Adriana Vanessa de Oliveira Chaves

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Pró - Reitoria de Graduação
Curso de Farmácia
Trabalho de Conclusão de Curso
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÃO URINÁRIA EM
CRIANÇAS DO HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS (HFA)
Autor: Adriana Vanessa de Oliveira Chaves
Orientador: Prof. Msc. Paulo Roberto Sabino Junior
Brasília – DF
2011
9
ADRIANA VANESSA DE OLIVEIRA CHAVES
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÃO URINÁRIA EM CRIANÇAS DO
HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS (HFA)
Monografia apresentada ao curso de
Graduação em Farmácia da Universidade
Católica de Brasília, como requisito parcial
para a obtenção de título farmacêutico.
Orientador: Prof. Msc. Paulo Roberto
Sabino Junior
Brasília
2011
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Monografia de autoria de Adriana Vanessa De Oliveira Chaves, intitulada
“ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÃO URINÁRIA EM CRIANÇAS DO HFA”,
apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia
pela Universidade Católica de Brasília, em 10 de Junho de 2011, defendida e
aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________
Prof. Msc. Paulo Roberto Sabino Junior
Orientador
Farmácia- UCB
____________________________________________________
Banca
Profª. Juliana Camargos Oliveira Peres
Farmácia/Biomedicina- UCB
____________________________________________________
Banca
Profª. Lidia Maria Pinto de Lima
Biomedicina- UCB
Brasília
2011
11
Dedico,
Aos meus queridos pais pelo grande amor
aos seus três filhos, pelo exemplo de luta
cotidiana,
encorajando-me
para
que
pudesse atingir esta vitória.
Aos meus queridos irmãos, Moisés e
Sara.
Ao meu noivo Vicente, que sempre me dá
forças e grande incentivo.
Aos meus tios que me apoiaram e me
ajudaram, nesta jornada de graduação.
12
AGRADECIMENTO
Agradeço...
Primeiramente ao meu maravilhoso Deus, pela sua existência em minha vida, pela
permissão de estar concluindo com sucesso mais uma etapa em meus estudos, e
saber que tudo o que aconteceu nesta minha jornada de graduação é porque ele
assim o permitiu.
Aos meus queridos pais, Francisco de Assis Santos Chaves e Natalice de Oliveira
Chaves, que sempre me encorajam e me dão forças quando estou precisando para
enfrentar algum problema da vida com coragem, esperança, persistência e por terem
me ensinado princípios cristãos.
Aos meus irmãos queridos, Moisés e Sara, por estarem presentes na minha vida
sempre me incentivando, torcendo por mim, e também por falarem que sentem
orgulho por ter uma irmã farmacêutica (futura), obrigada pelos conselhos.
Ao meu amor, noivo e amigo, José Vicente da Cruz. Obrigado por me amar, me
aceitar deste jeitinho que sou e pela paciência comigo, o meu muito obrigado a você.
Aos amigos verdadeiros que conquistei e me surpreenderam ao longo do curso, e
que fazem parte desta minha história de graduação, tanto nas alegrias e nos
momentos tristes: Ana Carolina, Ana Paula Furtado, Ana Simonini, Claudia Araújo,
Evellyn, Guilherme, Haiti, Luciana Montes, Thaiany Lacerda, Wiliam Matias.
Aos meus tios: Ana Alice, Dalva Alice, Elias e Rogério, pela compreensão, e pelo
convite de morar aqui no DF, para iniciar minha graduação. Obrigada!
Familiares, amigos e a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para a
realização desse trabalho.
13
RESUMO
CHAVES, Adriana Vanessa de Oliveira. ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE
INFECÇÃO URINÁRIA EM CRIAÇAS NO HFA. 2011. 35f. Monografia (Graduação
em Farmácia Generalista) - Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2011.
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das doenças infecciosas mais comuns
atualmente. A ITU afeta o ser humano em ambos os sexos e todas as faixas etárias,
tendo um grande impacto no mundo como uma grave doença infecciosa do trato
urinário. Esta doença pode ser sintomática ou assintomática e sua etiologia é
variada, podendo ser causada por diversas bactérias, especialmente as
enterobactérias, inclusive por cocos gram positivos. Este trabalho foi realizado no
Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, DF, onde foram coletados dados
de exames de uroculturas realizadas no período de fevereiro de 2010 a abril de
2011, de pacientes com faixa etária de 0 a 12 anos, tendo como objetivo verificar a
frequência dos diversos microrganismos presentes em ITU na pediatria,
correlacionados com a faixa etária e o sexo das crianças. Os microrganismos mais
comumente encontrados foram do grupo das enterobactérias. A Escherichia coli
predominou com 62,4% de frequência no sexo feminino, em 125 amostras positivas,
seguida pelo Proteus mirabilis (13,6%) e a Klebsiella pneumoniae (8%) enquanto
que no sexo masculino a E. coli foi responsável por 40,5% dos 79 resultados,
Proteus mirabilis por 22,8% e a Klebsiella pneumoniae (13,9%). Este trabalho
demonstra a importância da realização do exame de urocultura para a identificação
do agente etiólogico o que vai possibilitar um melhor monitoramento das crianças,
especialmente nos casos de recorrência. Está demonstrada, também, uma maior
frequência de ITUs, entre crianças, na faixa etária de 0 a 4 anos, que faz supor que
a higienização ineficaz das crianças em fase de uso de fraldas pode ser uma causa
importante desta doença, o que poderia ser evitado com medidas higiênicas mais
cuidadosas por parte dos pais.
.
Palavras-chave: Infecção urinária, Infecção urinária em crianças, epidemiologia,
Escherichia coli.
14
ABSTRACT
CHAVES, Adriana Vanessa de Oliveira. 2011. EPIDEMIOLOGICAL STUDY OF
URINARY INFECTION NO CHILDREN IN HFA. 2011. 35f. Monograph (Graduation
in Pharmacy Generalist) - Catholic University of Brasilia, Brasilia, 2011.
The urinary tract infection is one the most common infectious illness today. The UTI
affects humans from both genders and all age groups, making a big impact in the
world as a serious illness from the urinary tract.This illness can be symptomatic or
asymptomatic and its etiology varies,and it can be caused from different
microorganism(bacterias),especially enterobacterias inclusively from large positive
cocci.This job was done at the Armed Forces Hospital(HFA) in Brasília,DF,where
data from the urine exam were done from the period of February of 2010 until april of
2011, from patients from the age group of 0 to 12 years old, having as a goal,verify
the incidence of the different microorganisms present at the pediatrics UTI (urinary
trac infection) correlated to the children’s age and gender. The most common
microorganisms found were from the group of enterobacteria.The “Escherichia coli”
predominated with 62,4% incidence on females in 125 positive samples, followed by
“Proteus mirabilis”(13,6%) and the “Klebsiella pneumoniae ”(8%) while in males the
“E. coli” was responsible for 40,5% of 79 results, “Proteus mirabilis” for 22,8% and
the “Klebsiella pneumoniae”(13,9%).This work demonstrate the importance from
having the uruculture done to identify the etiologic agent wich is going to enable
better monitoring from children especially in the cases of recurrence.It’s also
demonstrated a bigger prevalence from the UTI(urinary tract infection),among
children from the age of 0 to 4 years old, wich make us belive that the inefective
hygiene on the diaper period can be an important cause of this disease,which could
be avoided whit more carefull hygiene methods from parents.
Key-words: Urinary tract infection, children’s urinary tract infection, epidemiology,
Escherichia coli.
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................8
2 OBJETIVO..............................................................................................................11
2.1 GERAL.................................................................................................................11
2.2 ESPECÍFICO........................................................................................................11
3 DESENVOLVIMENTO............................................................................................12
3.1 SISTEMA URINÁRIO...........................................................................................12
3.2 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO.....................................................................13
3.3 PRINCIPAIS BACTÉRIAS CAUSADORAS DE ITU.............................................14
3.4 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NA PEDIATRIA...........................................15
3.5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE ITU EM CRIANÇAS......................................16
3.6 DIAGNÓSTICO....................................................................................................17
3.6.1 Urocultura........................................................................................................17
3.6.2 Ultra sonografia...............................................................................................20
3.6.3 exames radiológicos......................................................................................20
3.7 TRATAMENTO.....................................................................................................21
4 MATERIAL E MÉTODO.........................................................................................23
4.1 AMOSTRA............................................................................................................23
4.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS........................................................................24
4.3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELO LABORATÓRIO PARA REALIZAÇÃO
DE UROCULTURA.....................................................................................................24
4.3.1 Coleta do material...........................................................................................24
4.3.2 Processamento da amostra............................................................................25
4.3.3 Identificação das bactérias e prova de suscetibilidade...............................26
5 RESULTADOS .......................................................................................................27
6 DISCUSSÃO...........................................................................................................29
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................31
REFERÊNCIAS..........................................................................................................32
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO.....................35
8
1 INTRODUÇÃO
Os rins são orgãos conhecidos como filtros do corpo humano, sua
caracteristica fisíca é de duas glândulas de cor vermelha escura, tem localização
retroperitoneal na parede posterior do abdome, um de cada lado da coluna vertebral.
Sua principal função é auxiliar na homeostase, que controla a composição e o
volume hídrico do sangue. Os rins, além de filtrar o sangue, removem os residuos
nitrogenados que são produzidos pelas células, sais e outras substâncias que estão
em excesso no organismo do ser humano (MOORE, 2004; TORTORA et al., 2003).
O trato urinário inferior é constituido pelos ureteres, pela bexiga e uretra. Os
ureteres são estruturas retroperitoneais que conduzem urina dos rins para a bexiga;
as valvas ureterovesicais permitem a passagem de urina em um único sentido para
a bexiga, desse modo evitando o refluxo urinário (MOORE, 2004; HANSEL, 2007).
A função da bexiga é armazenar a urina e excreta-la através de um tubo que
é a uretra. A diferença da uretra masculina para a uretra feminina é o comprimento
da uretra. A uretra masculina mede em torno de 20 cm de comprimento, recebe fluxo
oriundo dos ductos ejaculatórios, enquanto que a uretra feminina mede em torno de
3 a 4 cm de comprimento recebendo secreções de glândulas mucosas
circunvizinhas (HANSEL, 2007).
A infecção do trato urinário (ITU) afeta o ser humano em todos os sexos,
tendo um grande impacto no mundo sendo uma grave doença infecciosa do trato
urinário. É uma das enfermidades mais comuns na pediatria, tem sido descrita como
uma das doenças bacterianas de maior risco na infância, especialmente para
lactentes (DACHI et al., 2003 ).
A ITU é uma doença que ocorre nos orgãos geniturinários de ambos os sexos
indepedentemente da faixa etária. Esta infecção se dá através da invasão e
multiplicação de bactérias no aparelho do trato urinário ou por fungos oportunistas,
ocorrendo principalmente em crianças, dos primeiros meses de vida a 2 anos de
idade, e também em gestantes que pode ter altos indices desta infecção bacteriana.
A ITU é predominante no sexo feminino, exceto nos primeiros meses de vida que
ocorre no sexo masculino não circuncidado (BEHRMAN, 2004).
9
Há varios fatores predisponentes para esta infecção; Em meninas por causa
das condições anatômicas, como a uretra é curta se tem um risco maior de ter uma
ITU, podendo também ser ocasionado por outros fatores como: malformações
congênitas, esvaziamento precário da bexiga, entre outros. Já os meninos lactentes
não circuncidados também estão sob risco de ITU. Os homens têm um maior
comprimento uretral e também um maior fluxo urinário o que os torna mais
protegidos em relação ao sexo feminino (BEHRMAN, 2004; HEILBERG et al., 2003).
[...] Na vida adulta, a incidência de ITU se eleva e o predomínio no sexo
feminino se mantém, com picos de maior acometimento no início ou
relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa, de
forma que 48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio de ITU
ao longo da vida1. Na mulher, a susceptibilidade à ITU se deve à uretra
mais curta e a maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra.
No homem, o maior comprimento uretral, maior fluxo urinário e o fator
antibacteriano prostático são protetores (HEILBERG et al., 2003).
Pessoas com diabetes mellitus, insuficiência renal, e pessoas transplantadas
(as que fizeram transplantes renais) são predisponentes para a ITU por causas
metabólicas (FERREIRA & HEILBERG, 2001; HEILBERG et al., 2003).
A cistite é uma doença inflamatória do trato urinário, acometendo somente o
trato urinário baixo, quando afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o
superior, utiliza-se a terminologia infecção urinária alta ou diagnósticando uma
pielonefrite. A cistite pode ser sintomática ou assintomática (LOPES & TAVARES,
2004).
A grande maioria das ITU é causada por enterobactérias e uma pequena
parcela é provocada por outros microorganismos. A Escherichia coli é o uropatógeno
predominantemente isolado de infecções agudas comunitárias não complicadas.
Klebsiella sp, Enterobacter e Proteus sp, com menor freqüência, causam cistite e
pielonefrite
sem
complicações
(VIEIRA
NETO,
2003).
Os
microrganismos
prevalentes em ambos os sexos encontrados são: Escherichia coli em quase 80%
dos casos, Proteus sp., Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus sp., Klebesiella
sp. e Streptococcus (RODRIGUES et al., 2006; TORTORA & FUNKE, 2003;
TRABULSI et al., 2004).
[...] A ocorrência do patógeno causador de ITU varia geograficamente e o
perfil de suscetibilidade requer monitoramento para fornecer informações
para novas orientações de opções terapêuticas. Uma das principais
10
preocupações quanto ao uso de medicamentos esta relacionada a utilização
indiscriminada de antimicrobianos. O aumento da resistência bacteriana a
vários agentes antimicrobianos acarreta dificuldades no controle de
infecções e contribui para o aumento dos custos do sistema de saúde e dos
próprios hospitais (POLETTO & REIS, 2005).
11
2 – OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O presente trabalho pretende traçar o perfil epidemiológico de ITU em
crianças de uma determinada população, atendidas especificamente em um hospital
militar de Brasília.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Demonstrar a frequência dos diversos microrganismos presentes em ITU
em crianças.
2. Estabelecer a faixa etária, dentro do grupo estudado, mais susceptível à
ITU.
3. Correlacionar a positividade do exame com o sexo e a idade das crianças.
12
3- DESENVOLVIMENTO
3.1 SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário excreta alguns resíduos, como a água, impurezas
nitrogenadas, toxinas produzidas por bactérias, compostos de medicamentos que
estão presentes no corpo humano, sódio, cálcio entre outros eletrólitos, isto ocorre
devido ao sistema de eliminação que os rins possuem. Outros sistemas do corpo
humano contribuem para que outros resíduos sejam excretados, como por exemplo:
no sistema respiratório os pulmões excretam dióxido de carbono e também a água
(TORTORA & GRABOWSKI, 2003).
Como já dito anteriormente a principal função do sistema urinário é de auxiliar
na homeostase, isto quer dizer controlar a composição e o volume hídrico do sangue
no corpo humano. Este sistema para fazer esse controle hídrico é composto de dois
rins, dois ureteres, bexiga urinária e a uretra. (TORTORA & FUNKE, 2003).
A função dos rins, ureteres, bexiga urinária e da uretra são:
[...] a função dos rins é regular a composição e o volume do sangue e
remover impurezas do mesmo. Excretam também o excesso de hidrogênio,
que tem efeito direto no controle do pH sangüíneo. O processo culmina na
formação da solução a ser excretada, denominada urina (TORTORA &
GRABOWSKI, 2003).
Os ureteres são dois tubos musculares provenientes dos rins e transportam
a urina recém formada até a bexiga urinária. O transporte urinário nesses
ductos se dá, primariamente, por contrações peristálticas das paredes
musculares dos ureteres, mas a pressão hidrostática e a força da gravidade
também contribuem (TORTORA & FUNKE, 2003).
A bexiga funciona como um reservatório da urina, antes da sua eliminação
para o exterior do corpo. A forma da bexiga depende da quantidade de urina
presente em seu interior. Apresenta-se com aspecto de balão vazio quando
não está preenchida de urina. Torna-se esférica e levemente distendida à
medida que o volume urinário aumenta, assumindo a forma de pêra quando
completamente cheia. A bexiga expele a urina através da micção. Este ato é
realizado por uma combinação de impulsos nervosos involuntários e
voluntários, similares à defecação, que controlam a musculatura desse
órgão (TORTORA & GRABOWSKI, 2003).
No assoalho da bexiga, inicia-se um pequeno tubo que termina no exterior
do corpo. Esse tubo recebe o nome de uretra e é a porção terminal do
sistema urinário, diferindo bastante em função e tamanho entre homens e
mulheres. (TORTORA & FUNKE, 2003).
13
3.2
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
A ITU é uma infecção muito comum acometendo todo o tipo de pessoas sem
exceção de sexo ou idade, é responsável por parte dos processos infecciosos,
ocorrendo tanto na comunidade como nos hospitais. Esta infecção é definida como a
invasão microbiana que pode ocorrer em qualquer órgão do trato urinário, desde a
uretra até os rins (PIRES et al., 2007).
[...] quanto à topografia, as ITUs são divididas em: altas - que envolvem o
parênquima renal (pielonefrite) ou ureteres (ureterites).
baixas - que envolvem a bexiga (cistite) a uretra (uretrite), e, nos homens,
também a próstata (prostatite) e o epidídimo (epididimite) (ANVISA, 2004).
A ITU é favorecida por diversos fatores como a gravidez, Diabetes Mellitus,
relações sexuais, uso de diafragma, associado à geléias espermicidas como
métodos contraceptivos, crianças em uso de fraldas que utilizam por muitas horas,
uma má higienização nos órgãos genitais, são considerados fatores predisponentes
à ITU. (PINTO, 2007).
Para os microrganismos alcançarem o trato urinário e causarem uma possível
infecção temos três possibilidades, que são (ANVISA, 2004):
[...] a)
Via ascendente: o microrganismo poderá atingir através da
uretra a bexiga, ureter e o rim. Esta via é a mais freqüente, principalmente
em mulheres (pela menor extensão da uretra) e em pacientes submetidos à
instrumentação do trato urinário (ANVISA, 2004).
b)
Via hematogênica: ocorre devido à intensa vascularização do rim,
podendo o mesmo ser comprometido em qualquer infecção sistêmica. É a
via de eleição para ITU(s) por alguns microrganismos como Staphylococcus
aureus, Mycobacterium tuberculosis, Histoplasma spp., sendo também a
principal via das ITU(s) em neonatos (ANVISA, 2004).
c)
Via linfática: é rara embora haja a possibilidade de microrganismos
alcançarem os rins pelas conexões linfáticas entre o intestino e o rim e/ou
entre o trato urinário inferior e superior (ANVISA, 2004).
No sexo feminino as infecções agudas são mais comuns comparadas com o
sexo masculino. Os órgãos mais afetados por esta infecção na mulher são a uretra e
a bexiga. A bexiga da mulher é maior, sendo capaz de armazenar urina por mais
tempo. De acordo com a anatomia apresenta uma uretra curta. Há uma proximidade
14
entre vagina e ânus, tendo um alto grau de umidade local facilitando assim o acesso
livre para os microrganismos ao sistema urinário da mulher (CAMARGO et al., 2001;
VIEIRA NETO, 2003).
De
acordo
com
Pires
et
al.,
(2007) as
bactérias Gram-negativas
correspondem em parte pela grande causa das infecções do trato urinário, que pode
ser invadido tanto por bactérias, como por vírus e fungos. Das bactérias Gramnegativas temos a Escherichia coli como um dos microrganismos invasores mais
comuns.
Segundo Corrêa et al., (2003) as infecções inespecíficas são normalmente
causadas por microrganismos diversos, estes microrganismos são identificados pelo
exame de sedimento urinário, pela microscopia direta através do método de Gram. O
método de Gram é a melhor forma para se fazer um diagnóstico, identificado assim
as bactérias em Gram negativas ou em Gram positivas, mas temos a urocultura, que
permite a quantificação dos germes existentes na urina, definido a bactéria existente
como a possível causadora da infecção, além de permitir e estabelecer o perfil de
sua sensibilidade antimicrobiana.
Corrêa et al., (2003) afirma também que nas infecções inespecíficas do trato
urinário encontram com grande frequência, bactérias anaeróbicas facultativas Gramnegativas tendo como sua morfologia bastonetes, temos como exemplo: Escherichia
coli, Klebsiella sp. e várias espécies de Proteus. Em seguida, por ordem de
importância pela freqüência, encontram-se os cocos Gram-positivos, como as
bactérias dos gêneros Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus.
3.3 PRINCIPAIS BACTÉRIAS CAUSADORAS DE ITU
O diagnóstico definitivo é firmado através do crescimento de microorganismos
na urocultura. A bacteriúria significativa, habitualmente, caracteriza-se por
crescimento bacteriano > 100.000 UFC/mL, porém valores mais baixos são aceitos
em algumas situações: ≤ 100 UFC/mL de coliformes em mulher sintomática;
15
qualquer crescimento em urina colhida através de punção suprapúbica; ou > 1000
UFC/mL em homem sintomático (VIEIRA NETO, 2003).
As enterobactérias são as principais causadoras de ITU, dentre elas a
Escherichia coli (> 85% das ITUs comunitárias e 50% das ITUs hospitalares),
Staphylococcus saprophyticus, Proteus sp., Klebsiella sp., Pseudomonas sp.,
Serratia sp., Enterobacter sp., e sendo menos frequente o enterococo (VIEIRA
NETO, 2003).
A família das enterobactérias são bacilos Gram-negativos, não esporulados,
com motilidade variável, oxidase negativos, e que crescem em meios básicos (caldo
peptona), meios ricos (ágar sangue, ágar chocolate e CLED), meios seletivos
(MacConkey, EMB). São anaeróbios facultativos (crescem em aerobiose e
anaerobiose), fermentam a glicose com ou sem produção de gás, são catalase
positivos, e reduzem nitrato a nitrito (VIEIRA NETO, 2003).
3.4
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NA PEDIATRIA
A ITU é uma das infecções mais comuns na nosologia pediátrica, ficando em
segundo lugar comparando com as infecções respiratórias. Como já citado
anteriormente a ITU é uma doença bacteriana de maior risco na infância,
especialmente em lactentes, tendo uma prevalência nos primeiros 11 anos de vida,
tendo pelo menos 1 episódio sintomático de ITU em 3% das meninas e em 1,1% dos
meninos ( LOPEZ & JÚNIOR, 2010).
Este índice de percentual de ocorrências de ITU em ambos os sexos,
permanece mesmo com os grandes avanços na terapêutica antimicrobiana, nos
métodos de investigação por imagens e na possibilidade de detecção intra-útero de
malformações do trato urinário, ainda podendo ocorrer complicações como
disseminação bacteriana (sepse em recém-nascidos e crianças mais novas) e lesão
do parequema renal (LOPEZ & JÚNIOR, 2010).
Estudos recentes mostram que em lactentes com febre acima de 38,5°C de
origem não explicada em serviços de urgência, a prevalência global de ITU é de
16
cerca 3,3%. Alguns fatores elevam esse percentual diagnóstico: dor à palpação da
região abdominal ou suprapúbica, raça branca, história prévia de ITU, urina com
mau cheiro, meninos não-circuncisados, lactente toxemiado, sexo feminino e febre
acima de 39°C (RODRIGUES et al., 2006).
A recorrência de ITU em meninas é elevada. Cerca de 30% das meninas
apresentam um novo episódio no primeiro ano após o episódio inicial e 50% delas
apresentarem recidiva em 5 anos, mas algumas podem sofrer uma série de
recidivas. Nos meninos, as recidivas variam em torno de 15% a 20%, sendo raras
após o primeiro ano de vida (LOPEZ & JÚNIOR, 2010).
3.5
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE UMA ITU EM CRIANÇAS
A apresentação clínica da ITU varia de acordo com a faixa etária e com a
localização da infecção. Outros fatores que também influenciam as manifestações
clínicas são: estado nutricional, presença de alterações anatômicas do trato urinário,
número de infecções anteriores e intervalo de tempo do último episódio infeccioso. O
quadro clínico varia de uma “bacteriúria assintomática” até uma pielonefrite aguda,
podendo culminar em um quadro de urossepse (especialmente em lactentes)
(LOPEZ & JÚNIOR, 2010; RODRIGUES et al., 2006).
Em uma ITU os sinais e sintomas são bastante variados de acordo com a
idade. Em recém-nascidos, apresenta-se como um quadro séptico e predominam as
manifestações gerais, como insuficiente ganho de peso, anorexia, vômitos,
dificuldade de sucção, irritabilidade, hipoatividade, convulsões, pele acinzentada,
hipotermia e outras. Pode apresentar também um quadro menos agudo,
predominando recusa alimentar, vômitos ocasionais, palidez cutânea e icterícia
(HEILBERG et al., 2003; LOPEZ & JÚNIOR, 2010).
Como na maioria dos quadros infecciosos, em neonatos há uma alta
probabilidade de bacteremia, sugerindo via hematogênica de disseminação
bacteriana. Há alta frequência de mortalidade, e muitos desses óbitos ocorrem por
17
causa de outra localização do processo infeccioso, por exemplo, meningite
(BEHRMAN, 2004; RODRIGUES et al., 2006).
Crianças entre 1 mês e 2 anos de idade geralmente não tem manifestações
urinárias, esta faixa etária apresenta uma ITU mascarada como doença
gastrointestinal, com “cólica”, irritabilidade acrescida com agitação e gritaria
(BEHRMAN, 2004).
Os sinais e sintomas clássicos de uma ITU em crianças de 2-6 anos de idade,
têm febre como um sinal frequente. Os quadros de adinamia, calafrios, dor
abdominal e nos flancos sugerem pielonefrite aguda. Sintomas como enurese,
polaciúria, disúria, incontinência e/ou retenção urinária com urina fétida e turva
podem corresponder a uma cistite. Ressaltando que a presença de disúria nem
sempre corresponde a uma ITU, podendo ser determinada por balanopostites e
vulvovaginites (SOBRINHA et al., 2003).
É importante descartar a presença de vulvovaginites ou de balanopostites, as
quais podem levar a um quadro laboratorial falso-positivo de ITU, alterando os
exames de urina (BEHRMAN, 2004).
3.6
DIAGNÓSTICO
3.6.1 Urocultura
A história e a sintomatologia clínica direcionam para o diagnóstico de ITU. A
confirmação do diagnóstico é feita pela cultura da urina, que evidenciará a
proliferação de microrganismos no trato urinário ( KOCH & ZUCCOLOTTO, 2003).
Em recém-nascidos com menos de 1 ano de idade a coleta é difícil. A
adequada coleta da urina é essencial para se evitar resultados falso-positvos e deve
ser feita após limpeza da genitália com água e sabão, porém os anti-sépticos são
contra-indicados. Nos pacientes com o controle miccional, o jato médio é o modo
ideal de coleta de urina, para ambos os sexos. Naqueles sem controle miccional, a
urina pode ser coletada de 3 maneiras:
18
• Com saco coletor: nesse caso, deve haver sempre todos os cuidados de higiene e
perfeita adaptação do adesivo no contorno da genitália e com trocas a cada 30
minutos, até que a amostra seja obtida (SOBRINHA et al., 2003).
• Punção suprapúbica (PSP): trata-se de um método invasivo, embora seja uma
prática segura e de execução relativamente fácil. Esta técnica é indicada para coleta
que por via natural suscita dúvidas (ou se tem diarreia aguda, dermatite perineal,
vulvovaginites e balanopostites) esta técnica é feita por um profissional capacitado
(SOBRINHA et al., 2003).
• Cateterismo vesical: método invasivo e que oferece menor segurança, podendo
provocar uma infecção no caso de falha técnica no procedimento, além de ser
desconfortável para o paciente. Não deve ser usada em uma rotina para coleta de
material que é eliminado espontaneamente, como a urina. Está indicado para
pacientes com retenção urinária aguda ( SOBRINHA et al., 2003).
A presença de leucócitos na urina sugere uma infecção na criança
sintomática,
mas
uma
doença
inflamatória
como
a
glomerulonefrite
pós
estreptocócica aguda também está associada à leucocitúria. Pode haver hematúria
em um infecção do trato urinário, mas, sobretudo isto ocorre em adolescentes do
sexo feminino, mas estes achados de leucócitos e sangue na urina não são
diagnóstico e sim a presença de numerosas colônias de bactérias móveis em uma
amostra de urina ( BEHRMAN, 2004). Interpretação de diagnóstico de urocultura de
uma ITU observada n o Quadro 1.
Método de coleta
ITU
Aspiração suprapúbica
Crescimento
bacteriano
em
qualquer
número (exceto 2 a 3x 103UFC/mL de
estafilococo-coagulase-negativo).
Cateterização uretral
Entre 1.000 e 50.000 UFC/mL de um
patógeno urinário único.
Jato médio
Mais de 105UFC/mL de um patógeno
urinário único.
Saco coletor
Mais de 105UFC/mL de um patógeno
urinário único.
Quadro 1- Interpretação de urocultura no diagnóstico de infecção do trato urinário (ITU).
Fonte: LOPES, 2009.
19
A causa mais frequente de uma bacteriúria sem ITU na urocultura é pela
contaminação da urina pela microbiota periuretral e uretral anterior. Os erros na
análise das uroculturas são observados no Quadro 2. A bactéria mais comumente
isolada de crianças sintomáticas e assintomáticas que apresentam a primeira ITU,
ocorrendo em qualquer idade e em meninos e meninas, é a E. coli. as outras
bactérias encontrados são: Klebsiella, Proteus, enterococos e Staphylococcus
saprophyticus, estes aparecem em maior freqüência na presença de obstrução ou
anormalidades do trato urinário ( HEILBERG et al., 2003; TORTORA et al., 2003).
Erro
Causa
Falso- positivo
Coleta inadequada.
Demora no processamento de urina.
Contaminação
vaginal
ou
balanoprepucial.
Falso-negativo
pH urinário abaixo de 5.
Diluição urinária (densidade menor que
1.003).
Contaminação
com
agentes
bacteriostáticos usados na genitália.
Pacientes em uso de antimicrobianos.
Curto periodo de incubação urinária na
bexiga.
Bactérias
de
difícil
crescimento:
lactobacilos, difteróides, micoplasma.
Quadro 2- Causas mais freqüentes de erros na realização e na análise das uroculturas.
Fonte: LOPES, 2009.
Para o diagnóstico correto de ITU, é importante além da contagem de
unidades formadoras de colônias (UFC) na cultura, a análise correta de piócitos na
urinálise e de bactérias na bacterioscopia pelo método de coloração de Gram em
gota de urina não-cetrifugada. Temos também outros achados como: baixa
20
densidade urinária, pH alcalino, que pode advir de uma infecção pelo Proteus, o qual
possui a habilidade de desdobrar a amônia, alcalizando
urina, albuminúria
transitória, que pode ocorrer na fase febril do processo da pielonefrite, a hematúria
que é freqüente, a conversão do nitrato urinário em nitrito, denunciando
indiretamente a presença de bactérias Gram-negativas na urina (HEILBERG et al.,
2003; LOPEZ & JÚNIOR, 2010).
3.6.2 Ultra-sonografia (US)
Este método é seguro, sem efeitos colaterais, de baixo custo, com
capacidade de rastreamento do trato urinário superior e inferior e que oferece a
possibilidade de ser realizado na fase aguda do processo. Este procedimento nãoinvasivo permite também a avaliação dinâmica, sendo é um exame observador
dependente pois sua qualidade está intrinsecamente associada á experiência do
examinador (LOPES, 2009).
Esta técnica permite demonstrar sinais sugestivos de obstrução, de anomalias
congênitas dos rins e do trato urinário, de disfunções vesicais, porém tem baixa
sensibilidade na detecção do refluxo vesicoureteral (RVU) e não pode descartar nem
mesmo a presença dessa uropatia, podendo mostrar apenas sinais indiretos de sua
existência (LOPES, 2009).
3.6.3 Exames radiológicos
A uretrocistografia miccional (UCM) é importante na abordagem da criança
com ITU já controlada com antimicrobianos e em uso de quimioprofilaxia. É o melhor
método que define a morfologia do trato urinário inferior, com avaliação da uretra,
bexiga e dos ureteres (quando há RVU). Permite identificar anomalias. É um método
invasivo, que requer um preparo emocional da criança de maior idade para que
21
colabore de forma efetiva durante o exame (HEILBERG et al., 2003; LOPEZ &
JÚNIOR, 2010).
A UCM deve ser realizada 2 semanas após o final do tratamento erradicador
para se evitar disseminação da infecção e, com a criança em uso de
antibioticoprofilaxia para reduzir os risco de ITU iatrogênica (LOPEZ & JÚNIOR,
2010).
O exame urografia excretora (UE) não é um método rotineiro para ITU, pois
este é restrito aos casos suspeitos de outras malformações do trato urinário,
especialmente alterações ureterais, como duplicação, implantação anômala e ureter
ectópico. Este método apresenta risco com o uso de contraste iodado e carga
elevada de radiação, requer preparo do paciente para sua realização. Deve ser
evitado em pacientes com insuficiência renal crônica, pacientes com alergia ao
contraste iodado e nos recém-nascidos e lactentes muitos jovens (HEILBERG et al.,
2003; LOPES, 2009).
Já os exames de medicina nuclear são menos agressivos do que os exames
radiológicos e mais precisos na determinação de lesões do parêquima renal e na
avaliação da função renal (HEILBERG et al., 2003).
O estudo endoscópico (uretrocistoscopia) é um procedimento de indicação
específica em alguns casos, principalmente nas ectopias ureterais, e geralmente
precede a correção cirúrgica, preliminarmente indicada (HEILBERG et al., 2003;
LOPEZ & JÚNIOR, 2010).
3.7
TRATAMENTO
A escolha do antibiótico inicialmente deverá se basear na prevalência
conhecida dos agentes bacterianos. A bactéria que mais freqüentemente causa
infecção urinária é E. coli, seguida das outras enterobactérias. Portanto, deve ser
escolhido antibiótico de espectro adequado, não-nefrotóxico, de boa eliminação
renal, de sabor agradável e administração por via oral. Temos as cefalosporinas de
1ª geração, a associação sulfametoxazol + trimetropim, a nitrofurantoína e o ácido
22
nalidíxico são medicamentos ( medicamentos utilizados como quimioprofilaxia) que
preenchem esses requisitos citados acima ( HEILBERG et al., 2003; KATZUNG,
2005; WANNMACHER, 2006).
A antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente após a coleta da urina,
pois a demora para começar o tratamento é fator de risco para o aparecimento de
lesão renal. A decisão por tratamento com a criança internada, com utilização da via
endovenosa, ou por tratamento ambulatorial dependerá, principalmente da idade da
criança e da gravidade da infecção (ANTIMICROBIANOS, 2008).
Para as crianças com grave acometimento do estado geral, especialmente
lactentes, com vômitos, desidratado e com distúrbios metabólicos, é necessário
iniciar o tratamento parenteral até que as condições clínicas possibilitem a troca para
a medicação via oral. Nesses casos as opções de antibioticoterapia podem ser: as
cefalosporinas de 3ª geração, ou os aminoglicosídeos, que são observados no
Quadro 3 ( ANTIMICROBIANOS, 2008; HEILBERG et al., 2003; KATZUNG, 2005;
WANNMACHER, 2006).
Droga
Dose
Via
Ceftriaxona
50 a 100 mg
EV ou IM
Gentamicina
7,5 mg
EV ou IM
Amicacina
15 mg
EV ou IM
Quadro 3 – Opções de antibióticos por via parenteral para tratamento de ITU.
Fonte: adaptado de antimicrobianos, 2008.
23
4
MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo transversal retrospectivo realizado por meio
de consulta em bases de dados com resultados de exames de pacientes com faixa
etária de 0 a 12 anos, de ambos os sexos, com suspeita de infecção no trato
urinário. Estes dados foram disponibilizados pelo Hospital das Forças Armadas do
DF, no período entre o mês de fevereiro de 2010 e o mês de abril de 2011.
Utilizou-se o MS Excel para compilação e análise estatística dos dados.
A utilização dos dados armazenados no HFA é previamente autorizada pelos
pacientes (no caso específico os responsáveis) no momento da coleta do material,
quando assinam o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo A).
As informações sobre cada paciente estão mantidas sob sigilo e não são
divulgadas no corpo do trabalho.
Para a elaboração deste estudo, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o
assunto de ITU. Para tal, foram utilizados artigos científicos encontrados em buscas
nas bases de dados SciELO, Google acadêmico, revistas científicas de saúde, livros
acadêmicos.
4.1 AMOSTRA
Neste trabalho foram incluídos todos os resultados das uroculturas dos
pacientes atendidos na emergência e os internados com idade de 0 anos a 12 anos
de um hospital militar do Distrito Federal, no período de fevereiro de 2010 ao mês de
abril de 2011, sendo os exames realizados pelo setor de microbiologia do laboratório
de análises clínicas.
Durante este período foram identificadas 1.110 uroculturas dentre eles
resultados positivos e resultados negativos. Obtivemos 204 resultados positivos,
sendo 125 de pacientes do sexo feminino e 79 do sexo masculino.
24
4.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Foram obtidos os dados armazenados no equipamento WalkAway®,
considerando apenas as amostras positivas. Os dados analisados foram: Principais
agentes etiológicos das ITU no sexo masculino e feminino referente às suas
respectivas idades.
Os resultados obtidos foram registrados em planilhas do programa Microsoft
Excel®, para calcular os percentuais de frequência, global e por sexo, idade e
agente etiológico.
Critérios para a inclusão - foram incluídas no presente estudo os resultados
positivos das uroculturas de crianças de ambos os sexos, de 0 a 12 anos, realizadas
no período de fevereiro de 2010 a abril de 2011, oriundas do ambulatório, das
unidades de internação (inclusive berçario e UTI pediátrica) e da unidade de
emergência do hospital estudado.
Critérios de exclusão – foram excluídas do presente estudo as uroculturas
negativas obtidas num período de até 60 dias após uma urocultura positiva do
mesmo paciente por possibilidade de se tratar de uroculturas de controle póstratamento.
4.3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELO LABORATÓRIO PARA REALIZAÇÃO
DE UROCULTURA
4.3.1 Coleta do material
Os pacientes são orientados a colher a urina pela técnica de jato médio, após
assepsia da glande ou grandes lábios com água e sabão, em frascos assépticos,
pelo menos 2 horas após a última micção e encaminhar ao laboratório sem demora
ou sob refrigeração adequada.
Aos pacientes do Hospital das Forças Armadas a orientação e da seguinte
forma:
25
► Colher preferencialmente a 1ª urina da manhã ou dar um intervalo mínimo de 4
horas após a última micção;
► Usar sempre recipiente fornecido pelo laboratório ou adquirido no mercado;
► Rotular o recipiente com o nome completo;
► Iniciar a micção, desprezando o 1° jato da urina sem interromper a micção, coletar
o jato médio até aproximadamente 2/3 do volume do frasco;
► Trazer a amostra ao laboratório no prazo máximo de 1 hora. Caso demore mais
de 1 hora, colocar frasco bem fechado dentro de um saco com gelo por até 3 horas;
► Informar se está ou esteve em uso de antibióticos;
► Coletor de urina infantil é fornecido pelo laboratório, pelo posto de coleta da
emergência ou da enfermagem.
HIGIENE:
Homem: lavar as mãos, em seguida lavar o pênis, retraindo todo o prepúcio,
enxugar e secar com gaze estéril ou toalha bem limpa.
Mulher: no momento da higiene da coleta, manter os grandes lábios afastados.
Lavar a região genital de frente para trás, enxaguar e secar usando gaze estéril ou
toalha bem limpa.
Nunca usar 2 vezes a mesma gaze.
Nunca inverter este movimento.
Criança: colher sempre que possível, no laboratório tomando cuidados especiais
com assepsia.
4.3.2 Processamento da amostra
As uroculturas são realizadas com semeadura em alça calibrada (1:1000), em
placa de Ágar MacConkey e Cled, na forma de estrias, e incubadas por até 24 horas
a 35ºC ± 1ºC em estufa bacteriológica.
26
4.3.3 Identificação das bactérias e prova de suscetibilidade
Após a incubação e o isolamento primário, as amostras são inoculadas nos
painéis para Gram-positivos ou Gram-negativos do sistema WalkAway® que realiza
a identificação por provas bioquímicas e a determinação da susceptibilidade frente
aos antibióticos. As recomendações do fabricante do produto para inoculação e
incubação das amostras isoladas são rigorosamente seguidas.
27
5
RESULTADOS
Foram estudados, para este trabalho, 1.110 resultados de exames de
urocultura de pacientes (crianças) internados e da emergência do HFA, no período
de fevereiro de 2010 a abril de 2011.
Dentre os 1.110 exames realizados, 204 foram positivos e 906 foram
negativos para ITU. Neste trabalho, não consideramos as amostras de controlenegativo. Nas Tabelas 1 e 2 abaixo são descrias as bactérias encontradas nos
exames de urocultura em crianças com ITU com suas porcentagens e que estão
divididas por sexo feminino e masculino e por faixas de idades de 2 em 2 anos no
grupo de 0 a 12 anos.
Tabela 1 – Microrganismo prevalentes em percentuais por faixa etária no sexo feminino
FEMININO
0-2a
TOT
4a1d-6a
6a1d-8a
TOT
TOT
TOT
%
TOT
%
31
20,7
16
17,2
10
15,2
6
10,0
8
15,1
125
19,9
Negativas
153
73,9
119
79,3
77
82,8
56
84,8
54
90,0
45
84,9
504
80,1
Total
207
100
150
100
93
100
66
100
60
100
53
100
629
100
Acinetobacter
bauman
Citrobacter
freundii
Citrobacter
koseri
Enterobacter
cloacae
Enterococcus
faecalis
Escherichia coli
Escherichia
Ferguson
Klebsiella
pneumoniae
Morganella
morganii
Proteus
mirabilis
Pseudomonas
aeruginosa
Staphylococcus
aureus
TOTAL
1
3
%
3
TOT
%
1
1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,9
0,0
0,0
0,0
3,2
0,0
0,0
1
TOT
TOTAIS
26,1
6
%
10a1d12a
54
17
%
8a1d10a
Positivas
Excluídas –
negativas
%
2a1d-4a
1
31
12,5
1
0,8
0,0
0,0
1
0,8
0,0
0,0
0,0
1
0,8
1
1,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
0,8
1
1,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
0,8
34
63,0
17
0,0
8
14,8
2
3,7
2
3,7
5
54
2
54,8
90,0
4
66,7
75,0
78
62,4
0,0
8
50,0
0,0
9
0,0
1
16,7
6
0,0
1
0,8
6,5
0,0
0,0
0,0
0,0
10
8,0
0,0
0,0
0,0
3
2,4
12,5
17
13,6
0,0
1
6,3
5
16,1
7
43,8
9,3
5
16,1
0,0
0,0
0,0
0,0
10
8,0
0,0
1
3,2
0,0
0,0
0,0
0,0
1
0,8
100
31
100
100
125
100
16
100
1
10
10,0
100
1
6
16,7
100
1
8
28
Tabela 2 – Microrganismo prevalentes em percentuais por faixa etária no sexo masculino
MASCULINO
0-2a
TOT
%
Positivas
56
27,5
Negativas
148
Total
204
Excluídas –
negativas
Enterobacter
aerogenes
Enterobacter
cloacae
Enterococcus
faecalis
Escherichia coli
Klebsiella
oxytoca
Klebsiella
pneumoniae
Morganella
morganii
Proteus
mirabilis
Proteus
vulgaris
Providencia
rettgeri
Pseudomonas
aeruginosa
Serratia
marcescens
Staphylococcus
aureus
TOTAL
2a1d4a
TOT
%
4a1d-6a
6a1d-8a
TOT
TOT
%
%
8a1d10a
TOT
%
12
11,8
4
7,0
1
2,6
4
8,9
72,5
90
88,2
53
93,0
37
97,4
41
100
102
100
57
100
38
100
45
11
5
3
1
10a1d12a
TOT
%
TOTAIS
TOT
%
2
5,7
79
16,4
91,1
33
94,3
402
83,6
100
35
100
481
100
1
0
21
1
1,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
1,3
1
1,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
1,3
6
10,7
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
6
7,6
22
39,3
2
3,6
9
16,1
1
50,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
8,3
0,0
0,0
1,8
1
8,3
0,0
0,0
10
17,9
3
25,0
1
1,8
0,0
0,0
0,0
1
1,8
0,0
0,0
16,7
0,0
5
2
41,7
2
2
50,0
32
40,5
0,0
0,0
2
2,5
25,0
0,0
11
13,9
0,0
0,0
2
2,5
50,0
18
22,8
0,0
0,0
1
1,3
0,0
0,0
0,0
1
1,3
0,0
0,0
0,0
0,0
2
2,5
50,0
1
100,0
2
1
1
50,0
25,0
1
1
1
1,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
1,3
1
1,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1
1,3
100
79
100
56
100
12
100
4
100
1
100
4
100
2
29
6 DISCUSSÃO
As 204 amostras consistem de uroculturas positivas, isto é, que apresentaram
contagem de colônias acima de 105 UFC/mL de urina, no período de fevereiro 2010
a abril de 2011,
De acordo com a Tabela 1, do sexo feminino, encontramos que os agentes
etiológicos mais frequentes envolvidos com a ITU no hospital estudado, em ordem
de freqüência, são: Escherichia coli com 62,4% dos casos, seguida por Proteus
mirabilis com 13,6% dos casos. Após, aparecem a Klebsiella pneumoniae e a
Pseudomonas aeruginosa, ambas com 8%.
Nos pacientes do sexo masculino, de acordo com a Tabela 2, o perfil é muito
semelhante ao feminino, mostrando que os agentes etiológicos presentes em ordem
de freqüência foram: Escherichia coli com 40,5% dos casos, seguida por Proteus
mirabilis com 22,8% dos casos, após a K. pneumoniae 13,9%.
Observa-se que o resultado obtido coincide com a literatura. Verifica-se o
predomínio da E. coli, com 78 dos casos dentre as 125 amostras isoladas nas
amostras femininas e 32 casos dentre as 79 amostras isoladas nas amostras
masculinas. A E. coli é originária da microbiota intestinal, sendo capaz de invadir e
de se replicar dentro das células uroepiteliais. A E. coli é capaz de colonizar e de se
aderir no interior da bexiga ou dos rins, isto ocorre por meio de fímbrias e adesinas.
Essa aderência faz com que a bactéria se torne resistente à eliminação pelo fluxo
urinário e, portanto colonizando assim a mucosa urogenital, causando uma
bacteriúria, os pacientes com a infecção apresentam geralmente ≥105 UFC/mL em
urina coleta do jato médio. A estimativa de ocorrência das infecções urinárias são
geralmente de natureza aguda e de curta duração, estas contribuem para uma taxa
significativa de morbidade na população (ESMERINO et al., 2003; TRABULSI et al.,
2004).
No estudo realizado a maioria dos pacientes com ITU foi do sexo feminino,
representando 125 casos dos pacientes, enquanto que apenas 79 casos foram do
sexo masculino, estes dados estão de acordo com que é relatado na literatura e
outros trabalhos, o sexo predominante para ITU no HFA é o sexo feminino. As ITUs
30
são mais freqüentes em mulheres por diversos fatores já visto, entre eles, podemos
citar a presença de alterações anatômicas funcionais da bexiga relacionadas ou não
a multiparidade, menopausa e infecções recorrentes, pelo motivo destes e de outros
diversos fatores apresentam uma uretra curta que é facilmente atingível pelas
bactérias da região perianal (MORA et al., 2008).
No sexo masculino as infecções urinárias são menos comuns, isso se deve
ao fato da anatomia do órgão genital, pois o tamanho da uretra é longa, dificultando
assim, a colonização de bactérias (MORA et al., 2008). Esta diferença não é
observada na idade de 0 a 2 anos, provavelmente pelo uso de fraldas, as quais
favoreceriam a ocorrência de infecções, tanto em meninas quanto em meninos..
Observa-se, ainda, provavelmente pelo mesmo motivo, que a variedade de
enterobactérias isoladas é maior nos primeiros anos de vida (0 a 2 anos) e decresce,
significativamente, após completados 4 anos. Observa-se que na faixa etária a partir
de 2 anos de idade o sexo feminino tem uma ocorrência de infecções do trato
urinário maior.
Nota-se que a frequência de ITU é inversamente proporcional à idade das
crianças, em ambos os sexos, fato este comprovado pelo percentual de culturas
positivas em relação ao total de culturas, bem como pela redução do número de
culturas realizadas (suspeita clínica) em cada faixa etária.
O percentual (sobre o total de culturas por idade) de culturas excluídas por se
tratar
de
controle
pós-tratamento,
cujos
resultados
também
se
mostram
inversamente proporcionais à idade, faz supor que haja um maior cuidado dos pais
e/ou dos médicos com as crianças mais novas.
Nas culturas femininas a E. coli destaca-se como a enterobactéria de maior
prevalência em todas as faixas etárias estudadas, sempre com mais de 50% dos
casos positivos. Já no sexo masculino este destaque não é observado nos dados
verificados.
31
7 CONCLUSÃO
A infecção do trato urinário em crianças é muito comum atualmente. Tem-se
um grande desafio no diagnóstico clínico em crianças, como em neonatos. Crianças
que ainda não sabem falar ou então dizer os sintomas que estão presentes,
cabendo então aos médicos fazer uma boa anamnese para um correto diagnóstico,
antes mesmo de se ter o resultado dos exames, já que uma cultura com
identificação bacteriana pode levar 16 a 24 horas, ou até mais.
Neste estudo realizado no Hospital das Forças Armadas os resultados sobre
ITU em crianças estão de acordo com a literatura.
As bactérias encontradas com grande prevalência em todas as faixas etárias
e ambos os sexos foi a E. coli, seguindo-se Proteus mirabilis e Klebsiella
pneumoniae.
Observou-se que quanto maior a faixa etária da criança menor a diversidade
de microrganismos isolados.
Conforme nosso estudo tem-se uma grande ocorrência de exames realizados
com suspeita de uma ITU em crianças com faixa etária de 0 a 4 anos em ambos os
sexos.
Observa-se ainda uma maior frequência de ITU no sexo feminino,
especialmente a partir dos 4 anos.
Com base nesses resultados supõe-se que haja um fator importante de
higiene, relacionado com a positividade de 0 a 4 anos e com a proximidade vaginaânus, no sexo feminino após a idade de 4 anos.
Embora fora do escopo deste trabalho, sugere-se que haja maior orientação
aos pais quanto aos cuidados com a higienização das crianças evitando assim a
proliferação de bactérias e uma possível infecção. Aos médicos orienta-se utilizar
terapêutica inicial para BGN enquanto aguardam resultado de urocultura e aos
laboratórios que se esmerem em desenvolver métodos diagnósticos rápidos e que
façam uso da identificação por coloração de Gram na urina fresca para auxiliar na
orientação do início do tratamento às crianças.
32
REFERÊNCIAS
ANTIMICROBIANOS: consulta prática. 4. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.
BRASIL, ANVISA. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção
em Serviços de Saúde. Edição Comemorativa para o IX Congresso Brasileiro de
Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Principais Síndromes infecciosas.
Salvador, Módulo I. p 1- 11, 2004. Disponível em:
<www.anvisa.gov.br/divulga/eventos/biosseguranca/manual _microbiologia.html>
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ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
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