HISTORIADISSIPA

Propaganda
A História Dissipa
as Mentiras sobre o Islão
Por: M. Yiossuf Adamgy
Uma técnica bem conhecida em qualquer
propaganda de guerra é a "desinformação"
relativamente ao inimigo. A desinformação é
a nova palavra pós moderna para mentiras.
Se se repetirem as mesmas mentiras vezes sem conta, as capacidades de pensamento crítico por parte dos ouvintes ficam
adormecidas; e na ausência de algum argumento em oposição, as mentiras acabam por não conseguir ser diferenciadas
da verdade.
O Islão tem tido muitos inimigos ao longo
dos séculos e, infelizmente, continua a ter.
Uma das mentiras mais persistentemente repetidas pelos seus detractores é que os Muçulmanos espalham a sua fé através da força. Contudo, de todas as principais religiões,
nenhuma está documentada com mais exactidão quanto à sua origem, revelação, mensagem e ensinamentos. Desde o seu aparecimento através do Profeta Muhammad [Maomé] (p.e.c.e.) e a transmissão do respectivo
Livro Sagrado, a história do Islão tem sido
bem gravada. Desde os tempos do Profeta
até aos dias de hoje, o Alcorão tem dado
orientação e disciplina na vida do dia a dia. À
medida que o Islão se foi espalhando, a vida
e os ensinamentos dos Mensageiros de Deus
têm sido também documentados.
Tal como no Judaísmo e Cristianismo, as figuras mais influentes e referenciadas são
aquelas do tempo em que a fé tinha sido recentemente revelada: no Islão, estes foram
Muçulmanos que viveram na época do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) e que personificaram
os ensinamentos do Alcorão como exemplos
para os seus colegas seres humanos. Muitos
dos seus pensamentos e acções ficaram registados para benefício de gerações futuras.
Para retomar as questões sobre se o Alcorão encoraja os Muçulmanos a espalharem a
10 Al Furqán Janeiro/Fevereiro.2012
fé pela força ou se o próprio Profeta estabeleceu um exemplo violento para os Muçulmanos seguirem, uma pessoa tem apenas de
consultar a fonte.
O Alcorão é claro ao afirmar: "Não existe
compulsão na religião". (Alcorão, 2:256). O
mandamento é absoluto; não há excepções.
A coacção, compulsão, força – o que quer
que se escolha chamar – é proibida. Nenhum
outro Livro Sagrado expõe, de modo tão claro, uma directiva aos seus aderentes.
Os crentes no maior país Muçulmano da
actualidade – Indonésia – nunca encontraram soldados Muçulmanos estrangeiros no
seu solo. O mesmo se aplica aos actuais
Muçulmanos na Malásia, China, África subSahariana, as Américas, Europa e Turquia.
Todos estes países e regiões entraram no
Islão através de outros Muçulmanos e não
através de exércitos Muçulmanos.
Até mesmo no Egipto, onde os primeiros
Muçulmanos eram soldados maioritariamente
Árabes, o Islão foi lentamente sendo difundido através do país, ao longo de mais de
400 anos. Os Egípcios amaram o Islão devido aos valores que abraça, tais como a justiça, igualdade, modernidade e liberdade.
E no Egipto, bem como na Pérsia, Síria,
Índia, Norte de África, Espanha e Portugal, os
convertidos aceitaram livremente o Islão porque ele oferecia comparativamente mais do
que as outras religiões da época.
Durante aqueles séculos iniciais, as pessoas que se sentiam oprimidas e restringidas
devido à rigidez das tradições Judaicas e
Cristãs, ou que se sentiam excluídas do sistema de castas do Hinduísmo, foram atraídas
pela pouca ênfase dada pelo Islão à hierarquia. Eles adoravam os ensinamentos do Islão que diziam que Deus é Um e o Senhor de
todos e que os seres humanos podem falar
directamente com Deus e que não existe
Pecado Original — cada ser humano é
totalmente responsável pelas suas acções.
Todo o conceito de "converter ou morrer" é
completamente estranho e repreensível para
as verdadeiras crenças e condutas Islâmicas.
E o próprio Alcorão reforça ainda mais a santidade de todas as vidas humanas ao dizer
que matar uma pessoa é igual a matar toda a
raça humana. (5:32).
Os Muçulmanos não culpam qualquer religião pelas atrocidades cometidas por aqueles
que reclamam serem seus aderentes.
Assim, os Muçulmanos não culpam o Judaísmo em si, pelas injustiças cometidas pelos Judeus contra os Palestinianos. Nem culpam a Cristandade, per si, pelos crimes cometidos pelos Cruzados medievais com o
aval da Igreja; pelas atrocidades cometidas
pelos exércitos Cristãos durante a conquista
de Espanha e a subsequente perseguição e
expulsão dos Muçulmanos; nem pelos horrores da Inquisição, o Massacre do dia de S.
Bartolomeu ou quaisquer outras tragédias semehantes.
Todas as três fés com raízes na tradição
Abraâmica, ensinam valores semelhantes sobre a não-violência, justiça e igualdade.
Aqueles que abraçam a "causa" de qualquer fé através de meios violentos são, de
facto, blasfemadores dela.
Os primeiros Muçulmanos na Arábia foram
perseguidos e sujeitos a tortura. Eles fugiram
de Meca para Medina para salvarem as suas
vidas, mas os seus inimigos pagãos seguiram-nos, determinados em aniquilá-los. Apenas e só nessa altura é que os Muçulmanos
pegaram em armas para autodefesa. Porém,
isto não foi uma “guerra santa”, mas antes
um conflito político forçado, no qual os ricos e
poderosos do século VI da Arábia se aperceberam de que o seu estatuto estava a ser
desafiado. O objectivo Muçulmano não era
converter os seus colegas pagãos mas sim
defenderem-se; de modo parecido os pagãos
antimuçulmanos não estavam interessados
em suprimir o Islão mas sim em subjugar os
seus crentes através do poder político.
Quando o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) e
os seus seguidores conquistaram pacificamente Meca, ele, em triunfo, garantiu o perdão ao mesmo povo que o tinha perseguido e
feito guerra contra ele e os seus irmãos Muçulmanos.
Este comportamento, generoso e humano,
reflectiu os ensinamentos de muitos versículos Alcorânicos que salientam a importância
da cortesia, boa educação e civismo, mesmo
quando tenha existido um severo conflito.
«E os servos do Clemente são aqueles
que caminham na terra, pacificamente, e,
quando os ignorantes os abordam, respondem: «Paz»»! (Alcorão, 25:63-64). ■
Um cemitério municipal muçulmano,
em breve, em Estrasburgo
22 de Setembro de 2011 — Votada por unanimidade em Junho passado pelo
Conselho Municipal de Estrasburgo, o local do cemitério municipal de fé
muçulmana. Sua inauguração é planeada para o início de Janeiro. "Ainda não
existe, mas o local tornou-se Meca, "disse Anne - Pernelle Richardot, adjunta
da cidadania (PS)." Com uma capacidade de 1000 sepulturas duplas, o cemitério tem também uma sala de ablução. Este cemitério é o primeiro em França
de acordo com o regime de falências vigente na Alsácia e Mosela. Permitiu à
cidade de Estrasburgo que possa financiar 800.000 euros para sua criação.■
Janeiro/Fevereiro.2012 Al Furqán 11
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