DOUTRINAS SOCIAIS NO SÉCULO XIX SOCIALISTAS UTÓPICOS Onde: França e Inglaterra Referência histórica: Revolução Industrial Crítica ao capitalismo e a crença de que seria possível projetar uma sociedade baseada na solidariedade e não no individualismo Sociedade: solidária Saint-Simon: sociedade dever ser racionalmente planejada e controlada pelos produtores. Pensadores: Charles Fourier: FALANSTÉRIOS (Comunidades autônomas completas, com habitações, plantações, indústrias, escolas, teatros, os donos-associados seriam os próprios moradores). Robert Owen: divisão social dos bens; redução de jornada; aumento salarial; escolas para operários. SOCIALISMO CIENTÍFICO Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) Crítica aos socialistas utópicos: a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma sociedade nova, seria o proletariado, a classe trabalhadora. Proletariado (classe trabalhadora) seria a grande energia transformadora do mundo. Sem líderes, sem força superior social e sem dependência de um benfeitor: “A emancipação do proletariado é obra do próprio proletariado.” Problema: ideologia da classe dominante (burguesia), ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias em que a burguesia acredita. Socialismo Científico: descobertas sobre a história, a sociedade, a economia, o poder. Atividade política racional e organizada. Principais obras: Manifesto do Partido Comunista (1848) e O Capital (1867). Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico: Partido político que educasse os trabalhadores. Criar consciência política – combater a alienação Concepção materialista da história. “Pelo trabalho, o homem transforma a natureza cria seu próprio meio ambiente.” Concepção materialista da história: os animais se alimentam e se reproduzem; somente o homem faz culinária, desenvolve gosto, é erótico e capaz de amar, ou seja, somente os seres humanos possuem história e cultura. “Pelo trabalho, o homem transforma a natureza e cria seu próprio trabalho, o homem transforma a natureza e cria seu próprio meio ambiente.” Ponto-chave da teoria: trabalhando, o homem se relaciona com outros homens, produz máquinas, obras de arte, cria instituições sociais, crenças religiosas, hábitos diferentes, educa-se, forma sua personalidade, constrói a si mesmo. “A chave para compreender a história e o funcionamento da sociedade, estaria na produção.” Base da sociedade: produção econômica. Superestrutura: Estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. O Estado e o domínio de Classe: “O Estado é sempre uma arma de domínio das classes proprietárias”. O Estado nunca é neutro! Desenvolvimento histórico: forças produtivas (máquinas, tecnologia, população, trabalhadores, organização) contribuem para o desenvolvimento da economia. Por exemplo, a quantidade de máquinas, a tecnologia, o tamanho da população, a qualificação técnica dos trabalhadores, organização do trabalho nas empresas, etc. Crises econômicas: criação de novas nas relações de produção, o que possibilitaria a revolução social. “Quanto mais o mundo se unifica economicamente, mais ele necessita de socialismo.” As lutas de classe: não basta existir uma crise econômica para que haja revolução. O que é decisivo são as ações das classes sócias. Para Marx e Engels, em todas as sociedades em que há propriedade privada existem lutas de classes. Para eles, a história teria sido a história da luta de classes: Senhores X escravos Nobres X servos Burgueses X proletários Revolução socialista: para Marx, a luta do proletariado não deveria se limitar à luta dos sindicatos e organizações da sociedade por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta para que o socialismo científico fosse conhecido pelos trabalhadores e também a luta política do proletariado para assumir a direção da sociedade. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político. TEORIA DA MAIS-VALIA Valor do trabalho – salário = mais-valia Exploração capitalista: o capitalista não paga pelo trabalho do operário, mas pela força de trabalho, isto é, pela capacidade de trabalhar. Assim, o na jornada normal de trabalho, o operário produz mais do que o que recebe de salário. Exploração capitalista: Desemprego forçado pela criação de exército industrial de reserva Irracionalidade do capitalismo: a produção voltada para o lucro de uns poucos, as guerras provocadas pelos interesses econômicos, a produção dominada pelas decisões de poucos seriam inadmissíveis. Mais ainda, o mercado funcionaria como uma criatura incontrolável. Antes de a sociedade chegar ao comunismo ela deveria passar pela fase de transição que seria a o socialismo: no socialismo, não existiria mais a prioridade privada burguesa, mas ainda haveria algumas diferenças sociais por causa da diferença de profissões e do ritmo de trabalho. Porém, Marx dizia que no socialismo haveria uma ditadura do proletariado, que não seria uma ditadura, mas um governo totalmente democrático dominado pelos trabalhadores. ANARQUISMO – SÉCULO XIX Mikhail Bakúnin (1814-1876) Significado: ausência de poder Crítica: a origem de todos os problemas sociais (e até pessoais) está nas relações de poder. Apoio ao Comunismo pela não existência do Estado Autogestão Sem partidos – sem votação Greve geral – insurreição: arma dos pobres Correntes: anarco-sindicalismo ou sindicalistas revolucionários – máquina autônoma Joseph Proudhon (1809-1865) Cooperativas alternativas Sem Estado Federalismo (descentralização de poder) A Miséria da Filosofia Mercado e concorrência fim das grandes empresas Georges Sorel (1847-1922) Obra: Sobre a Violência Ação direta (direito de violência) Terrorismo A PRIMEIRA INTERNACIONAL 1864 – Primeira Assembléia Internacional dos Trabalhadores Ajuda aos grevistas e sindicatos, movimentos democráticos e socialistas europeus. Resultado: desentendimentos teóricos e políticos Alemanha (1869) – Partido Social-Democrata: partido socialista mais importante do mundo no momento Extinção: 1876 POSITIVISMO Auguste Comte (1798-1857) Sociologia – compreensão científica da sociedade Conceito de progresso através da ordem: “Ordem e progresso”. Ditadura imposta à força Para Comte, a humanidade só atingiria o grau supremo de evolução (que ele chamava de estado positivo) quando todas as idéias e ações humanas fossem baseadas na ciência. O governo ideal seria exercido apenas pelos homens que possuem os conhecimentos científicos. Sua teoria positivista se compõe de três estágios do espírito humano, comparados por ele aos estágios da evolução do homem: Teológico ou fictício, na juventude; Metafísico ou abstrato na idade adulta; E positivo, na idade madura, idade da ciência. Frases: “Só há uma máxima absoluta, a de que nada há de absoluto”. “Tudo é relativo, e só isso é absoluto”. “No fundo nada há de real a não ser a humanidade”.