Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas LGN 5799 - SEMINÁRIOS EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS Variabilidade de patógenos e o melhoramento de plantas Aluno: Eng. Agr. MS Carlos Ivan Aguilar-Vildoso Orientador: Dra. Aline A. Pizzirani-Kleiner Departamento de Genética Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - São Paulo - Brasil Telefone: (0xx19) 3429-4250 / 4125 / 4126 - Fax: (0xx19) 3433-6706 - http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php Introdução Melhoramento Resistência / Tolerância / Evasão Métodos Doença “É um distúrbio fisiológico resultante de uma irritação contínua causada por agentes bióticos ou abióticos e que pode levar ao aparecimento (Krugner, 1995; Agrios, 1997). de sintomas” “Todo mau funcionamento o qual resulta em performance insatisfatória da planta ou o qual reduz a habilidade da planta a sobreviver e manter-se no seu nicho ecológico” (Wheeler, 1975) Ambiente Doença Hospedeiro Patógeno Processo fisiológico afetado pelo patógeno I – Órgãos de reserva II – Tecidos jovens III – Absorção Frutos afetados por Diplodia - Citros Pós-emergencia Algodão Huanglongbing ou Greeening - citros IV –Sistema vascular V – Fotossíntese Sistema radicular Phytophthora - Soja Superficial Fumagina/citros VI – Fotoassimilados Caules afetados por Agrobacterium - tomate Ambiente Doença Hospedeiro Patógeno Ecossistema Clima tropical Continuidade de inóculo Predominância de endemias Inóculo inicial alto Taxa aparente de infecção baixa Crescimento da lesão como fonte de inóculo Doenças menos dependentes do clima Número de doenças por cultura é alto Comunidades heterogêneas Clima temperado Descontinuidade de inóculo Predominância de epidemias Inóculo inicial baixo Taxa aparente de infecção alta Aumento do número de lesões como fonte de inóculo Doenças mais dependentes do clima Número de doenças por cultura é baixo Comunidades homogêneas Patogênese Ciclo de vida de Uromyces maydis. A planta possui vários mecanismos de percepção do ambiente que a rodeia, para poder responder a esses estímulos e assim sobreviver e se reproduzir. O mesmo também acontece com os patógenos Ambos não tem visão, audição nem fala. Planta não se move, ou restrita a alguns órgãos e com limitação. Fungos podem perceber a topografia Alguns fungos e bactérias podem se movimentar. Isto se resume: Patógeno quer colonizar o hospedeiro Hospedeiro quer deter o patógeno Como eles vão perceber um ao outro??? Como vão se comunicar com as células próximas?? E como vá a ser com células distantes?? Interação ao nível molecular 1. Moléculas sinais/Receptores 2. Mensageiros 3. Fatores de transcrição 4. Resposta defesa / patogenicidade 2,3,4 → rotas metabólicas Comunicação planta-patógeno Velocidade de resposta Quantidade dos sinais Sinais / Respostas sequenciais (concatenadas) Sinais por tempo determinado Renovação de receptores Ambiente Doença Hospedeiro Patógeno Planta Que moléculas a planta reconhece para poder tornar-se resistente, ou reagir à colonização? Que moléculas a planta reconhece para poder tornar-se resistente, ou reagir à colonização? Grande número de compostos Próprio / não-próprio Gerais / específicos Denominados de elicitores Tipos de moléculas sinais Carboidratos Compostos fenólicos Proteínas / peptídeos Ácidos graxos Hormônios Moléculas sinais Carboidratos Fragmentos de parede celular ou de glicoproteínas Sinais fortes Ex: pectina (próprio) Quitina e Quitosanas (não-próprio) Mono-ou polímeros de manose (não-próprio) Glucanas • 1,4 e 1,6 em plantas (próprio) • 1,3 em bactérias e fungos (não-próprio) •O patógeno não pode liberar muitas sub-unidades da parede •Nem ter enzimas hidrolíticas com alta atividade Moléculas sinais Compostos Fenólicos Respostas sistêmicas ou translocados por baixo PM Externamente é um sinal Difícil degradação Formas: Síntese de lignina Síntese de fitoalexinas Flavonóides/isoflavonóides Ácido salicílico Moléculas sinais Proteínas / peptídeos Porções proteícas da parede celular (não são tão importantes). Proteínas ou peptídeos que podem ser usados para identificar o microrganismo, recebem o nome de: fator de avirulência Translocação fácil mesmo com alto PM Receptores altamente específicos Moléculas sinais Ácidos graxos Porções da membrana plasmática Da planta Ácido linoléico α -18:3 para ác. jasmônico Outros organismos (elicitores fortes) Bactérias : ácidos graxos ramificados Fungos : • γ-18:3; α-20:3; α-20:4 e α-20:5 Não se movimentam muito Respostas localizadas dos ác. graxos Moléculas sinais Hormônios Auxinas Citocininas Giberelinas Ácido Abscísico Etileno Açaõ sistêmica Alteração dos seus níveis endógenos Receptores Proteínas de membrana ou do citoplasma que ligam-se a sinais químicos, e tem capacidade de produzir ou ativar mensageiros, levando essa informação para o núcleo ou desencadeando uma resposta de defesa imediata. Receptores 1. Quinases / fosfatases 2. G- Proteínas Receptores -Dominíos LRR (repetições ricas em Leucina) NBS (sítios de ligação a nucleotídeos) Quinases Genes de resistência Classes de genes R com domínios comuns Comparações com os genes de animais Mensageiros intracelulares DAG (Diacilglicerol) Ca2+ InP3 (Inositoltrifosfato) Calmodulina cAMP AOS (espécies ativas de oxigênio) Mensageiros sistêmicos Ácido salicilico Metil-jasmonato Fatores de transcrição Ligação a genes por ativação, modulação ou repressão PRH; BPF; CPRF1; BIF; Myb Atualmente, pesquisa intensa e patentes Patentes: INPI – Instituto Nacional de propriedade industrial www.inpi.gov.br Links para patentes USA, CE e outros Ações de defesa Fitoalexinas PR-Proteínas Elastinas Explosão oxidativa Apoptose Ambiente Doença Hospedeiro Patógeno Vários patógenos para o mesmo hospedeiro Mesmo hospedeiro com diferentes sintomas/sinais Fungos fitopatogênicos Conidio de Erysiphe necator (c) formando apressório (a) e tubo germinativo (g) após 16 h a inoculação de folha de Vitis vinifera cv. Dona Maria. Penetração ocorre na superfície intacta da folha Infecção de Colletotrichum gloeosporioides em folhas de café após 36 (I), 48 (II), and 72 h (III) dainoculação. a: apressório; peg; ih: hifa de infecção. Diferenciação das estruturas de infecção e produção de enzimas por Uromyces viciae-fabae. Bactérias fitopatogênicas Ciclo na formação de biofilme Bactérias livres (estado planktônico) Bactérias agregadas (biofilme) Quorum-sensing Respostas relacionadas à densidade celular Serina-Homolactonas (SHL) Genes de patogenicidade Plant Cell Microbe Avr/Pth + ? hrp genes -pH -Salt -Plant Signals -Nutrient level Nuclear Import of Avr/Pth Protein Nucleus Programmed Cell Response --Division --Host HR --Nonhost HR --Water soaking (nutrient export?) Bactéria fitopatogênica injeta proteínas efetoras pelo sistema de secreção do tipo III (TTSS) dentro das células das plantas, resultando em (a) multiplicação bacteriana e sintomas da doença em plantas susceptíveis e (b) a ativação da resistência local e sistêmica em plantas resistentes. Pseudomonas syringae pv. tomato AvrPtoB atua suprimindo a resposta de hipersensibilidade nas células das plantas. Pseudomonas syringae pv. tomato utiliza a fitotoxina coronatina (COR) e os efetores do TTSS para ativar a via do ácido jasmônico e consequentemente inibir a resposta de defesa mediada pelo ácido salicílico (AS) nas células das plantas. Vírus Luteovirus BYDV (Barley yellow dwarf virus) Luteovirus BYDV (Barley yellow dwarf virus) Variabilidade de patógenos Classificação taxonômica Gênero Espécie Subespécie Forma specialis/patovar (fungos/bactérias) Raças Bactérias Mutação Trasdução Transformação Conjugação Transferência horizontal Fungos Mutação Recombinação sexual Heterocariose (anastomose) Parassexualidade Transferência horizontal Tipos de seleção Figura. Tipos de seleção que afetam as frequências alélicas. G0 é a frequência alélica inicial e G1é a de uma geração após um ciclo de seleção. Figure . Sobredominância ocorre quando um heterozigoto possui uma maior capacidade adaptativa que o seus homozigotos. Perda de sensibilidade ao triadimenol em populações de Rhynchosporium secalis no Reino Unido. . Quebra da resistência dos genes existentes nas variedades de cevada “Victoria” e “Bond” pela ferrugem Patógeno Variabilidade estrutural Variabilidade genética Variabilidade na patogenicidade Esporângios Zoósporos Oósporos Clamidósporos Phytophthora infestans - batata Patógeno Clonais Sexuais Mistos Histórico do desenvolvimento de variedades na culturas Primeira fase Seleção de variedades locais Primeira fase - Efeitos Epidemias Segunda fase Introdução de genes de resistência Resistência vertical Resistência horizontal Segunda fase - Efeitos Quebra de genes de resistência X= 2n Raças Genes R 0 1 2 3 1,2 1,3 2,3 1,2,3 r S S S S S S S S R1 R S R R S S R S R2 R R S R S R S S R3 R R R S R S S S R1,R2 R R R R S R R S R1,R3 R R R R R S R S R2,R3 R R R R R R S S R1,R2,R3 R R R R R R R S S=susceptível; R=resistente Terceira fase (Flor) Introdução de vários genes de resistência Estratégias Melhoramento Multilinhas Piramidamento Teoria gene a gene Um fator de avirulência para cada cada fator de resistência Patógeno Planta Avirulento Virulento Suscetível + + Resistente - + += interação compatível (ocorre doença) -= interação incompatível (planta sadia) A planta somente é resistente quando reconhece o patógeno. Teoria de Flor com ferrugem do trigo Terceira fase - Efeitos Conciência da variabilidade dos patógenos e suas implicações Super-raça Erosão genética Efeito vertifolia (efeito da erosão genética na resistência horizontal) Efeito carona de genes de patogenicidade Figura Inoculação de 10 isolados de Mycosphaerella graminicola em trigo. A) frequência relativa na cultivar de trigo resistente Madsen e B) da susceptível Stephens. C) M1-M5 foram obtidos da cultivar Madsen e S1-S5 da cultivar susceptível Stephens. Quarta fase (transgênicos) Introdução de genes exógenos Exemplo de planta transgênica resistênte a vírus Mosaico do mamoeiro Papaya ringspot virus (PRSV) PRSV - Mamão Hawai -1992 Hawai -1994 Testes de campo Campo em Kapoho em 1995, mostrando um bloco da variedade Rainbow crescendo bem enquanto a não transgênica Sunrise é severamente afetada pelo mosaico do mamão (PRSV). Foto tirada após 19 meses da semeadura no campo de seleção. Comparação da infecção pelo PRSV em mamão transgênico (Rainbow) e do não-transgênico em 1995 em seleções de campo em Kapoho. Quarta fase - Efeitos Quebra de genes exógenos?? Seleção de estratégias no patógeno?? (mudança total de um gene de patogenicidade para um de resistência?) Transferência horizontal?? Quinta fase (globalização das doenças / mudanças ambientais ou globais)??? Novas áreas agrícolas (melhoramento a novos ambientes) Globalização de doenças (concientização, quarentenas e fiscalização) Fechamento de germoplasma (patentes/variedades protegidas) Patentes: INPI – Instituto Nacional de propriedade industrial www.inpi.gov.br Links para patentes USA, CE e outros Efeito estufa Aumento na concentração do dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), monóxido de carbono (CO), Óxido nitroso (N2O), óxidos de nitrogênio (NOx), ozônio (O3) e outros gases. Consequências Aquecimento global Modificação dos ventos Pluviosidade Circulação dos oceanos Estimativas do aquecimento global Mudanças Acreditasse que os fitopatógenos serão os primeiros a refletir as mudanças climáticas. Populações numerosas Facilidade de multiplicação e disseminação Curto tempo entre gerações Culturas com maior risco, obtenção de variedades resistentes. (Ghini, 2005) Previsões para o Brasil Aumento de 3 a 5 ºC Aumento das chuvas de 11% Março a maio (colheita) Setembro a novembro (culturas de inverno) Maior aquecimento na Amazônia e menor no Sudeste Região Sul mais umida Amazônia mais seca Trigo (-30%) e milho (-16%) na produção redução do ciclo em 15% para trigo e milho Soja sem efeito no ciclo e +21% produtividade (Siqueira et al. 2001; Ghini, 2005) Variações climáticas x doenças Influência de “El niño” → alteração na temperatura e precipitação. Cuba Requeima da batata • Phytophthora infestans Mofo azul do fumo • Peronospora hyosciami f.sp. tabacina • (Goméz et al. 1999) Norte da China e meio oeste dos Estados Unidos Ferrugens do trigo • Puccinia striiformis f.sp. tritici • Puccnia graminis f.sp. tritici • (Scherm & Yang, 1995) Doenças quarentenárias - Citrus A1 – Doença não existente no país Vassoura-de-bruxa de Omã e Stubborn A2 – Doença restrita a regiões com programas de erradicação ou contenção da disseminação. Cancro cítrico e HLB (ex-greening) Doenças regulamentares – disseminada no país Verrugose e melanose Amplamente Doenças quarentenárias Única restrição pela OMC que pode limitar a comercialização sem haver sanções posteriores. Tem que ser realizado um trabalho preliminar sobre o potencial de risco da praga. MAPA- Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento www.agricultura.gov.br American Phytopathological Society www.apsnet.org/online/common/toc.asp Quinta fase - Efeitos Surgimento de novos patógenos Novas raças Ressurgimento de doenças (mudanças na sua importância) Medidas Trabalho multidisciplinar Introdução de germoplasma Aumentar os quarentenários e suas estruturas Fiscalização internacional Programas de melhoramento dinâmicos, U.S. Department of Agriculture's (USDA) Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS). www.aphis.usda.gov