TRATAMENTO DE VARIZES COM ESPUMA DE POLIDOCANOL O problema: As varizes são uma doença muito prevalente na população acometendo 20% da população. São responsáveis por: - 3,6% das úlceras ativas ou cicatrizadas. - 14 causa de afastamento do trabalho - Ano 2000 - 61.000 internações - 13.000 devidas a úlceras abertas - 2004: SUS R$ 43 milhões cirurgia de varizes Temos visto, que a maior parte dos pacientes com úlcera venosa do SUS ficam vários meses ou anos aguardando cirurgia de varizes muitas vezes porque o médico prefere aguardar a cicatrização da mesma antes de recomendar o tratamento cirúrgico. O tratamento através da ecoesclerose com espuma permite a estes pacientes um tratamento eficaz que permite a cicatrização de úlceras mesmo aquelas em atividade. Quais os tipo de tratamento atuais para varizes dos membros inferiores? O único tipo de tratamento disponível aos pacientes do Sistema Único de Saúde é o cirúrgico convencional. Este tratamento está baseado na flebectomia (retirada das varizes) e fleboextração da safena (quando indicada). Ele é realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia raquidiana ou peridural com tempo de internação de pelo menos 24 hrs. Em média o paciente fica afastado de 14-30 dias do trabalho. Outros tipos de tratamento recém-chegados ao Brasil são o laser e a radiofrequência endovenosos. Estas tecnologias têm a vantagem de permitir ao paciente um retorno mais rápidos as suas atividades porém demandam um custo adicional alto devido ao elevado custo das fibras e do próprio aparelho gerador. Outro tipo de tratamento que vem ganhando bastante espaço no Brasil é a ecoesclerose com espuma. Devido a possibilidade de realização em nível ambulatorial é que venho propor um protocolo de tratamento para os pacientes do Sistema Único de Saúde do município de Curitiba. Isto facilitaria o atendimento dos pacientes por não necessitar da estrutura hospitalar integral já que esta está sempre sobrecarregada. Ecoesclerose com espuma de polidocanol: Este tratamento é baseado na injeção de um líquido em forma de espuma em veias varicosas ou veias safenas incompetentes. Esta espuma é formada pela mistura de uma solução esclerosante detergente com ar ambiente ou gás carbônico. O objetivo da espuma é causar a oclusão permanente e consequente fibrose da veia tratada. O poder de ação da espuma é 10 vezes maior do que o uso do esclerosante na forma liquida. É possível tratar longos segmentos de veias com uma menor quantidade de esclerosante. O procedimento pode ser realizado em nível ambulatorial, não sendo necessário nenhum tipo de anestesia ou internação hospitalar. O paciente é submetido ao procedimento e sai deambulando imediatamente após o procedimento. O nível de dor é baixo após a sessão e o custo do tratamento é reduzido pois dispensa a necessidade de internação hospitalar. Como a espuma é produzida? Utilizando 1 seringa de 10 ml com 2 ml de polidocanol (1 ou 3%) e outra com 8 ml de ar ambiente ou gá carbônico conectadas por uma torneira de 3 vias pode se misturá-los utilizando a técnica de Tessari que recomenda 20 movimentos alternados, sincronizados, vigorosos. Como o procedimento é realizado? É realizada a punção da veia a ser tratada (colaterais, veia safenas, etc) guiada por ultrassonografia utilizando jelco 18 ou butterfly 21 ou 23G. São injetados em media 8-10 ml de espuma a cada sessão com o paciente em posição de Trendelemburg. O tratamento geralmente é realizado em uma perna a cada vez. O paciente deve ficar parado por pelo menos 10 minutos e, em seguida, deambular ativamente, utilizando meia elástica. Cuidados pós ecoesclerose com espuma de polidocanol - Uso de meia elástica 20-30 mmHg 7/8 ou meia calça por 1-2 semanas - Deambular por pelo menos 20-30 minutos imediatamente após o procedimento - Retornar ao ambulatório para ultrassonografia de controle em 7 dias e avaliação da necessidade de novas sessões de espuma no mesmo membro. - Uso de analgésicos comuns se necessário. - Acompanhamento ultrassonográfico com 30 dias, 6 meses e 12 meses. Contra-indicações absolutas •Alergia ao esclerosante (polidocanol). •Doença sistêmica severa. •Trombose venosa superficial ou profunda recente. •Infecção no local da escleroterapia ou sistêmica. •Imobilização ou confinamento no leito. •Insuficiência arterial periférica (Índice Tornozelo-Braço < 0,8). •Gestação. Contra-indicações relativas •Alergia ao esclerosante (polidocanol). •Doença sistêmica severa. •Trombose venosa superficial ou profunda recente. •Infecção no local da escleroterapia ou sistêmica. •Imobilização ou confinamento no leito. •Insuficiência arterial periférica (Índice Tornozelo-Braço < 0,8). •Gestação.