Umuarama, Uberlândia - MG. CEP: 38400-000; 2-Acadêmica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia 3- Mestranda em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia 4- Professor co-orientador do projeto. FAMEV – UFU dicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Carrapatos são os principais vetores de agentes infecciosos para animais domésticos. Transmitem para estes agentes causadores de severas doenças como a erliquiose canina, a babesiose e anaplasmose bovina, entre outros. Por outro lado, a literatura sobre carrapatos e doenças transmitidas por carrapatos é deveras escassa. Informações sobre estes vetores em animais selvagens são da maior relevância, pois podem servir de ponte entre agentes infecciosos de animais selvagens para animais domésticos e o homem e vice-versa. A expansão de áreas urbanas, agrícolas e dos sistemas de transporte, associados á tentativas de preservação aumentaram os encontros entre a vida selvagem, rural e urbana. Assim a presença de animais silvestres e acidentes (atropelamentos em especial) em áreas urbanas ou peri-urbanas, são hoje freqüentes. Entre estes destacamos o Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla, Linnaeus, 1758) e o Tamanduá mirim (Tamanduá tetradactyla, Linnaeus, 1758). Comuns na rotina de atendimentos de hospitais veterinários. Considerando os expostos o presente estudo teve como objetivo identificar os carrapatos (Acari: Ixodidae) de Tamanduás-bandeira e mirim atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia e de alguns de outra origem. Os carrapatos identificados foram posteriormente depositados na Coleção de Carrapatos da do Laboratório de Ixodologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. As coletas foram realizadas de janeiro de 1999 a setembro de 2008. O local de origem e os dados dos animais foram anotados, os carrapatos retirados com auxílio de uma pinça, acondicionados em frasco com álcool e encaminhados ao Laboratório de Ixodologia da Universidade Federal de Uberlândia para identificação e depósito na coleção. Foram examinados 32 tamanduás, 10 Tamanduás-mirins e 22 Tamanduás-bandeiras. Foram encontrados nestes três espécies de carrapatos do gênero Amblyomma (Amblyomma nodosum, A. cajennense, A. calcaratum) alem de diversas ninfas de Amblyomma spp. Em um animal foi encontrado um casal de Rhipicephalus sanguineus. Adultos dos carrapatos A. nodosum e A. calcaratum são característicos de Tamanduás. Por outro lado o A. cajennense é bem menos específico podendo parasitar diversos hospedeiros, incluindo o homem, podendo servir, portanto, de vetor entre estas espécies de hospedeiros. O encontro de R. sanguineus, um carrapato de cão doméstico, em um tamanduá deve ser considerado um achado acidental e associado á manutenção deste animal em Hospital Veterinário que atende muitos cães. Palavras chave: Atropelamentos, Ixodídeos, Amblyomma sp. 27 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL DE PERU (Meleagris gallopavo) Silva, M. V.1; Silva, M. E. M. 1; Andrade, W. B. F. 1; Santos, A. L. Q. 1; Lima, F. C. 1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] O peru doméstico (Meleagris gallopavo) surgiu a partir de cruzamentos entre as raças selvagens da América do Norte. Suas características foram aprimoradas através de trabalhos genéticos o que possibilitou sua produção comercial em larga escala, tornando esta, uma espécie de conspícua importância econômica. Assim, o objetivo desta investigação foi descrever a anatomia pormenorizada do esqueleto de M. gallopavo. Foram utilizados quatro espécimes de M. gallopavo provenientes da Granja F (Sadia LTDA. Uberlândia-MG). Seus esqueletos foram preparados seguindo métodos usuais em anatomia e após o clareamento com peróxido de hidrogênio seguiu-se a descrição anatômica. O peru doméstico apresenta quatorze vértebras cervicais, sete vértebras torácicas, um sinsacro formado por dezesseis vértebras fundidas, cinco vértebras coccigeas e o osso pigóstilo. A primeira vértebra cervical, o atlas, é um osso pequeno e semelhante a um anel. Articula-se cranialmente com o único côndilo occipital do crânio, e caudalmente com o processo odontóide do áxis. Caudalmente ele possui três faces articulares para contato com o áxis a segunda vértebra cervical. Com exceção do atlas o restante da coluna vertebral consiste de vértebras heterocelosas, com superfícies articulares designadas como de formato de sela. A principal característica das vértebras torácicas é a presença de facetas para a articulação com as costelas. Em número, foram encontrados mais ossos que nas demais aves domesticas. Existe a fusão de três vértebras torácicas para formar um único osso dorsal, o notarium. As vértebras das regiões lombar e sacral estão tipicamente fundidas em um único sinsacro formado por dezesseis vértebras e está, inseparavelmente, fundido lateralmente com os ossos ílios. A porção caudal da coluna é formada por cinco vértebras coccigeas. O processo transverso destas vértebras é voltado ventralmente, seu corpo arredondado e o processo espinhoso voltado cranialmente. O osso pigóstilo é o último elemento ósseo da coluna vertebral. Possui forma laminar e sua extremidade caudal está voltada dorso-cranialmente. Em vias gerais a coluna vertebral possui características anatômicas similares as de outras aves domesticas, outrora diverge em número de vértebras. Palavras chave: Vértebras, aves, esqueleto. 28 COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E PERFIL FERMENTATIVO DA CANA-DE-AÇÚCAR IN NATURA E ENSILADA HIDROLISADA COM CAL VIRGEM Gregório, H. C. S1.; Santos Júnior, M. J2.; Oliveira Júnior, G3.; Benedetti, E4. 1 – Médica Veterinária Mestre em Ciências Veterinárias - Produção Animal. 2 – Mestrando em Ciências Veterinárias - Produção Animal – Universidade Federal de Uberlândia (UFU). 3 – Graduando em Medicina Veterinária - Universidade Federal de Uberlândia (UFU). 4 – Prof. Dr. Titular da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) - Universidade Federal de Uberlândia (UFU). [email protected] O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, e a perspectiva é que cresça a produção desta planta a cada ano. A grande difusão dessa cultura para áreas tradicionais de pecuária tem sido fator de estímulo para o uso dessa forrageira na alimentação animal. Além dos carboidratos não estruturais, a fração fibrosa da cana-de-açúcar representa uma fonte potencial de energia para ruminantes. Entretanto, seu uso é limitado devido à estrutura da parede celular, que limita a digestão microbiana no rúmen. Para tais alimentos que apresentam baixa taxa de digestão da fração fibrosa, a utilização de aditivos químicos constitui-se em alternativa para elevar o valor nutritivo. Dentre as substâncias mais utilizadas com esse objetivo estão os hidróxidos de sódio, de cálcio, de potássio e de amônia (Reis et al., 1995). O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes níveis (0; 1; 1,5 e 2%) de óxido de cálcio (CaO) e de diferentes tempos de hidrólise (0, 6, 12, 24 e 48 horas) na composição bromatológica da cana-de-açúcar fresca e ensilada e no perfil fermentativo dessa forrageira. Na Fazenda Experimental do Glória, pertencente à UFU, amontoados de cana (variedade IAC 862480) foram tratados com 0; 1; 1,5 e 2% de CaO e amostras foram coletadas de cada tratamento após 0, 6, 12, 24 e 48 horas da adição de cal virgem. Parte da cana tratada foi ensilada em silos de laboratório os quais foram abertos 30 dias mais tarde. No Laboratório de Nutrição Animal da UFU, as seguintes variáveis foram analisadas: matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN), lignina (LIG), extrato etéreo (EE), matéria mineral (MM), extrato não nitrogenado (ENN), fósforo (P), cálcio (Ca), celulose (CEL), hemicelulose (HEM), nutrientes digestíveis totais (NDT) e pH. Além das análises citadas, nas amostras ensiladas também foram avaliados os ácidos graxos voláteis (AGV), lactato, nitrogênio amoniacal (N-NH3). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com três repetições para cada tratamento e as análises de variância foram feitas através do programa Sisvar (Teste de Tukey, 5% de significância). Para a cana-de-açúcar fresca o tratamento com 1% de CaO foi suficiente para reduzir FB, FDA e FDN e aumentar MM, Ca e P, no tempo 0. Após 6h de hidrólise com 1; 1,5 ou 2% de CaO a LIG foi reduzida e após 24 h a MS aumentou e CEL e HEM diminuíram. A adição de cal principalmente nas maiores doses foi capaz de reduzir a concentração de ácido acético e aumentar as concentrações dos ácidos propiônico, butírico, lático, N-NH3 e pH. Os maiores teores de PB foram observados na forragem não aditivada. Para as silagens hidrolisadas previamente, as doses de 1 e 1,5% de cal foram as mais eficientes para aumentar, MS, MM e ENN e diminuir FDA, FDN, LIG, CEL e HEM. A adição de cal virgem, principalmente nas maiores dosagens, diminuiu a concentração de ácido acético e aumentou as concentrações dos ácidos propiônico, butírico e lático. Também aumentaram o pH e o nitrogênio amoniacal. A hidrólise com 29 a cal virgem, tanto na cana-de-açúcar fresca quanto na ensilada, promoveu melhoria no valor nutritivo dessa forragem, pois reduziu os componentes fibrosos da parede celular, principalmente a FDN, que é tida como pouco digestível na cana. O ideal é utilizar uma concentração de 2% de cal virgem e fornecer a cana aos animais até 24 h após a hidrólise. Palavras chave: Cana-de-açúcar, hidrólise e ruminantes. 30 ANOMALIA DE PELGER-HÜET EM UM CÃO- RELATO DE CASO Rodrigues, C. G.3; Mundim, E. D.1; Mendonça C. S.2, Cesarino, M.3; Ávila, D. F.3 ; Silva, C. B.3; Dias, T.A.3 ; Castro, J. R.4 1. Graduando em Medicina Veterinária, UNIPAC; Labovetri. 2. Mestre e Médica Veterinária Administrativa FAMEV-UFU. 3. Residentes do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. 4. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da Universidade Federal de Uberlândia. [email protected]. A anomalia de Pelger Hüet possui alterações de natureza congênita, na qual o núcleo dos neutrófilos não se segmenta, permanecendo com a forma de bastonete ou de mielócito, sendo seu núcleo circular ou em forma de feijão e sua cromatina condensada, sem alteração funcional da célula. É de ocorrência rara, pois acontecem em animais heterozigotos para esta anomalia O diagnóstico da anomalia de Pelger Hüet é importante para prevenir a identificação de um desvio à esquerda ou na interpretação errônea de uma resposta inflamatória em um cão portador do distúrbio, porém aparentemente sadio É importante ressaltar que o citoplasma da célula sofre maturação normal, e que os eosinófilos também são afetados e sua aparência é de bastonetes. Essa anormalidade pode ser encontrada em uma triagem rotineira, e não é necessário tratamento específico. A doença é transmitida como traço autossômico dominante e atinge grande variedade de raças de cães, mas é mais comum em hounds. Um canino, sem raça definida, adulto jovem encontrado abandonado no perímetro urbano da cidade de Uberlândia, MG, foi adotado e posteriormente encaminhado ao atendimento veterinário particular para exames de rotina. Solicitou-se um hemograma completo que apontou um aumento do número de bastonetes. Na ocasião o animal foi tratado com antibioticoterapia e em seguida realizou-se outro hemograma onde evidenciou a persistência do desvio à esquerda. Por decisão do proprietário foi encaminhado a outro veterinário pois não apresentava nenhum sinal clínico de infecção. Suspendeu-se o tratamento e realizou-se um terceiro hemograma, o qual foi encaminhado ao Laboratório de Análises Clínica do Triângulo (LABORVETRI). Na contagem diferencial foi observada a presença de neutrófilos e eosinófilos com núcleos que não formaram lóbulos, cromatina condensada evidenciando desta forma a anomalia de Pelger Hüet. Palavras-chave: anomalia congênita, canino, neutrófilos. 31 OCORRÊNCIA DE COLITE IDIOPÁTICA EM UM CÃO Castro, J. R. 1; Ferreira, C. G. 2 Cesarino, M.3Ávila, D. F.3; Fernandes, C. C.2; Silva, C. B.3; Scherer, D. L.3; Dias, T.A4.; Rodrigues, C. G.1; Salomão, L.S.4 1. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV-UFU). 2. Prof. Doutor em Clínica Veterinária dos Animais Domésticos da FAMEV-UFU. 3. Residentes do Hospital Veterinário da FAMEV-UFU. [email protected]. O intestino grosso é composto pelos segmentos ceco, colón e reto. Nos cães, o colón é relativamente pequeno, tendo como principais funções a absorção de água e eletrólitos, armazenagem temporária e eliminação das fezes. A diarréia é o sinal comumente observado em enfermidades do cólon, caracteriza-se por defecação freqüente em pequenas quantidades, com muco excessivo podendo haver hematoquezia. Objetivou-se relatar um caso de colite idiopática canina, bem como discutir os principais aspectos a cerca desta patologia, diferenciando-a das demais gastrenterites hemorrágicas. A colite pode ser de origem dietética, traumática, parasitária, infecciosa, imunológica, idiopática, causada ainda por neoplasias, distúrbios obstrutivos e/ou funcionais. Muitas patologias do colón estão associadas à lesão de mucosa, inflamação ou ulceração. A fase crônica é assinalada por perda de peso, enfraquecimento , vômito e debilidade orgânica geral. Para o estabelecimento do diagnóstico diferencial, deve-se requisitar hemograma completo e perfil bioquímico sérico para detectar distúrbios metabólicos. A radiografia abdominal simples é indicada para detecção de corpos estranhos, tumores, intussucepção, obstrução e vólvulo. Já a radiografia contrastada com enema de bário é útil na identificação de pólipos, estenoses, neoplasias, deslocamento ou encurtamento colônico e lesão inflamatória crônica. Outros exames podem ser solicitados como: ultrassonografia para avaliar linfonodos, intussucepção, pâncreas, fígado e próstata. Em outros casos de diarréia do intestino grosso é necessário colonoscopia e a biópsia para estabelecer um diagnóstico preciso. Foi encaminhado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), um cão SRD, adulto, com histórico de vômito e diarréia sanguinolenta. No exame físico observaram-se mucosas levemente hipocoradas e temperatura retal normal (38ºC), desidratação leve, freqüência cardíaca e respiratória sem alterações patológicas. Durante a consulta, o animal apresentou um episódio diarréico com hematoquezia. Foram solicitados hemograma completo, dosagem de creatinina e uréia séricas, exame coproparasitológico e radiografia abdominal simples e contrastada. Estes se apresentaram dentro da normalidade para a espécie, exceto o exame radiográfico contrastado, no qual observou-se espessamento das paredes intestinais, caracterizando um processo crônico. Deste modo, estabeleceu-se o diagnóstico de colite idiopática crônica. O tratamento terapêutico instituído foi baseado em sulfasalazina (50 mg/Kg, 8/8 horas, 10 dias), betametasona (0,1 mg/Kg, 12/12 horas, 3 dias), sucralfato (30mg/Kg, 6/6 horas, 30 dias) e ácido tranexâmico (25 mg/Kg, 6/6 horas, 3 dias). Resultados satisfatórios foram obtidos já com três dias de tratamento, com remissão do quadro diarréico, hematoquezia, e melhora no estado geral do animal. Após o tratamento medicamentoso, optou-se por manter o animal em tratamento dietético fundamentado em ração específica aos animais convalescentes portadores de patologias intestinais. Palavras chave: cólon, canino, hematoquezia 32 CERATOCONJUNTIVITE IMUNOMEDIADA CRÔNICA EM CÃO DA RAÇA PASTOR ALEMÃO. RELATO DE CASO Castro, J.R.3; Eurides, D.2.; Cesarino, M.3; Ávila, D.F.3; Fernandes, C.C.3; Silva, C.B.3; Dias, T.A3.; Rodrigues, C.G.3; Salomão, L.S.3 1. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias Faculdade de MedicinaVeterinária/FAMEV. Universidade Federal de Uberlândia/UFU. 2. Médico Veterinário. Professor titular. Doutor/FAMEV/UFU. 3. Residente do Hospital Veterinário/FAMEV/UFU. [email protected]. A Ceratoconjuntivite Imunomediada Crônica (CIC) é um distúrbio corneano progressivo, sem cura estabelecida. Também denominada de síndrome de Überreiter, com maior incidência em cães das raças Pastor Alemão, Husky Siberiano e Greyhound. As alterações da CIC resultam da antigenicidade tecidual de córneas susceptíveis a radiação ultravioleta, ocasionando inflamação mediada por células para antígenos corneanos e uveais. As células epiteliais se proliferam e no estroma superficial com infiltração de plasmócitos e linfócitos, seguido de, melanócitos, histiócitos e fibrócitos adentram a córnea, resultando em edema e neovascularização. Esta patologia afeta os quadrantes corneanos temporal, nasal, inferior e superior, em ordem de maior ocorrência e gravidade, podendo haver queratinização do epitélio. Pontos pequenos e esbranquiçados ocorrem algumas vezes no estroma. Foi atendido, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, um cão macho, de 36 Kg, da raça Pastor Alemão, com nove anos de idade, apresentando histórico de alterações oculares. Ao exame clínico o animal apresentava-se aparentemente sadio. Com a oftalmoscopia foi notada neovascularização corneana com amplas áreas de pigmentação escura, principalmente na região temporal e em direção ao centro da córnea. Foi também notado que a conjuntiva bulbar se apresentava congesta. Entretanto, com instilação de fluoresceína tópica, não foram notadas alterações referentes à capacidade visual, assim como, úlceras de córnea e lesões de conjuntiva. Baseado nos achados clínicos diagnosticou-se ceratoconjuntivite imunomediada crônica. Como a síndrome pode ser controlada e não curada, o animal foi submetido à administração tópica de colírio de dexametasona (0,1%), quatro vezes ao dia, durante quatro semanas. Decorridos três semanas de pós-operatório observou-se regressão progressiva das alterações corneanas. No entanto, após o término do tratamento ocorreu recidiva. Optou-se modificar terapia para seis vezes ao dia, sendo novamente verificado melhora expressiva das alterações corneanas. Por ser uma alteração progressiva, o controle da CIC deve ser por tempo indeterminado, com ajustamento das doses do antiinflamatório, devido à possibilidade de resistência ao tratamento. Se necessário, a medicação pode ser realizada com injeções subconjuntivais de corticóides de curta duração e nas lesões graves, pode-se fazer uso tópico da ciclosporina (1%) em solução oleosa. Palavras chave: Síndrome de Uberreiter, Pannus, canino. 33 INCIDÊNCIA DE CORUJAS ATENDIDAS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Iasbeck, J. R.¹; Rodrigues, L. L.¹; Kaminishi, A. P. S.1; Silva Junior, L. M.1; Lima, F. C.1; Santos, A. L. Q.1; Hirano, L. Q. L.1; Santos, A. L. Q.2; Jacintho, M. F. L.; Passos, R. F. C. F. 1-Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, Av. Amazonas, nº. 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia-MG, Brasil, CEP: 38405-302. [email protected] No Brasil existem aproximadamente trinta diferentes espécies de corujas espalhadas por todo seu território. Estes animais sofrem cada vez mais com a destruição de seu habitat pela ação antrópica e acabam vindo para as cidades, onde são vítimas de atropelamento, queimadas, colisões ou mesmo se ferindo em fiações elétricas. Com o objetivo de fazer uma relação entre o número de espécies atendidas e os principais diagnósticos, fez-se um relato utilizando as corujas recolhidas pela Polícia Ambiental e encaminhadas ao Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia durante os meses de Janeiro a Setembro de 2008. Nesse período foram atendidas vinte e cinco corujas sendo divididas em grupos de acordo com suas respectivas espécies: Tyto alba (Suindara), oito representantes; Athene cunicularia (coruja buraqueira, coruja do campo), treze animais; Bubo virginianus (moxo orelhudo, coruja orelhuda), dois representantes; Pulsatrix perspicillata (murucututu-de-carabranca, coruja de garganta preta) com um representante e Otus choliba (corujinha-domato) também com um representante. Dentre as espécies que deram entrada no hospital veterinário, 20% eram filhotes e órfãos saudáveis; 16% apresentaram somente traumatismo craniano; 12% apresentaram traumatismo craniano e fratura no membro pélvico; 12% possuíam apenas fratura no membro pélvico; 40% apresentaram fratura de membro torácico; no total 28% dos animais apresentaram traumatismo craniano. O diagnóstico mais relatado entre todos os atendimentos foi à ocorrência de fratura de membro, tanto torácico como pélvico, sendo a Athene cunicularia a espécie com maior ocorrência. Um dos problemas encontrados nas corujas atendidas durante esse período foram fratura de membro torácico e traumatismo craniano, sendo a coruja buraqueira a coruja com maior incidência nos atendimentos. Uma das maiores dificuldades no tratamento desses animais é a falta de estrutura para mantê-las em observação durante o tratamento e o grande intervalo de tempo decorrido entre o acidente e o atendimento no Hospital Veterinário. Palavras chave: Coruja, fraturas, atendimento. 34 EFEITO DO PROCESSO DE SEXAGEM DE SÊMEN POR CITOMETRIA DE FLUXO SOBRE A ESTABILIDADE DE CROMATINA DE ESPERMATOZÓIDES BOVINOS OLIVEIRA,K.M.(Mestre);SAMPAIO,G.S.L.(Graduando);PINTO,D.A.(Graduando); DINIZ, E.G.(Doutor); BELETTI, M.E.(Doutor). A citometria de fluxo possibilitou a sexagem de espermatozóides bovinos em escala comercial, tornando-se mais uma ferramenta para o avanço da pecuária. Contudo, durante a sexagem os espermatozóides são submetidos a processos químicos e físicos, o que provavelmente poderia desencadear alterações na estabilidade da cromatina espermática. Este trabalho teve como objetivo estudar a estabilidade da cromatida de espermatozóides bovinos em sêmen sexado. Foram usados esfregaços de sêmen de 15 touros mantidos em sistema de coleta em uma central de tecnologia de sêmen. Um esfregaço de sêmen in natura de cada touro foi confeccionado logo após a aprovação do ejaculado para o processo de sexagem e outro esfregaço de sêmen sexado logo após o descongelamento do do mesmo ejaculado já sexado. Os esfregaços foram fixados em solução de etanol e ácido acético, hidrolisados em HCl 4N, lavados e secos a temperatura ambiente. Posteriormente, foram corados com uma gota de Azul de Toluidina 0,025% em tampão Mcllyaine pH 4,0 e cobertos com lamínula. Foram obtidas 100 imagens digitais em tons de cinza de cada lâmina a partir de microscopia de luz em objetiva de 100x, das quais foram segmentadas 100 cabeças de cada lâmina. Estas foram processadas por programas desenvolvidos em ambiente Scilab com objetivo de se obter a média e desvio padrão dos valores de pixel dentro de cada cabeça de espermatozóide. Para referencia da coloração normal, foram selecionados por análise visual seis cabeças por esfregaço. Para cada cabeça analisada, a diferença entre a média dos valores das cabeças padrões e da analisada foi transformada em porcentagem (Dif%) e o coeficiente de variação dos valores de pixel foi calculado (CV). Os esfregaços in natura apresentaram DIF% de 0,935 ± 0,25 e os sexados 1,29 ± 0,58 e o CV de 3,25 ± 0,58 e 3,76 ± 1,31 respectivamente. Para ambas variáveis a diferença entre in natura e sexado foi significativa estatisticamente. Esta diferença demonstra que o processo de sexagem afeta a compactação da cromatina dos espermatozóides, no entanto, a intensidade de descompactação é semelhante a encontrada na literatura para touros altamente férteis. Isto demonstra que estas alterações provavelmente não influenciam na fertilidade. Pode-se concluir que a cromatina espermática, durante o processo de sexagem por citometria de fluxo, não sofre alterações que possam interferir na fertilidade do touro. Palavras chave: Espermatozóide, Sexagem, Cromatina, Bovino. 35 USO DE FENOBARBITAL NA DERMATITE PSICOGÊNICA EM CÃO-RELATO DE CASO Ávila, D. F.1; Cesarino, M.1; Bastos, J. E. D. 2; Fernandes, C. C.1; Silva, C. B.1; Dias, T.A1.; Castro, J. R.3; Tsuruta, S.A.4 1. Residentes do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV-UFU). 2.Prof. Mestre em Clínica dos animais domésticos FAMEV-UFU. 3.Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da FAMEV-UFU. 4. Médica Veterinária Administrativa. FUNDAP/UFU. [email protected]. A dermatite psicogênica do cão é causada por lambeduras, mastigação e excessivos autocuidados, em decorrência do estresse emocional. As alterações comportamentais nos caninos tornam-se relatos freqüentes perante os proprietários de pequenos animais, e podem ser desencadeadas pela introdução de um novo animal, mudanças bruscas de hábitos, morte de um dos animais, confinamento e falta de companhia. O estresse resulta na produção de peptídeos opióides, como a endorfina, favorecendo a alteração do comportamento animal. O prurido pode se manifestar, estimulando o autotraumatismo através da mastigação, lambedura e a retirada dos pêlos, resultando em dermatite por lambedura acral, normalmente na porção ântero-inferior de um dos membros. As alterações cutâneas envolvem eritema, alopecia, erosões, ulceração, fibrose e piodermatite secundária. As lesões crônicas se transformam em placas firmes com superfície erodida, pelos escurecidos próximos à lesão. As medidas terapêuticas baseiam-se na eliminação de fatores estressantes subjacentes, soluções tópicas, colar Elizabetano, e antidepressivos orais como fluoxetina (1mg/Kg a cada 24 horas) e clormipramida (1 a 3 mg/Kg uma vez ao dia) nos casos refratários aos tratamentos convencionais. Objetivou-se verificar a eficácia do uso do fenobarbital, como tratamento alternativo para controle da dermatite psicogênica canina refratária aos tratamentos convencionais, bem como relatar os principais aspectos clínicos e terapêuticos desta patologia Um cão sem raça definida, de aproximadamente 10 anos, com 9 Kg, chegou ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia com o histórico de lambedura e mordedura do coxim plantar do membro posterior esquerdo. Ao exame clínico, observou-se erosão do coxim com exsudação sanguino-purulenta, e tecido necrótico em sua extensão. O membro posterior esquerdo encontrava-se edemaciado e hiperêmico principalmente em sua porção distal. O prurido era intenso e a escoriação aprofundava-se com pêlos partidos e epilados. Foram realizados exames como hemograma, pesquisa de hemoparasita, raspado cutâneo e teste de susceptibilidade antimicrobiana, todos sem alterações dignas de nota. O tratamento inicial baseou-se na utilização de Fluoxetina e Azitromicina, para o controle da infecção bacteriana secundária, uso constante de colar Elizabetano e debridação química do coxim com iodo puro. No entanto o caso demonstrou-se refratário à conduta, com resolução apenas da infecção instalada. Só houve resultado satisfatório quando se introduziu Fenobarbiotal (2 mg/Kg), 2 vezes ao dia, durante 30 dias, havendo assim remissão completa dos sintomas. A evolução das lesões foi acompanhada semalmente, avaliando-se o aspecto, extensão e profundidade das lesões. Palavras chave: dermatologia, dermatose psicogênica, prurido. 36 DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE INOCULADOS COM PROBIÓTICOS Silva, M. S1.; Silva, D. S2.; Melo, R. T3.; Fonseca, B. B4.; Rossi, D. A5. Instituição: Universidade Federal de Uberlândia – UFU [email protected] A produção brasileira de carne de frango foi de 68 milhões de toneladas no ano de 2007, com o aumento crescente do consumo de frango, tem-se a necessidade de produzir carne a um baixo custo. A restrição de uso de antimicrobianos como promotores de crescimento vêm sendo difundida em diversos países. faz-se necessário buscar alternativas que sejam economicamente viáveis e que possam substituir estes produtos. Dentre as alternativas utilizadas destacam-se os mananoligossacarídeos, os frutoligossacarídeos, o ácido fumárico, o cogumelo desidratado e os probióticos. Os probióticos são suplementos aditivos de ração formados por agentes microbianos vivos, que atuam no hospedeiro, melhorando o equilíbrio de sua microflora do intestino. O objetivo do presente estudo foi verificar a eficácia de um probiótico, no ganho de peso, consumo de ração, ph do inglúvio, mortalidade e morbidade de frangos de corte no período de 1 a 28 dias de idade. A comparação do pH do papo, através do teste t de Student, detectou diferença (p<0,05), nas idades de 7, 18, 23, 28, e diferença (p< 0,01), na idade de 12 dias, sendo que o papo dos indivíduos teste tiveram um valor reduzido. Enquanto que nos pintos de um dia não houve diferença significativa. A comparação do peso corporal, através do teste t Student, mostrou que não houve diferença estatística entre os tratamentos controle e teste. Não houve diferença significativa referente ao consumo de ração do tratamento e controle. Os índices de mortalidade e morbidade do experimento foram iguais a zero. Os resultados permitem concluir que nesse experimento a adição de probiótico na ração de aves levou a uma diferença significativa no pH do papo dos animais, sendo, portanto de aplicação notória no tratamento preventivo a infecções bacterianas. Apesar de não haver diferença estatística em toda as idades as aves tratadas apresentaram um peso maior que o controle, o que para a industria pode representar um potencial ganho, por exemplo, uma empresa que abate em média 1 milhão de frangos ao mês, com um peso médio de 2,5 kg, a um preço R$ 1,65 o kg, gera uma receita anual de 49,5 milhões ao ano. Mas se levarmos em consideração uma adição de 65 gramas em média de peso em cada ave, teríamos um adicional na receita de 1,28 milhões de reais. Sendo portanto uma forma eficaz de aumentar os lucros além de reduzir as despesas com medicamentos para controle de infecções bacterianas. Palavras chave: Probióticos, frangos de corte, pH. 37 DRENAGEM DE OTOHEMATOMA EM CÃES Eurides, D1; Daleck, C.R2; Silva, L.A.F3; Nardi, A.B4; Souza, L.A5; Gonçalves, G.F6; Oliveira, B.J.N.A5; Alves, L.B7; Lopes, E.F7; Dias, T.A8 1. Faculdade de Medicina Veterinária/FAMEV. Universidade Federal de Uberlândia/UFU. 2. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal. 3. Escola de Veterinária. Universidade Federal de Goiás. 4. Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade de Tocantis. 5. Alunos do Programa de Pós-graduação/FAMEV/UFU. 6. Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade Paranaense. 7. Acadêmicos/FAMEV/UFU. 8. Residente cirurgia/FAMEV/UFU [email protected] O hematoma auricular é uma afecção comum do aparelho auditivo de cães. Caracteriza pelo acumulo de sangue e linfa entre a pele e cartilagem, na face interna ou externa ou em ambas do pavilhão auricular. Geralmente é devido à contusão com ruptura de capilares. Foram utilizados 32 cães, de diferentes raças, machos e fêmeas, com peso corporal médio de 8kg. Ao exame físico foi observado aumento de volume na face interna ou externa do pavilhão auricular, com conteúdo líquido caracterizando um hematoma. Após jejum de 12 horas de alimentos sólidos e seis horas de água, realizouse tricotomia da face interna e externa da orelha. Os cães receberam enrofloxacina (10,0mg/kg, IM) flunixin meglumine (1,1mg/kg, IM) e cloridrato de tramadol (2,0mg/kg, IM), 30 minutos antes da intervenção cirúrgica. Os animais foram submetidos ao protocolo anestésico com acepromazina (0,1mg/kg, IM), associação de cetamina (5,0mg/kg, IM) e xilazina (1,0mg/kg, IM) e a anti-sepsia do campo operatório com polivinil-pirrolidona 0,2%. A manutenção anestésicas foi realizada com halotano e oxigênio em circuito semi-fechado com sonda endotraqueal. Praticadas incisões circulares de pele com trepano de Castroviejo de 0,7mm de diâmetro na face acometida do hematoma auricular. As incisões foram aproximadamente eqüidistantes e a pele removida, obtendo drenagem espontânea do hematoma. A retirada dos coágulos e fibrinas foi praticada por suaves curetagens da cartilagem e face interna da pele. Procedeu-se pontos simples separados com fio de náilon 000 para aproximação da pele a cartilagem auricular. No pós-operatório (PO) os pavilhões auriculares foram mantidos sobre a cabeça com atadura de crepom e esparadrapo. Curativos diários com troca da atadura e limpeza do local com solução fisiológica a 0.9% e polivinil-pirrolidona 0,2%, até a retirada dos pontos de pele no 10o dia de PO. Os animais receberam enrofloxacina (5,0mg/kg, SC) a cada 24hs por sete dias e flunixin meglumine (1,1mg/kg, SC) a cada 24hs por três dias. Os cães foram mantidos com colar elisabetano e avaliados quinzenalmente, por um período de dois meses. No 7o dia de PO, verificou-se discreto edema uniforme, presença de exsudato, crostas enegrecidas e pele espessa. No 15o dia a pele já se encontra menos espessa e as feridas circulares coberta por tecido conjuntivo. Aos 30 e 60 dias de PO os cães se apresentavam com o pavilhão auricular aparentemente normal, com contração cicatricial que não ocasionaram alterações postural. A remoção circular de pele facilitou à drenagem do hematoma e a fixação da cartilagem a pele com pontos de sutura, facilitou a aderência entre as estruturas, evitou o acumulo de exsudato e permitiu uma adequada recuperação no pós-operatório. A técnica utilizada pode ser aplicada em diferentes tipos de otohematoma. Palavras chave: cão, hematoma, cirurgia 38 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL EM MACACOS PREGO Silva,J.C.C.¹;Iglesias,L.P.¹;Jesus,D.C.¹;Souza,T.I.M.¹ 1-Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Macaco prego é o nome vulgar dado à espécie Cebus apella robustus, são pequenos macacos que medem 90 centímetros (incluindo a cauda) e pesam entre dois e quatro quilogramas, com pelagem em geral escura nas partes superiores e clara nas partes inferiores. Têm cauda preênsil e longa que geralmente apresenta a ponta enrolada sobre si mesma, são animais de habito diurno e se encontram em grupos com cerca de vinte indivíduos e se identificam pelo cheiro, mas também usam outros sentidos. O nome em português origina-se do fato de no momento da ereção o pênis apresentar a glande dilatada em forma de prego. São animais que apresentam se ameaçados de extinção pela destruição de seu habitat, mas principalmente pelo tráfico de animais, já que são um dos macacos mais valiosos no mercado de animais silvestres, devido á grande inteligência e também por se adaptarem ao cativeiro, mas por serem muito ativos, frequentemente criam problemas. Pretende-se analisar o nível de pacing, um comportamento ou vários que possam indicar stress, deste dentro de um cativeiro através dos seus comportamentos, e se alto o nível, propor algo que possa ser acrescentado ao cativeiro, com o intuito de reduzir o pacing. Foram observados três macacos, dentre os quais duas eram fêmeas (vale ressaltar que os comportamentos das fêmeas não foram analisados individualmente e sim feitos uma média de suas condutas observadas.) e um era macho, ambos da espécie Cebus apella, situados no Zoológico do Parque do Sabiá, localizado na cidade de Uberlândia em Minas Gerais. Os animais encontram-se em cativeiro, e sua dieta é balanceada por médicos veterinários, sendo oferecida na forma de dieta completa. As observações dos indivíduos foram feitas durante quatro dias, totalizando uma carga horária de vinte horas. Nesses quatro dias, tais foram realizadas em períodos diferenciados. Durante as observações foram identificados treze comportamentos como: forrageando; brincando, que engloba interação com a cascata, com os galhos e os enriquecimentos ambientais aplicados pelas veterinárias no interior do cativeiro; interação com o meio externo, que se refere à presença constante do animal nas grades superior e da frente do cativeiro, bem como sua interação com as jaulas laterais; interação com as fêmeas; interação com o macho; vocalização; observando pela porta dos fundos; presença na casinha; pacing; descanso, que se refere tanto à conduta de dormir, quanto à de tomar sol; alimentação; coçar-se; e procurar por ectoparasitas. O macho apresentou maior quantidade de picos comportamentais em comparação com a média dos comportamentos das fêmeas. Comparando ambos os gêneros, alguns comportamentos praticamente não apresentaram diferenças. Já as condutas que apresentaram grande discrepância foram: observando pela porta dos fundos, interagindo com o meio externo, pacing e brincando, de tal modo que os dois primeiros foram os maiores picos para o macho, e os demais para as fêmeas, sendo que os picos comportamentais tanto do macho quanto da fêmea se apresentaram no período da tarde. A introdução de variedades criativas no cativeiro a fim de contribuir com o bem-estar do animal aprisionado define um enriquecimento ambiental. Essa prática consiste em permitir que o Cebus apella expresse seus comportamentos naturais. Observou-se que o macho e as fêmeas interagem muito com o meio externo, por isso, devem ser introduzidas no cativeiro formas que os afastem da vista de visitantes, possibilitando que estes se escondam. Dessa forma propõe-se que sejam colocados galhos carregados com folhas ou ainda que seja construído um ambiente amplo e parcialmente fechado nos 39 fundos da jaula. Juntamente com um bloqueio visual em relação ao meio externo, devem ser introduzidos estímulos auditivos que aproximem estes animais a seus ambientes naturais, como cascatas. Além disso, não se deve entregar, por alguns dias, o alimento picado aos macacos e também escondê-los no cativeiro de modo que ocupem mais tempo procurando a comida e tentando retirar suas cascas e outros empecilhos, assim, os animais apresentando maior ocupação de seus dias podem apresentar uma melhor qualidade de vida e maior longevidade. Palavras chave: macaco prego, pacing,cativeiro. 40 ENTEROTOMIA PARA RETIRADA DE FECALOMA EM ONÇA PARDA (Puma concolor) Jacintho, M. F. L.1; Passos, R. F. C. F.1; Santos, A. L. Q1; Pereira, H. C.1; Simone, S. B. S1; Hirano, L. Q. L. 1; Lima, F. C. 1; Silva Junior, L. M1; Iasbeck, J. R1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] No dia 06 de março do ano de 2008, deu entrada no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV/UFU) um exemplar de onça parda com 7 meses de idade completados, fêmea, 4,8kg, oriundo do Zoológico de Uberaba-MG, onde a queixa principal era retenção de urina e fezes. Este animal havia sido encontrado por um fazendeiro, nas proximidades de Uberaba, com queimaduras, acerca de 4 meses. Em janeiro, foram detectados fraturas nos dois ossos fêmur e rádio-ulna esquerda, que foram reduzidas utilizando pinos intramedulares. Duas semanas antes de dar entrada no Hospital Veterinário da FAMEV/UFU, foi submetida a enterotomia para retirada de fecaloma. Este animal vinha sido mantido na residência da médica veterinária do Zoológico de Uberaba sob dieta de pescoço de frango, fígado e coração, adicionado de Metamucil®. Já no Hospital Veterinário da FAMEV/UFU, apresentava 37,9º C, 120bpm e 36mpm. Encontrava-se em mal estado de hidratação, com abdômen distendido, cicatriz cirúrgica na linha alba, não apoiava membro pelvino esquerdo, onde foi constatado desvio medial de patela esquerda. Na palpação foi constatado presença de massa de consistência firme em forma de “salsicha”, no antímero direito da cavidade e bexiga urinária aumentada de volume. Diagnosticou-se fecaloma, deformidades ósseas no sacro, características de distrofia osteometabólica, com o auxílio de exame radiográfico. No hemograma detectou-se presença de Haemobartonella felis, uréia 257,7mg/dl, creatinina 2.3mg/dl, cálcio 9,7mg/dl e fósforo 11,5mg/dl. Encaminhado para a cirurgia do HV (FAMEV/UFU), anestesiado inicialmente com tiletamina e zolazepan (0,3ml) e halotano na manutenção. Realizou-se tricotomia e assepsia local; incisão na linha alba; incisão na alça intestinal; retirada do fecaloma; sutura de intestino com duas linhas de sutura (coaptante e cushing) com nylon 3-0; sutura de peritônio e músculos abdominais com fio de nylon 30 pontos em X; abolição do espaço morto com fio nylon 3-0 e pontos em zigue-zague; sutura de pele com fio nylon 2-0 e pontos simples separados. No pós-operatório, curativo local com solução fisiológica e iodo polvidine, cefazolina 150mg, dieta líquida. Palavras chave: Puma concolor, enterotomia, fecaloma 41 ENTRÓPIO UNILATERAL EM GATO PERSA - RELATO DE UM CASO Dias, T.A.1; Ávila, D.F.1; Costa, F.R.M.2; Cesarino, M.1; Salomão, L.S.1; Carneiro, D.D.3; Souza, L.A.4; Oliveira, B.J.N.A4. 1-Residente do Hospital Veterinário FAMEV/UFU. 2-Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário. FUNDAP/UFU. 3-Graduando em medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás/UFG. 4-Pós-graduando em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] O entrópio é caracterizado por inversão da margem palpebral, na qual os cílios e os pêlos da pálpebra atritam a córnea. Pode ser primário ou secundário, e é um dos distúrbios palpebrais mais freqüentes em cães, cavalos e ovinos, sendo incomum nos gatos. Apesar da baixa prevalência da patologia nesta espécie, o entrópio primário não é um achado raro nos Persas, sugerindo predisposição da raça e até mesmo o envolvimento de fatores hereditários nesta condição. Este relato enfatiza a predileção do entrópio primário a raça Persa, sua apresentação clínica e tratamento cirúrgico. Felino macho, um ano de idade, da raça Persa, foi atendido no Setor de Clínica Médica do Hospital Veterinário de Uberlândia-MG, com histórico de lacrimejamento excessivo do olho direito a 6 meses. Ao exame oftálmico, observou-se edema de pálpebra, blefaroespasmo, epífora, conjuntivite, secreção purulenta e entrópio unilateral em toda a pálpebra inferior do olho direito. Encaminhado para correção cirúrgica, realizou-se procedimento baseado na técnica de Holtz-Celsus modificada, com ressecção de um segmento de pele paralelo à pálpebra afetada. Foi realizada sutura simples interrompida com fio de náilon 5-0. A eversão da pálpebra é determinada pela quantidade de pele removida e proximidade da incisão à margem da pálpebra, que foi previamente estabelecida. O tratamento pós-operatório consistiu no uso tópico de pomada oftálmica (Epitezan®) de 6-6 horas durante 10 dias e uso de colar elizabetano. No décimo dia pósoperatório removeu-se os pontos, não havendo mais sinais de irritação ocular. Apesar da baixa freqüência de entrópio em gatos, este relato reforça a hipótese de predisposição da raça Persa e demonstra a eficiência do tratamento cirúrgico adequado. Palavras chave: pálpebra, Persa, predisposição. 42 ESTRESSE EM CÃES: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES ESTRESSORES Borges1, T.D.; Broga1, J.S.; Lopes1, E.L ; Almeida2, L.P..; Pirtouscheg2, A.; Lopes1, E.F.; Chagas1, L.G.S.; Manzan1, N.H.; Santos1, M.C.D.;. 1 – Graduando de Medicina Veterináriau-UFU 2 – Professor Orientador-UFU [email protected] Estresse é um conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a circunstâncias que exigem esforços de adaptação. Estas circunstâncias que incomodam os indivíduos são os fatores estressores. Todas as formas de vida têm desenvolvido mecanismos para combater o estresse em suas vidas, uma vez que são notórios os efeitos danosos para o organismo. As conseqüências do estresse pode ser o desenvolvimento de doenças, atraso no crescimento ou prejuízos reprodutivos. Sendo fundamental reconhecer os fatores estressores para que se atuar no seu controle. Objetivou-se neste estudo avaliar a presença de fatores ambientais, genéticos, estresse prévio e social como possíveis fatores estressores em uma amostra de cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Coletaram-se dados através de uma ficha padronizada e pré-testada, sendo os dados digitados para um banco de dados e estatisticamente analisados. Dos fatores ambientais chamou a atenção modificações constantes no local de criação do animal (70%) e deslocamento freqüente (58%), dos fatores genéticos 12% dos pais conhecidos eram estressados. Quanto à experiência prévia 30% já haviam sofrido trauma e dos fatores sociais 46% dos cães já foram punidos com severidade e 74% apresentam medo exagerado. Conclui-se pela presença de fatores estressores entre os cães avaliados sendo em sua maioria dependentes dos proprietários em função de interações pobres entre animal e humano. Palavra chave: estesse, cães, fatores estressores. 43 HEMANGIOSSARCOMA VESICAL EM CADELA – RELATO DE UM CASO Dias, T.A.1; Ávila, D.F.1; Costa, F.R.M.2; Carneiro, D.D.3; Cesarino, M.1; Fernandes, C.C.1; Souza, L.A.4; Oliveira, B.J.N.A4.; 1-Residente do Hospital Veterinário FAMEV/UFU. 2-Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário. FUNDAP/UFU. 3-Graduando Universidade Federal de Goias UFG 4-Pós-graduando em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] As neoplasias do trato urinário são infreqüentes em todas as espécies domésticas e compreendem menos de 0,5% de todas as neoplasias relatadas no cão. A maior parte desses tumores é observada na bexiga, provavelmente por armazenar temporariamente a urina, o que permite maior contato entre os agentes carcinogênicos e o epitélio. O carcinoma de células transicionais constitui o tipo tumoral mais comum encontrado em bexigas caninas e felinas. Outros tumores vesicais malignos incluem carcinoma das células escamosas, adenocarcinoma, fibrossarcoma, leiomiossarcoma, neurofibrossarcoma, rabdomiossarcoma, mixossarcoma e hemangiossarcoma. Metástases de outros tumores na bexiga são incomuns, embora possa ocorrer extensão de tumores prostáticos ou uretrais para esta. Geralmente as neoplasias são invasivas podendo causar obstrução urinária total ou parcial com disúria e estrangúria. Foi atendida no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, uma cadela da raça Pit Bull de dois anos de idade, com histórico de hematúria, disúria e dor ao urinar a aproximadamente dois meses, com aumento progressivo da quantidade de sangue na urina. Além de vômito, anorexia e hematoquesia. Ao exame clínico foi observada, à palpação, presença de massa na região abdominal ocupando as regiões hipogástrica e mesogástrica, normotermia e estado nutricional irregular. Foi solicitado hemograma que se apresentou normal e dosagem de uréia cujo resultado obtido foi de 131,6 mg/dL indicando uremia pós-renal. Ao exame ultrassonográfico foi constatada massa heterogênea, de contorno irregular, altamente vascularizada e de aproximadamente 15cm de diâmetro, impossibilitando a visualização adequada dos demais órgãos. O animal foi encaminhado para laparotomia exploratória. Após os procedimentos de anestesia geral inalatória, foi realizada celiotomia pré-retro-umbilical onde foi evidenciada bexiga urinária aumentada ocupando grande parte da cavidade abdominal. Optou-se por realizar cistotomia onde foi observada parede da bexiga com cerca de 0,8cm de espessura. Encontrou-se massa pedunculada, circunscrita, de consistência macia e friável, medindo aproximadamente 15cm de diâmetro, altamente vascularizada, coloração róseo avermelhada, apresentando superfície externa irregular de aspecto exofítico e superfície de corte de mesma coloração, lisa e brilhante. A massa ocluia parcialmente o óstio interno da uretra provocando o acúmulo de urina. Após retirada da neoplasia, foi coletado fragmento para análise histopatológica, cujo resultado mostrou tratar-se de Hemangiossarcoma. Após o procedimento cirúrgico o animal permaneceu internado até recuperação plena, quando foi liberado. É importante ressaltar que tais pacientes devem ser monitorados regularmente já que as metástases deste tipo de tumor ocorrem em cerca de 45% dos casos e acometem mais freqüentemente os linfonodos regionais, pulmões, fígado e com menor freqüência outros órgãos. Palavras chave: Hemangiossarcoma, bexiga urinária, cão. 44 HIPÓXIA BULBAR COM NISTÁGMO LATERAL DECORRENTE DE HEMOPARASITOSE EM CÃO- RELATO DE CASO Cesarino, M.2; Ferreira, C. G. 1; Ávila, D. F.2; Fernandes, C. C.2; Silva, C. B.2; Scherer, D. L.2; Dias, T.A2.; Castro, J. R.3 1. Prof. Doutor em Clínica Veterinária dos Animais Domésticos, FAMEV-UFU. 2. Residentes do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV-UFU), e-mail: 3. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da FAMEV-UFU. [email protected]. A erliquiose monocítica canina causada pela Ehrlichia sp, caracteriza-se por um quadro clínico de anemia resultante da destruição acelerada dos eritrócitos, culminado em supressão medular. A anemia grave reduz a capacidade de transporte de oxigênio, podendo ocasionar hipóxia. A privação de oxigênio no sistema nervoso central provoca uma série de alterações funcionais, dentre estas o nistagmo patológico, o qual ocorre quando há desequilíbrio no sistema proprioceptivo, incluindo o tronco cerebral, na sua porção bulbar. As doenças sistêmicas podem incluir uma variedade de manifestações neurológicas. Os distúrbios neurológicos induzidos pelo metabolismo do sistema nervoso central são chamados de encefalopatias metabólicas. Objetivou-se investigar a etiologia do quadro de nistagmo lateral apresentado neste relato, bem como estabelecer um tratamento eficaz. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia um cão, sem raça definida, com histórico de anorexia, apatia, vômitos e diarréia. O animal chegou ao local em choque, hipotérmico, com bradicardia, bradipnéia, desidratação grave, mucosas pálidas, e nistagmo lateral. Foram solicitados os seguintes exames complementares: hemograma, pesquisa de hemoparasitas e dosagem de creatinina sérica. O hemograma revelou um quadro de pancitopenia, desvio para a esquerda com presença de mórula de Ehrlichia sp no esfregaço sanguíneo. O nível de creatinina sérica estava dentro da variação normal para a espécie. Em função do grave quadro anêmico (hematócrito: 6%), o animal foi submetido à transfusão sanguínea. E, logo no início desta, cessou-se o nistagmo. Seguiu-se o tratamento com Doxiciclina (10mg/kg), a cada 12 horas, durante 21 dias. Conclui-se que, dentre outras manifestações neurológicas, o nistagmo lateral pode ocorrer como manifestação de hipóxia bulbar em casos de erliquiose, onde houver o comprometimento da capacidade de transporte de oxigênio aos tecidos. Palavras chave: hipóxia bulbar, nistagmo lateral, erliquiose. 45 INDICADORES DE ESTRESSE EM CÃES Braga¹, S.J.; Borges, T.D.; Almeida2, L.P.;Pirtouscheg, A.; Manzan1, N.H.; Santos1, M.C.D.; Chagas1, L.G.S.; Lopes1, E.F.; 1 – Graduando de Medicina Veterinária-UFU 2 – Professor Orientador-UFU [email protected] O estresse é na atualidade um grave problema de Saúde Pública, em função do grande número de indivíduos que acomete e pela gravidade de seus quadros mórbidos. Estresse pode ser definido como a resposta biológica ou conjunto de reações obtidas por um indivíduo ao perceber uma ameaça à sua homeostase. Embora o estresse ocorra em homens e animais, poucos são os estudos voltados aos animais, notadamente no que se refere aos indicadores de estresse. Objetivou investigar a presença de estresse em cães, a partir de uma amostra de conveniência em animais atendidos no Hospital Veterinário da UFU. Estudou 50 cães no período de abril a julho de 2007, coletando-se dados de indicadores comportamentais, clínicos e mudanças de hábitos. Após a coleta os dados foram digitados para um banco de dados, criado por meio do software Epiinfo 2000, e estatisticamente analisado. As entrevistas e avaliações dos animais foram realizadas por dois estudantes de veterinária, previamente treinados. Os indicadores que mostraram maior freqüência foram: latir insistentemente (32%); adoecer mais de uma vez em seis meses (80%); mudanças de hábitos (30%); taquipnéia (52%) e alopecia (18%). Concluise pela presença de indicadores de estresse em cães avaliados, sendo que alguns desses indicadores possuem maior acurácia. Palavras-chave: cães, estresse, indicadores 46 ENRIQUECIMENTO ALIMENTAR COM A ESPÉCIE Chrysocyon brachyurus EM CATIVEIRO Silva, M. C. A. ¹; Gomes, F. O. ¹; Doles, F. M. ¹; Dutra, I. M. V. ¹ 1-Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Uberlândia [email protected] O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) está entre as mais belas e populares espécies de animais do cerrado brasileiro. Anteriormente bastante abundante, mas declinou muito em função da destruição do seu habitat e caça. São animais territorialistas, porém precisam de um espaço considerável para sobreviver. São considerados animais onívoros, já que se alimentam de uma grande variedade de itens como frutas, insetos, répteis, pequenas aves e mamíferos, além do fruto da lobeira (Solanum lycocarpum) indispensável na sua dieta, pois é um eficiente vermífugo. A presença do lobo-guará em cativeiro, assim como a de outros animais, é uma triste visão, visto que eles são proibidos de correr, andar e caçar promovendo então um atrofiamento dos longos músculos de suas pernas ou ainda mortes por depressão. Uma das maneiras de promover um bem-estar aos animais cativos é através do alimento. Seja variando o horário de seu oferecimento, o tipo de alimento ou o modo como o mesmo é oferecido, o enriquecimento alimentar contribui de maneira muito positiva ao criar um ambiente mais dinâmico e interativo aos animais, semelhante aquele em que viveriam na natureza, tornando-os em fim menos sedentários. Visando evitar estereotipias comportamentais, o objetivo do nosso trabalho foi aplicar o enriquecimento para mudar o comportamento e a rotina do animal em cativeiro, a partir da introdução de novos alimentos com técnicas diferentes para sua obtenção. Todo o enriquecimento alimentar ocorreu no Parque do Sabiá, na cidade de Uberlândia-MG próximo à rodovia BR050, e foi realizado com um casal de lobos-guará, os quais demonstravam stress, visualizados a partir de suas ações repetitivas. O estudo foi dividido em cinco etapas, realizadas em dias diferentes, com duração para observação de duas horas para cada etapa e dez horas no total. Foram aplicadas nas cinco etapas respectivamente, presas vivas ( 3 frangos médios), dois abacaxis médios partidos ao meio sem coroa e com casca, uma dúzia de ovos de galinha cozidos e com casca, duas lobeiras e finalmente carne fresca com rastros de sangue ao redor. Nas duas horas de cada etapa, cronometradas a partir da introdução do alimento, foram tabelados todos os comportamentos dos animais além da freqüência destas ações. Em cada etapa realizada visualizou-se diversas atividades, porém as de maior significância foram o fato deles transitarem constantemente ou permanecerem deitados. Em alguns dos enriquecimentos propostos não foram obtidos os resultados esperados, como no oferecimento do abacaxi, que apenas a loba o comeu, na etapa do fruto da lobeira, em que os animais apenas cheiraram o alimento, e no fornecimento da carne fresca, em que os lobos não comeram e muito menos farejaram os rastros de sangue. Acreditamos que tais atividades não deram certo pois, ocorreram perturbações externas, como poda da grama dos cativeiros vizinhos, além da presença de vários visitantes, o que provavelmente deixou os animais ainda mais estressados. Pelas observações notou-se que os enriquecimentos que obtiveram sucesso foram os da “ Presa viva” e o do “Ovo de galinha cozido”, em que os animais apresentaram um maior número de atividades, além de comerem os alimentos oferecidos, e portanto são os mais indicados na melhora de qualidade de vida do lobo-guará em cativeiro. Concluindo, o enriquecimento alimentar proposto foi satisfatório, visto que, os resultados positivos superaram os negativos devido ao fato de, no geral, os animais terem saído da monotonia e realizado uma maior quantidade de comportamentos na 47 introdução do enriquecimento. Estes e outros trabalhos de enriquecimento deveriam ser adotados como parte da rotina dos cativeiros, o que possibilitaria em fim uma melhor qualidade de vida para estes animais. Palavras chave: lobo-guará, cativeiro, enriquecimento. 48 ESTUDO ANATÔMICO DOS SEGMENTOS DA MEDULA ESPINHAL DE LOBO GUARÁ (Chrysocyon brachyurus) Iasbeck, J. R.¹; Silva Junior, L. M.1; Pereira, H.C.¹; Kaminishi, A. P. S.1; Lima, F. C.1; Santos, A. L. Q.1; Jacintho, M. F. L.1; Passos, R. F. C1. 1-Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, Av. Amazonas, nº. 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia-MG, Brasil, CEP: 38405-302. [email protected] A espécie Chrysocyon brachyurus, conhecida popularmente como lobo guará é encontrada na América do Sul, principalmente no Brasil, no Paraguai, na Bolívia e na Argentina. É o maior mamífero canídeo nativo da região em que habita. Considerando a importância do ponto de vista da anatomia comparativa, bem como a necessidade de conhecimentos anatômicos que subsidiem e incrementem a medicina veterinária nas áreas de clínica e cirurgia, objetivou-se com este estudo, conhecer os segmentos da medula espinhal e as relações vértebro-medulares de C. brachyurus. Foram utilizados dois exemplares machos, adultos, vítimas de atropelamento, encaminhados pela Polícia Ambiental ao Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia MG, que vieram a óbito. Os animais foram fixados em solução de formol 10%, dissecados, retirando-se a pele do dorso, a musculatura epiaxial, os arcos vertebrais e o tecido adiposo epidural, expondo a medula espinhal e as raízes dos nervos espinhais. Os segmentos medulares foram medidos com paquímetro e extraíram-se os índices de cada segmento em relação ao comprimento da coluna vertebral, obtendo os seguintes resultados: 29,06% para o segmento cervical (SC); 33,64% para o segmento torácico (ST); 15,08% para o segmento lombar (SL); 6,56% para o segmento sacro-caudal (SSC) e; 5,26 % para o cone medular (CM). Quanto à topografia, os segmentos apresentaram-se da seguinte maneira: SC: do forame magno à vértebra C8; ST: de C8 a T13; SL: de T13 a L7; SSC: de L7 a S4 para os dois exemplares e CM: de L5/L6 a S1/S2 para o exemplar 1; de L5 a S1/S2 para o exemplar 2. Palavras chave: esqueletopia, coluna vertebral, Chrysocyon brachyurus. 49 MEGAESÔFAGO ADQUIRIDO EM CÃO ADULTO EM DECORRÊNCIA DO VÍRUS DA CINOMOSE - RELATO DE CASO Cesarino, M.1; Bastos, J. E. D. 2; Castro, J. R.3; Ávila, D. F.1; Rodrigues, C. G.1; Fernandes, C. C.1; Silva, C. B.1; Dias, T.A1.; Salomão, L.S.1 1. Residente do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV-UFU). 2. Prof. Mestre em Clínica dos animais domésticos FAMEV-UFU 3. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da FAMEV-UFU. [email protected] O megaesôfago refere-se à dilatação e hipomotilidade esofágica, podendo ser um distúrbio primário ou secundário à obstrução esofágica ou disfunção neuromuscular. A motilidade esofágica diminuída ou ausente resulta em acúmulo e retenção de alimento e líquido no esôfago. O reflexo da motilidade esofágica começa quando o alimento estimula neurônios sensoriais aferentes na mucosa esofágica, as quais mandam mensagens para o centro de deglutição no tronco cerebral via nervo vago. A cinomose é uma doença infecto-contagiosa de curso agudo a subagudo, manifestando-se no trato respiratório, gastrointestinal e sistema nervoso central. O presente trabalho teve como objetivo relatar a ocorrência de megaesôfago adquirido em um cão adulto em decorrência da instalação do vírus da cinomose no nervo vagal. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, um cão da raça cocker, macho, 13 anos de idade com histórico de engasgos freqüentes, tosse e vômito. No exame físico, o animal apresentou-se ativo, com presença de catarata, bloqueio cardíaco, reflexo de tosse positivo, linfonodos submandibulares aumentados. Foram solicitados os seguintes exames: hemograma completo, bioquímica sérica (creatinina, ALT), pesquisa de hemoparasita e radiografia simples e contrastada. Foi encontrado Corpúsculo de Lentz em leucócito na pesquisa de hemoparasita. Observou-se dilatação esofágica e desvio ventral da traquéia. O esofagrama com Bário líquido demonstrou acúmulo de contraste e motilidade esofágica anormal. Nos demais exames, não houve alterações. Concluiu-se que o vírus da cinomose foi responsável pelo surgimento de defeito da resposta neural aferente a distensão do esôfago provocando o quadro de megaesôfago. Lesões no trajeto do nervo vagal, incluindo a junção neuromuscular, podem resultar em hipomotilidade e distensão do esôfago gerando o quadro patológico. O tratamento instituído sulfametoxazol na dose de 30mg/ Kg, de 24/24 horas, durante 10 dias, além de bromoprida (0,3 mg/Kg, de 8/8 horas, durante 7 dias) e omeprazol (2 mg/Kg, de 24/24 horas, durante 30 dias), e estabilizou-se o quadro do animal. Palavras chave: cinomose, megaesôfago, canino. 50 Mycoplasma haemocanis EM CÃO DOMÉSTICO (Canis familiaris). RELATO DE CASO Castro, J. R.2 ; Silva, C. B.1; Mundim, A. V1; Cesarino, M.3; Rodrigues, C. G.3; Ávila, D. F.3 ; Dias, T.A.3 1. Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. 2. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da Universidade Federal de Uberlândia. 3. Residentes em Clínica e Cirurgia dos Animais Domésticos do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Mycoplasma haemocanis anteriormente conhecido como Haemobartonella canis, é um microorganismo oportunista que infecta as hemácias e causa doença principalmente em cães esplenectomizados, gravemente imunodeprimidos ou que possuam infecções coexistentes. Acredita-se que o M. haemocanis seja transmitido por artrópodes hematófagos, especialmente o carrapato do cão, Rhipicephalus sanguineus. O agente infectante pode ser transmitido indiretamente pela ingestão, ou de forma direta através da inoculação sanguínea. Há evidências da possível transmissão transplacentária materno-fetal. Os sinais clínicos incluem anemia, letargia, perda de peso, febre e anorexia. Ocasionalmente, pode ocorrer esplenomegalia ou icterícia. O diagnóstico definitivo exige a detecção do microorganismo em esfregaços finos de sangue periférico corados pelo Wright-Giemsa ou a amplificação do DNA por meio do PCR. Os danos provocados nas células vermelhas infectadas pelo M. haemocanis não estão totalmente elucidados, geralmente é um achado acidental, no entanto, há relatos que o M. haemocanis pode alterar severamente a forma das hemáceas infectadas culminando em destruição celular, seguida por anemia grave. O tratamento da micoplasmose consiste na administração de doxiciclina (5 mg/Kg), via oral, duas vezes ao dia, durante 3 semanas. Em caso de anemia severa, o tratamento envolverá transfusão sanguínea. A prednisolona (2 mg/Kg), via oral, a cada 12 horas, pode ser necessária inicialmente para suprimir a severa destruição imunomediada de hemácias. Objetivou-se relatar um caso de infecção natural por M. haemocanis em um cão não esplenectomizado, bem como discutir os principais aspectos clínicos, laboratoriais e terapêuticos que envolvem esta patologia. Foi atendida, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, em 27 de agosto de 2008, uma cadela fêmea, de 7 anos de idade, raça Pinsher, com histórico de anorexia, apatia, diarréia e vômitos freqüentes. Durante o exame físico, o animal apresentou-se caquético, com mucosas pálidas, desidratação grave, freqüência cardíaca de 56 bpm e respiratória de 24 mpm (abaixo da normalidade), esplenomegalia e hipotermia. Foram solicitados os seguintes exames complementares: hemograma, pesquisa de hemoparasita em esfregaço sanguíneo de capilar marginal do pavilhão auricular externo e a dosagem de creatinina sérica. A creatinina estava elevada (5,8 mg/dL), caracterizando uma insuficiência renal. O hemograma revelou anemia normocítica normocrômica e leucopenia (1200/mm3). Na pesquisa de hemoparasita detectou-se Mycoplasma haemocanis. Em decorrência da grave anemia (hematócrito: 10,6%), o animal foi submetido à transfusão sanguínea, porém veio a óbito durante a realização da mesma. Palavras chave: micoplasmose, canino, haemobartonelose. 51 A MORBIDADE REFERIDA EM CÃES: UM ESTUDO COM ANIMAIS ATENDIDOS EM HOSPITAL VETERINÁRIO Munhoz, A.K.1; Vieira, A.M.1; Banchiero Junior, A.M.O.1; Bastos, C.R.1; Saraiva, J.M.1; Almeida, L.P.2 1-Graduando em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, 2-Professor da Faculdade de Medicina Veterinária [email protected]; Os cães são animais que convivem com os seres humanos a milhares de anos, trazendo benefícios através dessa convivência. No entanto existe a possibilidade de transmissão de doenças, chamadas zoonoses, que trazem prejuízos e graves conseqüências aos humanos. Várias patologias têm sido relatadas na literatura: doenças infecciosas e parasitárias, traumas por acidentes, problemas reprodutivos entre outros, apesar disso poucos estudos sobre morbidade em animais são citados. Objetivou-se neste trabalho investigar a morbidade referida em cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Coletando-se dados por meio de entrevistas com proprietários de cães que levaram seus animais ao Hospital Veterinário no período de agosto a setembro de 2008, obtendo-se informações sobre morbidade referida dos animais. Após a coleta os dados foram digitados para um banco de dados e, em seguida distribuídos em tabelas de contingência, calculando-se as respectivas freqüências absolutas e relativas de cada variável avaliada. Com relação aos resultados obtidos constataram-se os seguintes percentuais para morbidade referida: sintomatologia clínica (26,7%); doenças infecciosas e parasitárias/intoxicação (20,1%); acidentes e traumas (16,4%); vacinação (14,3%); procedimentos cirúrgicos (10,0%); neoplasias (6,7%); serviço hospitalar (3,0%) e cardiopatia e distúrbio hormonal (1,2%), respectivamente. Conclui-se existir grande variabilidade em relação à morbidade referida entre os cães avaliados, embora exista uma concentração em alguns procedimentos. Palavras Chave: morbidade referida, cães, clínica 52 MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DE FERIDAS CUTÂNEAS DE RATOS TRATADOS COM ÓLEO DE ROSA MOSQUETA Eurides, D1; Souza, L.A2; Silva, L.A.F3; Fioravanti, M.C.S3; Campos, V.A4; Oliveira, B.J.N.A2; 1. Faculdade de Medicina Veterinária/FAMEV. Universidade Federal de Uberlândia/UFU. 2. Alunos do Programa de Pós-graduação/FAMEV/UFU. 3. Escola de Veterinária. Universidade Federal de Goiás. 4. Fundação Educacional de Ituiutaba. [email protected] A cicatrização cutânea é um processo biológico importante para a sobrevivência dos seres vivos, quando ocorrem lesões acidentais ou cirúrgicas. Devido à necessidade de resultados eficazes no tratamento de feridas cutâneas tem-se intensificado os estudos de produtos naturais como à papaína, o açúcar, o óleo de copaíba e o de rosa mosqueta. São substâncias que melhoram o aspecto das cicatrizes hipertróficas, hipercrômicas e quelóides. Atuam na regeneração de tecidos e na aceleração da cicatrização de feridas. A rosa mosqueta é um arbusto frutífero, que de suas sementes extraem óleos ricos em ácidos graxos insaturados, essenciais no mecanismo de defesa, crescimento tecidual e regeneração de tecidos. Possui na sua composição vitamina A que apresenta efeito notável sobre os folículos pilocebáceos e estimula a síntese de colágeno. O objetivo do experimento foi avaliar os aspectos macroscópicos, morfométricos e histológicos da cicatrização de feridas cutâneas de ratos tratados e não tratados com óleo de rosa mosqueta. Utilizados 48 ratos adultos, machos da linhagem albina “swis”, com peso individual aproximado de 50 gramas. Os animais foram colocados em gaiolas e submetidos a mesmas condições de alimentação e ambiente. Distribuídos aleatoriamente em grupo controle (I) e grupo tratado (II), cada um com 24 animais. Os grupos foram subdivididos em quatro subgrupos de seis animais, para avaliação nos seguintes períodos: três, sete, 14 e 21 dias de pós-operatório (PO). Os animais foram submetidos à indução anestésica por inalação de éter etílico. Em seguida procedeu-se a imobilização em decúbito ventral, e realização da tricotomia da região dorsal por tração com auxílio de uma pinça hemostática de Halsted. Após anti-sepsia do campo com álcool e iodopovidona, com um “punch” metálico de 10mm de diâmetro, se delimitou uma área de pele removida até a exposição da fáscia dorsal. Aplicaram-se diariamente duas gotas de solução fisiológica estéril 0,9% no grupo I e duas gotas de óleo de rosa mosqueta nas feridas dos animais do grupo II. As feridas analisadas diariamente observando a presença de tecido de granulação, contração da ferida e sua coloração. As lesões foram medidas uma vez ao dia com paquímetro. Os animais foram eutanasiados nos dias três, sete, 14 e 21 de PO para coleta de fragmentos das lesões. O material foi incluído em parafina e as lâminas submetidas à coloração por técnica de hematoxilina-eosina (HE) e tricrômio de Masson (TM). As análises estatísticas dos dados foram realizadas utilizando o test T de Student com níveis significativos de 1% e 5%. Nos animais do grupo I ao terceiro dia de PO observou que as feridas apresentavam coloração rosada com projeção de tecido na área central e aumento de diâmetro. Ao sétimo dia as feridas apresentavam uma crosta fina aderida na pele, coloração avermelhada e limites irregulares. No 14º dia aparentemente reconstituídas com ausência de pêlos no local da lesão, formando uma cicatriz que passou da coloração rosada para esbranquiçada. Os animais do grupo II ao terceiro dia de PO as feridas apresentavam bordas elevadas e crostas não aderidas, coloração rosa escura, aumento de diâmetro e projeção de tecido 53 na área central. No sétimo dia observou crosta espessa e a área central permanecia aumentada de volume. Ao 14º dia as lesões haviam cicatrizado e as quantidades de pêlos se intensificaram. Com 21 dias não foi notada a presença de cicatrizes e os pêlos mostravam-se com crescimento normal na área lesionada. No exame histológico (HE), as feridas dos grupos I e II ao terceiro dia apresentavam moderado edema, crosta fibrinoleucocitária, necrose e fibrina, Os animais do grupo II mostraram hemorragia, hiperemia e presença de mononucleares, quando foram comparados com os animais do grupo I. As feridas dos animais do grupo I, no sétimo dia de PO, além das características mencionadas anteriormente, apresentavam fibras colágenas e tecido conjuntivo fibroso em escala moderada com ausência de edema. Nos animais do grupo II notou-se considerável aumento de tecido de granulação, persistência de edema e a presença de polimorfonucleares. No 14º dia as feridas do grupo tratado encontravam-se cicatrizadas em quanto 33% das feridas dos animais do grupo I ainda estavam abertas e com intensa reação inflamatória. No 21º dia constatou aumento de tecido conjuntivo nas feridas dos animais do grupo I. No grupo II havia intensa presença de folículos pilosos. Baseado nos resultados, conclui-se que o óleo de rosa mosqueta reduz o tempo de reparação das feridas cutâneas em ratos, ressaltando sua eficiência depois do sétimo dia de pós-operatório. Palavraschave: cicatrização, tecido de granulação, óleo de rosa mosqueta 54 ESTUDO ANATÔMICO DA ARTÉRIA OVÁRICA EM ÉGUAS SEM RAÇA DEFINIDA (Equus caballus. Linnaeus, 1758) Cabral, L.G.1,; Santos, A.L. Q²; Lizardo, F.B³; Holanda, R.G4 Universidade Federal de Uberlândia-Escola Técnica de Saúde –UFU,CEP:38400-902, Uberlândia-MG- Fone: (034)3218-2318, [email protected] A equídeocultura nos últimos anos vem se destacando de maneira relevante no setor pecuário brasileiro, o que faz do cavalo um animal de grande importância no contexto sócio-econômico e científico do país. Para que haja aumento na produção e melhoramento genético é fundamental o estudo dos órgãos reprodutores dos animais. Nos últimos anos, várias pesquisas, têm atribuído papéis funcionais e regulatórios ao sistema vascular do útero e ovário totalmente separados do papel bem conhecido de concordância com suas necessidades metabólicas e hormonais. Baseando-se neste conceito, um órgão ou compartimento de um órgão pode exercer uma influência regulatória sobre um órgão vizinho ou outro compartimento do mesmo órgão através de uma via local envolvendo as veias do primeiro e as artérias do último. A área de reprodução animal vem experimentando por um lado, crescentes avanços e por outro, escassez de literatura específica referente à vascularização do ovário, o que motivou-nos a desenvolver este trabalho de pesquisa com a finalidade de levantar dados mais precisos a cerca do padrão vascular arterial do referido órgão, tendo como objetivo estudar o comportamento da artéria ovárica, ou seja, a sua ramificação e distribuição no parênquima ovariano de égua S.R.D .Foram utilizados 68 ovários(34 pares) de éguas sem raça definida,adultas,de diferentes e não conhecidas idades,obtidas no Frigorífico Pomar,no município de Araguari-MG. Após o sacrifício dos animais e abertura da cavidade abdominal, localizamos os ovários que foram retirados juntamente com o útero e porção cranial do canal vaginal. Este material foi devidamente identificado, acondicionado e congelado em sacos plásticos, para ser encaminhado ao laboratório de pesquisa em Animais Silvestres da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Após o descongelamento das peças em água corrente por períodos de aproximadamente 24 horas, separamos os ovários com seus respectivos pedículos onde dissecamos, isolamos e canulamos a artéria ovárica antes que ela penetrasse no pedículo ovariano.Logo após injetamos quantidades variáveis de solução salina fisiológica, para proceder a limpeza do leito vascular e posteriormente ar, a fim de expulsar a referida solução. Realizado a lavagem dos vasos injetamos aproximadamente 2 ml de acetona para facilitar a progressão da massa de “vinyl corada em vermelho”, na quantidade de 3 a 8 ml por peça, depois o submetemos ao processo de corrosão, mergulhando-o em solução de H2SO4 a 30% por período de 72 a 96 horas. Isolamos os modelos arteriais utilizando finos e controlados jatos de H2O contra o parênquima dos mesmos. Com auxílio de um paquímetro registramos o comprimento (medida feita sobre o eixo craniocaudal), a largura (medida do eixo lateromedial) e a espessura (medida feita sobre o eixo dorsoventral) dos trinta e quatro (34) pares de ovários. Realizamos ainda a pesagem das peças. Para a descrição dos resultados, análise e documentação elaboramos desenhos esquemáticos de cada modelo e fotografias dos mais significativos para necessária ilustração, registrando a divisão da artéria ovárica e seus ramos, bem como a origem e localização dos vasos colaterais em relação aos quadrantes dorsocranial, ventrocranial, dorsocaudal e ventrocaudal. Verificamos que a artéria ovárica apresenta um trajeto longo, flexuoso e espiralado alcançando a glândula através da margem mesovárica próximo à extremidade uterina, 55 percorrendo em posição ora dorsal, ora ventral, segue em direção à extremidade tubárica, contornando-a até atingir a fossa ovárica, penetrando na glândula somente após ter percorrido toda a sua superfície. A artéria ovárica apresentou dois arranjos vasculares sendo que em um deles emitiu de 2 a 62 ramos dorsais e 4 a 46 ramos ventrais, durante seu percurso na margem mesovárica em 51 preparações(75%) e no outro arranjo a artéria ovárica na extremidade uterina dividiu-se em um ramo dorsal e outro ventral em 17 preparações(25%). Em relação às faces dos ovários, a face lateral apresenta um maior número de ramos que a face medial.Nos ovários direitos os quadrantes mais irrigados são,por ordem,o dorsocranial, o ventrocranial,o dorsocaudal e o ventrocaudal. Nos ovários esquerdos, os quadrantes mais irrigados são, por ordem, o ventrocranial, o dorsocranial,o ventrocaudal e o dorsocaudal. Os ovários direitos apresentam-se menores que os esquerdos, tendo como valores médios 43,71 mm de comprimento ,34,11 mm de largura, 24,78 mm de espessura e 45,67 g de peso, enquanto que os ovários esquerdos têm 45,29 mm de comprimento, 37,94 mm de largura, 27,79 mm de espessura e 52,21 g de peso. Palavras chave: éguas, ovário, artérias. 56 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE LEITES FERMENTADOS COM PROBIÓTICOS Storti, A. A.1 ; Rodrigues, M. A. M2. 1- Graduanda em Medicina Veterinária.FAMEV-UFU; 2- Professor Doutor Titular da Faculdade de Medicina Veterinária da UFU; Núcleo de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia-MG, Brasil. [email protected] Os agentes probióticos são definidos hoje como uma preparação ou um produto contendo microrganismos definidos e viáveis em número suficiente que, alteram a microbiota (por implantação ou colonização), em um compartimento do hospedeiro e que exercem efeitos benéficos à saúde deste hospedeiro. Atualmente as bactérias ácidoláticas utilizadas para a produção de leites fermentados pertencem principalmente aos gêneros Lactobacillus, Lactococcus, Streptococcus, Leuconostoc, Bifidobacterium, Propionibacterium, entre outros. Na produção de um alimento probiótico, é fundamental que o produto final tenha vida média satisfatória, variando de 15 a 30 dias, e propriedades sensoriais – cor, aroma, sabor e textura – aceitáveis, com os microrganismos presentes em número elevado (>106 UFC/mL ). Variações de temperatura de armazenamento de leites fermentados, nos postos de comercialização, podem comprometer a conservação e manutenção das características microbiológicas e físico-químicos destes produtos. Sendo assim, o trabalho teve por objetivo verificar a presença de bactérias lácticas totais, coliformes fecais e de bolores e leveduras em leites fermentados, de acordo com as normas estabelecidas pelo Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. As amostras de leites fermentados com Lactobacillus casei, de quatro marcas distintas, foram coletadas de um estabelecimento comercial localizado no centro da cidade de Uberlândia-MG, e mantidos refrigerados até as análises, em número de 6 amostras, totalizando 24 amostras. O trabalho foi realizado no Laboratório de Controle de Qualidade e Segurança Alimentar, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (LCQSA/ FAMEV/ UFU). Na contagem de bactérias lácticas totais, as amostras foram semeadas, em duplicata, no caldo MRS-meio Rogosa(DIFCO) adicionado de 1,5% de ágar, esterilizado a 121ºC durante 15 minutos e mantido a 45ºC até a sua utilização. As diluições de 10-5, 10-6 e 10-7 foram feitas em solução salina peptonada 0,1% estéril e semeadas em placas de petri esterilizadas, adicionando-se 1mL de cada diluição por placa e 15 mL de ágar. As placas foram incubadas à 37ºC durante 48 horas. Para coliformes fecais, foram retiradas porções de 1 mL da amostra original, na diluição 10-1 e 10-2 e semeadas em caldo E.C. Difco, com tubo de Duhran. Os tubos foram então semeados e incubados a 45ºC por 48 horas. Na contagem de bolores e leveduras, foram diluídas 25 mL das amostras em 225mL de água peptonada e transferido 1mL da diluição para 9mL de salina estéril (10-2). Em seguida foram preparadas diluições sucessivas, 10-3 e 10-4 e transferido 1mL de cada diluição para placas de petri, adicionando o ágar BDA, com 1mL de ácido tartárico a 10%. Foram incubados a 22ºC durante 3 dias. Nos resultados encontrados nas diferentes análises microbiológicas das amostras de leites fermentados com probióticos, foi verificado que o leite fermentado da marca A apresentou crescimento de bactérias láticas totais abaixo dos valores mínimos determinados pela legislação, que é de 106 UFC/mL e o da marca B não apresentou crescimento de bactérias láticas totais em uma de suas amostras. Em 57 nenhuma das amostras houve crescimento de coliformes fecais, estando todas de acordo com a legislação (10NMP⁄mL). Para bolores e leveduras, as marcas A e B apresentaram crescimento em uma de suas amostras, sendo que a legislação exigi no máximo 2,0 x 102 cels⁄mL. A análise microbiológica dos leites fermentados demonstrou que nas contagens de bactérias láticas totais, as marcas A e B estavam fora dos padrões exigidos pela legislação, o que evidencia práticas não higiênicas de elaboração e manutenção dos produtos nos postos de comercialização. Palavras chave : probióticos, bactérias lácticas, leite. 58 EFEITO DO PROCESSO DE SEXAGEM DE SÊMEN POR CITOMETRIA DE FLUXO SOBRE A MORFOMETRIA DA CABEÇA DE ESPERMATOZÓIDES BOVINOS OLIVEIRA,K.M.(Mestre); SAMPAIO,G.S.L.(Graduando);PINTO,D.A.(Graduando); DINIZ,E.G.(Doutor); BELETTI,M.E.(Doutor). Durante a produção do sêmen sexado criopreservado, as células espermáticas são submetidas a processos físicos e químicos: diluição, incubação, coloração, passagem pelo citômetro de fluxo, exposição a laser, pressão, centrifugação e criopreservação. Este estudo objetivou analisar alterações morfométricas da cabeça de espermatozóides causadas pelo processo de sexagem por citômetro de fluxo. Para tal utilizou-se sêmen de 15 touros mantidos em central de tecnologia de sêmen dos quais foram obtidos esfregaços de sêmen antes e após sexagem. O primeiro foi confeccionado logo após a aprovação do ejaculado para o processo de sexagem, e o segundo logo após o descongelamento do mesmo ejaculado já sexado. Os esfregaços foram fixados em solução de etanol e ácido acético (3:1) por 1 minuto, seguido de um banho de etanol 70% por 3 minutos. Depois foram hidrolisados em ácido clorídrico 4N por 25 minutos, lavados e secos á temperatura ambiente. Em seguida, foram corados com uma gota de azul de toluidina a 0,025% pH 4 e cobertos com lamínula. Foram obtidas 100 imagens digitais de cada lâmina a partir de microscopia de luz em objetiva de 100x, das quais foram segmentadas 100 cabeças de cada lâmina. Através dos programas desenvolvidos em ambiente Scilab determinou-se a largura (L), comprimento (C), razão largura/comprimento (L/C), área (A), elipsidade (E), perímetro (P), fator de forma (FF), simetria lateral (SL) e simetria antero-posterior (SAP) de todas as cabeças segmentadas. Descritores Fourier com amplitude de 0 a 2 (F0, F1, F2) foram também considerados para caracterização e análise da forma. Os dados foram analisados pelo Teste t de Student (p≤ 0,05). A largura, comprimento, razão largura/comprimento, área, elipsidade, perímetro, simetria ântero - posterior e descritores Fourier F0 e F2 não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre sêmen in natura e sêmen sexado, enquanto simetria lateral foi estatisticamente maior para sexado e fator de forma e descritor Fourier F1 foram maiores para sêmen in natura. Os resultados sugerem que o sêmen sexado não apresenta alterações significativas na forma da cabeça após o processo de sexagem por citometria de fluxo. Existe a possibilidade de que mesmo que alguns espermatozóides sofram alterações morfométricas provocados pela manipulação, estes não apresentarão condições para serem sexados por não se alinharem adequadamente na passagem do citômetro, sendo assim descartados pelo mesmo. Mesmo espermatozóides assimétricos que já existissem no ejaculado antes da sexagem seriam também descartados. Isso justificaria a maior simetria lateral encontrada no sêmen após o processamento. Palavras chave:Espermatozóides; Sexagem; Morfometria; Bovinos. 59 PSEUDO-HERMAFRODITISMO ACOMPANHADO DE NEOPLASIA TESTICULAR - RELATO DE CASO Dias, T.A.1; Ávila, D.F.1; Costa, F.R.M.2; Carneiro, D.D3.; Cesarino, M.1; Rodrigues, C.G1.; Silva, C.B.1; Souza, L.A.4; Oliveira, B.J.N.A4.; 1-Residente do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia. FAMEV/UFU. 2-Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário. FUNDAP/UFU. 3-Graduando Universidade Federal de Goiás /UFG 3-Pós-graduando em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] Os termos intersexo, hermafroditismo e pseudo-hermafroditismo são utilizados para designar anomalias relacionadas as gônadas masculinas e femininas. A denominação de intersexo abrange animais hermafroditas verdadeiros, pseudo-hermafroditas e outras formas de reversão sexual. Os pseudo-herafroditas são indivíduos que possuem gônadas de um sexo acompanhadas por uma genitália externa e características secundárias do sexo oposto. Eles podem ser ainda classificados como masculino quando o tecido gonadal é de origem testicular e os órgãos genitais têm algumas características femininas; ou feminino quando o tecido gonadal é de origem ovariana e órgãos genitais com algumas características masculinas. Já o hermafroditismo verdadeiro, é caracterizado pela presença de tecidos ovariano e testicular no mesmo indivíduo. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia um canino da raça Pinscher, de nove anos de idade supostamente do sexo feminino, com histórico de surgimento de massa na região inguinal a aproximadamente três meses, ausência de cio e hiporexia a duas semanas. Ao exame físico observou-se bom estado nutricional, mucosas normocoradas, elasticidade cutânea normal, normotermia e presenca de massa inguinal de aproximadamente 8cm de diâmetro. No exame específico da região genital, verificou-se presença de genitália ambígua apresentando vulva com vagina terminando em fundo cego, e uma estrutura semelhante a um pequeno pênis hipoplásico com osso peniano. O animal foi encaminhado para a cirurgia de exérese da massa inguinal. A referida massa apresentava-se bem delimitada, encapsulada, de formato ovóide, medindo cerca de 6cm de diâmetro, de consistência macia e coloração brancacenta à superfície externa e de corte. O material foi encaminhado para exame histopatológico, cujo diagnóstico dado foi Seminoma. Esse tipo de neoplasia surge a partir das células germinativas testiculares, podendo substituir a maior parte do tecido sadio, são habitualmente tumores solitários e unilaterais, e mais freqüentes em testículos criptorquidas. Por essa razão, animais com alterações anatômicas ou do desenvolvimento do trato geniturinário, como os pseudo-hermafroditas devem ser encaminhados para laparotomia exploratória a fim de se realizar a gonadectomia e/ou histerectomia com o intuito de minimizar os riscos de neoplasias gonadais e de desenvolvimento de piometra. Palavras chave: pseudo-hermafroditismo, cão, neoplasia. 60 NOVO MÉTODO DE CONTENÇÃO EM SERPENTES DA FAMÍLIA COLUBRIDAE Passos, R. F. C. F.1; Jacintho, M. F. L.1; Santos, A. L. Q.1 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. [email protected] As serpentes da família Colubridae são indivíduos de difícil contenção, por serem ágeis, de tamanhos variados e temperamento imprevisível. A utilização do gancho de contenção, nem sempre é eficaz devido a essas características, e a pressão do gancho na região atlanto-occipital no momento da contenção manual não é recomendada, pois esses indivíduos possuem apenas um côndilo occipital. Essa característica leva a possíveis lesões no momento da pressão com o gancho. Outro método de contenção fazia-se necessário. Após realizar inúmeras vezes e em diversos indivíduos, de espécies diferentes e tamanhos variados, confirmou-se a eficiência deste novo método que é descrito a seguir: deve-se segurar o animal com uma das mãos pela cauda, utilizando-se ou não um gancho para auxiliar a captura pela cauda; eleva-se o animal do solo, estendendo o braço, deixando o animal afastado do corpo do indivíduo que o esta manejando; naturalmente o animal procurará livra-se da contenção, podendo ou não investir contra o manejador, que deve controlar a serpente com movimentos cuidadosos de torção na cauda, limitando o movimento do animal; oferecer um ponto de fuga (cantos de parede, pés de mesa etc); naturalmente a serpentes utilizará este ponto como sustentação do corpo, visando a fuga , deixando a cabeça vulnerável e de fácil captura com as mãos; a mão que está segurando a cauda limita a movimentação do animal e controla a exposição da cabeça; a captura da cabeça deve ser rápida e precisa e com força adequada ao tamanho do animal. Este método deve ser realizado por profissionais com experiência em manejo de serpentes e sempre acompanhado. Palavras-chave: Contenção, serpentes, Colubridae 61 ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DAS ARTÉRIAS MESENTÉRICAS CRANIAL E CAUDAL EM AVES (Gallus gallus) DA LINHAGEM BOVANS GOLDLINE Sola, M. C. ¹; Mendonça, E. P.¹; Noleto, P. G.¹; Júnior, W. S. ²; Silva, F. O. C.³ 1-Graduados da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. 2- Professor Doutor Titular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Uberlândia. 3-Professor Doutor Titular da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] As artérias mesentéricas são importantes vasos responsáveis pela nutrição de grande parte do aparelho digestório, principalmente pela irrigação dos intestinos, estando intimamente ligadas ao ganho de peso e conversão alimentar. Estudaram-se 30 exemplares da espécie Gallus gallus da linhagem Bovans Goldline, com 15 semanas de idade, a fim de descrever as origens e distribuições das artérias mesentéricas cranial e caudal. Após morte natural das aves a artéria isquiática esquerda foi canulada para injeção de solução aquosa marcadora de vasos sanguíneos, corada com pigmento específico e posteriormente as aves foram fixadas em solução aquosa de formol a 10%. As origens e distribuições das artérias investigadas foram registradas através de desenhos esquemáticos. As aves foram dissecadas após 48 horas de fixação e verificouse que a artéria mesentérica cranial emitiu uma artéria ileocecal; 6 a 12 artérias jejunais e 1 a 4 artérias ileais. A artéria mesentérica caudal enviou um ramo cranial, que emitiu de 5 a 9 ramos ao reto e, um ramo caudal, com 1 a 3 ramos retais e 1 a 4 cloacais. Notou-se que em 96,66% dos casos o ramo cranial da artéria mesentérica caudal anastomosou-se com a artéria mesentérica cranial, através da artéria ileocecal. Palavras chave: Artérias mesentéricas, Gallus gallus, linhagem Bovans Goldline. 62 EFEITO DA AUTOHEMOTERAPIA ASSOCIADA COM CLORABUTANOL NO TRATAMENTO DA PAPILOMATOSE ORAL EM CÃO (Canis familiaris) – RELATO DE CASO Cesarino, M.1; Ávila, D. F.1; Fernandes, C. C.1; Silva, C. B.1; Scherer, D. L.3; Dias, T.A4.; Mendonça C. S.2.; Castro, J. R.3 1. Residente do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (FAMEV-UFU). 2. Mestre e Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário (FUNDAP/UFU). 3.Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da FAMEV-UFU. [email protected]. A papilomatose oral canina se caracteriza pela ocorrência de papilomas únicos ou múltiplos nas membranas da mucosa oral, sendo causada por vírus infectes de cães. Os sinais ocorrem quando as verrugas se proliferam no trato gastroentérico, principalmente na cavidade oral. Ocorre a dificuldade na alimentação e contaminação devido às lesões decorrentes durante a mastigação. Os papilomas podem regredir espontaneamente em algumas semanas. Às vezes se faz necessário a remoção cirúrgica, com uso de técnicas eletrocirúrgicas. O papilomavírus é espécie-específico e comumente acomete uma determinada área do corpo, sendo os cães jovens os mais afetados. O vírus é um RNA de fita dupla, com transmissão por contato direto, fômites e, possivelmente por insetos. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia da autohemoterapia associado ao uso do clorabutanol, no tratamento de um caso de papilomatose oral canina. Uma cadela mestiça de seis meses e 12 Kg, foi atendida no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com histórico de surgimento de verrugas da boca há dois meses anteriores à consulta. No exame físico, o animal apresentava-se ativo, hidratado, com mucosas normocoradas, pêlos brilhantes e temperatura retal normal (38,5ºC), com bom estado geral. No exame das vias digestivas anteriores estavam presentes feridas papilomatosas em toda mucosa oral, atingindo principalmente a gengiva e a língua. As lesões eram branco-acinzentadas, de consistência firme, em forma de couve-flor, com alguns nódulos erodidos em sua superfície. A cadela foi tratada com autohemoterapia e clorabutanol. Foram feitas aplicações intramusculares de 3 ml do soro do animal, 1 vez por semana, durante 15 dias e do clorabutanol (30mg/kg), de 3 em 3 dias durante 9 dias. O resultado foi satisfatório após 15 dias de tratamento, com escurecimento, regressão e desaparecimento de 60% dos nódulos papilomatosos. Os nódulos remanescentes a terapia instituída foram removidos por exérese cirúrgica, a fim de se evitar o desprendimento durante a alimentação e possíveis complicações com hemorragias e contaminação, além de assegurar o bem estar do animal. Palavras chave: autohemoterapia, clorabutanol, papilomatose oral. 63 DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO TUBO DIGESTÓRIO DE JACARÉ-AÇU Melanosuchus niger SPIX, 1825 (CROCODYLIA, ALLIGATORIDAE) Santos, A. L. Q.; Pereira, H. C.; Silva Junior, L. M.; Andrade, T. A; Jacintho, M. F. L.; Passos, R. F. C. F; Iasbeck, J. R. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres – LAPAS, FAMEV/UFU. Av. Amazonas, nº 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia-MG, CEP: 38405-302. Fone: (34) 3218-2696 [email protected] O jacaré-açu Melanosuchus niger pertence a ordem Crocodylia e família Alligatoridae, sendo o maior representante da família, podendo chegar a seis metros de comprimento. Alimenta-se de peixes, aves e vertebrados aquáticos como a capivara. Mostram mais atividade de caça terrestre, particularmente à noite, tendo visão e audição apuradas. Os indivíduos jovens alimentam-se de peixes e crustáceos, antes de aprenderem a caçar em terra. Já foram registrados ataques a humanos e animais domésticos. Objetivando uma discrição macroscópica do tubo digestório desta espécie, foi dissecado um exemplar de jacaré-açu jovem, fixado em solução de formol a 10%. Verificou-se que o tubo digestório é constituído de esôfago, estômago, duodeno, jejuno-ileo e cólon-reto. O esôfago apresenta duas porções, a porção cervical dispõe-se cranialmente em relação à porção celomática e está relacionada dorsalmente à laringe e a traquéia. Ao longo de seu trajeto, a porção cervical, está levemente desviada para o antímero esquerdo e no seu terço distal encontra-se dorsomedialmente à traquéia. Corre lateralmente, junto ao esôfago cervical, as veias jugulares e artérias carótidas comum. A porção celomática do esôfago desemboca no estômago e seu fim se relaciona com a porção craniomedial do coração. O estômago apresenta-se piriforme e sua parte cranial situa-se dorsalmente ao fígado e a parte caudal se relaciona com o pequeno baço à esquerda e com a borda caudal do fígado. O estômago tem sua maior parte compreendida no antímero esquerdo. O intestino delgado é constituído de duodeno e jejuno-ileo. O duodeno se inicia no antímero direito da cavidade celomática e corre caudalmente voltando-se para o lado oposto, dessa forma o tubo continua-se em jejuno-ileo, composto por várias alças tortuosas que se sobrepõem. O intestino grosso do Melanosuchus niger é constituído apenas por um segmento curvilíneo, o cólon-reto, que desemboca na cloaca. Palavras-chave: Anatomia, Tubo digestório, Crocodylia. 64 USO DE CICLOSPORINA NO TRATAMENTO DE CERATOCONJUNTIVITE SECA EM CÃO Ávila, D.F1.; Cesarino, M1.; Rodrigues, C.R1.; Silva, C.B1.; Salomão, L.S1.; Fernandes, C.C.1; Castro, J.R.2 1. Residente do Hospital Veterinário. Faculdade de Medicina Veterinária/FAMEV. Universidade Federal de Uberlândia/UFU. 2. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] A ceratoconjuntivite seca (CCS) é uma enfermidade comum em pequenos animais, principalmente em cães, onde a incidência é de aproximadamente 1% e acomete com maior freqüência as raças Shitzu, Lhasa Apso, Pequinês, Buldogue Inglês, Yorkshire Terrier e Pug. Caracteriza-se pela diminuição da porção aquosa da lágrima resultando em ressecamento e inflamação da córnea e da conjuntiva. A maioria dos casos de CCS são considerados idiopáticos e ligados à diminuição da porção aquosa da lágrima associada à doença imunomediada. A CCS também pode estar relacionada a doenças metabólicas, cinomose, terapia sistêmica com sulfas, remoção da glândula da terceira pálpebra, entre outras. As principais manifestações clínicas são desconforto ocular, secreção ocular mucopurolenta, hiperemia conjuntival, vascularização e pigmentação da córnea. O diagnóstico é estabelecido com base na combinação das informações da anamnese e do exame oftalmológico incluindo biomicroscopia com lâmina de fenda, corantes vitais e do teste da lágrima de Schirmer. O objetivo do presente trabalho é relatar a eficácia do tratamento de ceratoconjuntivite seca utilizando ciclosporina tópica. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia uma cadela, da raça Yorkshire, nove anos, com histórico de excesso de secreção ocular purulenta bilateral. Ao exame oftálmico o animal apresentou hiperemia conjuntival e opacidade de lente. Além disso, foi realizado teste de Schirmer tendo como resultado 4mm/min no olho direito e 2mm/min no olho esquerdo indicando redução do filme lacrimal e teste com fluoresceína que demonstrou a presença de úlcera de córnea no olho direito. A partir desses resultados, foi instituído tratamento com colírio Tobrex® uma gota em cada olho, a cada quatro horas durante quinze dias; Lacrima Plus® uma gota em cada olho, a cada quatro horas, durante cinco dias; Ciclosporina A pomada oftálmica, nos dois olhos, a cada doze horas até novas recomendações e uso de colar elizabetano. O paciente retornou após trinta dias apresentando redução da neovascularização e da hiperemia conjuntival. Novo teste de Schirmer foi realizado obtendo-se 15 mm/min no olho direito e 20 mm/min no olho esquerdo, demonstrando a eficácia da ciclosporina no tratamento da CCS. A ciclosporina 0,2% atua como agente lacrimomimético, sendo um fármaco com potente ação imunossupressora, com afinidade pela córnea e esclera, porém não afeta a cicatrização de lesões epiteliais. Seu mecanismo de ação permanece controverso, no entanto, pode envolver a inibição da destruição auto-imune da glândula lacrimal da terceira pálpebra, seguida de regeneração espontânea dessa glândula enquanto o tratamento é continuado. Face aos resultados obtidos, a ciclosporina A 0,2% reverteu o quadro de CCS. Palavras-chave: ceratoconjuntivite seca, cão, oftalmologia. 65 COMPORTAMENTO DA ARARA CANINDÉ (ARA ARARAUNAS) NO ZOOLÓGICO DO PARQUE DO SABIÁ EM UBERLÂNDIA/MG E PROPOSTAS DE ENRIQUECIMENTO PARA O CATIVEIRO DESSES ANIMAIS Andrade, G.M. ¹; Mendes, G.P.¹; Coleto. A.F.¹; Cipriano, L.F.¹. 1-Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Uberlândia [email protected] A conservação de espécies in situ é, atualmente, muito usada e necessária para manter a existência de algumas espécies. Os zoológicos são áreas nas quais há uma preservação e manutenção da área verde e também onde são criados animais de quase todas as espécies e regiões do mundo. É importante para a manutenção de um bom zoológico a adaptação ambiental relativa para cada espécie, além de pesquisadores e médicos veterinários. Embora seja bastante vantajosa a existência de zoológicos, a criação de animais em cativeiro pode levá-los a apresentar comportamentos não naturais à espécie e incentivar o comércio ilegal de animais exóticos. Uns dos maiores problemas nos jardins zoológicos é o stress em animais em cativeiro devido à falta de novas experiências, falta de necessidade de tomar decisões, a facilidade do alimento e a quebra de rituais como o acasalamento. O qual pode ser resolvido com simples projeto de enriquecimento ambiental. As araras Canindé foram os animais escolhidos para realizar este projeto, as araras pertencem à família Psittacidae e são encontradas do Brasil à América Central, são próprias das áreas de Várzeas com Buritizais, babuçais, e beira de mata. Possuem dieta rica em frutas e semente, em cativeiro vivem cerca de 60 anos. O objetivo do estudo dos comportamentos destas araras é reconhecer suas atitudes em cativeiro e verificar evidências de stress e distúrbios no seu comportamento, além de propor mudanças no cativeiro para melhorar a qualidade de vida destes animais. O projeto foi realizado através de observações da arara Canindé no cativeiro do Parque do Sabiá, pelo método de observação por amostragem instantânea em que os registros dos comportamentos em cada minuto correspondem a um ponto de observação, no total 1200 pontos. Foram realizadas 20 horas nos períodos da manhã e tarde em agosto de 2006. As seguintes atividades foram observadas no dia-a-dia da espécie Ara ararauna em cativeiro: comer, desgastar o bico, autolimpeza, vocalização, passear no tronco, esconder em um buraco, empoleiradas na grade, passear pelo cativeiro, cavar o buraco, coçar uma a outra, ficar em pé parada. Em geral, esses comportamentos são naturais das araras e não indicam stress e nem pacing. Então foi possível concluir que as araras canindé não apresentam manifestações indicativas de “pacing” embora tenham ocupado boa parte do seu tempo sem realizar nenhuma atividade. Entretanto é interessante, para aumentar a qualidade de vida delas, que sejam feitas alterações para enriquecer o ambiente em que vivem. O enriquecimento tem como função tornar a vida em cativeiro mais semelhante com a vida livre e pode ser físico, sensorial, cognitivo, social e alimentar. O grande desafio é encontrar alternativas econômicas e viáveis para tratadores e proprietários. Balanços, cordas, ervas aromáticas, variar a forma de disponibilizar e o tipo da alimentação aos animais são algumas das alternativas baratas e interessantes para melhorar a qualidade de vida das Araras Canindé em cativeiro. Palavras chave: arara canindé, pacing, zoológico. 66 TOPOGRAFIA VÉRTEBRO-MEDULAR EM Meleagridis gallopavo, LINNAEUS, 1758 (GALLIFORMES; PHASIANIDAE) Topographycal vertebro-mandibullar in Meleagridis gallopavo, Linnaeus, 1758 (Galliformes; Phasianidae) LIMA, F. C.¹; SANTOS, A. L. Q.¹; BORGES, L. F.²; ALVES, O. W. J.²; ALVARENGA, P. B.² 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres ( LAPAS) Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Medicina Veterinária. 2- Graduandos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). [email protected] O galiforme Meleagridis gallopavo, conhecido popularmente como peru é uma ave pertencente à família Phasianidae. Propondo conhecer seus aspectos anatômicos pormenorizados, o presente trabalho descreve suas relações entre a medula espinhal e o canal vertebral, adicionado informações com enfoque clínico-cirúrgico. Utilizaram-se duas espécimes de Meleagridis gallopavo fornecidas pela “granja S” da empresa “Sadia”, por intermédio do Médico Veterinário Gutemberg Silva Felipe. Retirou-se a musculatura epiaxial e os arcos vertebrais expondo a medula espinhal e as raízes dos nervos espinhais. As dimensões dos segmentos medulares foram obtidas utilizando um paquímetro com precisão de 0,05mm. A medula espinhal estende-se do forame mágno (FM), em sua junção com a medula oblonga, até a parte diminuta do canal vertebral, dentro do pigóstilo e apresenta a forma cilindróide, achatada dorsoventralmente, com comprimento médio de 794,95mm. Possui duas dilatações correspondentes às intumescências cervical e lombossacral (ou sinsacro), esta por sua vez, apresenta-se dilatada lateralmente, produzindo uma depressão alongada ocupada por um corpo gelatinoso, denominada seio rombóide com cerca de 28,15mm de comprimento. O segmento cervical estende-se do FM até a primeira vértebra torácica (T1) com aproximadamente 371,05mm de comprimento, representando 46,77% da medula espinhal. O segmento torácico estende-se de T1 à primeira vértebra sinsacral (S1), medindo 226mm e representando 18,84% do comprimento medular. O sinsacro, por sua vez, estende-se de S1 à primeira vértebra coccígea (Cc1) medindo 261,7mm, o que corresponde a 22,04% da medula espinhal. Já o segmento coccígeo estende-se de Cc1 a Cc4, medindo, aproximadamente, 46,77mm e representando 5,92% da medula espinhal. O cone medular apresenta comprimento médio de 106,9mm, estendendo-se de S1 a S12 com índice médio de 13,44%. O Meleagridis gallopavo possui 42 pares de nervos espinhais os quais emergem dos respectivos forames vertebrais, estes formados pela união de duas vértebras subseqüentes. A distancia entre os pares de nervos cervicais mede, aproximadamente, 21,85mm, sendo que entre o primeiro e o segundo nervos cervicais a distância aproximada é de 6,3mm. Os nervos da porção torácica possuem entre si uma distância média de 17,25mm, já no segmento lombossacral a distância média entre os nervos é de 8,81mm. Por fim, os nervos da região coccígea dispõem-se com uma distância média de 9,19mm. As raízes que compõem o plexo lombossacral são menores do que as do plexo braquial, entretanto, mais raízes nervosas estão envolvidas na inervação do membro pélvico do que no caso do membro torácico. Palavras-chave: Medula espinhal, sinsacro, peru. 67 ALIMENTAÇÃO DE TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) ADULTO EM CATIVEIRO Iasbeck, J. R.¹; Rodrigues, L. L.¹; Silva Junior, L. M.¹; Gomes, D. O.¹; Lima, F. C.¹; Santos, A. L. Q.¹; Jacintho, M. F. L1.; Passos, R. F. C1. 1- Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Av. Amazonas, n˚ 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia-MG, CEP: 38405-302. [email protected] O tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) pertence à família Myrmecophagidae, sendo encontrado no sudeste do México, América Central e América do Sul, ao longo do Paraguai e Argentina. Esses animais possuem adaptações anatômicas, comportamentais e fisiológicas voltadas à alimentação constituída de formigas, cupins e seus ovos, além de larvas de besouros. Apresentam língua longa e protátil, glândulas salivares desenvolvidas, cuja secreção auxilia na atividade alimentar; e não possuem dentes. A extensa ocupação humana nos mais variados tipos de hábitat, implica em diversas alterações na comunidade destes animais, que por vez acabam sendo vítimas de atropelamento, incêndios florestais e desmatamentos. Devido aos escassos estudos sobre a dieta desses animais, este trabalho tem como objetivo a apresentação de uma dieta adequada para tamanduás adultos que vivem em cativeiro. Para isso foram utilizados quatro animais apreendidos pela Polícia Ambiental e encaminhados ao Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Em vida livre, a dieta do tamanduá é à base de proteínas e vitaminas. Tal dieta deve ser reproduzida com o máximo de fidelidade, pois devido seu paladar aguçado umas das maiores dificuldades da criação e manutenção de tamanduás em cativeiro é a aceitação do alimento oferecido, já que esse deve ser extremamente palatável. Alimentos que possuem macromoléculas em grande quantidade na sua composição são fornecidos com o objetivo de suprir a necessidade alimentar destes animais. Aos mesmos foi oferecida uma alimentação triturada na forma de papa com os seguintes ingredientes misturados: leite, ração para gatos, beterraba, cenoura, frutas em geral, ovo com casca e Aminomix® pet (suplemento de aminoácidos, vitaminas, macro e micro-minerais). Como todo mamífero, o leite é essencial aos tamanduás por ser a principal fonte de cálcio; já a ração para gatos é utilizada, pois é rica em taurina e proteínas, a cenoura, beterraba e as frutas são fontes de vitaminas A, C e complexo B, além da presença de minerais como o fósforo, potássio e sódio; o ovo é adicionado, pois além da presença de albumina também é rico em ferro e vitaminas; por fim utiliza-se um suprimento para complementar a alimentação. Essa dieta se mostrou eficaz, pois além de ter tido grande aceitação pelos animais, os mesmos estão saudáveis e tiveram um aumento significativo no peso. Palavras-chave: Tamanduá, alimentação, cativeiro 68 FATORES QUE AFETAM A TAXA DE CONCEPÇÃO AO FINAL DO PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) M. Melo Junior; C. F. Barbosa; N. Bortoletto; I. M.Queiroz; E.G. Diniz; R. M. Santos Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Uberlândia, Av. Pará, 1720, Campus Umuarama - Bloco 2T, CEP 38400-902 – Uberlândia, MG [email protected] A eficiência reprodutiva é um dos fatores que mais contribui para melhorar o desempenho e a lucratividade dos rebanhos leiteiros, resultando em maior produção de leite e de bezerros. A sincronização da ovulação e a inseminação artificial em tempo fixo têm sido usadas em bovinos visando tornar o manejo reprodutivo mais eficiente, corrigindo os problemas de falha de detecção de cio, porém muitos fatores podem afetar a resposta a esses protocolos. O objetivo foi avaliar os fatores que afetam a taxa de concepção ao final do protocolo de inseminação artificial em tempo fixo. Foram realizados 156 protocolos de IATF em 94 vacas mestiças pertencentes ao rebanho da Fazenda Experimental do Glória, da Universidade Federal de Uberlândia, no período de Maio de 2007 a Maio de 2008. Foi utilizado o seguinte protocolo: Dia 0 – aplicação de 2 mg de cipionato de estradiol + inserção de dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR); Dia 7 – aplicação de 12,5 mg de Dinoprost; Dia 9 – retirada do CIDR + aplicação de 1 mg de cipionato de estradiol. Foi observado cio após o final do protocolo, as vacas que derem cio foram inseminadas 12 horas depois da detecção e as demais foram insemanadas em tempo fixo 48 horas depois. Reutilizou-se cada CIDR por até 2 vezes. A taxa de concepção ao protocolo foi determinada por exame ultrasonografico 28 dias após a inseminação. Utilizou-se o teste não paramétrico para avaliar a taxa de concepção, foram incluídos no modelo os efeitos de dias pós-parto (DPP), presença de CL no início do protocolo, escore de condição corporal (ECC), número de re-ultilizações do CIDR e estação do ano. Não foram detectados efeitos da presença do CL no início do protocolo, ECC e re-utilização do CIDR na taxa de concepção. Porém foi detectado efeito do DPP (P<0,05) na taxa de concepção (34 a 90 DPP = 43,9%; 91 a 120 DPP = 23,8%; 121 a 150 DPP = 23,5% e DPP > 150 = 23,3% de concepção). Também foi detectado efeito da estação do ano na taxa de concepção (P<0,05), a concepção foi maior nos meses frios (outono = 40,0% e inverno = 41,8%) do que nos meses quentes (primavera = 27,7% e verão = 20,8%), mostrando que mesmo vacas mestiças sofrem os efeitos negativos do estresse térmico. Conclui-se que o protocolo de IATF empregado no presente trabalho pode ser utilizado em vacas leiteiras mestiças com mais de 30 DPP e a re-utilização do CIDR não compromete o resultado de concepção, porém outras estratégias precisam ser estudadas para aumentar a taxa de concepção nos meses mais quentes do ano. Palavras-chave: sincronização, progesterona, vacas de leite 69 INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE BOVINA EM MATADOURO FRIGORÍFICO DE UBERLÂNDIA Santos, A. M1.; Moreira, M. D1.; Leite, C. R2.; Rodrigues, D. N2.; Reis, S. L. B2. 1- Faculdade de Medicina veterinária da UFU, 2- Médico Veterinário [email protected] A Organização Mundial da Saúde considerou a tuberculose como uma zoonose de emergência global. A tuberculose é causada pelo Mycobacterium tuberculosis. O método utilizado para avaliar a incidência de tuberculose num matadouro-frigorífico consiste no exame macroscópico realizado pelo Serviço de Inspeção Oficial, no qual se analisa a existência de alterações anatômicas nas carcaças e nos órgãos. A inspeção post-mortem é feita pela detecção de lesões granulomatosas (BROWN E ANDA, 1998). Quando há lesões primárias nos pulmões as carcaças são condenadas automaticamente, mas quando há alterações secundárias deve-se fazer o exame histopatológico, para diferenciá-las de outras doenças com lesões semelhantes (CORNER et al. 1990). Muitas pesquisas têm isolado Mycobacterium bovis do pulmão e linfonodos sem lesões visíveis e tem-se confirmado o diagnóstico (CORNER, 1994 apud ASSEGED et al., 2004). O objetivo da pesquisa foi determinar a freqüência de incidência de tuberculose em bovinos abatidos em um matadouro-frigorífico e analisar a distribuição dessa freqüência segundo sexo, meses e anos, além de comparar as incidências de condenações pelo exame post-mortem com as carcaças condenadas após o diagnóstico por exames histopatológicos. Foram inspecionados 207.506 bovinos, sendo 194.144 fêmeas e 13.362 machos e foi analisada a ocorrência de tuberculose no período de cinco anos (2002 a 2006), através dos dados do Serviço de inspeção Municipal fornecidos pela Secretaria de Agropecuária. Os dados foram digitados em planilhas do Excel e foi feito um gráfico para comparar as condenações com os períodos do ano. Também foram observados o número de bovinos abatidos no período e o número de carcaças condenadas no exame post-mortem e após exame histopatológico, levando-se em consideração o mês do ano e o sexo do animal. Durante os cinco anos de estudo (2001 a 2006) foram condenados 299 bovinos com resultados positivos tuberculose, dentre os 207.506 animais que foram abatidos, perfazendo uma freqüência de ocorrência igual a 0,14%. Na análise dos dados obteve-se uma incidência de tuberculose de 0,13% no ano de 2002; 0,19% em 2003; 0,17% em 2004; 0,08% em 2005 e 0,13% em 2006. Nesta pesquisa foram condenados pelo Serviço de Inspeção 100 animais com tuberculose no exame post-mortem devido às lesões bem características da doença, e foram enviadas para exame histopatológico 244 amostras de carcaças suspeitas, sendo 233 fêmeas e 11 machos. Destas foram confirmados 199 casos (81,55%) de tuberculose, dos quais 190 (77,86%) em fêmeas e 09 (81,81%) em machos. A incidência de tuberculose no período estudado foi da ordem de 0,14%. Dos anos estudados 2003 foi o que registrou maior incidência de tuberculose. Palavras-chave: Tuberculose, Bovina, Incidência. 70 OCORRÊNCIA DE NEOPLASIAS EM BOVINOS ABATIDOS EM UM MATADOURO FRIGORÍFICO DO TRIANGULO MINEIRO. Santos, A. M1.; Moreira, M. D1.; Leite, C. R2.; Rodrigues, D. N2.; Reis, S. L. B2, Moreira, A. C. S. D3 1-Faculdade de Medicina veterinária; 2- Médico Veterinário; 3- Gestor de Agronegócio [email protected] Neoplasias (neo= novo + plasia = tecido) são alterações celulares que acarretam um crescimento exagerado destas células, ou seja, proliferação celular anormal, sem controle e autônoma. São achados macroscópicos que não podem ser generalizados quanto ao aspecto, podendo ter diferentes dimensões, variando quanto à forma, consistência e superfície de corte. A neoplasia pode ser maligna ou benigna. Os tumores malignos apresentam células com características anaplásicas ou atípicas, com pouca diferenciação celular, que sofrem metástases e invadem os tecidos vizinhos provocando sua destruição, gerando necrose e hemorragias. Os benignos são bem diferenciados, crescem lentamente por expansão e não invadem os tecidos atravessando as membranas basais, sendo geralmente encapsulados. O objetivo desta pesquisa foi determinar a prevalência dos casos de neoplasias em bovinos abatidos no Município de Uberlândia/MG. Os dados analisados foram obtidos nos arquivos Serviço de Inspeção da Secretaria de Agropecuária do Município de Uberlândia-MG, a partir de mapas estatísticos de ocorrências higiênico-sanitárias no Matadouro Frigorífico Real, no período de cinco anos (2002-2006). No período estudado foram abatidos 207.506 bovinos, sendo que 116 deles ou 0,05% das carcaças apresentaram lesões típicas de neoplasias. Em todos os diagnósticos suspeitos no exame post-mortem, foram enviadas amostras ao laboratório de patologia da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) da Universidade Federal de Uberlândia para confirmação histopatológica. No ano de 2002 a doença foi confirmada em 13 animais (0,04%) dos bovinos abatidos, em 2003 em 16 animais (0,04), em 2004 em 17 animais (0,04), em 2005 em 28 animais (0,06), em 2006 em 42 animais (0,08). Houve uma tendência de crescimento da doença ao longo dos anos estudados. A prevalência das neoplasias encontradas no período estudado foi de 0,05%. . Palavras-chave: Neoplasia, Bovina, Ocorrência. 71 MORFOMETRIA DE DUODENO DE FRANGOS INOCULADOS COM PROBIOTICOS Duarte, I. N.1; Fonseca, B.B.2; Rossi, D. A.3; Beletti, M. E4. Instituição: Universidade Federal de Uberlândia – UFU [email protected] Probióticos comerciais são usados na avicultura com a finalidade de controlar a colonização de bactérias patogênicas no trato digestório, bem como suas atividades maléficas. Funciona assim, como moduladores, formando uma microbiota intestinal equilibrada e sadia, auxiliando a integridade do trato gastrointestinal e conseqüente melhor absorção dos nutrientes. O objetivo desse estudo foi verificar os efeitos do uso de probióticos sobre a morfometria da mucosa de duodenos de frangos inoculados. Foram utilizadas 120 aves (60 teste e 60 controle) da linhagem Cobb-Vantress, alojadas imediatamente após eclosão em gaiolas identificadas e separadas, em ambiente controlado. As aves testes receberam ração suplementada com probióticos desde o alojamento, e as aves controles receberam a mesma ração sem probióticos. Nos dias 1(um), 7(sete), 12, 18, 23 e 28 de idade as aves amostradas foram sacrificadas e o duodeno retirado e colocados em formol 10% em tampão fosfato a 0,1 M, pH 7,2 por 48 hs. Fragmentos desses intestinos foram desidratados em séries alcólicas e após foram diafanizadas em xilol e colocados em blocos de parafina para realização de corte histologico de 5µm espessura, 2 cortes histológicos foram colocados em cada lâmina, sendo corados pelas técnicas do HE (Hematoxilina - Eosina). A altura de vilo foi medida a partir da região basal do vilo, coincidente com a porção superior das criptas, até ao seu ápice e o estudo morfométrico da altura das vilosidades duodenais foram realizadas com auxílio de microscópio binocular Olympus BX40 com objetiva de 4x, acoplado a câmera Olympus OLY-200. As imagens foram avaliadas utilizando-se software HL Image. Utilizando o teste t de student verificaram-se diferenças estatísticas em aves com sete (7), 12 e 23 dias de idade. Conclui-se que a utilização de probióticos em frangos de corte tem efeitos benéficos na integridade gastrintestinal nas fases iniciais da vida do frango, podendo portanto, interferir no bom desempenho dos animais. Palavras-chave: probiótico, morfometria, frango de corte. 72 OCORRÊNCIA DE Campylobacter sp EM SUABES CLOACAIS DE FRANGO Melo, R. T1.; Silva, D. S2.; Fonseca, B. B3.; Rossi, D. A4. Instituição: Universidade Federal de Uberlândia – UFU [email protected] O gênero Campylobacter é indicado como a principal causa de gastrenterite em humanos. Em crianças a doença pode ser mais grave, sendo que episódios de campilobacteriose podem ser relacionados com outras doenças como a síndrome de Güillain Barré, artrite reativa e síndrome de Fisher. O microrganismo é transmitido via oral por alimentos contaminados, e a carne de aves e seus subprodutos são apontados como os principais reservatórios dessa bactéria. Os índices de contaminação em carcaças de frango por Campylobacter sp estão diretamente relacionados ao número de microrganismos presentes na granja, às condições higiênico-sanitárias dos abatedouros, e aos cuidados no preparo e conservação do alimento que será consumido. O conhecimento da incidência de Campylobacter sp entre as aves irá permitir o estabelecimento de formas de controle eficientes nas granjas e nos abatedouros para impedir a disseminação desse agente e o conseqüente risco à saúde dos consumidores. Com o objetivo de se verificar a incidência de Campylobacter sp em frangos de corte e o risco de transmissão desse microrganismo aos humanos, foram coletados suabes cloacais de 58 frangos de linhagem Cobb com 40 dias de idade, alojados em um aviário localizado na região do Triângulo Mineiro. Após a coleta, as amostras foram adicionadas em água peptonada tamponada estéril (APT), acondicionadas em caixa isotérmica e imediatamente enviadas ao laboratório onde foram cultivadas em ágar Brucella (Oxoid®) suplementado com a mistura antibiótica (20mg/L cefoperazona de sódio, 20mg/L de vancomicina, 20g/L de trimetroprim, 50mg/L de cyclohexamina), 5,0% de sangue de ovino hemolizado e suplemento FBP (Oxoid®). As placas foram incubadas em jarras de anaerobiose e atmosfera de microearofilia a 37ºC. Após 48 horas, as placas foram abertas e as colônias foram analisadas pela coloração de Gram modificada e esfregaço a fresco para verificar a morfologia e motilidade típicas. Das amostras pesquisadas, 44,83% (26/58) foram positivas. Isso enfatiza a necessidade de melhorias nas condições de manejo sanitário na granja para diminuir a contaminação dos lotes. Conclui-se que a incidência de Campylobacter sp em frangos é alta, e cuidados são necessários durante o abate e processamento dos animais para diminuir o risco de contaminação aos humanos. Palavras-chave: campilobacteriose, suabes, frangos. 73 INFLUÊNCIA DE GENES DO COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE DE CLASSE 1(H-2D E H-2) NO DESENVOLVIMENTO DE LESÕES CAUSADAS PELA INFECÇÃO ORAL DE CAMUNDONGOS COM Toxoplasma gondii Caixeta, D.R.1; Araújo, E. C. B.2; Coutinho, L.B.3; Silva, N. M.4 1-Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia,; 2-Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia; 3-Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia; 4-Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Alguns genes do Complexo Principal de Histocompatibilidade de classe 1 (H-2d e H-2b) podem estar relacionados à suscetibilidade à infecção por Toxoplasma gondii. O presente estudo tem como propósito investigar o papel de genes do “MHC” de animais resistentes e suscetíveis à infecção. Os animais C57BL/6 (H-2b), C57BKs/J (H-2d), BALB/c (H-2d), e CB10-H2 (H-2b) foram inoculados por via oral com 5 (baixo inóculo) ou 100 (alto inóculo) cistos da cepa ME-49 de T. gondii. Os órgãos foram coletados e incluídos em parafina e corados com azul de toluidina para detecção e contagem de mastócitos teciduais. Por meio da análise da curva de sobrevivência foi observado que animais CB10-H2 são mais suscetíveis que os animais BALB/c infectados com 5 cistos ou 100 cistos. Houve influxo de mastócitos no intestino delgado de todos os animais infectados com 5 ou 100 cistos, sendo que os animais C57BL/6 e C57BKs/J apresentaram um influxo menor quando comparados com os animais BALB/c e CB10H2. No pulmão os animais com o haplotipo do MHC parece influenciar o influxo de mastócitos, pois animais com o haplotipo H-2d (C57BKs/J e BALB/c) apresentam maior influxo quando comparados com os do haplotipo H-2b. Palavras chaves: Complexo Principal de Histocompatibilidade; Toxoplasma gondii; linhagens 74 OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM GATA COM USO DE LÁTEX COMO MATERIAL DE SÍNTESE. Costa, F.R.M.1; Dias, T.A2.; Ávila, D.F.2; Carneiro, D.D.3; Cesarino, M.2; Salomão, L.S.2 ; Castro, J.R.4 1-Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário. FUNDAP/UFU. 2-Residente do Hospital Veterinário. Faculdade de Medicina Veterinária/FAMEV. Universidade Federal de Uberlândia/UFU. . 3-Graduando Universidade Federal de Goiás UFG 4-Pós-graduando em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] A ovariosalpingohisterectomia (OSH) é um dos procedimentos cirúrgicos mais freqüentes na rotina clínico-cirúrgica de pequenos animais, empregada tanto como método contraceptivo como para resolução de processos patológicos sediados nos ovários e/ou útero. Além do material de síntese usualmente utilizado, como fios de algodão, seda e mono-nylon, novos materiais têm sido continuamente testados com a finalidade de minimizar complicações pós-operatórias, como rejeição ou deiscência de sutura. Uma gata adulta foi encaminhada para OSH eletiva no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia. O exame clínico e laboratorial pré-operatório (hemograma e urina de rotina) não apresentou alterações. O animal foi submetido aos protocolos pré-operatórios e anestésicos empregados rotineiramente no centro cirúrgico. Realizou-se a técnica cirúrgica usual para castração de fêmeas. O material de síntese utilizado para ligadura dos pedículos ovarianos e transfixação do corpo uterino consistiu em “fio” de látex confeccionado a partir de luva cirúrgica estéril comercial. O animal recuperou-se dentro do período médio esperado para o referido procedimento. Os exames laboratoriais (hemograma e urina de rotina) solicitados aos quinze, trinta e quarenta e cinco dias pós-operatórios também não demonstraram alterações. A partir dos resultados acima citados concluiu-se que o “fio” de látex utilizado ofereceu resistência apropriada para a técnica e apresentou-se biocompatível. Palavras-chave: látex, biocompatibilidade, ovariosalpingohisterectomia. 75 OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES SINANTRÓPICAS EM INDÚSTRIAS PROCESSADORAS DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL Carmo, D. M. G¹; Sola, M. C.¹; Mendonça, E. P.¹; Lima, A. M. C.² 1- Graduadas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. 2- Professora Doutora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Universidade Federal de Uberlândia- Faculdade de Medicina Veterinária [email protected] Uma determinada espécie de animal pode ser considerada como praga quando a mesma causa danos econômicos, sociais ou psicológicos ao homem. Diversos setores das cadeias produtivas do agronegócio, como nas indústrias de processamento de carnes, usinas de álcool e açúcar, fábricas de rações, granjas e pequenas criações de animais também sofrem a ação destas espécies, também conhecidas como sinantrópicas. Os objetivos desse estudo foram: caracterizar as espécies sinatrópicas que ocorrem em duas indústrias processadoras de produtos de origem animal do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba; verificar se existe correlação entre a ocorrência destas espécies e dados geográficos da região e quais foram as barreiras físicas e armadilhas químicas mais utilizadas. Foram utilizados 48 laudos técnicos referentes aos anos de 2005 e 2006 fornecidos por uma empresa de Controle Ambiental, equivalentes à prestação de serviços de controle de pragas a duas Indústrias processadoras de produtos de origem animal da região, uma de Uberlândia e outra de Patrocínio, MG. Após a análise desses laudos verificou-se que nas duas Indústrias as pragas que mais ocorreram foram moscas, baratas e roedores, sendo que na Indústria A, a praga de maior infestação foi a barata e na Indústria B foram os roedores. Não houve correlações significativas entre as variáveis de temperatura, umidade, precipitação e dias de chuva com a presença de pragas (baratas, moscas e roedores) para a indústria A nos dois anos estudados, e para a indústria B no ano de 2006. A correlação entre a ocorrência destas espécies e dados geográficos foi estatisticamente significante durante o ano de 2005 apenas na Indústria B. As barreiras físicas mais utilizadas nas duas Indústrias foram telamento de janelas, utilização de cortinas de ar, vedação de vãos sob portas, proteção anti-praga nos ralos e manutenção de portas fechadas, enquanto que as armadilhas químicas mais usadas foram armadilhas adesivas ou pegajosas, ferormônio e pontos permanentes de envenenamento. Palavras-chave: pragas; indústrias; controle integrado. 76 CORREÇÃO CIRÚRGICA DE HIPOPLASIA DE CAUDA EM CANINO. Costa, F.R.M.1; Tsuruta, S.A.1; Dias, T.A.2; Ávila, D.F.2; Carneiro, D.D.3; Cesarino, M.2; Castro, J.R.4 1-Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário. FUNDAP/UFU. 2-Residente do Hospital Veterinário. Faculdade de Medicina Veterinária/FAMEV. 3Universidade Federal de Uberlândia/UFU. 4-Graduando Universidade Federal de Goiás UFG. 5-Pós-graduando em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] A hipoplasia é definida como ausência de desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto de um órgão ou estrutura. Os casos de hipoplasia consistem, em sua maioria, em anomalias congênitas, ocorrendo antes do nascimento, embora possam ser determinados durante períodos de crescimento pós-natal. Sua etiologia envolve distúrbios genéticos, deficiências hormonais, agentes infecciosos e substâncias tóxicas. A freqüência e a variedade de malformações pré-natais são consideráveis, destacando-se entre elas os eventos relacionados à interrupção do desenvolvimento, acarretando deformidades relacionadas ao tamanho ou forma de estruturas orgânicas, como, por exemplo, a redução numérica de vértebras coccígeas, as quais normalmente somam entre seis e vinte e três. Um cão da raça Poodle, fêmea, com cinco meses de idade, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, apresentando emagrecimento, desidratação, descontrole do esfíncter anal, ausência de cauda aparente, vértebras coccígeas sepultadas na musculatura adjacente e região perianal edemaciada e eritematosa. O animal foi encaminhado ao setor de clínica cirúrgica, onde se realizou tricotomia e anti-sepsia da região perianal e subseqüente cateterização venosa para fluidoterapia e medicações pré-operatórias. A abordagem cirúrgica inicial consistiu em incisão de pele em torno das vértebras coccígeas sepultadas, divulsão romba dos tecidos moles adjacentes, exposição das vértebras e plastia com sutura de pele em torno das mesmas. Para correção do transtorno do esfíncter anal procedeu-se a amputação do reto. Além do protocolo pós-operatório rotineiro, recomendou-se dieta pastosa. O emprego das técnicas cirúrgicas supracitadas foi eficaz, pois contemplou o aspecto estético e solucionou os demais transtornos apresentados pelo paciente, o qual se recuperou plenamente. Palavras-chave: hipoplasia, vértebras coccígeas, cão. 77 HERNIORRAFIA INGUINAL EM CÃO ASSOCIADA À UTILIZAÇÃO DE AGRAFES. Costa, F.R.M.1; Faria, M.A.R.2; Dias, T.A.3; Ávila, D.F.3; Carneiro, D.D.4; Cesarino, M.3; Castro, J.R.5 1-Médica Veterinária Administrativa do Hospital Veterinário. FUNDAP/UFU. 2-Prof. Ms. Disciplina Técnica Operatória/FAMEV/UFU. 3-Residente do Hospital Veterinário. Faculdade de Medicina Veterinária/FAMEV. Universidade Federal de Uberlândia/UFU. 4-Graduando Universidade Federal de Goiás/UFG. 5-Pós-graduando em Ciências Veterinárias/FAMEV/UFU. [email protected] A herniação inguinal e perineal é decorrente de defeitos na parede muscular da cavidade abdominal e diafragma pélvico, resultando em exteriorização de tecido adiposo retroperitoneal ou vísceras, principalmente alças intestinais e/ou vesícula urinária. Os fatores associados à predisposição ao transtorno são: sexo masculino, cães não submetidos à orquiectomia, desequilíbrio hormonal, prostatopatias, constipação, idade avançada, animais sem raça definida e da raça boxer. O tratamento preconizado consiste em herniorrafia para reconstituição da parede comprometida e correção de comorbidades relacionadas, sob pena de recorrência da hérnia. Ainda assim registra-se recidiva em 31 a 45% dos casos. Um cão sem raça definida, de sete anos de idade, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, com queixa de aumento de volume na região perianal esquerda, oligúria e constipação. O histórico constava de episódio semelhante na região contralateral há aproximadamente dois anos, e na região inguinal esquerda há cerca de três anos, ambos diagnosticados como hérnias e corrigidos cirurgicamente pela técnica clássica de herniorrafia. O exame clínico e laboratorial pré-operatório (hemograma e urina de rotina) não apresentou alterações, porém, durante a realização de enema, observou-se dilatação da ampola retal, confirmada pelo exame de toque. O animal foi submetido aos protocolos préoperatórios e anestésicos empregados rotineiramente no centro cirúrgico. Foram realizadas, através de técnicas cirúrgicas clássicas, prostatectomia, orquiectomia e herniorrafia. Após 12 dias o paciente retornou ao setor de clínica cirúrgica apresentando, novamente, aumento de volume na região inguinal e perianal esquerda, oligúria e constipação. O animal foi submetido aos protocolos pré-operatórios e anestésicos citados anteriormente, à herniorrafia associada à utilização de agrafes para reforço da musculatura inguinal e à amputação de reto. O animal recuperou-se dentro do período médio esperado para os referidos procedimentos. A partir dos resultados relatados concluiu-se que o material ofereceu a resistência necessária para a reconstituição e sustentação da musculatura inguinal, evitando recorrência de herniação. Palavras-chave: herniorrafia, agrafes, cão. 78 IRRIGAÇÃO DO TIMO EM AVES (Gallus gallus) POEDEIRAS DA LINHAGEM BOVANS GOLDLINE Mendonça, E. P.¹; Sola, M. C.¹; Noleto, P. G.¹; Silva, F. O. C.² 1-Graduados da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. 2- Professor Doutor Titular da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Universidade Federal de Uberlândia [email protected] O timo é um órgão de considerável importância no complexo imunológico das aves, mostrando a necessidade do conhecimento básico de sua morfologia e dos vasos responsáveis pelo transporte de nutrientes ao tecido tímico. Assim, este trabalho teve o objetivo de determinar o número de lobos tímicos, a origem e o número das artérias do timo em aves (Gallus gallus) da linhagem Bovans Goldline, visando um aprimoramento da anatomia comparativa. Estudaram-se 30 aves Gallus gallus, poedeiras da linhagem Bovans Goldline, com 15 semanas de idade. Estas foram dissecadas após injeção, via artéria isquiática esquerda, de solução aquosa marcadora de vasos sanguíneos, coradas com pigmento específico, e fixadas em solução aquosa de formol a 10%. A partir dos resultados concluiu-se que em todos os casos estudados foram observadas as presenças de lobos tímicos apenas na região cervical, dispondo-se linear, paralela e lateralmente no pescoço, apresentando formas e tamanhos diferentes, e em intrínseca relação com a artéria comum do nervo vago e veia jugular. A irrigação do timo foi feita por ramos oriundos das artérias comum do nervo vago, cutânea cervical ascendente, tireóidea cranial e ramos cutâneos presentes em ambos os antímeros, além da artéria ingluvial direita presente apenas em um caso. O número de lobos tímicos variou de 2 a 6 em ambos os antímeros. Os lobos tímicos cervicais do antímero direito receberam, independentes de suas origens, de 9 a 24 ramos, enquanto que no antímero esquerdo os lobos receberam de 7 a 25 ramos. Palavras-chave: Gallus gallus, linhagem Bovans Goldline, timo. 79 CONVIVÊNCIA ENTRE HOMENS E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO Zerlotini, A.D.1; Felice, J.O.1; Bernardes, V.P.1; Martins, L.K.1; Canabrava, A.C.M.N.1; Santos, P.A.1; Almeida, L.P.2 1-Estudantes de Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia, Av. Pará, 1720 – Campus Umuarama – Bloco 2T. Cep: 38400-902, Uberlândia, MG. 2-Professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Av. Pará, 1720 – Campus Umuarama – Bloco 2T. Cep: 38400-902, Uberlândia, MG. [email protected] A convivência entre homens e animais de estimação é de grande importância e atualidade, podendo, no entanto, adquirir um caráter positivo ou negativo, dependendo do tipo de relação que se estabelece. O médico veterinário é o profissional mais importante nessa interação, o qual poderá influenciar de maneira eficaz para o sucesso desta. Objetivou-se estudar a convivência entre homens e animais de estimação por meio de uma amostra de proprietários e cães. Coletando-se informações referentes a 329 casos por meio de um questionário pré-testado, codificado e padronizado no período de agosto a setembro de 2008. A coleta foi realizada por estudantes de veterinária, previamente treinados. Com relação à convivência dos cães com os seus donos, foi constatado que 91,5% dos animais não são adestrados. E, em 86% dos casos os animais não saem sozinhos na rua. Com relação a passear com os animais, 71,1% afirmaram que sim, sendo que 37,1% o fazem de 1 a 4 vezes por semana e 21,9% de 1 a 3 vezes ao dia e 56,8% utilizam coleira ao passear. Quanto à utilização dos cães, 46,2% são para companhia, 44,1% para companhia e guarda e apenas 9,1% são para guarda. Em relação aos responsáveis pelo tratamento do animal, 72,9% são várias pessoas da família e 19,1% somente o proprietário. De todos os donos entrevistados, 92,7% brincam com seus cães, sendo que 46,2% mais de 1 vez por dia, 17,3% 2 a 3 vezes por semana e 16,4% 1 vez por dia. Concluiu-se que alguns aspectos da convivência entre cães e proprietários avaliados não estão de acordo com o manejo recomendado por veterinários. Sendo que alguns desses aspectos do manejo inadequado podem levar ao desenvolvimento de estresse e agressividade na convivência entre homens e animais. Palavras-chave: Convivência, Homens, Animais de Estimação. 80 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE CÃES Felice, J.O.1; Zerlotini, A.D.1; Bernardes, V.P.1; Vieira, A.M.1; Canabrava, A.C. 1; Munhoz, A. K.1; Almeida, L.P.2 1-Estudantes de Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia, Av. Pará, 1720 – Campus Umuarama – Bloco 2T. Cep: 38400-902, Uberlândia, MG. 2-Professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. Av. Pará, 1720 – Campus Umuarama – Bloco 2T. Cep: 38400-902, Uberlândia, MG. [email protected] A domesticação de cães é datada de 15 a 20 mil anos, quando estes animais passaram a consumir dietas similares a de seus donos, pois, muitas vezes, consumiam as sobras da alimentação humana. Atualmente, a dieta oferecida deve ser apropriada ao tamanho, idade e atividade do cachorro. Tanto a ração quanto a comida caseira são permitidas, sendo o uso da ração a opção ideal, além de mais prática. Em qualquer uma destas formas de alimentação é necessária a quantidade ideal de nutrientes como: proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o tipo, a freqüência e composição nutricional dos alimentos oferecidos aos cães. Foram coletadas informações referentes a 249 casos de cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), utilizando-se questionários pré-testados e padronizados no período de março a abril de 2008. A coleta foi realizada por estudantes de veterinária. Com relação à alimentação oferecida aos cães, 38,6% dos proprietários oferecem ração e comida humana, 57,4% tratam seus cães apenas com ração e 4% apenas comida humana. Proprietários em 54,6% dos casos colocam alimentos 2 vezes ao dia para seu animal e, além destas refeições 66,3% destes ofertam outros tipos de alimentos (petiscos), sendo que 35,3% ofertam de 1 a 3 vezes ao dia. Pode-se observar que dentre os alimentos, 63,0% são carboidratos, 17,0% são proteínas, 19,4% são vitaminas/minerais e 0,6% lipídeos. Com base nos resultados obtidos, concluiu-se que a maioria dos proprietários age de maneira correta no manejo alimentar de seus animais. Embora muitos ofereçam outros tipos de alimentação inadequados, como “petiscos” podendo ter uma quantidade maior de carboidratos que pode justificar o aumento do número de cães obesos, da incidência de diabetes mellitus e hiperglicemia gerando endocrinopatias no animal. Palavras-chave: alimentação, nutrição, cães. 81 PERFIL VASCULAR DO OVIDUTO EM AVES DOMÉSTICAS (Gallus gallus domesticus) DA LINHAGEM COBB. Innocentini, R.C.P.1; Severino, R.S.2. 1-Acadêmico(a) da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMEV) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). 2-Professor Titular Doutor. FAMEV/UFU. [email protected] As aves deste estudo foram dissecadas a fim de se observar a vascularização do oviduto, órgão este responsável pela produção de ovos. O material foi doado pela empresa Globo Aves, sediada em Uberlândia – MG. Os espécimes tiveram seus contingentes arteriais injetados com solução corada de neoprene látex, por meio de cânulas de polietileno, a partir da artéria isquiática esquerda. Na seqüência injetou-se uma solução aquosa de formol a 10%, vias subcutânea e intracavitária, o que possibilitou a fixação do material. A fixação não procedeu-se de maneira adequada devido a utilização de formol já empregado em outros experimentos, portanto algumas aves foram perdidas, por conseguinte à reposição destas, o cronograma encontra-se atrasado e o período de execução renovado. Iniciou-se então, individualmente a dissecação da região circunscrita ao oviduto. Oportunamente confeccionou-se modelos esquemáticos representativos da irrigação pertinente a cada ave. Não foi possível por hora a execução de um tratamento devido ao pequeno número de aves já dissecadas e esquematizadas. Porém, pode-se afirmar que as aves até então observadas têm a irrigação do oviduto proveniente da artéria cranial do oviduto que emerge do ovário esquerdo. E na face lateral do oviduto, encontra-se mais ramos arteriais do que a face medial. Palavras-chave: Oviduto, irrigação, aves. 82 ARTÉRIAS DA GLÂNDULA UROPIGIANA EM AVES (Gallus gallus) POEDEIRAS DA LINHAGEM BOVANS GOLDLINE Noleto, P. G.1; Silva, F. O. C.2; Mendonça, E. P.3; Sola, M. C.3 1-Acadêmico Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia, email: 2-Orientador. Professor Doutor Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia 3-Acadêmica Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia [email protected] A glândula uropigiana é característica das aves. Considerada como sebácea, possui dois lobos sendo responsável pela produção de uma secreção que tem por finalidade a impermeabilização das penas desse animais. Foram utilizados 30 exemplares da espécie Gallus gallus da linhagem Bovans Goldline, com aproximadamente 15 semanas de idade. No sistema vascular arterial, após morte natural, foi injetada solução aquosa de Neoprene Látex “450” a 50%, via artéria isquiática esquerda. As aves foram dissecadas após 48 horas de fixação em solução aquosa de formol a 10%. A irrigação da glândula uropigiana mostrou-se proveniente da artéria caudal mediana, como prolongamento da artéria aorta descendente, por meio de dois ramos direito e esquerdo que emitiram os ramos glandulares laterais e mediais direito e esquerdo. Ambos os lobos foram igualmente irrigados por seus respectivos ramos glandulares, sendo os ramos mediais mais presentes na irrigação quando comparados aos laterais. Palavras-chave: irrigação, glândula do óleo, linhagem Bovans Goldline. 83 ARTÉRIAS DA BOLSA CLOACAL DE Struthio camelus. Silva, F.O.C.¹; Honorato, A.G.O.³; Pereira, C.C.H.²; Ortega, J.F.³ 1 - Professor Doutor da FAMEV/UFU. 2 - Professor Mestre da Faculdade de Medicina Veterinária da Fundação Pinhalense de Ensino. 3 - Graduada FAMEV/UFU. ENDEREÇO: - Av. Pará, 1720 – Jardim Umuarama- CEP: 38405-320 – Tel.:(34) 32182217. Instituto de Ciências Biomédicas da UFU - Campus Umuarama, Bloco 2A. [email protected] Atualmente o mercado de aves tem demonstrado interesse cada vez maior na criação e comercialização de avestruzes. Pesquisas e estudos anatômicos ainda são escassos, principalmente na vascularização dessas aves. O objetivo do presente trabalho foi estudar a origem, o número e a distribuição das artérias da bolsa cloacal de Struthio camelus. Para tal, foram utilizados 32 exemplares de ambos os sexos com 4 dias de idade. Após morte natural, injetou-se no sistema arterial das aves uma solução aquosa de Neoprene Látex 450 a 50%, corando-a com pigmento específico seguido de fixação em formol a 10%. Após dissecações obtivemos os seguintes resultados: a artéria mesentérica caudal contribui em 100% dos casos, sendo evidenciadas anastomoses da mesma com o ramo colateral cranial da artéria bursocloacal esquerda em 1 caso (3,125%) e da bursocloacal direita em 5 casos (15,625%) e a participação das artérias pudendas internas foi constante com um ramo em todos os casos. Ainda houve a contribuição das artérias bursocloacais esquerdas com 1 ramo em 1 caso (3,125%), com 2 ramos em 13 casos (40,625%) e com 3 ramos em 2 casos (6,25%) e bursocloacais direitas com 1 ramo em 1 caso (3,125%), com 2 ramos em 11 casos (34,375%) e com 3 ramos em 4 casos (12,5%). Concluiu-se que a distribuição dos vasos na parede da bolsa cloacal em avestruzes (Struthio camelus) variou de 2 a 4 ramos arteriais, independente de suas origens. Palavras-chave: vascularização, órgão linfóide, avestruz 84 COMPORTAMENTO ANIMAL DO QUATI (Nasua nasua) NO ZOOLÓGICO DO PARQUE DO SABIÁ DE UBERLÂNDIA-MG E PROPOSTAS DE ENRIQUECIMENTO DO CATIVEIRO Veríssimo, S²; Mendonça, G.A.¹; Aguiar. B.O.¹; Noronha, B.S.¹; Silva; M.C.A¹; Franco, F.F¹. ¹ Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Uberlândia ² Faculdade de Medicina Veterinária Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) Institucional da Faculdade de Medicina Veterinária-Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Todo manejo animal deve pressupor conhecimento, controle e monitoramento. Existem várias formas de manutenção de seres silvestres em ambiente fechado, como a criação conservacionista, científica, comercial ou parque zoológico. Cada uma possui uma legislação determinada pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais). Os locais devem ser adequados para os animais sentirem-se confortáveis. Em cativeiros a monotonia e o stress são evidentes. É necessário, portanto, que profissionais, procurem soluções práticas e baratas para solucionar estes problemas. O Quati (Nasua nasua) pertence ao filo Chordata, classe Mammalia, ordem Carnívora, família, Procyonydae, seu habitat são florestas, cerrado e caatinga é uma animal de habito diurno, onívoro, encontrado na maioria da América, mede aproximadamente 75 cm sem sua cauda, pesa de 3 a 6 kg, sua coloração varia de cinza ao marrom avermelhado, possuem gestação de 67 a 73 dias, com ninhadas de 3 a 5 filhotes. São bastante sociáveis vivendo em grupos, os machos adultos ficam separados só retornando ao grupo na época de acasalamento. Encontra-se ameaçado de extinção devido à destruição e redução das florestas, como causa danos em lavouras e pomares, muitas vezes é perseguido e eliminado. Os objetivos desse projeto são: observar condição de vida dos animais, a sua rotina, verificando quais comportamentos indicam stress para que posteriormente possam sofrer um processo de enriquecimento. Para o projeto foram observados 3 Quati fêmeas, do Parque do Sabiá na cidade de Uberlândia-MG. A observação foi feita a uma distancia de 3m durante 20 horas. Nos dias 28/7 e 8/9 de 2006. Os comportamentos foram anotados seguindo uma lógica de que quando eles se movimentassem ou fizessem algo diferente seria colocado no papel. Com isso, ocorreram anotações de dez em dez minutos, de cinco em cinco e até mesmo de trinta em trinta minutos, quando o descanso predominava na jaula, este método é denominado focal, onde são registradas todas as diferentes atividades realizadas pelo animal, tomando nota de qual a atividade e em que horário acontecia. Com a observação notouse que as condições na jaula são um tanto quanto precárias, sem opção quase nenhuma para a distração do animal. Foram então destacados aqueles comportamentos que demonstram stress: Morder o rabo, subir pelas paredes e grades, tremer a boca, olhar fixamente para o chão, ficar estáticas, vasculhar um cano. Todas estas observações são indicativas de pacing, ou seja, comportamento repetitivo não comum ao animal quando no seu habitat natural. Além dos comportamentos indicativos de estresse foi bastante notável a monotonia das cativas, demonstrada pela porcentagem de tempo em que elas ficavam sem realizar nenhuma atividade. Das três quatis a que ficava mais tempo sem realizar atividades era a mais idosa, também a que se demonstrava mais estressada, enquanto as mais jovens eram mais ativas apesar de também sofrerem com a monotonia da vida cativa. Para diminuir o estresse desenvolvemos proposta de enriquecimento do ambiente e melhoria da vida das cativas. Uma delas é adequar o recinto aos padrões do Ibama. Outra proposta é alimentá-las, em locais diferentes a cada dia, ou dentro cocos, 85 para que as quatis possam ter mais dificuldade para obter o alimento, distraindo-as. Variar a dieta também é importante, visto que são animais onívoros e possuem uma dieta vasta. Trocar o chão de cimento por terra, colocar pequenas árvores ou galhos na jaula, trocar a laje por uma grade (possibilitando que o sol entre na jaula), criar um nível superior na jaula (possibilitando que eles andem no alto, imitando a copa das árvores). Sabe-se que elas preferem dormir em árvores então outra mudança que poderia ser feita é colocar as casinhas onde elas dormem no alto. Assim elas podem ter uma vida menos monótona e com menos estresse. Palavras chave: quati, pacing, zoológico. 86 FATORES QUE AFETAM A TAXA DE OVULAÇÃO AO FINAL DO PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) N. Bortoletto; C. F. Barbosa; I. M.Queiroz; M. Melo Junior; E.G. Diniz; R. M. Santos Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Uberlândia, Av. Pará, 1720, Campus Umuarama - Bloco 2T, CEP 38400-902 – Uberlândia, MG [email protected] A eficiência reprodutiva é um dos fatores que mais contribui para melhorar o desempenho e a lucratividade dos rebanhos leiteiros. A sincronização da ovulação e a inseminação artificial em tempo fixo têm sido usadas em bovinos visando tornar o manejo reprodutivo mais eficiente, corrigindo os problemas de falha de detecção de cio. Porém diferentes formas de estresse podem levar à falha da ovulação, um fator importante a ser considerado ao se avaliar causas de infertilidade em rebanhos leiteiros. O objetivo foi avaliar os fatores que afetam a taxa de ovulação ao final do protocolo de inseminação artificial em tempo fixo. Foram realizados 156 protocolos de IATF em 94 vacas mestiças pertencentes ao rebanho da Fazenda Experimental do Glória, da Universidade Federal de Uberlândia, no período de Maio de 2007 e Maio de 2008. Foi utilizado o seguinte protocolo: Dia 0 – aplicação de 2 mg de cipionato de estradiol + inserção de dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR); Dia 7 – aplicação de 12,5 mg de Dinoprost; Dia 9 – retirada do CIDR + aplicação de 1 mg de cipionato de estradiol. Foi observado cio após o final do protocolo, as vacas que deram cio foram inseminadas 12 horas após a detecção e as demais foram insemanadas em tempo fixo 48 horas depois. Reutilizou-se cada dispositivo de progesterona por até 2 vezes. A taxa de ovulação ao protocolo foi avaliada pela presença de corpo lúteo (CL) entre 7 e 14 dias após a inseminação, deterninada por exame ultra-sonografico. Utilizou-se o teste não paramétrico para avaliar a taxa de ovulação, foram incluídos no modelo os efeitos de dias pós-parto (DPP), presença de CL no início do protocolo, escore de condição corporal (ECC), número de re-ultilizações do CIDR e estação do ano. A taxa de ovulação ao final do protocolo foi de 90,3%. Não foi detectado efeito de DPP, presença de CL, estação do ano e uso prévio de CIDR Provavelmente não foi detectado efeito de estação do ano porque as vacas utilizadas eram mestiças, mais adaptadas ao calor. Foram detectados efeitos (P<0,05) do ECC na taxa de ovulação, com os seguintes resultados: 2,25 = 100%; 2,50 = 84,4%; 2,75 = 91,1% e 3,00 = 88,9% de taxa de ovulação. Conclui-se que o protocolo de IATF empregado no presente trabalho pode ser utilizado em vacas com ECC acima de 2,25, e que a presença de CL no início do protocolo e que a re-utilização do CIDR não comprometem os resultados de taxa de ovulação em vacas leiteiras mestiças. Palavras-chave: sincronização, progesterona, vacas de leite. 87 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E HEMATOLÓGICOS DA INFECÇÃO NATURAL POR Ehrlichia spp EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DE UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS Brito, C. S.1; Chagas, L. G. S. 2; Scherer, D. L.1; Miranda, R. L.3; Gonçalves, F. C.4; Tavares, M.5; Mundim, A. V.5 1. Residentes em Laboratório Clínico, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 2. Acadêmica em Medicina Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária – UFU 3. Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da UFU, 4. Técnico do Laboratório Clínico Veterinário-UFU 5. Docentes da Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] Parasitas e bactérias transmissíveis pelo carrapato são patógenos significantes de cães domésticos e com potencial significância para saúde pública. No mínimo cinco espécies de bactérias dos gêneros Ehrlichia e Anaplasma (E. canis, E chaffeensis, E. ewingii, A. platys e A. phagocytophilum) têm sido detectadas em cães domésticos. Ehrlichia canis é a mais freqüente em cães domésticos e tem distribuição mundial. Embora não seja considerada zoonose nos Estados Unidos, infecções humanas com E. canis ou com organismo relacionado à esta espécie foram detectadas na Venezuela. O principal vetor da E. canis é o carrapato vermelho dos cães, Rhipicephalus sanguineus. O objetivo foi avaliar alguns aspectos epidemiológicos, clínicos e hematológicos de cães portadores de mórulas de Ehrlichia sp em leucócitos de sangue periférico, os quais foram submetidos a exames no Laboratório Clínico do Hospital Veterinário em Uberlândia, Minas Gerais, no período de 14 de março de 2007 a 14 de março de 2008. A pesquisa de mórulas foi realizada em extensões de sangue obtidas de capilares marginais da orelha coradas pelo May- Grünwald-Giemsa. O hemograma dos animais portadores de mórula foi feito em contador automático (ABC Vet) e a contagem diferencial de leucócitos realizada nas extensões acima mencionadas. Os dados clínicos, sexo e idade foram obtidos dos prontuários dos animais. Dos 1777 animais pesquisados, 171 (9,62%) apresentaram mórulas de Ehrlichia sp em leucócitos, dos quais 48,54% eram machos e 51,46% fêmeas. Com relação à faixa etária, 32,75% tinham menos de 1 ano de idade, e 21,05% tinham entre 5 e 10 anos de idade. Os sintomas clínicos foram variados, sendo os mais freqüentes mucosa hipocorada e aumento de linfonodo (44,93%), apatia (43,67%), esplenomegalia (34,81%), anorexia (31,64%), vômito (29,11%), seguidos de outros sintomas. Dos cães examinados, carrapatos estavam presentes em 50,00%. Após confrontados os valores dos parâmetros hematológicos individuais dos animais estudados com valores de referência citados por Meinkoth e Clinkenbeard (2000), observou-se anemia em 77,78% dos animais, trombocitopenia (84,80%), desvio nuclear de neutrófilos para esquerda (74,27%), eosinopenia (61,99%) e leucopenia (28,65%). Entre os animais anêmicos, 51,46% apresentaram anemia do tipo normocítica normocrômica e 14,03%, anemia normocítica hipocrômica. Conclui-se que a erliquiose canina é uma patologia de importância clínica relevante em nosso meio, pela sua significativa prevalência entre a população canina, em especial, nos animais abaixo de um ano de idade, e causa alterações fisiológicas marcantes no animal, podendo levá-lo à óbito. Palavras - chave: hematologia, aspectos clínicos, erliquiose canina. 88 ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO AXILAR EM SUÍNOS DA ESPÉCIE SUS SCROFA DOMESTICUS – LINNAEUS DA LINHAGEM AG-1050. Chagas, L. G. S.1; Gomes, L. R.1; Guimarães, C. P. A.1; Hodniki, N. F.1; Santos, R. F.2; Silva, F. O. C.3; Drummond, S. S3; Severino, R. S.3 1. Acadêmicos em Medicina Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária da UFU (Universidade Federal de Uberlândia); 2. Acadêmica em Medicina Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária – UFU, 3. Docentes da UFU. [email protected]; Os nervos do plexo braquial representam um papel fundamental na inervação do membro torácico e suas lesões comprometem e interferem no desenvolvimento e manutenção das condições físicas e orgânicas ideais, causando principalmente disfunções locomotoras. Há certa dificuldade para diagnosticar ferimentos nos nervos devido ao desempenho dos testes, cooperação do paciente e falta de evidencias. Com o objetivo de determinar a origem e a distribuição do nervo axilar, foram dissecados 30 fetos de suínos Sus scrofa domesticus da linhagem “Agroceres” AG-1050, de ambos os sexos. Para o preparo do material e sua fixação, injetou-se através da aorta descendente torácica, solução aquosa de formol a 10%. O nervo axilar deriva dos ramos ventrais dos 7° e 8° nervos espinhais, sendo suas ramificações identificadas para os músculos supra-espinhal, infraespinhal, deltóide, redondo menor, cabeça lateral e longa do tríceps braquial, subescapular, redondo maior e parte cleidobraquial do braquiocefálico. Palavras-chave: anatomia, nervo, suíno 89 ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA A NA PREVENÇÃO DE MASTITE EM VACAS NO INÍCIO DA LACTAÇÃO Alves, A.C ¹.; Lima-Ribeiro A.M..C ².; Tavares, M.³ 1-Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia 2- Docente da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia 3- Docente da Faculdade de Matemática da Universidade Federal de Uberlândia [email protected] A alta prevalência de mastite em fêmeas bovinas nos rebanhos leiteiros em todo o mundo gera grandes prejuízos para a atividade, justificando-se a necessidade de pesquisas, buscando alternativas que minimizem os impactos econômicos e conseqüentemente sociais causados pela doença. No Brasil, pode-se deduzir que em função da alta prevalência de mastite nos rebanhos, possa ocorrer perda na produção de cerca de 15%. A vitamina A é um nutriente que se destaca pela suas funções na visão, no crescimento celular normal e na integridade de epitélios e mucosas. O objetivo deste estudo foi avaliar se existe relação entre a administração de Vitamina A e a incidência de mastite clínica e subclínica no pós-parto e correlacionar com resultados dos exames de Tamis, California Mastitis Test (CMT), composição do leite (teor de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e extrato seco desengordurado), acidez titulável e CCS (Contagem de Células Somáticas). Os 24 animais foram escolhidos aleatoriamente conforme a data de parição (início do 9º mês de gestação) prevista e fornecida Vitamina A (200 000 UI) injetável por via intramuscular e cápsula entérica fornecidos por via oral aos 30, 15 e 5 dias antes do parto e aos 7 dias pós-parto e feitos os testes e coletadas as amostras após 15 dias da parição. Outros 12 animais foram escolhidos aleatoriamente para compor o grupo controle, nestes animais não foi administrado nenhum componente, apenas feito o mesmo acompanhamento pós-parto e procedimentos de testes e coleta de amostras. Para comparação dos grupos a um só tempo, estabelecendo a diferença mínima significante, foi utilizado o Teste de Tukey ao nível de 5%. As variáveis: acidez titulável, teor de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e extrato seco desengordurado, analisadas não foram estatisticamente diferentes em nenhum dos grupos. Já a variável CCS foi estatisticamente significante apenas no grupo oral com média de 437 980 células/ml. Assim o grupo oral quando comparado com o intramuscular e controle não foi eficiente contra a enfermidade, uma vez que a média excedeu o valor referencial de até 200 000 células/ml, determinando a prevalência de mastite, o que pode ser explicado pela ineficiência da administração oral da vitamina A ou mesmo o stress causado nos animais deste grupo para a ingestão da vitamina. Palavras chaves: mastite, vitamina A, prevenção 90 BIOMETRIA E ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO ÓSSEO DE CÁGADOS Podocnemis expansa, SCHWEIGGER, 1812 (TESTUDES, PODOCMENIDAE) Rodrigues, T.C. S. ¹; Lima, J. C. M. P. ¹; Caetano, D. P. ¹; Gomes, D. O. ¹; Silva Junior, L. M. ¹; Marinho, A. V. ¹; Santos, A. L. Q. ¹ 1-Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres (LAPAS), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Av. Amazonas, n˚ 2245, Jardim Umuarama, Uberlândia-MG, CEP: 38405-302. [email protected] Os cágados Podocnemis expansa, conhecidos popularmente como tartaruga da Amazônia, pertencem à família Podocmenidae, sendo os maiores testudines da América do Sul. Habitam rios e lagos distribuídos pelas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Com objetivo de avaliar o padrão de crescimento destes animais, vinte e três P. expansa foram mantidas no Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres em um tanque de 3.000 litros, com temperatura constante entre 25°C e 27°C e alimentados com ração para peixes onívoros. Com auxilio de um paquímetro com precisão de 0,05 mm os animais foram medidos periodicamente durante 679 dias. Os padrões avaliados foram: o comprimento e largura da carapaça, comprimento e largura do plastrão, altura e peso. Ao final observou-se o crescimento médio de 92,98 mm do comprimento da carapaça, enquanto sua largura apresentou aumento médio de 67,99 mm. Quanto ao plastrão, obteve-se crescimento médio de 75,94 mm no comprimento e 46,99 mm na largura. A altura e peso aumentaram em média 35,05 mm e 417,07 g respectivamente. Dessa forma, tem-se que o comprimento da carapaça aumentou 250,74%, enquanto a largura da carapaça aumentou 223,77%. O comprimento do plastrão teve crescimento de 245,92%, e a largura do plastrão cresceu 215,88%. A altura aumentou 233,47% e o peso, 1122,50%. O crescimento ósseo total dos animais foi em média de 382,04%. Palavras-chave: Testudines, biometria, tartaruga da Amazônia. 91 EFEITOS DO SULFATO DE COBRE NA ULTRA-ESTRUTURA DO MÚSCULO CARDÍACO DE TILÁPIAS TAILANDESAS (Oreochromis niloticus niloticus) EM CATIVEIRO Alves, R. N.1;Waldemarin, K. C. A.2; Kalinin, A. L.3; Beletti, M. E4. 1-Instituto de Ciências Biológicas, UFU, Rua Rio Grande do Norte, 2638, apto 104, Uberlândia, cep: 38.402-016 2-Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UFSCar 3-Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UFSCar 4-Instituto de Ciências Biomédicas, UFU [email protected] O descarregamento de poluentes como produtos industriais tóxicos, resíduos de mineração e defensivos agrícolas, além do uso de algicidas no meio aquático, podem levá-lo a uma contaminação por metais pesados, resultando em um acúmulo destes nos peixes, o que representa um potencial risco, não somente a estes animais, mas também aos seus consumidores. Atualmente a piscicultura é um ramo da zootecnia em evidência no Brasil, fato relacionado à grande aptidão do país para esta atividade, ao clima adequado, e a grande disponibilidade de água, acrescido pela ótima qualidade nutricional característica de certas espécies de peixes. Dentre elas pode-se destacar a tilápia tailandesa (Oreochromis niloticu niloticus) que representa uma linhagem com melhoramento biológica e uma das espécies mais adequadas ao mercado pesqueiro nacional e mundial. Como em todo setor de crescimento lucrativo, observam-se características desenfreadas de recursos mal utilizados, o que resulta em uma maior utilização de produtos químicos para controle das enfermidades dos peixes. Entre os principais produtos utilizados em todo o mundo para o controle sanitário e de doenças em piscicultura, destacam-se: sulfato de cobre, cloreto de sódio, permanganato de potássio, azul de metileno, formaldeído, verde malaquita, triclorfon, e os antibióticos, tetraciclina, eritromicina e a oxitetraciclina. Com o objetivo de avaliar as alterações ultra-estruturais cardíacas provocadas pelo sulfato de cobre em tilápias tailandesas, utilizou-se dois grupos experimentais, sendo o Grupo I correspondente à animais controle e o Grupo II aos animais intoxicados durante 96 horas à 1ppm de CuSO4. O tecido cardíaco de ambos os Grupos foi analisado ao microscópio eletrônico de transmissão com o auxílio do programa HL Image 97. Os dados estatísticos relativos à ultra-estrutura dos animais intoxicados indicaram edema celular acompanhado por edema mitocondrial. Já as miofibrilas não apresentaram variações significativas entre os grupos. Tais resultados sugerem que o sulfato de cobre prejudica a função oxidativa mitocondrial, e conseqüentemente altera a performance cardíaca deste animal. Palavras-chave: sulfato de cobre, Oreochromis niloticus niloticus, alterações ultraestruturais. 92 ANÁLISE AO MICROSCÓPIO DE LUZ DO MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO DE TILÁPIAS TAILANDESAS (Oreochromis niloticus niloticus) SUBMETIDAS À INTOXICAÇÃO POR SULFATO DE COBRE (CuSO4) Alves, R. N1.;Waldemarin, K. C. A2.; Kalinin, A. L3.; Beletti, M. E.4 1-Instituto de Ciências Biológicas, UFU, Rua Rio Grande do Norte, 2638, apto 104, Uberlândia, cep: 38.402-016 2-Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UFSCar 3-Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UFSCar 4-Instituto de Ciências Biomédicas, UFU [email protected] Alterações significativas no desenvolvimento industrial mundial, como a crescente urbanização e o surgimento de novas tecnologias, aumentam os efeitos antrópicos sobre o ecossistema aquático e, especialmente, sobre as populações de peixes. A utilização, muitas vezes indiscriminada, de drogas na piscicultura, denota a real importância do estudo sobre os efeitos secundários que estas podem acarretar. Um dos principais compostos que tem sua aplicação amplamente difundida na piscicultura como algicida, fungicida e parasiticida, é o sulfato de cobre (CuSO4). No mundo todo, principalmente no Brasil, a tilápia tailandesa (Oreochromis niloticus niloticus) tem se destacado como o principal peixe de água doce cultivado e comercializado. Com o objetivo de avaliar as alterações morfométricas cardíacas provocadas por esta droga em tilápias tailandesas, utilizou-se dois grupos experimentais, sendo o Grupo I correspondente à animais controle e o Grupo II aos animais intoxicados durante 96 horas à 1ppm de CuSO4. O tecido cardíaco de ambos os Grupos foi analisado ao microscópio de luz com o auxílio do programa HL Image 97. Observou-se então que os animais tratados não apresentaram alterações significativas no diâmetro médio e na porcentagem de colágeno dos cardiomiócitos após quantificação estatística dos dados. Tais resultados sugerem que o sulfato de cobre não causou alterações morfológicas nos cardiomiócitos deste animal mensuráveis ao microscópio de luz. O processamento para microscopia de luz causa grande quantidade de artefatos de técnica, o que pode ter dificultado a identificação de possíveis alterações morfométricas. Palavras chave: sulfato de cobre, Oreochromis niloticus niloticus, alterações morfométricas. 93 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DA GESTAÇÃO PARA REDUZIR A DURAÇÃO DA ESTAÇÃO DE MONTA EM VACAS DE CORTE Carneiro, L. C1.; Santos, R. M2.; Rezende, E. V3.; Campos, C.C3.; . FAMEV – Faculdade de Medicina Veterinária (UFU – Universidade Federal de Uberlândia) [email protected] O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de um protocolo de inseminação artificial a tempo fixo (IATF) e do diagnóstico precoce da gestação para reduzir a estação de monta (EM) em vacas Nelore (Bos taurus indicus), bem como concentrar os nascimentos dos bezerros em uma época mais adequada do ano. Foi utilizado um rebanho de 113 matrizes da Fazenda Capim Branco, localizada em Uberlândia-MG, estas foram submetidas à avaliação de condições de escore corporal, e dividas em grupos de acordo com o dia pós-parto. Para auxiliar na redução da estação de monta foi utilizado o seguinte protocolo de IATF: no primeiro dia (D0) colocação do dispositivo intravaginal contendo progesterona (CIDR®) e uma injeção de cipionato de estradiol (0,5 ml, ECP®, intramuscular,). No sétimo dia (D7) apenas as vacas que apresentavam corpo lúteo no D0 receberam uma injeção de prostaglandina (PGF2α, 2,5 ml, Lutalyse® intramuscular). No nono dia (D9), foi retirado o CIDR®, e os animais foram tratados novamente com ECP® (0,5 ml, intramuscular) e foi feita remoção temporária dos bezerros por 48 horas. Depois de 48 horas no D11, as vacas foram submetida à inseminação com o sêmen do mesmo touro. A utilização de um protocolo de IATF, diagnóstico precoce e um manejo intensivo melhoraram o desempenho dos animais. A estação de monta reduziu de 149 dias para 105 dias, com isso melhorou-se a atividade reprodutiva do rebanho, e haverá concentração de nascimento de bezerros em época mais propícia do ano. Palavras chave: Atividade Reprodutiva, Sincronização, Protocolo. 94 EFEITO ACARICIDA DA MISTURA OXIGÊNIO-OZÔNIO SOBRE LARVA INGURGITADA DE Rhipicephalus sanguíneus. Silva, T. L*.; Szabò, M. P. J.; Garcia, C. A.; Olegário, M. M. M.; Castro, I. P.; Souza, M. A.; *Tathiane de Lima Silva – Graduanda da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] O Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806), um carrapato cosmopolita, é, provavelmente, o ixodídeo de mais ampla distribuição do mundo (Pegram et al., 1987). Dadas a ampla disseminação do R. sanguineus pelo mundo, sua capacidade em desenvolver infestações intensas em pouco tempo no cão e possibilidade de veiculação de agentes infecciosos para o cão e o homem, seu controle têm apresentado uma demanda crescente. portanto torna-se necessário o desenvolvimento de formas alternativas de controle desses carrapatos.É objetivo deste trabalho é avaliar “in vitro” o efeito da mistura oxigênio - ozônio sobre larva do carrapato Rhipicephalus sanguíineus e assim sua eficácia no controle desse parasito. As larvas foram expostas ao ozônio em três tempos diferentes, de 15, 30 e 45 minutos, além do grupo controle que foi mantido nas mesmas condições exceto pela exposição ao ozônio. Em cada um dos grupos teste e o grupo controle foram usados um n de 100 larvas. Os carrapatos foram alimentados em coelhos e posteriormente acondicionados em caixa de aço inoxidável adaptada para este fim e conectada, via mangueira de silicone, a um gerador de ozônio com capacidade de produção de 0,014 g/o3/hora ou 0,00023 g/o3/minuto, alimentado por ampola de oxigênio com 99,5% de pureza, com pressão de 3,5 kgf/cm2 e fluxo de 5 litros/minuto, durante 15, 30 e 45 minutos de exposição direta à mistura oxigênio – ozônio. O grupo que obteve maior porcentagem de recuperação foi o grupo controle, e o que obteve pior resultado foi o teste de 30 minutos. A porcentagem de muda ou porcentagem de ecdise também teve essa mesma ordem de resultados, sendo que o tempo de maior exposição (45 minutos) teve um resultado intermediário entre o tempo de 15 minutos e o tempo de 30 minutos. Os resultados obtidos demonstram que a utilização de ozônio sobre as larvas do carrapato Rhipicephalus sanguineus teve influência em sua porcentagem de ecdise e portanto sugere uma possibilidade alternativa de acaricida, porém deve ser levado em consideração os percentuais obtidos, pois os resultados não tiveram diferença significativa. Palavras chave: Carrapato, cão doméstico, carrapaticida. 95 USO DO GRÃO DE MILHETO COMO FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA NO CONCENTRADO DE VACAS LEITEIRAS Cunha, K.A.R¹; Benedetti, E² 1 – Aluna de Graduação em Veterinária – FAMEV/UFU 2 – Professor Doutor Titular da FAMEV/UFU [email protected] O milheto (Pennisetum glaucum) é uma forrageira de clima quente, altamente adaptado a clima seco e com presença de veranicos. Tolerante a solos pouco férteis, arenosos, por isso interagindo-se bem com solos do Cerrado. Outra característica da planta é suportar baixos índices de chuvas devido ao seu sistema radicular profundo, que permite o alcance de água e de nutrientes para sua sobrevida. O objetivo deste trabalho foi substituir totalmente o milho pelo milheto em concentrados iso protéico-energéticos, para vacas em lactação. Fizeram parte das pesquisas 12 vacas mestiças em lactação, após o pico de lactação, entre a 2° e 3° crias. As produções leiteiras eram de 17kg/vaca/dia a 20,8kg/vaca/dia, com média de 18, 5kg/vaca/dia. Os dias de lactação eram entre 93 a 146 dias, com média de 129,5 dias em lactação. Os animais eram confinados, no período de 88 dias, recebendo volumoso, 40 kg/animal/dia e 4,0kg de concentrado/animal/dia. O concentrado era iso protéico-energético, sendo o milho substituído pelo milheto em 33%, 66% e 100%. Estes constituíram os tratamentos, distribuídos em quatro lotes, com três animais cada. A colheita das amostras de leite era diária e estas encaminhadas para análises dos constituintes: gordura e proteína; media-se também a produção, três vezes por semana. O ganho de peso dos animais era acompanhado, com pesagem no inicio do experimento e a cada 28 dias. O Quadrado Latino Randomizado foi aplicado como delineamento experimental. A análise de variância foi realizada, com testes de médias NSK, em nível de 5% de significância. No tratamento com 100% milho obteve-se teores de gordura de 3,55%, de proteína 3,02% e de extrato seco de 12,30%; a produção média de leite foi de 16,45 kg ao dia e a média de peso foi de 501,0 kg. Quando a base da alimentação foi de 66% milho, a gordura foi de 4,25%, a proteína 3,17% e o extrato seco atingiu 11,80%, a produção média de leite foi de 16,0kg ao dia e o peso de 506,0kg. O terceiro tratamento onde se usou 33% milho os dados obtidos para gordura, proteína e extrato seco, respectivamente foram, 3,91%, 3,14% e 12,94%, já os níveis médios de produção de leite ficaram em 16,0kg ao dia e 489kg de peso médio do lote. No quarto e último tratamento, 100% milheto, os resultados foram bem semelhantes aos demais. A gordura foi 4,56% (CV=11,19%), proteína, 3,65% (CV=6,23%) e o extrato seco, 13,13% (CV=6,84%); a produção média leiteira por dia e o peso médio dos animais foram de 16,12kg (CV=11,93%) e 500,0kg (CV=2,57%), respectivamente. Conclui-se que o milheto pode substituir o milho na alimentação de vacas em lactação sob confinamento, reduzindo o custo do concentrado pelo menor valor do milheto. Palavras chave: milheto, nutrição de ruminantes, vacas em lactação, concentrado. 96 ATIVIDADE EDUCACIONAL PARA CRINÇAS DA SÉRIE INTRODUTÓRIA CONHECEREM OS ANIMAIS Ferreira, F.S.¹*; Araújo, C. E¹.; Lima-Ribeiro, A.M.C.² 1-Graduandas do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia e Bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET) Institucional da Faculdade de Medicina 2-Professora Doutora do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia e tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) Institucional da Faculdade de medicina Veterinária [email protected] O trabalho foi realizado na Escola Municipal Otávio Batista Coelho Filho, e contou com a colaboração da Supervisora e Pedagoga Nice Martins e da professora de Ciências da série introdutória Antônia Divina de Oliveira Faria. Foi incluído no planejamento da professora uma palestra de graduandos em Medicina Veterinária intitulada “Conhecendo os Animais”, em que as graduandas puderam demonstrar o conhecimento adquirido no seu curso de maneira simplificada e útil para a comunidade infantil. Pesquisas comprovam que a criança que convive com animais, é mais afetiva, repartindo as suas coisas, é generosa e solidária, demonstra maior compreensão dos fatos, é crítica e observadora, se sensibiliza mais com as pessoas e as situações. Apresenta autonomia, responsabilidade, preocupação com a natureza, com os problemas sociais e desenvolve boa auto-estima, também relaciona-se com desembaraço com os amigos, tornando-se mais sociável, cordial e justo, sabendo respeitá-los. Por isso a importância de se trabalhar com animais no Ensino Fundamental, despertando o interesse das crianças pra com os mesmos. Os objetivos das alunas da Medicina Veterinária foram ajudar os alunos de 6 anos, matriculados na série introdutória (antigo pré de 6 anos) a reconhecer diferentes espécies animais, conhecer o modo de alimentação de diferentes animais, sensibilizar e responsabilizar a criança para o cuidado pelos animais e compreender a importância dos animais no seu cotidiano. Foi utilizada uma apresentação em data show com muitas figuras de animais que iam aparecendo enquanto uma das alunas falava sobre o tema. Os alunos que assistiram a palestra aumentaram significativamente seu rendimento escolar e seu interesse pelas aulas que falavam sobre animais. Foram realizadas palestras em outras séries por outros alunos da graduação e segundo a professora a série que mais demonstrou interesse pelo tema foi a introdutória. Visto que houve um aumento do rendimento escolar dos alunos e uma maior atenção nas aulas pode-se concluir que o trabalho foi muito proveitoso para os alunos e para a professora, tornando o aprendizado mais fácil. E isto faz com que as graduandas tenham a intenção de continuar o projeto. Palavras Chave: ensino, animais, crianças.