Resumo das Características do Medicamento 1. Nome do Medicamento Etoxisclerol 0,5%, Solução injetável, 5 mg/ml Etoxisclerol 1, Solução injetável, 10 mg/ml Etoxisclerol 2%, Solução injetável, 20 mg/ml Etoxisclerol 3%Solução injetável, 30 mg/ml 2. Composição dos Medicamentos Etoxisclerol é um agente esclerosante à base de lauromacrogol 400 e contém as seguintes quantidades de substância ativa: Substância ativa por tipo e quantidade Cada ml contém: Etoxisclerol 0,5% 1% 2% 3% Lauromacrogol 400 5 mg 10 mg 20 mg 30 mg Excipientes com efeito conhecido: Etoxisclerol contém 42 mg de etanol por ml. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1 3. Forma Farmacêutica Solução injetável, Solução límpida, incolor a muito ligeiramente amarela esverdeada. 4. Informações Clínicas 4.1 Indicações terapêuticas Etoxisclerol está indicado para escleroterapia de veias varicosas e da doença hemorroidal. 4.2 Posologia e modo de administração Dependendo do tamanho das varizes a esclerosar, são necessárias concentrações diferentes de Etoxisclerol. Para o tratamento de hemorróidas é utilizado Etoxisclerol 3%. É válida a seguinte escala de indicação: Modo de Concentração de Etoxisclerol administração 0,5% 1% 2% 3% Telangiectasias ● Veias centrais de telangiectasias Varizes reticulares ● ● ● Líquido Espuma Líquido Espuma Líquido Espuma APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED ● ● Pequenas varizes Varizes médias Grandes varizes Hemorróidas grau I e II de ● ● ● ● ● ● ● Líquido Espuma Líquido Espuma Líquido Espuma Líquido Espuma Se estiverem indicadas várias concentrações para o mesmo tratamento, deve ter-se em conta o diâmetro da veia e a situação individual do doente. Em caso de dúvida, deve utilizar-se a concentração mais baixa. Posologia com administrações únicas e diárias De uma forma geral, não deve ser ultrapassada a dose de 2 mg de lauromacrogol 400 (polidocanol) por kg de peso corporal e por dia. Para um doente com um peso corporal de 70 kg podem ser injetados até 140 mg de lauromacrogol 400 (exceção, ver Posologia em hemorróidas). 140 mg de lauromacrogol 400 estão contidos em: Etoxisclerol 0,5% 28 ml de solução injetável Etoxisclerol 1% 14 ml de solução injetável Etoxisclerol 2% 7 ml de solução injetável Etoxisclerol 3% 4,6 ml de solução injetável Etoxisclerol pode ser utilizado para a escleroterapia com espuma (ver secção 5.1, Propriedades farmacodinâmicas). Para a produção de uma espuma viscosa de bolha fina, homogénea e padronizada, observar as indicações dos respetivos sistemas. Na aplicação na forma de espuma esclerosante, a dose total de 10 ml de espuma por sessão e por dia - independentemente do peso corporal - não deve ser ultrapassada. Uma varicose extensa deve ser sempre tratada em várias sessões. Na primeira sessão de tratamento de varizes, os doentes com tendência para reações de hipersensibilidade não devem receber mais de uma injeção. Dependendo da reação, no tratamento seguinte poderão ser administradas várias injeções, observando sempre a dose máxima. Escleroterapia de telangiectasias Dependendo do tamanho da área a tratar, são administrados 0,1 a 0,2 ml de Etoxisclerol 0,25% ou 0,5% por injeção por via Intravenosa. Escleroterapia de veias centrais de telangiectasias Dependendo do tamanho da área a tratar, são administrados 0,1 a 0,2 ml de Etoxisclerol 0,25%-1% por injeção por via Intravenosa. Escleroterapia de varizes reticulares Dependendo do tamanho da variz a tratar, são administrados 0,1 a 0,3 ml de Etoxisclerol 1% por injeção por via Intravenosa. Escleroterapia de pequenas varizes Dependendo do tamanho da variz a tratar, são administrados 0,1 a 0,3 ml de Etoxisclerol 1% líquido por injeção por via Intravenosa. Na utilização de Etoxisclerol 1% na forma de espuma esclerosante, p. ex., para o tratamento de varizes de ramificações, são injetados por injeção até 4 ml (máximo de 6 ml) por punção. No caso de veias perfurantes, são injetados até 2 ml (máximo 4 ml) por punção. Observe a dose diária máxima. APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Escleroterapia de varizes médias Dependendo do diâmetro das varizes a esclerosar, utiliza-se Etoxisclerol 2% ou 3% líquido. Na primeira sessão só deve ser administrada uma injeção de 0,5 a 1 ml de Etoxisclerol 2% ou 3%. Dependendo do resultado do tratamento e da extensão da área a esclerosar, no tratamento seguinte poderão ser administradas várias injeções de até 2 ml por injeção, observando sempre a dose máxima. Ao utilizar Etoxisclerol 2% na forma de espuma esclerosante, p. ex., para o tratamento de veias perfurantes, são injetados até 2 ml de espuma, para o tratamento das veias safenas magna e parva são injetados até 4 ml por punção (na veia safena magna no máximo 6 ml). Observe a dose diária máxima. Ao utilizar Etoxisclerol 3% na forma de espuma esclerosante, p. ex., para o tratamento das veias safenas magna e parva, são injetados até 4 ml por punção (na veia safena magna no máximo 6 ml). Observe a dose diária máxima. Escleroterapia de grandes varizes No primeiro tratamento é administrada apenas uma injeção de 1 ml de Etoxisclerol 3% líquido. Dependendo do resultado do tratamento e da extensão da área a esclerosar, nos tratamentos seguintes poderão ser administradas várias (2 a 3) injeções com até 2 ml por injeção, observando sempre a dose máxima. Ao utilizar Etoxisclerol 3% na forma de espuma esclerosante, p. ex., para o tratamento das veias safenas magna e parva, são injetados até 4 ml por punção (na veia safena magna no máximo 6 ml). Observe a dose diária máxima. Concentrações da espuma esclerosante por indicação Etoxisclerol Exemplos de aplicação Veia safena magna Veia safena parva Varizes de ramificações Veias perfurantes 1% + + 2% 3% + + + + + Nota: As concentrações indicadas referem-se ao Etoxisclerol líquido para a produção de espuma esclerosante Escleroterapia de hemorróidas Durante uma sessão, a dose total de 3 ml de Etoxisclerol 3% não deve ser ultrapassada. Dependendo do diagnóstico, é injetado no máximo 1,0 ml por mamilo hemorroidário na forma de injeção estritamente por via submucosa. A exceção é o mamilo hemorroidário às 11 horas nos homens. Neste não devem ser injetados mais de 0,5 ml. População pediátrica Não existe uma utilização relevante de Etoxisclerol na população pediátrica. Modo e duração de administração Escleroterapia de telangiectasias Escleroterapia de veias centrais de telangiectasias Escleroterapia de varizes reticulares Escleroterapia de pequenas varizes Normalmente, a injeção é administrada numa perna em posição horizontal ou elevada a cerca de 30-45° acima da posição horizontal. Todas as injeções, mesmo no caso de telangiectasias, devem ser efetuadas por via intravenosa! Devem ser utilizadas agulhas muito finas (p. ex., cânulas de insulina) e seringas fáceis de utilizar. A punção deve ser realizada tangencialmente e a aplicação lenta com posição intravenosa da cânula. No caso da espuma esclerosante, a cânula não deve ter um tamanho inferior a 25 G. APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Escleroterapia de médias e grandes varizes Independentemente do modo de punção – no doente em pé apenas com cânula ou no doente sentado com seringa pronta para a injeção – a injeção é normalmente administrada numa perna em posição horizontal ou elevada a cerca de 30-45° acima da posição horizontal. As injeções devem ser efetuadas estritamente por via intravenosa! No caso da escleroterapia com espuma, a punção direta e a injeção em veias safenas não visíveis, veias perfurantes e varizes na região inguinal ou na região poplítea devem ser controladas mediante ecografia (de preferência com Doppler). Noutras varizes não visíveis, recomenda-se a orientação da punção e da injeção mediante ecografia. Indicações: Dependendo do grau e da extensão das varizes, podem ser necessários vários tratamentos. Os trombos que se formam ocasionalmente nas veias varicosas são eliminados mediante incisão perfurante e extração do trombo. Tratamento de compressão após a injeção de Etoxisclerol líquido Depois de tapar o local de injeção, deve aplicar-se uma ligadura ou meia de compressão. A seguir, o doente deve caminhar durante 30 minutos, se possível na área do consultório. Tratamento de compressão após a injeção de Etoxisclerol espuma esclerosante Depois de tapar o local de injeção, a perna do doente é imobilizada durante 2 a 5 minutos. Devem ser evitadas manobras de Valsalva e ativação muscular do doente, assim como uma compressão imediata no local de injeção. A compressão é aplicada após cerca de 10 minutos nas veias safenas magna ou parva e após 5 minutos nas varizes de ramificações, varizes recidivantes ou veias perfurantes. Duração da compressão Após a escleroterapia de telangiectasias, a compressão deve ser usada durante 2 a 3 dias, nos outros casos durante 5 a 7 dias. Após a escleroterapia de médias e grandes varizes, a compressão deve ser usada durante 3 a 5 semanas. No caso de varicose generalizada, recomenda-se um tratamento de compressão de vários meses com ligaduras de alta compressão. Para garantir uma colocação segura da ligadura, especialmente na coxa e nos membros arredondados, recomenda-se a colocação de uma faixa de espuma sob a ligadura de compressão. O sucesso da escleroterapia é essencialmente determinado pelo tratamento continuado e cuidadoso de compressão. Escleroterapia de hemorróidas A injeção deve ser administrada estritamente por via submucosa diretamente no mamilo hemorroidário ou acima (cranial) do mamilo na área circundante dos vasos que o irrigam. Deve ter-se um especial cuidado na área do esfíncter anal interno devido ao risco de danos e subsequentes problemas de incontinência. No tratamento do mamilo hemorroidário às 11 horas nos homens, devido à proximidade da uretra e da próstata, a quantidade injetada não deve ultrapassar os 0,5 ml de Etoxisclerol 3%. Dependendo da extensão das hemorróidas, podem ser necessários vários tratamentos. 4.3 Contraindicações Escleroterapia de varizes A escleroterapia de varizes é absolutamente contraindicada em casos de: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1. doenças sistémicas agudas graves (especialmente quando não tratadas) imobilidade APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED insuficiência arterial grave (de grau III e IV de Fontaine) doenças tromboembólicas risco elevado de trombose (p. ex., trombofilia hereditária conhecida ou existência de vários fatores de risco em simultâneo, como utilização de contracetivos hormonais ou terapêutica hormonal de substituição, adiposidade, tabagismo, fases prolongadas de imobilidade). Na escleroterapia com espuma também estão incluídos: forame oval patente sintomático conhecido./ Shunt direita-esquerda conhecido sintomático. Dependendo do grau de gravidade, a escleroterapia de varizes pode ter uma contraindicação relativa em casos de: estados febris asma brônquica ou forte tendência conhecida para alergias muito mau estado geral insuficiência arterial grave (de grau III e IV de Fontaine), quando se pretende esclerosar telangiectasias edema da perna (quando não influenciável por compressão) doenças cutâneas inflamatórias na área de tratamento sintomas de microangiopatia ou neuropatia mobilidade limitada Na escleroterapia com espuma também estão incluídos: forame oval patente assintomático conhecido sintomas visuais, psíquicos ou neurológicos após escleroterapia com espuma Escleroterapia de hemorróidas A escleroterapia de hemorróidas é absolutamente contraindicada em casos de: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1 doenças sistémicas agudas graves (especialmente quando não tratadas) inflamações agudas na área anal. Dependendo do grau de gravidade, a escleroterapia de hemorróidas pode ter uma contraindicação relativa em casos de: estados febris asma brônquica ou forte tendência conhecida para alergias muito mau estado geral doenças inflamatórias intestinais crónicas (p. ex., doença de Crohn) hipercoagulabilidade conhecida. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Todos os preparados de Etoxisclerol contêm 5%vol. de álcool. Tal deve ser tido em consideração em doentes com antecedentes de alcoolismo ou submetidos a um tratamento do alcoolismo com Disulfiram. Os preparados de Etoxisclerol contêm menos de 1 mmol (39 mg) de potássio por ampola. Os preparados de Etoxisclerol contêm menos de 1 mmol (23 mg) de sódio por ampola. Escleroterapia de varizes Os agentes esclerosantes nunca devem ser injetados por via intra-arterial uma vez que podem provocar necroses graves, que podem obrigar a uma amputação. Neste tipo de incidentes, consultar imediatamente um cirurgião vascular (ver secção 4.9)! Para todos os agentes esclerosantes impõe-se um diagnóstico médico rigoroso na área da face, uma vez que a injeção ntravascularpode provocar a inversão da pressão nas artérias, levando, assim, a uma deficiência visual permanente (cegueira). APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Em determinadas regiões corporais, como o pé ou na região dos tornozelos, persiste o aumento do risco de injeção intra-arterial inadvertida. Assim, devem ser utilizadas quantidades e concentrações reduzidas com um cuidado extremo durante o tratamento. O volume médio recomendado de espuma esclerosante por sessão é de 2 a 8 ml, sendo o volume máximo de espuma esclerosante por sessão (para uma ou mais injeções) 10 ml. Durante o tratamento de veias safenas, a injeção da espuma é efetuada com uma distância mínima de 8 a 10 cm relativamente aos pontos de drenagem. Caso a ecografia detete um bolus de espuma no sistema venoso profundo, o doente deve proceder à ativação muscular, p. ex., flexão dorsal da articulação do pé. Escleroterapia de hemorróidas Na esclerose de hemorróidas deve ter-se o cuidado de não danificar o esfíncter anal interno, a fim de evitar problemas de incontinência. Nos homens, na área do mamilo hemorroidário às 11 horas não devem ser administrados mais de 0,5 ml de Etoxisclerol 3% devido à proximidade de outras estruturas (próstata e uretra). 4.5 Interações medicamentosas Lauromacrogol 400 é um anestésico local. Com a administração concomitante de outros anestésicos existe o perigo de efeito aditivo destes anestésicos no sistema cardiovascular. 4.6 Fertilidade, Gravidez e amamentação Gravidez Até à data não existe experiência suficiente na utilização de Etoxisclerol em mulheres grávidas. Estudos em animais indicaram toxicidade reprodutiva, mas nenhum potencial teratogénico (ver secção 5.3 Dados de segurança pré-clínica). Assim, Etoxisclerol só pode ser utilizado na gravidez se for estritamente necessário. Amamentação Não está disponível informação sobre a passagem de lauromacrogol 400 para o leite materno humano. Caso o tratamento esclerosante se torne necessário durante a amamentação, recomenda-se a interrupção da mesma durante 2 a 3 dias. 4.7 Efeitos na capacidade de conduzir e a utilização de máquinas Desconhecem-se efeitos negativos de Etoxisclerol sobre a capacidade de condução e a utilização de máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Os efeitos indesejáveis mencionados de seguida foram comunicados em relação com a utilização mundial de lauromacrogol 400. Estas reações foram prejudiciais em alguns casos, mas de uma forma geral foram apenas transitórias. Como se trata frequentemente de comunicações espontâneas, sem relação com um grupo de doentes definido e sem grupo de controlo, não é possível calcular as frequências com exatidão ou comprovar sempre uma relação causal com a exposição ao fármaco. No entanto, com base na experiência de longo prazo, é possível realizar uma avaliação fundamentada. Escleroterapia de varizes Durante a escleroterapia de varizes foram observadas reações locais indesejáveis (p. ex., necroses), especialmente na pele e no tecido subjacente (raramente também nos nervos), após APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED uma injeção inadvertida no tecido circundante (injeção paravenosa). O risco aumenta com o aumento das concentrações e das quantidades de Etoxisclerol. Além disso, foram observados os seguintes efeitos secundários com diferentes frequências (indicação de acordo com MedDRA (Dicionário Médico para as Atividades Regulamentares)): Muito frequentes (≥ 10%); frequentes (≥ 1% - < 10%); pouco frequentes (≥ 0,1% - < 1%); raros (≥ 0,01% - < 0,1%); muitos raros, incluindo casos isolados (< 0,01%). Doenças do sistema imunitário Muito raros: choque anafilático, angioedema, urticária (generalizada), asma (crise asmática) Doenças do sistema nervoso Muito raros: acidente vascular cerebral, apoplexia, cefaleia, migraine (com espuma esclerosante com a frequência: raros), parestesia (local), perda dos sentidos, estado de confusão, tonturas, afasia, ataxia, hemiparesia, hipoestesia oral Afeções oculares Muito raros (com espuma esclerosante raros): deterioração da visão (afeção reversível da visão) Cardiopatias Muito raros: paragem cardíaca, palpitações, frequência cardíaca anormal Vasculopatias Frequentes: neovascularização, hematoma Pouco frequentes: tromboflebite superficial, flebite Raros: trombose venosa profunda (possivelmente devido a doença base) Muito raros: embolia pulmonar, síncope (vasovagal), colapso circulatório, vasculite Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Muito raros: dispneia, desconforto no peito (sensação de pressão no peito), tosse Doenças gastrointestinais Muito raros: alteração do paladar, náuseas, vómitos Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Frequentes: hiperpigmentação cutânea, equimose Pouco frequentes: dermatite alérgica, urticária de contacto, reação cutânea, eritema Muito raros: hipertricose (na área da escleroterapia) Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos Raros: dor numa extremidade Perturbações gerais e dores no local de administração Frequentes: dor no local de injeção (curto prazo), trombose no local de injeção (coágulo sanguíneo intravaricoso local) Pouco frequentes: necrose, tumefação, edema Muito raros: febre, afrontamentos, astenia, mal-estar Exames complementares de diagnóstico Muito raros: pressão sanguínea anormal, frequência cardíaca anómala (taquicardia, bradicardia) Lesões, intoxicações e complicações devido a intervenções Pouco frequentes: lesão neurológica Escleroterapia de hemorróidas Na escleroterapia de hemorróidas foram observadas reações locais indesejáveis como ardor, dor, mal-estar e sensação de pressão durante e após a injeção, especialmente em homens na área do mamilo hemorroidário às 11 horas (área da próstata). Estas reações são de natureza transitória e podem durar em casos raros 2 a 3 dias. Com a injeção adequada, a escleroterapia de hemorróidas é indolor devido à inexistência de fibras nervosas sensíveis na área da injeção. APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Além disso, foram observados os seguintes efeitos secundários com diferentes frequências (indicação de acordo com MedDRA (Dicionário Médico para as Atividades Regulamentares)): Muito frequentes (≥ 10%); frequentes (≥ 1% - < 10%); pouco frequentes (≥ 0,1% - < 1%); raros (≥ 0,01% - < 0,1%); muitos raros, incluindo casos isolados (< 0,01%). Doenças do sistema imunitário Muito raros: choque anafilático, angioedema, urticária (generalizada), asma (crise asmática) Doenças do sistema nervoso Muito raros: perda dos sentidos, estado de confusão, tonturas Cardiopatias Muito raros: palpitações Vasculopatias Muito raros: síncope vasovagal, colapso circulatório Doenças gastrointestinais Pouco frequentes: proctite, prurido anal Muito raros: náuseas Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Pouco frequentes: dermatite alérgica, urticária de contacto, reação cutânea Doenças dos órgãos genitais e da mama Muito raros: disfunção eréctil Perturbações gerais e alterações no local de administração Frequentes: ardor na mucosa, dores no local de injeção, mal-estar, sensação de pressão Pouco frequentes: induração Raros: necrose (local, raramente com extensão para os tecidos circundantes), hemorragia no local de injeção, trombose no local de injeção (intra-hemorroidal) Muito raros: febre Exames complementares de diagnóstico Muito raros: pressão sanguínea anormal Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 71 40 Fax: +351 21 798 73 97 Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: [email protected] 4.9 Sobredosagem Medidas de emergência e antídotos Reações anafiláticas As reações anafiláticas representam situações raras, mas com potencial perigo de vida agudo. APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED O médico assistente deve estar preparado para prestar medidas de emergência e ter disponível uma mala de emergência adequada. Escleroterapia de veias varicosas A sobredosagem local (provocada pelo facto do volume injetado ou da concentração serem demasiado elevados) pode provocar necrose local, especialmente após uma injeção paravenosa. Escleroterapia da doença hemorroidal A sobredosagem local (provocada pelo facto do volume injetado ou da concentração serem demasiado elevados) pode provocar necrose tecidular local, possivelmente extensível ao tecido circundante. Tratamento de intoxicação local após aplicação incorreta durante a escleroterapia de varizes das pernas a) Injeção intra-arterial 1. Deixar a cânula in situ – se já tiver sido removida, procurar novamente o canal de punção 2. Injetar 5 a 10 ml de um anestésico local, sem adição de adrenalina 3. Injetar 10.000 UI de heparina 4. Envolver a perna isquémica em algodão e mantê-la baixa 5. Hospitalizar o doente preventivamente (cirurgia vascular) b) Injeção paravenosa Dependendo da quantidade e da concentração do Etoxisclerol injetado por via paravenosa, injetar 5 a 10 ml de solução salina fisiológica, de preferência juntamente com hialuronidase no local de aplicação da escleroterapia. Em caso de dor aguda, pode injetar-se um anestésico local (sem adrenalina). 5. Propriedades Farmacológicas 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Código ATC: C05BB02 Grupo fármacoterapêutico: Grupo 3.6 – Venotrópicos. Dependendo da concentração e da quantidade, o lauromacrogol 400 prejudica o endotélio dos vasos sanguíneos. Devido à ligadura de compressão que é aplicada após a escleroterapia de varizes, as paredes dos vasos danificados são comprimidas, evitando a formação excessiva de trombos e a recanalização do trombo aderente à parede que se formou inicialmente. Desta forma, ocorre a transformação desejada em tecido fibroso e, por conseguinte, a escleroterapia. O lauromacrogol 400 tem ainda um efeito anestésico local e anula de forma reversível tanto a sensibilidade dos órgãos-alvo (recetores) como também a condutibilidade das fibras nervosas sensíveis. Estudos clínicos Escleroterapia de varizes Estão disponíveis dados científicos extensos sobre Etoxisclerol nas diversas concentrações, no entanto, desconhecem-se resultados de longo prazo provenientes de estudos clínicos. Etoxisclerol 0,25% Estudo controlado com placebo APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Estão disponíveis resultados de um estudo que comparou Etoxisclerol 0,25% com uma solução salina fisiológica que serviu como placebo, em 22 e 23 doentes, respetivamente. Foram tiradas fotos de uma área de perna com telangiectasias antes do tratamento e 4 semanas após uma única sessão de escleroterapia. Estas fotos foram enviadas a dois angiologistas independentes para avaliação. O sucesso do tratamento foi avaliado com a ajuda de uma escala VAS (escala analógica visual) de 0-100 mm (estando "0" para nenhum sucesso do tratamento, ou seja, nenhumas telangiectasias desapareceram e "100" que desapareceram 100% das telangiectasias da área de tratamento assinalada) Ambos os especialistas avaliaram a eficácia de Etoxisclerol 0,25% (média de 31 e 30) independentemente um do outro como estatisticamente significativamente melhor que placebo (média de 15,3 e 16,3). Como critérios de avaliação secundários do sucesso do tratamento foram recolhidos dados sobre a satisfação do doente e a avaliação do médico do estudo também ocultado (0 = nenhuma alteração/insatisfeito, necessidade de continuação do tratamento, 1 = ligeira melhoria/pouco satisfeito, indicação para continuação do tratamento, 2 = melhoria significativa/satisfeito, continuação do tratamento de telangiectasias residuais eventualmente necessário, 3 = grande melhoria/muito satisfeito, continuação do tratamento desnecessária). Para a médica do estudo (fármaco do estudo 1,41; placebo 0,22) e os doentes (fármaco do estudo 2,09; placebo 0,91), o sucesso do tratamento ficou claramente visível já após a primeira sessão. Ambos os preparados foram bem tolerados. Etoxisclerol 0,5% Comparação com tetradecil sulfato de sódio Para Etoxisclerol 0,5% estão disponíveis resultados de dois estudos semelhantes dos EUA, nos quais Etoxisclerol 0,5% foi testado em comparação com tetradecil sulfato de sódio num total de 51 doentes. Relativamente ao desaparecimento de pequenas varizes (< 1 mm), não se verificou uma diferença significativa entre os dois grupos de tratamento. Etoxisclerol 0,5% obteve uma pontuação de eficácia de 4,51 (desvio padrão 0,47) num estudo e 3,96 (desvio padrão 0,83) no outro, 4 meses após o tratamento ("1" = pior que antes do tratamento, "2" = igual ao estado anterior, "3" = desapareceu a minoria das varizes, “4” =desapareceu a maioria das varizes, "5" = desapareceram todas as varizes). Estudo controlado com placebo Num estudo controlado com placebo, Etoxisclerol 0,5% (13 doentes) demonstrou resultados estatísticos significativamente melhores no tratamento de pequenas varizes (diâmetro em pé < 1 mm) que o grupo de placebo (14 doentes). O critério primário de eficácia era o grau do desaparecimento das varizes. Distinguiu-se entre "agravamento", "nenhuma eficácia", "pouco eficaz", "eficaz" e "bastante eficaz". A satisfação dos doentes também determinada com uma escala de 5 níveis ("insatisfeito", "pouco satisfeito", "nem satisfeito nem insatisfeito", "satisfeito no geral", "satisfeito") também foi estatisticamente significativamente melhor no grupo de Etoxisclerol 0,5%. Estudo EASI Num estudo multicêntrico, aleatorizado, com dupla ocultação (Estudo EASI) foram tratados 338 doentes com Etoxisclerol 0,5% (telangiectasias, (n = 94), com Etoxisclerol 1% (varizes reticulares, (n = 86)), com o agente esclerosante autorizado nos EUA tetradecil sulfato de sódio 1% (utilizado de acordo com a autorização americana para ambos os tipos de varizes, (n = 105)) ou com uma solução salina isotónica como placebo (igualmente para ambos os tipos de varizes (n = 53)). Para a avaliação do critério-alvo primário, o médico assistente e dois especialistas experientes ocultados compararam imagens digitais feitas segundo um processo padronizado da área de tratamento com um tamanho de 10x10 cm2 12 semanas após a última de três possíveis sessões APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED de tratamento com as imagens da mesma área, recolhidas diretamente antes do tratamento. A eficácia foi avaliada mediante as imagens digitais com 1 = pior que antes, 2 = igual a antes, 3 = melhoria moderada, 4 = boa melhoria ou 5 = sucesso completo do tratamento. A avaliação da eficácia de Etoxisclerol compreendeu 4,52 ± 0,65. Placebo foi estatisticamente significativamente pior (p < 0,0001). O tetradecil sulfato de sódio 1% (4,47 ± 0,74) obteve uma avaliação similar ao Etoxisclerol. O sucesso do tratamento, definido como grau de avaliação 4 ou 5, foi alcançado em 95% dos doentes tratados com Etoxisclerol, em 92% dos doentes tratados com tetradecil sulfato de sódio 1%, mas apenas em 8% dos doentes tratados com placebo (diferença relativa a placebo (p < 0,0001)). Após 12 e 26 semanas, os doentes avaliaram o seu grau de satisfação (1 = muito insatisfeito, 2 = insatisfeito, 3 = moderadamente satisfeito, 4 = satisfeito e 5 = muito satisfeito). Estatisticamente significativamente (p < 0,0001) mais doentes (88%, 84%) ficaram satisfeitos ou muito satisfeitos com Etoxisclerol comparativamente com tetradecil sulfato de sódio 1% (64%, 63%) ou placebo (13%, 11%). A incidência dos sintomas locais, p. ex., irritação, hiperpigmentação e hematoma foi estatisticamente significativamente mais elevada em doentes tratados com tetradecil sulfato de sódio 1%, o que explica também a menor satisfação dos doentes. Etoxisclerol 1% Comparação com tetradecil sulfato de sódio Para Etoxisclerol 1% estão disponíveis resultados de dois estudos semelhantes dos EUA, nos quais Etoxisclerol 1% foi comparado com tetradecil sulfato de sódio num total de 50 doentes. Relativamente ao desaparecimento de pequenas varizes (1-3 mm), não se verificou uma diferença significativa entre os dois grupos de tratamento. Etoxisclerol 1% obteve uma pontuação de eficácia de 4,31 (desvio padrão 0,62) num estudo e 4,28 (desvio padrão 0,89) no outro, 4 meses após o tratamento ("1" = pior que antes do tratamento, "2" = igual ao estado anterior, "3" = desapareceu a minoria das varizes, “4” =desapareceu a maioria das varizes, "5" = desapareceram todas as varizes). Estudo controlado com placebo Num estudo controlado com placebo (varizes médias, diâmetro em pé 1-3 mm, conceção de verificação igual ao de Etoxisclerol 0,5% anteriormente descrito), Etoxisclerol 1% (15 doentes) foi estatisticamente significativamente melhor (desaparecimento das varizes medido segundo uma escala de 5 níveis) que placebo (11 doentes). Também na avaliação dos doentes (escala de 5 níveis), Etoxisclerol 1% obteve resultados estatisticamente significativamente melhores. Estudo EASI Etoxisclerol 1% foi estudado num estudo multicêntrico, aleatorizado, com dupla ocultação (Estudo EASI) juntamente com Etoxisclerol 0,5%. O resumo dos resultados do estudo pode ser consultado no capítulo sobre Etoxisclerol 0,5%. Etoxisclerol 2% Estudo controlado por concentração e com placebo Num estudo clínico de prospeção, Etoxisclerol 2% e 3% foram comparados com uma solução salina fisiológica como placebo em 15 doentes com varicose de ramificação. Doze semanas após a escleroterapia, o diagnóstico obtido mediante ultrassonografia com Doppler (oclusão comprovável, anecóico (sem eco) e ausência de um refluxo retrógrado patológico) distinguiuse significativamente do diagnóstico do grupo de placebo. O índice de fluxo veno-arterial dos doentes tratados com Etoxisclerol desceu estatisticamente significativamente do valor basal APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED 1,49 para 1,06; no grupo de placebo não foi alcançada uma redução significativa. Não foi realizada a estratificação dos resultados segundo concentrações de polidocanol. A maioria dos doentes no grupo do fármaco em estudo (10 de 15) recebeu Etoxisclerol 2%. Etoxisclerol 3% Comparação com tetradecil sulfato de sódio Para Etoxisclerol 3% estão disponíveis resultados de dois estudos semelhantes dos EUA, nos quais Etoxisclerol 3% foi comparado com tetradecil sulfato de sódio num total de 52 doentes. Relativamente ao desaparecimento de varizes médias a grandes (3 a 6 mm), não se verificou uma diferença significativa entre os dois grupos de tratamento. Etoxisclerol 3% obteve uma pontuação de eficácia de 4,56 (desvio padrão 0,45) num estudo e 4,51 (desvio padrão 0,46) no outro, 4 meses após o tratamento ("1" = pior que antes do tratamento, "2" = igual ao estado anterior, "3" = desapareceu a minoria das varizes, “4” =desapareceu a maioria das varizes, "5" = desapareceram todas as varizes). Estudo controlado com placebo Num estudo controlado com placebo, Etoxisclerol 3% (14 doentes) demonstrou resultados estatisticamente melhores no tratamento de grandes varizes (diâmetro em pé 3 mm ou mais) que o grupo de placebo (11 doentes). Como critério de eficácia primário foi determinado o grau do desaparecimento das varizes mediante uma escala de 5 níveis ("agravamento", "nenhuma eficácia", "pouco eficaz", "eficaz" e "bastante eficaz"). A satisfação dos doentes, também determinada com uma escala de 5 níveis ("insatisfeito", "pouco satisfeito", "nem satisfeito nem insatisfeito", "satisfeito no geral", "satisfeito") também foi estatisticamente significativamente melhor no grupo de Etoxisclerol 3%. Comparação com espuma esclerosante Num estudo multicêntrico e aleatorizado (Estudo ESAF), 106 doentes com insuficiência da veia safena magna foram tratados com Etoxisclerol espuma (produzida com a ajuda do kit de espuma (EasyFoam®) de Etoxisclerol 3%) ou com Etoxisclerol 3% líquido. O critério-alvo primário foi a eliminação do refluxo (< 0,5 s), medido mediante ecografia com Doppler 3 cm abaixo da junção safeno-femoral 3 meses após a última injeção. Após a injeção de Etoxisclerol espuma padronizada, alcançou-se o objetivo do tratamento num número significativamente maior de doentes (69%) comparativamente com o grupo de controlo (27%). Os critérios-alvo secundários oclusão da veia, tempo de refluxo, tempo de enchimento e satisfação do doente também melhoraram significativamente com Etoxisclerol espuma. O número de dias de tratamento necessários até ao sucesso do tratamento foi, em média, com 1,3 no grupo de Etoxisclerol espuma, inferior ao do grupo de controlo. Com o número reduzido de efeitos secundários observados, não foram observadas diferenças entre ambos os grupos. Noutro estudo clínico (total de 95 doentes) realizado em França, comparou-se Etoxisclerol espuma esclerosante padronizada (DSS), produzida com Etoxisclerol 3%, com Etoxisclerol líquido. Após 3 semanas, em 85% dos doentes tratados com Etoxisclerol espuma mediante injeção única imposta pelo estudo, o tratamento foi bem-sucedido (eliminação do refluxo). Após a terapêutica clássica com Etoxisclerol na forma de líquido, este valor situava-se nos 35%. Os doentes foram chamados dois anos após a última injeção. Cinco doentes não apareceram para o exame de seguimento. Estes foram formalmente enquadrados como erros do tratamento. Deste modo, a taxa de sucesso baixou no total (espuma esclerosante) para 53% após 2 anos, após uma única aplicação de 2,5 ml de Etoxisclerol espuma. Dados de posologia, estudos com concentrações diferentes de polidocanol APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Em estudos com concentrações controladas, estudou-se a eficácia de Etoxisclerol 0,25%, 0,5%, 1%, 2% e 3% (avaliação conjunta sobre desaparecimento das varizes, avaliação macroscópica e avaliação pelo doente) de acordo com uma escala de 5 níveis em vários tipos de varizes. Fez-se a distinção entre "agravamento", "nenhuma eficácia", "pouco eficaz", "eficaz" e "bastante eficaz". Pequenas varizes Comparação entre Etoxisclerol 0,5% (18 doentes) e 1% (18 doentes): Nenhumas diferenças estatisticamente significativas. Comparação entre Etoxisclerol 0,25% (18 doentes) e 0,5% (19 doentes): Etoxisclerol 0,5% foi estatisticamente significativamente melhor. Varizes médias Comparação entre Etoxisclerol 0,5% (26 doentes) e 1% (28 doentes): Etoxisclerol 1% foi estatisticamente significativamente melhor. Comparação entre Etoxisclerol 1% (23 doentes) e 2% (24 doentes): Nenhumas diferenças estatisticamente significativas. Grandes varizes Comparação entre Etoxisclerol 2% (30 doentes) e 3% (26 doentes): Etoxisclerol 3% foi estatisticamente significativamente melhor. Escleroterapia de hemorróidas Estão disponíveis resultados de um estudo no qual a eficácia e a tolerabilidade de Etoxisclerol 3% (112 doentes) são comparadas com as de fenol a 5% em óleo (108 doentes) no tratamento de hemorróidas de grau 1 e 2. Após 2 sessões, um total de 97% dos doentes foi tratado com sucesso. As diferenças nos sintomas antes e depois do tratamento foram, em ambos os grupos estatisticamente significativas (p < 0,001). Não houve uma diferença significativa entre o grupo de Etoxisclerol e o grupo de fenol em óleo. No entanto, o Etoxisclerol apresentou neste estudo menos efeitos secundários que o fenol em óleo. Após a injeção ocorreram dores passageiras no grupo de fenol em óleo com uma frequência significativamente maior que no grupo de Etoxisclerol (em 24 doentes no grupo de fenol em óleo, em 11 doentes no grupo de Etoxisclerol, p < 0,01). Necroses e ulcerações só foram observadas no grupo de fenol em óleo (4 necroses, 8 ulcerações). 5.2 Propriedades farmacocinéticas Seis voluntários saudáveis receberam 37 mg 14C-lauromacrogol 400 em solução fortemente diluída na veia safena magna. A área sob a curva de concentração x tempo de lauromacrogol 400 plasmático foi bifásica - com uma semivida de eliminação terminal de lauromacrogol 400 e os seus metabolitos de 4,09 h. Esta AUC∞ situou-se em 3,16 µg x h/ml, a depuração total em 11,68 l/h. 89% da dose administrada foi eliminada do sangue nas primeiras 12 horas. Noutro estudo, após o tratamento com Etoxisclerol 3%, determinaram-se as concentrações plasmáticas das moléculas de lauromacrogol 400 não metabolizadas em 6 doentes com varizes (diâmetro > 3 mm). A semivida plasmática foi de 0,94-1,27 h, a AUC∞ 6,1910,90 µg x h/ml. A depuração total foi, em média, de 12,4 l/h e o volume de distribuição 17,9 l. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Etoxisclerol possui no estudo em animais uma toxicidade aguda comparativamente baixa. Ensaios de segurança farmacológica indicaram efeitos cronotrópicos, inotrópicos e dromotrópicos negativos, provocando queda da pressão arterial. Com a administração concomitante de outros anestésicos locais surgiram adicionalmente efeitos pró-arrítmicos. APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Com a administração repetida de Etoxisclerol, ocorreram alterações histológicas em alguns animais, nomeadamente no intestino, na glândula suprarrenal e no fígado em todas as espécies testadas, ocorrendo no coelho também no rim. Lauromacrogol 400 provocou hematúria em todas as espécies testadas. A partir de 4 mg/kg de peso corporal/dia, nos ratos machos ocorreu um aumento do peso do fígado após a aplicação diária em 7 dias consecutivos e a partir de 14 mg/kg/dia observou-se o aumento da atividade da ALT/TGP e da AST/GOT. Mutagenicidade Lauromacrogol 400 foi extensamente analisado in vitro e in vivo. Todos os exames foram negativos, tendo lauromacrogol 400 induzido poliploidia em células de mamíferos num único teste in vitro. No entanto, com a utilização correta não se prevê um potencial genotóxico clinicamente relevante. Toxicidade reprodutiva A aplicação i.v. diária de lauromacrogol 400 ao longo de várias semanas ou durante a organogénese não teve qualquer efeito sobre a fertilidade masculina e feminina no rato, nem na primeira parte do desenvolvimento embrionário, não tendo também induzido no rato nem no coelho efeitos teratogénicos, mas sim efeitos embrio e fetotóxicos (aumento da mortalidade embrionária/fetal, diminuição do peso fetal) na área da dose maternotóxica. Com a limitação do tempo de utilização durante a organogénese para intervalos com respetivamente 4 dias consecutivos, não ocorreram efeitos maternotóxicos nem efeitos embrio/fetotóxicos (coelho). O desenvolvimento peri e pós-natal, o comportamento, assim como a reprodução não foram comprometidos em ratos cujas mães receberam lauromacrogol 400 durante a gestação tardia e no período de lactação a cada 2 dias por via i.v. Lauromacrogol 400 atravessa a placenta no rato. 6. Informações Farmacêuticas 6.1 Lista dos excipientes Etanol a 96%, Fosfato dissódico di-hidratado Fosfato monopotássico Água para injetáveis. 6.2 Incompatibilidades Desconhecidas. 6.3 Prazo de validade 5 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Este medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente APROVADO EM 30-09-2014 INFARMED Todos os preparados de Etoxisclerol estão disponíveis na forma de solução injetável em embalagens com 5 ampolas (vidro da classe hidrolítica 1) cada uma com 2 ml. 6.6 Precauções especiais de eliminação A ampola destina-se apenas a utilização única. Os resíduos devem ser eliminados. Para a produção de espuma esclerosante padronizada observe as instruções dos respetivos sistemas. 7. Nome e Endereço do Titular da Autorização de Introdução no Mercado Chemische Fabrik Kreussler & Co. GmbH Rheingaustraße 87-93 65203 Wiesbaden Telefone: 0611 / 9271 – 0 Telefax: 06 11 / 9271 – 111 www.kreussler.com E-mail: [email protected] Distribuidor: Rubeaspharma, S.A. Rua clube atlético de rio tinto, n.º 115 4435-188 Rio tinto Portugal 8. Números da Autorização de Introdução no Mercado Nome do medicamento Número da autorização de introdução no mercado Etoxisclerol 0,5% Etoxisclerol 1% Etoxisclerol 2% Etoxisclerol 3% 9. Data da Primeira Autorização/Renovação da Autorização da Introdução no Mercado 10. Data da Revisão do Texto