1 SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ENFERMAGEM E FISIOTERAPIA CRISTIANE FAUSTINO SILVA E PAULA SANTOS CUIDADOS PRESTADOS DURANTE O TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO, DEPENDENTE DE NORADRENALINA E NECESSITANDO DE PEEP TERAPÊUTICA: UMA VISÃO DO ENFERMEIRO E DO FISIOTERAPEUTA Orientador: MST. Carlos Eduardo M. Pinho RIO DE JANEIRO-RJ NOVEMBRO / 2011 2 SILVA, CRISTIANE FAUSTINO. Cuidados prestados durante o transporte do paciente crítico, dependente de noradrenalina, necessitando de PEEP Terapêutica: Uma visão do enfermeiro. Rio de Janeiro, 14p. Dissertação de Mestrado – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI. RESUMO Cada vez mais, aprimora-se o atendimento hospitalar aos pacientes em situação crítica e que precisam beneficiar-se das técnicas da imagiologia médica. Frequentemente, esses pacientes precisam ser transportados da unidade de tratamento intensivo, mantendo-se o mesmo nível de cuidado existente no interior da referida unidade, sem problemas. Este artigo aborda a importância da equipe multidisciplinar no transporte de doentes em estado crítico, de modo a manter o nível de atendimento hospitalar nos diversos momentos e fases por que passa o traslado dos mesmos quando em situação de instabilidade hemodinâmica e dependente de noradrenalina. Eles vêm sendo beneficiados pelo aprimoramento da tecnologia do diagnóstico e, muitas vezes, para ter acesso a tais benefícios, precisam ser removidos da unidade de tratamento intensivo. A finalidade deste paper é refletir sobre os estágios envolvidos nesse tipo de transporte e de cuidado, a cargo da equipe multidisciplinar. Palavras-Chaves: Transporte de Pacientes, Tratamento Intensivo. Monitoramento. Transferência de pacientes, PEEP, instabilidade hemodinâmica, Noradrenalina. SILVA, CRISTIANE FAUSTINO. Care during transport of critically ill patients, noradrenaline-dependent, requiring PEEP therapy: A view of the nurse. Rio de Janeiro, 14p. Dissertation - Brazilian Society of Intensive Care - SOBRATI. ABSTRACT The hospital is increasingly raising the care of critically ill patients who have been benefited by the technology of diagnostic imaging and, often, these patients need to be transported out of the intensive care unit in order to maintain the same level of monitoring within unit with no problems. This article addresses the importance of the multidisciplinary team in the transport of critically ill patients, in order to reflect on the various moments, phases involved in the transport and care-hospital in its various forms in relation to patients in hemodynamic instability and dependents of noradrenaline. These patients have been benefited by the technology of diagnosis and, often, to have access to these benefits need to be removed out of the intensive care unit. The aim of this paper is to reflect on the stages involved in the transport and care, the multidisciplinary team. Keywords: Transport of Patients. Intensive Care. Monitoring. Transfer of patients, PEEP, hemodynamic instability, Noradrenaline. 3 1. INTRODUÇÃO Este trabalho aborda a importância da equipe multidisciplinar no transporte do paciente critico, com o objetivo de refletir sobre os vários momentos, fases e cuidados envolvidos no transporte intra-hospitalar em suas diversas modalidades em relação aos pacientes em instabilidade hemodinâmica e dependentes de noradrenalina. Estes pacientes tem sido beneficiados pela tecnologia de diagnostico e quase sempre para ter acesso a estes benefícios, precisam ser removidos para fora da área de cuidados intensivos. A melhora significativa dos cuidados prestados durante o transporte do paciente critico dependente de noradrenalina e PEEP terapêutica. . É de suma importância que o enfermeiro saiba que e as indicações da PEEP são: DPOC; SARA; Asma; Edema agudo pulmonar cardiogênico; Atelectasia; derrame pleural; pneumotórax drenado; obesidade mórbida Quanto às contra-indicações absolutas do uso da PEEP destacam-se: Choque cardiogênico; pneumotórax (não drenado); fístula bronco-pleural. Nos últimos anos a utilização da reanimação agressiva e á implementação de novos tratamentos nos levam a um diagnostico precoce em que, é de extrema importância para o tratamento dos pacientes em instabilidade hemodinâmica e dependentes de noradrenalina, com base em uma serie de sinais de choque séptico, disfunção hemodinâmica e falência de órgãos. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem N° 376/2011 Dispõe sobre a participação da equipe de Enfermagem no processo de transporte de pacientes em ambiente interno aos serviços de saúde. O COFEN no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 242, de 31 de agosto de 2000. Neste caso um número mínimo de duas pessoas é necessário, para ser capaz de providenciar suporte de vias aéreas, interpretarem possíveis alterações cardiovasculares e respiratórias e que estejam aptos a lidar com possíveis problemas técnicos nos vários equipamentos. Assim, podem fazer parte da equipe de transporte o enfermeiro, fisioterapeuta, médico, auxiliares, técnicos de enfermagem e um anestesista. 6.9.12 A equipe deve redobrar os cuidados quando o paciente for transferido para outro leito, pois são no momento da passagem do paciente para outras macas, camas ou mesas, que ocorrem os maiores problemas. 4 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 ALTERAÇÕES HEMIDINÂMICAS Adultos e crianças apresentam respostas diferentes que precisam ser consideradas entre os pacientes adultos, as alterações hemodinâmicas mais comuns incluem Resistência Vascular Sistêmica reduzida e débito cardíaco elevado. A RVS é reduzida devido à baixa resposta às catecolaminas, a alterações na transdução do sinal do receptor α-adrenérgico e à elaboração de óxido nítrico sintase induzida. Após a carga de volume, o débito cardíaco aumenta, apesar da fração de ejeção reduzida, em conseqüência das respostas compensatórias que incluem dilatação ventricular e aumento da freqüência cardíaca. 1, 9, 11,20. Comumente há hipovolemia associada à má distribuição do débito cardíaco. Na presença de desconforto respiratório, uma intubação traqueal eletiva seguida de ventilação mecânica ajuda a redistribuir o fluxo sangüíneo dos músculos respiratórios para outros órgãos vitais. Entretanto, é essencial que haja uma reanimação adequada com fluidos antes da intubação, já que a mudança da respiração espontânea para a ventilação com pressão positiva irá reduzir a pré-carga efetiva no coração. A má distribuição do fluxo sangüíneo com hipoperfusão da circulação esplênica, mesmo quando o débito cardíaco total estiver normal ou elevado, representa um grande desafio. Um dos efeitos benéficos de vasopressores potentes é o redirecionamento do fluxo sangüíneo dos músculos esqueléticos para a circulação. 4.5.8. Os vasopressores aumentam a RVS, elevando o tônus da circulação arterial, e os vasodilatadores reduzem a resistência arterial, resultando em uma pós-carga menor e em um débito cardíaco elevado sem afetar a contratilidade. 15.17.18. 5 2.2.1 NORADRENALINA O tratamento com vasopressores é iniciado para restaurar a perfusão nos órgãos vitais. Embora os medicamentos tenham atividade vasopressora, a noradrenalina também possui um pouco de atividade inotrópica e podem aumentar a freqüência cardíaca e a contratilidade. 2.7.14.19. A noradrenalina é um agente direto naturalmente produzido na glândula adrenal. Trata-se de um vasopressor potente que redireciona o fluxo sangüíneo do músculo esquelético para a circulação esplênica mesmo na vigência de débito cardíaco reduzido. 9.15.20. Vários estudos têm descrito a habilidade da noradrenalina em restaurar a estabilidade hemodinâmica em pacientes adequadamente reanimados com reposição volêmica que não responderam ao tratamento com dopamina. Quando comparada com a dopamina, a reanimação com noradrenalina está associada à resolução mais rápida da acidose láctica. 2.4.13 É indicada em situações de baixa resistência vascular periférica (Choque séptico, distributivo). A dose inicial pode ser 0,05 kg/min até 2kg/min. É de suma importância que e a enfermagem monitore a perfusão tissular. Normalmente pacientes com dripping de noradrenalina dispõe de uma punção invasiva (PAM), a qual a monitorização da pressão arterial é registrada no balanço hídrico de 1/1h. As doses excessivas de noradrenalina podem ser evitadas e as complicações secundárias à vasoconstrição excessiva podem ser minimizadas através do fornecimento de reanimação volêmica adequada. Em segundo lugar, um débito cardíaco adequado é mantido através de técnicas de monitoramento clínicas, laboratoriais e/ou invasivas. Em pacientes com comprometimento da contratilidade, a pós-carga adicional imposta pela noradrenalina pode afetar seriamente o débito cardíaco. 9.13.20. 6 3. A ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) hospitalar dispõe assistência médica e de enfermagem ininterruptas, equipamentos específicos, recursos humanos qualificados e tecnologias diagnósticas e terapêuticas sofisticadas. De acordo com o Ministério da Saúde, a UTI é um local destinado a profissionais da saúde, principalmente médicos e enfermeiros, possuidores de grande conhecimento e destreza para a realização de procedimentos, visto que podem se defrontar com situações cujas decisões definem o limite entre a vida ou a morte das pessoas. 3.4.5. Com relação à enfermagem, a UTI implica em elevada carga de trabalho devido à pacientes sujeitos às constantes alterações hemodinâmicas e iminente risco de morte, os quais exigem cuidados complexos, atenção ininterrupta e tomada de decisões imediatas. Para garantir a qualidade do cuidado de enfermagem em UTI é necessário o número adequado de profissionais da equipe para o cuidado de qualidade da estrutura do serviço. 4.5.7. Os recursos humanos de enfermagem devem considerar as atividades realizadas, a complexidade e a necessidade de qualificação técnica específica, a tecnologia necessária, os recursos técnicos e materiais disponíveis, as características de ordem técnica, científica e pessoal dos trabalhadores que compõem o quadro funcional. 2.3.5 3.1 PEEP TERAPÊUTICA (Pressão Positiva no Final da Expiração) O principal efeito da PEEP é o aumento da capacidade residual funcional, que retarda a expiração e um maior volume de gás fica aprisionado nos pulmões ao final da expiração. O processo facilita as trocas gasosas, elevam o PO2 no sangue e reduz o efeito shunt. Como conseqüência, há uma elevação da complacência pulmonar, que aumenta a pressão intratorácica. É de suma importância que o enfermeiro conheça os efeitos da PEEP, para saber intervir junto à equipe. Os principais efeitos da PEEP são: Efeitos Pulmonares: Ocorre aumento da capacidade residual funcional; aumento da complacência; aumento da PO2; redução do efeito shunt; redistribuição do líquido par ao espaço extravascular; recrutamento alveolar. Efeitos Deletérios: Barotrauma; diminuição da pressão arterial; hiperdistensão alveolar; aumento do efeito espaço morto; alteração da biomecânica da musculatura respiratória; redução do débito urinário; Os efeitos do Barotrauma em geral são 7 Pneumotórax, fístula bronco-pleural, pneumomediastino, pneumoperitônio, embolia gasosa, enfisema subcutâneo. As principais indicações da PEEP são: DPOC; SARA; Asma; Edema agudo pulmonar cardiogênico; Atelectasia; derrame pleural; pneumotórax drenado; obesidade mórbida. Quanto às contra-indicações absolutas do uso da PEEP destacam-se: Choque cardiogênico; pneumotórax (não drenado); fístula bronco-pleural. 3.2 BENEFÍFICIOS E MALEFÍCIOS DA PEEP São vários os benefícios da PEEP, dentre eles os benefícios fisiológicos e os clínicos. 3.2.1 Benefícios Fisiológicos: Manter ou modificar a troca gasosa pulmonar; Aumentar o volume pulmonar; Reduzir o trabalho muscular respiratório. 3.2.2 Benefícios Clínicos: Reverter hipoxemia (aumentando o volume pulmonar, diminuindo o consumo de oxigênio e aumentando a oferta de oxigênio) Reverter acidose respiratória; Reduz desconforto respiratório; Reduz pressão intracraniana; Serve para estabilizar a parede torácica. Entretanto, a administração de valores maiores de PEEP tem desvantagens como à depressão circulatória e um maior risco de hiperdistensão pulmonar. Além disso, pode haver diversas complicações. As complicações podem ser vários tipos: Barotrauma, volutrauma, comprometimento da função de outros órgãos e sistemas, problemas relacionados à intubação traqueal e infecção. 8 3.3 INTERAÇÃO DA VENTILAÇÃO E PERFUSÃO A interação direta entre o ciclo sanguínea ciclo e o ciclo pulmonar pode-se verificar desta forma, como equilíbrio entre o sangue e o gás determina a eficácia das trocas gasosas. A primeira impressão é de que o pulmão é ventilado e perfundido da mesma forma em todas as suas regiões. A relação entre ventilação e perfusão mede a funcionalidade do sistema respiratório, tendo como principal função do sistema respiratório é colocar o sangue em contato com ar atmosférico. É de suma importância a compreensão de como se processa a interação entre a perfusão sanguínea e a ventilação, a nível alveolar e pulmonar. A capacidade de ventilação e a perfusão sanguínea alveolar devem estar em homeostasia, para ocorrer uma perfeita troca gasosa. Esta relação acontece de forma bem diversificada. O resultado da relação V/Q fisiológico gira em torno de 0,8 a < 1, mede a funcionalidade do sistema respiratório. De uma forma regional obteremos uma relação V/Q melhor nas bases pulmonares. Não se deve confundir melhor com maior, a relação V/Q é maior nos ápices pulmonares do que nas bases, pois neste ponto perfusão é muito inferior em relação à ventilação, então, entende-se que as trocas gasosas são mais eficazes nas bases, em um pulmão sadio. A relação ventilação/perfusão ideal é 1, ou seja, V=P. O desequilíbrio da relação V/Q leva sempre a hipoxemia, isto é a redução da concentração de oxigênio no sangue. Algumas situações levam ao desiquilíbrio da relação V/Q, tais como: Efeito Shunt; Efeito Espaço Morto. 3.3.1 Distribuição da perfusão: O fluxo sanguíneo dos pulmões possui uma distribuição regional, por exemplo, a área acima do coração recebe menos sangue que as áreas abaixo isso por causa da gravidade. Para cada cm do pulmão acima do coração perde-se 1cm/H2O pressão hidrostática, por isso há regiões no pulmão que: 1. Quase nunca são perfundidas por sangue. 2. Aonde o sangue chega apenas durante a sístole. 3. Outras aonde o sangue chega durante a sístole e a diástole. 9 A relação ventilação/perfusão ideal é 1 ou seja V=P. A relação V/P no pulmão todo é cerca de 0,8. Distribuição Da Ventilação: A ventilação é maior na base pulmonar e vai decrescendo em direção ao ápice. Distribuição Da Perfusão: Nos pulmões há dois tipos de circulação a pulmonar (finalidade de fazer as trocas gasosas) e a brônquica (que faz a nutrição do pulmão). FONTE: poderdasmaos.com 10 4. CUIDADOS PRESTADOS DURANTE O TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO, DEPENDENTE DE NORADRENALINA, NECESSITANDO DE PPEP TERAPÊUTICA: UMA VISÃO DO ENFERMEIRO. COFEN N° 376/2011 Dispõe sobre a participação da equipe de Enfermagem no processo de transporte de pacientes em ambiente interno aos serviços de saúde. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 242, de 31 de agosto de 2000. I – na etapa de planejamento, deve o Enfermeiro da Unidade de origem: a) avaliar o estado geral do paciente; b) antecipar possíveis instabilidades e complicações no estado geral do paciente; c) prover equipamentos necessários à assistência durante o transporte; d) prever necessidade de vigilância e intervenção terapêutica durante o transporte; e) avaliar distância a percorrer, possíveis obstáculos e tempo a ser despendido até o destino; f) selecionar o meio de transporte que atenda as necessidades de segurança do paciente; g) definir o (s) profissional (is) de Enfermagem que assistira o paciente durante o transporte; e h) realizar comunicação entre a Unidade de origem e a Unidade receptora do paciente. O transporte do paciente crítico sempre envolve uma série de riscos, sendo problema freqüente a falha no controle das funções cardiorespiratórias, resultando em instabilidade hemodinâmica com prejuízo da oxigenação tecidual, que pode trazer sérias conseqüências. Podem ainda ocorrer outras alterações, tais como hipertensão grave, arritmias, obstrução aérea, entre várias outras. As causas dessas alterações não são sempre facilmente explicadas, porque elas podem não ser detectadas sem monitorização adequada. Tais alterações podem ser devidas a complicações respiratórias e cardíacas resultantes da dor provocada pelo movimento do paciente no seu deslocamento, ou alterações decorrentes da mudança de decúbito do paciente. Outras são decorrentes de falhas técnicas como a interrupção acidental da infusão endovenosa de aminas 11 vasoativas, a perda de pressão nos cilindros de oxigênio e outras explicações plausíveis. 13.20 O risco ao paciente durante o transporte pode ser minimizado por meio de um planejamento cuidadoso, qualificação do pessoal responsável pelo transporte e seleção de equipamentos adequados. O grupo de pacientes com maiores chances de deterioração do quadro clínico durante o transporte parece ser daqueles com falência respiratória e baixa complacência pulmonar, identificados por necessitarem de elevada PEEP durante a ventilação mecânica. Embora muitos serviços ainda utilizem a ventilação manual (AMBU), estudos recentes mostram que a utilização de ventiladores de transporte com pressão de suporte são capazes de manter uma ventilação mais consistente, quando se analisa a relação PaO2/FiO2, comparando-se pacientes ventilados manualmente e com ventiladores mecânicos. 13; 20 A ventilação manual resulta em colapso alveolar, diminuição da complacência, é freqüente considerarmos como mais graves e de maior risco no transporte, os pacientes com necessidade de PEEP > 14 cm H2O e aqueles em uso de drogas vasoativas, como noradrenalina. 9.13.20 Os equipamentos para monitorização têm resolvido muitos dos problemas associados com a falta de espaço. Além disso, métodos diagnósticos portáteis, como é o caso do ultrassom, Doppler transcraniano e eletroencefalografia poderão diminuir a necessidade de transporte dos pacientes críticos. Um número mínimo de duas pessoas é necessário, para ser capaz de providenciar suporte de vias aéreas, interpretarem possíveis alterações cardiovasculares e respiratórias e que estejam aptos a lidar com possíveis problemas técnicos nos vários equipamentos. Assim, podem fazer parte da equipe de transporte o enfermeiro, fisioterapeuta, médico, auxiliares e técnicos de enfermagem. 6.9.12 É fundamental avaliar a necessidade individual dos equipamentos para o transporte de cada paciente, a fim de evitar a sua ausência ou falta de funcionamento longe do local de origem, onde os mesmos podem não estar disponíveis. 9.16.18 A medida e o controle acurado do PEEP durante o transporte não é fácil, particularmente quando há alterações na postura do paciente, sedação e alterações do fluxo sangüíneo pulmonar, que podem contribuir para o aumento do “shunt” pulmonar. 9.13.20. 12 O controle mais rigoroso dos parâmetros ventilatórios é exigido nos pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda (SARA), pois a redução acentuada da complacência pulmonar leva ao colapso não homogêneo dos alvéolos, perda da capacidade residual funcional e aumento do “shunt” intrapulmonar, com alterações da relação ventilação/perfusão. Assim, tais pacientes necessitam de ventiladores mecânicos que tenham a possibilidade de promover níveis elevados de PEEP e novos modos de ventilação mecânica, tais como pressão controlada, pressão controlada com inversão da relação inspiração: expiração certa para oxigenação e ventilação mais efetivas. 5.8.13.20. Deve certificar-se que o cilindro de oxigênio esteja carregado e adotar um fluxo necessário para manter a saturação de oxigênio maior que 94%, registrado no oxímetro de pulso. Uma caixa de medicações de emergências deve acompanhar o transporte do paciente crítico, dentre eles a noradrenalina, além de adrenalina, amiodarona, lidocaína, atropina, bicarbonato de sódio, adenosina, cloreto de cálcio, dexametasona, dopamina, furosemida, manitol, magnésio, naloxone, nitroglicerina, nitroprussiato de sódio, fenitoína, cloreto de potássio e benzo-diazepínicos. Deve-se antecipar a necessidade de medicações prescritas para o paciente, particularmente, quando o seu uso for intermitente, como é o caso da sedação e bloqueadores neuromusculares. 1.2.4.20. A equipe deve redobrar os cuidados quando o paciente for transferido para outro leito, pois são no momento da passagem do paciente para outras macas, camas ou mesas, que ocorrem os maiores problemas. Não é obrigatória a presença de equipamentos de reanimação cardiopulmonar e de sucção para acompanhar cada paciente que está sendo transportado, porém tais equipamentos devem estar localizados em áreas usadas por pacientes críticos e devem estar disponíveis dentro de, no máximo 4 minutos, para atender emergências que possam ocorrer no transporte. 7.8.13.20. Alguns pacientes selecionados podem se beneficiar da monitorização da capnografia, pressão arterial invasiva, pressão da artéria pulmonar e pressão intracraniana e medidas da pressão venosa central, pressão capilar pulmonar e débito cardíaco. Nos pacientes intubados que estão conectados a um ventilador mecânico, a pressão das vias aéreas deve ser monitorizada. 1.2.5.8. É notada a importância da fase preparatória do transporte, pois com a seleção e manutenção prévia dos materiais e equipamentos necessários, a grande maioria das intercorrências pode ser evitada. 13 5. METODOLOGIA A Metodologia é a utilização de métodos e técnicas para validar uma pesquisa Portanto, para este trabalho foi inicialmente realizada uma revisão bibliográfica e web gráfica, com método descritivo, complementada por uma discussão de dados ao mesmo tempo quantitativa e qualitativa por se adequar e permitir compreender melhor a abordagem do tema selecionado. A natureza qualitativa da pesquisa permite uma melhor compreensão do objeto de estudo, por mostrar um nível de realidade que não há como ser quantificada, proporcionando uma explicação mais profunda sobre os dados coletados e reunidos durante a pesquisa. Segundo Minayo (2003, p.21 e 22) “a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. “Ela se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificada, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das realizações, processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis”. O método descritivo procura descobrir com mais precisão a frequência entre um fenômeno e os diversos fatores a ele relacionados. E, nesse sentido, é um método bastante pertinente a este estudo, devido ao fato de o enfermeiro ter necessidade de conhecer os fatores que podem contribuir positivamente ou negativamente. Segundo Barros e Lehfeld (2000, p.70): “Neste tipo de pesquisa não há interferência do pesquisador, isto é, ele descreve o objeto de pesquisa. Procura descobrir a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua natureza, características, causas, relações e conexões com outros fenômenos”. Vale ressaltar que a pesquisa bibliográfica/web gráfica é uma das que mais auxiliam o pesquisador, o que é afirmado por Vergara (2003, p.48): 14 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pacientes graves, quando transportados apresentam maior morbidade e mortalidade, que podem ser minimizados se o transporte for planejado de forma consistente, se os recursos humanos forem bem preparados e se os equipamentos forem adequados. A impossibilidade de prover adequada oxigenação e ventilação, manter a estabilidade hemodinâmica e as vias aéreas livres durante o transporte contra indica sua realização. As Unidades de Terapia Intensiva deveriam desenvolver protocolos para o transporte de pacientes graves com especificação sobre os pontos críticos. Pontos relevantes em que o enfermeiro tem a obrigação de observar: A comunicação entre a equipe, os equipamentos e a monitorização correta do paciente. Visto que esse paciente pode ser de baixo risco ou alto risco. Concluo que o número de pessoas que participarão do transporte é variável, de acordo com a gravidade e complexidade da situação clínica do paciente e do número de equipamentos exigidos. Devo ressaltar que uma das atribuições do enfermeiro é sempre verificar as infusões e drogas que o paciente esta recebendo estão devidamente corretas, garantindo o volume suficiente até o seu retorno. Ratifico que o paciente crítico com instabilidade hemodinâmica com dose alta de noradrenalina não pode ser transportado. Portanto, deve-se considerar um período de meia à uma hora após o transporte como uma fase de extensão do mesmo. Em fim esta dissertação nos leva a refletir a importância de se realizar o transporte do paciente critico com uma equipe qualificada e com destreza para atuarem nas possíveis intercorrências que podem vim acontecer durante todo o processo do transporte. Afirmo que a educação continuada dos profissionais de saúde que atuam em UTI é primordial para manter a qualidade do serviço de transporte. 15 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARROS, Aidil de Jesus Paes; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos da Metodologia da Pesquisa científica: um guia para a iniciaçiação científica. 2. Ed. Ampl. São Paulo: Vozes, 2000. 2. Bion JF, Wilson IH, Taylor PA. Transferring critically illpatients by ambulance: audit by sickness scoring. Br Med J1988; 296:170-5. 3. Braman SS, Dunn SM, Amico CA, Millman RP. Complicationsof intrahospital transport in critically ill patients. Ann InternMed 1987; 107: 469-73. 4. BRUNO, Luciana Damázio de Noronha Presto. Fisioterapia Respiratória. 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