avaliação de impacto dos hábitos alimentares na predisposição à

Propaganda
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA
PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
Cleuza Maria Dias Martins - UEPG
Mary Ângela Teixeira Brandalise - UEPG
INTRODUÇÃO
As políticas nutricionais constituem instrumentos para direcionar as ações voltadas
à garantia da qualidade dos alimentos disponíveis para consumo no país, à promoção de
práticas alimentares saudáveis e ao controle dos distúrbios nutricionais. Entre eles, a obesidade
infantil pode ser incluída como um sério problema de saúde pública, que acomete todas as
camadas sociais da população brasileira. Constitui um sério agravo para a saúde atual e futura
dos indivíduos, cujas consequências negativas são discutidas na literatura científica.
Considerando a gravidade da situação que se apresenta e a tendência crescente do
problema em nosso meio, a prevenção da obesidade caracteriza-se como uma maneira racional
para diminuir as incidências das doenças crônicas não transmissíveis, e reduzir as despesas
do governo com atenção à saúde.
Conforme Cyrino e Nardo Júnior, (1996) as mudanças no estilo de vida acarretaram
modificações nos padrões de comportamento e nos hábitos alimentares da população. Esses
fatores, associados ao sedentarismo, têm sido apontados como os principais responsáveis
pelas crescentes prevalências de sobrepeso e obesidade em nosso país. “O padrão de consumo
alimentar atual está baseado na excessiva ingestão de alimentos de alta densidade energética,
ricos em açúcares simples, gordura saturada, sódio e conservantes, e pobres em fibras e
micronutrientes”. (BRASIL, 2006, p. 19)
A obesidade infantil está associada a inúmeras consequências adversas e ocorre em
decorrência dos hábitos e padrões alimentares presentes durante a fase de desenvolvimento
da criança. As evidências mostram um aumento significativo da obesidade, na faixa etária
de 6 (seis) a 12 (doze) anos em todas as regiões industrializadas, principalmente nas zonas
urbanas das grandes cidades. Estudos mostram também que crianças obesas têm maior
probabilidade de se tornarem adultos obesos.
Já na infância é possível perceber as complicações da obesidade, daí a importância de um
diagnóstico precoce e ações de intervenção para que as consequências possam ser minimizadas
no futuro, considerando as características de sua evolução e as alterações metabólicas que
normalmente estão associadas.
O comportamento alimentar de um indivíduo corresponde a todas as práticas
alimentares, desde a seleção, aquisição, conservação, preparo e consumo dos alimentos.
Este comportamento normalmente “tem suas bases fixadas na infância, transmitidas pela
família, sustentadas pela tradição, crenças, valores e tabus que passam através das gerações.”
(MOTTA; BOOG, 1984, p.19) Percebe-se que o comportamento alimentar dos indivíduos
é construído nas relações sociais, primeiramente com a família e depois, na escola. Embora
os hábitos alimentares estejam arraigados nas práticas familiares, a escola é um espaço
importante de socialização e de construção do conhecimento do cidadão crítico. Portanto,
constitui um espaço privilegiado, e a intervenção precoce no processo de formação por meio
de ações educativas pode influenciar de maneira positiva na formação dos hábitos alimentares,
capazes de favorecer as escolhas mais saudáveis no âmbito individual e que sejam compatíveis
com a promoção da saúde.
Capítulo 5 - saúde
533
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
As práticas vivenciadas coletivamente por crianças, professores e funcionários
oportunizam uma troca de experiências e aprendizados. Cabe aqui também evidenciar a
importância do papel do professor no processo de construção de hábitos alimentares saudáveis,
pois, além de ter um contato mais próximo com os alunos, está envolvido na realidade
sociocultural de cada um e exerce influência na tomada de decisões por parte dos alunos.
(VARGAS; LOBATO, 2007)
As ações das políticas nacionais caminham no sentido de estabelecer diretrizes para
a prevenção e controle da obesidade infantil com objetivo de reverter o quadro ascendente
das doenças crônicas não transmissíveis, presente no contexto nacional. Nos últimos anos
houve um avanço por parte do Estado no sentido de implementar medidas com objetivo de
garantir o acesso à alimentação adequada, que é um direito humano e constitui-se no próprio
direito à vida e à cidadania. As medidas também incluem o direito à informação como parte
indissociável do processo decisório. É com base nesta concepção que a Escola está caminhando
para a construção de modos de vida que tenham como meta principal a promoção da saúde
e a prevenção de doenças.
Observando a magnitude das diretrizes das políticas nutricionais evidencia-se a importância da avaliação das ações que estão sendo desenvolvidas no sentido de
acompanhamento e reorientação do planejamento, com uma perspectiva proativa em busca
da eficiência, eficácia, efetividade e relevância social.
Este estudo, desenvolvido através da metodologia de avaliação de impacto visa
identificar se a prática da alimentação saudável na escola está produzindo os efeitos
esperados, ou seja: se proporcionando condições às mudanças proativas em relação aos hábitos
alimentares, efetivando uma condição essencial para a prevenção da obesidade infantil e,
consequentemente, é capaz de contribuir com a promoção da saúde. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi desenvolvida no ano de 2008, no Centro de Atenção Integral à Criança
e ao adolescente (CAIC) Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha, órgão suplementar da
Universidade Estadual de Ponta Grossa, centro educacional que oferta educação básica nas
modalidades de Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Para o desenvolvimento do trabalho foi escolhido o segmento de Educação Infantil
no qual estão matriculados 78 alunos com faixa etária entre 4 (quatro) e 5 (anos), e está
estruturada da seguinte forma:
- 2 turmas de Pré I (37 alunos), com crianças de 4 anos;
- 2 turmas de Pré II (41 alunos), com crianças de 5 anos.
Os sujeitos da pesquisa foram os alunos da Educação Infantil, mães e professoras.
Para a investigação adotou-se uma abordagem de pesquisa qualitativa, na modalidade
de pesquisa descritiva. Os procedimentos utilizados foram: análise documental e questionários
com questões fechadas, abertas e mistas.
Através do cálculo do índice de massa corporal, (IMC) obtido a partir dos registros
de peso e estatura dos alunos, identificou-se 16% de casos de sobrepeso e 11% de casos de
obesidade entre os alunos do Pré I, e 7% de casos de sobrepeso entre os alunos de Pré II.
Foram entregues 78 (setenta e oito) questionários às mães, 4 (quatro) para as professoras
e 63 (sessenta e três) para os alunos. Responderam ao questionário 60% das mães, 100% das
professoras e 100% dos alunos presentes. As informações coletadas nos questionários foram
tabuladas e organizadas em planilhas específicas para cada grupo de registros.
534
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Na leitura, interpretação e análise dos depoimentos procurou-se identificar as ideias
principais, os conceitos e significados expressos nas falas dos sujeitos pesquisados, para
apreensão do pensamento coletivo, analisadas à luz do referencial teórico do discurso do
sujeito coletivo. Assim, uma resposta pode conter uma ou mais expressões-chaves e ideias
centrais, possibilitando-se perceber a essência de cada ideia contida no depoimento, e,
consequentemente, dando sentido aos discursos coletivos gerados.
As respostas analisadas foram agrupadas conforme sua similaridade, considerando-se
as categorias ou ideias centrais da coletividade, formando assim os discursos relativos a:
- Como é a alimentação da criança.
- Percepção das mães e das crianças sobre alimentação saudável.
- Hábitos de vida das crianças e de seus familiares.
-Influência da propaganda nas preferências alimentares das crianças e preocupação
com o uso de industrializados.
- Estratégias utilizadas durante as refeições.
- Influência da escola na formação de hábitos alimentares das crianças.
- Aspectos não abordados no questionário que foram colocados pelas mães.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As informações obtidas através das respostas dos sujeitos pesquisados possibilitaram
a identificação de alguns fatores que predispõem à obesidade e de que forma a prática da
alimentação saudável e o convívio com o grupo em escola de período integral interferem na
formação de bons hábitos alimentares.
A seguir, apresenta-se a percepção dos sujeitos da pesquisa de acordo com os tópicos
investigados e os comentários relativos a cada um deles.
1 - Como é a alimentação da criança
Em relação ao aleitamento materno verificou-se que 85% das crianças foram
amamentadas, e destas:
- 40% por um ano ou mais.
- 42,5% de seis meses a um ano.
- 17,5% do nascimento aos seis meses.
A literatura indica que a substituição do leite materno pode levar à superalimentação
dos bebês, favorecendo a obesidade.
Quanto ao número/tipo de refeições diárias feitas pelas crianças observamos os seguintes
resultados:
- 87% das crianças costumam fazer o desjejum;
- 38% das crianças costumam fazer a merenda;
- 96% das crianças costumam almoçar;
- 86% das crianças costumam lanchar;
- 87% das crianças costumam jantar;
- 6% das crianças costumam fazer a ceia.
Capítulo 5 - saúde
535
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
O Ministério da Saúde recomenda, de acordo com as diretrizes da alimentação saudável
para crianças, que as mesmas recebam, pelo menos, três refeições principais e dois lanches
intermediários.
As investigações mostram que algumas crianças não recebem as refeições principais
(desjejum, almoço e jantar), e este aspecto pode comprometer a qualidade da alimentação,
pois, ao suprimir algumas refeições, a adequação da proporção de nutrientes ao longo do dia
fica comprometida, além de prejudicar a formação de bons hábitos alimentares.
Quanto aos grupos/tipos de alimentos consumidos pelas crianças e suas frequências
destaca-se que:
a) Em relação ao consumo de alimentos do grupo dos cereais (arroz, trigo, milho,
pães, massas, batata, mandioca etc.) 15% dos entrevistados não responderam ao
questionário, 6,5% responderam que a criança consome apenas uma vez ao dia,
36% responderam que consome duas vezes ao dia, e os demais consomem de três
a cinco vezes. Conclui-se que as crianças que ingerem apenas uma ou duas vezes
ao dia, mesmo que as quantidades totais atinjam as quotas recomendadas, não é
possível adequar as proporções dos nutrientes.
b) Para o grupo das leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico), os resultados
obtidos foram os seguintes: 68% dos entrevistados consomem diariamente, uma ou
duas vezes ao dia, 23,5% consomem de vez em quando e 8,5% não consomem.
Para este grupo a recomendação diária corresponde a duas porções, e as crianças
que consomem diariamente podem atingir as quotas necessárias.
c) Os resultados obtidos para o grupo do leite e derivados (iogurte, coalhada, queijo)
foram os seguintes: 4% dos entrevistados não responderam corretamente, 60%
indicaram consumo diário, sendo de uma a quatro vezes ao dia, 34% consomem
de vez em quando, de uma a quatro vezes na semana e 2% não consomem.
Este grupo de alimentos deve contribuir com três porções diárias para a alimentação
do pré-escolar. O percentual de crianças que não ingere diariamente é relativamente
elevado, e a falta de alimentos deste grupo pode levar a uma carência da de cálcio.
d) Para o grupo da carne e ovos (carne bovina, suína, frango, peixes e outras)
verificou-se que 68% das crianças consomem diariamente, destes 43% consomem
duas vezes ao dia, 21% consomem uma vez, e 36% não responderam. Consomem
de vez em quando 30% das crianças, de duas a quatro vezes por semana e 2% não
consomem alimentos deste grupo. A recomendação diária para este grupo é de
duas porções.
e)O consumo de alimentos do grupo dos legumes e verduras mostrou que 36% das
crianças consomem diariamente, 51% consomem de vez em quando e 13% não
consomem. A recomendação diária para este grupo é de quatro porções ao dia.
f) Em relação ao consumo de frutas, os resultados obtidos foram os seguintes: 40,5%
das crianças consomem diariamente, 55,5% consomem às vezes e 4% não consomem.
Para este grupo recomenda-se a ingestão de cinco porções diárias.
O consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras irá acarretar carência
de micronutrientes (vitaminas e elementos minerais) e fibras. Esses elementos
representam papel importante nas fases de crescimento e desenvolvimento.
g) Para o consumo de lanches (pizza, sanduíches, salgadinhos fritos e outros), observou-se que 15% dos entrevistados consomem diariamente, 83% de vez em quando e
2% não têm o hábito de consumir.
536
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
h) O consumo de doces concentrados: balas, pirulitos, chocolate, entre outros pelas
crianças acontece da seguinte forma: 74,5% consomem diariamente, 23,5%
consomem de vez em quando e 2% não consomem.
i) Para o item: biscoitos recheados, observou-se que 21% das crianças consomem
diariamente, 72,5% consomem de vez em quando e 6,5% não consomem.
j) Em relação aos salgadinhos de pacote, constatou-se que 2% das crianças consomem
diariamente, 89,5% das crianças consomem de vez em quando, e 8,5% não possuem
o hábito de consumir.
l) Para o item refrigerante os resultados foram os seguintes: 6,5% das crianças consomem
diariamente, 89,5% consomem de vez em quando e 4% não consomem.
m)O consumo de frituras pelas crianças corresponde a: 8,5% consomem diariamente,
89,5% consomem de vez em quando e 2% não consomem.
Para os alimentos dos itens g até m, a recomendação é que devem ser consumidos com
moderação. Não existe quota diária para estes produtos. Em relação à amostra pesquisada
percebe-se um consumo diário mais elevado de doces concentrados, biscoitos recheados e
frituras.
A partir destes resultados foi possível identificar alguns problemas relacionados à
alimentação dos pré-escolares, principalmente o elevado percentual de crianças que não ingere
alimentos do grupo do leite e derivados, frutas, legumes e verduras e também as evidências
de consumo frequente de alimentos não recomendados, principalmente doces, biscoitos
recheados e frituras.
2
Percepção das mães e das crianças sobre alimentação saudável
Foram agrupadas nesta categoria as percepções das mães e das crianças sobre alimentação
saudável. As mães afirmaram em seus depoimentos:
Uma alimentação adequada é fundamental para a saúde e importante para o
desenvolvimento da criança, para o bom funcionamento do intestino e para a manutenção
do peso adequado. A alimentação deve ser equilibrada, variada, rica em fibras e sem
produtos industrializados. Deve incluir carne, arroz, feijão, leite, cereais, ovos peixes,
leguminosas, suco natural, frutas e verduras diariamente. Significa ingerir alimentos ricos
em ferro, vitaminas, proteínas em quantidade suficiente salgadinhos, doces e guloseimas
devem ser consumidos de vez Significa consumir de acordo com a pirâmide alimentar.
Significa que todas as refeições nos horários certos, os alimentos devem se, além disso, as
refeições devem ser bem preparadas para o prazer ao se alimentar... . ‘’mas, hoje existem
tantos produtos a saúde e são os que as crianças mais gostam. E também publicidade em
torno dos alimentos industrializados.
Analisando a fala das mães, percebe-se que as mesmas possuem informações corretas
sobre a alimentação adequada para seus filhos, do ponto de vista de quantidade e qualidade,
e inclusive sob aspectos de higiene. Outro aspecto interessante, depreendido da fala das
mães, é o que demonstra a preocupação com a grande oferta de produtos não saudáveis, com
a publicidade em torno dos alimentos industrializados e a influência sobre as preferências
das crianças. A observação dessas mães vem ao encontro com a opinião de especialistas que
afirmam que a publicidade de determinados alimentos ricos em calorias contribui para um
ambiente que favorece a obesidade.
Para as crianças foi solicitado que identificassem os alimentos que não fazem bem à
saúde e os resultados foram os seguintes:
- 9,5% das crianças não entenderam a pergunta.
- Daqueles que entenderam, 89% identificaram o pirulito, 79% identificaram o
biscoito recheado e 60% identificaram a batata frita e o refrigerante.
Capítulo 5 - saúde
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Gestão de Políticas Públicas no Paraná
TABELA 1 - Percepção dos alunos do Pré I e Pré II sobre os alimentos que não
são saudáveis
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
Percebe-se que as crianças têm noções sobre os alimentos que não são recomendados
para consumo diário.
3
Hábitos de vida das crianças e de seus familiares
Foram pesquisados alguns hábitos de vida das crianças e de seus familiares, que podem
favorecer a obesidade.
A primeira pergunta refere-se ao costume de assistir à televisão nos horários de refeições
e obtivemos a seguinte resposta: 23% das mães responderam que sempre assistem, 66%
assistem às vezes e apenas 11% não têm o hábito. A televisão pode tirar a atenção da criança
à comida, e contribuir para a obesidade por dar chance a lanches impróprios.
GRÁFICO 1 - Hábito das famílias dos alunos pesquisados de assistir à televisão
nos horários das refeições
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
538
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
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Em seguida, foi indagado se as famílias possuem o hábito de substituir o jantar por
lanche, e o resultado foi o seguinte: 21% das famílias sempre substituem; 68% substituem
às vezes, e 11% nunca o fazem.
GRÁFICO 2 - Hábito das famílias dos alunos pesquisados de substituir o jantar
por lanche
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
Geralmente os lanches são constituídos por alimentos ricos em calorias e gorduras e
pobres em fibras, vitaminas e minerais, que favorecem a obesidade. Em relação ao tipo de lazer
preferido pelas crianças verificou-se que a grande maioria prefere brincadeiras ou atividades
sedentárias em relação àquelas, que exigem um gasto energético mais elevado, hábito que
favorece a obesidade.
GRÁFICO 3 - Tipo de lazer preferido pelas crianças pesquisadas
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
Capítulo 5 - saúde
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Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Quanto ao hábito de ingerir alimentos fora dos horários de refeições: “beliscar”, 62%
das mães responderam que os filhos possuem o hábito, e 38% não costumam fazê-lo. Este
hábito pode prejudicar as refeições principais, principalmente se forem consumidos alimentos
com alto valor calórico.
4
INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA NAS PREFERÊNCIAS ALIMENTARES E
PREOCUPAÇÃO COM O USO DE INDUSTRIALIZADOS
Perguntado às mães se os filhos demonstram preferência por alimentos que são
anunciados na televisão ou por aqueles com rótulos de personagens infantis ou brindes, e a
resposta foi sim: para 79% das crianças, e não: para 21%.
O resultado confirma a influência da propaganda como um fator de grande impacto sobre
as preferências alimentares, levando as crianças a consumirem alimentos e bebidas com alto
valor calórico e baixo valor nutritivo. Essa também é uma prática que favorece a obesidade.
GRÁFICO 3 - Preferência das crianças pesquisadas por alimentos que são
anunciados na televisão ou por aqueles com rótulos de personagens infantis ou
brindes
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
5
ESTRATÉGIAS UTILIZADAS DURANTE AS REFEIÇÕES
Perguntamos às mães o que elas fazem quando as crianças se recusam a fazer uma
refeição, e as estratégias utilizadas por elas são as seguintes:
- 18% das mães deixam que a criança fique sem comer até a próxima refeição.
- 15,5% das mães prometem algo para que a criança coma tudo.
- 29% das mães forçam a criança a comer.
- 35,5% das mães deixam que o filho escolha outra opção para que não fique com
fome.
540
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
- 2% das mães conversam com o filho.
Perguntamos também às professoras qual o procedimento adotado na escola para
incentivar a criança a fazer as refeições. Elas responderam que,
às vezes, é necessária uma intervenção no sentido de insistir para que as crianças provem
o alimento, porém alguns se recusam a experimentar. Estimulamos, mas não forçamos
a criança a comer.
Verifica-se que algumas práticas adotadas pelos pais não são aconselhadas, pois forçar
a criança a ingerir alimentos contra a sua vontade reforça hábitos indesejados em longo prazo
e leva a criança a sentir aversão ao alimento que foi forçada a ingerir.
Oferecer prêmios como recompensa pelo seu comportamento implica aprendizagem
por condicionamento. A criança aprende que para ganhar algo terá que comer tudo. Este é
um comportamento difícil de ser modificado no futuro.
A melhor prática é conversar com a criança e incentivá-la a experimentar.
6
INFLUÊNCIA DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES DAS
CRIANÇAS
Para a análise deste tópico foram consideradas as opiniões das crianças, das mães e
das professoras. Perguntamos às crianças o que elas acham da alimentação da escola e os
resultados foram os seguintes:
Para os alunos do Pré I (4 anos), 94% responderam que gostam e 6% que não gostam.
Para os alunos de Pré II (5 anos), 97% responderam que gostam e 3% que não gostam.
GRÁFICO 4 - Percepção das crianças pesquisadas do Pré I sobre a alimentação
fornecida na escola
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
Capítulo 5 - saúde
541
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
GRÁFICO 5 - Percepção das crianças pesquisadas do Pré II sobre a alimentação
fornecida na escola
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
As mães foram indagadas sobre o que os filhos falam sobre a alimentação da escola, e
pôde-se verificar nos depoimentos que 77% dos alunos dizem que gostam, 4% dizem que não
gostar e 19% não comentam em casa. Outra questão feita às mães solicitava a opinião sobre
a alimentação que é servida na escola e verificamos que 71% das mães consideram ótima,
24,5% consideram boa e 4,5% a consideram regular. Para esta questão as mães declararam:
É ótima porque as crianças aprendem a comer coisas diferentes, que normalmente se
recusam a comer em casa. É acompanhado por nutricionista e as crianças se alimentam
corretamente. É bem variada,colorida e balanceada. Têm frutas, verduras e é servida nos
horários certos. Sei que a manipulação dos alimentos é adequada, o cardápio balanceado
e as refeições são servidas no horário padrão. Em casa nem sempre é assim. É ótima
porque eles ensinam as crianças a comer todos os tipos de verduras que às vezes a gente
não consegue fazer com que eles comam. Em casa só querem leite com nescau. É ótima
porque na escola ele convive com outras crianças e aprende a comer com os colegas.
Às vezes minha filha comenta que prefere as refeições da escola porque é diferente, em
casa é sempre a mesma coisa. Não sei o que é servido todos os dias, mas acredito que é
o que a criança precisa para crescer com saúde, já que o cardápio é elaborado por uma
nutricionista. Meu filho comenta sobre o que é servido na escola e em casa pede as mesmas
coisas. Meu filho comenta que gosta muito, portanto para mim é ótima. Poderiam fazer
a comida com verduras camufladas. É regular porque às vezes são servidos sopa e cereais
nos dias quentes e chá e biscoitos nos dias frios. No inverno são servidas frutas geladas.
Considero que o chá e o pão com margarina não são muito nutritivos.
A escola proporciona um cardápio com os elementos essenciais para o crescimento e
desenvolvimento das crianças. A aceitação do mesmo é um fator determinante para que a
escola venha contribuir com a promoção da saúde.
A avaliação com os alunos mostra que a alimentação escolar tem ótima aceitação, e a
avaliação das mães confirma a fala de seus filhos. Dessa forma, concluímos que a alimentação
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AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
escolar contribui de forma efetiva para a formação de bons hábitos alimentares e para a
promoção da saúde.
Questionadas se houve alguma mudança nos hábitos alimentares de seus filhos depois
que começaram a frequentar a escola, as mães responderam que 34% melhoraram muito,
36% melhoraram um pouco e 30% que não houve mudança.
GRÁFICO 6 - Percepção das mães sobre a mudança de hábitos alimentares nas
crianças após ingresso na escola
Fonte: Questionário da pesquisa. Ponta Grossa, 2008.
Através da avaliação do impacto da alimentação escolar na formação dos hábitos
alimentares, confirma-se a hipótese de que a escola contribui de forma efetiva. Os dados
comprovam que a alimentação escolar provocou mudanças positivas no comportamento
alimentar da grande maioria das crianças.
Quanto à contribuição da alimentação escolar para o bom desempenho das crianças
em sala de aula as professoras declararam que
Uma alimentação saudável é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças;
quando a criança não está bem alimentada fica sem vontade e sem disposição, e muitas
vezes, em casa ela não recebe uma boa alimentação. Exceto quando não querem comer
o proposto e ficam sem se alimentar, por se tratar de escola em período integral deveria
ter algo alternativo, especialmente na Educação Infantil.
As observações das professoras são importantes para rever as ações e redirecionar alguns
pontos para que as mudanças positivas possam ser incorporadas por um grupo ainda maior
de crianças na escola.
Quanto à influência do convívio com os colegas na escola para a aceitação das refeições,
as professoras afirmam que sim para a maioria das crianças e comentam que,
Capítulo 5 - saúde
543
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Quando a criança vê os colegas comendo algo que ela não gosta fica motivada a
experimentar; os colegas que se alimentam melhor estimulam os que não querem
comer. O grupo junto alimenta-se melhor. O exemplo da professora também incentiva a
alimentação da criança.
Aqui se percebe com clareza que as mudanças ocorrem pela combinação das ações
dentro de um determinado contexto, no caso o espaço escolar.
Foi investigado também se na prática a professora percebe algum avanço no hábito
alimentar das crianças após o trabalho de educação alimentar em sala de aula. Elas afirmam
que
É possível perceber alguns avanços. No início tem criança que não gosta de nada e não sabe
se alimentar sozinha. O incentivo é muito importantepara que as crianças se alimentem
bem e experimentem novos alimentos. A ajuda dos pais em casa também contribui. É
um trabalho em longo prazo.
Ainda, questionado às professoras de que forma o ambiente escolar pode contribuir
para que as crianças tenham uma alimentação adequada, as falas mostraram que
O ambiente escolar pode contribuir através da oferta de um cardápio variado, com
alimentos nutritivos, incluindo frutas, legumes, verduras cereais, em horários certos. Além
disso, rever alguns itens do cardápio na medida do possível para priorizar alimentos que
sejam mais aceitos pelas crianças e que sejam saudáveis.
A observação das professoras confirma a afirmação de Motta e Boog, (1984) que
coloca a informação como uma condição necessária, mas não suficiente quando trabalhado
isoladamente; existem ouros fatores que influenciam o comportamento alimentar, pois fazem
parte da história do indivíduo, da sua família e do seu grupo de convívio.
7
ASPECTOS NÃO ABORDADOS NO QUESTIONÁRIO QUE FORAM COLOCADOS
PELAS MÃES
Quando solicitadas a fazer comentários livremente sobre a alimentação das crianças
algumas mães fizeram as seguintes colocações:
Gostaria de receber mais informações sobre o cardápio da escola. Não é cobrado que a
criança consuma todos os alimentos da escola (fica a critério da criança). Acho legal a
introdução de frutas na sobremesa do CAIC, a criança acaba adquirindo o hábito de
ingerir as mesmas.
Algumas dúvidas em relação ao comportamento alimentar do filho em casa e perguntam
como fazer a criança alimentar-se melhor, e outras disseram que sempre ensinaram os
filhos a comer alimentos saudáveis e evitar guloseimas. Uma das mães disse que sempre
incentiva o filho a brincar e não ficar apenas assistindo à televisão.
São aspectos apontados que possibilitam planejar atividades relacionadas à divulgação
do trabalho desenvolvido na escola quanto à alimentação fornecida e também atividades
relacionadas à orientação dos pais/ mães quanto à forma adequada de cuidar da alimentação
de seu filho.
Assim, na análise da fala das mães percebe-se que a alimentação da criança apresenta-se como um assunto de grande importância que expressa a preocupação com a qualidade e
quantidade de alimentos ingeridos pelos seus filhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A crescente prevalência da obesidade infantil que se apresenta em nosso país
constituindo-se em uma ameaça à saúde e ao desenvolvimento desses grupos, e o fato de
544
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA PREDISPOSIÇÃO À OBESIDADE INFANTIL
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
exercer uma atividade profissional que se insere nesta temática, de Alimentação e Nutrição,
motivou o desenvolvimento desta investigação.
A busca da compreensão dos fatores que podem predispor à obesidade entre os alunos
da pré-escola culminaram com o objetivo que norteou o desenvolvimento desta pesquisa:
identificar se os hábitos alimentares e estilos de vida dos alunos e seus familiares contribuem
para o controle e a prevenção da obesidade.
A análise dos depoimentos que refletem as práticas familiares em relação aos hábitos
alimentares e estilos de vida mostrou que no cotidiano familiar existem situações que favorecem
a obesidade. Divergências entre o que é ingerido pelas crianças e as recomendações do
Ministério da Saúde foram constatadas no desenvolvimento desta investigação. No ambiente
familiar alguns alimentos que contêm nutrientes essenciais não fazem parte da alimentação
diária de algumas crianças, enquanto outros, que não são recomendados por possuírem altos
teores de açúcar e gorduras, são consumidos com maior frequência.
Com o estudo ficou evidenciado que as mães têm conhecimentos básicos de nutrição,
e, mesmo assim, muitas práticas no contexto familiar não correspondem ao conhecimento
teórico declarado. Além disso, as atividades sedentárias prevalecem em relação àquelas, que
exigem maior esforço físico.
Entende-se que as mudanças econômicas, sociais e demográficas da modernização e
do processo de industrialização estão modificando o estilo de vida das pessoas, que passam
a consumir mais produtos industrializados em detrimento de alimentos in natura, sem se dar
conta disso, e o resultado só é percebido algum tempo depois.
Outro fator amplamente discutido pela comunidade científica da área de Saúde e
também comprovado na pesquisa, é a influência da publicidade e propaganda nas preferências
alimentares do público infantil. De um lado, a indústria alimentícia investe grandes somas
em propagandas para divulgar seus produtos, alimentos que, na maioria das vezes, são ricos
em elementos que favorecem a obesidade, mas que despertam grande interesse do público
infantil e influenciam de forma negativa os seus hábitos alimentares. Do outro, estão os
organismos internacionais que estabelecem diretrizes para a promoção da saúde e os órgãos
governamentais que, por meio das políticas públicas, estabelecem as metas a serem cumpridas
no sentido de reverter os quadros de obesidade já instalados e minimizar os prognósticos
para o futuro.
Percebe-se aqui a urgência de uma intervenção governamental no sentido de
regulamentar a propaganda e publicidade de alimentos voltados ao público infantil, tema
que já integra as discussões dos órgãos do governo, entendendo esta atitude como uma das
medidas fundamentais para a saúde, prevenção da obesidade e das doenças crônicas não
transmissíveis.
Quanto ao papel da escola na construção de hábitos alimentares saudáveis, constatou-se que a alimentação escolar tem grande parcela de contribuição e pode provocar mudanças
positivas. São pequenas conquistas que começam a consolidar-se, porém é fundamental a
participação da família para a continuidade desse processo. Com o desenvolvimento da
pesquisa percebeu-se a complexidade dos fatores ligados aos hábitos alimentares das crianças,
e suas implicações para a obesidade e/ou sobrepeso.
Parece uma questão tão simples, mas, ao mesmo tempo é tão difícil de modificar.
Apesar do conhecimento de que alimentação adequada é condição essencial para promover o
crescimento e desenvolvimento ideais e prevenir a obesidade, ainda há muito que se avançar
para atingir o objetivo de transformar esta realidade na vida das famílias brasileiras. Desta
forma entende-se que, para minimizar os efeitos de hábitos alimentares inadequados tanto
no ambiente escolar como no familiar, bem como para promoção da saúde e prevenção da
obesidade, far-se-ia necessário:
Capítulo 5 - saúde
545
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
- que os programas da Política Nacional de Alimentação e Nutrição incluam
efetivamente ações de orientação sistemática às famílias quanto às práticas
alimentares saudáveis e a prevenção de distúrbios nutricionais, para que estas possam
se organizar e se responsabilizar pelo cuidado, acompanhamento e desenvolvimento
saudável de suas crianças, incorporando novos e melhores hábitos alimentares. E
que estas ações ocupem lugar de destaque na priorização de políticas públicas de
saúde, de alimentação e nutrição e de educação;
- que haja maior eficiência, eficácia e efetividade nos investimentos do poder público
na área de saúde e nutrição, e que a avaliação sistemática constitua-se em um
importante instrumento para o alcance da metas estabelecidas para a melhoria da
saúde das crianças e suas famílias.
- que nas escolas professores e demais profissionais estejam habilitados a trabalharem
na promoção de práticas alimentares e nutricionais saudáveis junto aos escolares e
suas famílias, introduzindo nos currículos da Educação Básica, desde a Educação
Infantil, práticas curriculares envolvendo conteúdos de saúde, alimentação e
nutrição; - uma avaliação permanente da qualidade das refeições servidas nas escolas
e de seu impacto sobre o crescimento e desenvolvimento do aluno, a capacidade
de aprendizagem e o rendimento escolar;
- minimizar os índices de obesidade infantil com a oferta de uma alimentação
adequada às necessidades das crianças na escola, aliada à promoção de atividades
físicas e de educação nutricional, e complementada com ações de monitoramento
do crescimento e ganho de peso das crianças, a partir do seu ingresso na escola;
- o desenvolvimento no âmbito escolar de projetos e/ou programas especiais de
acompanhamento, orientação e avaliação de crianças com excesso de peso, com
efetivo apoio as crianças e as famílias;
- a criação de uma Política Pública de Formação Integral da Criança e do Adolescente,
estruturada com equipes multidisciplinares em educação, saúde, cultura e esportes,
desenvolvida de forma articulada entre o Ministério da Saúde e Ministério da
Educação;
- a ampliação de escolas públicas em período integral, com proposta de “atenção e
formação integral à criança”, para viabilizar a efetivação de uma educação integral
à criança, uma vez que é no contexto da prática da alimentação saudável cotidiana
que hábitos alimentares saudáveis vão sendo adquiridos, em especial, pelas relações
sociais estabelecidas no cotidiano escolar entre alunos, professores e funcionários.
Finalizando, é possível afirmar que uma alimentação adequada e equilibrada,
é condição essencial para a saúde de crianças e da população em geral, para a
formação de hábitos alimentares saudáveis, para prevenção e controle da obesidade
infantil, porém, ainda há muito que se avançar para atingir as metas estabelecidas
na Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Dada a complexidade da temática
desta investigação, aos fatores ligados aos hábitos alimentares das crianças, e suas
implicações para a obesidade e/ou sobrepeso infantil, espera-se que a partir dela outros
estudos possam ser desencadeados na área de Alimentação e Nutrição, trazendo
contribuições para a melhoria da qualidade de vida das crianças e suas famílias.
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