Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Revista Ciência & Vida Volume 04 Número 02 Setembro - 2008 a revista do conhecimento humano publicada pela FACID Teresina - PI Semestral ISSN 1808-3366 3 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 4 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Revista Ciência & Vida Volume 04 Número 02 Setembro - 2008 a revista do conhecimento humano publicada pela FACID Teresina-PI As opiniões e artigos expressos aqui são de inteira responsabilidade dos autores. Periodicidade Semestral Av. Rio Poty, 2381 - Horto Florestal CEP: 64049-410 • Teresina (PI) • Brasil Fone: (086) 3216-7900/3216-7901 www.facid.com.br 5 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Revista Facid http://www.facid.com.br [email protected] Editor - responsável Dr. Luiz Ayrton Santos Júnior Projeto Gráfico Castino Martins da Silveira Revisão Antonia Osima Lopes, Francisca Sandra Cardoso Barreto, Maria Rosilândia Lopes de Amorim, Fausta Maria Miranda dos Reis Jornalista Responsável Marcos Sávio Sabino de Farias - MTB 1005 Editoração Gráfica Júnior Capa Amanda Paiva e Silva Martins Catulo Coelho dos Santos George Mendes Ribeiro Sousa Juciara Freitas Ribeiro (ex-alunos do Curso de Publicidade e Propaganda da FACID) Revista Facid / Faculdade Integral Diferencial. v. 4, n. 2, 2008 / Teresina: FACID, 2008. Semestral ISSN 1808-3366 1. Pesquisa científica. 2. Desenvolvimento científico. CDD 509 CDU 001.891 6 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Revista Ciência & Vida Volume 04 Número 02 Setembro - 2008 a revista do conhecimento humano publicada pela FACID Teresina-PI FACID - Faculdade Integral Diferencial Integral - Grupo de Ensino Fundamental, Médio, Técnico e Superior do Piauí S/C Ltda. Paulo Raimundo Machado Vale Diretor Presidente Maria Joseci Lima Cavalcante Vale Diretora Acadêmica Iveline de Melo Prado Vice-Diretora Acadêmica Umbelina Maria B. Jales de Carvalho Coordenadora de Estágio e Extensão Raimunda Celestina Mendes da Silva Coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação Conselho Editorial Antonia Osima Lopes Francisca Sandra Cardoso Barreto Fausta Maria Miranda dos Reis Luiz Ayrton Santos Junior - Editor Responsável Maria Joseci Lima Cavalcante Vale 7 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Conselho Consultivo Alexandre Henrique de Paulo Simplício - Ana Célia Sousa Cavalcante Benício Parentes de Sampaio - Divana Maria Martins Parente Lira Helder Ferreira de Sousa - Izânio Vasconcelos Mesquita José Guilherme Ferrer Pompeu - Judite Oliveira Lima Alburquerque José Carlos Formiga - Joseli Lima Magalhães José Figueredo Silva - Liana Rosa Brito Cardoso Luis Nódgi Nogueira Filho - Maurício Batista Paes Landim Marcelino Martins - Morgana Moreira Sales Maria Helena Barros Araújo Luz - Neiva Sedenho de Carvalho Sérgio Ibiapina Ferreira Costa - Tony Batista Waldília Neiva de Moura Santos Cordeiro Conselho Consultivo Nacional Anke Bergmann (RJ) Álvaro Antonio Machado Ferraz (PE) Alfredo Carlos SD Banos (SP) Beatriz Azevedo (SP) Carlos Bezerra de Lima (DF) Fernando Pratti (RS) José Aristodemo Pinotti (SP) Ives Gandra da Silva Martins (SP) Ivo Korytowski (RJ) Liege Santos Rocha (DF) Luiz Airton Saavedra (SP) Maria Elena Bernardes (SP) Ruy Gallart de Meneses (RJ) Saul Goldenberg (SP) Samantha Buglione (SC) Valtencir Zucolotto (SP) Conselho Consultivo Internacional Uwe Torsten (Alemanha) Mario Rietjens (Itália) Bibliotecária Maria Rosismar Farias Costa - CRB/3 - 631 8 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 EDITORIAL 9 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 10 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 EDITORIAL A Ciência, na sua plenitude, tem sido exercida em nosso país com certas dificuldades, não só material e financeira, mas também com dificuldades de recursos humanos. A queixa de recursos de materiais, provenientes da maioria dos pesquisadores, é amenizada com o apoio, às vezes não suficiente, de instituições de financiamento sejam elas públicas ou privadas. A disposição de recursos financeiros é um fator que vai de encontro à qualidade profissional para, desta forma, juntas promoveram a pesquisa ideal que pleiteamos. Infelizmente, às vezes, a pesquisa é exercida apenas com finalidade do cumprimento ministerial de exercício das IES e muito pouco como objetivo de produzir um impacto econômico, social ou cultural na sociedade. Muitos pesquisadores brasileiros não têm amparo suficiente para produzir uma pesquisa e dedicar-se a ela e, por isso, a qualificação destes pesquisadores ainda deixa a desejar. Faltam conhecimentos de bioestatística, bioengenharia, bioética, metodologia, e, mais ainda, ampliação do número de profissionais qualificados nas diversas áreas. Como conseqüência, a sociedade brasileira poderia ser mais beneficiada com pesquisas realizadas em nosso país, mas o que vem de fora parece colaborar muito mais com o nosso desenvolvimento do que o que é realizado aqui. seguindo a isso, sempre somos levados a refletir sobre o impacto que nossas pesquisas têm sobre a vida das pessoas. Muitas atividades de iniciação às pesquisas são realizadas por profissionais que não conseguem repassar conhecimento aos seus alunos, tornando um ciclo vicioso: “eu faço que ensino e tu fazes que aprende” pois precisam apenas mostrar serviço. Aqui na FACID, por mais que as dificuldades nos mostrem suas caras, temos enfrentado a elas e produzido um material científico que busque colaborar para o entendimento científico e aplicabilidade na prática clínica de suas conclusões. A Revista FACID Ciência & Vida, agora já no seu quarto ano de publicação, está ampliada, com dois números, comprovadamente crescente no desejo de colaborar para o engrandecimento científico de todos nós. Prof. Dr. Luiz Ayrton Santos Junior Editor responsável 11 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 12 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SUMÁRIO 13 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 14 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SUMÁRIO ARTIGOS HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO EM ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO DOS ACADEMICOS DE ENFERMAGEM DE UMA FACULDADE EM TERESINA - PI Bianca Dias Martins........................................................................ 21 - 31 PLASTICIDADE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL APÓS LESÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA NEUROREABILITAÇÃO Janaina de Moraes Silva................................................................. 32 - 40 O EMPREGO DA RE-EDUCAÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO POR MEIO DA CINESIOTERAPIA PARA O TRATAMENTO DE PACIENTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA DE ESFORÇO: ESTUDO DE CASO Cristina Cardoso, Daniel Dutra dos Santos, Francisca Portela da Cunha, Mariângela Portela da Cunha e Patrícia Lima Ventura.............. 41 - 48 A PERCEPÇÃO DA MULHER FRENTE AO EXAME PREVENTIVO DE CÂNCER DO COLO DE ÚTERO Ayla Maria Calixto de Carvalho, Fabiani Barros Moura de Vasconcelos............................................................................................... 49 - 65 A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM CENTRO DE SAÚDE DE TERESINA - PI Luciana C. Nascimento, Algeles Milka Meireles.................................. 66 - 88 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ADESÃO NO TRATAMENTO DO DIABETES MELITUS TIPO II Luciana C. Nascimento, Naldiana C. Silva........................................... 89 - 105 15 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA E DA MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES HOTELEIRAS COMO FORMA DE MELHORAR O DESEMPENHO NESTE SETOR Cleide Fortes Passos, Maria da Cruz Cardoso.................................... 106 - 118 ESTRESSE E ESTRESE OCUPACIONAL Bruna Dias Matias, Nayana Freire, Louisianne Barros Siqueira............ 119 - 127 EMISSÕES DO BIODIESEL E DIESEL E SEUS EFEIT OS MUTAGÊNICOS SOBRE BIOINDICADOR VEGETAL Deuzuita dos Santos Oliveira............................................................. 128 - 134 ENSAIO O PRINCÍPIO DE IGUALDADE DE PETER SINGER E AS AÇÕES AFIRMATIVAS: QUOTAS PARA ESTUDANTES NEGROS NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS, JUSTIÇA OU DISCRIMINAÇÃO? Francisca Sandra Cardoso Barreto.................................................... 137 - 141 IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES RESPONSABILIDADE SOCIAL, UM BALANÇO SOCIAL DA MISSÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Adriana Ribeiro de Oliveira Napoleão do Rêgo...................................... 145 - 148 O PROBLEMA DA INDUÇÃO AO METODO CIENTÍFICO. Raimundo Leôncio Ferraz Fortes .......................................................... 149 - 153 RESENHAS DE LIVROS COMUNICAÇÃO TEM REMÉDIO- A COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM SAÚDE Judite Albuquerque e Manuela Bezerra Lopes...................................... 157 - 158 16 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RESUMOS DE TESES, DISSERTAÇÕES e TCC AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO ANTÍGENO BAX NO EPITÉLIO MAMÁRIO NORMAL DE MULHERES NO MENACME TRATADAS COM RALOXIFENO. Ana Maria Veloso Furtado........................................................... 161 - 161 O TESTE DA SIMULAÇÃO DE FALAR EM PÚBLICO EM PACIENTE COM TRANSTORNO DO PÂNICO ASSINTOMÁTICO. Alexandre Castelo Branco Vaz Parente............................................. 162 - 162 RESUMOS DE TCC. ................................................................... 163 - 207 CARTAS CARTAS AO EDITOR .................................................................... 211 - 212 ARTES E ARTIMANHAS Oh! Infecção.................................................................................. Cidade menina, mulher. ................................................................. 215 - 215 216 - 216 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NORMAS EDITORIAIS .............................................................. 219 - 222 17 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 18 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ARTIGOS 19 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 20 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO EM ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM DE UMA FACULDADE EM TERESINA-PI. Bianca Dias Martins RESUMO A prestação do cuidado humanizado em saúde reveste-se de grande relevância no contexto atual, no qual o atendimento é baseado em princípios da integralidade da assistência, sendo imprescindível à valorização da dignidade do trabalhador e usuário. A pesquisa foi realizada por meio de estudo descritivo sob uma perspectiva qualitativa, com a finalidade de compreender o significado do cuidado humanizado da assistência, e teve como o universo da pesquisa um grupo de oito acadêmicos de Enfermagem, que estudam em faculdade particular situada na cidade de Teresina – PI. Os dados foram compilados através de entrevistas semi-estruturadas e de gravações de depoimento, desenvolvidas no período de setembro e outubro de 2007, nos campos de estágios em que os acadêmicos se encontravam em atividade de aprendizagem da profissão. O foco principal desta pesquisa foi a percepções dos acadêmicos sobre o cuidado humanizado na assistência aos Pacientes. A análise de dados foi baseada na técnica de análise temática e realizada a partir da identificação de três núcleos temáticos: O significado da humanização, desafios da humanização e valorização do exercício profissional de enfermagem. Concluise que os universitários, no decorrer de suas vidas acadêmicas, adquiriram o conhecimento sobre assistência integral e humanizada, todavia esses mesmos acadêmicos reconhecem que ainda existem diversos obstáculos e resistências tanto dos profissionais de saúde como das instituições da área de saúde, sendo que estas últimas dificultam sobremaneira a efetivação do processo do cuidado humanizado na assistência as paciente. Palavras-chave: Cuidado. Enfermagem. Humanização da assistência. 1 INTRODUÇÃO Humanizar é um processo que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que tem direito como pessoa humana, observada as circunstâncias peculiares em que cada um se encontra. 21 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Ressalta Pessini (Brasil, 2000, p.79) que, “a humanização dos cuidados em saúde pressupõe considerar a essência do ser, o respeito, a individualidade e a necessidade da construção de um espaço concreto nas instituições de saúde que legitime o humano das pessoas envolvidas”. O cuidar humanizado implica, por parte dos cuidadores, a compreensão do significado da vida, a capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao outro. Humanizar no cuidado é dar qualidade à relação profissional da saúdepaciente. É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade do corpo, mente e espírito. De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2000, p.1), ‘‘a humanização tem como objetivos estabelecer condições de melhoria no contato pessoal com os pacientes, para que sejam atendidos de forma humana e solidária’’. A humanização tem papel importante para obtenção de uma recuperação mais qualificada e menos traumática para os pacientes. Através dela é possível ter uma assistência voltada ao conforto e respeito aos pacientes que, assim, obterão melhores resultados, podendo-se crer que uma pessoa recupera-se melhor de sua enfermidade estando em um ambiente agradável, onde se sinta valorizado como pessoa. Através do contato com os campos de prática, convive-se com freqüência com a falta de humanização, em que as pessoas são tratadas como objetos de cuidados e fontes de lucro, uma realidade em todas as áreas de assistência, notadamente no campo de enfermagem. Diante deste contexto, foi despertada a curiosidade em pesquisar a Humanização da Assistência de Enfermagem prestada pelos acadêmicos de enfermagem, subtendendo-se que é na formação acadêmica daqueles que se devem obter os conhecimentos necessários sobre o cuidado humano adequado, aprendendo a lidar com as mais diversas situações saúdedoença. Diante disso, sentiu-se a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o cuidado humanizado na assistência ao pacientes, portanto este estudo tem como objetivos: identificar e analisar as percepções dos acadêmicos no ultimo período da Graduação de Enfermagem de uma faculdade particular em TeresinaPI, acerca do cuidado humanizado na prestação de cuidados aos pacientes. A enfermagem tem a responsabilidade e o compromisso ético e profissional de resgatar o sentido de agir, e isso só será possível a partir da conscientização do que o ser humano é capaz de buscar a sim mesmo, a sua essência e, por conseqüência, buscar o outro. 22 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Cuidado Humanizado De acordo com a AMIB (2004, p. 1), “humanizar é individualizar frente às necessidades de cada um’’. Entendemos que a humanização não é tão-somente uma questão de mudança nas instalações físicas, mas principalmente, representa uma transformação comportamental frente aos pacientes e familiares. As mudanças no ambiente físico são deveras importantes, mas não podem ser consideradas como ponto fundamental. A falta de recursos financeiros não deve ser usada como pretexto para a inexistência de um programa de humanização. Na realidade, os profissionais que assistem direta ou indiretamente os pacientes são os verdadeiros responsáveis pela humanização. Uma assistência humanizada requer sentimentos na tarefa a ser desenvolvida, oferecer-se de maneira leal e sincera ao outro, é saber ouvir com paciência, procurando entender o paciente e atendê-lo em suas necessidades. “A humanização pode ser entendida como o conjunto de ações em que os direitos do paciente vêm em primeiro lugar, sendo a razão principal de ser da assistência. Eles devem ser respeitados e merecem seus direitos e, sobretudo o direito de ser tratado como pessoa humana que ele é.” (MEZOMO, 2001, p. 36). O paciente deve ser respeitado em suas necessidades e direitos, a exemplo, dor, privacidade, individualidade, direito a informações, ser ouvido nas suas queixas e angústias, ambiente adequado para o sono, atenção ao seu pudor, atenção à suas crenças, espiritualidade, a presença de sua família e principalmente, direito a cuidados paliativos, no caso em que não mais houver possibilidade terapêutica, e direito à compaixão. 2.2 Desafios Encontrados no Processo do Cuidado Humanizado Pessini (2000, p.45), afirma que “convivemos com freqüência em ambientes pouco humanizados, cujo funcionamento é quase perfeito quanto à técnica, porém desacompanhados muitas vezes de afeto, atenção e solidariedade”. Os profissionais ainda são bastante ligados à mecânica da assistência de enfermagem, esquecendo de prestar um cuidado mais humano, tentando entender o paciente. Muitas vezes o paciente está querendo só ser ouvido e não há ninguém com quem conversar. Para que o cuidado humanizado seja implementado, o profissional deve se colocar a frente da doença, do paciente, pôrse no lugar do outro. 23 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Segundo o Ministério da Saúde, (BRASIL, 2000, p.78), “a mecanização e robotização das ações da equipe de enfermagem, que por serem rotineiras e, muitas vezes rígidas e inflexíveis, tornam o cuidado ao paciente, impessoal, impositivo e fragmentado, dificultando, assim, a prestação de um cuidado humanizado” . Em vista de tais desafios tornam-se indispensáveis o repensar e o reformular das ações em saúde quanto à humanização da assistência aos pacientes. 2.3 O Papel da Enfermagem na Humanização no Cuidado aos Pacientes Para Vila e Rossi (2002, p.17), “humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do que a essência humana. Esta, sim, irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana’’. O enfermeiro traduz-se em ferramenta importante no sacerdócio de cuidar, devendo o cuidador pautar-se diligentemente no cuidado com o outro, considerando a assistência como um momento de respeito daquele que, cientificamente e humanamente, aprendeu os meios de auxílio ao paciente, ante as suas necessidades de saúde e de doença. Segundo Casate e Corrêa (2003, p.58), existe a necessidade de a equipe de enfermagem fortalecer as relações com sentimentos, valores, crenças e limitações, para assim compreender suas ações no trato com as pessoas que estão sob seu cuidado, tanto o paciente/cliente como família. O enfermeiro é responsável para cobrir essas necessidades. O bom relacionamento entre paciente e profissional, além da instituição de saúde, é essencial para que o processo de humanização seja realizado com sucesso. 3 METODOLOGIA Optou-se por realizar uma pesquisa baseada no método descritivo qualitativo, procurando descrever a características muito particulares, com um nível de realidade que não pode ser quantificada, mas aberta a captar um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes (MINAYO, 2000). O estudo foi desenvolvido em uma faculdade particular de grande porte, na área urbana do município de Teresina-PI, durante o período de setembro e outubro de 2007. 24 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O universo da pesquisa contou com 43 acadêmicos do curso de Enfermagem, que se encontravam no último período da Graduação de Enfermagem. Eles foram identificados nas falas com a denominação de espécies de pássaros, de acordo com as considerações éticas. Para determinar o número de participantes da amostra, utilizou-se o critério de reincidência das informações, ou seja, quando se observa que começou a repetição do conteúdo (MINAYO, 2000). Após a autorização da faculdade para realização da pesquisa, os sujeitos foram esclarecidos sobre o estudo a ser desenvolvido e seus objetivos. Com isso, forneceu-se a cada participante um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme previsto na Resolução Nº. 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram questionários préformulados pela pesquisadora, contendo na primeira parte dados de identificação do entrevistado e na segunda, a questão norteadora: Qual sua percepção sobre o cuidado humanizado na assistência aos pacientes? Fez-se o uso de gravador de voz para a gravação da entrevista. No processamento das falas, o primeiro passo foi a transcrição fiel das entrevistas outrora gravadas. Depois, fez-se a compilação e análise dos dados, consoante as diretrizes do método qualitativo, ordenação, classificação em categorias empíricas, síntese e interpretação dos dados (MINAYO, 2000). Cada categoria foi considerada saturada quando não foi possível acrescentar novos dados. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os participantes do estudo foram oito acadêmicos do último período do Curso de Enfermagem de uma faculdade selecionada. Sete acadêmicos eram do sexo feminino e um do sexo masculino; um casado e sete solteiros, na faixa etária de 21 (vinte e um) a 27 (vinte e sete) anos. A partir da organização e análise dos dados, foram identificadas três categorias norteadoras do sentido e significado sobre humanização da assistência: o significado da humanização, desafios da humanização e valorização do exercício profissional de enfermagem, as quais serão descritas e analisadas a seguir. O Significado da Humanização Deslandes (2004, p.7) esclareceu que, ‘‘a humanização representa um conjunto de iniciativas que visa à produção de cuidados em saúde, apta a conciliar a melhor tecnologia disponível com a promoção de acolhimento e respeito ético e cultural ao paciente, de espaços 25 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 de trabalhos favoráveis ao bom exercício téc nic o e à s atisf aç ão dos profissionais de saúde e usuários’’. O cuidado humanizado demanda um processo reflexivo sobre o modo de cuidar do paciente, a assistência deve envolver sentimentos, respeito, dignidade e amor ao próximo. Alguns relatos dos acadêmicos sobre este conceito são apresentados abaixo: Como o próprio nome já diz, humanizar, humanização, cuidado humanizado é justamente você tratar o paciente como humano, como diante não só de um portador de uma patologia, mas diante de todo um contexto, que ele pode está inserido, que pode sim interferir na assistência daquele paciente. (BEIJAFLO R). O cuidado humanizado é a situação em que a distância entre o profissional e paciente vai ser reduzida à mínima, oferecendo um maior conforto, uma maior confiabilidade na relação entre paciente e o profissional, facilitando o serviço. (CAMCÃO) De acordo com Backes, Lunardi e Lunardi Filho (2006, p.1), “a humanização norteia os valores e princípios da prática profissional, pressupondo, além de um tratamento e cuidado digno, solidário e acolhedor por parte dos profissionais da saúde ao seu principal objeto de trabalho – o doente/ser fragilizado’’. Os acadêmicos de Enfermagem, ao se referirem ao conceito de humanização, focalizaram o cuidado ao sentimento de respeito e dignidade do paciente. Assumem ainda que cuidar humanamente significa tratar o paciente da mesma forma como gostaria de ser tratado. Falar da humanização é falar em dar amor ao próximo, de cuidar como gostaríamos que fôssemos tratados. (GAVIÃO). Todo paciente merece ser bem assistido, ser bem revido. A humanização vai fazer o vinculo do paciente com o profissional, passando segurança ao doente e conseqüentemente uma assistência de mais qualidade. (JOÃO DE BARRO). A humanização deve ser tratada como um cuidado além da técnica em si, na verdade é aquele cuidado em que nós devemos nos pôr no lugar do paciente (BOFF, 1999). Em determinados relatos, os acadêmicos denotam a necessidade de se pensar o cuidado humanizado como um cuidado holístico ao dar-lhe um significado multidimensional e não somente o cuidado à patologia. A seguir as falas se referem a esse cuidado: Cuidado humanizado é observar holisticamente. (BEIJA-FLOR) 26 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Assistência humanizada é ver o paciente de forma holística, como um todo e não só a patologia. (CALOPSITA) Humanizar brota do diálogo com o paciente, é passar segurança, dar apoio emocional, informar e orientar, identificá-lo pelo nome, com o intuito de personalizar e individualizar o cuidado. Isto pode ser visto nas falas a seguir. O paciente tem todo o direito de saber, de estar bem informado sobre o tratamento, sobre todos os procedimentos. (CALOPSITA). Porque eu acho que todo paciente merece ser bem assistido, até porque a partir daí o profissional pode transmitir para ele segurança. (JOÃO DE BARRO) Todo ser humano merece um tratamento honesto e pautado na garantia de ter sua autonomia preservada. Deve ser informado, bem como a sua família, dos procedimentos que serão realizados e tem o direito de receber uma assistência correta e humana. O paciente merece toda atenção e apoio, para que tenha conforto e se sinta seguro. Desafios da Humanização Segundo Armelin e Scatena (2000, p. 22), “as instituições dão mais ênfase à tecnologia e à competência científica do que o contato com as pessoas”. Os métodos de assistência aos pacientes e as estruturas de muitas instituições refletem, ainda hoje, essa concepção, na maioria das vezes o cuidado é realizado, apenas pela necessidade de oferecer cuidados específicos para uma determinada doença, ou seja, acabam esquecendo que ali existe de um ser humano, com sentimentos, medos e acabam tratando apenas a patologia, sem sequer preocuparse com o paciente em suas peculiaridades. Nos relatos mencionados pelos acadêmicos, encontramos opiniões diversas, que apontam sobre desafios para a implementação do cuidado humanizado. As falas transcritas abaixo apontam para esses desafios: Há falta de estimulo por parte dos profissionais que ficam cada vez mais presos as técnicas, ao chegar e fazer. (GAVIÃO) Tem profissional que ele não tem essa humanização, ele não olha o paciente como um todo, ele não tem aquele cuidado de cuidar do paciente. (ANDORINHA) Os desafios trazidos pelos acadêmicos de enfermagem no cuidado humanizado ainda se referem à carência de uma infra-estrutura adequada, falta de um ambiente agradável e mais próximo da realidade do paciente e ainda pela escassez de profissionais suficientes e especializados, que têm influência direta 27 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 no bem-estar do cliente e da equipe de saúde. Os exemplos a seguir relatam estas idéias: Logicamente para que preste uma assistência humanizada, necessito de uma serie de fatores, infra-estrutura adequada, profissionais preparados e especializados e na quantidade que supra as necessidades da assistência (CALOPSITA) Para que exista humanização deve-se haver condições adequadas para que esta seja realizada( BEIJA- FLOR) De acordo com Pinheiro e Lopes, (1993, p. 87), “as instituições não oferecem um ambiente adequado, recursos humanos e materiais quantitativos e qualitativos suficientes, remuneração digna e motivação para o trabalho, oportunidade para os enfermeiros se aperfeiçoarem em sua área de atuação, para que estes possam exercer as suas funções de uma forma mais humanizada”. Tantos profissionais como as instituições enfrentem situações desafiadoras, que dificultam a realização desse cuidado. Portanto, o processo do cuidado humanizado na assistência é uma realidade que deve ser debatida, necessitando do apoio de todos, para que realmente se possam transpor barreiras na busca de um cuidado mais satisfatório para os envolvidos. Valorização do Exercício Profissional de Enfermagem Matsuda, Silva e Tisolin, (2000, p.69) afirmam que, ‘‘a concepção da valorização do usuário dos serviços de saúde é, sem dúvida, um desafio que necessita de coragem, compromisso e habilidade por parte dos seus provedores’’. Assim o intuito da humanização e da manutenção da dignidade humana no processo deve ser considerado como direito inalienável. Eu acho que para prestar uma assistência humanizada a principio deveria haver cuidado com o cuidador, melhorar a relação com os companheiros de trabalho e elevar auto-estima, na grande maioria das vezes isso não acontece. (GAVIÃO) A humanização também tem que acontecer por parte dos pacientes que muitas vezes tratam os profissionais como objetos que estão ali para servir. (GAIVOTA) Para que os profissionais de enfermagem possam exercer suas atividades dignamente, para que possam respeitar o outro e sua condição humana, é preciso basicamente que a sua condição humana seja também respeitada, ou seja, trabalhar em condições físicas adequadas, receber justa remuneração pelo trabalho 28 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 exercido e ainda, que seja reconhecido pelas suas atividades e iniciativas. Todavia, fica evidente que a maioria dos profissionais está nesta busca pelo reconhecimento e pela valorização de si próprio e do seu trabalho. O cuidador necessita de suporte social, para construir estratégias que facilitem o seu cotidiano. Ele precisa atender bem o paciente e ainda cuidar de si próprio. 5 CONCLUSÃO Nosso objetivo é conhecer e analisar as diferentes percepções dos acadêmicos a respeito do cuidado humanizado na assistência aos pacientes, tendo como meta basilar transmitir aos profissionais e acadêmicos as devidas informações sobre os cuidados de saúde, de uma maneira mais simples e humanizada, e com isso, proporcionar o bem-estar a todos. A união do cuidado humano à assistência de enfermagem ocasiona a sensibilização, principalmente para a Enfermagem, ao resgatar a visão e a prática de assistência integralizada do ser humano. Assim, a equipe de humanização, apesar de constituir um trabalho lento, deve manter sua trajetória, pois acreditamos que, mediante a capacitação e avaliação contínuas de suas ações, desencadeia, aos poucos, um processo de conscientização dos profissionais e das instituições para essa nova forma de vivenciar o ambiente de trabalho, no qual cada profissional deve conseguir ofertar envolvimento, amor e compaixão ao cliente. Esperamos que esse trabalho possa transmitir reflexões sobre a humanização do cuidado na assistência aos pacientes e faça nascer a necessidade nos profissionais de saúde e acadêmicos dos diversos cursos da área de saúde de vivenciarem, sentirem e internalizarem o cuidado humanizado e, partindo desse processo, conscientizar-se da suma importância que desempenham na assistência dos pacientes. Através dos relatos adquiridos, delinearam-se três categorias sobre o cuidado humanizado na assistência em enfermagem, que são: o significado da humanização, desafios da humanização e valorização do exercício profissional de enfermagem, o que nos permitiu chegar à conclusão de que os universitários adquiriram, ao longo de suas vidas acadêmicas, o conhecimento teórico do que seja uma assistência integral e humanizada, entretanto, são conscientes que perduram em seu cotidiano, inúmeros obstáculos e desafios, tanto dos profissionais como das instituições, os quais dificultam a efetivação do processo do cuidado humanizado na assistência as paciente. 29 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Devemos resgatar a essência da nossa profissão, que é a arte do cuidar, humanizar o tratamento, aprofundar a sua relação com seu paciente e olhar a enfermagem pelo viés da qualidade de vida. HUMANI Z ED CARE I N T HE NURSI NG : PERC EPT I O N O F T E UNDERGRADUATED STUDENTS OF NURSING WHO STUDY IN A PRIVATE COLLEGE IN TERESINA-PI. WORK OF CONCLUSION OF GRADUATION IN THE NURSING. FACULTY INTEGRAL DIFFERENTIAL, TERESINA, 2007. ABSTRACT The service of the humanized care in health is important to the current context, once the attendance is based on principles of the assistance completeness, where there is the need to value the worker’s and user’s dignity. The present research is a descriptive study in a qualitative perspective, with the objective to understand the meaning of the humanized care of the assistance. The universe of the research was a group of eight undergraduated students of nursing who study in a private college in Teresina-PI. The data were collected through the use of half-structuralized interviews and the statement recording in the period of September and October in 2007. They were gathered in the training field where the students mentioned above were in activity. The main focus of the research is the Perception of the undergraduated students on the Humanized Care in the Patient’s Assistance. The analysis of the data was carried based on the technique of thematic analysis and was made from the identification of three thematic groups: The Meaning of Humanization; Challenges of Humanization and valuation of the Professional Exercise of Nursing. After the analysis of the data, one can conclude that the college students have acquired the knowledge of what integral and humanized assistance is throughout their academic life. However, they recognize that they still face countless obstacles and resistance on the part of the professionals and the institutions which make it difficult the fulfillment of the process of the humanized care in the patient’s assistance. Key-words: Care. Nursing. Assistance Humanization REFERÊNCIAS AMIB. 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Atualmente sabe-se que na presença de lesões, há um desarranjo na rede neural, mas o SNC sofre processos de reorganização e regeneração. A reabilitação neurológica está baseada na convicção de que o cérebro humano é um órgão dinâmico capaz de se reestruturar em função de fatores extrínsecos e intrínsecos. Assim, por meio da revisão de literatura, procuram-se bases conceituais sobre os aspectos plásticos, os mecanismos de lesão e recuperação do SNC, assim como suas implicações para a neuroreabilitação. Palavras-chave: Plasticidade neural. Lesão do SNC. Neuroreabilitação. INTRODUÇÃO O SNC possui um circuito complexo, onde inúmeras células neurais, interconectadas, permitem a capacidade sensitiva e as ações motoras traduzindoas em comportamento (KANDEL, 1966; UMPHERED, 2004) . Durante anos a doutrina de que as funções mentais seriam formadas por circuitos neurais específicos desviou a atenção de clínicos e pesquisadores das possibilidades de recuperação funcional após uma lesão . Graças a experimentos realizados com modelos animais e trabalhos mediante manipulação de condições _______________ * Fisioterapeuta graduada pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar / Universidade Estadual do Piauí-UESPI Especialização em Fisioterapia Neurológica / Universidade Estácio de Sá-RJ 32 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ambientais, os pesquisadores fizeram descobertas surpreendentes, que mudaram a perspectiva de adaptação do SNC (ANNUNCIATO, 1994; FERRARI, 2001). Na presença de lesões, o SNC utiliza-se da plasticidade neural, na tentativa de recuperar funções perdidas e fortalecer funções similares relacionadas às originais (STEIN, 1995; KEMPERMANN, 1998). O tratamento de pacientes com lesão cerebral constitui uma das tarefas mais desafiadoras no campo da reabilitação. A compreensão dos mecanismos de plasticidade e recuperação funcional do SNC passa por diversos objetivos, dos quais alguns têm particular interesse a Fisioterapia (UMPHERED, 2004). 2. DISCUSSÃO Mecanismos de Lesão O cérebro pode ser lesado de várias maneiras, incluindo infecções, tumores, hemorragia secundária a vasos arterioscleróticos, traumatismos dentre outros (COHEN HELEN, 2001; DAVIES, 1999). O dano cerebral promove vários eventos que ocorrem simultaneamente no local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, as células lesadas liberam seus aminoácidos e seus neurotransmissores, que, em alta concentração, tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão definitiva e à morte celular. Os neurônios afetados podem liberar o neurotransmissor glutamato, o qual alterará o equilíbrio do íon cálcio e induzirá seu influxo para o interior das células nervosas, ativando várias enzimas que são toxinas e levam os neurônios à morte. Esse processo é denominado excitotoxidade (ANNUNCIATO, 2001; ANUUNCIATO, 2002; ANNUNCIATO, 1994; COTMAN). Ocorre, também, a ruptura de vários vasos sanguíneos e/ou isquemia tecidual, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose. As alterações nos níveis de glicose e oxigênio levam à insuficiência da célula nervosa de manter seu gradiente transmembrânico, permitindo a entrada de mais cálcio na célula, um efeito cascata(ANNUNCIATO, 2001; RAFFINI, 1999). De acordo com o grau do dano cerebral, o estímulo nocivo pode levar tecido nervoso à necrose, onde há ruptura da membrana celular, fazendo com que esta libere seu material intracitoplasmático que lesam o tecido vizinho; ou pode ativar o processo de apoptose, levando a sua própria morte, ou ocasionar a liberação de substâncias com atividade pró-inflamatória (citocinas, por exemplo) e vasoativas (óxido nítrico, por exemplo) (ANNUNCIATO, 2001; LIDEN, 1996; VEGA, 1999). Em geral, a lesão além de interferir diretamente no neurônio, afeta as demais células, pois estes trabalham em cadeia e trocam substâncias entre si, levando, então, a um desarranjo de conexões neurais com ampliação da lesão em rede. Isto explica por que um dano em determinada área cerebral leva a alterações em outras regiões interconectadas, processo denominado de degeneração transneural (ANNUNCIATO, 2001; DEMEURISSE,1991; STEIN, 1995). 33 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Com todos esses eventos, o SNC se defende ativando os macrófagos, astrócitos e as micróglias, que iniciam a fagocitose. As células gliais promoverão uma cicatriz no local do trauma na tentativa de deter a perda do fluxo intracitoplasmático de neurônios lesados. Essa cicatriz torna-se uma barreira que impede os neurônios saudáveis de formarem novas conexões e este processo pode ser evidenciado através do estudo de imunohistoquímico do tecido lesado, pela presença dos marcadores de astrócitos e de microglia (ANNUCIATO, 2001; KANDEL, 1996; VILLAR, 1997) . Mecanismos de Recuperação Várias teorias foram desenvolvidas para explicar como o SNC submetido a lesões é capaz de recuperar as funções anteriormente perdidas, porém não há nenhuma maneira de determinar com certeza se essa função perdida pode ser recuperada: (ANNUNCIATO, 2001; HENNINGSEN, 1999; KETESZ, 1993; POPPEL, 1992). a) Teoria da função vicária: informa que qualquer tecido não lesado pode assumir funções de tecidos danificados (ANNUNCIATO, 2001; FITZGERALO, 1985; LENNEBERG, 1967); b) Teoria da equipotencialidade ou ação massiva ou substitucionismo: diz que, como algumas partes do SNC têm funções uniformes, quando há um dano em determinada região, outra com desempenho equivalente pode assumir a sua ação (ANNUNCIATO 2001; ANNUNCIATO, 2002; RIBEIRO SOBRINHO, 1995); c) Teoria da substituição funcional: informa que por meio de reprogramação, uma parte do cérebro que normalmente não está associada àquela finalidade pode ser reprogramada para assumir as atividades da área lesada (ANNUNCIATO, 2001; ANNUNCIATO 2002; KETESZ, 1993; MANSUR, 1998). Os mecanismos de reparação e reorganização do SNC começam a surgir imediatamente após a lesão e podem perdurar por meses e até anos (QUATZ, 1997; SILVA, 2000). São eles: Supersensibilidade de Denervação O axônio pré-sináptico controla a sensibilidade da célula pós-sináptica. Em caso de denervação, a célula pós-sináptica deixa de receber o controle químico da célula pré-sináptica, conseqüentemente, ficará quimicamente sensível (ANNUNCIATO, 1994; PIEMONTE, 1998; VEGA, 1999). Para manter seu adequado funcionamento, então, a célula promove o surgimento de novos receptores de membrana pós-sináptica (KOLB, 1997; PIEMONTE, 1998). Potencialização Sináptica Fisiologicamente durante a sinapse excitatória, neurotransmissores são transportados até a fenda sináptica para a excitação do neurônio pós-sináptico; caso haja uma lesão, isso não acontece, os neurotransmissores produzidos no 34 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 corpo celular poderão ser desviados para outros contatos sinápticos (ANNUNCIATO, 2001; ANNUNCIATO, 1994). Recrutamento de Sinapses Silentes Em situações normais, existem algumas sinapses que morfologicamente estão presentes mas que funcionalmente, estão inativas ou que não exercem influência sobre outra célula de modo eficaz. No caso de lesão, estas sinapses são recrutadas e ativadas (ANNUNCIATO, 2001; SILVA, 2000; VILLAR, 1997). Restituição por Brotamento Regenerativo e Colateral O brotamento consiste na formação de novos brotos de axônio a partir de neurônios lesados (brotamento regenerativo) ou não-lesados (brotamento colateral) (ANNUNCIATO, 1994; ELLIOTT, 1996; QUATZ, 1997). Variáveis que Influenciam a Neuroplasticidade do SNC após Lesão É preciso considerar alguns fatores interindividuais que afetam a recuperação funcional após lesões do SNC (MEIER, 1984). São sistematizadas a seguir: Características da Lesão Lesões que ocorrem lentamente deixam menos seqüelas que lesões súbitas, pois o fator causal oferece a oportunidade para que o tecido nervoso reaja e se acomode promovendo o crescimento de ramos dendríticos e ou axonais, para assim manter suas conexões funcionais. As lesões súbitas não fornecem às células ao redor da lesão um tempo hábil para se reestruturarem (ANNUNCIATO, 2001; COHEN, 2001; STEIN, 1995; UMPHERED, 2004). Em relação à extensão, quanto menor for a lesão, mais fácil é o crescimento axonal; conseqüentemente, melhor o prognóstico. De acordo com a morfologia do axônio, existe também uma maior ou menor contribuição para os processos plásticos: neurônios com axônios mais longos e que possuem um número maior de dendritos são menos vulneráveis a degeneração que neurônios com axônios curtos e com pouca ramificação dendrítica (ANNUNCIATO, 2002; COMEN, 2001; STEIN, 1995). A respeito do local da lesão, danos que afetam o axônio em sua região mais distal do corpo celular estão menos propensos à regeneração do que a região proximal ao soma (DAVIES, 1999). Biografia do Paciente Questiona-se que as possibilidades de recuperação funcional em indivíduos mais jovens são melhores, apesar disto, este princípio mantém-se como regra geral(19). Vale destacar que os processos neuroplásticos ocorrem tanto em crianças quanto adultos ou idosos(ANNUNCIATO, 1999; ANNUNCIATO, 2001). 35 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Há pesquisas recentes que indicam a existência de diferenças morfológicas e bioquímicas entre o cérebro masculino e feminino. Essas descobertas questionam se o fator sexo influiria no grau de organização e recuperação das funções cerebrais após lesão, porém não existe consenso a este respeito(COMEN,2001; DAVIES, 1999). Condições Ambientais e Experiência As interações organismo-ambiente vivenciadas por um indivíduo determinam fundamentalmente a topografia e a funcionalidade de suas respostas (ANNUNCIATO, 1999; BACH-Y-RITA, 1990). O exercício físico é uma forma de experiência. A realização de qualquer atividade motora gera padrões de estimulação sensorial, proprioceptiva e pode ser fonte de modulação plástica em áreas motoras e somatossensoriais (KNAUPER, 1999; VEGA, 1999). Fatores Agravantes O uso de álcool, tabaco, drogas e a presença de patologias prévias são especialmente deletérias ao processo de recuperação (MEIER, 1987). Neuroreabilitação Até por volta dos anos 50 existia a idéia entre os clínicos de que a falta de capacidade dos neurônios se dividirem supunha a impossibilidade de se fazer algo quando as conexões e neurônios eram perdidos, em conseqüência da lesão cerebral. A recuperação direta desse conceito era inércia terapêutica, esperando que a natureza fizesse algo para a recuperação espontânea das funções danificadas(LUNA, 2005). Entretanto, foi comprovado que o SNC nunca pára de mudar e ajustar-se e que a extensão da recuperação pode ser melhorada com enriquecimento ambiental e treinamento comportamental (ANNUNCIATO, 2001; LENNEBERG, 1967; VEGA, 1999). O SNC é um órgão de reação ao invés de ação, e reage aos estímulos externos e internos ao corpo(DAVIES, 1999). A Fisioterapia Neurológica surge com uma formação para examinar, avaliar determinar um prognóstico e realizar intervenções a fim de recuperar o controle funcional dos indivíduos com várias formas de déficits neurológicos, através da manipulação de fatores extrínsecos e intrínsecos, permitindo uma adaptação cada vez melhor das respostas motoras(COHEN, 2001; VEGA, 1999). Os programas de reabilitação devem ser cuidadosamente projetados. Para satisfazer as condições da adaptação neural, os comportamentos devem ser acompanhados, repetitivos, direcionados por metas, integrados a atividades funcionais e realizados ao longo do tempo com um número crescente de eventos coincidentes. Criar o melhor ambiente para aprender uma habilidade pode ser inicialmente necessário. Com o tempo, a variabilidade no ambiente natural deve 36 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ser reintroduzida para obter o verdadeiro aprendizado e a neuroplasticidade final (COHEN, 2001; DAVIES, 1999; VEGA, 1995). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O conhecimento dos mecanismos celulares e funcionais dos fenômenos da plasticidade contribui para o esclarecimento das causas dos desequilíbrios cinesiopatológicos e no diagnóstico das perdas da independência funcional dos pacientes. Além disso, tem a função de nortear o programa de intervenção fisioterapêutico, determinando quais estímulos são confiáveis e salientes, duração de intervenção, métodos e técnicas mais apropriadas na facilitação da recuperação funcional do SNC após processos lesionais. ABSTRACT The nervous system is constituted basically by nervous cells, amongst which they are the neurons, that are connecting to compose some responsible neural circuits for the integration of the organism with the environment. It also presents the astrocytes, the oligodendrocytes and microglia. These have a citoarquitetural function of fulfilling, production of myelin and renewal and production of cytocinas and neurotrophic factors. The neural plasticity is given denomination the adaptative capacity of the nervous system, is the property that allows to a morphologic and functional adjustment in reply the physiological or pathological situations. During much time, we believed that Central Nervous System (CNS) would be incapable of regeneration. Currently one knows that in the presence of injuries, it has a disarrangement in the neural net, but the CNS suffers to processes from reorganization and regeneration. The neurological rehabilitation that is based on the certainty of that the human brain is a capable dynamic organ that itself are reorganizing in function of extrinsic and intrinsic factors. Thus, by means of the literature revision, conceptual bases on the plastic aspects, the mechanisms of injury are looked and recovery of the CNS, as well as its implications for the neuroheabilitation. Key Words: Neural Plasticity. Lesions of the CNS. Neuroheabilitation. REFERÊNCIAS ANNUNCIATO, N. F. Col. Kindliche Sozialisation und Sozialentwicklung, 1 ed, V. 2, p 87-112, 1999. 37 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ANNUNCIATO, N.F; OLIVEIRA, C.E.N.; SALINA, M.E.;Fatores ambientais que influenciam a plasticidade do SNC. Acta Fisiátrica, p.6-13, Dez, 2001. ANNUNCIATO, N.F; OLIVEIRA, C.E.N; SALINA, M.E; Neuroplasticidade: fundamentos para a reabilitação do paciente neurológico adulto. Fisioterapia em movimento, Champagnat, v.14, n.2, p.11-20, out, 2002. ANNUNCIATO, N.F. O processo plástico do sistema nervoso. Temas sobre o desenvolvimento. V.3, N.17, p. 4-12, Jun, 1994. BACH-Y-RITA., et al. Aspectos Neurais da Função Motora como Base da Reabilitação Precoce e Pós-Aguda. 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A pesquisa constitui-se em um estudo de caso clínico no qual fizeram parte duas pacientes do sexo feminino, com 44 anos e 61 anos, cujo tratamento ocorreu no Hospital Getúlio Vargas (HGV); as pacientes foram submetidas a 20 atendimentos seguindo um protocolo cinesioterapêutico baseado na bibliografia consultada. O resultado da pesquisa mostrou ganho das qualidades musculares (força, endurance, coordenação) promovendo continência urinária parcial. A cinesioterapia do assoalho pélvico (AP) apresentou-se como uma alternativa terapêutica efetiva às mulheres com IUE com conseqüente diminuição dos episódios de perda urinária. Palavras-chave: Incontinência urinária de esforço. Cinesioterapia. Assoalho pélvico. 1 INTRODUÇÃO A incontinência urinária de esforço é definida como a perda involuntária de urina durante os esforços físicos, quando o aumento da pressão intravesical supera a pressão intra-uretral na ausência de contração do músculo detrusor (músculo _____________ * Fisioterapeuta e docente do curso de Fisioterapia da FACID. Coordenadora da Especialização de Fisioterapia aplicada a traumatologia e ortopedia da FACID ** Médico da Maternidade Dona Evangelina Rosa e docente do curso de medicina da UFPI. *** Aluna da Especialização de Fisioterapia aplicada a traumatologia e ortopedia da FACID. **** Pedagoga e aluna da Especialização Educação Especial da UFPI. ***** Fisioterapeuta e docente das disciplinas Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia da FACIME. 41 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 da bexiga). Essa condição pode ocorrer durante a tosse, espirro, suspensão de objetos e afeta 50% a 60% das mulheres em geral (DINIZ, 2003; HALL, BRODY, 2001). A IUE está relacionada com alterações da anatomia e fisiologia do Trato urinário Inferior (bexiga, uretra e AP). Vários fatores podem levar a alterações na sustentação dos órgãos pélvicos como a idade, principalmente no período da pósmenopausa e climatério; multiparidade; prolapso genital; cirurgias pélvicas de correção da IUE; parto normal com dano ao assoalho pélvico (HALBE, 1989; MORENO, 2004). As fibras do AP, principalmente o diafragma pélvico (Fig.1), e as fibras periuretrais são compostas por musculatura estriada esquelética com fibras de contração lenta ou tipo I e rápidas ou tipo II, sendo que 70% delas possuem contração lenta responsável pela manutenção do tônus; os outros 30% são fibras de contração rápida e de baixa resistência (GROSSE, SENGLER,2002; HALL, BRODY, 2001). Fig. 1- AP: diafragma pélvico com os músculos coccígeo e levantador do ânus Fonte: MOORE, DAKKET (1994, p.304) Conforme Berek (2005), com o emprego da reeducação do AP por meio da cinesioterapia, ocorre o fortalecimento da musculatura estriada esquelética, especificamente do esfíncter urogenital estriado, podendo ocasionar uma força de fechamento uretral mais efetiva durante a tosse ou estresse. O exercício de reeducação perineal também pode melhorar a sustentação da uretra proximal gerando assim, melhora da continência durante os esforços. Dessa forma, o referido estudo teve por objetivo verificar os resultados da reeducação perineal através do emprego da cinesioterapia para a reabilitação de pacientes portadores de IUE. 42 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 2 CASUÍSTICA E MÉTODOS Este trabalho caracteriza-se por ser um estudo de caso clínico de caráter longitudinal, qualitativo e observacional realizado na Clínica Ginecológica do Hospital Getúlio Vargas em Teresina-PI no período de 29 de maio a 06 de agosto de 2007. O objeto de estudo é formado por duas pacientes do sexo feminino com 44 e 61 anos. O critério de inclusão e exclusão da pesquisa constituiu-se em: paciente com IUE cujo grau de força para a contração do AP seja igual a um, dois ou três; pacientes no período da pós-menopausa, sem cirurgia prévia para a correção da IUE; sem realizar hormonioterapia. Já aquelas em período gestacional e que usarem dispositivo intra-uterino constituíram fatores de exclusão. A avaliação subjetiva foi efetuada pela aplicação, no início e ao final do tratamento, do questionário auto-administrável ICIQ (International Consultation on continence questionaire), o qual é composto de quatro questões que verificam a freqüência, gravidade e o impacto da IUE, além de um conjunto de oito itens de autodiagnostico relacionados às causas ou a situações de incontinência urinária vivenciada pelas pacientes (TAMANINI et al, 2004). Ao exame físico verificou-se o grau de força da contração do AP por meio do toque bidigital intravaginal e pela visualização da contração da genitália externa conforme a classificação de Ortiz (vide Tabela 1). Tabela 1 – Classificação funcional do assoalho pélvico de acordo com a presença de contração voluntária (Ortiz, 1994). Após a avaliação, foi realizado um atendimento experimental. De acordo com os valores obtidos traçou-se a seguinte conduta terapêutica: cinesioterapia manual com exercícios de contrações rápidas e lentas dos músculos do assoalho pélvico (MAP), as contrações lentas com cinco segundos de duração e com tempo de repouso o dobro do tempo das contrações. As contrações rápidas, com dois segundos de duração e dois segundos de repouso. Cada exercício foi executado em duas séries de dez repetições, em posição ginecológica modificada (decúbito dorsal com pernas fletidas) 43 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Ao décimo atendimento, repetiu-se o protocolo inicial sendo acrescentadas duas séries com dez repetições: a primeira composta de exercícios perineais associados à tosse e a segunda ao movimento de ponte (Figura 2). Figura 2- Paciente em posição ginecológica modificada realizando exercício de ponte. Como parte integrante do tratamento ambulatorial realizou-se a respiração diafragmática, sincrônica com os exercícios perineais evitando-se a apnéia e manobra de valsava. Na expiração contrai-se o AP, e na inspiração ocorre o seu relaxamento. O tratamento teve duração de aproximadamente dois meses com vinte atendimentos fisioterapêuticos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os parâmetros avaliados foram o tempo de contração das fibras tipo I e tipo II do AP, as respostas do questionário ICIQ, e o grau de força de contração AP. O quadro 01 e 02 mostra o tempo de contração imposta às fibras tipo I e tipo II empregadas durante o tratamento para solicitar sua ação. Início do tratamento A partir do décimo atendimento Fibras tipo I 3 seg. 5 seg. Fibras tipo II 1 seg. 2 seg. Quadro – 01: Tempo de contração muscular executada pela paciente A com IUE 44 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Início do tratamento A partir do décimo atendimento Fibras tipo I 3 seg. 4 seg. Fibras tipo II 1 seg. 2 seg. Quadro - 02: Tempo de contração muscular executada pela paciente B com IUE. Ao analisar os resultados acima, verificou-se que ambas as pacientes aumentaram o tempo de contração muscular voluntária das fibras tipo I e tipo II em todo o tratamento. Isso se deve à fisiologia muscular do AP. Esses músculos são histologicamente semelhantes aos músculos estriados esqueléticos e dessa forma possuem as mesmas características contráteis (BERNARDES et al, 2000). Ao se trabalhar com sobrecarga as fibras tipo I e II por meio de exercícios, as fibras sofrem hipertrofia, o que permite aos músculos do assoalho pélvico aumentar a pressão de fechamento uretral e sustentar as estruturas pélvicas e assim diminuir a perda urinária (BERNARDES et al, 2000). O quadro 03 evidencia a classificação funcional dos músculos do AP adquiridas pelas pacientes A e B, no decorrer de todo o tratamento. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DE ORTIZ Paciente – A Paciente - B Início do tratamento Grau – 2 Grau - 2 Décimo atendimento Grau – 3 Grau - 3 Final do tratamento Grau – 4 Grau - 3 Quadro 03 - Classificação da contração do AP das pacientes com IUE tratadas no HGV Notou-se, por meio dos dados colhidos, um aumento significativo da força muscular das pacientes A e B, embora a paciente B tenha permanecido com força grau 3 ao final do atendimento. Para Prentice (2002), a força é a capacidade do músculo de produzir tensão ou de aplicar tensão máxima contra a resistência. A força do assoalho pélvico é obtida quando o músculo produz tensão sentida pelos dedos do examinador. Para aumentar a força, o treinamento precisa utilizar as resistências manuais que sejam as mais próximas possíveis da força máxima voluntária do músculo. Dessa forma, houve um ganho de força muscular por ambas as pacientes ao se constatar a presença da intensidade da contração voluntária do AP. 45 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O quadro 04 e 05 demonstra as respostas do questionário ICIQ, pelas pacientes A e B antes do tratamento e após o término dos vinte atendimentos fisioterapêuticos. RESPOSTAS ANTES DO TTO RESPOSTAS APÓS O TTO Questão 01 - Perde urina diversas Questão 01 – Perde urina uma vez ao vezes ao dia dia Questão 02 - Perde grande quantidade Questão 02 - Perde uma pequena de urina quantidade de urina Questão 03 - Paciente gradua em 05 Questão 03 - Paciente gradua em 04 (escala de 0 a 10) a interferência da (escala de 0 a 10) a interferência da perda urinária em sua vida perda urinária em sua vida Questão 04 - Paciente perde urina Questão 04 - Paciente perde urina quando está fazendo atividade física quando espirra ou tosse Quadro 04 - questionário aplicado a paciente A com IUE. RESPOSTA ANTES DO TTO RESPOSTA APÓS O TTO Questão 01 - Perda urinária diversas Questão 01 – Perda urinária uma vez vezes ao dia ao dia Questão 02 - Paciente relata perder Questão 02 - Paciente relata perder uma grande quantidade de urina uma pequena quantidade de urina Questão 03 - Paciente gradua em 06 Questão 03 – Paciente gradua em 04 (escala de o a 10) a interferência da (escala de 0 a 10) a interferência da perda urinária em sua vida perda urinária em sua vida Questão 04 - Paciente perde urina Questão 04 - Paciente perde urina quando está fazendo atividade física quando espirra ou tosse Quadro – 05: Questionário aplicado a paciente B com IUE Ambas as pacientes diminuíram o quadro de perda urinária de acordo com as respostas das questões 1, 2 e 4 que foram iguais nos questionários das duas pacientes, verificando-se uma diminuição da interferência da mesma na realização das atividades de vida diária e dando perspectivas para uma reabilitação funcional 46 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 total do AP. Dessa forma, as pacientes A e B toleraram satisfatoriamente o protocolo imposto e apresentaram diminuição da perda urinária ao final dos 20 atendimentos. 4 CONCLUSÃO O emprego da reeducação perineal por meio da cinesioterapia como a única forma de tratamento fisioterapêutico empregado para tratar pacientes com IUE no HGV forneceu dados significativos para uma avaliação e tratamento dessas mulheres. E ainda, promoveu a melhora do quadro clínico com diminuição considerável da perda urinária. Dessa forma, a cinesioterapia pode ser utilizada como uma forma terapêutica eficiente, principalmente nos centros onde há pouca infra-estrutura, para a realização do atendimento fisioterapeutico, não limitando, assim, a atuação desses profissionais. Este estudo permitiu ainda maior conhecimento da ação da fisioterapia no tratamento da IUE pelas pacientes encaminhadas ao setor de Fisioterapia do HGV e mostrou uma pequena relação no custo e benefício quando empregada a cinesioterapia. Por se tratar de um estudo realizado em um intervalo de tempo pequeno, dois meses, obteve-se uma reabilitação funcional parcial das pacientes. Devido ao número reduzido de indivíduos não foi possível obter dados quantitativos sobre atuação fisioterapeutica por meio da cinesioterpia no tratamento das pacientes com IUE. Fica então a perspectiva de que novos trabalhos venham a ser realizados e possam confirmar e complementar estes resultados. THE USE FROM REEDUCATION OF THE FLOOR PELVIS FOR HALF A FROM CINESIOTERAPIA ABOUT TO THE TREATMENT OF PATIENTS W ITH INCONTINENCE URINÁRIA FEMININE OF I STRIVE: I STUDY OF I WED CLINICAL ABSTRACT The urinary incontinence of effort is characterized by an involuntary loss of urine that appears, through the increase in the abdominal pressure, when the pressure vesicle becomes superior the pressure urethral. In that way, the present work has as objective to demonstrate the effectiveness of the employment of the cinesioterapy in the treatment of this pathology. The research is constituted in a study of clinical case of which you/they did patient of the feminine sex with 44 and 61 years, whose treatment gave him in HGV; they were submitted to 20 treatment sessions each one, following a protocol cinesioterapy based on the researched bibliography. The presented results showed a gain of the muscular qualities and I block partial perinea promoting a decrease of the parquet it represented an effective therapeutic 47 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 alternative to the women with urinary incontinence of effort with significant decrease of the episodes of urinary loss. Key-words: Urinary incontinence of effort. Cinesioterapy. Pelvic parquet. REFERÊNCIAS BEREK, J. S. Tratado de ginecologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. BERNARDES, N. et al. Métodos de tratamento utilizados na incontinência urinária de esforço genuína: um estudo comparativo entre cinesioterapia e eletroestimulação endovaginal, RBGO: Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 22, nº1, p. 49 - 59, 2000. DINIZ, M. B. Fisiologia da micção e propedêutica da incontinência urinária. In: Uroginecologia para Concursos. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. p. 257. HALBE, H. W. Tratado de ginecologia. São Paulo: Roca, 1989. HALL, C. M.; BRODY, L. T. Exercícios terapêuticos em busca da função. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas em medicina esportiva. São Paulo: Manole, 2002. TAMANINI, et al 2004 48 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A PERCEPÇÃO DA MULHER FRENTE AO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO Ayla Maria Calixto de Carvalho * Fabiani Barros Moura de Vasconcelos ** RESUMO Estudo qualitativo, cujo objetivo foi identificar e analisar a percepção da mulher frente ao exame preventivo do câncer de colo do útero buscando assim conhecer os sentimentos dela com relação ao exame, bem como entender as causas que as limitam ou as impedem de realizá-lo. Optou-se por um estudo descritivo, a produção de dados foi realizada a partir de uma entrevista semi-estruturada. Foram entrevistadas treze mulheres, entre 18 e 49 anos de idade, que buscaram o serviço de citologia de um hospital filantrópico entre agosto e setembro de 2007. O estudo revelou que as mulheres fazem o exame para prevenir o câncer de colo do útero e identificar outras doenças, sentem-se envergonhadas em expor seu corpo quando o profissional de saúde é do sexo masculino, sentem medo e vergonha no momento da coleta. A partir dos resultados ficou clara a necessidade na intensificação da prática educativa pelos profissionais de saúde no sentido de alertarem as mulheres sobre a importância da realização do exame de prevenção, baseadas no desenvolvimento de uma consciência crítica, com vistas a mudanças no quadro de morbimortalidade, a fim de que o número de casos de câncer de colo do útero diminua. Com esse trabalho, espera-se contribuir com a prática dos profissionais da saúde, em especial a do enfermeiro, no intuito de serem implementadas novas estratégias de promoção à saúde, priorizando ações que levem em consideração as necessidades das mulheres, considerando-as como sujeito, ativas e responsáveis pelo cuidado com a saúde. Palavras-chave: Percepção. Exame de prevenção. Câncer cérvico-uterino. 1 INTRODUÇÃO O câncer cérvico-uterino é uma doença crônico-degenerativa com alto grau de letalidade e morbidade, apresentando possibilidade de cura se for diagnosticada precocemente. É o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres em _______________ * Profª. do Curso de Enfermagem da Facid. Cond. Santa Marta,Bl -10, apto.302, Ininga. CEP.64.048-904. Teresina – PI. E-mail: [email protected] **Enfermeira, formada na 1ª turma de Enfermagem da Facid. Obs. Este artigo é baseado no TCC, entregue ao Curso de Enfermagem da Facid – 2º sem. 2007 49 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 todo o mundo tornando um problema de saúde pública, pois alcança altas taxas de prevalência e mortalidade em mulheres com estratos sociais e econômicos mais baixos e que se encontram em plena fase produtiva (INCA, 2006). Alguns fatores como o tipo de alimentação, o sedentarismo, o tabagismo, a sobrecarga de responsabilidades – aumento considerável do número de mulheres chefes de família – a competitividade, o assédio moral e sexual no mundo do trabalho, têm relevância destacada na mudança do perfil epidemiológico da situação e doença das mulheres (BRASIL, 2006). Tomando como ponto de partida o PNAISM (Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher) criado em 2004 com o compromisso de implementar ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis (BRASIL, 2006), observa-se aí a exigência e preocupação do governo com relação ao trabalho das equipes de saúde, tendo em face o conceito de integralidade, de forma que a clientela feminina domine os conhecimentos necessários para um maior controle sobre sua saúde. Segundo Brasil (2006), a principal estratégia para detecção precoce/ rastreamento do câncer do colo do útero é a realização da coleta de material para exames citopatológicos cérvico-vaginal e microflora conhecido popularmente como exame preventivo do colo do útero. Esse exame deve ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. Apesar de sua importância comprovada para a saúde da mulher e dos esforços em transformar o exame ginecológico em uma experiência educativa, observamos que muitas mulheres não parecem considerá-lo como um procedimento rotineiro. Assistimos com freqüência a reações de medo, vergonha, repulsa à própria genitália e prolongados adiamentos na procura do serviço de saúde (CARVALHO; FUREGATO, 2001). Diante disso, devemos esperar que a mulher procure o serviço de saúde para se submeter ao exame preventivo periodicamente, o que geralmente não acontece nos centros de saúde. Os objetivos desse trabalho foram o de identificar a percepção da mulher frente ao exame preventivo do câncer de colo do útero e analisar a percepção da mulher frente ao exame preventivo, buscando assim conhecer os sentimentos dela com relação ao exame, bem como entender as causas que as limitam ou as impedem de realizá-lo. 50 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Cuidado em Saúde Assiste-se em tempos recentes à emergência de uma série de novos discursos no campo da saúde pública, mundial e nacionalmente, tais como a promoção da saúde, vigilância da saúde, saúde da família, redução de vulnerabilidade, entre outros. Tais discursos revelam a vitalidade conceitual da saúde pública deste início de milênio e traz ao debate diversos convites à renovação das práticas sanitárias. Contudo, uma efetiva consolidação dessas propostas e seu mais conseqüente desenvolvimento parecem-nos depender de transformações bastante radicais no nosso modo de pensar e fazer saúde, especialmente em seus pressupostos e fundamentos. Acredita-se que há uma série de aspectos filosóficos que precisam ser revisitados para que, aos avanços conceituais já alcançados, possam corresponder transformações práticas mais expressivas (AYRES, 2004). Entre as recentes propostas de reorientação das práticas de atenção à saúde destaca-se uma forte tendência à superação de modelos de atenção excessivamente centrados na doença, na assistência curativa, na intervenção medicamentosa, em favor de outros orientados ativamente em direção à saúde, isto é, às práticas preventivas, à educação em saúde e à busca da qualidade de vida, de um modo mais geral (AYRES, 2004a). Segundo Gomes e Pinheiro (2005), o governo tem que partir do princípio da integralidade, prestando atendimento integral, a partir da priorização de atividades preventivas (sem prejuízos assistenciais) e com participação popular. Levando a integralidade no encontro, na conversa, na preocupação do profissional envolvido com o uso de técnicas de prevenção. Ayres (2004) relata que o cuidado em saúde incorpora objetos de vigilância mais amplos que os agravos de notificação compulsória tradicionais, como questões nutricionais, saúde ambiental, saúde mental, relações entre saúde e trabalho, violência, entre outras. De outro lado, busca também acompanhar não apenas agravos e riscos, mas a própria adesão a cuidados de saúde, a adoção de medidas de autocuidado, a freqüência a consultas, a realização de screenings, etc. Precisamos ter claro também que nem tudo que é importante para o bem estar pode ser imediatamente traduzido e operado como conhecimento técnico. E por fim, mas fundamental, precisamos estar atentos para o fato de que nunca, quando assistimos à saúde de outras pessoas, mesmo estando na condição de profissionais, nossa presença na frente do outro se resume ao papel de simples aplicador de conhecimentos (AYRES, 2004a). Ayres (2004) afirma ainda que aqui prevalece a concepção de que a saúde não se define apenas pelo monitoramento e controle do que a pode ameaçar. Uma 51 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 definição negativa de saúde parece limitada sob a ótica da promoção. A ampliação que esta postula aspira intervir não apenas sobre o que se deve evitar para poder viver de forma saudável, mas quer também estabelecer patamares a serem alcançados, em termos de aquisições positivas para caracterizar uma boa qualidade de vida do ponto de vista físico, mental e social. 2.2 Epidemiologia Em epidemiologia, risco tem sido definido como a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um fenômeno indesejado. O conceito de risco tem se ampliado em torno das condições de vida e saúde, assumindo significado mais geral e englobando, em sua definição, várias condições que podem ameaçar os níveis de saúde de uma população ou mesmo sua qualidade de vida (INCa, 2006). A busca de explicações para o aparecimento do câncer tem envolvido cada vez mais investimentos em pesquisa nas áreas médica, biológica, epidemiológica, social. A partir de estudos sobre a distribuição dos tipos de câncer nas populações e os fatores de risco, foram identificados padrões diferenciados entre países e em cada país (INCa, 2006). Segundo Inca (2006), o câncer é responsável por mais de 12% de todas as causas de óbito no mundo: mais de sete milhões de pessoas morrem anualmente da doença. A explicação para este crescimento está na maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos. A redefinição dos padrões de vida a partir da uniformização das condições de trabalho, nutrição e consumo desencadeada pelo processo global de industrialização, tem reflexos importantes no perfil epidemiológico das populações. As alterações demográficas, com redução das taxas de mortalidade e natalidade, indicam o prolongamento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional, levando ao aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas, especialmente as cardiovasculares e o câncer. A distribuição da incidência e da mortalidade por câncer nas mulheres é de fundamental importância para o conhecimento epidemiológico deste agravo, desde os aspectos etiológicos até os fatores prognósticos envolvidos em cada tipo específico de neoplasia maligna. O estabelecimento de medidas efetivas de controle é feito com base em informações sobre a ocorrência dos tumores malignos nas diferentes regiões demográficas (BRASIL, 2006). Há tempos, o câncer de colo do útero vem ocupando um lugar de destaque nas taxas de morbimortalidade entre a população feminina, especialmente nos países em desenvolvimento. No início da década de noventa, foram estimados 371.200 casos novos de câncer cervical invasivo no mundo, representando quase 52 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 10% de todos os cânceres entre a população feminina, sendo que 78% desses ocorreram em países em desenvolvimento (PINHO, FRANÇA, 2003). O câncer de colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo superado pelo câncer de pele (não melanoma) e pelo câncer de mama. Os últimos dados colhidos no INCA sobre mortalidade por câncer revelam que, no Brasil, em 2000, a modalidade cérvico-uterino levou a óbito 3.953 mulheres, fato esse que pode ser atribuído à baixa cobertura da citologia oncótica (INCa, 2006). Segundo Duavy et al (2006), estudos revelam consistente associação entre o câncer cérvico-uterino e o baixo nível sócio-econômico em todas as regiões do mundo. Os grupos vulneráveis concentram-se onde existem as maiores barreiras de acesso à rede de serviços, para detecção e tratamento precoce da patologia e de suas lesões precursoras, advindas de dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e por questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros. A infecção pelo HPV tem sido associada diretamente ao câncer do colo uterino, tanto pela população, quanto pelos profissionais de saúde. A presença de alguns tipos de HPV realmente é encontrada em cerca de 95% dos casos desse câncer, mas existem inúmeros tipos de HPV com baixo potencial de oncogenicidade e o desenvolvimento ou não das lesões precursoras (BRASIL, 2006). Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de colo do útero é o mais incidente na região Norte (22/100.000). Nas regiões Sul (28/100.000), Centro-Oeste (21/100.000) e Nordeste (17/100.000) representa o segundo tumor mais incidente. Na região Sudeste é o terceiro mais freqüente (20/100.000). A estimativa feita para o ano de 2006 com relação ao câncer de colo do útero no estado do Piauí/ Teresina por 100.000 habitantes foi de 310 casos novos no Estado e 140 casos novos na capital (INCa, 2007). 2.3 Políticas Públicas para a Saúde da Mulher Tomou-se como ponto de partida o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher - PAISM, por entendermos que existem ações desenvolvidas na perspectiva de melhorar o índice de morbimortalidade por câncer cérvico-uterino. Surgiu o Programa, em 1983, a partir da convergência das propostas oriundas dos movimentos feminista e sanitário brasileiro, como nova e diferenciada abordagem da saúde da mulher, com base no conceito de integralidade à saúde das mulheres (DUAVY et al, 2006). 53 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O PAISM veio constituir um conjunto de princípios e diretrizes destinados a orientar toda assistência ofertada às mulheres, nas suas necessidades e demandas específicas, não somente do processo reprodutivo, mas voltadas à promoção da saúde das mulheres e não apenas à saúde de seus filhos. Era exigida uma nova atitude de trabalho da equipe de saúde, em face do conceito de integralidade na atenção, além de pressupor uma prática educativa permeando todas as atividades a serem desenvolvidas, de forma que a clientela pudesse apropriar-se dos conhecimentos necessários a um maior controle sobre sua saúde (DUAVY et al, 2006). Segundo o autor citado acima, embora se tenha mantido como foco central a atenção integral à saúde da mulher, essa definição de prioridade dificultou a atuação de outras áreas estratégicas do ponto de vista do leque de ações da saúde da mulher. Comprometeu ainda a transversalidade de gênero e etnia, apesar de se notarem avanços no sentido da integralidade e no processo de ruptura das ações verticalizadas do passado. A despeito disso e considerando que a saúde da mulher é uma prioridade, o Ministério da Saúde (MS) lançou em 2004 a “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes” (PNAISM), em parceria com diversos setores da sociedade, com o compromisso de implementar ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis (BRASIL,2006). Essa política incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípios norteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, no combate à violência doméstica e sexual, agregando também a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/ AIDS e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer (BRASIL, 2006). As estratégias de prevenção e controle do câncer de colo do útero têm como objetivos reduzir a ocorrência (incidência e a mortalidade) do câncer, diminuir as repercussões físicas, psíquicas e sociais causadas por esse tipo de câncer, por meio de ações de prevenção, oferta de serviços para detecção em estágios iniciais da doença e para o tratamento e reabilitação das mulheres (INCA, 2007). De acordo com Brasil (2006), para alcançar esses objetivos, foram elaboradas e implantadas diversas ações, dentre elas o Programa Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero. Em 2004, um processo de avaliação identificou a necessidade de revisão desse programa, de forma a se construirem novos meios que permitissem alcançar os objetivos preconizados. Tais constatações motivaram a construção de um Plano de ação para o Controle do Câncer de Mama e do Colo do Útero no Brasil 2005-2007. 54 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Esse Plano de Ação é um dos componentes fundamentais da Política Nacional de Atenção Oncológica (PT n° 2439/ GM de 08 de dezembro de 2005), que institui ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos que está sendo implantada em todas as unidades federativas, respeitadas as competências das três esferas de gestão, devendo ser organizada de forma articulada com o Ministério da Saúde e com as Secretarias de Saúde dos Estados e municípios (BRASIL, 2006). 2.4 Exame de Papanicolaou As estratégias de prevenção secundária ao câncer de colo do útero consistem no diagnóstico precoce das lesões de colo uterino antes de se tornarem invasivas, a partir de técnicas de rastreamento compreendidas pela colpocitologia oncológica ou teste de Papanicolaou, colposcopia, cervicografia e mais recentemente, os testes de detecção do DNA do vírus Papiloma humano em esfregaços citológicos ou espécimes histopatológicos (PINHO; FRANÇA, 2003). O exame de Papanicolaou, também chamado de exame preventivo, tem papel de extrema importância para mudar os números de incidência e mortalidade dessa patologia. Esse exame, descoberto na década de 1930, pelo Dr. George Papanicolaou, é de grande aceitabilidade tanto pela população quanto pelos profissionais de saúde. Tal exame é realizado em nível ambulatorial e geralmente não provoca dor (GREENWOOD; MACHADO; SAMPAIO, 2006). O câncer de colo do útero pode ser detectado precocemente pelo teste de Papanicolaou em mulheres com vida sexual ativa. A cobertura deve alcançar 80% da população-alvo. No Brasil, não se conhece o número de mulheres examinadas, mas sim o número de exames - o que dificulta o cálculo da cobertura. Estimativas feitas a partir de estudos nacionais e locais mostram aumento da cobertura ao longo do tempo. Em muitos casos, porém, ainda inferior ao necessário (INCA, 2006). Em 1988, o Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu que o exame de detecção precoce do câncer do colo do uterino deveria ser realizado por mulheres com idade entre 25 e 60 anos, ou antes desta faixa etária caso já tivessem mantido relações sexuais. Para estas mulheres, a periodicidade deveria ser de três em três anos se os dois primeiros exames realizados a cada ano fossem normais (HACKENHAAR; CESAR; DOMINGUES, 2006). Essa recomendação apóia-se na observação da história natural do câncer do colo do útero, que permite a detecção precoce de lesões pré-malignas ou malignas e o seu tratamento oportuno, graças à lenta progressão que apresenta para doença mais grave (BRASIL, 2006). 55 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Ainda segundo Brasil (2006), estudos têm demonstrado que, na ausência de tratamento, o tempo mediano entre a detecção de HPV, NIC I e o desenvolvimento do carcinoma in situ é de 58 meses, enquanto para o NIC II esse tempo é de 38 meses e, para o NIC III, de 12 meses. Em geral, estima-se que a maior parte das lesões de baixo grau regridirá espontaneamente, enquanto cerca de 40% das lesões de alto grau não tratadas evoluirão para câncer invasor em um período médio de 10 anos. O exame preventivo de Papanicolaou é uma tecnologia simples, eficaz e de baixo custo para a prevenção do câncer cérvico-uterino e de suas lesões precursoras. O risco cumulativo do câncer cérvico-uterino é reduzido em 84% para mulheres rastreadas a cada cinco anos e em 91% para mulheres que fazem o exame preventivo a cada três anos (OLIVEIRA et al, 2006). Apesar da implantação do programa da mulher e da ampliação da cobertura do exame de Papanicolaou, não tem havido redução significativa das taxas de incidência e de mortalidade do câncer de colo do útero, no Brasil, tendo a taxa de mortalidade aumentada nas últimas décadas de 3,44/100 mil mulheres, em 1979, para 4,59/100 mil, em 2000 (AMORIM et al, 2006). As células para a realização do exame são colhidas na região do orifício externo do colo e canal endocervical, colocadas em uma lâmina transparente de vidro, coradas e levadas a exame ao microscópio, no qual, pessoal treinado poderá distinguir entre o que são células normais, as que se apresentarem como evidentemente malignas e as que apresentarem alterações de lesões pré-malignas (SÃO PAULO, 2004). Uma adequada coleta de material é de suma importância para o êxito do diagnóstico. O profissional de saúde deve assegurar-se de que está preparado para realizá-lo e de que tem material necessário para isso. A garantia da presença de material em quantidades suficientes é fundamental para o sucesso da ação (BRASIL, 2006). Para realização do exame preventivo do colo do útero e a fim de garantir a qualidade dos resultados, recomenda-se não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais, como por exemplo, a ultrassonografia, durante 48 horas antes da coleta, evitar relações sexuais, uso de anticoncepcionais locais, espermicidas nas 48 horas antes da coleta. O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico (BRASIL, 2006). Quando não se faz prevenção e a o câncer do colo do útero não é diagnosticado em fase inicial, ele progredirá, passando a infiltrar-se mais profundamente no colo, útero, vagina e gânglios linfáticos por onde células cancerosas podem entrar na circulação linfática e migrar para partes do corpo distantes do foco. Essa evolução se dá de forma lenta e progressiva por isso, câncer de colo do útero sendo diagnosticado precocemente, as chances de cura são bem maiores (SILVA; SILVA; MOURA, 2004). 56 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Deve-se lembrar que o atendimento à mulher deve ser individual, garantindo a possibilidade da presença do/a acompanhante, quando ela desejar. O respeito e a atenção durante o atendimento são essenciais para que se estabeleça uma relação de confiança entra a usuária e o/a profissional de saúde (BRASIL, 2006). 3 METODOLOGIA Optou-se por realizar um estudo descritivo que se utilizou de uma abordagem qualitativa onde, segundo Minayo (2003), preocupa-se nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A pesquisa foi desenvolvida após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Integral Diferencial - FACID, com autorização do Comitê de Pesquisa de um hospital filantrópico com referência em oncologia. Para delimitar a suficiência de dados, utilizou-se o critério de saturação. As entrevistas, em número de treze, foram realizadas com mulheres em idade fértil, que se encontraram na faixa etária de 11-49 anos, período em que ocorre maior incidência de casos, no setor de citologia deste hospital, antes da coleta do material para o exame de prevenção no período de agosto a setembro de 2007. O critério de seleção das entrevistadas foi tão somente o fato de estarem naquele local para realizar o exame, entretanto, o grupo de informantes foi constituído a partir do desejo de participar do estudo. As questões envolvidas para a realização do estudo foram: “O que a senhora entende pelo exame de prevenção”?” e “ A senhora prefere ser atendida por profissional homem ou mulher?” As entrevistas foram gravadas em fita cassete, com autorização prévia das depoentes, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, elaborado segundo Resolução N° 196, de 10/ 10/1996, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996). O anonimato das mulheres foi garantido a partir da adoção de nomes de cores nas citações de seus discursos. Os dados coletados foram trabalhados com o método de categorias que segundo Minayo (2003), são empregadas para se estabelecerem classificações. Nesse sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito capaz de abranger tudo isso. Com as leituras das entrevistas, recortes de trechos de falas, elaboraramse os núcleos de sentido: Categoria I – A percepção da severidade e suscetibilidade ao câncer cérvico-uterino; Categoria II - A associação do exame de prevenção a 57 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 vida sexual e reprodutiva; Categoria III - Crenças e valores: sentimentos relacionados ao profissional de saúde que realiza o exame. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO As mulheres entrevistadas no setor de citologia de um hospital de referência em oncologia foram escolhidas aleatoriamente, em número de treze, tinham idade entre 18 e 49 anos, quatro delas possuíam o primeiro grau incompleto, três possuíam o primeiro grau completo, uma possuía o segundo grau incompleto e cinco possuíam o segundo grau completo. Considerando as falas das mulheres entrevistadas a partir das suas percepções sobre a temática abordada, estabeleceram-se três categorias para uma melhor compreensão das convergências e divergências dos significados, tais como: A auto-percepção da severidade e suscetibilidade ao câncer cérvicouterino, a associação do exame de prevenção à vida sexual e reprodutiva, crenças e valores: sentimentos relacionados ao profissional de saúde que realiza o exame. A Percepção da Severidade e Suscetibilidade ao Câncer Cérvico-Uterino O desenvolvimento de estratégias que reduzam fatores de risco de enfermidades específicas ou reforcem fatores pessoais que diminuam sua susceptibilidade promovem a prevenção do câncer do colo do útero. (OLIVEIRA; PINTO, 2007). Ayres (2004) enfatiza que os profissionais de saúde devem acompanhar não apenas agravos e riscos, mas a própria adesão a cuidados de saúde, a adoção de medidas de autocuidado, a freqüência a consultas. A prevenção considera que é necessário conhecer quais ações envolvidas no controle deste câncer, que são percebidas pelas mulheres; qual o seu entendimento da lógica de praticarem e buscarem elas próprias as ações de prevenção, enfim entender em que nível de necessidade se encontram as práticas de prevenção contra o câncer cérvico-uterino, para as mulheres entrevistadas: Compreendo que o exame é pra prevenir o câncer, e é um exame que deve ser feito por nós, pelas mulheres pelo menos todo ano e é por isso que estou aqui. (BRANCA). O que eu entendo é que através do exame de prevenção eu posso detectar doenças, pequenas inflamações, até também coisas mais graves, como no meu caso, eu descobri que tenho NIC II através da prevenção e também HPV. (AMARELO). 58 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A preocupação em adquirir a doença, a percepção de estar sob o risco, são sentimentos reforçados pelo discurso do enfoque de risco presente nas campanhas de saúde pública e no atendimento individualizado de assistência à saúde, convencendo as pessoas da ameaça e do perigo que correm se não adotarem o comportamento preventivo (PINHO; FRANÇA, 2003). A mulher também é motivada à realização do exame pela presença de supostos fatores de risco que podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural (INCA, 2006), que segue abaixo: Eu sei que é muito bom pra evitar doenças que são tão complicadas de se tratar. Eu quis fazer esse exame porque meu pai agora ta doente e pensei que talvez se ele tivesse feito um exame antes talvez não estaria do jeito que ta agora. Então me despertou, já tinha feito outra vez, mas já ta com um ano. (VIOLETA) O medo da instalação de uma doença degenerativa e mutilante esteve presente na fala das mulheres pesquisadas. O câncer ainda tem conotações negativas e é representado pelas suas conseqüências trágicas como a iminência presente do medo de morrer, carregado de estigmas de discriminação e rejeição social, desde o meio familiar até as perdas de atividades produtivas no nível físico, afetivo, familiar, econômico, social, cultural (OLIVEIRA; PINTO, 2007). A Associação do Exame de Prevenção à Vida Sexual e Reprodutiva Homens e mulheres têm iniciado sua vida sexual, em grande parte, na adolescência e de formas um tanto diferenciadas. As práticas sexuais na juventude têm sido descritas como dinâmicas e em constantes transformações, sendo que seus perfis podem acarretar impacto importante na vida reprodutiva dos jovens, como, por exemplo, o aumento das taxas de fecundidade na faixa etária dos 15 aos 19 anos de idade observada para o Brasil como um todo e a magnitude da AIDS no perfil epidemiológico dos jovens brasileiros (BORGES, 2004). Foi percebido nos relatos expressos pelas mulheres que a prevenção significa para elas algo que impeça a doença de aparecer, ou seja, alguma ação que evite, interceda, até mesmo estacione o processo de adoecimento. O exame Papanicolaou também está vinculado ao acompanhamento médico na fase reprodutiva e também ao cuidado com as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e AIDS (OLIVEIRA; PINTO, 2007). Realmente é uma prevenção para várias doenças, inflamações. Eu vim fazer porque estou gestante. É importante porque previne principalmente o HPV 59 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 que é o principal causador do câncer do colo útero, candidíase que é muito comum. (MARROM). Segundo Fernandes e Narchi (2002), é sabido que os países que aplicam de forma contínua o método de exame colpocitológico na população obtiveram um decréscimo importante da mortalidade por câncer cérvico-uterino, fato não observado no Brasil que, pelo contrário, tem verificado aumento crescente de lesões iniciais em mulheres jovens que iniciam a atividade sexual na adolescência e trocam constantemente de parceiros. Nessa linha também deveriam se direcionar os projetos educativos em saúde, pois há necessidade de divulgar não somente a importância e finalidade do exame colpocitológico como também o uso de preservativos e os controle de parceiros sexuais. Isso pode ser destacado nas falas de Laranja e Verde: É um meio de prevenir as doenças que vão causar um mal-estar nas nossas vidas e a gente fazendo o exame está prevenindo o câncer de colo do útero e eu faço porque sou casada e me disseram que tem que fazer todo ano e a partir do momento que começa a ter vida sexual a gente tem que prevenir o câncer. (LARANJA). Eu entendo que é uma forma das mulheres se precaverem das doenças, e eu entendo assim, porque participei de um grupo de jovens: adolescente e juventude alerta e eles falavam mais de DST. (VERDE) São incluídos nesse contexto os profissionais de saúde, na medida em que centram sua atenção nos aspectos biológicos da saúde da mulher, especialmente os reprodutivos, desconsiderando a dimensão que valoriza as questões de gênero (FERNANDES; NARCHI, 2002). Crenças e Valores: Sentimentos Relacionados ao Profissional de Saúde que Realiza o Exame. A exposição da mulher ao profissional de saúde do sexo masculino também foi motivo de constrangimento e até de impedimento para realização do exame. Como nosso sistema de saúde está voltado para a vinculação da clientela, a mulher tem pouca oportunidade ou nenhuma de escolher o profissional de saúde. Para algumas delas, a preferência pelo profissional do sexo feminino diz respeito, também, ao modelo de educação que receberam, segundo o qual as zonas erógenas não deveriam ser tocadas nem examinadas por outra pessoa, senão pelo marido, mesmo que essa pessoa fosse um médico, por se sentirem envergonhadas, desconfortáveis e pouco à vontade. Isso remete à discussão sobre 60 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 pudor, como barreira na esfera da subjetividade, da mensuração difícil, que dificulta a exposição do corpo a um profissional do sexo masculino (DUAVY et al, 2006). Isto pode ser observado nas falas abaixo: Já fui atendida por homem uma vez e não gostei, prefiro por mulheres, inclusive eu perguntei se era mulher aqui e me falaram que era mulher, porque eu tenho vergonha, receio, acho que a mulher conhece mais a mulher do que o homem. (VERMELHO). Gosto mais de ser atendida por mulher, porque a gente se sente mais a vontade, não tem a timidez de perguntar alguma coisa e já com homem a gente fica com vergonha de perguntar. (ANIL). Há quem procure amenizar o estresse de ser atendida por profissional do sexo masculino. Não tenho nenhum problema de ser atendida por homem, mas independentemente disso eu prefiro mulher. (CINZA) Na verdade eu já fui atendida pelos dois, mas por mulher sempre é melhor, ela entende a gente. (RÓSEA). Diante destas falas, faz-se necessário que os profissionais de saúde lembrem-se das elaborações que permeiam o pensar e o sentir da mulher sobre a realização desse exame, e que devem ser considerados. Como relatam Oliveira e Pinto (2007), os sentimentos apresentados pelas mulheres em relação a questão do fazer o exame por necessidade de se autocuidar, a questão do desconforto causado ou não pela colocação do espéculo e o medo do resultado. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O câncer de colo do útero é a terceira neoplasia maligna que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Isso se torna preocupante porque é uma doença de fácil diagnóstico, e de tratamento acessível. Analisar as perspectivas das mulheres na realização da citologia oncótica representa a inquietação da autora diante da problemática, uma vez que esta medida contribui efetivamente para impulsionar reflexões quanto à atenção à saúde da mulher. O presente estudo possibilita à enfermagem o poder de vislumbrar uma ampla atuação nesta área, a partir do desenvolvimento de ações que levem em consideração as necessidades das mulheres, criando condições para que estas 61 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 possam repensar os significados que atribuem ao seu corpo e ao cuidado com a saúde. Os resultados obtidos evidenciaram a importância da realização da citologia oncótica, tanto para detecção de doenças, dentre elas o câncer de colo do útero, quanto uma medida de prevenção. Observou-se ainda que, apesar do exame de Papanicolaou ser de fácil acesso e ser constantemente divulgado na mídia, muitas mulheres se mostram com conhecimentos restritos sobre a finalidade do exame e a importância da realização do mesmo. Quando perguntadas se têm preferência por serem atendidas por profissional do sexo masculino ou feminino, demonstraram nas falas a vergonha em expor o corpo para o profissional do sexo masculino, agravado pelo sentimento de desconforto, medo, vergonha que expressaram sentir no momento da realização do exame. A partir dos resultados ficou clara a necessidade da intensificação da prática educativa pelos profissionais de saúde no sentido de alertarem as mulheres sobre a importância da realização do exame de prevenção, baseadas no desenvolvimento de uma consciência crítica, com vistas a mudanças no quadro de morbimortalidade, a fim de que o número de casos de câncer de colo do útero diminua. Com esse trabalho, espera-se contribuir com a prática dos profissionais da saúde, em especial a do enfermeiro, no intuito de serem implementadas novas estratégias de promoção à saúde, priorizando ações que levem em consideração as necessidades das mulheres, considerando-as como sujeito, ativas e responsáveis pelo cuidado com a saúde. WOMEN’S PERCEPTION BEFORE THE CERVICAL CANCER PREVENTION EXAMINATION. ABSTRACT This is a qualitative study, whose object was to identify and to analyze woman’s perception before the preventive examination of cervical cancer trying to know their feelings regarding the examination as well as to understand the causes that limit or prevent them from carrying through it. One decided to make a descriptive study. The collection of the data was carried through a half-structuralized interview. Thirteen women had been interviewed,18-49 age group, that were interested in the service of citology of a non-profit hospital between August and September, 2007. The study has shown that the women who have the examination made in order to prevent cervical cancer and to identify other illnesses, feel ashamed of displaying their body when the health professional is male, they are also afraid and ashamed 62 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 at the moment of the examination. From the results it is clear that there is a need to intensify the educational practice by health professionals in order to warn women on the importance of the accomplishment of the prevention examination, based on the development of a critical counsciousness which can make changes in the morbimortality picture, so that the number of cervical cancer cases decreases. With this work, we hope to contribute with the health professionals’ practice, in special with nurse, so that new strategies of health promotion which highlight actions that take into account women’s needs considering them as subject, active and responsible for the care with health can be implemented. Key-words: Perception. Prevention examination. Cervical cancer. REFERÊNCIAS AMORIM, V.M.S.L. et.al. Fatores associados à não realização do exame de Papanicolaou: um estudo de base populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de janeiro, v.22, n.11, nov.2006. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 9 maio 2007. AYRES, J. R. C. M. Cuidado e reconstrução das práticas de saúde. In terface, Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu (SP), v.8, n.14 p.73-92 set. 2003 fev 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 out. 2007. AYRES, J.R.C.M. 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Universidade Federal do Piauí, Teresina (PI), 2004. 65 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM CENTRO DE SAÚDE DE TERESINA (PI) Luciana C. Nascimento Algeles Milka Meireles RESUMO O Burnout é uma condição de sofrimento psíquico relacionada ao trabalho e está associado com alterações fisiológicas decorrentes do estresse. Trabalhadores da área de saúde são freqüentemente propensos ao burnout. O presente estudo trata a Síndrome de Burnout como resultado do estresse laboral crônico. A pesquisa buscou identificar a presença de Burnout através das dimensões exaustão emocional (EE), despersonalização (DE) e envolvimento pessoal no trabalho (EP) em profissionais de saúde que atuam na Estratégia de Saúde da Família, em um Centro de Saúde de Teresina, Piauí, Brasil. Também procurou-se associar as dimensões de Burnout com as variáveis demográficas, laborais e comportamentais. Trata-se de uma pesquisa aplicada, com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa 34 profissionais de saúde (80,95%). Utilizou-se o Maslach Burnout Inventory (MBI) para medir Burnout associado a um questionário de perfil sóciodemográfico. A amostra caracterizou-se, pelo predomínio do sexo feminino, faixa etária entre 40 a 49 anos, estado civil casado(a) e de profissionais com filhos. Nas variáveis profissionais, houve predomínio de carga horária semanal total de 40 h/ semanais (58,8%) e jornada de trabalho de 1 a 5 anos (32,4%). Quanto às variáveis pessoais, 53% dos profissionais não praticam exercício físico, 41,2% sempre dedicam atenção à família nos fins de semana. Os resultados apontaram dois casos de Burnout, onde as dimensões EE e DE classificam-se como altas e EP como baixa. Conclui-se que os participantes do estudo apresentam grau médio para EE, DE e EP em relação às amostras americanas e espanholas, representando a fase inicial de Burnout. Palavras-chave: Síndrome de burnout. Estresse laboral. Profissionais de saúde. 1 INTRODUÇÃO A associação entre condições de trabalho e ocorrência de doenças físicas e transtornos mentais vem sendo mais estudada a partir da segunda metade do século XX, mas o reconhecimento clínico de tal relação é pequeno. O burnout, ou 66 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 síndrome do esgotamento profissional, tem sido alvo de estudos de prevalência, identificação de fatores de risco ou de proteção e objeto de matérias na imprensa e tem ocupado espaço fora da psiquiatria, particularmente na medicina ocupacional, psicossomática e clínica médica. A Síndrome de Burnout é um termo psicológico que descreve o estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho. O termo “burnout” (do inglês “combustão completa”) descreve principalmente a sensação de exaustão da pessoa acometida. De acordo com Mendes (2002), o termo “Síndrome de Burnout” foi desenvolvido por ele na década de setenta nos Estados Unidos onde observou que muitos voluntários com os quais trabalhava apresentavam um processo gradual de desgaste no humor e ou desmotivação. Mendes (2002) relata que Cristina Malash estudou a forma como as pessoas enfrentavam a estimulação emocional em seu trabalho, chegando a conclusões similares às de Freunderberger. Ela estava interessada nas estratégias cognitivas denominadas despersonalização. Estas estratégias se referem a como os profissionais da saúde (enfermeiras e médicos) misturam a compaixão com o distanciamento emocional, evitando o envolvimento com a enfermidade ou patologia que o paciente apresenta e utilizando a “desumanização em defesa própria”, isto é, o processo de proteger-se a si mesmo frente a situações estressoras, respondendo aos pacientes de forma despersonalizada. Vieira et al (2006) realizaram estudos de prevalência com profissionais de saúde que mostraram taxas de burnout variando entre 30 e 47%. A taxa de burnout na população de trabalhadores da Finlândia chegou a 27,6% e no Brasil a ocorrência se encontra na faixa de 10%. Realizou-se a presente pesquisa movida por um interesse pessoal, devido ao fato de a pesquisadora trabalhar na área de saúde, aliado ao interesse científico. O objetivo do estudo foi investigar a presença da Síndrome de Burnout nos profissionais das Equipes de Saúde da Família que trabalham em um Centro de Saúde de Teresina (PI). Maslach e Leiter (1999) observam que Burnout não é um problema do indivíduo, mas principalmente do lugar onde ele trabalha. Caracteriza-se pela presença de três fatores que podem aparecer associados, mas são independentes: esgotamento emocional, despersonalização e baixo envolvimento pessoal no trabalho. Ainda que não exista uma definição única sobre Burnout, para Codo e Varques Meneses (1999), já há um consenso de que se trata de uma resposta ao estresse laboral crônico, contudo não deve ser confundido com estresse e nem tampouco tratá-lo como sinônimo. 67 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Estresse – Aspectos Gerais As primeiras referências à palavra “stress”, com significado de “aflição” e “adversidade”, datam do século XIV. No século XVII, o vocábulo de origem latina passou a ser utilizado em inglês para designar “opressão”, “desconforto” e “adversidade”. Segundo Cabral et al (1997), a palavra estresse quer dizer “pressão”, “tensão” ou “insistência”, portanto estar estressado quer dizer “estar sob pressão” ou “estar sob a ação de estímulo insistente”. Dejours (1994) afirmava que não existe trabalho sem sofrimento. Neste sentido, Silva e Marchi (1997) afirmam que o estresse é um estado intermediário entre saúde e doença; um estado durante o qual o corpo luta contra o agente causador da doença. Quando se confronta com um agressor (estressor), o corpo reage. Essa reação tem três estágios: alarme, resistência e exaustão. A fase de Alarme, para Silva e Marchi (1997) consiste em uma fase muito rápida de orientação e identificação do perigo, preparando o corpo para a reação propriamente dita, ou seja, a fase de resistência. Silva e Marchi (1997) afirmam ainda que a fase de Resistência é uma fase que pode durar anos. É a maneira pela qual o corpo se adapta à nova situação. Por fim, Silva e Marchi (1997) relatam que a fase de Exaustão consiste em uma extinção da resistência, seja pelo desaparecimento do estressor, o agressor, seja pelo cansaço dos mecanismos de resistência. Então, é neste caso que o resultado será o da doença ou mesmo um colapso. 2.2 Conceito da Síndrome de Burnout Para Guimarães e Cardoso (2003), o conceito de Síndrome de Burnout na década de setenta desenvolveu-se a partir da suposição de que existe uma tendência individual na sociedade moderna a incrementar a pressão e estresse ocupacional, sobretudo nos serviços sociais. Os profissionais ligados ao atendimento de pessoas doentes, necessidade ou carência material deveriam resolver mais problemas e, portanto, se produziria neles um conflito entre a mística profissional, a satisfação ocupacional e a responsabilidade frente ao cliente. Ainda Guimarães e Cardoso (2003) relatam que na década de oitenta, as investigações sobre Síndrome de Burnout se deram nos Estados Unidos e, posteriormente, o conceito começou a ser investigado no Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Israel, Itália, Espanha, Suécia e Polônia. Em cada país se 68 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 adotou e se aplicou o instrumento criado nos Estados Unidos, especialmente o Malash Burnout Inventory, de Malash e Jackson. Segundo Maslach e Leiter (1999), a Síndrome de Burnout estaria composta por três dimensões: *o cansaço emocional ou esgotamento emocional - Refere-se às sensações de sobre- esforço e fastio emocional que se produz como conseqüência das continuas interações que os trabalhadores devem manter com os clientes e entre eles; * a despersonalização - Supõe o desenvolvimento de atitudes cínicas frente às pessoas a quem os trabalhadores prestam serviços, esta dimensão se associa com o excessivo distanciamento frente a pessoas, silêncio, uso de atitudes e tentativas de culpar aos usuários pela própria frustração; * reduzida realização pessoal - Também levaria à perda de confiança na realização pessoal e à presença de um auto-conceito negativo. 2.3 Diagnóstico da Síndrome de Burnout A Síndrome de Burnout é um processo que começa com um excessivo e prolongado nível de tensão ou “estresse” que produz a fadiga no trabalho, sentimento de estar exausto, irritabilidade e tem sido caracterizada como uma progressiva perda do idealismo e da energia e o propósito de ajudar aos usuários dos serviços. Carlotto e Camara (2004) esclarecem que o instrumento mais utilizado para avaliar burnout, independentemente das características ocupacionais da amostra e de sua origem, segundo Gil-Monte e Peiró (1999), é o MBI - Maslach Burnout Inventory, elaborado por Christina Maslach e Susan Jackson em 1978. O MBI avalia como o trabalhador vivencia seu trabalho, de acordo com três dimensões conceituais: exaustão emocional, realização profissional e despersonalização. Mendes (2002) define burnout como um fenômeno multidimensional que inclui dimensões de exaustão emocional (EE), que é a necessidade de disponibilidade afetiva para a vinculação e o conseqüente desenvolvimento do trabalho e a impossibilidade de concretizá-las, o que leva a um desgaste e a um sentimento de exaustão emocional. Relata ainda que a despersonalização (DE) trata-se de uma “coisificação” da relação, ou seja, o outro passa a ser visto como um objeto e não um ser humano. O trabalho passa a ser desenvolvido com frieza, insensibilidade, irritabilidade, chegando ao cinismo e atitudes negativas. Já a falta de envolvimento pessoal no trabalho (EP), ou baixa realização pessoal neste para Maslach e Jackson (1981), torna-se presente uma sensação 69 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 de menor rendimento, insatisfação com o seu desenvolvimento profissional (como se o indivíduo estivesse “regredindo”) e um sentimento de inadequação no trabalho. Maslach e Leiter (1999) propõem o modelo em que os estressores laborais levam a EE, que promove DE surgindo então EP. Nesta concepção, EE é o elemento central de caracterização da síndrome. Para os autores, a EE atua como resposta ao estresse laboral. Quando estes se elevam e se tornam crônicos, o profissional desenvolve atitudes de DE. A DE não mede a relação entre EE e EP. Considera-se que EP surge de forma paralela à EE, e apresenta-se como uma causa direta dos estressores laborais, considerando, principalmente, a falta de apoio social e de oportunidades para desenvolverem-se profissionalmente como agentes estressores. De fato, esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto, segundo Mendes (2002), os profissionais afetados têm em comum o fato de serem trabalhadores encarregados “ de cuidar “, ou seja, possuem relações diretas com o usuário. Mendes (2002 apud MASLACH, LEITER 1997) descreve ainda que a pessoa não inicia um trabalho apresentando burnout. Ao contrário, apresenta engajamento e satisfação e gradualmente estes sentimentos vão sendo substituídos por sentimentos de aborrecimento, ansiedade e raiva, e pela falta de realização. A pessoa acredita estar vivendo uma crise que é de âmbito pessoal. Com isso parece estabelecer-se a exaustão emocional como primeiro elemento da síndrome. A conseqüentemente como defesa à dor do querer e não conseguir despender mais energia, surge a despersonalização e ao comprometimento do desempenho e sensação de incompetência estabelecendo-se assim, o baixo envolvimento pessoal no trabalho. Para Lautert (1997) a instalação da Síndrome de Burnout ocorre de maneira lenta e gradual, acometendo o indivíduo progressivamente. Galego e Rios (1991) distinguem três momentos para a manifestação da síndrome. Num primeiro, as demandas de trabalho são maiores que os recursos materiais e humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo. Neste, o que é característico é a percepção de uma sobrecarga de trabalho, tanto qualitativa quanto quantitativa. No segundo, evidencia-se um esforço do indivíduo em adaptar-se e produzir uma resposta emocional ao desajuste percebido. Aparecem, então, sinais de fadiga, tensão, irritabilidade e até mesmo, ansiedade. Galego e Rios (1991) descrevem que num terceiro momento, ocorre o enfrentamento defensivo, ou seja, o sujeito produz uma troca de atitudes e condutas 70 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 com a finalidade de defender-se das tensões experimentadas, ocasionado comportamentos de distanciamento emocional, retirada, cinismo e rigidez. 2.4 Variáveis Associadas ao Burnout As variáveis sócio-demográficas estão de certa forma relacionadas ao aparecimento de Burnout. Portanto, a literatura remete que algumas como sexo, idade, tempo de trabalho (carga horária), tendem a predispor o aparecimento da Síndrome de Burnout mais facilmente. Carlotto e Gobbi (2003) dizem que a elevação da exaustão emocional por parte das mulheres é interpretada pelos autores a partir da questão da emocionalidade vinculada ao papel feminino e que, ao ingressar no mercado de trabalho, a mulher passou a desenvolver uma dupla jornada, a profissional e a doméstica. Farber (1991) afirma que estudos têm mostrado seres os professores do sexo masculino mais vulneráveis que os do sexo feminino, o que levou à suposição de que mulheres são mais flexíveis e mais abertas para lidar com as várias pressões presentes na profissão de ensino. Quanto ao fator idade, Carlotto (2002) mostra que professores com menos de 40 anos apresentam maior risco de incidência, provavelmente devido às expectativas irrealistas em relação à profissão e que os jovens precisam aprender a lidar com as demandas do trabalho e, por esta razão, podem apresentar maiores níveis da síndrome. Carlotto (2002) em seu estudo identificou que, quanto maior a carga horária e a experiência profissional do professor, maiores eram os níveis do burnout. 2.5 Prevenção do Burnout Em se tratando de formas de prevenção de Burnout, França e Rodrigues (1997) acrescentam: a) aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia; b) prevenir o excesso de horas extras; c) dar melhor suporte social às pessoas; d) melhorar as condições sociais e físicas de trabalho; e) investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores. Phillips (1986) diz que a primeira medida para evitar a síndrome de Burnout é conhecer suas manifestações. Neste contexto, insere-se o presente trabalho, tendo em vista seu objetivo de conhecer a incidência da Síndrome de Burnout em profissionais da saúde. Para tanto se fez necessário conhecer a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e suas atividades. 71 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 2.6 Estratégia de Saúde da Família O Ministério da Saúde (BRASIL, 1994) afirma que a implantação do ESF tem como objetivo geral: “melhorar o estado de saúde da população, mediante a construção de um modelo assistencial de atenção baseado na promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde, em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)”. Em 1994, o Ministério da Saúde colocou em seu plano de ações e metas prioritárias as Estratégias de Saúde da Família e Agentes Comunitários para o processo de reorganização da atenção básica à saúde. O modelo em questão apresentava uma característica de atuação inter e multidisciplinar, bem como a responsabilidade integral sobre a população que reside na área de abrangência de suas Unidades de Saúde da Família. De acordo com o Ministério da Saúde (Ibid, 1994), a Unidade de Saúde da Família consiste em: Uma unidade ambulatorial pública de saúde, destinada a realizar assistência contínua às especialidades básicas, por meio de uma equipe multiprofissional. É sua tarefa desenvolver ações de promoção, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação, características do nível primário de atenção, tendo como campos de intervenção o indivíduo, a família, o ambulatório, a comunidade e o meio ambiente. O Ministério da Saúde (BRASIL, 1998) preconiza que cada Equipe de Saúde da Família (ESF) deve ser composta minimamente pelos seguintes profissionais: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (na proporção de um agente para, no máximo, 150 famílias ou 750 pessoas). De acordo com o Ministério da Saúde (Ibid, 1998) várias são as atribuições dos profissionais de saúde que desenvolvem suas atividades na Estratégia de Saúde da Família. Ao médico cabe prestar assistência integral aos indivíduos sob sua responsabilidade; valorizar a relação médico-paciente e médico-família, como parte de um processo terapêutico e de confiança. O enfermeiro desenvolve seu trabalho em dois campos: na unidade de saúde, junto à equipe de profissionais, e na comunidade, apoiando e supervisionando o trabalho dos agentes comunitários de saúde, bem como assistindo as pessoas que necessitam de atenção de enfermagem. O Ministério da Saúde (BRASIL,1998) esclarece que as ações do Auxiliar de Enfermagem são desenvolvidas nos espaços da unidade de saúde e no domicílio/ 72 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 comunidade. É seu dever promover, com os agentes comunitários de saúde, as atividades de identificação das famílias de risco; contribuir, quando solicitado, com os agentes comunitários nas visitas domiciliares e acompanhar as consultas de enfermagem dos indivíduos expostos às situações de risco. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), como propõe o Ministério da Saúde (Ibid, 1998), desenvolverão suas ações nos domicílios de sua área de abrangência e junto à unidade, para programação e supervisão de suas atividades. As atribuições específicas do Cirurgião-Dentista (CD), de acordo com a Portaria n.º 267/GM do Ministério da Saúde (Ibid, 1998), incluem ações como realizar exame clínico bucal da comunidade; realizar os procedimentos clínicos definidos na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – NOB/SUS 96 – e na Norma Operacional da Assistência à Saúde (Noas). Segundo o Ministério da Saúde (Ibid, 1998), as atribuições específicas do Atendente de Consultório Dentário (ACD) são: proceder à desinfecção e esterilização de materiais e instrumentos utilizados, realizar procedimentos educativos e preventivos, preparar o instrumental e materiais para uso, instrumentalizar o cirurgião dentista ou THD. Diante do exposto, se durante suas atividades, uma equipe se confronta com situações que de algum modo a irritem, excitem ou confundam, ela apresentará alterações psicofisiológicas as quais promoverão uma reação do organismo com componentes físicos e/ou psicológicos. Essa reação é a que se denominou anteriormente como estresse. Portanto, combater situações tipicamente estressantes favorece a qualidade de vida a qual possui um conceito amplo e sendo assim, deve englobar aspectos subjetivos (sentimentos, percepção, bem-estar e satisfação) e objetivos (recursos materiais disponíveis, salário e carreira). 3 METODOLOGIA O estudo de caso teve uma abordagem quantitativa. A pesquisa desenvolveuse no período de junho a outubro de 2007 junto a profissionais de saúde que desenvolvem suas atividades em um Centro de Saúde de Teresina (PI). A amostra deste estudo foi composta por trinta e quatro profissionais de saúde da Estratégia de Saúde da Família, sendo, dois médicos, quatro enfermeiras, três odontólogos, três atendentes de consultório dentário, cinco auxiliares de enfermagem e dezessete agentes comunitários de saúde. Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos, O MBI – Maslach Burnout Inventory e o questionário sócio-demográfico com gravação de áudio e transcrição na íntegra. O MBI é composto por três fatores que são denominados como esgotamento emocional EE (aferidos pelas questões 1, 2, 3, 6, 8, 13, 14, 16 73 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 e 20) despersonalização DE (questões 5, 10, 11, 15 e 22) e envolvimento pessoal no trabalho EP (questões 4, 7, 9, 12, 17, 18, 19 e 21). A análise do inventário de Maslach Burnout – MBI (1986) foi realizada baseando-se nos fatores esgotamento emocional, despersonalização e envolvimento pessoal no trabalho e feito um comparativo com as amostras americanas e espanholas de estudos anteriores (Tabela 1). Tabela 1 - Médias em EE, DE e EP para população americana e espanhola. Amostra Total Americana N = 11.067 Classificação Dimensão EE DE EP EE DE EP Baixa < 17 <7 >38 Média 17-26 7-12 21-38 Amostra Total Espanhola N = 1.138 < 15 15-4 <4 4-9 >39 33-39 Alta >26 >12 <32 >24 >9 < 33 Fonte: Dissertação de Mestrado (MENDES, 2002) EE – Esgotamento Emocional DE – Despersonalização EP – Envolvimento Pessoal no Trabalho O questionário denominado perfil sócio-demográfico baseou-se em instrumentos desenvolvidos em outras pesquisas. Introduziram-se questões para verificar variáveis relacionadas ao burnout. A interpretação das variáveis sócio-demográficas, ocupacionais e pessoais foi, em primeira instância, relacionada aos resultados positivos de burnout diagnosticados pelo inventário de Maslach Burnout – MBI (1986) e, em segunda instância, apresentados em gráficos percentuais. Ressalta-se que os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 74 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO As tabelas que seguem apresentam respectivamente as ocorrências em percentual das variáveis gênero, idade, estado civil, presença e número de filhos, outras atividades, carga-horária semanal extra, tempo de atuação na área, cargahorária semanal total, prática de atividade física e freqüência, vida social e as pontuações obtidas nas categorias em estudo. Dos profissionais de saúde que participaram espontaneamente deste estudo, conforme as Tabelas 1 e 2, houve predomínio do gênero feminino (79,4%), da faixa etária entre 40 e 49 anos (50%) e estado civil casado (47%). Em relação a filhos, houve predomínio de profissionais que os tem (64,7%), sendo que a maioria tem dois filhos (40,9%). De acordo com a pesquisa realizada, pôde-se constatar que 5,88% da amostra estudada apresentam Burnout, correspondendo a dois profissionais. Estes dois casos se enquadram nas características que evidenciam o Burnout, ou seja, valores de exaustão emocional e despersonalização alta para baixos índices de envolvimento pessoal. A síndrome foi detectada em dois profissionais de saúde, sendo um deles com nível superior com pós-graduação, sexo masculino, enquadrado na faixa etária de 40 a 49 anos, casado. Declarando-se pai de três filhos, afirma trabalhar na Estratégia de Saúde da Família há cinco anos e ainda desenvolve atividade extra como em outras Unidades de saúde de Teresina, totalizando uma carga-horária de 88 horas semanais. O mesmo imputa Diabetes Mellitus e hipertensão arterial ao desenvolvimento de suas atividades laborais. Informa não realizar atividade física regularmente e dedicar apenas alguns finais de semana à sua família, vida social e lazer. O outro profissional de saúde no qual foi detectada a Síndrome de Burnout tem nível superior, realizando pós-graduação fora da área de atuação no referido Centro de Saúde. Sexo feminino, encontra-se na faixa etária de 20 a 29 anos, casada, declarando-se mãe de um filho. Atua junto à Estratégia de Saúde da Família há três anos e desenvolve atividade extra em outra Unidade de Saúde de Teresina, com carga-horária total de 70 horas semanais. Apresenta estresse, esquecimento, fadiga muscular e enxaqueca associada às atividades laborais. Afirmam realizar atividade física três vezes por semana e dedicar alguns finais de semana para o convívio com a família, vida social e diversão. A partir dos casos estudados, tem-se ainda que ressaltar que dentro da amostra avaliada há três casos que apresentaram simultaneamente os valores das categorias exaustão emocional e despersonalização altos, ou seja, estão a um passo do Burnout. 75 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Comparado às amostras americanas e espanholas mencionadas anteriormente, observou-se em relação à amostra americana, a classificação alta para 12 pessoas que apresentaram Exaustão Emocional (EE), 6 com Despersonalização (DE) e 6 com grau baixo de falta de Envolvimento Pessoal no trabalho. Já em relação à amostra espanhola, esses números aumentam, ou seja, 17 pessoas com grau alto de exaustão emocional e despersonalização e 06 com grau baixo de falta de envolvimento pessoal no trabalho. Este comparativo nos revela que apesar de não se incidirem as categorias simultaneamente, os participantes estão, sobretudo, apresentando elevados índices de exaustão emocional que, para Leiter e Maslach (1988), a EE atua como resposta ao estresse laboral. Tabela 2 – Distribuição percentual por gênero, idade, estado civil. (N=34) VARIÁVEIS SEXO Homem Mulher Total IDADE (EM ANOS) 20-29 30-39 40-59 Total ESTADO CIVIL Casado Solteiro Separado Divorciado Outros Total f fr 07 27 34 20,6 79,4 100,0 06 11 17 17,6 32,4 50,0 100,0 16 15 00 02 01 34 47,0 44,2 00,0 5,9 2,9 100,0 Na Tabela 2 observa-se que, em relação à variável gênero há predominância do número de profissional de saúde do sexo feminino (79,4%) sobre o masculino (20,6%). Observa-se que a dimensão EE aferida pelo MBI apresenta a predominância de classificação média. A relação desse resultado com as variáveis gênero e família corrobora estudos realizados por diversos autores, pois estes consideram que na variável gênero mais precisamente o sexo feminino tem maior predisposição ao Burnout. 76 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Carlotto e Gobbi (2003) esclarecem que a elevação da exaustão emocional por parte das mulheres é interpretada pelos autores a partir da questão da emocionalidade vinculada ao papel feminino. As autoras relatam ainda que a emocionalidade da mulher, a dupla jornada de trabalho (a profissional e a doméstica), a preocupação com os filhos, tem levado às mulheres a apresentarem maior tendência ao Burnout. Da mesma forma, Farber (1991), em um estudo realizado com professores, constatou que aqueles do sexo masculino são mais vulneráveis que os do sexo feminino, no que diz respeito às várias pressões relacionadas ao ambiente de trabalho. O grau médio alcançado pela amostra na dimensão DE, corrobora com pesquisas que demonstraram que mulheres apresentam menor grau de despersonalização quando comparadas ao sexo masculino. Quanto à faixa etária, houve a predominância de 40 – 59 anos (50%), o que traduz uma população amadurecida e por esta razão, supõe-se que são mais maleáveis no que diz respeito às imposições trabalhistas. Carlotto (2002) mostra que professores com menos de 40 anos apresentam maior risco de incidência, provavelmente devido às expectativas irrealistas em relação à profissão. Os jovens precisam aprender a lidar com as demandas do trabalho e, por esta razão, podem apresentar maiores níveis da síndrome. A variável, estado civil, revelada na Tabela 2 mostra a predominância de pessoas casadas (47%) em relação ao estado civil solteiro (44,2%), divorciado (5,9%) e outros (2,9%). O que se observa é que o predomínio de casados neste estudo implica na síndrome de Burnout, contradizendo com as afirmações de Mendes (2002), que em seu estudo sobre a patologia relata que indivíduos solteiros apresentam maior estresse e são mais predispostos à síndrome, enquanto os casados têm apoio conjugal e familiar para aliviar as tensões diárias do trabalho e prevenir o aparecimento de Burnout. Tabela 3 – Distribuição percentual por presença e número de filhos (N=34) VARIÁVEIS PRESENÇA DE FILHOS Sim Não Total f 22 12 34 64,7 35,3 100,0 N° DE FILHOS 1 2 3 4 Não responderam Total 05 09 07 01 00 22 22,7 40,9 31,8 4,6 00,0 100,0 77 fr Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A Tabela 3 apresenta a variável presença de filhos como uma das questões que podem influenciar no surgimento do Burnout. Este estudo mostra que 64,7% dos participantes possuem filhos, sendo que 40,9% apresentam número de filhos equivalente a 2. Esta variável pode ser indicativa de Burnout, sabe-se que as mães que apresentam filhos em idade avançada são mais propensas ao Burnout, uma vez que a adolescência traz preocupações extras à mulher. Tabela 4 – Distribuição percentual do desenvolvimento de outras atividades e área de atuação. (N= 34) OUTRAS ATIVIDADES Sim Não Total ÁREA DE ATIVIDADE Saúde Educação Vendas Outras Não Responderam Total f fr 16 18 34 47,1 52,9 100,0 09 03 02 02 00 16 56,25 18,75 12,5 12,5 00,0 100,0 A Tabela 4 aponta que 52,9% dos participantes do estudo não desenvolvem atividades extras e que 47,1% atuam em outras áreas. A pesquisa revelou que os dois casos de Burnout exerciam carga horária extra. No que tange às variáveis profissionais, Carlotto (2002) em seu estudo identificou que quanto maior a carga horária e a experiência profissional do professor, maiores eram os níveis do burnout. A pesquisa revelou que os dois casos de Burnout exerciam carga horária extra. Porém não se quer dizer que as atividades extras são as únicas responsáveis pelo acometimento da Síndrome de Burnout. 78 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Tabela 5 – Distribuição percentual da carga horária semanal dedicada a outra atividade laboral (além da saúde). (N=34). NÚMERO DE HORAS 1 a 5 h/semanais 6 a 10 h/semanais 11 a 15 h/semanais 16 a 20 h/semanais 21 a 30 h/semanais 30 ou mais h/semanais Total f 00 05 00 05 03 01 14 fr 00,0 35,7 00,0 35,7 21,4 7,2 100,0 A Tabela 5 mostra que 35,7% tinham carga horária extra de 6 a 10 h/s e de 16 a 20 h/s. Os outros 21,4% apresentavam carga horária extra de 21 a 30 h/s. Estas cargas horárias somadas à carga horária preconizada pelo Ministério da Saúde para a Estratégia de Saúde da Família (ESF), perfazem uma carga horária excessiva e podem ser indicativos de Burnout. Carlotto (2003) menciona em seu estudo que quanto maior a carga horária e a experiência profissional, maiores são os níveis do burnout. Tabela 6 - Tempo de atuação nesta atividade e carga horária total semanal das atividades laborais (N=34) VARIÁVEIS TEMPO DE ATUAÇÃO Meses 1 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos Mais de 15 anos Total f fr 06 11 09 02 06 34 17,6 32,4 26,5 5,9 17,6 100,0 C/H/S 20 h/semanais 30 h/semanais 40 h/semanais 50 h/semanais 60 h/semanais 70 h/semanais Mais de 70 h/semanais Total 00 00 20 05 05 03 01 34 00,0 00,0 58,8 14,7 14,7 8,9 2,9 100,0 79 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A Tabela 6 mostra em relação aos anos de trabalho que 32,4% dos profissionais atuam de 1 a 5 anos na área de saúde e 26,5% atuam de 6 a 10 anos. E no que diz respeito à carga horária mostra que 58,8 % dos profissionais que trabalham 40 h/semanais e outros 14,7% representando simultaneamente 50 e 60 h/semanais. Ainda se observam profissionais com carga-horária igual e superior a 70 h/semanais. Considerando-se que o somatório de horas semanais dedicadas ao trabalho compreende no mínimo 40 horas, os profissionais de saúde que participaram do estudo tinham uma carga quantitativa de trabalho exacerbada. Apesar de reconhecer a realidade econômica do país, que exige maior número de horas dedicadas ao trabalho já que a remuneração não é condizente nestas áreas, considera-se de suma importância que os profissionais de saúde atentem para as sobrecargas físicas e psicológicas. Tabela 7 – Distribuição percentual da prática de atividades físicas ou esportes e a freqüência destas. (N=34) PRATICA ATIVIDADE FÍSICA Sim Não Total FREQUÊNCIA Esporadicamente 1 x por semana 2 x por semana 3 x por semana Total f fr 16 18 34 47,0 53,0 100,0 03 02 05 06 16 18,75 12,5 31,25 37,5 100,0 No que se refere à prática de atividades físicas ou esportes, a Tabela 7 mostra que houve predomínio de profissionais que não o praticam (53%), sobre um total de 47% que praticam. Sendo que 31,25% destes praticam atividade física duas vezes por semana. Isso vem apontar para um percentual em que a atividade física está ausente podendo ser um dos fatores predisponente de Burnout. Observa-se que a população estudada, na sua maioria, não pratica atividade física, talvez pela falta de tempo disponível ou questões pessoais. No entanto, como os profissionais de saúde têm o conhecimento dos benefícios que a atividade física traz à saúde, talvez fosse relevante investigar quais as dificuldades encontradas para a não realização desta prática tendo como ponto de sustentação os altos índices de estresse. 80 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Alguns autores citam a atividade física como responsável pela redução de tensões, de estresse e burnout. Talvez por meio dessa forma de gasto ou descarga de tensões, o profissional de saúde que pratica atividade física consiga evitar ou minimizar o estresse e manter a condição de saúde no trabalho, não desenvolvendo a atitude de despersonalização apontada por alguns autores, como defesa ao desgaste emocional e mantendo este último em níveis suportáveis. Tabela 8 – Distribuição percentual da dedicação nos fins de semana à família, vida social, lazer e sua freqüência semanal. (N=34) FREQUÊNCIA DE DEDICAÇÃO Nunca Raras vezes Algumas vezes Muitas vezes Quase Sempre Sempre Total f 01 03 09 04 03 14 34 fr 2,9 8,9 26,4 11,7 8,9 41,2 100,0 A Tabela 8 mostra que a freqüência do lazer, do convívio familiar e social nos finais de semana, predominou com a alternativa “sempre” (41,2%). Vários autores comentam a importância desses fatores para a manutenção e prevenção da saúde laboral, pois, com isso, o profissional revitaliza-se, amenizando as agruras de seu trabalho. Mendes (2002) mostra que há indícios de uma circularidade entre a satisfação na vida do lar e a satisfação laboral. Também o lugar ocupado pela dedicação à vida familiar e ao trabalho, na hierarquia de valores do indivíduo, parece influenciar na predisposição a burnout. Comenta ainda que a população que não se dedica às atividades físicas e de lazer, além do convívio familiar e social, apresentam maior risco de desenvolverem estresse e burnout. O estudo aponta para resultados positivos em relação a estas variáveis e quer ressaltar que a relação de convívio familiar e lazer promove bem estar e contrabalanceia com os aspectos predisponentes de Burnout. 81 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Tabela 9 – Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões do MBI que aferem EE (N=34) Nunca Q1 Q2 Q3 Q6 Q8 Q13 Q14 Q16 Q20 Total Cálculo 0 06 03 11 06 05 10 08 07 12 68 0 Uma vez ao ano 1 01 02 03 02 03 07 05 08 04 35 35 Uma vez ao mês 2 05 06 02 03 05 06 07 06 07 47 94 Algumas Uma Algumas vezes ao vez por vezes mês semana semana 3 11 07 10 07 09 01 06 08 06 65 195 4 04 04 02 03 05 07 02 01 03 31 124 5 03 08 04 03 05 01 03 03 00 30 150 Todos os dias Não respondeu 6 04 04 02 10 02 02 03 01 02 30 180 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 A Tabela 9 mostra que na 1ª linha em negrito aparece o valor pelo qual é multiplicado o somatório das respostas e divide-se pelo total da população (N=34), obtendo a média apresentada pela população. O resultado foi de M= 22,8 que de acordo com a amostra americana e espanhola é classificada como média de exaustão emocional (EE). Alguns autores acreditam que síndrome de Burnout inicia-se por esta dimensão e posteriormente causa a despersonalização como uma defesa para amenizar a exaustão ou o esgotamento emocional, levando ao sentimento de baixa realização pessoal no trabalho e ao baixo envolvimento pessoal. Tabela 10 – Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões do MBI que aferem DE (N=34) Nunca Q5 Q10 Q15 Q22 Total Cálculo 0 14 16 29 14 73 0 Uma vez ao ano 1 10 08 01 08 27 27 Uma vez ao mês 2 06 02 01 02 11 22 Algumas Uma Algumas vezes ao vez por vezes mês semana semana 3 00 01 01 03 05 15 4 01 00 00 02 03 12 82 5 03 05 00 02 10 50 Todos os dias Não respondeu 6 00 02 02 03 07 42 00 00 00 00 00 00 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A Tabela 10 mostra que quanto à dimensão DE, os profissionais de saúde avaliados através do MBI apresentam M= 4,94. Segundo a amostra americana, esta dimensão é baixa e, de acordo com amostra espanhola, classifica-se como média. Mendes (2002) afirma que a despersonalização (DE) trata-se de uma “coisificação” da relação, ou seja, o outro passa a ser visto como um objeto e não um ser humano. O trabalho passa a ser desenvolvido com frieza, insensibilidade, irritabilidade, chegando ao cinismo e atitudes negativas. Não há comprometimento com os resultados, com aquilo que se faz, nem com as metas. A indiferença se faz presente. A dissimulação, certo egotismo e redução de idealismo acompanham esta conduta. Não se pode afirmar a incidência da síndrome na população estudada, pois a mesma apresenta grau baixo e médio. Talvez o fenômeno da síndrome esteja em desenvolvimento, mas encontre-se em estágio inicial marcado pela exaustão emocional. Tabela 11 – Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões do MBI que aferem a dimensão EP (N=34) Nunca Q4 Q7 Q9 Q12 Q17 Q18 Q19 Q21 Total Cálculo 0 00 01 00 01 01 00 01 01 05 0 Uma vez ao ano 1 01 01 00 03 03 02 08 02 20 20 Uma vez ao mês 2 01 07 00 02 03 02 01 01 17 34 Algumas Uma Algumas Todos Não vezes ao vez por vezes os respondeu mês semana semana dias 3 05 03 01 03 07 03 03 07 32 96 4 03 02 03 02 05 05 05 06 31 124 5 11 09 11 12 09 10 08 05 75 375 6 13 11 19 11 06 12 08 12 92 552 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 A Tabela 11 mostra que a média atingida de falta de envolvimento pessoal (EP) é de M= 35,4 , o que corresponde à classificação média segundo as amostras americana e espanhola. Percebe-se que a população em estudo está em risco potencial de Burnout e que sentimentos de inadequação e insatisfação estão presentes podendo ser ampliados se não atendidos, ou minimizados se realizada a intervenção necessária. 83 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 No estudo, observou-se a existência de dois casos, ou seja 5,88% da amostra estudada apresentaram Burnout com EE e DE de classificação alta e EP com classificação baixa. Na dimensão Exaustão Emocional (EE), a média encontrada foi de 22,8%, que corresponde à classificação média em relação às amostras americana e espanhola. Na dimensão Despersonalização (DE), a média obtida foi de 4,94%, que de acordo com a amostra americana se classifica em grau baixo, e segundo a amostra espanhola, incide em grau médio. Na dimensão Envolvimento Pessoal no trabalho (EP), a média 35,32% implica classificação de grau médio tanto para a amostra americana quanto para a espanhola. 5 CONCLUSÃO A Síndrome de Burnout acomete trabalhadores, visto que está diretamente relacionada ao estresse laboral crônico, principalmente naqueles que desenvolvem suas atividades junto a outras pessoas de forma assistencial. Profissionais como os da área de saúde (médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, dentistas, agentes comunitários de saúde, entre outros), da área da educação (professores, pedagogos), são predispostos ao Burnout. Como dito anteriormente, o Burnout se instala de maneira lenta e gradual, levando o indivíduo a uma condição de desistência, sentimento de impotência e esgotamento. Iniciando com o aumento da Exaustão Emocional (EE) e da Despersonalização (DE) e a redução da falta de Envolvimento Pessoal no trabalho (EP). Os indicativos das três dimensões supracitadas corroboram para elevado número de profissionais predispostos ao Burnout, encontrando-se em estágios iniciais, apesar de a DE apresentar classificação baixa, segundo a amostra americana. Nos dois casos detectados pelo MBI, as variáveis (estado civil, presença de filhos, escolaridade, carga horária extra e total e tempo dedicado à família) coincidem. Este estudo mostrou que a variável gênero feminino, como alguns autores defendem ser fator predisponente ao Burnout devido às características intrínsecas da mulher, não se confirmam, visto que os dois casos apontados são de sexos diferentes. Nesse aspecto, vale ressaltar que não é apenas o sexo, assim como outra variável tomada isoladamente, que determina o Burnout, mas sua comunhão com outros fatores. Já a variável estado civil casado, aqui assumida pelos dois casos detectados de Burnout, remete-nos à literatura, quando esta menciona o fato de ser casado e ter apoio conjugal e familiar como fator responsável por aliviar as tensões diárias 84 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 do trabalho e prevenir o aparecimento de Burnout. Esta afirmação neste estudo não se observa, pois ambos são casados, mas é possível que essa variável possa desencadear burnout. Quanto à presença de filhos, o que se observou é que dentro da literatura estudada se reportam mais precisamente a pais com filhos na fase de adolescência como fator agravante ao Burnout, no entanto, os portadores da Síndrome neste estudo apresentam filhos em idade escolar (ou seja, pré- adolescente). Na variável escolaridade, os portadores da Síndrome de Burnout, apresentaram-se no mesmo nível, com Pós-Graduação em andamento. Cabe ressaltar que neste momento acadêmico as pressões são maiores e os participantes do estudo estão realizando estes estudos paralelamente à jornada de trabalho. No que diz respeito à carga horária de ambos os portadores de Burnout, o estudo mostram que estes apresentam carga horária igual ou superior a 70 h/ semanais. Sabe-se que de acordo com a literatura estudada, a carga horária desenvolvida por estes profissionais é considerada exacerbada, implicando sobrecarga física e psicológica. No tocante ao lazer e ao tempo dedicado à família, ambos indicaram dedicar apenas alguns finais de semana a estas atividades. Como referido no presente estudo, a população que não se dedica ao lazer, convívio familiar e social, apresenta maior risco de desenvolverem estresse e Burnout. Mesmo não tendo coincidido em ambos os portadores da Síndrome, a variável atividade física é por eles contrária, ou seja, um não pratica atividade física, enquanto o outro pratica regularmente duas vezes por semana. Segundo estudos sobre a influência desta variável em relação ao Burnout, a atividade física é responsável pela redução de tensões, de estresse e Burnout. Conclui-se que, ao abordar as variáveis associadas ao Burnout, alguns resultados obtidos neta investigação corroboram com tendências constatadas na literatura especializada, enquanto outros se opõem a estas. Cabe ainda ressaltar que o estudo apontou para populações com maiores predisposições ao Burnout, dentro do mesmo contexto de saúde. E demonstrou que há grande interesse por parte dos profissionais de saúde sobre as questões relacionadas ao cotidiano ocupacional. Acredita-se que esses dados possam despertar o interesse dos gestores de saúde e influenciar em medidas preventivas ao aparecimento de burnout. A pesquisa junto a profissionais de saúde, cuidadores assistenciais, teve como prioridade contribuir para a qualidade de vida dos mesmos tendo em vista a importância do papel assumido por eles na sociedade. 85 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 THE SYNDROME OF BURNOUT IN STRATEGY FOR HEALTH PROFESSIONALS OF THE FAMILY OF A HEALTH CENTER OF TERESINA (PI) ABSTRACT The Burnout is a condition of mental suffering related to work and is associated with physiological changes resulting from stress. Workers in the area of health are often prone to burnout. This study addresses the Burnout Syndrome as a result of chronic stress labour. The survey sought to identify the presence of Burnout through dimensions emotional exhaustion (EE), depersonalization (DE) and personal involvement in work (EP) on health care professionals who work in the Strategy for Family Health, in a Health Centre of Teresina, Piaui, Brazil. We also tried linking the dimensions of Burnout with the demographic variables, labour and behavioral. This is an applied research, quantitative approach. Part of the search 34 health professionals (80.95%). It was used the Maslach Burnout Inventory (MBI) to measure Burnout associated with a questionnaire of socio-demographic profile. The sample is characterized by a predominance of females, aged 40 to 49 years old, married marital status (a) and professionals with children. In variables professionals, there was a predominance of working hours weekly total of 40 hours / week (58.8%) and day of work from 1 to 5 years (32.4%). As for personal variables, (53%) of professionals not practise physical exercise, (41.2%) always devote attention to the family on weekends. The results showed two cases of Burnout, where the dimensions of EE and classify themselves as high and as low EP. Still showed overall grade average for EE, DE and EP for samples American and Spanish, representing the initial phase of Burnout. Key Words: Burnout Syndrome. Stress Labour. Health Professionals. Maslach Burnout Inventory. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Saúde. Programa e Projetos. Saúde da Família. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 1998. BRASIL, Ministério da Saúde. Programa de Saúde da Família. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 1994. CABRAL, Ana Paula T. et al. Estresse e as doenças Psicossomáticas. Revista de Psicofisiologia. São Paulo, v. 1, n. 1 e 2, 1997. 86 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CARLOTTO, M. S; GOBBI, M. D. Síndrome de Burnout: um problema do indivíduo ou do seu contexto de trabalho? [monografia na Internet]. Canoas: ULBRA; 2003. [citado 17 maio 2003]. Disponível em: http://www.ulbra.br/psicologia/margob1.htm. Acesso em: 25 mai. 2007. CARLOTTO, Mary Sandra; CAMARA, Sheila Gonçalves. 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Acesso em: 27 mai. 2007. 88 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ADESÃO AO TRATAMENTO DIABETES MELLITUS TIPO II Luciana C. Nascimento Naldiana C. Silva RESUMO O Diabetes Mellitus na atualidade atinge proporções epidêmicas, demandando um alto custo tanto econômico quanto social, e seu índice no Brasil triplicou nas últimas décadas. Em decorrência desses números alarmantes, a pesquisa investigou o papel do enfermeiro na adesão ao tratamento de Diabetes Mellitus Tipo II em um Centro de Saúde de Teresina que presta atenção básica a portadores. Este estudo teve por objetivo descrever como o paciente diabético e seu principal cuidador percebem as dificuldades para o controle do diabetes, as estratégias utilizadas para a adesão ao tratamento e ainda ressaltar o papel do Enfermeiro no cenário preventivo. Os dados foram coletados por meio de entrevista audiogravada e questionário de perfil sócio-demográfico e submetidos à análise temática de conteúdo, no Centro de Saúde de Teresina-PI, de agosto a outubro de 2007. As categorias que emergiram da análise foram: Processo educativo realizado pelo enfermeiro, Relacionamento Terapêutico enfermeiro-cliente e Atuação do enfermeiro como fator de interação social. Essas categorias reportam-se às influências interpessoais entre enfermeiro e paciente, que estão alicerçadas em um conjunto de crenças e valores que interferem na motivação e na capacidade de os pacientes enfrentarem a sua doença. Com base nos resultados, recomenda-se conhecer os padrões de resposta do paciente e do enfermeiro, em relação aos seus sentimentos, conflitos e necessidades, estabelecendo um vinculo efetivo que proporcione condições para, em conjunto, traçarem-se estratégias direcionadas a alcançar o controle metabólico. Palavras chaves: Diabetes Mellitus. Relacionamento Terapêutico. Profissionais de Saúde. Tratamento. Interação Social. 1 INTRODUÇÃO O Diabetes mellitus tipo II é uma síndrome heterogênea que resulta de defeitos na secreção e na ação da insulina, sendo que a patogênese de ambos os mecanismos está relacionada a fatores genéticos e ambientais. Sua incidência e prevalência vêm aumentando em várias populações, tornando-se uma das doenças mais prevalentes no mundo. 89 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O interesse por essa temática vem do acompanhamento de portadores de Diabetes Mellitus tipo II resistentes à adesão do tratamento que encontram número de complicações diabéticas que podem de alguma forma trazer risco de vida. O objetivo do estudo foi mostrar as dificuldades na assistência ao portador de Diabetes Mellitus tipo II e as estratégias utilizadas para a adesão ao tratamento e ainda ressaltar o papel do Enfermeiro no cenário preventivo. O Diabetes Mellitus Tipo II acomete grande parte da população brasileira e os Programas Nacionais de Saúde têm investido em ações preventivas dessa patologia, por isso o profissional Enfermeiro tem buscado adequar-se às novas concepções de saúde utilizando técnicas preventivas no seu ambiente de trabalho. A adesão de portadores de Diabetes Mellitus tipo II ao tratamento é considerada como desafio para a maioria dos profissionais de saúde, uma vez que os portadores não se sentem doentes e listam uma série de dificuldades para a não adesão como a dieta rigorosa, a atividade física, o uso contínuo de medicações e alguns efeitos adversos que as mesmas apresentam, entre outros. 2 EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES MELLITUS NO MUNDO, NO BRASIL E NO PIAUÍ King et al. (1998 APUD SARTORELLI, FRANCO 2007) expõem que nas Américas o número de indivíduos com diabetes foi estimado em 35 milhões para o ano 2000 e projetado para 64 milhões em 2025 e que nos países desenvolvidos há mais de 230 milhões de casos no mundo inteiro, quase 6% da população adulta e uma estimativa de que, em 2025, esse número chegue a casa dos 350 milhões. Segundo Mathias e Jorge (2004), no Brasil, foi conduzido um censo entre 1986 e 1988 em nove capitais em uma amostra da população adulta entre 30 e 69 anos de idade. A média geral da prevalência do DM para essas áreas foi de 7,6%, variando de 2,7% para a população de 30 a 39 anos, até 17,4% para a população de 60 a 69 anos, sendo de se notar que 46% dos entrevistados não sabiam que eram diabéticos. O Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) mostra o número de Diabéticos de acordo com o Programa Nacional de Diabetes e Hipertensão (HiperDia). No Brasil no período de janeiro a novembro de 2007 é de 27.384, no Piauí é de 394 casos, enquanto na cidade de Teresina, no mesmo período, já existiam 80 casos registrados. 90 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 3 ASPECTOS GERAIS DO DIABETES MELLITUS Para Foss (1989), o Diabetes Mellitus é uma síndrome clínica heterogênea que se caracteriza por anormalidades endócrino-metabólicas que alteram a homeostase metabólica no homem. De acordo com Silverthorn (2003), o Diabetes Mellitus é caracterizado por concentrações plasmáticas de glicose anormalmente elevadas, causadas por secreção de insulina inadequada, células-alvo com reações anormais, ou ambas as situações. De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), o diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. Para Peres (2006), a insulina é um hormônio anabólico, sintetizado pelas células beta nas ilhotas de Langerhans do pâncreas, sua principal função é regular o metabolismo da glicose por todos os tecidos do corpo, com exceção do cérebro. Seu efeito é hipoglicemiante, visto que reduz a glicemia sangüínea. Por este motivo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) diz que o Diabetes Mellitus é uma doença que exige toda uma vida de comportamentos especiais mantida o mais próximo possível da normalidade. Segundo a Associação Nacional de Assistência ao Diabético - ANAD (2007), o Diabetes é um dos mais graves problemas de saúde pública, pois, ao se reconhecer que a principal causa de mortalidade no mundo são as doenças cardiovasculares, o Diabetes contribui com 40% , pode-se considerar que como doença crônica isoladamente, é a maior causa de morbi-mortalidade em todo o mundo. Para Santos (2007) existem dois tipos de Diabetes mellitus, o tipo I (insulinodependente) que é uma doença auto-imune onde as células do sistema imunológico agridem as células produtoras de insulina destruindo-as, resultando na diminuição ou cessação da produção de insulina e o tipo II, (não insulino-dependente), que atinge entre 80% e 90% dos diabéticos, ocorre na grande maioria dos casos entre os adultos. Para Czepielewski (2001), os sintomas do Diabetes Mellitus são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem em longo prazo. Dentre os sintomas do aumento da glicemia têm-se polidpsia, poliúria, polifagia, fadiga, fraqueza, tonturas, visão borrada, perda de peso. 91 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Em relação ao diagnóstico laboratorial do Diabetes Mellitus, o ABC da Saúde e Prevenção (2001) mostra que é estabelecido pela medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas. Para Barros et. al (2002), o intervalo de referência para a glicemia de jejum, em adultos, é de 70 à 110 mg/dL. Smeltzer e Bare (2005) elegem cinco componentes do tratamento de Diabetes mellitus tipo II (Tratamento nutricional, exercício, monitoração, terapia farmacológica e educação). De acordo com Silva Filho (2004), o Diabetes Mellitus, sobretudo do tipo II (DM2), é um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares (DCV) e o risco de morte por DCV em diabéticos é duas vezes maior que o observado na população não-diabética. Para Paiva, Bertusa e Escander (2006), o controle metabólico rigoroso associado a medidas preventivas e curativas relativamente simples são capazes de prevenir ou retardar o aparecimento das complicações crônicas do Diabetes Mellitus, resultando em melhor qualidade de vida ao indivíduo diabético. Conforme Ministério da Saúde (BRASIL, 2002), ter uma vida saudável inclui também o trabalho da mente, o lidar com o estresse, através de uma postura de ser e estar no mundo com o objetivo de viver bem, construindo amigos e estando em favor de uma saúde que se faz e se aprimora a cada dia. 4 O DIABETES E A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Coerente com os princípios do SUS, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) de acordo com a portaria 3.925 de 13 de novembro de 1998, define Atenção Básica como um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção nos sistemas de saúde, voltadas para a promoção de saúde, prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação. A Estratégia de Saúde da Família, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), caracteriza-se por um modelo centrado no usuário, e um dos objetivos da ESF é facilitar à população de baixa renda um atendimento com acompanhamento contínuo prestando, diretamente à população alvo, ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde com atividades preventivas dando assistência a grupos de gestantes, diabéticos, hipertensos, adultos, adolescentes, crianças e idosos. A Lei Estadual n° 10.782, de 9 de Março de 2001 apresenta um Projeto de lei n° 898/98, do deputado Roberto Gouveia – PT que define diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes, no âmbito do Sistema único de Saúde. As atribuições do profissional Enfermeiro frente ao trabalho com o Diabetes mellitus de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) incluem estratégias 92 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 como: desenvolver atividades educativas com os pacientes diabéticos; realizar consulta de enfermagem com pessoas com maior risco para diabetes tipo II e encaminhar ao médico da unidade para rastreamento com glicemia de jejum; abordar fatores de risco, estratificando risco cardiovascular; orientar mudanças no estilo de vida e tratamento não medicamentoso; verificar adesão e possíveis intercorrências ao tratamento; estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos de pacientes diabéticos) e realizar o exame dos membros inferiores para identificação do pé em risco. O sistema informatizado HiperDia, Segundo Morales (2006), foi desenvolvido com o intuito de permitir o cadastro e o acompanhamento dos pacientes hipertensos e diabéticos. De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), educação em Diabetes é importante porque permite que os pacientes se sintam melhor, propicia um melhor controle metabólico, favorece o decréscimo dos custos com o tratamento e protege contra a prática profissional inadequada. 5 RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO ENFERMEIRO-PACIENTE Segundo Kantorski et al (2005), trata-se de uma tecnologia de cuidado que possui um rol de saberes e práticas destinadas ao entendimento do ser humano em sua totalidade, de suas limitações, possibilidades, necessidades imediatas e potencialidades. Quanto ao conceito de motivação, Sprinthall (2001 APUD APÓSTOLO et al 2007) definem como um conjunto de forças percebidas que levam a pessoa a agir, influenciada pelas suas experiências e outros fatores externos. Para Dell’acqua (1998), somente medidas de orientação não bastam para que os sujeitos mudem seu comportamento. Pupulim e Sawada (2002) mencionam que é impossível imaginar o desenvolvimento das atividades de enfermagem sem uma comunicação eficiente, seja ela verbal ou não-verbal. A prestação da assistência de enfermagem vem exigindo, cada vez mais, que o enfermeiro desenvolva e aprimore esta habilidade com o intuito de promover uma relação de confiança, almejando facilitar a interação terapêutica. Dell’Acqua, Araújo e Silva (1998) comentam que o ato de tocar é sempre apontado como um tipo especial de proximidade, pois quando uma pessoa toca a outra, a experiência inevitavelmente é recíproca. Toca-se para passar “algo”, mas também para sentir “algo”, desde a temperatura, forma, emoção, entre outros aspectos. Dell’Acqua, Araújo e Silva (1998) apontam que é recomendado aos enfermeiros que façam maior uso da possibilidade de tocar os pacientes/clientes, 93 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 pois a estes profissionais já foi concedido este privilégio, pelas próprias características da profissão. Diniz e Rufino (1996) relatam que o enfermeiro pode descobrir a empatia como seu instrumento mais valioso ao comunicar-se com seus pacientes. Pode alcançá-la concentrando-se em si mesmo e estudando suas próprias experiências. 6 RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO COMO FATOR DE INTERAÇÃO SOCIAL Para Portero et al (2005) um programa de educação em Diabetes Mellitus precisa oferecer orientação mediante ações associadas a estratégias de apoio emocional, oportunidades para interação social, valorização pessoal, resgate do prazer sensorial da alimentação, manejo do estresse e estímulo para a reconquista do apoio familiar. Spadini (2007) aponta que a socialização é um processo que está presente nos grupos, podendo acontecer como objetivo central da atividade ou como uma meta a ser desenvolvida por pessoas que necessitam de ajuda para se reinserirem na comunidade. De acordo com Brandão, Peixoto e Ferraz (2007), a teoria de enfermagem de Imogene King postula que existem três sistemas de interação: o pessoal, o interpessoal, e o social. Diniz e Rufino (1996) mencionam que o enfermeiro empático revela seu comportamento na interação: vê-se na sensibilidade com que escuta o paciente, na forma de ajudá-lo a concentrar-se em sua experiência e a suportá-la e na maneira com que o ajuda a pôr em perspectiva essa experiência em uma nova síntese, enfim, na forma como participa e compartilha com o mesmo. 7 METODOLOGIA O estudo foi caracterizado no tipo denominado descritivo-exploratório, com uma abordagem qualitativa. A pesquisa desenvolveu-se no período de agosto a outubro de 2007 em um Centro de Saúde de Teresina que presta assistência básica aos portadores de Diabetes Mellitus Tipo II, incluídos na Estratégia de Saúde da Família. Os participantes da pesquisa foram quinze adultos portadores de Diabetes Mellitus Tipo II de 30 a 80 anos e um profissional Enfermeiro que desenvolve suas atividades em um Centro de Saúde de Teresina (PI). Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada e o questionário de perfil sócio-demográfico com gravação de áudio e transcrição na íntegra até atingir o ponto de saturação. Os dados foram discutidos e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo e categorizados. Os 94 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 resultados foram analisados utilizando a interpretação de categorias tendo como fundamento os elementos conceituais contidos no referencial teórico presentes no estudo. Ressalta-se que os participantes assinaram Termos de Consentimento Livre e Esclarecido e de Veiculação de Imagens. 8 ANÁLISE E DISCUSSÃO Dentro do estudo realizado pode-se observar o surgimento de três categorias que foram: Processo educativo realizado pela enfermeira que engloba reeducação alimentar, atividade física, tratamento medicamentoso e cuidados com o pé diabético; Relacionamento Terapêutico enfermeiro-cliente e Atuação da enfermeira como motivação no processo de interação social. Na categoria Processo educativo realizado pela enfermeira, a reeducação alimentar foi apontada pelos participantes como: Sofri muito, a dieta para mim foi o mais difícil A enfermeira nos incentiva a fazer a dieta para Diabetes A enfermeira explica bem direitinho sobre a dieta e a gente entende Quanto à eficácia do tratamento de Diabetes Mellitus tipo II, a reeducação alimentar se insere como estratégia, tal como é apontado por Smeltzer e Bare (2005) que elegem cinco componentes do tratamento do Diabetes Mellitus tipo II, entre eles o tratamento nutricional, exercício, monitoração, terapia farmacológica e educação. A atividade física foi vista por eles como: Ela incentiva a gente a fazer ginástica, caminhada e dança com o professor de educação física Antes de fazer caminhada eu só vivia internada, agora eu quase não me interno e ainda consigo fazer as atividades de casa sem doer meu corpo Mancini (2002) aponta os benefícios da mesma para a saúde biológica como o controle de peso corporal, melhora da tolerância à glicose, densidade mineral óssea, perfil de colesterol e redução da pressão arterial. Enquanto que Recine e Radelli (2003) remetem que o exercício físico contribui com 8 a 20% do gasto diário total de energia modulando e regulando os mecanismos cerebrais que controlam a ingestão de alimentos. 95 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 De acordo co o Ministério da Saúde (BRASIL, 2002) a prática de atividade física reduz a incidência de doenças cardiovasculares importantes e a falta de atividades físicas associada a dietas inadequadas, ao tabagismo, ao álcool e a outras drogas é determinante na ocorrência e progressão das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), em especial diabetes e hipertensão. Analisaram-se as falas dos participantes da pesquisa e percebeu-se que todos são usuários de medicações para o tratamento de Diabetes. Alguns relatam ter tido reações adversas a algumas drogas, outros enfocam que a fase de adaptação às drogas hipoglicemiantes e/ou insulina é muito complicada, outros ainda mencionam que o Centro de Saúde em estudo e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) facilitaram a entrega de medicações e o atendimento individual. Essas percepções podem ser vistas através das seguintes falas: Antes era uma dificuldade receber os remédios, até acabavam, mas hoje com o saúde da família ficou mais fácil A Enfermeira explica muito pra gente sobre os remédios No começo sentia uma gastura com o remédio e a insulina me deixava fraca, ai a enfermeira e o doutor me consultaram e eu fiquei melhor Smeltzer e Bare (2005) afirmam que a terapia farmacológica constitui-se de insulina para Diabetes tipo I e hipoglicemiante oral e/ou insulina para Diabetes Mellitus tipo II. Como base nos estudos de Assunção, Santos e Costa (2002), os ensaios clínicos com as sulfoniluréias foram instituídos em pacientes diabéticos tipo 2 no início da década de 50. E os fármacos biguanida e metformina foram extensivamente utilizados na Europa sem efeitos adversos significativos e tem sido utilizada nos Estados Unidos desde 1995. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) caracteriza-se por um modelo centrado no usuário e um dos objetivos da ESF é facilitar à população de baixa renda um atendimento com acompanhamento contínuo. A seguir, nas falas dos participantes da pesquisa, observa-se o envolvimento e a preocupação da enfermeira com os pacientes objetivando evitar complicações diabéticas, especificamente o pé diabético. Ela cuida muito da gente e se preocupa como tá os nossos pés Ela diz que a gente precisa cortar a unha e calçar sandália confortável Se eu tivesse cuidado no início, eu não teria amputado a minha perna 96 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Não tenho o que dizer da enfermeira, ela para mim é uma pessoa ótima. Quando os meus pés estão muito rachados, ela vai lá em casa com os aparelhos e limpa bem direitinho Como dito anteriormente o enfermeiro passa por um processo de reestruturação de suas competências e, para que atinja seus objetivos dentro da Estratégia de Saúde da Família, a cada dia, está realizando cursos e aperfeiçoamentos para poder cuidar em saúde nos moldes da atenção básica. A reeducação alimentar, o tratamento continuado em parceria com o tratamento medicamentoso, a realização de atividade física e os cuidados com o pé diabético somam-se para um processo educativo eficaz na redução dos índices de complicações diabéticas. A atuação do enfermeiro no enfrentamento de possíveis complicações voltando-se para a educação em saúde se mostrou peça fundamental para que tais complicações sejam uma ameaça cada vez mais distante na comunidade estudada. A categoria relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente pode-se coletar as seguintes afirmativas: Ah! Ela é aberta, amiga, incansável, não se aborrece não demonstra problemas Ela é muito legal, delicada, tem um coração humilde e explica tudo o que a gente precisa saber A enfermeira é muito bacana, ela pega no braço da gente e traz aqui no posto, ela cuida da gente A gente dá muito trabalho pra ela, mas ela não desanima nunca, só anda sorrindo. É muito animada Ela conversa com a gente como se fosse uma pessoa da família. Nunca vi uma mulher como essa daí, bacana Quando descobri a doença não quis aceitar o tratamento e tive depressão, mas com a ajuda da enfermeira e do médico acabei entendendo que o tratamento é pra vida toda. Ela me deu muito apoio Ela é uma doutora muito boa, amiga da gente, paciente e delicada O relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente ocorre de diversas formas: através da motivação; de uma comunicação eficiente, ou seja, de um diálogo franco e aberto; de demonstrações de carinho pelo ato de tocar o paciente; 97 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 pela disponibilidade em atender e explicar suas dúvidas e questionamentos; pelo simples sorriso, entre outras. Apóstolo et al (2007) em seus estudos verificarem que existem fatores externos e internos que motivam os pacientes a aderir ao seu tratamento. Para alguns, essa motivação vem de dentro e apresentam o desejo de realizar seu tratamento sem grandes esforços. Já outros necessitam de uma ajuda quer seja dos amigos e familiares, quer dos profissionais de saúde, entre eles o enfermeiro. Os estudos de Dell’Acqua (1998) pontuam que não basta orientar, mas sim realizar um trabalho de educação contínua para que o portador de Diabetes Mellitus tenha uma assistência adequada. Nas afirmações dos pacientes, muitos comentaram o fato de a enfermeira tocar sua pele. Essa atitude faz parte da comunicação não-verbal e o enfermeiro deve fazer uso dessas atitudes como meio de aproximação dos seus pacientes. Além da promoção da confiança como fator de interação terapêutica, o enfermeiro dispõe do toque como instrumento de aproximação de seu paciente. Por isso Dell’Acqua (1998) diz que o ato de tocar é sempre apontado como um tipo especial de proximidade, e toda a pessoa que toca transmite algo, mas também recebe alguma coisa em troca. Para a categoria atuação da enfermeira como motivação no processo de interação social, verificaram-se os seguintes relatos: Os passeios e as viagens faz as pessoas se divertirem. As pessoas se encontram e ficam amigas Nos passeios ela se preocupa com a gente, leva insulina e medicamentos. E a gente pode brincar à vontade Eu gosto demais dos passeios, lá a gente se diverte, encontra os amigos e ela sempre do nosso lado. Ela se iguala com a gente Ela faz reunião com a gente, passa filme, explica tudo do Diabetes Nos passeios a gente passa o dia alegre, faz amizade, é muito bom A Interação Social foi percebida através dos relatos quando eles contam entusiasmadamente sobre as viagens para Luis Correia, os passeios para o Roncador, as festas de final de ano e todas as datas comemorativas de que participam. Nestas oportunidades expressam que antes de fazer acompanhamento no Centro de Saúde em estudo e de conhecer a enfermeira, tinham uma vida triste, sem motivos para desfrutá-la e depois que essa realidade mudou o rol de amizades aumetou significativamente. 98 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 As características pessoais da enfermeira coincidem com os pensamentos de Diniz e Rufino (1996), que relatam que o enfermeiro pode descobrir que a empatia é seu instrumento mais valioso ao comunicar-se com seus pacientes. No grupo estudado pode-se perceber que o diagnóstico do Diabetes Mellitus tipo II a priori se mostrou como sentença de isolamento e de mudança radical nos hábitos de vida, levando aos entrevistados uma sensação de solidão, de medo e de dependência. O enfermeiro neste momento se mostrou preparado para buscar estratégias para inserir o portador de Diabetes Mellitus tipo II em um ritmo de vida ativo, produtivo e sem dúvida mais feliz. Tudo isso se deu pela união do saber científico com a sensibilidade de utilização de métodos alternativos como técnicas de lazer, esporte e cultura para o enfrentamento do preconceito acerca da patologia, levando-os à adesão ao tratamento, e tendo como resultado a elevação da qualidade de vida. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em pacientes com Diabetes Mellitus Tipo II estabelecida, a terapia conservadora é a melhor opção. A estratégia de tratamento leva em consideração a patogênese multifatorial da doença e visa a uma influência positiva em todos os fatores de risco modificáveis (Figura 1). Essa visão multifatorial faz parte do trabalho realizado no Centro de Saúde em estudo. As concepções relacionadas ao processo de adoecimento refletem nas estratégias utilizadas pela enfermeira, que trabalha corpo e mente de seus pacientes. A Figura 1 representa todas as estratégias utilizadas pela enfermeira para a adesão ao tratamento do Diabetes Mellitus Tipo II. Expõe seu caráter pró-ativo; o dinamismo com o qual realiza suas atividades; a forma organizada de coordenar as ações em conjunto com as outras equipes do Centro de Saúde em um trabalho multiprofissional e a visão holística de seu paciente, garantindo assim que seu acompanhamento seja integral. 99 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Figura 1- Opções Terapêuticas do Enfermeiro para a adesão ao tto do Diabetes Mellitus Tipo II A Figura 1 resume em sua essência as características do trabalho da profissional de saúde de que a pesquisa trata. Aponta para um direcionamento de tarefas e estratégias que podem ser utilizadas em outras unidades de saúde onde os números de internações hospitalares por complicações diabéticas revelem o insucesso de tentativas para a adesão ao tratamento do portador de Diabetes Mellitus tipo II. Nessa oportunidade buscam-se estratégias inovadoras no intuito de contribuir de forma eficaz para a diminuição das complicações diabéticas, bem como os números de internações hospitalares e óbitos. Em decorrência de números alarmantes de complicações diabéticas e óbitos, a pesquisa se insere como subsídio para futuros estudos, e parte do pressuposto de que a contribuição do profissional enfermeiro através da disponibilidade como meio de fortalecimento do relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente é fundamental na adesão ao tratamento de Diabetes Mellitus tipo II. Essa disponibilidade por parte da enfermeira a seus pacientes, demonstrada no estudo, é um dos motivos que comprovam a eficácia da confiança, enquanto que para o paciente é satisfatório ser atendido prontamente a qualquer hora. Fortalecendo laços afetivos, facilitando o diálogo terapêutico e o estabelecimento 100 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 de um programa de tratamento pautado nos fatores que interferem para a não adesão ao tratamento, permitindo assim que as estratégias a serem utilizadas tenham êxito, bem como, e possibilitam ao portador de Diabetes Mellitus Tipo II um aumento da qualidade de vida. ROLE OF NURSES IN ACCESSION TO THE PROCESSING TYPE II DIABETES MELLITUS ABSTRACT The Diabetes Mellitus currently reaches epidemic proportions, demanding a high cost on both economic and social your index in Brazil tripled in the last decades. As a result of these numbers alarming the research investigated the role of the nurse in the accession to the treatment of Type II Diabetes Mellitus in a Health Centre of Teresina providing basic care to carriers. This study aimed to describe how the diabetic patient and their primary caregivers understand the difficulties for the control of diabetes, the strategies used for compliance with treatment and also highlight the role of the nurse in the preventive setting. The data were collected through interviews and questionnaires audiogravado of socio-demographic profile and submitted to the examination of thematic content, in the Health Centre of Teresina-PI, August to October 2007. The categories that emerged from the analysis were: educational process conducted by nurses, nurse-client relationship Therapeutic and Practice of the nurse as a factor of social interaction. Those categories relate to the influences interpersonal between nurse and patient, which are based on a set of beliefs and values that interfere with motivation and the ability of the patients cope with their disease. Based on the results, recommend themselves know the patterns of response of the patient and the nurse, in relation to their feelings, conflicts and needs, establishing a link which provides conditions for effective together traçarem up strategies to achieve the targeted control Metabolic. KEYWORDS: Diabetes Mellitus. Therapeutic Relationship. Health professionals. Treatment. Social Interaction. REFERÊNCIAS APOSTOLO, J. L. A. et al . Incerteza na doença e motivação para o tratamento em diabéticos tipo 2. Rev. L atino -Am. Enfermag em , Ribei rão P r e t o , v . 1 5 , n . 4 , 2 0 0 7 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692007000400009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13 Nov 2007. 101 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ASSUNCAO, M. C. F.; SANTOS, Iná da Silva dos; COSTA, Juvenal Soares Dias da. Clinical management of diabetic patients: process evaluation in Pelotas, Southern Brazi l. Cad. 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INTRODUÇÃO De acordo com Barnard (1971, apud CHIVENATO, 2000), pode-se entender a organização como um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. É fundamental, aqui, a cooperação e comunicação entre essas últimas, o que vem a contribuir numa ação conjunta, com vistas a alcançar um objetivo comum. Dessa forma, as organizações são unidades sociais, intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos, assim como de suprir as necessidades dos indivíduos, sejam elas emocionais, espirituais, intelectuais, econômicas, etc. (CHIAVENATO, 2000). Segundo o mesmo autor, existem organizações dos mais diversos ramos de atividades, que utilizam diferentes tecnologias para produzir bens e serviços dos mais variados tipos vendidos e distribuídos de maneiras diferentes para os mais diferentes tipos de mercados, a fim de serem utilizados pelos mais diversos consumidores. Consideram-se, aqui, no presente estudo as organizações Hoteleiras, levando em conta sua crescente expansão em termos de mercado, e consequentemente por abranger um percentual maior em temos de Recursos Humanos. 106 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Busca-se demonstrar, a partir de uma revisão da literatura sobre o tema em questão, a importância de se considerar a auto-estima e a motivação nestas organizações como forma de se obterem melhores resultados. Considerando que diante da realidade de expansão do setor de hotelaria e seu potencial de geração de novos empregos, torna-se relevante investir na qualidade dos serviços prestados, visando ao alcance de posições competitivas, por meio do foco na qualificação e na valorização das pessoas. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo que, segundo Connoly (1999, apud BICALHO, 2002), em geral, é o método mais adequado para os estudos descritivos e exploratórios, pois auxilia na compreensão e no desenvolvimento inicial de uma fundamentação teórica para um dado fenômeno de interesse. Organizações Hoteleiras Inicialmente, é válido ressaltar, que de acordo com Chiavenato (2000), uma organização Hoteleira pode ser caracterizada como do tipo Burocrática, por conta de seus processos de trabalho serem padronizados e formalizados, por haver um acentuada especialização (vertical e horizontal) e departamentalização, que criam estruturas com muitos níveis hierárquicos e muitos segmentos ou setores. Há ainda nesse tipo de organização o uso intensivo de regras e regulamentos, com documentação escrita para garantir consistência ao longo do tempo, além de prevalecer o princípio de hierarquia oficial (CHIAVENATO, 2000). Destaca-se, a importância deste setor de hotelaria no desenvolvimento turístico, onde Nishimura (2000) apresenta dados levantados pela Horwath Consulting no período de 1991 a 1997, os quais demonstram que a procura por estada nos hotéis de cinco estrelas cresceu 6,6%, nos de quatro o crescimento foi de 7,6%, ao passo que o PIB no mesmo período cresceu 3,4%. No plano internacional, o turismo é a atividade econômica mais importante em volume de recursos movimentados, logo após a indústria petrolífera e a indústria bélica. O setor de turismo, em que a hotelaria é um dos segmentos, contabiliza cerca de 200 milhões de empregos, movimenta o montante de US$ 3,5 trilhões aproximadamente, equivalente a mais de 10% do PIB mundial, de acordo com a World Travel & Tourism Council (WTTC, 2003, apud LOBIANCO & RAMOS, 2004). A nível de Brasil a indústria do turismo vem crescendo de maneira rápida e dinâmica, impulsionando um avanço econômico-social em suas regiões e possibilitando, assim, a expansão do mercado de trabalho. O emprego gerado por essa atividade, segundo Arbache (2001), representa de 1% a 2% da população ocupada nos países em desenvolvimento. No caso do Brasil, esse número encontrava-se, há três anos, no intervalo de 1,95 a 2,68, significando que a 107 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 proporção da população ocupada na atividade do turismo no país está acima daquela de outros países em desenvolvimento. Em termos de investimentos nessa atividade, dados mais recentes indicavam que o Brasil recebeu, nos últimos anos, US$ 10 milhões do governo federal, para aumentar o conforto dos turistas e, segundo a Embratur, há uma estimativa de direcionamento de US$ 6,5 bilhões em investimentos privados na construção de resorts, hotéis e pousadas até 2005. Todos esses recursos devem gerar 450 mil novos empregos diretos e indiretos, que se somarão ao 1,2 milhão já existente. As grandes transformações da indústria hoteleira afetam tanto a estrutura empresarial quanto a concepção de negócios, constituindo-se num elemento essencial da infra-estrutura turística (BENI, 1998; LAGE & MALONE, 2000, apud LOBIANCO & RAMOS, 2004). O Setor de Turismo desponta como um dos principais empregadores, oferecendo trabalhos registrados, a despeito da crescente informalidade dos vínculos que se observam e investindo na qualificação básica da sua mão-deobra. Entretanto, demonstra ainda não ter despertado totalmente para a relevância da adoção de novas políticas e práticas nas relações de trabalho, como destacou Arbache (2001), principalmente no ramo de hospitalidade, no qual se registram, baixos salários, alta rotatividade (com tempo médio de quatro anos de serviço), condições insalubres de trabalho, carga horária extensa e irregular e pouco ou nenhum investimento em sua qualidade de vida. A hotelaria se expandiu a ponto de transformar-se em um dos mais importantes setores de grande significado para a economia mundial. Andrade e Brito (2000, apud LOBIANCO & RAMOS, 2004) mostram que o extraordinário desenvolvimento do turismo, ocorrido nas últimas décadas, deu oportunidade para o surgimento de novos tipos de hotéis, dirigidos aos nichos de mercado, substituindo cadeias mais antigas, oferecendo novos produtos, visando ampliar ou, pelo menos, manter sua participação no mercado. Sobre o segmento da hotelaria, Castelli (2000) afirma que não basta satisfazer as exigências dos clientes, mas é preciso fazer melhor do que os concorrentes. A qualidade passa a ser uma poderosa arma estratégica ou uma vantagem competitiva. Para atender a esses requisitos, surge a preocupação de se desenvolver em mecanismos que garantam a obtenção de um padrão de qualidade nos serviços em hotéis. Sendo de suma importância, aqui, considerar-se a auto-estima daqueles que o compõem. Segundo Serson (1999), o setor de turismo tem se destacado intensamente nos últimos anos, como uma atividade que apresenta um dos maiores crescimentos econômicos mundiais. E é claro que dentro do turismo a hotelaria ganha um grande destaque, principalmente como exemplo em prestação de serviços com qualidade, haja vista que se trata de um segmento onde o consumidor é 108 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 caracterizado por um alto grau de exigência. E não se pode deixar de mencionar que a hotelaria é o equipamento fundamental de um núcleo receptor. O turismo é, assim, uma atividade humana composta pela demanda e oferta de um produto turístico. Segundo Beni (2000) o produto turístico por sua vez é formado por: acessibilidade, ou seja, as condições de acesso que possibilitam a ligação entre a demanda e oferta; atrativos turísticos que são os recursos naturais, artificiais e humanos de um produto turístico e por fim, forma-se também pelas facilidades, proporcionando suporte ao atrativo. O setor hoteleiro insere-se no segmento turístico como parte integrante das facilidades de um produto turístico. Sem a infra-estrutura hoteleira adequada, dificilmente um núcleo receptor se desenvolveria para o turismo. Baseado nisso, observa-se serem o turismo e a hospitalidade setores da economia que mais crescem e em uma considerável velocidade. A saturação do setor em outros países tem estimulado o cruzamento de fronteiras, buscando novas oportunidades para sobrevivência e crescimento. Para assegurar a competitividade, são necessários mecanismos que visem captar e reter a clientela (BICALHO, 2002). E dentro destes mecanismos, pode-se destacar o desenvolvimento do elemento humano, a partir de fatores como auto-estima e motivação, principalmente, daqueles que constituem o setor em questão (ou seja, os colaboradores). Auto-estima Independentemente de características físicas, homens e mulheres experimentam, em relação a si mesmos, sentimentos de valorização ou desvalorização. Enquanto alguns se comportam com desenvoltura, tomam iniciativa, sentem orgulho de si, outros demonstram passividade em relação aos fatos, sentindo-se inferiores (BOM SUCESSO, 2003). As diferentes posturas pessoais mostram que a auto-estima não decorre do julgamento do outro, nem da condição econômica ou social da pessoa. Cada vez mais se constata que é resultante de fatores de personalidade, geneticamente determinados, bem como da história de vida (BOM SUCESSO, 2003). Nesse sentido, pode-se compreender a auto-estima, segundo Coopersmith (1967, apud MARRIEL, 2006), como um juízo pessoal de valor, externado nas atitudes que o indivíduo tem consigo mesmo. É uma experiência subjetiva, à qual as pessoas têm acesso mediante relatos verbais e comportamentos observáveis. A percepção que o indivíduo tem do seu próprio valor e a avaliação que faz de si mesmo em termos de competência constituem pilares fundamentais da autoestima. De acordo com Rosenberg (1989, apud MARRIEL, 2006) alguns estudiosos sugerem que esse julgamento pessoal é formado desde a infância. 109 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Assim, a pessoa com auto-estima adequada aprendeu a confiar em si e nos demais, tem uma posição existencial de valorização de si e do outro, respeitando a si e aos demais, mostra autoconsideração, usa de tratamento franco, direto e sincero, independentemente da posição ou do estilo da pessoa com a qual se relaciona. E se ocorrem situações nas quais experimenta a falta de confiança, busca conscientemente refazer-se, uma vez que sua estrutura básica é de autoconfiança (BOM SUCESSO, 2003). É válido ressaltar que, segundo Bom Sucesso (2003), a auto-estima não se confunde com aparentar segurança, nem como postura de achar-se superior pelo acúmulo de bens materiais, ou de brigar por posições que configuram status ou poder. Auto-estima é, sim, o estado interior que se experimenta em decorrência de experiências de vida que levam a sentir-se digno de respeito e merecedor de felicidade. Para a referida autora, a auto-estima adequada evidencia-se ainda no reconhecimento do próprio potencial e resulta na atitude de desafiar o próprio pensamento nos momentos em que se experimenta sentimentos de culpa ou de autodesvalorização (BOM SUCESSO, 2003). Por outro lado a baixa-estima faz com que a pessoa se submeta ao outro e frequentemente diga “sim” em situações nas quais desejaria dizer “não”. Negando os próprios desejos e abrindo mãos de planos e propostas pelo simples temor de desagradar ao outro (BOM SUCESSO, 2003). Baseado neste conceito de auto-estima, vê-se o quanto é importante considerá-la em termos organizacionais. Tendo em vista que um colaborador que mantém padrões elevados de auto-estima poderá consequentemente produzir mais, pois terá sempre o apoio da organização a qual presta serviço. Motivação Quanto à motivação, pode-se defini-la segundo Salanova et al (1996, apud ZANELLI et al, 2004) como uma ação dirigida a objetivos, sendo auto-regulada, biológica e cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas. É de conhecimento geral que qualquer organização gostaria de ver seus funcionários motivados e integrados com os seus objetivos, de forma a atingir o máximo de produtividade. Para Sievers (1998, p. 22) “a fragmentação do trabalho nas organizações produtivas e a alienação daí decorrente levou muitas pessoas que trabalham nas organizações contemporâneas a aceitarem como absolutamente normal desempenhar atividades que não fazem o menor sentido. (...) A motivação do 110 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 empregado só se tornou uma questão organizacional porque o próprio trabalho, pela excessiva fragmentação, perdeu o sentido”. Sabe-se também que a humanidade vem experimentando mudanças a uma velocidade realmente espantosa. Países rompendo estruturas milenares, a evolução tecnológica sendo medida em dias e produtos ficando obsoletos da noite para o dia, são provas evidentes de que estas mudanças provocam alterações nos processos organizacionais das empresas. Com tantas mudanças, imprevisíveis e incontroláveis, as organizações precisam estar preparadas para também mudar constantemente e de forma radical, precisam ser flexíveis. Segundo Wood Jr. & Picarelli Filho (1999, apud RIBEIRO & OLIVEIRA, 2002), para se tornarem flexíveis, as organizações devem estabelecer estratégias de desenvolvimento e capacitação de seus funcionários. Tudo isso dentro de um programa motivacional que abranja fatores como a estimulação do crescimento de seu pessoal, a recompensa do desempenho e iniciativa, a formulação de valores e visão organizacional desafiadores, além do apoio e estímulo ao treinamento e educação para toda a vida. Para Bergamini (1997, p. 34, apud RIBEIRO & OLIVEIRA, 2002), “quanto mais se aprofunda o estudo do comportamento motivacional humano, mais claramente se percebe que a motivação de cada um está ligada a um aspecto que lhe é muito caro, aquele que diz respeito à sua própria felicidade pessoal”. Dessa forma, não constitui tarefa fácil a motivação de pessoas, uma vez que necessidades diferentes requerem formas diferentes de recompensa e que cada indivíduo já traz consigo, quando ingressa na organização, um conjunto de fatores motivacionais intrínsecos estreitamente relacionados com habilidades e talentos pessoais. Aquise deve ressaltar que os fatores motivacionais além de variarem de indivíduo para indivíduo, também variam ao longo de sua vida e em conseqüência do ambiente de grupo no qual esteja inserido. É preciso descobrir de que forma as recompensas constituem fator motivador para o trabalhador, para que as tarefas não lhes pareçam tão-somente imposições, mas que tenham para ele significado. Motivar passa a ser uma tarefa mais abrangente do que apenas recompensar financeiramente. Torna-se uma busca diuturna e incessante da satisfação e realização através do trabalho (RIBEIRO & OLIVEIRA, 2002). A motivação é, portanto, uma ferramenta que se reveste de grande importância no processo administrativo. Segundo Chiavenato (1982, p. 414), “para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico”. Para Berelson e Steiner (1964 apud Chiavenato, 1982, p. 417), motivação é “um estado profundo que energiza, ativa, ou move... dirige ou canaliza o comportamento em direção a objetivos”. 111 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Montana (1999, p. 203) diz ainda que motivação é o “processo de estimular um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta desejada.” No processo produtivo, a motivação é uma ferramenta da mais relevante importância porque ela afeta sobremaneira o desempenho funcional e este é a mola propulsora da produção. Partindo-se do entendimento de que o clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os membros da organização, postula-se que a motivação está relacionada ao mesmo, na medida em que, quando há elevada motivação entre os membros, o clima organizacional se eleva, e se traduz em relações de satisfação, de animação, interesse, colaboração, etc. Por outro lado, quando há baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou barreiras à satisfação das necessidades, o clima organizacional tende a baixar, caracterizandose por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação, etc., podendo, em casos extremos, chegar a estados de agressividade, tumulto, inconformidade, etc., típico de situações em que os membros se defrontam abertamente com a organização (CHIAVENATO, 2000). Há uma premissa que afirma que altos níveis de motivação são capazes de melhorar o desempenho e garantir ganhos de produtividade. Contudo, é interessante observar alguns fatores que mediam tal relação, tais como: o significado que o trabalho realizado possui para quem o realiza; o sistema de recompensas e punições vigente nas organizações; o estilo gerencial e a qualidade do ambiente psicossocial de trabalho, além da convergência entre os valores pessoais e organizacionais (ZANELLI et al, 2004). É essencial identificar, de acordo com Evans (1986, apud ZANELLI et al, 2004), nas situações que envolvem as pessoas nas organizações, os fatores que verdadeiramente atuam como motivadores do comportamento humano no trabalho em determinada circunstância, e atuar de modo efetivo no pleno desenvolvimento destes. Para isto, é necessário que os participantes da organização, em geral, desenvolvam a capacidade de diagnosticar os elementos intrínsecos e extrínsecos que facilitam, como também, os que restringem a motivação humana no trabalho. Por fim, cabe ressaltar que, segundo Zanelli at al (2004), um trabalhador satisfeito com seu trabalho pode se tornar uma pessoa com mais possibilidades de ser um cidadão integrado à sociedade, à sua família e apresentar melhores índices de bem-estar físico e mental. Levando em consideração que satisfação é um resultado ou uma conseqüência de experiências pessoais no meio organizacional, que se irradiam para a vida social do indivíduo, pode, portanto, representar um forte indicador de influência do trabalho sobre a saúde mental, sobre a relação entre trabalho e vida familiar, ou até, de interação entre trabalho e vínculos afetivos pessoais. 112 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Importância da Auto-Estima e Motivação para o setor de Hotelaria Na definição de Barreto (2000, p. 13), turismo é “[...] uma atividade em que a pessoa procura prazer por livre e espontânea vontade [...]”. E que, compreendida por Mota (2001) e Ignarra (1999), como uma das principais atividades do turismo, a hotelaria é ainda considerada como elemento essencial e indispensável para a viabilização do turismo, pois é o que possibilita a permanência do turista no local visitado, através da hospedagem. Embora o processo técnico tenha trazido inovações e aperfeiçoamentos nessas empresas hoteleiras, o elemento humano continua e continuará sendo a peça fundamental, pois segundo Castelli (2003, p.36) “a demanda é humana e a oferta depende fundamentalmente do elemento humano”. E dentro da hotelaria, a profissionalização do elemento humano é indispensável, pois é dele que depende todo o processo de acolhida do cliente e conseqüentemente a própria sobrevivência do hotel. É do tratamento que o hóspede recebe no hotel que depende a imagem da cidade, da região e do próprio país. Reforçando a relevância das pessoas nesse ramo de serviço, Guerrier (2000) recomenda que as empresas hoteleiras devam centrar atividades, metas, estratégias e resultados na qualidade de vida de seus seres humanos, visto que, no ramo hoteleiro, não existe ação empresarial sem a participação de pessoas. Logo, a maneira de os empregados se portarem, passará aos clientes a forma de operação da organização. Da mesma forma que a qualidade dessas pessoas torna-se a própria qualidade do hotel Com o objetivo de oferecer melhores estruturas e maior qualidade aos clientes, muitas empresas hoteleiras têm terceirizado alguns serviços, tais como os de lavanderia, segurança, limpeza, jardinagem, estacionamento, recreação e restaurantes são terceirizados; e investido em tecnologia, marketing, produtos e serviços cada vez mais sofisticados, edifícios arrojados, estruturas físicas as mais elegantes, estruturas organizacionais dinâmicas. No entanto, têm esquecido um pouco o ser humano que trabalha na empresa, se não de forma geral (pois alguns treinamentos lhes são oferecidos), mas no sentido de utilizar de maneira pertinente a opinião deles como executores finais do processo de trabalho, seja ao valorizálos como pessoas, capazes de oferecer sugestões de melhorias, seja como parceiros do sucesso ou do fracasso da organização, conscientes da importância do trabalho que executam (WAHAB, 1991). Embora essa última referência seja do inicio da década de 90, informações atuais demonstram que essas ações permanecem como foco na gestão hoteleira. Assim, as atividades turísticas e de hospitalidade estão permanentemente procurando se desenvolver e aprimorar, pela pressão do mercado devido ao nível crescente de exigência de seus clientes, acirramento da concorrência - em nível 113 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 local e internacional - bem como pela profissionalização das empresas e pessoas que atuam de forma direta e indireta na área (BICALHO, 2002). A satisfação, propiciada por um produto, serviço ou sentimento é função direta do desempenho percebido e das expectativas. Se o desempenho ficar distante das expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se atender às suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às expectativas ficará altamente satisfeito ou encantado (KUAZAQUI, 2000). Por isto, Luz (1999) considera de vital importância o nível de motivação dos clientes internos para assegurar a prestação de serviços de qualidade. Aconselha às empresas a desenvolverem políticas de recursos humanos adequadas, de forma a buscar o comprometimento, a profissionalização e satisfação dos clientes internos continuamente. Na concepção de Luz (1999) é possível identificar a importância dada por um estabelecimento hoteleiro à qualidade de seus serviços, através da análise dos programas voltados para a elevação e manutenção da motivação dos clientes internos e de seu nível de qualificação. Só assim o estabelecimento poderá garantir a sua competitividade e participação no contexto global, do turismo, como equipamentos turísticos voltados para, efetivamente, atender as expectativas dos clientes. É válido ainda ressaltar que nas organizações pessoas com baixa-estima dificilmente são escolhidas para cargos importantes, sendo consideradas inseguras, incapazes de liderar. Preteridas, tornam-se queixosas e pessimistas, tendem a explosões inesperadas e comportamentos grosseiros (BOM SUCESSO, 2003). Deste modo, ao se observar a pessoa com baixa-estima, vê-se que não se sente bem consigo mesma, age com insegurança, costuma apresentar doenças psicossomáticas, vacila ou demora a tomar decisões (BOM SUCESSO, 2003). E para melhorar a qualidade de vida é necessário que a organização tenha toda uma cultura de melhoria de qualidade de vida e que os funcionários vivenciem isso. Segundo Wagner III & Hollen Beck (2002), a cultura organizacional ajuda a criar um entendimento mútuo da vida da organização, possuindo três funções básicas: dar aos membros uma identidade organizacional; facilitar o compromisso coletivo e promover a estabilidade organizacional. Por tudo isso, é importante que a cultura organizacional esteja bem clara aos funcionários e também aos clientes/usuários. Em uma organização Hoteleira, então, é que se deve dar importância a essa cultura, que servirá de criação de identidade dos colaboradores com a organização. Como se disse, há uma necessidade muito grande de a qualidade de vida ser uma meta a ser alcançada também para os colaboradores. Eles devem vivenciar isso. Chanlat (1992) afirma que a nostalgia dos operários e o desconforto existencial 114 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 relatado freqüentemente por estes são reflexos de uma imagem que se cultiva na sociedade global, de um mundo essencialmente dominado pela racionalidade instrumental e por categorias econômicas rigidamente estabelecidas, de homens e mulheres vistos nas organizações apenas como recursos ou quantidades materiais cujo rendimento deve ser satisfatório do mesmo modo como as ferramentas ou a matéria-prima. E uma organização que possui um objetivo de crescimento deve funcionar da forma mais humanizante possível e ter valores que formem uma cultura organizacional sólida, condizente com suas metas. Afinal, em organizações é importante mostrar os pontos fracos dos indivíduos, mas de forma respeitosa e estimuladora. Posto que, o feedback encoraja a autopercepção e amplia o autoconhecimento (Bom Sucesso, 2003). Ou seja, favorece o crescimento do colaborador enquanto ser humano e consequentemente uma melhora no rendimento da organização. CONCLUSÃO Nos dias de hoje, observa-se que o mundo está passando por diversas modificações referentes ao mercado de trabalho, modo de vida, lazer, exigências profissionais, e outros. O turismo é considerado, em nível mundial, como um dos mais significativos instrumentos de alavancagem da economia, por viabilizar o desenvolvimento econômico e social, mediante a expansão do mercado de trabalho, a geração de novos empregos e uma distribuição de renda mais justa. Além disto, destaca-se por ser um dos setores da economia que mais cresce e em uma considerável velocidade (BICALHO, 2002). Diante dessa situação, exige-se do indivíduo, que faz parte deste setor, cada vez mais coragem para enfrentar desafios, que o impulsionarão na revisão de crenças e valores, que reforçarão a necessidade do autoconhecimento, do auto-respeito e um forte senso de valor pessoal (BOM SUCESSO, 2003). No caso da hotelaria, somente com a busca constante de crescimento e do desenvolvimento pessoal é que se têm condições de atender às exigências e aos padrões de qualidade requeridos pelos hóspedes, que contam, cada vez mais, com uma oferta diversificada de estabelecimentos hoteleiros, garantindo, com isso, a continuidade e boa divulgação do hotel. Finalmente, levando em consideração os dados demonstrados na pesquisa, conclui-se que, um profissional com auto-estima adequada, e que esteja motivado naquilo que faz tende a obter melhores resultados em termos de produtividade, tanto para si como para organização a quem presta serviço. Nesse sentido, Bom Sucesso (2003, p. 107) afirma que “quem faz o que não gosta, quer por medo de mudar os rumos da vida, quer pelas limitações externas para as quais não se 115 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 encontram soluções no curto prazo, inevitavelmente experimenta sofrimento e frustração. Por outro lado, o trabalho realizador, relações interpessoais respeitosas e confiáveis, clima organizacional saudável e motivador melhoram a satisfação e aumentam os indicadores de felicidade”. E partindo do pressuposto de ser a Psicologia Organizacional uma área de atuação do psicólogo em organizações diversas, especialmente organizações de trabalho, buscando uma pluralidade e diversidade nas informações e uma perspectiva crítica, considera-se a fundamental relevância desta área de atuação profissional, como um mecanismo de apoio no crescimento do setor de Hotelaria. A fim de que, tal crescimento possa ser seguido de desenvolvimento em termos de Recursos Humanos e Humanização. THE IMPORTANCE OF SELF-ESTEEM AND MOTIVATION IN ORGANIZATIONS HOTELEIRAS HOW TO IMPROVE THE PERFORMANCE OF FORM IN THIS INDUSTRY ABSTRACT The self-esteem and motivation are important tools for performing any function performed in an organization. This study aims to show the importance of organizations consider them in hotels as a way to achieve better results. To drive at, therefore, offer subsidies for a possible development of this sector of professional expertise from the knowledge of Organizational Psychology. This is a review article, prepared from a bibliographic research on the topic addressed. Keywords: self-esteem, motivation, organizations, results, hotels. REFERÊNCIAS ARBACHE, J. S. O mercado de trabalho na atividade econômica do turismo no Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. BARRETO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 8a ed. 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Trabalho. 1 INTRODUÇÃO O termo estresse (do inglês stress, que significa pressão, tensão, exercer peso) foi empregado inicialmente na Física, referindo-se ao grau de deformidade que uma estrutura sofre quando submetida a um esforço ou tensão. E foi usado pela primeira vez como termo médico em 1936, por Hans Selye, definido como "resposta do corpo a qualquer demanda, quando forçado a adaptar-se à mudança" (ANDREWS, 2003, p.12). O estresse é, portanto, "uma reação não específica de um indivíduo submetido a estímulos externos chamados estressores - que podem ser desagradáveis e dolorosos ou desejáveis e agradáveis". O estresse é uma condição dinâmica na qual um indivíduo é confrontado por uma oportunidade, restrição ou exigência relacionada ao que ele deseja e pela qual o resultado é percebido como sendo tanto incerto quanto importante. O trabalho é fonte de satisfação de diversas necessidades humanas, mas também é fonte de adoecimento quando contém fatores de risco para a saúde. O estresse ocupacional tem origem e/ou pode ser agravado pelas condições 119 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 existentes no ambiente de trabalho. E é um fenômeno recorrente a todas as ocupações, níveis hierárquicos e estruturas organizacionais. Mas há profissões em que o estresse pode ser identificado mais facilmente devido às fontes de pressão e exigências naturais desses postos de trabalho serem mais altas. Assim, o presente artigo tem como objetivo fazer uma discussão sobre o estresse e o estresse ocupacional no ambiente de trabalho. Sendo um estudo bibliográfico. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Estresse O estresse é uma reação biológica em todos os animais, desenvolvida ao longo de milhões de anos de evolução, para salvar suas vidas numa emergência (ANDREWS, 2003). Por exemplo, quando um indivíduo sai para caçar ele necessita de certo nível de estresse para estar preparado para situações de luta ou fuga. A energia gerada e liberada para o indivíduo permitia sua sobrevivência. Hoje, além de acidentes e doenças, o homem enfrenta outros riscos, como procura de emprego, manutenção neste, ou mesmo a adaptação às mudanças do ambiente de trabalho. Schüller (apud CHIAVENATO, 2005) afirma que o estresse é uma situação dinâmica em que a pessoa é confrontada com uma oportunidade, limitação ou demanda em relação a alguma coisa que ela deseja e cujo resultado final é importante e incerto. Geralmente, tem-se uma visão negativa do estresse, entendendo-o como experiência de situações percebidas como ameaçadoras a nosso bem-estar físico e psicológico (ATKINSON et al. 2002). O estresse pode ser definido como qualquer situação de conflito que produz uma mudança no comportamento físico e emocional do individuo, sendo uma resposta de adaptação psicofisiológica que pode ser negativa ou positiva no organismo. Tanto o agente estressor como seus efeitos sobre o indivíduo podem ser descritos como situações desagradáveis provocadoras de dor, sofrimento e desprazer. Wagner III e Hollenbeck (1999 apud VIEIRA, 2004, p.26) definem o estresse como “um estado emocional desagradável que ocorre quando as pessoas estão inseguras de sua capacidade para enfrentar um desafio percebido em relação a um valor importante”. Mas, como já visto anteriormente, o estresse tem seu lado positivo. Lipp (2001 apud VIEIRA, 2004, p.26) entende o estresse como: 120 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Uma reação do organismo, com componentes físicos e psicológico, causadas pelas alterações psicofisiológica que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que a irrite, amedronte, que a excite, ou mesmo que a faça feliz. O estresse não é doença, mas uma reação instintiva ao perigo real ou imaginário, ou seja, um alerta, pois quando em demasia está ligado a maioria dos problemas de saúde (ZAKABI, 2004 apud VIEIRA, 2004, p.9). Tamayo (2007) afirma que o estresse pode ser utilizado pelas pessoas como forma de adaptação às exigências do meio externo ou como respostas a metas fixadas para si próprio. Nessa mesma linha Robbins (2002 apud VIEIRA, 2004, p.26) descreve que o estresse “deve ser visto como uma oportunidade quando oferece um potencial de ganho, quando se está motivado e envolvido no desenvolvimento de uma atividade que dá prazer”. O que diferencia o estresse saudável do estresse negativo é a intensidade, freqüência e duração da exposição e, particularmente, a falta de controle sobre a situação estressante. Ou seja, eventos são potencialmente estressantes quando não podem ser controlados, previstos ou quando desafiam a capacidade e o autoconceito do indivíduo. Segundo Andrews (2003, p.31) “muito do nosso estresse não vem de ameaças a nossas vidas, mas sim aos nossos egos, à nossa auto-importância. O nosso estresse é emocional e social”. Estressante é, portanto, toda situação que exige do indivíduo uma adaptação específica para enfrentá-la (CUNGI, 2004). Os fatores estressores podem ser externos, como acidentes, morte, brigas, dificuldades financeiras; ou internos, que consistem nos valores individuais, características pessoais, padrão de comportamento, modo de ver o mundo e reação à vida. Os estressores, ainda, podem ser agudos ou crônicos. Ambos são intensos, perigosos, ou mesmo incontroláveis. A diferença é que os estressores crônicos caracterizam-se por eventos repetitivos, como sobrecarga profissional, colegas irritantes, familiar doente, engarrafamentos. Descobriu-se que estes aborrecimentos crônicos diários são mais estressantes do que eventos grandes e dramáticos (ANDREWS, 2003). Sabe-se que as pessoas reagem de diferentes maneiras a situações estressantes. Para Lipp (2001 apud VIEIRA, 2004) algumas características pessoais desenvolvidas desde a infância vêm servir como fonte em potencial de estresse em termos de crença e valores inadequados, mas quando adequadas, ajudam o indivíduo a adquirir estratégias de defesa que facilitam o manejo do estresse. 121 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Entende-se por estratégias de defesa as possíveis ações que podem ser utilizadas em situações de pressão no trabalho, que neste estudo são divididas em três categorias: racionalização, apoio social e regulação emocional. A racionalização consiste em tomar consciência dos próprios pensamentos automáticos e aprender a modificá-los de maneira realista. Para Atkinson et al. (2002, p. 536) a racionalização consiste na “atribuição de motivos lógicos ou socialmente desejáveis ao que fazemos de modo a parecermos ter agido racionalmente”. O apoio social consiste no suporte recebido por familiares e colegas de trabalho, para que se possam discutir problemas, alegrias, receber colaboração ou suporte. Cungi (2004) esclarece que ter um bom relacionamento gera equilíbrio e êxito e diminui as conseqüências ruins do estresse. No mesmo sentido, Atkinson et al. (2002) afirma ser mais fácil tolerar o estresse quando se compartilha sua causa com outros. Às vezes a família e amigos podem aumentar o estresse do indivíduo, então é importante que este apoio social seja positivo. A regulação emocional se refere às atitudes que visam acabar com reações emocionais prejudiciais ao indivíduo. Cungi (2004) afirma que os hábitos emocionais são as representações dos mecanismos psicológicos do estresse e consistem na principal causa de complicações da saúde física e mental. Andrews (2003) fala que as pessoas emotivas possuem maior sensibilidade aos estressores. Confirma-se através da descrição de comportamentos Tipo A e Tipo B, desenvolvida pelos cardiologistas Fridman e Rosenman, em 1959. E que o comportamento Tipo A é aquele que sempre está com pressa e fazendo varias coisas ao mesmo tempo, altamente competitivo e hostil, sente-se constantemente pressionado pelo tempo, está sempre em movimento, mede seu sucesso pela qualidade, anda e come com rapidez. Ou seja, definido como “uma ‘luta contra o tempo e os outros‘ para manter o controle sobre as situações” (CUNGI, 2004, p. 23). Pessoas Tipo A, então, apresentam maiores riscos de apresentar doenças cardiovasculares. O comportamento Tipo B não é necessariamente o contrário do Tipo A. Para Santos (1995 apud CAIAFFO, 2003) as principais características do tipo B são: ser pouco ambicioso, permanecer no mesmo emprego, pensar devagar, ser menos orientado para o trabalho. Este indivíduo não se preocupa com o tempo, é paciente, não fica nervoso, relaxa sem culpa, não tem pressões ou preocupações. Sabe-se que o padrão de comportamento Tipo A pode ser modificado com programas terapêuticos bem-estabelecidos. Um destes programas consiste na técnica cognitiva. Esta técnica procura ajudar as pessoas a identificarem quais situações estressantes produzem os sintomas fisiológicos e emocionais e ajudam os mesmos a alterarem o modo como lidam com estas situações. Pode-se descrever o processo em três etapas. Na primeira etapa, o automonitoramento, 122 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 as pessoas são instruídas a se conscientizar das situações estressantes, quais as respostas do corpo a estas situações e quais os pensamentos (automáticos) antes e após a situação, assim como os sentimentos que emergem. Na segunda etapa a pessoa é levada a identificar que crenças e expectativas poderiam explicar os sintomas que apareceram. A etapa final é mudar o modo de encarar a situação estressante ou o comportamento do indivíduo em relação à mesma (ANDREWS, 2003). Outras técnicas úteis para o controle do estresse são: o treinamento em relaxamento e os exercícios. Pesquisas demonstram que o treinamento em relaxamento faz com que a pressão arterial diminua, a utilidade deste parece depender do indivíduo. Da mesma forma os exercícios físicos regulares diminuem a pressão arterial e também a freqüência cardíaca, em respostas às situações estressantes (ATKINSON et al., 2002). 2.2 Estresse Ocupacional Segundo Jex (1998, apud PASCHOAL; TAMAYO, 2004, p.45): As definições de estresse ocupacional dividem-s e de acordo c om três aspectos: (1) estímulos agressores: estresse ocupacional refere-se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem respostas adaptativas por parte do empregado e que excede a sua habilidade de enfrentamento (coping); estes estímulos são comumente chamados de estressores organizacionais; (2) respostas aos eventos estressores: estresse ocupacional refere-se às respostas (psicológicas, fisiológicas e comportamentais) que os indivíduos emitem quando expos tos os f atores que exc edem sua habilidade de enfrentamento; (3) estímulos estressores-resposta: estresse ocupacional refere-se ao processo geral em que demandas do trabalho têm impacto sobre o empregado. Estresse ocupacional são situações em que o indivíduo entende seu ambiente de trabalho como ameaçador para suprir suas necessidades pessoais e profissionais, fazendo com que não haja uma boa integração entre ele e seu ambiente de trabalho, uma vez que este ambiente apresenta demandas com as quais ele não pode lidar (CAIAFFO, 2003). Segundo Beher e Newman (1978 apud CHIAVENATO, 2005) o ‘estresse no cargo’ é uma condição resultante da relação pessoa-trabalho é caracterizado por mudanças na pessoa, que a levam a funcionar diferente de seu funcionamento normal. Afirma, ainda, que o estresse é uma resposta de adaptação a um evento 123 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 externo que tem como resultado mudanças físicas, psicológicas e/ou comportamentais. Carayon, Smith e Haims (1999 apud MURTA; TROCCOLI, 2004, p.39) afirmam que: Estressores ocupacionais estão frequentemente ligados à organização do trabalho, como press ão para produtividade, retaliaç ão, c ondiç ões desfavoráveis à segurança no trabalho, indisponibilidade de treinamento e orientação, relação abusiva entre supervisores e subordinados, falta de controle sobre a tarefa e ciclos de trabalho-descanso incoerentes com os limites biológicos. Como já dito no item anterior, o modo como a pessoa lida com as situações potencialmente estressoras exerce influência sobre sua saúde e molda a gravidade do estresse resultante. Então, frente a tantas demandas o indivíduo deve ter boa capacidade de enfrentamento. A preocupação com a subjetividade do trabalhador só se deu no início do séc. XX com a grande expansão do capitalismo que é caracterizado pela grande industrialização que criou um ambiente marcado por grandes jornadas de trabalho, insalubridade e exploração da força trabalhista. Movimento em que “a luta pela sobrevivência deu lugar à luta pela saúde do corpo” (DEJOURS, 1992, p.22) Hoje, para evitar o estresse ocupacional, as empresas têm se preocupado com a criação de intervenções focadas nas organizações voltadas para a modificação de estressores do ambiente de trabalho; e intervenções focadas nos indivíduos através do desenvolvimento de um repertório adequado de estratégias de enfrentamento individuais (MURTA; TROCCOLI, 2004). As principais causas de estresse no trabalho são: sobrecarga de trabalho, pressão de tempo e urgência, supervisão de baixa qualidade, clima político de insegurança, autoridade inadequada na delegação de responsabilidades, ambigüidade de papel, diferenças entre os valores individuais e organizacionais, mudanças dentro da organização, frustração. Luthans (apud CHIAVENATO, 2005) aponta quatro tipos de estressores: os extra-organizacionais, os organizacionais, os grupais e os individuais. O estressores extra-organizacionais consistem em eventos externos e ambientais que provocam grandes mudanças na organização e no indivíduo, por exemplo, impacto da família sobre a pessoa. Estressores organizacionais são eventos associados à organização em si, por exemplo, pressões competitivas, pouca participação nas decisões, sistema de avaliação punitivo, local de trabalho desagradável, ar poluído. Os estressores grupais consistem na influência grupal sobre o comportamento dos indivíduos, por exemplo, a falta de apoio social, uma vez que as pessoas são afetadas pelo apoio de um ou mais membros de um 124 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 grupo coesivo, seja para partilhar seus problemas e alegrias com outros, ou recebendo colaboração e suporte. E os estressores individuais consistem nas diferenças a partir dos traços de personalidade, como as personalidades Tipo A e Tipo B de Friedman e Rosenman, já descritas anteriormente. O estresse ocupacional gera custos indesejáveis para as organizações. Funcionários estressados aumentam os custos com assistência médica e hospitalar. As organizações podem ser responsabilizadas por provocarem enfermidades associadas ao estresse. E pesquisas mostram que as perturbações mentais provocadas por estresse vêm aumentando (CHIAVENATO, 2005). Além disso, o estresse tem sido apontado como uma das principais causas do absenteísmo. Também se pode apontar o baixo desempenho como conseqüência do estresse. 3 CONCLUSÃO A saúde ocupacional passou a ser um problema de saúde pública, e que as doenças ocupacionais são a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, segundo a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (2000 apud MURTA; TROCCOLI, 2004). Com a presente pesquisa, constatou-se a relevância de estudar o estresse a fim de procurar alternativas para evitá-lo ou controlá-lo. Na verdade, não se tem o objetivo de acabar com o estresse, mas sim de encontrar uma forma de responder adequadamente a ele, percebendo-o positivamente e evitando os males causados por ele. Mas a satisfação no trabalho entra em choque com a necessidade do mercado em produzir com maior rapidez e com qualidade. Porém, é importante que as organizações atentem para o estresse, uma vez que este traz conseqüências para seus colaboradores e conseqüentemente para elas. Algumas estratégias poderiam ser utilizadas, como: diminuição de carga horária, aumento de benefícios, aumento de salários, aumento da participação do trabalhador nos processos de tomada de decisão. Na realização deste estudo houve um acréscimo de conhecimento e experiência, e ampliação da visão das autoras quanto à forma de organização do mercado e sua relação com o estresse negativo adquirido pelos colaboradores. 125 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 STRESS AND STRESS OCCUPATION ABSTRACT The stress at work is a subject of study which it currently have to aroused a lot of interest due to in crease in the last decade. O stress to do part of all of the human in bigger or smaller degree. There are many characteristic it in the situations what to do to help of stress the contemporany there are: the agitation of modern life the tall factores of compectivity presents since childhood, a the ambition, violencie, the reguiriments, the work market between other problems one, as external as internal to produce the man this most time pressure. So the present article to do a discussion about a relation of stress and with the work. Key-word: Stress. Stress Occupation. Work. 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Ele é uma das alternativas na substituição aos combustíveis derivados do petróleo, tal como diesel, pois apresenta como uma das vantagens à diminuição na emissão de poluentes. Os motores a diesel emitem entre outros poluentes, os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), considerados como carcinogênicos e mutagênicos. Contudo não existe uma avaliação direta dos riscos causados pelas emissões destes combustíveis nos seres vivos, usando a metodologia aplicada neste trabalho. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar o potencial de risco mutagênico da exaustão proveniente da combustão de biodiesel e diesel, utilizando o bioensaio Trad-SH (mutação em pêlos estaminais no clone KU-20 de Tradescantia) como bioindicador da poluição do ar. Nos experimentos, a exaustão do motor foi diluída com ar atmosférico de modo a simular uma atmosfera poluída. As inflorescências foram expostas por duas horas, dentro de uma câmara de fumigação, à exaustão do motor diesel, abastecido com biodiesel puro (B100) de soja e de nabo forrageiro e com diesel. A concentração dos poluentes na câmara de fumigação foi monitorada por meio de um analisador de gases. Para se avaliar o efeito mutagênico foi feita uma comparação das inflorescências não expostas aos poluentes, grupo controle (grupo 1), com as inflorescências expostas aos poluentes provenientes do uso de diesel (grupo 2) e B100 (grupo 3). Análises ________________ Deuzuita dos Santos Oliveira ([email protected]), doutoranda da Escola de Engenharia de São Carlos/NETeF/ EM/USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil. Marcus Vinicius da siilva ([email protected]), doutorando da Escola de Engenharia de São Carlos/NETeF/EM/ USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil. Paula Manoel Crnkovic ([email protected]), pósdoc da Escola de Engenharia de São Carlos/NETeF/EM/USP/ Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil. Vicente Galber Freitas Viana ([email protected]), professor doutor da Faculdade Integral Diferencial (FACID) e técnico do Departamento de Química (UFPI), Teresina/Pi - Brasil. Antonio Moreira dos Santos([email protected]), professor doutor da Escola de Engenharia de São Carlos/ NETeF/EM/USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil. Josmar Davilson Pagliuso ([email protected]), professor doutor da Escola de Engenharia de São Carlos/ NETeF/EM/USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil. 128 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 estatísticas mostraram que a freqüência média de mutações do grupo 3 foi maior que a dos grupos 1 (controle) e 2 (B100). Os resultados indicam que a mutagenicidade das emissões do biodiesel foram menores que as emissões do diesel, deixando claro que o uso do biodiesel reduz os riscos de saúde aos quais os seres vivos estão expostos. Palavra-chave: Biodiesel. Motor Diesel. Mutagenicidade. Bioensaio Trad-SH. 1 INTRODUÇÃO Desde os primórdios, a humanidade vem se tornando cada vez mais consciente dos perigos da poluição atmosférica tanto a gerada de forma natural como a provocada por ela mesma. Atualmente a variedade de substâncias lançadas na atmosfera é muito grande e freqüentemente os veículos automotores são os principais emissores de poluentes nos centros urbanos, sendo os motores diesel considerados como os vilões. Essa emissão é composta principalmente por gases como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos totais (THC), óxidos de enxofre (SOx), e material particulado (MP) (CETESB, 2004). Os produtos de combustão típicos de motor diesel mostraram associações com a mortalidade por câncer de pulmão (ABBEY et al. 1999; BOHM et al, 1983) e, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, 1989) são potencialmente carcinogênicos aos seres humanos. O efeito carcinogênico da exposição a estes gases ocorre principalmente devido à inalação de material particulado, pois é na sua superfície que são adsorvidos os compostos policíclicos aromáticos (HPAs), considerados mutagênos e carcinógenos (HUISING et al. 1978). Nesse contexto, o biodiesel surgiu como uma solução para minimizar a emissão de poluentes, pois desde a crise do petróleo em 1983 têm-se investigados fontes alternativas, de combustíveis renováveis (PETERSEN et al., 1996). Estudos epidemiológicos mostram que o biodiesel é menos mutagênico que o diesel (BUNGER et al.,2000). Medidas físico-químicas podem ser utilizadas para fornecer dados sobre a qualidade do ar, porém não podem ser usados para se prever os riscos aos quais os seres vivos estão sujeitos. O acompanhamento de reações mostradas por determinados seres vivos na presença de poluentes atmosféricos, metodologia denominada biomonitoramento, tem sido uma ferramenta útil e importante no fornecimento de informações rápidas e seguras quanto aos efeitos antropogênicos no meio ambiente e, ainda, para prever os riscos de danos aos ecossistemas naturais e à saúde dos seres vivos expostas aos poluentes (ARDNT, 1991). Há bioensaios bem padronizados com clones de plantas do gênero Tradescantia como o de eventos mutagênicos em pelos estaminais, denominados como bioensaio Trad-SH, no qual os riscos mutagênicos são indicados pela 129 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 mudança de coloração das células. Esses bioensaios podem ser considerados indicadores gerais de contaminação, por não responderem de maneira específica a certos poluentes atmosféricos. Porém, além de ser muito sensível, já mostrando reações em baixos níveis de contaminação ambiental, e rapidamente responderem aos agentes genotóxicos, foram padronizados para plantas geneticamente uniformes (clones), o que proporciona reduções na variabilidade das respostas e, conseqüentemente, uma interpretação mais segura dos resultados. São ainda de fácil execução, uma vez que não há necessidade de uso de infra-estrutura complexa de laboratório, além de serem bastante versáteis podendo ser utilizados para delimitação do potencial genotóxico de agentes presentes no ar, água e solo (ICHIKAWA, 1992). Em vista desse cenário, o objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar o potencial de risco mutagênico da exaustão proveniente da combustão de biodiesel e diesel, utilizando o bioensaio Trad-SH (mutação em pêlos estaminais no clone KU-20 de Tradescantia) como bioindicador da poluição do ar. 2 MATERIAIS E MÉTODOS A planta bioindicadora utilizada nos experimentos foi o clone KU-20 de Tradescantia (ICHIKAWA, 1992). Nos experimentos, a exaustão do motor foi diluída com ar atmosférico de modo a simular uma atmosfera poluída. Então, as inflorescências foram expostas por duas horas, dentro de uma câmara de fumigação, à exaustão do motor diesel, abastecido com biodiesel puro (B100) de soja e de nabo forrageiro e com diesel. A concentração dos poluentes na câmara de fumigação foi monitorada por meio de um analisador de gás HORIBA ENDA 1400, modelo VIA-510. Foram estabelecidos três grupos experimentais para uma avaliação do potencial de risco mutagênico dos combustíveis: Grupo 1 (controle): inflorescências inseridas na câmara por duas horas, porém não submetidas à exaustão do motor. Grupo 2 (diesel): Inflorescências expostas as emissões provenientes do motor abastecido com óleo diesel.Grupo 3 (biodiesel): inflorescências intoxicadas com as emissões da exaustão do motor à diesel, abastecido com biodiesel puro (B100) de soja e de nabo forrageiro. Após a intoxicação, as inflorescências foram retiradas das câmaras e mantidas em um béquer com água sob um sistema de aeração. Diariamente, à medida que as flores se abriam, estas eram coletadas e analisadas quanto ao número de eventos de mutação nos pêlos estaminais. Para se fazer à leitura ao microscópio foi feito o seguinte procedimento: primeiramente os seis estames de cada flor foram colocados lado a lado sobre uma lâmina e, sobre cada estame acrescentou-se uma gota de água. Em seguida, os pêlos estaminais foram alinhados manualmente com uma pinça de modo a facilitar sua visualização. Após este procedimento, os 130 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 pêlos estaminais foram observados sob microscópio estereoscópico. Após a contagem, foi feita uma estimativa do número de eventos de mutação por 1000 pêlos estaminais. Todo esse procedimento, desde a exposição até a contagem de mutações em pêlos estaminais de Tradescantia, é referido comumente na literatura como bioensaio Trad-SH. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados obtidos foram analisados estatisticamente e se observou que a exaustão do motor abastecido com óleo diesel apresentou um aumento significativo de mutações em inflorescências do clone KU-20 em relação aos grupos 1 e 3 (Figura 1). No entanto, as inflorescências expostas as emissões do biodiesel (grupo 3) apresentaram uma frequência de mutação maior que as inflorescências do controle (grupo 1). As inflorescências expostas à emissão do diesel apresentaram um aumento percentual nas mutações em torno de 30% em relação ao grupo controle. Por sua vez, as inflorescências expostas às emissões do biodiesel apresentaram um aumento percentual nas mutações de apenas 14% em relação ao grupo controle. Figura 1. Freqüência de mutações nos pêlos estaminais do clone KU-20 submetidos á exaustão de diesel e biodiesel. 131 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Neste estudo verificou-se que o bioensaio Trad-SH foi eficiente no biomonitoramento da contaminação da exaustão do motor abastecido com biodiesel e diesel, onde foi possível reconhecer, de forma linear, os diferentes níveis de poluição provenientes do motor. Esses resultados mostram que a exaustão do motor diesel é significativa no desenvolvimento de mutações e o biodiesel apresenta um potencial mutagênico menor que o diesel. Portanto, é interessante o uso desse bioensaio para se avaliar o potencial de riscos mutagênicos aos organismos vivos expostos à exaustão dos veículos automotores, bem como para avaliar alguns aspectos da qualidade do ar sem o uso de equipamentos de alto custo. Pode ainda ser empregado para monitorar áreas de grande extensão. Dentro da categoria de poluentes, coletivamente conhecidos como hidrocarbonetos totais (HCT), existe uma série poluente orgânicos como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e outros aos quais se pode atribuir prioritariamente os efeitos mutagênicos observados nas plantas. 4 CONCLUSÃO A exaustão do motor diesel quando abastecido com óleo diesel teve um papel significativo no desenvolvimento de mutações. Já no tratamento em que as inflorescências foram submetidas à emissão do biodiesel, não houve acréscimo estatisticamente significativo das mutações em pelos estaminais. A metodologia utilizada na investigação dos níveis de mutação foi adequada ao trabalho proposto. O bioensaio Trad-SH com flores estaminais do clone KU-20 mostrou-se eficiente para avaliação do potencial de risco mutagênico dos poluentes gerados na exaustão do motor diesel. O número de mutações apresentado nos ensaios com diesel foram maiores do que nos ensaios com biodiesel, indicando que o uso do combustível renovável (biodiesel) é um excelente substituto para os combustíveis fósseis, pois reduz os riscos de saúde dos seres vivos. Embora os bioensaios com plantas não possam ser extrapolados diretamente para os seres humanos, não se devem desconsiderar esses resultados, pois os mesmos dão uma idéia do risco aos quais os seres vivos estão expostos. Testes comparativos com outros combustíveis podem revelarse importantes em uma avaliação mais completa dos impactos ambientais provocados pelo uso dos transportes. 132 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 MUTAGENICITY OF AIR POLLUTANTS FROM DIESEL AND BIODIESEL ENGINES EMISSION USING THE TRADESCANTIA-SHM BIOASSAY ABSTRACT The use of plant oils, mainly from rapeseed, has been investigated as an alternative, renewable source of liquid fuels. Emission from diesel engine in particular, is highly toxic and many knowor suspected mutagens and carcinogens, e.g., polycycilic aromatic compounds (PAC). In this canary the biodiesel has been further investigated as an alternative for petroleum derived diesel fuel. A detailed investigation on the risks of those compounds on the living beings using the methodology applied in this work has not been carried out so far. This work is aimed at evaluating the mutagenic potential of the emission from biodiesel and a diesel engine using the Tradescantia stamen hair assay. Experimentally, the inflorescence of the KU-20 clones was kept for 2h under a simulated urban polluted atmosphere, obtained by mixing the emission from a diesel engine and atmospheric air. The CO concentration in the simulated atmosphere was monitored using a gas analyzer. The mutagenic effects of the atmosphere were analyzed by comparing a group of non-exposed control inflorescence (group one) to inflorescences kept under polluted atmospheres containing biodiesel and diesel exhaust (groups two and three). The frequency of mutations observed in the inflorescences from group three was slightly higher than that observed in the groups two and one. In the group two, however, the frequency of mutations was higher than that exhibited by the control group. The latter suggests that the emission from a diesel engine plays an important role in the development of plants mutation compared to biodiesel. Keywords: Biodiesel. Diesel Engine. Mutagenicity. Bioassay Trad-SH. REFERÊNCIAS ABBEY, D.E. et al. Long-term inhalable particles and other air pollutants related to mortality in nonsmokers. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 159, n. 2, p. 373-382, 1999. ARDNT, U.; SCHWEIZER, B. The use of bioindicators for environmental monitoring in tropical and subtropical counties. In: Biological monitoring: Signals from the environmental (Ellenberg et al. eds.). Eschborn: Vieweg, 1991. 133 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 BOHM, G.M. et al. Comparative toxicity of alcohol and gasoline fueled automobile exhaust fumes. In: Developments in the science and practice of toxicology (HAYES, A. W., SCHNELL, R.C. and MIYA, T.S. eds) Amsterdam: Elsevier Science Publishers, 1983. BUNGUER, J. et al. 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Especificamente no caso do Brasil se faze necessário ações eficazes no Ensino Básico de modo que o acesso ao ensino superior não se dê apenas em índices mínimos. Para Singer (1998, p. 29e 30) “os seres humanos diferem enquanto humanos, não enquanto raça ou sexo (...)”. É um princípio ético básico (...).” Do ponto de vista do referido autor, fazer juízo ético é ir além do ponto de vista pessoal ou grupal, é levar em consideração os interesses dos que forem por ele afetados. Para o autor supracitado as ações afirmativas constituem-se em dar a grupos menos favorecidos um tratamento preferencial, quando em harmonia com o princípio de igual consideração de interesses. Sendo assim, o princípio de igual consideração de interesses justifica as ações afirmativas do tipo estabelecimento de quotas para estudantes negros nas Instituições de Ensino Superior Públicas no Brasil? Será que as desigualdades sociais desencadeadas pela escravidão serão remediadas com o estabelecimento do sistema de quotas como forma de ingresso nas instituições de nível superior? Querem resolver um problema social gerando uma situação que demanda outras ações de cunho fundamental, principalmente no concernente às políticas públicas voltadas para o Ensino Básico, para a promoção da igualdade. Aludindo-se ao caso da política de quotas para negros nas Instituições de Ensino Superior brasileiras, ação afirmativa, cujo intuito é reparar os danos “irreparáveis” da escravidão, uma vez considerando-a uma manifestação especista¹. O sofrimento causado pela escravidão foi uma das maiores violações do princípio de igualdade que já se viu na história da humanidade. No entanto, implantar o sistema de quotas talvez não seja uma forma de equalizar o problema social gerado pela escravidão. A esse respeito observa-se a situação a seguir, originada na realidade brasileira: __________________________ * Especialista em Bioética pela ANIS/ICF/ NOVAFAPI , graduada em Filosofia pela UFPI, Professora da FACID e mestrando em Bioetica pela Universidade de Brasília - UNB. 137 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Os negros que aqui chegaram do Processo de Colonização ao Segundo Reinado passaram por sofrimentos imagináveis e inimagináveis. Após a Lei Áurea, os ideais de igualdade se configuraram com maior firmeza, conta as condições sociais, de moradia, oferta de emprego. A situação de desigualdade entre negros brancos era notória, ou seja, o princípio de igualdade não era nítido, uma vez que o princípio do consenso não se observava, nem tampouco o de personalidade moral ou de igual consideração de interesses. Chegando à atualidade tem-se a política de quotas para estudantes negros, onde tal ação afirmativa tem como princípio norteador a igualdade de oportunidades. Mas será que a política de quotas observou o princípio de igualdade de oportunidade? Observe-se: Existe um estudante negro da classe média baixa, que estudou na escola pública, e um estudante de cor branca que pertence à classe média alta e estudou em escolas particulares. Leve-se em considerando-se a realidade da escola pública brasileira no que diz respeito à qualidade do Ensino Básico oferecida por ambas. O que se pode concluir? É lógico que quem estuda na instituição da iniciativa privada terá maiores possibilidades de ingressar nas Instituições de nível superior, uma vez que há (ainda) um rigoroso processo de seleção em que os conhecimentos básicos são condição sine qua nom para o sucesso no Ensino Superior. Depreende-se daí que na verdade não há o princípio de igualdade de oportunidade, visto o aluno negro, oriundo da instituição pública, certamente terá dificuldade em se adaptar às exigências de conhecimentos uma vez que não se teve a “oportunidade” de ter um bom alicerçamento teórico. Não se quer aqui demonstrar discriminação com relação às Instituições Públicas, sobretudo aos docentes que fazem parte dela, nem tão pouco camuflar racismo ou intenções preconceituosas. Apenas se quer chamar atenção para a realidade em que a Instituição de Ensino Público se encontra, visto ser notória a situação de baixa valorização da mão-de-obra docente, conseqüentemente levando a dificuldades para sobreviver quanto mais se aperfeiçoar. Alguns poderão argumentar acerca dos esforços que se fazem em favor da capacitação constante, do aparelhamento técnico didático que iniciativas dos governos federal e estaduais empreendem. No entanto, quem vive esta realidade sabe que se divulgam dados e fatos um tanto distorcidos. Não há material didático suficiente, ou quando há, são inacessíveis ao corpo docente; as bibliotecas são paupérrimos de acervo e poucos utilizados e quiçá o livro didático, pois este é quase inacessível para o aluno. O professor que se “vire” para desempenhar bem as atribuições inerentes à sua profissão. E o aluno? Imagine-se numa sala de aula aqui no Nordeste, estado do Piauí, em pleno mês de setembro ou meses do “ b-r-o-bro” (são os meses mais quentes do ano) sem o mínimo necessário, como: sala de aula sem janelas ou apenas com os espaços destinados a elas não preenchidos, forradas com lajes de concreto, sem sistema de ventilação, carteiras sem o menor conforto; alunos 138 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 sem livro ou material para pesquisa (os quais se dispõem em uma biblioteca básica), dificuldades para ter uma boa alimentação, transporte... e ainda por cima ter que ajudar nas despesas familiares (de casa), por isso têm que se sujeitarem a fazer pequenos trabalhos os quais lhes tomam o tempo de fazerem as lições ou atividades pertinentes à preparação básica exigida pelo Ensino Básico. Esta é a realidade que se observa em Teresina-PI, em escolas da rede pública estadual, especificamente as situadas na zona leste, constatada por intermédio da observação direta participante. Há de se concordar com Singer ao se afirmar que o princípio de igual consideração de interesses é um princípio mínimo de igualdade. Contudo, e se este princípio gerar situações discriminatórias além do esperado para combater as desigualdades!? O autor também argumenta acerca desta implicação, uma vez que se refere ao tratamento desigual como uma tentativa de chegar a um resultado mais igualitário. Mas, mesmo levando em consideração tal pressuposto, os fatos demonstram que a dificuldade gerada pelo sistema de quotas aumentará o nível do tratamento desigual, e os resultados provavelmente não serão os esperados. Imagine a Escola Básica oferecendo o mínimo necessário para uma boa preparação teórica para o ingresso no Ensino Superior. Certamente o grau de dificuldade de nivelamento deste aluno seria menor se considerassem o atual nível de preparação oferecido pelo Ensino Básico Público no nosso país. Por outro lado, a Instituição de Ensino Superior que acolhe esse aluno não se preocuparia em manter políticas de nivelamento permanente. Outra dificuldade seria no acesso ao material didático, visto se constatar que o acervo das bibliotecas públicas não cobriria a demanda, uma vez que o acervo destas nem sempre obedece ao padrão do número de exemplares pela proporção de alunos, isto quando é reposto e atualizado. Para agravar mais ainda a questão, cursos na área de saúde, como por exemplo a Odontologia, que não requer apenas material didático, mas utensílios de uso individual e material específico (muito caros por sinal). Como serão adquiridos para os quotistas? Uma vez que se considere o princípio de igual consideração de interesses, não se deve vetar o acesso a qualquer curso que seja. Portanto, dizer que o sistema de quotas poderá resolver a questão social de raça é se apoiar em areia movediça do ponto de vista no propósito de proporcionar a igual chance de oportunidade. Assim, no que se refere à confirmação do argumento, pode-se citar Singer (1998, p. 48): “A verdadeira igualdade de oportunidades exige de nós a certeza de que as escolas ofereçam a todos as mesmas vantagens.” Por outro lado, esse argumento favoreceria a se levar em consideração o princípio da utilidade marginal, uma vez que aqueles membros de uma minoria que não têm acesso ao Ensino Superior teriam, mesmo que em condições de 139 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 preparação para o ingresso precárias, e, consequentemente geradoras de situações demasiado discriminatórias. Mesmo que essa ação afirmativa não fuja aos seus ideais de igualdade, em países como o Brasil acentuariam, provavelmente o princípio de utilidade marginal². Mesmo visando ao interesse de igualdade, o sistema de quotas é uma medida geradora de discriminação, pois o estudante que não teve uma boa base de conhecimento deverá ser tratado de forma diferente pela instituição na qual ele ingressou por intermédio do sistema de quotas, uma vez que o docente também o tratará de forma diferenciada, bem como os demais alunos do mesmo nível de ensino até que se obtenha nivelamento (se é que é possível em curto prazo). Além do mais, ações afirmativas são dirigidas às minorias e, no caso do Brasil, segundo o Banco Mundial e Pnad/IBGE apud WERERG (2005), a taxa de analfabetismo aqui registrada nos dias de hoje é de 13% e o percentual de jovens na universidade é de 18%, portanto os dados corroboram a tese de que não é apenas uma minoria que precisa ser vista sob a ótica da igualdade, e que nesse grande percentual de carentes por ações de cunho igualitário também estão os negros, os índios, os “brasileiros” (raça oriunda da miscigenação). Pode-se chegar à seguinte reflexão: as ações afirmativas aqui no Brasil só terão efeitos de equalização se se pensar que é necessária uma profunda modificação nas políticas públicas no que concerne ao Ensino Básico que vai desde a remuneração docente, qualificação ao acompanhamento pedagógico permanente (nelas não devem estar implícitas intenções eleitoreiras, paternalistas, assistencialistas e hipócritas). Conclui-se, mencionado Singer no que se refere às ações afirmativas que, serão efetivas, se forem adequadamente aplicadas, em harmonia com a igual consideração de interesses aliviarão os sofrimentos causados pela discriminação racial geradas pela escravidão. O que se deve pensar é a viabilidade de serem “adequadamente aplicadas”. NOTAS BIBLIOGRÁFICAS ¹ Segundo SINGER, Ética prática, 1998, p. 68: “especistas” atribuem maior peso aos interesses de membros de sua própria espécie quando há um choque entre os seus interesses e os interesses dos que pertencem à outras espécies. ² SINGER, 1998, p. 33 menciona “o princípio de diminuição de utilidade marginal, um princípio bem conhecido dos economistas, que afirmam que certa quantidade de alguma coisa é mais útil para quem a possui em pequena quantidade do que para quem a possui em grande.” Nesse sentido Ibid, p. 59, refere-se ao sentimento 140 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 de irremediável inferioridade que pode existir quando membros de uma raça ou de um sexo estão sempre em posição de inferioridade diante de membros de outra raça ou de outro sexo, e porque a extrema desigualdade entre as raça significa uma comunidade dividida, com tensão racial conseqüente. REFERÊNCIAS WEINBERG, M. 7 lições da Coréia para o Brasil. Veja, São Paulo, n. 7, 16 de fev. de 2005. SINGER, P. Ética prática. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 141 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 142 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES 143 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 144 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RESPONSABILIDADE SOCIAL, UM BALANÇO SOCIAL DA MISSÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Adriana Ribeiro de Oliveira Napoleão do Rêgo (*) A Responsabilidade social pode ser traduzida na forma como uma Instituição conduz suas atividades de maneira que se torne co-responsável pelo desenvolvimento da sociedade. Quando realmente aplicada, permeia a pesquisa científica, a gestão responsável e também a extensão, sendo muito mais que a pura filantropia. Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto. A Responsabilidade social pode ser vista como uma obrigação do Estado, que a executa por meio de políticas públicas financiadas por impostos ou em termos corporativos, como o conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade e as empresas, otimizando ou criando programas sociais, gerando benefícios mútuos entre a empresa e a comunidade para melhorar a qualidade de vida da população. Nesse cenário, o balanço social destaca-se como um instrumento capaz de medir o grau de responsabilidade social de uma organização. É uma ferramenta de gestão que permite demonstrar todas as ações sociais de cidadania desenvolvidas em um determinado período tornando transparente a sua atuação e assumindo um efetivo compromisso com a ética e a sustentabilidade social do planeta. Ao exercer a responsablidade social, a empresa coloca todos os seus produtos, serviços e recursos financeiros a serviço da comunidade (ASHLEY, 2002). O contexto onde estão inseridas as Instituições de Ensino Superior (IES) encontra-se marcado pela competitividade local, regional e global, pelas exigências governamentais e institucionais e pelos anseios da comunidade acadêmica. Diante deste cenário, têm-se buscado uma análise mais aprofundada acerca do desenvolvimento das suas atividades e a sua consequente qualidade, tendo em vista a prestação de contas à sociedade, e considerando critérios de excelência, equidade e relevância social. Pode-se considerar que a preocupação com a qualidade das IES surge num momento que pode ser considerado por um desajuste entre o Estado, Universidade e Sociedade. Diversas mudanças estão ocorrendo demadando novas exigências das universidades, que, por sua vez, não podem responder devido a _______________ (*) Professora de Educação Física – UFPI Pós-graduada em Treinamento Desportivo – UGF-RJ Professora da Faculdade Integral Diferencial – FACID – PI e-mail: [email protected] 145 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 suas estruturas tradicionais de funcionamento. Neste contexto, surgem diferentes modelos de universidades, e a necessidade de avaliação de suas atividades e de seu desempenho. É desta forma que a qualidade da educação e a sua avaliação assumem um papel fundamental. Dentre algumas mudanças, destacam-se a globalização, a expansão e a diversificação do sistema do ensino superior mais competitivo, o surgimento do Estado avaliador e de novas tecnologias colocando a educação como prioritária para o desenvolvimento sócio-econômico de todos os povos. Empreender a tarefa de avaliar requer uma noção clara dos elementos que configuram cada IES. Não será possível um conhecimento da totalidade institucional sem o conhecimento prévio das partes que integram essa estrutura e as formas como elas interagem entre si (RODRIGUES, 2003). Fazendo um breve panorama da situação do Ensino Superior, no Brasil estudam em universidades privadas 2/3 dos alunos, o que significa 1.538.600 de estudantes. Calcula-se que 26% não têm condições de pagar os estudos nem o material didático, o que representa uma demanda de 400.000 créditos. Como a demanda à educação tem aumentado mais do que os recursos dos governos destinados a criar escolas, universidades e preparo de docentes com melhores condições de ensino e pesquisa, a busca de alternativas é imperiosa e, entre elas, a revalorização da participação do setor privado na educação , que tende a ser centrado na eficiência e na produtividade sob o controle do Estado (HOUSE, 1993). A missão das Instituições de Ensino, sejam elas Públicas ou Privadas, não se constitui somente em garantir a excelência da qualidade do ensino, mas envolve modelos de responsabilidade social no seu plano estratégico de gestão com a participação de todos os segmentos da comunidade acadêmica avaliados através da pestação de contas sobre os projetos, processos e resultados realizados. Nas organizações, esta avaliação é quase sempre um instrumento fundamental em termos de gestão (AFONSO, 2000). Mais do que no passado, está havendo uma conscientização da responsabilidade social das entidades privadas que são parte importante da sociedade e que sua participação deve ser maior do que tão-só atender às suas obrigações legais. No caso específico da FACID, como uma Instituição de Ensino Superior Privado, caracterizada por uma gestão com missão definida e responsabilidades identificadas em seu plano de desenvolvimento institucional, as metas de compromisso social à que se propõem são cumpridas ao respeitar a articulação das atividades propostas com o ensino, pesquisa e extensão em resposta ao seu objetivo geral, proporcionando um ambiente de prática para o aprendizado de seus alunos e levando à comunidade serviços de melhoria da qualidade de vida. 146 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O impacto das atividades da FACID na comunidade e na formação dos estudantes pode ser evidenciado através da avaliação de suas ações revelando uma cultura interna que favorece, estimula, confere valor e relevância à temática social. Em seu balanço social no primeiro semestre de 2007, a FACID contou com a colaboração de 1793 alunos, 176 professores e 95 funcionários. Dentre as atividades realizadas, pode-se destacar: . 1369 atendimentos na Clínica – Escola de Psicologia; . 3257 atendimentos na Clínica – Escola de Fisioterapia; . 3098 atendimentos na Clínica – Escola de Odontologia; . 18 Projetos de Iniciação Científica; . 73 Projetos de Pesquisa em andamento; . Diversas atividades de extensão com a realização de mini-cursos, campanhas educativas, programas comunitários pontuais e sistemáticos; . Programa FACID - Solidária voltado para atender às comunidades carentes da região da Pedra Mole: Vilas do Avião, Meio Norte, Anita Ferraz e Socopo. . Programa de bolsas com a concessão de 303 bolsas de estudo parciais e 6 integrais; . Campanhas de vacinação e doação de sangue. Um dos fatores de sucesso dessas ações foi o apoio de toda a comunidade acadêmica participando efetivamente da mobilização de toda a rede de relacionamento. Esse balanço social é um convite a reflexão, pois ao trabalhar para a formação de cidadãos com mais ética, justiça e oportunidades, a FACID está se tornando um exemplo para outras empresas e para a comunidade. Esse é um papel de grande responsabilidade, que envolve colaboradores, fornecedores, clientes, e parceiros com abrangência nas comunidades em que atuamos. Novas formas de responsabilidade se manifestam, estimulando a unidade da diversidade, onde é necessário repensar os rumos que as Instituições de Ensino terão de assumir para não sucumbir à inércia da fragmentação e excessiva disciplinarização (MORIN, 2005). Ainda há muito a ser feito no Piauí e no Brasil, mas os resultados obtidos pela FACID, como Instituição Privada, respondem não só ao seu papel com responsabilidade e competência, atendendo às demandas crescentes da comunidade, mas também contam a sua história de respeito, atitude e comprometimento com a sociedade. REFERÊNCIAS AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação emancipação: para uma sociologia das políticas avaliativas contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2000. 147 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002. HOUSE, E. R. Professional Evaluation: social impact and political consequences, London: Sage, 1993. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 10 ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2005. RODRIGUES, C. M. C. Proposta de avaliação integrada ao planejamento anual: um modelo para as UCGs. Porto Alegre, 2003. 148 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O PROBLEMA DA INDUÇÃO E O MÉTODO CIENTÍFICO Raimundo Leôncio Ferraz Fortes* RESUMO Este texto faz uma reflexão sobre o problema da indução, ou seja, uma questão epistemológica, que desde o século XVIII até nossos dias vem sendo objeto de controvérsia, no que concerne à possibilidade ou não de a mesma ter um fundamento lógico. Também enfoca a possibilidade da indução de se constituir em método, assim como aborda o método hipotético - dedutivo. Palavras-chaves: Indução. Fundamento lógico. Observação científica. Método científico. Método hipotético-dedutivo. Em que se fundamenta metodologicamente a ciência para gerar conhecimentos e atingir seus objetivos? Eis uma das questões mais controvertidas que tem desafiado filósofos do período moderno e contemporâneo. Os primeiros fundamentos metodológicos da ciência moderna já se encontravam na teoria do conhecimento de Aristóteles. Enquanto para seu mestre, Platão, era impossível o conhecimento a partir da observação dos fenômenos, já que estes eram mutáveis e cópias infiéis de outra realidade (o mundo das idéias) que somente era passível de conhecimento mediante uma espécie de intuição, ou melhor, uma recordação (anamnese), Aristóteles argumentava que as idéias estavam nelas, nas realidades, e que por um processo de abstração se poderia conhecê-las. O que Aristóteles defendia era que o conhecimento tinha como ponto de partida as observações dos fenômenos particulares, e que através delas chegavase às conclusões gerais, isto é, afirmações de caráter cientifico, que naquele momento histórico significava, identificar as características comuns das coisas, uma espécie de classificação dos seres: reino, classes, famílias, gêneros, espécies, etc. Pode-se dizer que Aristóteles foi o primeiro sistematizador da indução, que a partir do século XVII exerceu um papel muito importante para o desenvolvimento da ciência moderna, que se distinguia da ciência aristotélica por priorizar a descoberta de leis que regem as relações entre os fenômenos mediante o uso de meios técnicos de investigação da realidade empírica. ________________ *Raimundo Leôncio Ferraz Fortes é licenciado em Filosofia, bacharel em Economia, professor universitário 149 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O que muitos filósofos questionam é a pretensão da indução de ampliar o conhecimento a partir de algumas observações realizadas, cujo resultado sendo considerado verdadeiro, é estendido para todas as outras observações não realizadas. Ou seja, de verdades particulares se chega a verdades de validade universal. O que melhor exemplifica esta explicação é o seguinte raciocínio: O ferro é condutor de energia; O zinco é condutor de energia; O cobre é condutor de energia; Todos esses minerais são metais; Logo, todo metal é condutor de energia. Se ao longo da história da ciência a dedução fora acusada de não contribuir para o desenvolvimento da ciência, a indução, por sua vez, fora questionada em razão de não ter um fundamento lógico. Isso significa dizer que, daquilo que se afirma nas premissas não se pode ter uma garantia de veracidade na conclusão, pois não se fizeram observações em todos os indivíduos de uma mesma espécie. Em outros termos a crítica à indução se fundamenta na seguinte questão: Como é possível uma generalização – de uma relação entre dois fenômenos – que se baseia apenas em algumas observações? Ou então, que certeza se tem que uma determinada relação se repita no futuro, com outros indivíduos pertencentes a uma mesma espécie? O exemplo mais comum citado pelos filósofos da ciência para defender um posicionamento desfavorável à indução – negando-lhe a possibilidade de ampliar o conhecimento a partir de verdades particulares – é o seguinte raciocínio: Este corvo é preto; Esse outro é preto; Aquele também é preto; Logo, todo corvo é preto. Com este exemplo, tenta-se comprovar que não há um fundamento lógico para a indução, posto que, se constata que não é verdade que só exista corvo preto, já que se descobriu a existência de corvo de cor branca. Sendo assim, o que se afirma nas primeiras premissas não pode ser considerado para todas outras observações não realizadas. Talvez o maior erro dos críticos da indução – dentre os quais se destacam David Hume (filósofo escocês do século XVIII) e Karl Popper (filósofo austríaco do século passado) – esteja em considerar nos seus exemplos uma relação de coexistência entre os fenômenos que não é essencial, mas sim, contingente, ou melhor, acidental, como é o caso daquela que se estabelece entre o corvo e a cor. Ora, sabe-se que a cor não é algo essencial ao ser das coisas, mas sim acidental, já que é um componente passível de variação. Contudo, se fosse observado que: 150 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O primeiro corvo é bípede, O segundo corvo é bípede, O terceiro corvo é bípede, Então, pode-se concluir que todo corvo é bípede. Neste caso, a indução tem um fundamento lógico, uma vez que a relação que existe entre o sujeito (o corvo) e o predicado (bípede) sendo essencial garante a veracidade da conclusão. A mesma situação pode ser constatada no exemplo dos metais, assim como na lei formulada por Galileu Galilei, denominada de Lei da Queda Livre dos Corpos, no qual ele comprovou que dois corpos de pesos diferentes – desde que não sofram resistência do ar – atirados de uma mesma altura chegam ao mesmo tempo no solo. A partir de experiências positivas com objetos diferentes, Galileu enunciou uma lei cuja validade se estendeu a todos os outros objetos não testados na experiência. Isso aconteceu porque ele percebeu algo que é essencial na relação entre os fenômenos envolvidas na experiência, não precisando assim repeti-la. Esse fundamento lógico da indução que se constata nas ciências empíricas da natureza se da em razão de a mesma apresentar uma regularidade no “comportamento” dos fenômenos, ou então pelo fato de ela apresentar algo determinado, sem a qual não se pode dizer que há ciência, como dizia alguém: A relação de causalidade entre dois fenômenos, ou a relação de coexistência de duas ou mais formas do mesmo composto fundamenta-se na uniformidade, constância e determinismo da natureza e de seus processos de atuação. Se a natureza não fosse uniforme, constante e determinada “as unum”, a indução não seria possível. Aliás, todo cientista trabalha na suposição de que a natureza e seus processos de atuação sejam uniformes, constantes e determinados. (RUIZ, 1982, 136-137). É evidente que nas ciências humanas e sociais, como o objeto do conhecimento é o seu próprio sujeito, o homem, ser do qual não se pode esperar regularidade nem determinismo em seu comportamento - já que sendo dotado de inteligência, ele é livre no seu agir – a indução não tem a mesma importância que tem nas ciências da natureza, pois os seus resultados assumem mais um caráter probabilístico. Embora a indução tenha sua importância na construção da ciência, fundamentando-se na regularidade e uniformidade dos fenômenos, questiona-se se a mesma é propriamente um método, uma vez que, como alguns filósofos afirmam – principalmente Karl Popper – o conhecimento científico não tem origem na observação, mas sim, em problemas, conjecturas e hipóteses. Não se constituindo num método científico, a indução seria apenas uma etapa importante da investigação científica, já que a observação – que é o ponto inicial do processo indutivo – não é o fator determinante do conhecimento científico, 151 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 mas tão somente um dos procedimentos de justificação da hipótese, confirmando ou não sua veracidade. O que de fato determinaria o conhecimento científico para Popper seria a capacidade intuitiva, criativa e imaginativa do cientista em formular novas conjecturas e hipóteses, suscitadas pelos questionamentos em relação ao conhecimento prévio de teorias daqueles que o precederam. Essa idéia de que a ciência não se origina na observação, mas em teoriasproblema, que se desdobram em conjecturas e hipóteses, fundamenta-se também no fato de que a ciência se apresenta como sendo uma construção coletiva que se consolida ao longo da história. Isto significa afirmar que o cientista busca explicar a realidade inicialmente a partir das teorias formuladas por outros que o antecederam, cuja análise crítica das mesmas gera questionamentos e novos problemas, suscitando novas conjecturas e hipóteses. A observação, neste sentido, teria um caráter seletivo, seria planejada em função dos problemas a serem desvendados e hipóteses a serem confirmadas ou não. Diante da impossibilidade da indução como um método, mas apenas como um procedimento lógico surgiu com Karl Popper o método hipotético – dedutivo, como resultado de sua crítica à indução, particularmente à idéia de que a observação é o que determina o conhecimento científico, sendo o seu ponto de partida. Como já se mencionou anteriormente, a observação - que é o ponto inicial da indução – seria importante na fase de verificação das hipóteses, como afirma o próprio Popper: A Observação pura – isto é, a observação desprovida de um componente teórico – não existe. Todas as observações - espec ialmente todas as observações experimentais- são observações de fatos realizados a luz desta ou daquela teoria. (POPPER APUD REALE E ANTISERI, 1991, 1024). Considerando o pensamento de Karl Popper, poder-se-iam estabelecer as seguintes etapas para o método hipotético – dedutivo, que é aquele utilizado atualmente pela ciência: 1º Conhecimento prévio das teorias existentes 2º Identificação dos problemas 3º Construção de conjecturas e hipóteses 4º Realização de testes de falseamento das hipóteses 5º Análise dos resultados dos testes de falseamento. Questiona-se no método hipotético–dedutivo a etapa de falseamento das hipóteses, quando o mais comum em se tratando de ciência é a verificação para saber se uma hipótese é verdadeira ou não. Para Popper é diferente, pois na sua visão uma hipótese ou uma teoria só será considerada científica se forem passíveis de serem refutadas ou falseadas. 152 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 A confirmação de uma hipótese no entendimento de Popper não asseguraria a sua veracidade, uma vez que um dia ela pode ser refutada mais adiante. Diante deste posicionamento pode-se dizer que: “O que causa estranheza na posição de Popper é que a ciência se limite à eliminação do erro, sem que se apresente como descoberta ou aproximação da verdade” (LAKATOS E MARCONI, 1991, 72). Em relação a esta possibilidade de futuramente uma verdade cientifica ser refutada, deve-se considerar que na história da ciência tem-se realmente comprovado que muitas das verdades tidas como intocáveis foram posteriormente revistas e negadas, dentre as quais se destaca o geocentrismo. Porém, como o próprio exemplo nos mostra esse critério de elevar um conhecimento ao status de científico de Popper é válido para as teorias, - que são mais complexas - mas não para as leis científicas, que sendo mais específicas, podem ser melhor verificadas empiricamente. Um exemplo é a própria Lei da Livre Queda dos Corpos de Galileu, cuja veracidade independe do tempo. Ainda se reportando à questão da indução, podemos concluir que não se pode afirmar a priori se a mesma tem ou não um fundamento lógico. Isto vai depender do tipo de meios técnicos que os cientistas vão utilizar em suas pesquisas, e, sobretudo de sua perspicácia para descobrir regularidades nas relações de coexistência e de causalidade entre os fenômenos, considerando aquilo que é essencial. Afinal, já dizia o velho Aristóteles que “O conhecimento científico é o julgamento acerca de coisas universais e necessárias” (ARISTÓTELES, 1992, 117) e não de coisas variáveis, como são os acidentes. REFERÊNCIAS RUIZ, J. Á. Metodologia Científica: Guia para Eficiência nos Estudos. São Paulo: Atlas, 1982. REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia Vol. III. São Paulo: Ed. Paulinas, 1991, 1113 p. LAKATOS, E. Mª.; MARCONI, M. A. Metodologia Científica. 2. ed. São PauloSP: Atlas, 1992. ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 2.ed. Brasília. Ed. Universidade de Brasília, 1992. 153 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 154 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RESENHAS DE LIVROS 155 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 156 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 COMUNICAÇÃO TEM REMÉDIO- A COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM SAÚDE Judite Oliveira Lima Albuquerque1 Manuella Bezerra Lopes2 O livro escrito por Maria Júlia Paes da Silva traz aos leitores a necessidade da comunicação como fator importante no estabelecimento de vínculos entre pessoas, essencialmente utilizando-se de técnicas de comunicação interpessoal na área da saúde, cujo tema central gira em torno da condição inerente do ser humano: a comunicação. Aborda a comunicação interpessoal em linguagem acessível, dinâmica e principalmente reflexiva, organizada em onze capítulos ao longo de 133 páginas. Reúne desde informações sobre a comunicação na área de saúde como o ruídos da comunicação hospitalar. Apresenta definição, finalidades e elementos da comunicação até os seus tipos, verbal e não-verbal, bases dos relacionamentos entre profissionais e o atendimento aos pacientes no âmbito hospitalar. A comunicação verbal é aquela associada às palavras expressas, por meio da linguagem escrita ou falada. Algumas técnicas de comunicação verbal são apresentadas no livro para auxiliar na expressão, clarificação e validação das mensagens. As palavras são o início da interação, mas, para além delas, está o solo firme sobre o qual se constroem as relações humanas: a comunicação nãoverbal, definida como toda informação obtida por meio de gestos, posturas, expressões faciais, orientações do corpo, organização dos objetos no espaço e até pela relação de distância mantida entre os indivíduos. Destaca-se na obra o capítulo seis, a linguagem do corpo: cinésica, que ensina técnicas de interpretação dos sinais corporais como postura, características físicas e principalmente os faciais, onde se descrevem as sete emoções chamadas puras: alegria, raiva, nojo, medo, tristeza, surpresa e desprezo. Também se comenta sobre o olhar, visto com função de regulação do fluxo de conversação e controle do nível de atenção de uma pessoa, sinais que ajudam o ___________________________________ 1 Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Especialista em Saúde Pública, em Acupuntura e em Produtos Naturais. Professora Adjunta Aposentada e Docente da Pós-Graduação da Universidade Federal do Piauí – UFPI, Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial – FACID e Docente dos Cursos de Enfermagem e Fisioterapia da FACID. Rua Motorista Chicão, 2334, Horto Florestal. Teresina – PI CEP: 64052-420 E mail: [email protected] / [email protected]. 2 Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integral e Diferencial-FACID. 157 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 profissional de saúde a perceber com maior precisão os sentimentos do paciente, suas dúvidas e dificuldades de expressão verbal. Fica claro que entre os profissionais da área da saúde a(o) enfermeira(o), por interagir diretamente com o paciente, precisa estar mais atento ao uso adequado das técnicas da comunicação interpessoal. O livro também dedica um espaço à comunicação escrita, afirmando que os registros devem ser objetivos, completos, desprovidos de impressões pessoais generalizadas, compreensíveis por todos a que se destinam e sem rasuras. Fala também sobre apresentação oral, contendo algumas dicas para um bom desempenho nesse campo. A autora faz menção a resultados de pesquisas e estudos, para melhor compreensão de determinadas situações e também faz referências a autores de obras que serviram de bibliografia para o seu livro. Por fim, após inúmeras informações e instruções primorosamente expostas, fica a esperança de sensibilização do leitor para a necessidade do domínio e da aplicação adequada da comunicação. A autora possui várias obras publicadas e esta é mais uma que presenteia o leitor acerca da comunicação nas relações interpessoais em saúde, especialmente para o enfermeiro, que precisa compreender o paciente e ambiência hospitalar para melhor interagir e desenvolver sua profissão com competência. 158 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RESUMOS DE TESES, DISSERTAÇÕES E TCC 159 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 160 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO ANTÍGENO BAX NO EPITÉLIO MAMÁRIO NORMAL DE MULHERES NO MENACME TRATADAS COM RALOXIFENO O objetivo deste estudo foi avaliar a expressão do antígeno bax no epitélio mamário normal de mulheres no menacme tratadas com raloxifeno. Foi realizado um ensaio clínico, envolvendo 33 pacientes portadoras de fibroadenoma, sem outras desordens endócrinas. As pacientes foram divididas em dois grupos: Grupo A (controle, n=18) e Grupo B (raloxifeno 60 mg, n=15). A medicação foi administrada durante 22 dias, começando no primeiro dia do ciclo menstrual. A biópsia excisional foi feita no 23º dia e uma amostra de tecido mamário normal foi coletado para avaliar a expressão do antígeno bax. A análise dos dados foi feita utilizando-se o teste Quiquadrado e o teste exato de Fisher. O nível de significância foi estabelecido em P<0.05. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante na expressão do antígeno bax nos dois grupos (Teste Qui-quadrado: p=0.678; Teste de Fisher: p=0,722). Conclusão: O raloxifeno não alterou a expressão do antígeno bax em tecido mamário normal adjacente ao fibroadenoma de mulheres no menacme. 161 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 O TESTE DA SIMULAÇÃO DE FALAR EM PÚBLICO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DO PÂNICO ASSINTOMÁTICOS Alexandre Castelo Branco Vaz Parente* O transtorno do pânico tem sido relacionado a uma via setotoninérgica responsável pelas reações do tipo luta ou fuga que ocorrem em resposta a ameaças proximais. Além disso, o transtorno do pânico também tem sido associado ao teste da simulação de falar em público, visto que este teste avaliaria um medo do tipo inato, incondicionado, e as mesmas estruturas associadas a este tipo de emoção estariam envolvidas na neurobiologia do transtorno do pânico. Assim, nosso estudo objetiva avaliar a resposta ao teste da simulação de falar em publico, de pacientes com transtorno do pânico sintomáticos e sem tratamento e de pacientes assintomáticos em tratamento com antidepressivos com ação predominante de inibição da recaptação de serotonina, comparados a controles saudáveis. Desta forma, pacientes sintomáticos sem tratamento medicamentoso (N = 14), pacientes assintomáticos em tratamento com clomipramina ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina (N = 16) e controles saudáveis foram submetidos ao teste da simulação de falar em publico (N = 16). Ansiedade subjetiva, prejuízo cognitivo e desconforto, medidos pela escala visual analógica do humor, assim como o nível de condutância da pele, foram mais altos nos pacientes sintomáticos do que nos controles no começo da sessão experimental, com os pacientes assintomáticos apresentando valores intermediários. Na escala de sintomas somáticos, o principal resultado encontrado foi a maior intensidade de sintomas somáticos entre os pacientes, principalmente sintomáticos, em relação aos controles. Sedação subjetiva, flutuações espontâneas da condutância da pele, freqüência cardíaca e pressão arterial foram semelhantes nos três grupos. A preparação e o desempenho do discurso diminuíram a sedação enquanto aumentavam a ansiedade, o prejuízo cognitivo, o nível e as flutuações da condutância da pele, a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Ansiedade, prejuízo cognitivo e nível de condutância tiveram menor aumento em pacientes sintomáticos do que controles. Atividade eletrodérmica, mas não as medidas cardiovasculares, correlacionou-se com ansiedade antecipatória. O tratamento crônico com inibidores da recaptação de serotonina atenuou as diferenças entre pacientes com pânico e controles, confirmando a participação da serotonina no transtorno do pânico. Palavras-chave: Transtorno do pânico. Falar em público. Ansiedade experimental. Serotonina. ______________ *Tese (Doutorado em Medicina – Saúde Mental) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007. 162 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 COORDENAÇÃO DO CURSO DE FISIOTERAPIA RESUMO TCC 2007/1 VASCONCELOS,F.O.A..Reabilitação fisioterapêutica na lesão de ligamento cruzado anterior. 2007. 66F.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Evandro Nogueira Barros Filho. Data da apresentação: 25.08.2007. O objetivo fundamental deste trabalho distantes é desenvolver um programa de reabilitação dinâmico para a articulação do joelho, visando às lesões no ligamento, mais propriamente dito o ligamento cruzado anterior. Alguns questionamentos foram levantados quanto à melhor escolha do tratamento a ser seguido, deixando clara a crescente participação do fisioterapeuta na recuperação de tal lesão. Assim, o conhecimento por parte de uma pesquisa bibliográfica, aumentará a confiança na hora do tratamento, visando à diminuição do tempo para que se inicie cada um dos procedimentos, para o retorno às suas atividades podendo ser esportiva ou da vida diária. Palavras-chave: Leabilitação. Lesão. Ligamento cruzado anterior. LIMA, L. S. A inclusão do Fisioterapeuta na Estratégia Saúde da Família no Município de Paraibano-MA: atenção ao paciente domiciliar. 2007. 65 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadoa:Profa. Silvana Maria Véras Neves Lima. O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil pelo Ministério da Saúde em 1994, como modelo assistencial do Sistema Único de Saúde a partir da atenção básica. O SUS tem como estratégia os princípios básicos - universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade. Com o desenvolvimento do Programa Saúde da Família (PSF), novas profissões começam a rever a “interdisciplinaridade” do PSF nas intervenções; nasce, assim, a necessidade de realizar ações mais complexas, englobando diferentes saberes, sejam estes oriundos de outras categorias de profissionais de saúde ou ainda de outros setores. Dessa forma, a inclusão de outros profissionais de saúde como o fisioterapeuta nas equipes do PSF é fundamental para ratificar a integralidade e eqüidade do SUS. A inserção do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família e no atendimento domiciliar contribui de forma significativa como multiplicador de saúde, executando ações de assistência integral em todas as fases do ciclo da vida, realizando atendimentos domiciliares a portadores de doenças crônicas, degenerativas e neurológicas, que estejam acamados e/ou impossibilitados de se deslocarem de suas casas, entre outras possibilidades de atuação junto ao programa. O objetivo deste estudo foi mostrar a necessidade da inclusão do profissional de fisioterapia no Programa de Saúde da Família (PSF) do município de Paraibano-Maranhão, no modelo de atenção que privilegia a prevenção, reabilitação, ações educativas, recuperação da função e melhora da qualidade de vida dos pacientes acamados. O presente estudo caracterizase por uma pesquisa do tipo exploratória, com base em dados documentais do PSF do município, sendo utilizado o método histórico e comparativo sobre a inclusão do fisioterapeuta no PSF em algumas cidades do Brasil. Pode-se concluir então que, diante dos dados obtidos, é relevante a inclusão do fisioterapeuta no PSF do município de Paraibano – Maranhão, como modelo de atenção ao paciente acamado e/ou impossibilitado podendo desenvolver, assim, um atendimento diferenciado, levando esses pacientes a um maior grau de independência para realizar as atividades da vida diária, recuperação da função e melhora da qualidade de vida. Palavras-chave: Psf. Inclusão. Fisioterapeuta. Paciente acamado. 163 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA, D.M. Alterações músculo-esqueléticas decorrentes da postura adotada durante a atividade de sec retariado no período gestac ional. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante: Data da apresentação: 25.08.2007. Dado a relevância do grande número de mulheres no mercado de trabalho e das alterações ocorridas durante a gravidez e tendo como agravante as posturas adotadas durante as atividades é necessário buscar uma nova alternativa para orientar e prevenir os efeitos ocasionados pela postura inadequada no trabalho. Neste trabalho foi desenvolvido um estudo de caso sobre as alterações músculo-esqueléticas decorrentes da postura incorreta adotada durante a atividade de secretariado no período gestacional. Esta atividade exige muito desempenho e atuação das musculaturas corporais diária levando assim a tensões desgastantes por parte da funcionária por adotar longos períodos sentada, realizando suas atividades ocupacionais. Movimentos repetitivos no dia-dia pode não parecer problema, mas com o tempo os resultados são outros, sempre vem acompanhado de estresse, tensão muscular, dificuldade na produtividade profissional, isso ocorre com muitas mulheres, mas quando esta encontra-se no período gestacional, esses problemas podem acarretar danos terríveis para a futura mamãe, requerendo assim cuidados redobrados. Neste estudo de caso foi realizada uma avaliação músculo-esqueléticas gestacional, procurando identificar as suas principais causas primárias e secundárias, das alterações posturais e posteriormente foram dadas orientações fisioterapêuticas preventivas e curativas com o intuito de minimizar as sintomatologias existentes. O ambiente de trabalho também foi analisado e submetido a modificações básicas para melhorar o desempenho da profissional, prevenindo assim, futuras complicações músculo-esqueléticas para a profissional. Pode-se perceber a importância da fisioterapia, atuando tanto na área obstétrica como também na área ergonômica, mostrando como pequenas modificações no cotidiano profissional podem possibilitar uma melhor funcionalidade global para a ocupação profissional, e também prevenir alterações músculo-esqueléticas, principalmente durante a gravidez. Palavras-chave: Alterações músculo-esqueléticas. Postura. Período gestacional. ALMEIDA, N. C. C. Atuação fisioterapêutica no paciente pediátrico com lesão Aalta de plexo braquial tipo Erb-Duchenne. 2007. Monografia de Conclusão de Curso. Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Kátya Coeli da Costa Loiola. Data da apresentação:01.09.2007. As lesões do plexo braquial em pacientes pediátricos também denominadas de lesões obstétricas do plexo braquial, em sua maioria ocorrem por problemas ocasionados durante o parto vaginal, geralmente associadas a uma desproporção cefalopélvica fetal com relação à estrutura óssea da bacia materna. A lesão alta do plexo, denominada de Paralisia de Erb-Duchenne, é a mais comum, lesando as raízes de C5 e C6, causando déficit motor e diminuição da sensibilidade no braço, antebraço e mão. O tempo de recuperação e as seqüelas que podem persistir vão depender da gravidade da lesão nervosa, onde prognostico está associado quase sempre ao tipo de lesão do nervo. O objetivo deste trabalho é mostrar que o diagnóstico precoce de lesões altas de plexo braquial associada ao trabalho de um profissional da fisioterapia, facilita a aquisição da função motora do membro superior lesado, promovendo uma independência funcional para a criança na realização de atividades motoras compatível com o desenvolvimento motor infantil. O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado o mais rápido possível, na tentativa de prevenir deformidades osteo/musculares, melhorar a amplitude de movimento, incentivar a função do membro superior lesado, além de ensinar e envolver a família no tratamento. Este trabalho de revisão bibliográfica é baseado na pesquisa em livros, Atlas, sites na internet e artigos científicos. Palavras-chave: Plexo braquial. Erb-duchenne. Fisioterapia. 164 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SANTANA, R.T.S. Follow - up do recém-nascido de alto risco no ambulatório de intervenção precoce do instituto de perinatologia social do piauí – uma abordagem fisioterapêutica. 2007. 62 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Laysa Monte Aguiar. Data da apresentação: 01.09.2007. Com o advento de novas técnicas de cuidados com o recém-nascido de alto risco, vêm-se diminuindo a mortalidade neonatal e aumentando a morbidade. Alto-risco em neonatologia é a referência feita à criança que tenha sofrido complicações no período pré e/ou perinatal, e que em decorrência das mesmas possa apresentar déficits ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Dentro das características que constituem o grupo de alto risco enquadra-se a prematuridade, constituindo fator de risco para atrasos na aquisição de marcos do desenvolvimento neuropsicomotor. O desenvolvimento motor é um processo de mudanças no comportamento motor, o qual está relacionado com a idade do indivíduo. Inclui mudanças tanto na postura quanto no movimento. Adetecçãodeatrasos nodesenvolvimentojános primeiros meses de vida, através dofollow-up ambulatorial (acompanhamento), possibilita uma intervenção terapêutica precoce, portanto, de melhor prognóstico para o desenvolvimento da criança. Objetivou-se com este trabalho observar o desenvolvimento motor do recémnascido de alto risco, bem como as alterações observadas relacionadas com a prematuridade e as variáveis coletadas dos prontuários hospitalares. Através das avaliações do desenvolvimento neuromotor das crianças enquadradas no grupo de risco, foram observados, assim como citado na literatura, atrasos na aquisição dos marcos motores. A justificativa para este atraso baseia-se nas condições impostas pela prematuridade dos sistemas nervoso e muscular. Este trabalho proporcionou um maior conhecimento das características da população de lactentes pré-termo no que se refere a fatores de risco para o atraso neuromotor e padrões de desenvolvimento da criança nascida antes do tempo necessário para a conformação de seus sistemas. Palavras-chave: Recém-nascido de alto risco. Desenvolvimento motor. Follow-up ambulatorial. ANDRADE, R. S. A análise da incidência de problemas respiratórios e das afecções mais comuns em crianças portadoras de encefalopatia crônica não-progressiva. 2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ana Flávia M. de Carvalho. Data da apresentação : 25.08.2007. O estudo realizado visa analisar a incidência de problemas respiratórios e as afecções mais comuns entre 20 crianças de 0 a 6 anos de idade de ambos os sexos portadoras de Encefalopatia Crônica Não-progressiva (Paralisia Cerebral), atendidas na Sociedade de Apoio ao Deficiente Físico (SOADF), visando relacionar a incidência de problemas respiratórios e as patologias mais comuns presente. A Encefalopatia Crônica Não-progressiva é uma categoria de distúrbios sensório-motores heterogêneos que inclui pacientes com distúrbios crônicos não-progressivos do movimento ou da postura com início precoce, devido lesões não-pregressivas do encéfalo consecutivas à ação de hipóxia/anóxia pré, peri ou pós-natal. Para tanto, foram aplicados questionários, com perguntas diretas, as quais foram respondidas pelos responsáveis pelas crianças, e através da análise do quadro clínico das crianças pelo pesquisador. Os dados obtidos através dos questionários receberam quanto à análise e interpretação, um tratamento estatístico através de percentuais, que foram demonstrados através de gráficos. Nos resultados, foi observado que das 20 crianças 55% já foram internadas por problemas respiratórios. A pneumonia foi a patologia mais freqüente atingindo 60% das crianças, seguida pela gripe com 30% e bronquite com 10%, sendo os dados confirm ados ou não pela literatura já existente sobre o assunto. Conclui-se, portanto, que as crianças com paralisia cerebral apresentam alta incidência de problemas respiratórios, levando muitas vezes a um quadro de morbidade, que afeta sua qualidade de vida, podendo levar até a morte. Palavras-chave: Paralisia cerebral. Distúrbios respiratórios. Pneumonia. 165 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 REIS, E. L. L. O uso da microcorrente galvânica no tratamento de estrias crônicas. 2007. 47f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Juçara Gonçalves de Castro. Data da apresentação: 25.08.2008. Este estudo teve por objetivo principal verificar a eficácia da microcorrente galvânica no tratamento de estrias c rônicas, observando a m elhora da trofici dade da cam ada epidérm ic a através da reconstrução do colágeno e fibras elásticas. A amostra é composta por um paciente do sexo feminino, com faixa etária de 25 - 30 anos, tendo como principal alteração a presença de estrias crônicas na região glútea. A paciente foi submetida a tratamento fisioterapêutico com duração de 8 sessões, com o uso da microcorrente galvânica. A conduta inicial foi baseada em avaliação clínica e física da paciente, sendo submetida a atendimentos quinzenais, dependendo da resposta de cicatrização da lesão. A microcorrente galvânica foi aplicada com intensidade de 80 microampéres, e a punturação feita de maneira rápida e precisa no local da lesão; a agulha foi introduzida entre as camadas da epiderme (estrato espinhoso), evitando deixar espaço entre as punturações. Foram utilizados na coleta e análise dos dados: anam nese, exam e físico e evolução da paciente, considerando a caracterização da lesão, o tempo e resposta da cicatrização, e os registros fotográficos da paciente. Como resultado do estudo, a corrente mostrou-se eficiente para aumentar a replicação dos fibroblastos bem como das fibras elásticas e colágenas, e substâncias produzidas pelas fibras, produzindo assim uma neovascularização, reorientação das fibras e regeneração da atrofia tecidual na estria. Concluise com este estudo que a microcorrente galvânica é eficiente no tratamento das alterações causadas pelas estrias, propiciando o retorno de todas as funções inerentes à pele e sua melhora visual com a diminuição dos seus sinais. Palavras-chave: Estrias. Microcorrente galvânica. Fibras elásticas. ALMEIDA, P.M.G. Protocolo de atendimento de fisioterapia respiratória para pacientes idosos. 2007. 55f. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentração: 01.09.2008. De acordo com o IBGE nos últimos 20 anos a população brasileira vem envelhecendo, hoje o país conta com 16 milhões de idosos. Com o decorrer dos anos ocorrem alterações anatômicas e fisiológicas, levando a problemas de saúde, limitando o individuo a desenvolver suas atividades de vida diária, muitas vezes a perda da independência física. O processo normal de envelhecimento é caracterizado pela dim inuição da capacidade funcional de diversos órgãos e tecidos, incluindo problemas respiratórios, aumentando o risco de doenças e na sua maioria crônico-degenerativa. O objetivo deste trabalho é estudar as alterações anatomofisiológicas, enfatizando as modificações ocorridas no sistem a respiratório, abordando as alterações na função pulmonar, na regulação da ventilação e nos volumes e capacidades pulmonares do idoso. Para alcançar tais fins, foi feita uma pesquisa bibliográfica através de livros, artigos científicos, revistas e documentários sobre fisioterapia respiratória para pacientes idosos. Portanto, verifica-se a necessidade de propor um protocolo especifico para essa população, visando reeducar os músculos da respiração, melhorar ou redistribuir a ventilação, buscando assim promover, prevenir e minimizar os agravos à saúde. Palavras-chave: Envelhecim ento. Idoso. Fisioterapia respiratória. 166 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA, R.P.N. O uso da ventilação mecânica não invasiva no tratamento do edema agudo de pulmão cardiogênico. 2007. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Iara Sayuri Shim izu. Data da apresetanção: 01.09.2007. O edem a agudo de pulm ão cardiogênic o consti tui -se de um a em ergência clínica freqüente caracterizada por acúmulo súbito e anormal de líquido nos espaços extravasculares do pulmão que necessita de rápida intervenção e atendim ento clínico para que haja um a rápida reversão do quadro de insuficiência respiratória aguda decorrente deste processo. Na m aioria das vezes é conseqüente a uma insuficiência cardíaca aguda. O uso da ventilação m ecânica não invasiva, através das modalidades de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) e pressão positiva bifásica nas vias aéreas (BiPAP) tem-se constituído com o técnicas que podem melhorar a troca gasosa e reduzir o trabalho muscular respiratório tão comuns nos pacientes que apresentam este quadro. Os estudos têm demonstrando que a ventilação mecânica não invasiva aplicada por CPAP ou BiPAP é segura, tem efeitos similares e é efetiva em reduzir a necessidade de intubação traqueal em pacientes com desconforto respiratório de origem cardíaca. Os resultados reforçam o conceito que a ventilação mecânica não invasiva com pressão positiva deve ser considerada uma forma de t erapi a não farm ac ol ógi ca de t rat am ent o do edem a agudo de pulm ão cardi ogêni co e não simplesmente uma m edida de suporte. Palavras-chave: Edema pulmonar cardiogênico. Ventilação mecânica não invasiva. Pressão positiva contínua. PINTO, W. C. Intervenção fisioterapêutica na adaptação do domicílio no idoso. 2007; 60f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Veruska Cronemberger Nogueira. Data da apresentação: 01.09.2007. O envelhecim ento é um processo de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais, gerando um declínio funcional ao idoso que tende a alterar seus hábitos de vida e rotinas diárias, devido à inatividade e a m á adaptabilidade, pois acarretam redução do desem penho físico, da habilidade m otora e de coordenação levando à insegurança e ao isolam ento social. Este estudo teve por objetivo principal a intervenção fisioterapêutica na adaptação ergonômica no domicílio do idoso, com intuito de prevenir quedas e futuras fraturas. A amostra foi composta por 6 idosos de faixa etária entre 48-68 anos, participantes do projeto preparação para aposentadoria do espaço complementar de Teresina/PI. A conduta foi realizada através de palestras de sensibilização sobre as perdas funcionais e a im portância da habitabilidade segura; aplicação de questionários relacionados a atividades da vida diária, atividades instrumentais da vida diária, e sobre equilíbrio e m archa. Posteriormente formulou-se um Check List para avaliar os parâmetros ergonômicos de cada domicílio, observando suas categorias e subcategorias. A coleta e análise dos dados do estudo basearam-se nos instrumentos de medição da capacidade funcional do idoso, informações e registros fotográficos adquiridos nas visitas aos domicílios. Como resultado da pesquisa, observou-se o declínio funcional dos idosos e a necessidade de adaptação ergonômica das residências destes idosos. Conclui-se que a intervenção fisioterapêutica no dom icílio do idoso é importante, por maximizar a independência funcional do idoso, proporcionando-lhes uma vida mais segura. Palavras-chave: Intervenção fisioterapêutica. Idoso. Dom icílio. 167 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SANTOS, D.D.M. A importância do tratamento fisioterapêutico no paciente portador da distrofia muscular de Duchenne. 2007. 58 f. Trabalho de conclusão de curso (Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Ana Flávia Machado de Carvalho. A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença de origem genética, cuja característica principal é o enfraquecimento e posteriormente a atrofia muscular progressiva, pela ausência ou formação inadequada da distrofina, prejudicando os movimentos e a funcionalidade corporal. Seu acometimento motor se diferencia das demais doenças porque qualquer esforço muscular que cause o mínimo de fadiga contribui para a deterioração do tecido muscular. O comprometimento muscular é simétrico e inicia-se pelos membros inferiores e quadris, com a evolução para os membros superiores. Ocorre uma acentuação da lordose lombar e uma marcha anserina (andar de pato). A pseudo-hipertrofia das panturrilhas é um dado clínico inicial, sendo resultado de infiltração do músculo por gordura e tecido conjuntivo. Há progressão é lenta com retrações tendíneas, com perda da deambulação entre 8 e 12 anos. Embora a evolução da patologia não possa ser de todo evitada, condutas terapêuticas direcionadas retardam a progressão da doença. Assim, o acompanhamento fisioterapêutico dos pacientes portadores da DMD, torna-se de importância significativa para retardar ou minimizar o surgimento das complicações advindas do curso clínico desta patologia. O tratamento fisioterapêutico tem como metas, retardar a instalação de contraturas e deformidades, evitar os efeitos resultantes da imobilidade e inatividade física, prolongar o tempo de marcha autônoma, proporcionar durante o tratamento uma maior funcionalidade corporal, possibilitando a criança uma melhora na qualidade de vida. Para isso, realizou-se um estudo de caso de cunho histórico com 1 (hum) paciente de 7 anos de idade, portador da DMD com quadro clínico de pseudohipertrofia de panturrilha, retificação da coluna lombar, déficit de força nos membros superiores e em menor grau nos membros inferiores, marcha com uma base de apoio alargada, falta de estabilidade ao deambular, episódios freqüentes de quedas e conseqüente mudança nos hábitos de vida. Após 10 meses de intervenção fisioterapêutica, observou-se a evolução do paciente através da manutenção das funções pré-existentes e o retardo de complicações como contraturas e aderências. Constatou-se que houve uma redução da base de apoio durante a marcha, aumento do grau de força nos membros superiores para níveis moderados a máximos e nos membros inferiores houve uma manutenção do grau de força, evitando assim a instalação de fraqueza muscular precoce, possibilitando à criança maior tempo de funcionalidade corporal, prolongando o tempo de marcha autônoma e melhorando a qualidade de vida. Palavras-chave: Distrofia muscular de Duchenne. Atrofia muscular progressiva. Fisioterapia. SOUSA, F.R.A. Atuação da fisioterapia na preparação da gestante para um parto natural tranqüilo. 2007. 64f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante. Data da apresentação: 25.08.2007 A gravidez é um a condição especial de saúde que traz diversas modificações e adaptações no organismo materno, as quais são necessárias para o estabelecimento e progressão do ciclo gravídico; contribuindo assim, para o crescimento de uma nova área de atuação da fisioterapia na saúde da mulher, a obstetrícia; dando ao fisioterapeuta uma importância crescente como profissional habilitado para tratar os possíveis distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares da gravidez, aliviar as algias existentes pelas alterações biomecânicas e orientar as gestantes no pré-parto, momento do parto e no pós-parto, melhorando a qualidade de vida das mesmas. Esta pesquisa foi desenvolvida através de uma revisão de literatura com observação de textos retirados de livros e artigos científicos, objetivando mostrar os benefícios e eficácia dos exercícios fisioterapêuticos em gestantes, durante o período gestacional, pré-parto e no momento do parto; evidenciando a importância da fisioterapia, na busca de minim izar os efeitos das alterações anátomo-fisiológicas da gravidez, para que a gestante conviva com estas transformações corporais e obtenha melhores resultados, proporcionando um trabalho de parto tranqüilo através da diminuição da percepção de sua dor e do seu tempo de duração. Prom ove tam bém um m aior conhecim ento sobre o assunto para os profissi onais e acadêmicos da área de saúde, bem com a população em geral principalmente as mulheres grávidas. Palavras-chave: Gravidez. Fisioterapia. Parto tranqüilo. 168 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SOUSA, R.M.B de. A importância da fisioterapia no programa de saúde da família. 2007. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadoa: Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 01.09.2007. Nos últimos anos o Brasil sofreu intensas transformações no que diz respeito ao conceito de saúde. Com o surgim ento do tem a família no debate político brasileiro houve uma necessidade de se reorientar as políticas de saúde. O surgimento do programa saúde da família em 1994, criado a partir dos princípios do SUS, propõe-se um modelo de assistência promotor, preventivo de saúde, de assistência integral, enfatizando a atenção primária e a promoção da saúde familiar. O fisioterapeuta, até o momento apresenta pouco destaque profissional na atenção primária à saúde. Os serviços de fisioterapia existentes no Brasil priorizam as ações curativas, valorizando pouco o modelo assistencial vigente, dificultando a inserção do fisioterapeuta na saúde pública. Neste contexto, foram avaliadas e discutidas a im portância da fisioterapia e do fisioterapeuta dentro do programa de saúde da família e sua atuação na prevenção de doenças e na promoção de saúde da população brasileira visando proporcionar melhor qualidade de vida da população. Neste estudo foi possível ressaltar a importância da inserção do fisioterapeuta como agente multiplicador de saúde, atuando em interação com uma equipe m ultiprofissional e de forma interdisciplinar, nas unidades básicas de saúde da fam í li a. Palavras-chave: Fisioterapia. Programa de saúde da fam ília. Sistema único de saúde. Rosa, L.R.S. Reeducação postural: um estudo comparativo de exercícios de alongamento. 2007. 76 f. trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos. A postura é composta das posições de todas as articulações do corpo em um dado momento e é considerada com freqüência muito mais uma função estática do que relacionada ao movimento. Uma postura padronizada é necessária para avaliar o alinhamento postural. Deficiências do comprimento dos músculos podem afetar a postura e alterações posturais prolongadas podem resultar em alterações no comprimento dos músculos, alterando dessa forma a amplitude de movimento das articulações adequadas para a realização de atividades funcionais. Exercícios de alongamento são manobras terapêuticas utilizadas para aumentar o comprimento de estruturas de tecidos moles encurtados e desse modo aumentar a amplitude de movimento, podendo corrigir alterações posturais. Neste sentido realizou-se um estudo de caso retrospectivo através do método comparativo entre alongamento isolado e alongamento em cadeias musculares para correção de alterações posturais com o objetivo de comparar os resultados de exercícios de alongamento, na reeducação postural, observando a correção das alterações posturais em decorrência da aplicação dos exercícios de alongamento, analisando a relação da melhora da postura com a aplicação da técnica de alongamento com inibição ativa, manter-relaxar com contração do agonista, assim como a melhora da amplitude de movimento. A amostra foi composta por 6 participantes. Estes foram divididos em dois grupos de 3 participantes, sendo no grupo 1, utilizados exercícios de alongamento isolado e, no grupo 2, realizado alongamento em cadeias musculares. Os grupos foram formados aleatoriamente, de acordo com a ordem de sorteio. Como tratamento foram realizados alongamentos com inibição ativa, técnica manter-relaxar com contração do agonista, nos participantes submetidos a o alongamento isolado, assim como naqueles submetidos ao alongamento em cadeias musculares. Os dados desta pesquisa (médias de alinhamento corporal) foram mensurados através de avaliações posturais analisadas através do programa posturograma versão 2.8, assim como através da goniometria (médias de amplitude de movimento). Após análise dos resultados, observou-se que as duas formas de alongamento obtiveram ganhos de amplitude de movimento e melhora nas alterações posturais, porém o alongamento isolado obteve maior eficácia na melhora de alterações posturais. Contudo, os resultados positivos do tratamento não podem ser considerados absolutos. Eles podem ajudar a divulgar experiências clínicas e gerar hipóteses para serem investigadas em pesquisas futuras. Palavras-Chave: Cadeias musculares. Alongamento. Postura. 169 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 PIRES, R. M. S. O Estudo das alterações da marcha de pacientes idosos após artroplastia do quadril: uma perspectiva bibliográfica. 2007. 49f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina-2007. Orientadora: Profa. Cristina Cardoso da Silva. Data da apresentração: 01.09.2007. O presente estudo aborda as alterações da marcha em pacientes idosos após cirurgia de artroplastia do quadril, em conseqüência da fratura do colo do fêmur que, associadas a patologias como artrite e osteoporose agravam o quadro. A referida pesquisa torna-se relevante, pois evidencia os bons resultados dessa cirurgia, tornando possível a melhora da capacidade funcional dos pacientes idosos que sofreram fratura de colo e posteriormente colocação de uma prótese. Dessa form a, o objetivo geral da pesquisa através de um a revisão bibliográfica foi comprovar que as fases da marcha norm al, dentro das limitações biomecânicas e o conhecim ento do terapeuta, levaram a diminuição das alterações da m archa no pós-operatório de artroplastia de quadril em pacientes idosos. O presente estudo de revisão bibliográfica, adotou o método qualitativo para desenvolver este trabalho acerca do estudo das alterações da m archa de pacientes após a artroplastia do quadril. Para o seu desenvolvimento, adotou-se procedimentos e instrumentos de pesquisa para a coleta de informações com o levantam ento bibliográfico em livros, revistas, artigos da Internet no sentido de esclarecer o conteúdo em questão. Palavras-chave: Alterações da marcha. Idosos. Artroplastia total do quadril. SANÇÃO, O. R.; Recursos fisioterapêuticos utilizados na cicatrização de feridas agudas: um estudo bibliográfico. 2007. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007. Orientadora: profa. Juçara Gonçalves de Castro. Data da apresentação: 01.09.2007. A pele representa 12% do peso seco total do corpo, é o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente, constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Abaixo da derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes. A pele, depois de lesada, inicia rapidamente um processo de substituição por tecido conjuntivo vascularizado, processo este que receb e o nome de cicatrização O processo de cicatrização passa por três fases, a fase Inflamatória, fase Fibroblástica e a fase de Remodelamento que é onde forma o tamanho e a resistência da cicatriz. A fisioterapia disponibiliza de vários recursos eletrotermofototerapêuticos que auxiliam no processo de cicatrização das feridas, tais como infravermelho, ultravioleta, corrente interferencial, microcorrente, ultra-som e laser. Através da utilização desses recursos ocorre uma melhora na qualidade e na velocidade da cicatrização de feridas agudas. O infravermelho favorece um aumento da taxa metabólica, atividade celular e fluxo sanguíneo local, o que ajuda no processo de cicatrização. A radiação ultravioleta promove aumento na reposição celular de queranócitos, provocando o crescimento rápido da pele levando a uma perda das células superficiais num estágio mais precoce que o normal. O ultra-som, no modo contínuo, é capaz de aumentar a mobilidade de uma cicatriz madura, aumentando a extensibilidade colágena, e no inicio do processo cicatricial ajuda a suavizar os tecidos. O laser de baixa intensidade aplicadas diretamente nos tecidos possui efeitos de fotobioestimulação do processo de cicatrização dos tecidos por sobre a síntese e remodelação de colágeno. A corrente interferencial tem efeitos na cicatrização por ativar as fibras AB utilizada na modulação da atividade do sistema nervoso autônomo, influenciando no processo de cicatrização. A microcorrente é um recurso terapêutico utilizado na diminuição do quadro álgico, além de normalizar o fluxo, reparando o tecido, ativando o ATP nas células para promover a síntese protéica e cicatrização. O objetivo deste trabalho foi proporcionar um maior conhecimento sobre a utilização dos recursos terapêuticos, acima citados, no processo de cicatrização de feridas agudas, através de uma revisão bibliográfica. Palavras-chave: Recursos fisioterapêuticos. Cicatrização. Ferida aguda. 170 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 FORTES JÚNIOR, I.A.C. Intervenção fisioterapêutica na entorse do tornozelo por inversão através das técnicas de mobilização articular e propriocepção: sob a ótica da literatura. 2007. 83 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Rauena Souto Diogo Lopes. Datada apresentação: 25.08.2007. O tornozelo é uma articulação complexa, do tipo sinovial, composta por ossos, cápsula articular, ligamentos e músculos, com amplas possibilidades cinesiológicas que favorece o movimento, mas também, sua instabilidade, podendo resultar em entorses. Estas poderão ocorrer por inversão ou eversão, sendo que o mecanismo de traum a mais comum é por inversão, a qual consiste nos movimentos de flexão plantar, supinação e adução que causam estresse nos ligamentos talofibular anterior, calcaneofibular e ligamento talofibular posterior, o que é justificado pela posição lateral e por serem menos espessos e fortes, comparados aos ligamentos da região medial, bem como pelo posicionamento da tíbia e da fíbula que favorecem a inversão forçada. Os objetivos traçados para o tratam ento desta patologia incluem restaurar a biom ecânica articular, através das técnicas de m obi lização art ic ular, favorec endo os reali nham entos ost eoc inem átic os e artroci nem áti cos, diminuição da dor, edema e espasmo muscular, bem como ganho de amplitude de movimento. As técnicas de propriocepção visam diminuir o risco de recidivas, melhorar o equilíbrio, re-estabelecer um engrama motor correto, favorecendo o retorno precoce às atividades norm ais. Este trabalho consiste em uma revisão de literatura fundamentada em livros, periódicos, revistas científicas, sites de pesquisa e bancos de dados da área da saúde. Considera-se que as técnicas mencionadas são bem descritas na literatura atual e com resultados satisfatórios. Portanto, a intervenção proposta está de acordo com os objetivos a serem alcançados numa lesão por entorse em inversão, porém novas pesquisas devem ser feitas a respeito do tema de forma a contribuir com melhores resultados. Palavras-chave: Entorse. Mobilização articular. Propriocepção. BASTOS, D. M. Aplicação do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (Escala GMFCS) em pacientes portadores de lesão cerebral para avaliação do nível de desenvolvimento. 2007x 58 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Kátya Coeli da Costa Loiola. Data da apresentação: 25.08.2007. Paralisia Cerebral é a lesão ou agressão encefálica, de caráter irreversível e progressivo, decorrente no período de maturação do sistema nervoso central, promovendo alterações qualitativas/quantitativas de movimento e do tônus. Esta ainda pode vir a gerar desordens sensoriais, intelectuais, afetivas e emocionais. O Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS-Gross Motor Function Classification System) para paralisia cerebral é baseado no movimento iniciado voluntariamente com ênfase em particular no sentar e no andar, e para uma extensão bem menor a qualidade do movimento. Essa escala serve para verificar a qual nível motor a criança pertence com variações dos níveis de I a V. As diferenças entre os níveis de função motora são baseadas em limitações funcionais, na necessidade de tecnologia assistiva, incluindo meios auxiliares para mobilidade, como: andadores, muletas, bengalas e cadeiras de rodas. O objetivo do presente estudo é demonstrar através da aplicação da escala GMFCS, o nível motor das crianças com paralisia cerebral no setor de Fisioterapia da APAE de Teresina, para observar o grau de severidade das lesões ao sistema nervoso central e a sua repercussão quanto ao prognóstico de independência funcional e controle motor. Para tanto, a amostra foi constituída de 16 participantes de ambos os sexos, todos com diagnóstico de Paralisia Cerebral, os quais foram avaliados e encaixados em um nível motor. Como resultado, foi observado que, na APAE de Teresina, a grande maioria dos pacientes que foram avaliados apresenta como nível motor o V, com limitações motoras severas, desenvolvendo assim, um prognóstico funcional ruim no desempenho de funções motoras globais e finas, com dependência total e completa dos familiares e cuidadores. Palavras-chave: Paralisia cerebral. Escala gmfcs. Prognóstico funcional. 171 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 GOMES, M. M. Análise comparativa dos protocolos de desmame ventilatório utilizados nas unidades de terapia intensiva adulto em hospitais de Teresina-PI. 2007. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007. Orientadora: Prof. Evandro Nogueira Barros Filho. Data da apresentação: 01.09.2007. O desmame da ventilação mecânica é um processo de transição da ventilação artificial para a espontânea nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por um tempo superior a 24 horas. Os parâmetros de desmame são índices que podem avaliar de forma objetiva, mais precoce e com menor possibilidade de erro o momento indicado para realizar o desmame associado a observação clínica. Esta pesquisa objetivou identificar os parâmetros de desmame mais utilizados nas unidades de terapia intensiva adulto em hospitais de Teresina, visando obter maior padronização e sucesso no desmame. Em seis (66,7%) hospitais com UTI adulto de Teresina foram aplicados, aos fisioterapeutas responsáveis pelo serviço, um questionário analisando: parâmetros de desmame, a existência e importância da utilização de protocolos e fatores que antecedem a extubaç ão. Observou-se que apenas uma (16,67%) das UTI utilizam protocolos, no entanto, todos os profissionais entrevistados concordam com a importância da existência de protocolos. Os parâmetros de desmame que se destacam, sendo 100% analisados pelas UTI questionadas são: volume corrente - VC, saturação de oxigênioSatO 2 , fração inspirada de oxigênio-FiO 2, pressão expiratória final positiva - PEEP e freqüência respiratóriaFR. Os métodos de desmame 100% aplicado foram o PSV e Tubo T, no entanto, o mais utilizado foi o PSV (83%). Apenas 3 fatores são 100% verificados antes da extubação: evento agudo que motivou a ventilação mecânica, drive ventilatório e equilíbrio ácido-básico. Nenhum eletrólito sérico é utilizado 100%, s endo o potássio o mais medido. A gasometria é o único exame laboratorial visto em todos os hospitais e apenas um (16,67%) hospital não analisa exames radiológicos antes da extubação. Conclui-se que nem todos os fisioterapeutas aplicam, de forma uniforme, os diversos parâmetros de desmame em sua rotina, quer por falta de tempo, quer por falta de recursos disponibilizados pela instituição. No entanto, seria importante a criação de um protocolo de desmame para reduzir o período de internação, evitando complicações ao paciente por tempo prolongado na ventilação mecânica, além de aumentar a praticidade do serviço e reduzir o custo hospitalar. Palavras-chave: Desmame do ventilador mecânico. Parâmetros de desmame. Unidades de terapia intensiva. SANTOS, D.F. M. Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Mulheres na Pós – Menopausa. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Prof. Evandro Nogueira Barros Filho. Data da apresentação: 01.09.2007. A mulher pós – menopausa está vulnerável a uma variedade de sintomas físicos e psicológicos, i nc lui ndo al guns est ri t am ent e assoc iados c om a m enopausa e out ros rel ac i onados com o envelhecimento. As alterações que ocorrem nesse período vão desde síndromes endócrinas, até problemas secundários há privação de hormônios por longa duração, como osteoporose e doenças cardiovasculares. Os múltiplos fatores de risco associados com doença cardíaca coronariana, como heredi tariedade, hi pertensão, di abetes mell itus, hiperl ipi dem ia, obesidade, tabagism o, vi da sedentária e estresse tornam difícil o completo entendimento da influência específica da menopausa sobre a doença cardíaca. Nos anos reprodutivos, a incidência de doença cardiovascular (DCV) na mulher é inferior à do homem. Entretanto, com a instalação da menopausa a prevalência de DCV em mulheres aumenta progressivamente, sugerindo um efeito cardioprotetor do estrogênio. Uma im portante ferramenta de análise da função autonôm ica cardíaca, a Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC), trouxe enorme avanço à pesquisa científica nessa área de investigação, ou seja, da influência da m enopausa no desenvolvim ento de doenças cardiovasculares. Esta pesquisa teve como propósito discutir como a pós-menopausa altera o organismo feminino resultando em oscilações da freqüência cardíaca que podem predispor a doenças cardiovasculares. Palavras-chave: Pós-menopausa. Doenças cardiovasculares. Variabilidade da freqüência cardíaca. 172 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 LOPES, V. M. Fisioterapia convencional no pós-operatório de fratura exposta da diáfise da tíbia com fixação externa. 55f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Integral Diferencial, Teresina. 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma . Data da apresentração: 01.09.2007. As fraturas expostas da diáfise da tíbia são causadas geralmente por traumas violentos. Nesses casos, são bastante utilizados os fixadores externos como tentativa de consolidação do tecido ósseo. O pós-operatório deste tipo de fratura com a utilização do fixador externo costuma levar o paciente a um quadro clínico de dor, edema, presença de aderências, encurtamentos musculares, restrição de movimento e conseqüente hipotrofia da musculatura, entre outras complicações. Dessa forma, faz-se necessário a intervenção da fisioterapia para melhora das condições do paciente. Considerando que o tratamento fisioterapêutico visa à redução dos sintomas apresentados, bem como a promoção de uma maior mobilidade para o membro afetado, o objetivo do presente trabalho é apresentar uma revisão da literatura que aborde a relevância da fisioterapia no tratamento de pacientes no pós-operatório de fixação externa de fratura exposta da diáfise da tíbia . A Fisioterapia convencional no pós-operatório de fratura exposta de tíbia com a utilização do fixador externo para a correção de fraturas vem se tornando cada vez mais presente, pois, estudos comprovam que a intervenção precoce do tratamento fisioterapêutico torna mais célere o processo de reabilitação. A técnica metodológica usada foi a revisão bibliográfica. Preliminarmente, buscou-se na literatura os conceitos apresentados por renoma dos autores que tratam sobre o assunto, posteriormente, no mesmo diapasão, foi utilizada a internet como fonte de pesquisa, ao passo que através da grande rede são disponibilizados artigos científicos e dissertações relativas ao tema proposto para análise. A concretização deste trabalho consolida a relevância da fisioterapia, ratifica o quanto o tratamen to fisiotera pêutico, ao ser inicia do no pós-o peratório i mediato, tor na a reabil itaç ão manifestamente mais eficaz. Palavras-chave: Fisioterapia convencional. Fratura de tíbia. Fixador externo. CASTOR, D. C. Análise da efetividade da hidroterapia em idosos portadores de artrose no joelho: revisão de literatura. 2007. 45f. Monografia de Conclusão de Curso. Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: José Neres Quaresma. Data da apresentação: 25.08.2007. A artrose resulta de um processo de desgaste e desaparecim ento da cartilagem articular e é considerada a mais importante doença reumática, onde a localização mais comum em idosos é no joelho. Esta população está a cada dia aumentando a expectativa de vida por ofertas de melhores condições, isso porque há uma grande preocupação por parte dos profissionais de saúde e da sociedade em geral enfatizando que a prevalência dessa patologia aumenta com a idade. É uma das principais causas de dor e incapacidade funcional gerando enorme carga econômica para a sociedade em gastos médicos e sendo grande motivo de afastamento do trabalho. Para amenizar os sintomas da artrose como dor, limitação funcional, dificuldades para realizar atividades da vida diária ou até mesmo evitar uma possível cirurgia, este trabalho vem relatar um tratamento através da hidroterapia mostrando seus benefícios. Tendo como objetivo enfatizar a anatom ofisiologia do joelho, descrever os principais recursos da hidroterapia utilizados em artrose no joelho de idosos, através de um estudo bibliográfico. Fundamenta-se em referências bibliográficas nacionais. Com base nesse estudo foi possível observar a importância da hidroterapia em pacientes idosos com artrose em qualquer fase que se encontre. Palavras-chave: Artrose. Idosos. Hidroterapia. 173 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 MIRANDA, M.M.N. A atuação da cinesioterapia nos distúrbios motores do acidente vascular encefálico em crianças: revisão de literatura. 2007. 36f. Monografia de Conclusão de Curso. Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Laysa Monte Aguiar. Data da apresentação: 01.09.2007. O acidente vascular encefálico (AVE) na infância é relativamente raro, de conhecim ento ainda obscuro, e com etiologia multifatorial. É uma doença que pode causar grave impacto na criança e ser a prim eira m anifestação de doença sistêm ica. O subdiagnóstico ainda é incom um e são praticamente inexistentes as pesquisas sobre o assunto no nosso meio. Mundialmente os estudos sobre o AVE infantil vêm crescendo cada vez mais se chegando à conclusão de que esta não é uma patologia tão rara quanto se podia im aginar.No Brasil por ser pouco difundido não existem dados estatísticos, mas estima-se algo em torno de 3 crianças em cada 100.000 hab/ano. Em RESUMO esta revisão expõe os aspectos clínicos da doença, definições, classificações, incidência, prevalência, prognóstico, fatores de risco, etiologias, sintomatologia e principalmente o tratamento fisioterapêutico como parte fundamental da reabilitação dessas crianças. Dar-se-á ênfase á cinesioterapia motora, descrevendo algumas das principais técnicas, expondo seus objetivos e a contribuição de cada uma delas na recuperação da função motora da criança, independente do nível do comprometimento. O trabalho foi realizado a partir de uma revisão literária que infelizmente ainda encontra-se escassa, mostrando assim a importância desse estudo que irá enriquecer os conhecimentos a respeito do tem a. Palavras-chave: Acidente vascular encefálico. Fisioterapia. Cinesioterapia. ALVES, F. E. A.. Atuação fisioterapêutica na debilidade do assoalho pélvico em pacientes puérperas com incontinência urinária na maternidade Wall Ferraz. 2007. 63.f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencia, Teresina, 2007. Orientadora: Prof. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante. Data da apresentação: 25.08.2007 A incontinência urinária é definida com o a perda de urina através do m eato externo da uretra, quando a pressão intravesical excede a pressão de fechamento uretral, na ausência de contração do músculo detrusor. A fisioterapia através de seus recursos e técnicas vem ganhando destaque nos últimos anos, como tratamento conservador, em face da melhoria dos resultados e baixos efeitos colaterais. Este trabalho teve como objetivo demonstrar os efeitos da cinesioterapia associada ao uso da bola suíça em pacientes puerpéras com incontinência urinária, diagnosticada por um exame físico minucioso de toda a musculatura do assoalho pélvico, através do Pad-teste, toque bidigital para classificar o grau de força de acordo com a tabela de Ortiz. O presente estudo foi realizado com uma paciente puerpera, de 20 anos de idade, portadora de incontinência urinária gestacional, proveniente da Unidade Municipal de Saúde - Maternidade W all Ferraz Maternidade W all Ferraz. No quadro inicial a participante apresentou grau um de contração do assoalho pélvico com perda urinária, progredindo para grau quatro após a realização do tratamento. Através deste trabalho foi possível concluir que com a cinesioterapia associada ao uso da bola suíça os sintomas da incontinência urinária desaparecem por até cinco anos, dessa forma as pacientes devem continuar realizando o acom panhamento diariamente. Reafirm ando a importância da fisioterapia enquanto tratam ento conservador. Palavras-chave: Cinesioterapia. Fisioterapia. Incontinência urinária 174 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 VÉRAS, D.M.S. A intervenção fisioterapêutica na doença de Parkinson utilizando a facilitação neurom uscular proprioceptiva através das técnicas iniciação rítm ica e reversão de antagonistas. 2007. 83 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester Ibiapina Mendes de Carvalho. Data da apresentação: 25.08.2007. A Doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso central que compromete os núcleos da base (NB), fundamentais para o controle da motricidade e da manutenção do tônus muscular, podendo ainda influenciar funções perceptivas e cognitivas. O mecanismo fisiopatológico deve-se à redução da produção, pela substância negra mesencefálica, do neurotransmissor sináptico “dopamina”, daí transportada aos NB onde, por conseguinte, será sub-utilizada. Esta carência causa um desequilíbrio nos circuitos estriado-pálido-talâmicos provocando os distúrbios Parkinsonianos característicos, como rigidez, bradicinesia, tremor em repouso e instabilidade postural. Este trabalho trata-se de um estudo de caso, que teve como objetivos facilitar a iniciativa motora, com objetivo de avaliar a intervenção fisioterapêutica no desempenho motor de uma paciente com Doença de Parkinson, ao longo de 36 sessões utilizando-se o método Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). Foram empregadas as técnicas da FNP, iniciação rítmica e reversão de antagonistas, para facilitar a iniciativa motora, aumentar a amplitude ativa do movimento e, melhora r a dissociação e a coordenação dos movimentos das cinturas pélvica e escapular, melhorando o padrão de marcha da paciente. Analisou-se a amplitude de movimento das articulações do ombro, cotovelo, quadri l e joelho e a marcha da paciente (esta última através de análise descritiva) comparando-se as avaliações pré- e pós-tratamento. Pôde-se verificar que as técnicas foram eficazes para a melhora do quadro clínico, havendo significativo aumento da amplitude articular, facilitação da iniciativa motora, melhora da dissocia ção e coordenação das cinturas pélvica e escapular e conseqüente melhora do padrão da marcha. Palavras-chave: Intervenção fisioterapêutica. Doença de Parkinson. Facilitação neuromuscular proprioceptiva. SILVA, K. C. F. A influência do leito sobre o sistema muscular esquelético do recém-nascido prétermo em UTI. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Laysa Monte Aguiar. Devido ao aprimoramento das novas técnicas de cuidados com o recém-nascido de alto risco, vem-se diminuindo a mortalidade neonatal e aumentando a morbidade. Crianças de alto-risco são aquelas que tenham sofrido complicações no período pré e/ou perinatal, e que em conseqüência possa apresentar déficits ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. A prematuridade é uma característica do grupo de alto ri sco constituindo fator de atrasos na aquisição de marcos do desenvolvimento neuropsicomotor. A UTIN é um ambiente aversivo que contribui para o aparecimento de deformidades, contraturas e para o atraso do desenvolvimento motor. As mudanças no comportamento motor estão relacionadas com a idade do indivíduo, a qual inclui mudanças tanto na postura quanto no movimento. A mudança de posição evita úlceras de decúbito, estase de secreção, deformidades na cabeça, propiciando um melhor desenvolvimento neurosensorial e psicomotor. A posição ventral terapêutica atua no desempenho respiratório regular, diminui períodos de apnéia. A posição supina terapêutica oferece uma melhor condição de inspeção da fase do lactente, promove acesso mais rápido e fácil à equipe multidisciplinar, além de atuar numa visualidade melhor para o recém-nascido. A posição lateral terapêutica promove o desenvolvimento dos flexores, favorecendo ain da a orientação para a linha média. Objetiva-se com este trabalho estudar a influência do posicionamento terapêutico no leito sobre o sistema muscular esquelético do recém-nascido pré-termo em UTI, além de observar as alterações relacionadas com a prematuridade. O método de pesquisa utilizado foi a pesquisa bibliográfica. De acordo com os estudos de avaliações e tratamento do desenvolvimento neuromotor das crianças consideradas como grupo de risco, observamos assim, como citado na literatura, atrasos na aquisição dos marcos motores. A justificativa para este atraso baseia-se nas condições impostas pela prematuridade dos sistemas nervoso e muscular. Através deste trabalho, foi proporcionado um maior conhecimento das características dos re cémnascidos pré-termo no que se refere a fatores de risco para o atraso neuromotor e padrões de desenvolvimento da criança nascida antes do tempo necessário para a conformação de seus sistemas, além de uma adequada posição terapêutica dos mesmos no leito da UTIN. Palavras-chave: Posicionamento terapêutico. Recém-nascido pré-termo. Uti neonatal. 175 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CABRAL,C.D.G. Intervenção fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia bucomaxilofacial: relato de caso. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Maria Ester I. Mendes de Carvalho. Data da apresentação: 25.08.2008. Esta pesquisa objetivou com provar a atuação fisioterapêutica na resolução da sintom atologia álgica e funcional das Disfunções Oro-Crânio-Cervicais por fratura mandibular bilateral e divulgar resultados encontrados para Cirurgiões-Dentistas e Fisioterapeutas. A mandíbula é o único osso m óvel da face, devido a sua topografia, anatom i a e proj eç ão no terç o i nferi or da face, é freqüentemente atingida por traumas podendo resultar em fraturas. As fraturas mandibulares podem levar à deformidades, sejam por deslocamentos ou perdas ósseas não-restauradas, com alterações de oclusão dentária ou da articulação tem poromandibular (ATM). Esta pesquisa foi realizada no Hospital Getúlio Vargas (HGV), do tipo estudo de caso. A paciente foi encaminhada ao Ambulatório de Fisioterapia do HGV pelo Serviço de Odontologia do hospital, após procedimento de redução e fixação cirúrgica da fratura. Seguidos os procedim entos éticos, a paciente R.S.L. submeteu-se a avaliação fisioterapêutica direcionada para Disfunção Oro-Crânio-Cervical, em seguida tratamento, com freqüência de três vezes por semana, uma hora diária, totalizando 43 sessões durante três m eses. Utilizou-se as seguintes m odalidades fisioterapêuticas: Estim ulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) e Cinesioterapia. Materiais utilizados: ficha de avaliação com Escala Analógica da Dor (EAD) e aparelho de TENS. Pôde-se evidenciar melhora do quadro álgico nas prim eiras sessões e a restauração funcional da abertura da boca com diminuição do desvio mandibular. Palavras-chave: Fratura. Disfunção oro-crânio-cervicais. Estimulação elétrica. LIMA, E M C. A importância do fortalecimento muscular dos membros superiores para independência dos portadores de mielomeningocele. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ana Flávia Machado de Carvalho. Data da apresentação: 01.09.2007. O trabalho de pesquisa visa através da fisioterapia viabilizar as técnicas de fortalecimento muscular dos membros superiores, em um paciente portador de mielomeningocele, com lesão medular a nível região lombar, com a finalidade de demonstrar que a fisioterapia proporciona uma maior independência para esse paciente na realização das atividades da vida diária. O fortalecimento muscular para aqueles portadores com potencial para a marcha com ou sem suporte, terá um prognóstico satisfatório com uso de muletas, bengalas ou andadores nas fases iniciais do treinamento e aqueles que apresentam fraqueza muscular acentuada tem um péssimo prognóstico para a marcha, necessitam de cadeiras de rodas para facilitar na sua vida normal como participar da atividade escolar e lazer. O trabalho para aquisição de força muscular dos membros superiores, realizados através das técnicas de exercícios resistidos com auxílios de equipamentos, leva a uma melhor coordenação motora, ganho de força muscular e flexibilidade, o que irá fazer essa criança adquira uma maior independência das atividades básicas de um ser humano como locomover-se. O estudo de caso foi realizado na Sociedade de Apoio ao Deficiente Físico- SOADF, com a participação de um paciente do sexo masculino portador de mielomeningocele em nível de lesão medular na região lombar, com idade de 6 anos. O tratamento fisioterapêutico teve duração de três meses, onde se realizou três atendimentos semanais até o término do tratamento so mand o a ssi m 36 at endi men tos . Pa ra anál ise s da s a qui siçõ es tomo u-s e p or b ase dua s a val iaçõ es fisioterapêuticas uma realizada antes do trabalho de fortalecimento e a outra realizada no término d esse tratamento fisioterapêutico. A partir da análise e das coletas de dados comprovou-se a eficácia do fortalecimentos dos membros superiores possibilitando um suporte de peso na posição bípede através do ganho de força muscular dos membros superiores e diminuição das contraturas dos membros inferiores tendo como resultado inicial desse estudo. Palavras-chave: Mielomeningocele. Fisioterapia. Independência motora. 176 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 OLIVEIRA, R A. Recrutamento alveolar como manobra para restabelecimento da função pulmonar na síndrome da angústia respiratória aguda (sara): uma revisão de bibliografia. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientado: Prof. Evandro Nogueira B. Filho. Data da apresentação: 01.09.2007. Desde a sua primeira descrição, a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) foi reconhecida como uma condição caracterizada pela redução do volume pulmonar e anormalidades mecânicas do sistema respiratório. Os mecanismos patofisiológicos envolvidos na SARA (desequilíbrio na ventilação/perfusão e reduzida distensibilidade, edema pulmonar, atelectasia e inflamação pulmonar), podem ser piorados pelas tensões mecânicas causadas por regulagens inapropriadas do ventilador mecânico. O uso de manobras de recrutamento (MR) alveolar, têm sido proposto como terapia adicional dentro das estratégias de ventilação mecânica (VM) para pacientes com SARA. As MR podem ser realizadas de várias formas, como por exemplo através do estabelecimento de Altas Pressões Sustentadas por determinado período (APS), Pressão Positiva Contínua nas vias aéreas (CPAP),elevados valores de pressão expiratória positiva final (PEEP) e o posicionamento do paciente em prona, que, per se, constitui-se em MR, com resgate de alvéolos colapsados. Apesar de vários estudos fisiológicos demonstrarem os benefícios das MR em termos de abertura alveolar e melhora da oxigenação, restam dúvidas quanto à maneira mais eficiente e segura de realizar estas manobras, além do impacto na evolução dos pacientes, por isso que esse estudo torna-se relevante, pois ele tem como objetivo principal o estudo de algumas manobras de recrutamento, quais seus efeitos benéficos e deletérios em pacientes com SARA e qual a sua repercussão nos índices de mortalidade dessa patologia. Algumas técnicas de recrutamento alveolar têm sido estudadas de diferentes formas ao longo dos últimos anos. Dentre essas técnicas, podemos discutir alguns protocolos para elucidar qual a melhor maneira, os parâmetros mais adequados e quais resultados esperados, para podermos aplicar na prática clínica. O estudo dessas técnicas foi baseado em revisar por meio de artigos, livros e revistas científicas de bastante relevância protocolos de manobras de recrutamento, sendo que alguns deles utilizando como técnica valores elevados de CPAP, a combinação da relação P-V(Pressão-Volume) e PEEP,onde nesses protocolos serão discutidos também os níveis de PEEP ideal e uma técnica envolvendo o posicionamento do paciente no leito na posição prona. Ficou claro no estudo que as MR são modos efetivos para abrir unidades pulmonares colabadas, melhorando assim a oxigenação e sendo muito útil para o beneficio do paciente, mas fica clara a necessidade de desenvolvimento de mais pesquisas a cerca do assunto para que se tenha uma técnica mais segura e com mais eficácia, tentando diminuir em maiores índices a porcentagem de mortalidade envolvendo os pacientes com SARA. Palavras-chave: Manobras de recrutamento. Síndrome da angústia respiratória aguda. Pressão expiratória final positiva. LEMOS NETO, A.B. O Tratamento fisioterapêutico para melhoria da qualidade de vida do paciente com doença de alzheimer. 2007. 44 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ana Cristina Melo. Data da apresentação: 01.09.2007. Trata-se de um estudo realizado através da revisão da literatura atual nacional e internacional dos anos de 1983 a 2007, sobre a Doença de Alzheimer nos seus diversos aspectos. Por ser uma doença cada vez mais presente no mundo atual foi revisada a anátomo-patologia, patogenia, incidência e prevalência, diagnóstico, quadro clínico e tratamento, com o objetivo de demonstrar a importância e eficácia do tratamento fisioterapêutico para melhoria da qualidade de vida tanto do paciente portador de DA como de seus familiares e cuidadores. O tratamento fisioterapêutico vê o paciente de forma global, melhorando suas atividades da vida diária, maximizando seus potenciais e mantendo as atividades pré-existentes, retardando assim a evolução da doença. Realizouse uma busca no banco de dados MEDLINE com as palavras-chave fisioterapia, doença de Alzheimer, fisioterapy e Alzheimer’s disease, sendo inseridos artigos e dados referentes à fisiopatologia, clínica e tratamentos conhecidos para doença de Alzheimer, relacionando-se assim esses dados ao tratamento fisioterapêutico para a patologia. Foram incluídos estudos que preenchiam os critérios de inclusão supracitados, realizados com pacientes portadores de doença de Alzheimer. Todos os estudos indicaram um efeito benéfico do tratamento fisioterapêutico para os seguintes parâmetros: melhora da capacidade funcional, maior participação nas atividades diárias, manutenção dos potenciais existentes. Com relativo baixo custo, o tratamento fisioterapêutico atua melhorando de maneira global o paciente, gerando uma melhor qualidade de vida para este, para s eus cuidadores e familiares, maximizando as potencialidades do paciente e retardando o avanço da doença. Palavras-chave: Fisioterapia. Alzheimer. Qualidade de vida. 177 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 FONSECA, B.M. Intervenção fisioterapêutica na síndrome do cativeiro após o acidente vascular encefálico: revisão bibliográfica 2007. 52 f. trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Rauena Souto Diogo Lopes. Data daapresentação: 25.08.2007. Acidente Vascular Encefálico é uma alteração focal da função encefálica de início súbito com suposta origem vascular cujos sinais persistem por mais de 24 horas. Pode ser classificado como isquêmico (tendo como conseqüência a escassez de fluxo sanguíneo cerebral privando o cérebro de oxigênio) e hemorrágico (resultando num aumento das pressões intracranianas, lesionando os tecidos cerebrais e restringindo o fluxo sanguíneo distal). É de fundamental importância saber o diagnóstico com precisão para que se possa traçar um tratamento bem direcionado. Para isso deve-se levar em consideração as possíveis causas, o lugar acometido no encéfalo e os fatores de risco que podem complicar a situação. Em relação ao acometimento físico dos pacientes podese encontrar: ataxia, hemiplegia ou hemiparesia, ou ainda comprometimento em ambos hemicorpos (como por exemplo, a Síndrome do Cativeiro). A Síndrome do Cativeiro é um distúrbio neurológico raro caracterizado pela paralisia completa dos músculos voluntário em todas as partes do corpo com exceção daqueles que controlam o movimento do olho. Isto acontece porque diversas vias nervosas se originam ou terminam na área onde acontece o AVE. O objetivo da pesquisa é demonstrar a aplicação do conceito Bobath nos pacientes com a referida síndrome, de acordo com as manifestações clínicas apresentadas. O presente estudo caracteriza-se por uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva, classificada como pesquisa bibliográfica sendo utilizado como método de abordagem o dedutivo e de procedimento o monográfico. Pode-se concluir então que a fisioterapia é o tratamento principal na síndrome do Cativeiro, pois proporciona a melhora do quadro clínico desses pacientes, porém necessita-se de uma interação entre fisioterapeuta e outros profissionais de saúde. Palavras-chave: Acidente vascular encefálico. Síndrome do cativeiro. Fisioterapia BARBOSA, L. N. A eficácia do tratamento fisioterapêutico nas disfunções motoras e sensitivas em pacientes portadores de hanseníase: um estudo bibliográfico. 2007. 55 f. trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, teresina, 2007. Orientadora: Profa. Silvana Maria Véras Neves. Data da apresentação: 25.08.2007. A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo cujas lesões granulomatosas se manifestam na pele, nas membranas m ucosas e nos nervos periféricos. A transmissão ocorre por contato direto entre indivíduos, através de germes elim inados nas gotículas de saliva e inalados pelo organism o, ao penetrar na mucosa do nariz. Também pode ser transmitida pelo contato direto com a pele lesionada dos doentes. Essa doença afeta a pele e o sistema neurológico do paciente, causando lesões cutâneas e danos nos nervos periféricos do corpo humano. Isso leva à supressão da sensação térmica, ou seja, da capacidade de diferenciar o frio e o calor no local afetado. Mais tardiamente, pode ocorrer diminuição da sensação de dor no local e, se a doença não for tratada a tempo, causa invalidez severa e/ou permanente. O objetivo deste trabalho foi realizar um a revisão de literatura sobre a hanseníase e a eficácia da fisioterapia, para evidenciar a importância da detecção precoce dos sinais clínicos e das sequelas que acometem os doentes, visando condutas médicas e fisioterápicas capazes de prevenir e remediar as deformidades deixadas pela doença. O tratam ento clínico abrange a associação de diversos antibióticos (esquema poliquimioterápico), que através dessa, destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença. A Fisioterapia é uma ferramenta importante para controlar a evolução das lesões, perm itindo a prevenção das incapacidades e a diminuição das sequelas decorrentes da hanseníase, através de exercícios aplicados de acordo com a necessidade de cada paciente. Palavras-chave: Hanseníase. Prevenção. Tratamento. Fsioterapia. 178 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RIBEIRO, M. D. S. O. Intervenção da fisioterapia na prevenção da mastite aguda: Revisão Bibliográfica. 2007. 43f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante. Data da apresentação: 01.09.2007. Todos sabem que os bebês devem ser alimentados exclusivamente ao seio nos primeiros meses de vida, porém durante a lactação podem ocorrer alterações que levam a ocorrência de distúrbios como a mastit e, ocasionando a interrupção desse período tão importante para a mãe e para o bebê. Para ocorrer o sucesso da amamentação, a mãe precisa está devidamente preparada e orientada para identificar se os requisitos básicos para uma pega correta estão sendo respeitados. Caso isso não ocorra, há uma grande possibilidade de uma possível dificuldade da amamentação, podendo gerar distúrbios mamários que levam ao fracasso da mesma. Hoje com o advento da globalização, os processos de informações atingem os vários cantos do mundo, através dos vários meios de comunicações, com isso deve haver um investimento em campanhas preventivas tanto pelas instituições de saúde, como pela educação, no intuito de alertar um maior número da população para detectar os sintomas indicativos da mastite e assim evitar conseqüências mais danosas para a mãe e o bebê.A mastite é um processo inflamatório e / ou infecciosa da mama, que tem início na segunda ou terceira semana puerperal, podendo ocorrer, no entanto em qualquer fase da lactação. A fisioterapia obstetrícia tem como um dos seus objetivos a prevenção de patologias como a mastite. Com isso o profissional deve enfocar informações básicas de cuidados com as mamas, durante todo o pré-natal, assim como detectar e prevenir os sintomas da mastite no período puerperal. Esta revisão bibliográfica objetiva mostrar a importância da fisioterapia na prevenção da mastite através de orientações. Diante deste quadro questiona-se; qual a contribuição d a intervenção da fisioterapia na prevenção da mastite? Que procedimento os profissionais desta área po dem desenvolver para alcançar bons resultados no tratamento da mastite? Seguindo esta problemática e percebendo que atualmente, na assistência à saúde, há uma mudança do foco na doença para o foco na prevenção. Após a investigação minuciosa desta revisão bibliográfica conclui-se que a fisioterapia tem papel importante no acompanhamento da nutriz, com ênfase na importância da amamentação, e o seu preparo para lidar com a lactação mostrando fatores de proteção contra a mastite lactacional. Diante disto esta revisão trata de apresentar a importância da intervenção da fisioterapia no tratamento da mastite. Palavras-chave: Fisioterapia. Prevenção. Mastite. FEITOSA, H. M. P. E. Utilização da Tens como controle da dor em pacientes pós-lobectomia pulmonar. 2007. 37f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Evandro Nogueira Barrros Filho. Data da apresentação: 01.09.2007. A dor é um sintoma muito comum em cirurgias torácicas, além de ser um dos problemas mais preocupantes da medicina e da biologia, ou seja, um permanente desafio para os profissionais da saúde que pesquisam tratamento para o paciente com dor. A dor no pós-operatório acarreta limitação dos movimentos. Nesse contexto, a tosse efetiva, a respiração profunda e as mudanças de posição estarão restritas. Como conseqüência, o paciente estará predisposto a atelectasia, infecções e insuficiência respiratória. A estim ulação elétrica nervosa transcut ânea (TENS) é um m étodo fisioterapêutico seguro e não invasivo usado para o alívio de dor no PO de lobectomia pulmonar. Esta revisão literária tem como objetivo de mostrar a im portância da utilização da TENS como controle da dor em pacientes pós-lobectomia pulmonar já que, com a diminuição do quadro álgico, pode acelerar a alta hospitalar ou até mesmo, minimizar o uso de analgésicos para o controle da dor em PO de cirurgias torácicas, além de proporcionar saúde com mais qualidade. Palavras-chave: Dor. Lobectom ia pulm onar. TENS. 179 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 LEAL, M. M. Avaliação das alterações respiratórias no pós-operatório imediato de mastectomia radical modificada. 2007. 61f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa..Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação:01.09.2007. O câncer de mama possui, relativamente, um bom prognóstico se diagnosticado precocemente, no entanto, as taxas de mortalidade continuam elevadas no Brasil. Isto se deve, provavelmente, ao fato da doença ainda ser diagnosticada em estádios avançados, pois apesar do grande número de campanhas e informações a respeito do diagnóstico precoce do câncer de mama, muitos casos são diagnosticados tardiam ente, impossibilitando o tratam ento conservador. Atualmente a cirurgia de escolha para o câncer de mama é mastectomia radical modificada, principalmente a tipo Madden. Após a cirurgia muitas complicações e alterações podem ocorrer, incluindo as alterações respiratórias. Este trabalho trata-se de um estudo de caso, descritivo, realizado na Clínica de Ginecologia do Hospital Getúlio Vargas, com uma amostra de 6 pacientes, no período de abril a junho de 2007. O objet ivo desta pesquisa foi avali ar as alt erações respiratórias no pós-operatório im ediato de mastectomia radical modificada. Através desse trabalho pôde-se perceber que as principais alterações ocorridas após a cirurgia foram diminuição da PiMáx (71,6%), da PeMáx (56%), do FEMI (63,9%) e da expansibilidade torácica, avaliada através da cirtometria, em que a maior alteração ocorreu no nível intercostal, ou seja, no nível da incisão cirúrgica, com uma diminuição em 58,83% do coeficiente de amplitude. A avaliação da função respiratória no pós-operatório imediato é de grande importância para que o fisioterapeuta possa traçar um tratamento específico, possibilitando um maior conforto respiratório durante a recuperação da cirurgia e da anestesia, melhorando a capacidade vital e a capacidade residual, como também, incentivar a tosse a fim de evitar maiores complicações. Palavras-chave: Alterações respiratórias. Pós-operatório imediato. Mastectomia radical modificada. PIAZZAROLLO, S. G. Alterações nas pressões inspiratória e expiratória máximas em pacientes submetidos à abdominoplastia. 2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. J uçara Gonçalves de Castro. Data da apresentação: 01.09.2007. As complicações pulm onares pós-operatórias vêm preocupando pacientes e cirurgiões há anos. Estatisticamente elas são as principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes cirúrgicos. Essas alterações podem determinar uma série de com plicações pulmonares no pós-operatório, comprometendo a evolução do paciente. O objetivo desde estudo foi avaliar as alterações da força muscular respiratória em pacientes submetidos à abdominoplastia. Para isso, avaliaram-se seis pacientes provenientes da Clínica Plastmed, do sexo feminino, com faixa etária de 20 a 50 anos. No pré e pós-operatório foram aferidas as medidas da força muscular respiratória (PImáx e PEmáx), obtidas com o uso do manovacuômetro. A PImáx sofreu uma redução significativa e a PEmáx apresentou uma redução altamente significativa durante o pós-operatório imediato. Pode-se concluir que ocorre uma redução na força muscular respiratória, o que justifica a necessidade da intervenção fisioterapeutica para m elhorar a mecânica respiratória, prevenindo assim com plicações. Palavras-chave: Abdom inoplastia. Alterações respiratórias. Manovacuôm etro 180 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 BARBOSA, RB. Benefícios da cinesioterapia aplicada a osteoartrite de joelho. 2007. 73f. Trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) Faculdade Intregral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma. Data da apresentação: 01.09.2007. O objetivo deste trabalho é estudar os efeitos deletérios que a sobrevida pode causar aos indivíduos e a partir disso procurar um tratamento, dentre os quais a fisioterapia motora através da cinesioterapia, está indicada. Fundamenta-se em referências bibliográficas nacionais e internacionais, periódicos, jornais e revistas científicas. Concluiu-se a complexidade do impacto da osteoartrite de joelho sobre a saúde das pessoas, porém a atuação da fisioterapia no tempo oportuno pode evitar que esse impacto cause maiores danos e que estes levem a limitação funcional, provocando incapacidade. Palavras-chave: Fisioterapia. Osteoartrite. Cinesioterapia. RODRIGUES, L.N.S. O efeito da fisioterapia respiratória na pressão intracraniana em pacientes com traumatismo cranioencefálico grave. 2007 54f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador:Prof.Evandro Nogueira Barros Filho. Data da apresentação: 01.09.2007. O trauma craniano é uma patologia neurológica que tem como principal característica lesão encefálica por trauma externo (direto ou indireto). É um problema de saúde pública onde sua incidência é extremamen te elevada em adultos jovens do sexo masculino, com altos índices de mortalidade e sequelas secundárias. Uma das grandes preocupações com pacientes internados na unidade de terapia intensiva, especialmente no portador de Traumatismo Cranioencefálico, é a elevação aguda da Pressão Intracraniana, ou seja, Hipertensão Intracraniana. A mesma pode variar com alterações na pressão arterial sistêmica, na respiração, no m au posicionamento do paciente no leito e também pelo aumento do volume de um ou mais componentes cranianos. Esses pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva necessitam de cuidados intensivos sob assistência de uma equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros). A fisioterapia é essencial para um melhor prognóstico para o paciente, auxiliando na prevenção, cura e na reabilitação de quais quer patologias do sistema respiratório e outros sistemas. Nos estudos analisados, a fisioterapia respiratória é imprescindível nesses pacientes, no entanto, devem ser tomadas com cautela durante sua utilização e somada a monitorização da pressão intracraniana, antes, durante e após os procedimentos. Diante dessa realidade, para elaboração deste trabalho, decidiu-se utilizar a revisão bibliográfica por permitir examinar o maior número possível de obras publicadas sobre o assunto versado, organizando as várias idéias fundamentadas e harmonizando os pontos de vista existentes na mesma direção, tendo como objetivo um maior conhecimento sobre o tema, análise do efeito da Fisioterapia Respiratória na Pressão Intracraniana em pacientes portadores de Traumatismo Cranioencefálico grave, evidenciando as respostas clínicas do paciente frente ao tratamento. Palavras–chave: Ttraumatismo cranioencefálico. Pressão intracraniana. Fisioterapia respiratória. 181 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 LIRA, B. A. Incidência de infecção pulmonar em pacientes vítimas de traumatismo crânioencefálico internados na uti do hospital getúlio vargas. 2007.44 f. Trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Sandra Karla Feitosa Cavalcante. Data da apresentação: 25.08.2007. O traumatismo cranio-encefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro causada por uma força física externa, podendo produzir um estado diminuído ou alterado de consciência e no funcionamento físico. Em seu tratamento destaca-se o importante papel de uma adequada assistência ventilatória, buscando regular os níveis de gases sanguíneos da forma mais adequada para cada paciente. Nas unidades de terapia intensiva (UTIs) dos hospitais verifica-se uma maior permanência de pacientes vítimas de trauma cranio-encefálico, isso devido às diversas complicações, nos diversos sistemas, provocados pelo trauma. A estada desses pacientes, quando estáveis e com pouca probabilidade de óbito, geralmente é duradoura nas UTIs. O objetivo do presente estudo foi a verificação da incidência e os tipos mais mais comuns de infecções pulmonares em pacientes críticos vítimas de TCE internados na UTI do Hospital Getúlio Vargas (HGV), determinando os tipos de infecções com as causas mais prováveis, procurando assim, determinar os métodos preventivos que se adequam no ambiente da UTI. Para tanto, a amostra foi constituída de 20 prontuários médicos de 20 pacientes distintos de ambos os sexos, vítimas de traumatismo crânio-encefálico (TCE) admitidos na UTI do HGV em Teresina – PI, com mais de 48 horas de internação, sob ventilação artificial mecânica. A partir da verificação do exame de cultura da secreção traqueal, contido no prontuário, foi realizado um levantamento quantitativo da incidência e dos tipos mais comuns de infecção pulmonar encontrados nestes pacientes relacionados. Como resultado, foram encontrados altos níveis de infecção pulmonar, predomínio de alguns germes neste ambiente, além da presença de óbitos, causados principalmente pela precariedade na vigilância epidemiológica e na identificação dos pacientes de alto risco, dando destaque a falta de um trabalho na educação continuada dos profissionais responsáveis pela saúde com medidas de isolamento adequado. Palavras-chave: Traumatismo crânio-encefálico. Infecção pulmonar. Ventilação mecânica. BRAGA, R.O. Proposta de protocolo de tratamento fisioterapêutico para pacientes no puerpério imediato de parto normal: na perspectiva da literatura. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Leide Mendes Cavalcante . Data de apresentação: 25.08.2007 O puerpério ou período pós-parto imediato é definido como o período entre o primeiro e o décimo dias após o parto. Nesta fase, onde a mulher experimenta um período de profundas transformações e adaptações, ela começa a vivenciar a volta do organismo às condições pré-gravídicas. Essas transformações podem limi tar consideravelmente a mulher nessa fase. O exercício no período pós-parto é a chave para o retorno rápido e máximo da função muscular e a restauração da saúde da mãe. Uma avaliação fisioterapêutica minuciosa do estado atual da paciente, associada a um programa completo de exercícios feito nesse período pode prevenir ou amenizar problemas futuros, como: disfunção do assoalho pélvico, desconforto na região paravertebral, debilidade da força do músculo abdominal, fadiga, dificuldade em amamentar e possivelmente uma autoimagem negativa. A fisioterapia dispõe de técnicas e recursos específicos para a reabilitação das diversas alterações após o parto. O objetivo desse trabalho é propor um protocolo de tratamento fisioterapêutico para pacientes no puerpério imediato e de parto normal, a fim de mostrar as formas de tratamento que poderão prevenir e tratar as alterações nos sistemas músculo-esquelético, respiratório e circulatório, englobando as orientações gerais. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em bases de dados indexadas, bem como em livros específicos de fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. Após a seleção do material, procedeuse a leitura sistemática das referências buscando analisá-las de acordo com o tema em questão. Os resultados revelam a importância da realização de técnicas fisioterapêuticas no puerpério imediato, como medida preventiva e curativa das diversas alterações encontradas nesse período. A literatura ressalta a utilização da reeducação respiratória associada a exercícios de membros superiores, exercícios de membros inferiores, exercícios dos músculos abdominais, exercícios do assoalho pélvico, tratamento do períneo doloroso, e tratamento dos problemas mamários. Conclui-se que se torna necessária a presença do profissional de fisioterapia na s maternidades, a fim de realizar precocemente uma avaliação fisioterapêutica e também para adotar um protocolo específico para as pacientes puérperas de parto normal, com o intuito de prevenir, amenizar e tratar as alterações encontradas neste período, proporcionando uma melhor qualidade de vida para as mesmas. Palavras-chave: Puerpério imediato. Parto normal. Fisioterapia 182 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RESUMO TCC 2007/2 CAMPELO, A.M.A.A. Benefícios de um programa de ginástica laboral para os funcionários da área administrativa da FACID. 2007.57f.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial,Teresina,2007. Orientador: Profª. Adriana Ribeiro de Oliveira Napoleão do Rego.Data da apresentação: 25.01.2008. A ginástica laboral tem sido um recurso cada vez mais utilizado pelas empresas, em virtude do destaque assumido pelos distúrbios músculos-esqueléticos. Com o intuito de contribuir para uma melhor qualidade de vida dos trabalhadores, promover a saúde, prevenir as lesões ocupacionais, principalmente L.E.R e D.OR.T, melhorar o relacionamento interpessoal, reduzir os acidentes de trabalho e proporcionar o aumento da produtividade com qualidade, se faz necessário a implantação de programas de Ginástica Laboral nas empresas. Para enfocar a importância desse tipo de medida ergonôm i ca, reali zou-se um program a de Ginást ic a Laboral com os funci onári os da área adm inistrativa da FACID, no período de setembro a novem bro de 2007, duas vezes por semana durante 15 minutos, composta de exercícios de alongamento e relaxamento, durante a jornada de trabalho. Como instrumento de coleta de dados foi aplicado um questionário pré e pós programa de ginástica, possibilitando assim, avaliar a influência da atividade física no ambiente de trabalho. Palavras-chave: Ginástica laboral. Qualidade de vida. Ler-Dort. SAID, C. S. Avaliação da ação antiinflamatória do gel de Aloe Vera (babosa) associado ao ultrasom em tendinite crônica. 50f. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.Orientador: Prof. Antonio Luiz Martins Maia Filho. Data da apresentação: 25.01.2008. O processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos a uma agressão capaz de causar lesão celular ou tecidual. À agressão tecidual, seguem-se imediatamente fenômenos vasculares, mediados principalmente pela histamina, resultando em hiperemia ou rubor, calor, edema e dor, que são os principais sinais da inflamação. A tendinite é uma inflamação dos tendões. No tratamento das tendinites, os fisioterapeutas utilizam largamente o ultra-som, cujas ondas ultra-sônicas produzem uma ação mecânica vibratória nas células, resultando em efeitos biológicos, mecânicos, térmicos e atérmicos. O meio acoplante mais utilizado em associação com o ultra-som é o gel à base de água, podendo ainda ser utilizado outros acoplantes contendo substâncias medicinais, como a Aloe Vera, sendo este processo chamado de fonoforese. Este estudo, do tipo exploratório, experimental e indutivo, teve como objetivo avaliar a ação antiinflamatória do gel Aloe Vera (babosa) associado ao ultra-som pulsátil, no tratamento da tendinite crônica, através da medição do edema da pata do rato. A tendinite foi provocada pela indução, no tendão de Aquiles, de colagenase em um universo de 80 ratos da espécie Rattus norvegicus, variedade W istar. O tratamento foi dividido em quatro grupos denominados de: A - tratados com injeção intra-peritoneal de solução salina; B - tratados com uso tópico de Aloe Vera (babosa); C - tratados com ultra-som convencional e; D - tratados com ultra-som associado a Aloe Vera (babosa) (fonoforese). Estabeleceram-se dois períodos de tratamento: de 7 e de 14 dias, sendo 40 ratos para cada período. Lançando mão do método comparativo, os resultados foram interpretados e analisados através do programa estatístico GraphPad Prism 3.0 e Anova One Way, seguido de Teste de Tukey, que apresenta 95% de confiabilidade. O grupo D obteve maior redução do edema, concluindo-se que a fonoforese por Aloe Vera apresenta maior ação antiinflamatória. Palavras-chave: Processo inflamatório. Tendinite. Ultra-som . 183 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 REINALDO, C. R. M. S. Prevalência de processos asmáticos sintomáticos em escolares de seis a sete anos da rede pública municipal e particular de ensino, no bairro Pedra Mole, na cidade de Teresina – PI. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina - PI, 2007. Orientador: Profa. Silvana Santos Gonçlves. Data da apresentação: 25.01.2008. A prevalência da asm a vem aum entando progressivam ente em todo o m undo, despertando o interesse em pesquisas epidemiológicas com o intuito de conhecer os fatores relacionados a este aumento. Questionários padronizados para pesquisas populacionais são necessários para se comparar os dados de prevalência entre os centros de pesquisa, possibilitando análises futuras. Para atender a este propósito, dentre outros, foi elaborado um questionário com o parte do projeto ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood). O objetivo do trabalho foi analisar a prevalência da asma em crianças de Teresina. Para tal, utilizou-se a primeira parte do questionário sobre sintomas e diagnóstico de asma, padronizado pelo projeto ISAAC a serem respondidos por crianças de 6 a 7 anos de escolas das redes pública e privada de ensino. Foram estudados 42 crianças de 6-7 anos, que responderam o questionário A prevalência de asma diagnosticada foi de 40,46%. Concluiu-se que a prevalência de asm a diagnosticada está de acordo com os valores observados em outras cidades brasileiras. Quando considerou-se asma provável, esta prevalência foi de 16,66%, mostrando haver um subdiagnóstico da doença. Palavras-chave: Asma. Prevalência. Crianças. LIMA FILHO, S.C.R.L. intervenção fisioterapêutica no pós-operatório hospitalar na artroplastia parcial do quadril no idoso: uma revisão bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresm a. Data da apresentação: 25.01.2008. A fratura de colo do fêmur é muito comum em idosos, ao envelhecer o ser humano adquire deficiência visual, diminuição da acuidade auditiva, massa muscular, massa óssea e maior rigidez articular, todas essas alterações aumentam o risco de fraturas. A cirurgia de artroplastia parcial tem se tornado o principal tratamento para os casos de fraturas não consolidadas do colo femoral, operação que consiste na remoção da cabeça do colo femoral e sua substituição por uma prótese metálica, cuja a haste penetre no canal medular da diáfase. Esta monografia foi embasada em uma pesquisa bibliográfica, ocorrida entre os meses de maio a dezembro de 2007, foram pesquisados livros nacionais e internacionais, revistas científicas, jornais e artigos de bases de dados como: Medline, Pudmed, Scielo, Lilacs. O objetivo do presente trabalho é mostrar a importância da intervenção fisioterapêutica no pós-operatório hospitalar de artroplastia no quadril do idoso. Após a pesquisa bibliográfica realizada pode-se concluir que: a fratura do colo do fêmur é mais comum em idosos, com prevalência em mulheres devido a osteoporose; a artroplastia de parcial tem se tornado o principal tratamento para os casos de fratura do colo femoral; a cirurgia de artroplastia de quadril geralmente não apresenta complicações; a durabilidade da prótese é determinada por três fatores: a realização de uma cirurgia bem sucedida, o esforço em que o paciente vai exercer sobre a prótese e o estado do osso do paciente; o fisioterapeuta deve obter uma avaliação completa e precisa do paciente, isso irá permitir que seja estabelecido um banco de dados tornando possível determinar progressão, alem de permitir e possibilitar um programa apropriado de tratamento; o fisioterapeuta deve programar um protocolo de tratamento através de métodos satisfatórios para a recuperação do paciente; o tratamento fisioterapêutico da artroplastia parcial do quadril inicia-se no dia seguinte pós-cirúrgico; durante as primeiras semanas após a instalação da prótese é extremamente importante que o fisioterapeuta orient e o paciente em relação de como evitar determinadas posições e movimentos, pois nesse período, a prótese esta mais sujeita a luxação; a intervenção fisioterapêutica no pos operatório hospitalar é extremamente importante pois: previne complicações pulmonares, melhora a amplitude dos movimentos, aumenta a mobilidade dos tecidos moles, previne o surgimento de tromboembolia, promove fortalecimento muscular e proporcionar o retorno do paciente em suas atividades diárias o mais rápido possível. Palavras-chave: Artroplastia. Fratura. Fisioterapia. 184 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 LOPES, M. A. L. O processo de formação do fisioterapeuta, revisão histórica e atual. 2007. 45f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Geraldo Rodrigues Filho. Data da apresentação: 25.01.2008. Na contem poraneidade, apresentam-se diferentes visões de mundo dissem inadas pelos meios de com unic ação, transform ando a vi são de sociedade e de at uação do profissional-ci dadão. A Fisioterapia é uma ciência que utiliza os meios físicos e naturais na promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação dos indivíduos, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida, promovendo a sua manutenção ou reintegração das atividades cotidianas. A pesquisa indaga: Quais os fatores inerentes ao processo de formação do fisioterapeuta dentro do atual conceito em fisioterapia? A pesquisa teve como objetivo geral: Interpretar os fatores peculiares ao processo de formação do fisioterapeuta, enfocando seus limites e possibilidades deste profissional em atender as necessidades do atual mercado. O processo de levantamento de dados empíricos procurou obter elem entos que permitissem o alcance dos seguintes objetivos específicos: Explicitar a função do profissional fisioterapeuta, caracterizar as áreas da fisioterapia bem com o, contextualizar a sua historicidade. O processo de investigação foi desenvolvido por m eio de pesquisa bibliográfica e análise documental para obtenção de dados empíricos, tais como: a formação do fisioterapeuta no atual contexto, a sua formação no Ensino Superior, seu perfil, competências e áreas de atuação. Palavras–chave: Form ação Profissional. Fisioterapia. Sociedade. Saúde MARIANO, F. D. C. A importância da fisioterapia na sintomatologia da fibromialgia: revisão bibliográfica. 2007. 39f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Orientadora: Profa. Janaína Souto. Data da apresentação: 26.01.2008. O objetivo do presente estudo foi agrupar os recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento da Fibromialgia, e verificar a eficácia dos m esmos, para que possamos utilizá-los em benefício da melhora da qualidade de vida de um grande número de pacientes que apresentam esta patologia. Para o desenvolvimento desta, optou-se pela pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas, buscando conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. Concluiu-se que o objetivo final do tratamento de pacientes com Fibromialgia através da fisioterapia é melhorar a sua qualidade de vida. O paciente deverá ser informado que em bora ainda não se conheça a causa da doença e, portanto, nem a sua cura, o tratamento deve proporcionar maior tolerância ao desconforto, diminuição da dor e menores limitações na realização de atividades funcionais. Para tanto, é necessário apoio multidisciplinar, combinando terapias físicas e psicológicas, associadas à orientação a fim de que o paciente seja capaz de assum ir responsabilidades na conduta do seu próprio tratam ento. Palavras-chave: Fibrom ialgia. Fisioterapia. Dor. 185 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ISAIAS, L.C.S. Fisioterapia integrada à saúde mulher: uma proposta de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico de nulíparas. 2007. 53f Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 25.01.2008. Objetivo: Verificar a im portância da cinesioterapia no treinamento de força do assoalho pélvico, em nulíparas com fraqueza. Método: Estudo experimental prospectivo, que avaliou o grau de força do assoalho pélvico de 4 mulheres através do teste de Ortiz, compreensão dos exercícios, número de contrações mantidas por 5 segundos antes da fadiga, repetições rápidas antes da fadiga, uso de musculatura acessória (glúteos, abdominal e adutores) e tem po máximo e sustentação para uma contração antes e após o tratamento cinesioterapêutico pelo uso de exercícios para a região pélvica durante 10 sessões fisioterápicas, individuais, com duração de 30 m inutos cada, realizadas na clínica escola da FACID. Resultados: A avaliação revelou importante incidência de fraqueza nessas jovens, sem história prévia de fatores influenciadores. Após o tratamento, foi observado que 100% das pacientes obtiveram ganho de propriocepção, pela contração isolada dos músculos do assoalho, e número de contrações rápidas, quanto ao tempo máximo de sustentação para uma contração e contrações m antidas 50% obti veram êxito indicando m elhoria na atividade das fibras t ipo I. Conclusão: O fortalecim ento do assoalho é essencial para promoção de saúde da m ulher em qualquer fase do seu cicl o de vida e o tratam ento fisioterapêutic o conservador por m eio da cinesioterapia é eficaz para o fortalecimento desses músculos. Palavras-chave: Fisioterapia. Cinesioterapia. Assoalho pélvico. Reabilitação VELOSO, M. R. P. Efeitos terapêuticos da posição canguru no desenvolvimento neuromuscular do neonato prematuro. 2007. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Iara Sayuri Shimizu. Data da apresentação: Data da apresentação:26.01.2008. O Método Mãe-Canguru (MMC) tem sido sugerido como um novo modelo de intervenção para recém-nascidos prematuros, usado com o alternativa precoce que visa simular o ambiente intrauterino, prom ovendo estímulos que contribuem para o desenvolvimento neuromotor. Este estudo visa contribuir para a com preensão do MMC juntam ente com a fisioterapia, com o uma prática favorecedora e capaz de cooperar para o crescim ento e desenvolvimento dos prematuros, tendo com o objetivos: verificar os efeitos do posicionamento ventral e analisar possíveis relações entre posicionamento ventral e desenvolvimento neuromuscular dos recém-nascidos prematuros submetidos ao MMC. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso prospectivo e descritivo. A am ostra foi composta por três recém-nascidos prematuros, submetidos ao MMC, apresentando idade gestacional abaixo de 37 (trinta e sete) semanas e m uito baixo peso (abaixo de 1500g) que apresentavam estabilidade clínica e que permaneceram na enfermaria canguru da Maternidade Dona Evangelina Rosa. Realizado no período de novem bro a dezem bro de 2007. Os recém-nascidos prem aturos foram avaliados durante tempo de permanência na enfermaria canguru, a admissão à alta hospitalar. Após os resultados expostos observou-se que o posicionamento ventral através do MMC juntamente com a fisioterapia pode ser considerado modelo de intervenção capaz de agir facilitando adaptações neurológicas após nascimento, refletindo melhora nas respostas neuromotoras dos prematuros. Palavras-chave: Prem aturo. Posicionamento Mãe-Canguru. Desenvolvim ento Neuromotor. 186 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 MARQUES, E. P. M. Abordagem fisioterapêutica nas alterações articulares da artrite reumatóide juvenil. 2007. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ana Flávia Machado de Carvalho. Data da apresentação: 25.01.2008. A artrite reumatóide juvenil (ARJ) é uma doença sistêmica, caracterizada por um quadro inflamatório crônico com sinovite poliarticular persistente, de etiologia desconhecida e com grande potencial deformante. Essa doença é subdividida de acordo com a evolução do quadro durante os seis meses, em Sistêm ico, Poliarticular e Pauciarticular ou Oligoarticular. Cada um desses subtipos tem características clínicas diferentes e o diagnóstico é feito de acordo com os critérios da American College of Rheumatology. O tratamento da artrite reumatóide juvenil é baseado no medicamentoso, cirúrgico e fisioterapêutico. O objetivo da fisioterapia é tratar e prevenir complicações articulares da artrite reum atóide juvenil, m elhorando a qualidade de vida desses pacientes. Este trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica e visando o aprofundamento de novas pesquisas. Palavras-chave: Artrite reumatóide juvenil. Articulação. Fisioterapia. SOUSA, O. V. R. Atividade física & fisioterapia: uma necessidade para a boa saúde na terceira idade – Perspectivas e controvérsias. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Gracélia Maria da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008. A população idosa vem aumentando consideravelmente, o que se atribui a uma maior expectativa de vida, provavelmente relacionada a um melhor controle de doenças infecto contagiosas e crônico degenerativas, gerando a necessidade de mudanças na estrutura social, para que estas pessoas tenham um a boa qualidade de vida. A atividade física é um im portante m eio de prevenção e promoção da saúde dos idosos através de seus inúmeros benefícios. Tem-se por objetivo abordar aspectos do processo de envelhecim ento: sua epidem iologia, os benefícios e a im portância da atividade física e da fisioterapia para alcançar qualidade de vida na terceira idade, salientando-se a necessidade atual de estruturação efetiva de program as que enfatizem a prática de atividades físicas, bem como o engajamento dos profissionais de saúde frente a estas ações. Este estudo exploratório-descritivo teve como fontes de pesquisas prim árias e secundárias, coleta de dados, pesquisas bibliográficas e revisão de literatura direta e indiretamente através leituras complementares, baseando-se no método histórico para fazer uma abordagem da fisioterapia como profissão e sua atuação na atenção na saúde do idoso, e com parativo no que diz respeito aos vários autores pesquisados a fim de construir uma visão sobre saúde e atenção ao idoso e importância da fisioterapia e da atividade física para essa faixa etária. Contudo, concluímos que há mil maneiras de se planejar e implementar atividades motoras e devemos então contextualizar a prática da mesma. As atividades devem respeitar as necessidades e interesses dos idosos, isto é, devem não só oportunizar movimentos, mas movimentos que proporcionem prazer e vontade de aderir à prática durante a vida toda. Palavaras-chave: Atividade física. Terceira idade. Fisioterapia. 187 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA, O.S. A intervenção fisioterapêutica através da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (F.N.P) na expressão facial de pacientes com doença de Parkinson idiopática. 2007. 62f Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos. Data da apresentação: 25.01.2008. A doença de Parkinson é um transtorno neurodegenerativo que afeta os núcleos da base, ocorrendo assim uma degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra. Este distúrbio provoca várias manifestações clínicas como tremor em repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural. Com o conseqüência da rigidez e bradicinesia, o individuo com doença de Parkinson apresenta uma diminuição da expressão facial, que é um fator essencial pra expressar as emoções e para a com unicação hum ana. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, que teve com o objet ivo m elhorar a expressividade facial através do m ét odo de Faci lit ação Neurom uscul ar Proprioceptiva (F.N.P.). Foi empregada a técnica de contrações isotônicas repetidas ao longo de 20 atendim entos, em cada m usculatura da face para diminuir a rigidez e a bradicinesia e assim favorecer um melhor movimento facial. Foram analisadas as expressões de alegria, tristeza, raiva, surpresa, medo e desgosto através dos eixos dos olhos, nariz e boca, comparando as reavaliações a cada dez atendimentos. Pode-se verificar que a técnica de contrações isotônicas repetidas foi eficaz para melhorar a rigidez e a bradicinesia, havendo significativo aum ento de movimentos nas seis expressões analisadas. Palavras-chave: Doença de parkinson. Expressão facial. Facilitação neuromuscular proprioceptiva MOURA, L. B. Atuação da fisioterapia respiratória na doença de Parkinson idiopática: estudo de caso. 2007. 83 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 25.01.2008. A disfunção respiratória está presente na doença de Parkinson idiopática e é responsável pelos altos índices de morbimortalidade. As principais alterações respiratórias encontradas nestes pacientes são: diminuiçã o da expansibilidade e complacência pulmonar, alterações no padrão respiratório, fraqueza e fadiga da musculatura respiratória. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso descritivo, cujo objetivo é verificar os efeitos da fisioterapia respiratória em uma paciente portadora da doença de Parkinson idiopática, no estágio 2,5 da escala de Hoehn e Yahr no setor de Fisioterapia de um hospital de referência em Teresina-PI. Para tanto, foi elaborada uma ficha de avaliação fisioterápica, sendo a paciente avaliada no início, após oito sessões e no fi nal do tratamento. A avaliação foi fundamentada na verificação das pressões inspiratórias e expiratórias máximas obtidas através do manovacuômetro, avaliação do fluxo expiratório máximo instantâneo por meio do peak flow e a verificação da força muscular do diafragma. Diante dos dados obtidos na mesma foi elaborado um tratamento que consistiu em vibrocompressão, descompressão torácica abrupta localizada, soluços inspiratórios, inspirações em tempos, sustentação máxima da inspiração, treinamento diafragmático com o threshold e o uso de incentivadores respiratórios. Foram realizadas 15 sessões, sendo três vezes por semana, em dias alternados, com duração de cerca de 30 minutos cada. Como resultado foi visto que a fisioterapia respiratória promoveu uma melhora considerável das pressões inspiratórias e expiratórias máximas, do fluxo expiratório máximo instantâneo e da força muscular do diafragma. Desta forma pode-se concluir que a intervenção fisioterapêutica foi eficaz, visto que foram obtidos resultados satisfatórios que permitiram a paciente uma melhora da função pulmonar, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida. Palavras-chave: Doença de parkinson. Fisioterapia respiratória. Função pulmonar. 188 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ALVES, A. M. M Abordagem da hidroterapia baseada no método exercício aquático terapêutico no tratamento de paciente submetido à reconstituição de ligamento cruzado anterior com tendão patelar.. 2007. 71fl. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial - FACID, Teresina-PI: 2007. Orientadora: Prof. José Neres Quaresma. Data da apresentação: 25.01.2008. As lesões do ligamento cruzado anterior do joelho constituem um problema comum na prática clínica e possuem um papel cada vez mais importante. Sua ruptura contribui para deficiências e incapacidades significativas. Hoje, a Fisioterapia Aquática é uma modalidade terapêutica bastante difundida e amplamente aceita no tratamento de lesões ortopédicas. O uso da água, como um meio de exercício após reconstrução de ligamento cruzado anterior, revelou ser um elemento seguro capaz de promover a amplitude de movimento, de aprimorar a força muscular, de restabelecer o equilíbrio e propriocepção e permitir sustentação precoce de pes o. Os objetivos desta pesquisa foram verificar a eficácia do método exercício aquático terapêutico na reabilitação do ligamento cruzado anterior com tendão patelar; acompanhar a evolução do paciente através dos valores de goniometria do joelho, escala de intensidade da dor e graduação da força pelo sistema de graduação numérica para avaliação da força estabelecido por O’Sullivan e Schmitz; identificar os benefícios do programa de reabilitação baseado na hidroterapia e observar o número de atendimentos necessários para o paciente adquirir independência funcional da marcha e conseqüente liberação do uso de muletas. A presente pesquisa é do tipo exploratório descritivo e baseou-se em um estudo de caso longitudinal, realizado com um paciente do sexo masculino que foi submetido à reconstrução de ligamento cruzado anterior com enxerto de tendão patel ar, selecionado intencionalmente no Hospital Getúlio Vargas e tratado no Ranking Sport academia LTDA., através de um protocolo de reabilitação aquática fundamentado no método exercício aquático terapêutico proposto por Bates e Hanson. Foram realizados 24 atendimentos, três vezes por semana com duração de 50 minutos em um período de 16 de outubro a 7 de dezembro. A cada seis atendimentos iniciava-se uma nova etapa do protocolo e era feita uma reavaliação. Os resultados foram mensurados através da goniometria do joelho, escala de intensidade da dor e teste muscular estabelecido por O’Sullivan e Schmitz, em que se constatou restauração da força muscular, restabelecimento da amplitude de movimento e reversão da dor e edema. Conclui-se que um programa de tratamento baseado no método exercício aquático terapêutico foi de extrema importância para recuperação rápida e segura do paciente dentro dos objetivos propostos, enfatizando não apenas a amplitude de movimento e força muscular, mas também equilíbrio e propriocepção que permitiram a liberação das muletas e um padrão de marcha normal. Palavras-chave: Hidroterapia. Reconstrução do ligamento cruzado anterior com tendão patelar. Método exercício aquático terapêutico. BALUZ, P. F. F. Junção dos Corpos: A Influência do Olhar Antropológico no Tratamento Fisioterapêutico. 2007. 27f. Trabal ho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Márcia Adriana L. de Oliveira. Data da apresentação: 24.01.2008. O presente trabalho tem com o objetivo m ostrar os diferentes significados que o corpo possui, perm itindo a ampliação do olhar do fisioterapeuta sobre o paciente, propiciando um tratam ento fisioterapêutico humanizado, pois buscou-se apresentar o ser hum ano, enquanto um a junção de corpos (psíquico, físico, cultural, espiritual,...), ou seja, um Ser na sua totalidade, respeitando a sua diversidade. Para isto, utilizou-se como método de abordagem o indutivo, pela idéia do trabalho ter surgido das práticas vividas no cam po de estágio, tendo com o técnica de coleta de dados a documentação indireta, ou pesquisa bibliográfica, que resultou em uma revisão bibliográfica, e, nas dificuldades em encontrar no universo da fisioterapia leituras que proponham a junção de olhares antropofisioterapêutico apresentado neste trabalho, vindo destas a relevância destes olhares para os profissionais fisioterapeutas. Assim, para mediar esta junção utilizou-se o tornozelo, que possui dimensões não apenas física, mas simbólica e que serviu para exemplificar o fato de que ao se tocar um corpo não é apenas um corpo que se toca, ou partes dele, mas um Ser humano em sua totalidade. Portanto, com estas reflexões o trabalho convida o (a) fisioterapeuta a ampliar o olhar sobre as relações existentes entre ele e o seu paciente, propiciando um tratamento mais humanizado. Palavras-chave: Olhar antropofisioterapêutico. Tratamento humanizado. Corpos. 189 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ALVES, A. M. M Abordagem da hidroterapia baseada no método exercício aquático terapêutico no tratamento de paciente submetido à reconstituição de ligamento cruzado anterior com tendão patelar.. 2007. 71fl. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial - FACID, Teresina-PI: 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma. Data da apresentação: 25.01.2008. As lesões do ligamento cruzado anterior do joelho constituem um problema comum na prática clínica e possuem um papel cada vez mais importante. Sua ruptura contribui para deficiências e incapacidades significativas. Hoje, a Fisioterapia Aquática é uma modalidade terapêutica bastante difundida e amplamente aceita no tratamento de lesões ortopédicas. O uso da água, como um meio de exercício após reconstrução de ligamento cruzado anterior, revelou ser um elemento seguro capaz de promover a amplitude de movimento, de aprimorar a força muscular, de restabelecer o equilíbrio e propriocepção e permitir sustentação precoce de peso. Os objetivos desta pesquisa foram verificar a eficácia do método exercício aquático terapêutico na reabilitação do ligamento cruzado anterior com tendão patelar; acompanhar a evolução do paciente através dos valores de goniometria do joelho, escala de intensidade da dor e graduação da força pelo sistema de graduação numérica para avaliação da força estabelecido por O’Sullivan e Schmitz; identificar os benefícios do programa de reabilitação baseado na hidroterapia e observar o número de atendimentos necessários para o paciente adquirir independência funcional da marcha e conseqüente liberação do uso de muletas. A presente pesquisa é do tipo exploratório descritivo e baseou-se em um estudo de caso longitudinal, realizado com um paciente do sexo masculino que foi submetido à reconstrução de ligamento cruzado anterior com enxerto de tendão patelar, selecionado intencionalmente no Hospital Getúlio Vargas e tratado no Ranking Sport academia LTDA., através de um protocolo de reabilitação aquática fundamentado no método exercício aquático terapêutico proposto por Bates e Hanson. Foram realizados 24 atendimentos, três vezes por semana com duração de 50 minutos em um período de 16 de outubro a 7 de dezembro. A cada seis atendimentos iniciava-se uma nova etapa do protocolo e era feita uma reavaliação. Os resultados foram mensurados através da goniometria do joelho, escala de intensidade da dor e teste muscular estabelecido por O’Sullivan e Schmitz, em que se constatou restauração da força muscular, restabelecimento da amplitude de movimento e reversão da dor e edema. Conclui-se que um programa de tratamento baseado no método exercício aquático terapêutico foi de extrema importância para recuperação rápida e segura do paciente dentro dos objetivos propostos, enfatizando não apenas a amplitude de movimento e força muscular, mas também equilíbrio e propriocepção que permitiram a liberação das muletas e um padrão de marcha normal. Palavras-chave: Hidroterapia. Reconstrução do ligamento cruzado anterior com tendão patelar. Método exercício aquático terapêutico. GONÇALVES, L.S.L. A independência motora em criança portadora de deficiência visual através da fisioterapia no reaprendizado motor.Estudo de Caso.2007.60f.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,PI. Orientadora: Profa. Ana Flávia Machado de Carvalho. Data da apresentação: 25.01.2008. A deficiência visual é a perda parcial ou total da visão podendo ser decorrente de uma lesão do próprio olho ocasionando restrições no desenvolvimento seguro da criança no ambiente, interferindo no seu conhecimento com o próprio corpo. O presente trabalho consiste em desenvolver dentro da limitação visual, treino de equilíbrio, coordenação e orientação espacial prom ovendo uma maior consciência do indivíduo no meio em que o rodeia. A pesquisa foi realizada na Faculdade Integral Diferencial – FACID, no período de Novembro à Dezembro de 2007, no qual foram realizados três atendim entos semanais. Realizou-se a avaliação de uma criança portadora de deficiência visual, com nove anos de idade e do sexo feminino, inserida no critério e inclusão e exclusão. A avaliação fisioterapêutica inicial foi realizada através da anamnese e exame físico, onde foi possível verificar que nos testes de reação em equilíbrio em pé e reconhecimento tátil e cinético postural a paciente não dem onst rou dific ul dade. A m esm a apresentou dific uldade nos t est es el aborados para coordenação motora fina e grossa, equilíbrio estático e dinâmico. Pode ser observada também uma alteração na marcha. Os resultados encontrados mostraram uma melhora da coordenação motora grossa e fina, evolução do equilíbrio estático e dinâm ico e um a m elhora parcial da m archa. Concluiu-se que o protocolo de tratamento escolhido de acordo com a necessidade m otora da criança foi eficaz, visto que os resultados obtidos através do treino de equilíbrio, coordenação e orientação espacial foram satisfatórios, proporcionando uma m elhor qualidade de vida. Palavras-chave: Deficiência visual. Fisioterapia. Independência m otora. 190 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 LOPES, T. J. O. A atuação da fisioterapia na reabilitação da cintura escapular de mulheres mastectomizadas tipo Halsted e tipo Madden: uma revisão de literatura. 2007. 60f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Gracélia Maria da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008. O câncer de mama é uma neoplasia maligna que acomete uma grande quantidade de mulheres no m undo inteiro. Dentre as modalidades terapêuticas para o tratamento dessa patologia existe a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e a hormonioterapia. As cirurgias podem ser conservadoras e não conservadoras. As não conservadoras dividem-se em mastectomia radical e radical modificada, como a tipo Halsted e a tipo Madden respectivamente, sendo estes dois tipos os que mais resultam em alterações psicológicas e físicas. Por serem procedimentos muito invasivos e m utilantes, as mesmas requerem cuidado multiprofissional, inclusive a fisioterapia. Este trabalho tem como objetivo avaliar qual a técnica manipulativa dentre as pesquisadas que proporcionam maior ganho funcional para a cintura escapular de mulheres mastectomizadas tipo Halsted e tipo Madden. Pôde-se verificar que a técnica mais eficaz é a facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) porque o objetivo desta técnica é eliminar a dor, restaurar a força e o trofismo dos músculos, aumentar a resistência m uscular prevenindo e reduzindo a fadiga, norm alizar o tono m uscular com o relaxam ento e alongamento dos músculos, restabelecer a amplitude de movimento, reduzir o edema, promover a coordenação motora, restaurar a estabilidade, melhorar a propriocepção, induzir o impulso nervoso para as partes atingidas, prom over a reeducação e a independência funcional de form a mais rápida, eficaz e sem risco para a paciente. Neste trabalho foi utilizada uma revisão de literatura, com referências obtidas por meio de sites de busca, revistas científicas, apostilas e livros, sendo caracterizado estudo de natureza quantitativa, qualitativa e descritiva. Palavras-chave: Terapia m anual. Cintura escapular. Mastectomia. AMORIM, N. A. M. a prevalência da osteoartrose no serviço de fisioterapia da clínica – escola da facid: um estudo sobre os tipos mais frequêntes. 2007. 54f.trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, teresina, 2007. Orientador: Profa. Lúcia da Silva Vilarinhoe. Data da apresentação: 25.01.2008. A Osteoartrose é uma doença crônica, degenerativa e progressiva que afeta a cartilagem articular e leva à mudanças no osso subcondral. É uma das maiores causas de busca das clínicas e ambulatórios de reumatologia e de fisioterapia pela população no Brasil e também é responsável pela maioria das incapacidades reumatológicas da população, pela perda da capacidade laborativa e da qualidade de vida não só de pessoas idosas, constituindo-se, dessa forma, um problema de saúde pública, pelo significativo reflexo socioeconômico causado pelo alto índice de afastamento de pessoas dos seus postos de trabalho. Este estudo analisou a prevalência da Osteoartrose na Clínica - Escola de Fisioterapia da FACID, verificando quais articulações são mais afetadas, os tipos de tratamentos m ais realizados caracterizando a população usuária dos serviços da Clínica, acom etida pela Ost eoartrose. Para realização desta pesqui sa, ut ilizou-se os prontuári os dos paci entes com Osteoartrose, atendidos na Clínica - escola, no período de julho de 2004 a julho de 2007 .Os resultados mostram que a Osteoartrose é a doença mais prevalente na Clínica, sendo as mulheres as mais afetadas e as articulações do joelho e da coluna vertebral as mais atingidas. Como tratamentos mais realizados na Clínica, estão a cinesioterapia e os recursos eletrotermofototerápicos. Palavras-chave: Osteoartrose. Prevalência. Fisioterapia 191 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CABRAL, M. P. S. S. Influência do diagnóstico do atendimento de urgência na reabilitação da entorse de tornozelo. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.Orientador: Profa. Ludimila Karen B. L. Matos. Data da apresentação 25.01.2008. A estrutura óssea do tornozelo é formada pela tíbia e fíbula porção distal e pelo tálus. Possui também estruturas cartilaginosas: ligamento colateral lateral, ligamento colateral medial e sindesmose. A tíbia e fíbula são unidas por membrana interóssea formando uma articulação fibrosa. Há uma tróclea composta pela face inferior das porções distais desses ossos onde a porção superior do calcâneo se encaixa. Essa junção constitui a articulação talocrural, do tipo sinovial plana, que une o corpo ao pé possibilitando a marcha e demais atividades em locomoção bípede. Consta na literatura que o tornozelo é a estrutura do membro inferior mais acometida por lesão traumato-ortopédica e que geralmente recebe tratamento inadequado. Por esta razão sofre freqüentes recidivas que desencadeiam desgastes progressivos e/ou alterações permanentes prejudiciais à eficácia das habilidades exigidas na atividade familiar, laboral ou social. Diante disto, este estudo objetivou mostrar a importância da avaliação clínica e do exame radiográfico associados às técnicas de imagem auxiliares no atendimento do traumatismo de tornozelo, desde a urgência, para obter diagnóstico e tratamento corretos. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica para a busca de estudos que discutissem as estruturas anatômicas do tornozelo e do pé incluindo ossos, articulações e ligamentos, a biomecânica e mecanismo de lesão. Os resultados confirmaram que: a inversão é o principal mecanismo de trauma em atletas e não-atletas; o atendimento de urgência deve ocorrer próximo ao evento mediante avaliação clínica e exame radiográfico associado à técnica de imagem auxiliar. Constatou-se uma lacuna na utilização dessa técnica e que se utilizada potencializará o diagnóstico, o atendimento e o prognóstico. Concluiu-se que a qualidade da reabilitação tem relação direta com o atendimento recebido na fase aguda confirmando a necessidade dos profissionais, que atendem essa população, dominarem conhecimentos de anatomia, dos mecanismos e dos graus de lesão do tornozelo para assegurar tratamento eficaz em todas as fases. Palavras-chave: Tornozelo. Traumatismo. Diagnóstico. Reabilitação. NETTO, C. A. C. A. A incidência de pacientes que desenvolveram tendinite do supra-espinhoso após mastectomia radical. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina-PI. 2007. Orientadora: Profa. Cristina Cardoso da Silva.Data da apresentação: 25.01.2008. O Câncer é a terceira causa de óbitos no mundo. O câncer de mama é o tipo de neoplasia mais comum nas mulheres representando a principal causa de morte entre elas. A mastectomia radical é uma técnica cirúrgica de tratamento do câncer de mama, podendo ou não ter esvaziamento axilar da mama e retirada do grande e desenvolver nas pacientes que foram submetidas a este tipo de cirurgia, por causa da imobilização e conseqüente fraqueza dos músculos envolvidos. Este estudo caracterizou-se por ser retrospectivo, quantitativo, de natureza documental. O objetivo dessa pesquisa foi quantificar e registrar, através de pesquisa de prontuários, a incidência da tendinopatia do supraespinhoso nas pacientes subm etidas a mastectomia radical. A população foi de 34 pacientes, do sexo feminino, submetidas a m astectom ia radical e que fizeram tratam ento fisioterapêutico na Clínica Recuperar do Hospital São Marcos, Teresina (PI), no ano de 2007. Os resultados obtidos foram expressos através de um gráfico que revelou a alta incidência desta patologia neste grupo de pacientes. Palavras-chave: Câncer de mama. Mastectomia radical. Tendinopatia do supra-espinhoso. 192 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CAVALCANTE, M. T. As Alterações Ortopédicas dos Pés na Mielomeningocele de Acordo com a Literatura e os Achados Práticos de uma Pesquisa de Campo. 2007. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, PI. Orientadora: Profa. Ana Flavia Machado de Carvalho.Data da apresentação: 25.01.2008. A mielomeningocele é uma malformação congênita, caracterizado por uma falha na fusão entre os arcos vertebrais com displasia da medula espinhal e suas membranas. É de causa desconhecida, podendo está relacionada a diferentes fatores. Pode vir associada à hidrocefalia e a malformação de Arnold Chiari II. Podem ser observadas alterações como paralisia e deformidades dos membros, disfunções intestinais e urinárias, alteração no aprendizado e sexuais. Quanto mais alto o nível da lesão, pior o prognóstico de deambulação, sendo estes níveis classificados em torácico (T1 a T12), lombar alto (L1-L3), lombar baixo (L4-L5) e sacral (S1 a S5). Esta pesquisa teve como objetivo analisar as alterações ortopédicas dos pés das crianças com mielomeningocele, através da literatura e da pesquisa de campo, realizada na Sociedade de Apoio ao Deficiente físico (SOADF), através de uma avaliação física realizada com 04 crianças de 01 a 07 anos de idade. O resultado foi analisado e mensurado em um estudo comparativo. Em relação ao nível de comprometimento neurológico da lesão na pesquisa de campo o mais acometido foi o lombar, concordando com os achados literários que cita o nível lom bar com o o mais acom etido, com relação às alterações ortopédicas m ais freqüentes foi o pé valgo e o pé eqüino de acordo com a pesquisa de campo, discordando com a literatura que prevalece o pé calcâneo e o pé eqüino cavo varo. Palavras-chave: Pés. Mielomeningocele. Alterações ortopédicas. GOMES, U. D. M. Facilitação neuromuscular proprioceptiva na reabilitação da função diafragmática em pós-operatório de revascularização do miocárdio. 2007. 80f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ludm illa Karen Brandão Lima de Matos. Data da apreentação: 25.01.2008. A cirurgia cardíaca é uma via de tratamento das afecções cardiovasculares, porém devido suas características peculiares (anestesia, técnica cirúrgica e ventilação mecânica), causam danos importante à função pulmonar. Uma importante função do fisioterapeuta no período pós-operatório é restabelecer a função pulmonar, reabilitando a função do diafragma e diminuindo os riscos de complicações respiratórias, por meio da cinesioterapia respiratória e mais recentemente pelo reflexo de estiramento diafragmático, baseado no FNP. Esta pesquisa objetivou comparar a variação de alguns parâmetros da função pulmonar (volume corrente e força muscular) de pacientes em pós-operatório de revascularização do miocárdio, através de duas abordagens fisioterapêuticas, a cinesioterapia respiratória isolada (grupo controle) e a cinesioterapia respiratória, associada ao reflexo de estiramento (grupo intervenção), visando quantificar qual proporcionaria melhor restabelecimento da mecânica respiratória. Foram selecionados pacientes que ingressaram na UTI do Hospital São Marcos em Teresina – PI, no período de 25 de Outubro de 2007 a 20 de Novembro de 2007, de ambos os sexos, com idade de 18 a 75 anos e submetidos à esternotomia mediana. Após a seleção dos pacientes, a pesquisa se constituiu na aplicação de uma ficha de avaliação, mensuração dos volumes pulmonares e da força inspiratória máxima mensurada por meio de ventilômetro e manovacuômetro respectivamente. Os atendimentos foram realizados após a retirada dos drenos pleurais e iniciados no segundo dia de pós-operatório até o último dia de internação hospitalar nos dois grupos. Os resultados foram analisados através de técnicas de estatísticas básicas com percentuais na base 100. Os dados obtidos para os volumes pulmonares mensurados identificados no grupo intervenção aumentaram de 36,59% e no grupo controle de 79,68%, enquanto a PI máx mensurada apresentou aumento de 137,03% no grupo intervenção e no grupo controle 90,94%. Notou-se que a atuação da fisioterapia nos dois grupos permitiu uma melhora tanto da PI máx como dos volumes pulmonares, evidenciando-se maior eficácia da PI máx no grupo intervenção e dos volumes pulmonares no grupo controle. O reflexo de estiramento diafragmático mostrou-se eficiente e com grande praticidade na aplicação nesse tipo de paciente com ganhos significativos da força inspiratória máxima. Palavras-chave: Revascularização do miocárdio. Reflexo de estiramento diafragmático. Exercícios ventilatórios. 193 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA NETO, M.C. . O uso da acupuntura no tratamento da hérnia de disco sob o olhar da fisioterapia. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Judite Oliveira Lima Albuquerque. Data da apresentação: 25.01.2008. O uso da acupuntura tem contribuído para a prevenção com o tam bém para o tratam ento das patologias, e sido valorizado pela população e a comunidade científica, por se apresentar como uma possibilidade de alternativa e/ou complemento em saúde em busca da melhoria das condições de vida e de qualidade em saúde da população. Trata-se de uma pesquisa que tem como objetivos: discutir o uso da acupuntura a partir de um resgate histórico, reforçar teoricamente as causas, sintomas e progressão da hérnia de disco, assim como, compreender como a acupuntura pode contribuir para a redução da dor da hérnia de disco. Este é um estudo bibliográfico, descritivo e exploratório que se pautou em site científico como o scielo, em livros, revistas científicas e periódicos, entre outros, sendo desenvolvido nos meses de maio de 2007 a janeiro de 2008, onde se realizou um resgate bibliográfico na visão de muitos autores sobre o uso da acupuntura aliada à fisioterapia no tratamento da hérnia de disco, a fim de proporcionar um conhecimento visível para dar maior credibilidade à população. Concluiu-se que pela relevância e valorização, a acupuntura vem sendo reconhecida cada vez mais pela população e também pelos órgãos públicos, um a vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimula os países a utilizar as terapias complementares/ alternativas em saúde com o método m enos agressivo ao organism o hum ano e até pelo valor econôm ico e social. Palavras-chave: Acupuntura. Hérnia de disco. Tratam ento. ALVES, C. L. S. Revisão da anatomia, diagnóstico cinesiofuncional e correlação da interpretação do exame de Raio X para aplicação da proposta fisioterapêutica em osteoartrose de joelho. 2007. 83f. Monografia de conclusão de curso. Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Pedro Augusto Martins Pedreira. Data da apresentação: 25.01.2008. Nenhuma articulação do corpo sofre com tanta freqüência alterações de suas funções e de estabilidade como a articulação do joelho. Por isso é imprescindível o conhecimento preciso de sua anatomofisiologia. Além de seu complicado mecanismo e estrutura, é ainda uma articulação de descarga de peso e de constante movimentação, o que favorece a instalação de doenças degenerativas, como a osteoartrose de joelho. Esta é uma afecção crônica, que acomete a cartilagem articular, provocando alterações ósseas, dor e rigidez a movimentação. É neste contexto que este trabalho vem relatar também o tratamento fisioterapêutico para amenizar os sintomas da AO de joelho. Mas para isso se faz necessário avaliar a gravidade do acometimento articular e sua conseqüência funcional. O diagnóstico cinesiofuncional da OA de joelho é baseado em achados clínicos e por técnicas de imaginologia como o exame de raio x, que permitirão a identificação da lesão, degeneração, modificação das estruturas, presença de osteófitos e diminuição do espaço articular. Este diagnóstico é feito somente depois de realizados um exame completo e uma avaliação, combinados com resultados, testes e medidas solicitados e efetuados por profissionais de outras áreas. Este trabalho propôs-se a realizar uma revisão da literatura a fim de obter maior conhecimento sobre a anatomofisiologia da articulação do joelho, a instalação do processo degenerativo, assim como a avaliação fisioterapêutica realizada, e o diagnóstico cinesiofuncional. Que correlacionado aos achados encontrados no exame de raio x, o fisioterapeuta obterá maiores informações para elaborar e aplicar a proposta fisioterapêutica mais eficaz. O estudo fundamentou-se em referências bibliográficas nacionais (desde o ano de 1977 ao ano de 2007) e internacionais, jornais e revistas cientificas. Foram avaliados também artigos científicos no site de busca: medline, bireme, Pubmed, Lilacs, e as palavras utilizadas na busca foram: osteoartrose x joelho, diagnóstico, raio x, e fisioterapia. Entre as referências, foram excluídos os artigos que abordavam osteoartrose com outras afecções associadas, osteoartrose em outras regiões além do joelho, e outro meio de imaginologia que não fosse o exame de raio x. A pesquisa foi realizada no período de Abril/2007 a Janeiro/2008, na biblioteca e clínica de fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial-FACID, e na clinica Maxi Imagem. No decorrer do estudo foi possível observar a relevância desta revisão bibliográfica para o fisioterapeuta, pois com a junção de informações fornecidas nesta pesquisa, este profissional terá maior segurança e direcionamento para propor estratégias de intervenção, assim como, acompanhar a evolução do quadro funcional do paciente. É importante que cada vez mais tenhamos em mente que o diagnóstico correto e o raciocínio clínico sensato devem levar ao tratamento eficaz dos portadores de osteoartrose de joelho. Para isso é preciso empenhar-se em dominar as bases teóricas e em aumentar a experiência clinica, pela prática constante dos métodos de exame. Palavras-chave: Osteoartrose. Raio x. Diagnóstico. 194 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 MENESES, C. R. A investigação dos casos de dismenorréia primária em adolescentes na faixa etária de 14 a 18 anos: elaboração de um protocolo de tratamento fisioterapêutico. 2007. 57 f.Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina- PI, 2007. Ori entadora: Profa. Leide Mari a Mendes da Si lva Cavalc ant e. Dat a da apresentação: 24.01.2008. A dismenorréia constitui um distúrbio ginecológico comum que afeta cerca de 50% das mulheres após a puberdade, gerando uma incapacidade funcional às mulheres sendo caracterizada por uma ampla sintomatologia com o dor que irradia sobre o abdômen inferior e sobre a pelve, coxas e regi ão lom bar; cefal éi a; irrit abi li dade; náusea; vôm i to; depressão m ent al; fadi ga; sint om as gastrointestinais e episódios de desmaio. Este estudo tratou-se de uma pesquisa ação de cunho descritivo, de natureza experimental, cujo objetivo é identificar o índice de casos da dismenorréia primária e a prevalência da sintomatologia em adolescentes com faixa etária entre 14 e 18 anos de um a escola de i niciativa privada em Teresina-Piauí e, em seguida elaborar um protocolo de tratamento fisioterapêutico para a sintomatologia dolorosa. Para isso foi aplicado um questionário elaborado pelo pesquisador contendo os seguintes parâm etros: idade, sintomatologia, grau de intensi dade dos sintom as, período de acom etim ento dos sintom as, início da sintom at ologia, m edicam ento utilizado, finalidade dos m edicam entos, quem indicou o uso do m edicam ento e tratamento alternativo. Diante dos dados obtidos foi feita uma análise estatística dos mesmos e verificou-se que existe uma variedade de sintomas que geram incapacidades funcionais, alterando a qualidade de vida dessas adolescentes. Para tanto observou-se a necessidade da elaboração de um protocolo de tratamento fisioterapêutico para a tal sintomatologia, baseando-se na utilização de alongamentos, liberação miofascial, pompage, estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), infravermelho, uso de compressas quentes e úmidas, crioterapia, massagem terapêutica, a fim de melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com a referida síndrome. Palavras-chave: Dism enorréia. Sintomatologia. Fisioterapia. PIRES, C.B.R. A análise da marcha humana normal através de programa digitalizado – Marcha Dell. Estudo em ação.2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,PI. Orientadora: Profa. Adriana Ribeiro Napoleão do Rêgo. Data da apresentação: 25.01.2008. O andar humano é sem dúvida o padrão de locom oção mais investigado até hoje, contudo ainda é pouco difundida no Brasil. Dentre os fatores que limitam a sua difusão pode-se citar a insuficiência de investimentos das universidades brasileiras nesta área e o alto custo e complexidade dos programas disponíveis no mercado. Este trabalho vem ao encontro dessa necessidade, visando a elaboração de um programa digitalizado mais econômico e simples capaz de realizar a análise da marcha humana, bem como oferecer mais uma ferramenta para comunidade científica que se utiliza desses m odelos para reali zar estudos na área, aum entando o int eresse e a capac itação de novos pesquisadores, além de estim ular o estudo do assunto. O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Cinesiologia da Faculdade Integral Diferencial - FACID no período de novembro à dezem bro de 2007, com um individuo apresentando desenvolvimento da marcha normal, do sexo feminino com 23 anos de idade. Foram excluídos da seleção indivíduos que apresentam déficit no desenvolvimento da marcha. A faixa etária de escolha da seleção da amostra foi estipulada em decorrência da m aioridade e juvenilidade. O resultado encontrado foi a criação do protótipo do software, Marcha Dell, de fácil manuseio e interpretação dos resultados, capaz de analisar a marcha humana normal com baixo custo. Palavras-chave: Marcha humana. Análise. Fisioterapia 195 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 LIMA, F. R. F. B. A atuação da fisioterapia nas complicações em pacientes com diabetes mellitus tipo II. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Gracélia Maria da Silva. Datada apresentação: 25.01.2008. Diabetes mellitus é uma doença crônica com elevados custos humanos, sociais e econômicos em franco crescimento nos países desenvolvidos e em rápida expansão por todo o mundo. É considerado como o mais grave problema de saúde pública e, só no nosso país, calcula-se que existam cerca de 300.000 a 500.000 diabéticos. Caracteriza-se como um distúrbio metabólico, associado à deficiência absoluta ou relativ a de insulina, diminuindo as capacidades das pessoas afetadas em utilizar a glicose, levando a alterações metabólicas e funcionais, apresentando-se em três tipos diferentes: diabetes mellitus tipo I, diabetes mellitus tipo II e diabetes gestacional. O diabetes mellitus tipo I caracteriza- se por deficiência absoluta de insulina, ocorrendo uma destruição auto-imune das células beta. O diabetes mellitus tipo II, é provocado pela deficiênci a da produção de insulina, que leva a sintomas agudos e complicações crônicas características. O diabetes mellitus gestacional ocorre em pacientes durante a gestação, em pacientes sem aumento prévio da glicose. Grande parcela dos pacientes diabéticos chegam a apresentar amputações de membros inferiores e distúrbios visuais, diminuindo a sua capacidade funcional e o índice de qualidade de vida. A fisioterapia tem uma missão primordial na melhora dos sintomas, prevenção e tratamento de possíveis complicações, através da realização de atividades físicas e orientações quanto aos problemas associados. Este trabalho propôs-se a realizar uma revisão de literatura a fim de obter maior conhecimento sobre a intervenção fisioterápica nas complicações da diabetes melittus tipo II. A pesquisa foi realizada no período de abril /2007 a janeiro / 2008, onde o estudo fundamentou-se em referencias bibliográficas nacionais, internacionais e artigos científicos. No dec orrer do estudo foi possível observar a relevância dessa revisão bibliográfica para a fisioterapia, pois com a junção de informações obtidas nessa pesquisa, pôde-se oferecer a esse profissional maior segurança e direcionamento para propor estratégias de intervenção, assim como, acompanhar a evolução do quadro funcional deste paciente, melhorando a qualidade de vida do mesmo. Conclui-se que, o diabetes mellitus é uma patologia que vem aumentando consideravelmente, havendo a necessidade de um tratamento preventivo para evitar as seqüelas decorrentes desta doença e, a fisioterapia tem papel primordial neste processo de prevenção e também no tratamento das complicações da mesma. Palavras-chave: Diabetes mellitus. Fisioterapia. Reabilitação. SILVA FILHO, O.F. A Terapia Assistida por animais (TAA) como coadjuvante do tratamento fisioterapêutico em paciente hemiplégico. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Silvana Maria Véras Neves. Data da apresentação: 25.01.2008. A hemiplegia caracteriza-se como a perda dos movimentos voluntários em uma metade do corpo, advindo de lesões sobre os neurônios motores superiores encefálicos ou de segmentos superiores da medula espinhal. O acidente vascular cerebral (AVC) encontra-se como uma das principais causas de hemiplegia por lesão do neurônio central, devido à interrupção de suprimento sanguíneo ao cérebro. O AVC classifica-se em hemorrágico (AVCH) e isquêmico (AVCI), sendo o AVCI de maior ocorrência em idosos (indivíduos com idade igual ou acima dos 60 anos) levando-os, na maioria dos casos, a seqüelas que os impossibilitam na execução de atividades da vida diária (AVDs), tornando-os dependentes, conduzindo-os a um quadro depressivo e não colaborativo com os protocolos de reabilitação. A Terapia Assistida por Animais (TAA) trata-se de uma intervenção direcionada, na qual um animal é parte integral do processo de tratamento, promovendo estímulos aos exercícios terapêuticos e conseqüente melhora na função física, social, emocional e/ou cognitiva dos seres humanos. Este trabalho consiste de um estudo de caso, que teve como objetivo avaliar a eficácia da TAA como coadjuvante ao tratamento fisioterapêutico de um idoso hemiplégico, portador de AVCI. Protocolou-se cinesioterapia assistida por um cão da raça Jack Russel, consistindo em estimular o paciente a interagir com o cão através de: tocar e alisar o cão; escovar o cão; pedir para o cão pular por dentro de um bambolê; jogar bola para o cão, pegar e trazer, sempre utilizando o membro superior hemiplégico. Todos os exercícios visaram o ganho de amplitude de movimento (ADM) do ombro hemiplégico. A terapia consistiu de dez atendimentos, com intervalos de 48 horas, sendo analisada a ADM do ombro através da goniometria ativa, realizada antes do primeiro atendimento e após a quinta e décima sessão. Pôde-se constatar que a TAA promoveu facilitação para a cinesioterapia com ganho significativo da ADM do ombro afetado, sendo quinze graus para flexão, vinte graus para abdução, dez graus para rotação externa e doze graus para rotação interna, além de uma maior aceitação do paciente para com o tratamento fisioterapêutico. Palavras-chave: Hemiplegia. Fisioterapia. Terapia assistida por animais. 196 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 GOMES, T. S. M. F. Uso da metilprednisolona e atuação fisioterapêutica nos pacientes com lesão medular na coluna cervical: abordagem bibliográfica. 2007. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Mário Raulino Filho. Data da apresentação: 24.01.2008. Esse estudo tem como objetivo abordar a ação e utilização do metilprednisolona nos pacientes com lesão medular a nível cervical atuando junto com a fisioterapia, dessa forma, podendo ajudar na melhoria de vida e promover maior independência para esses pacientes. Na lesão medular ocorre hemorragia e necrose da substância cinzenta na primeira hora seguida de edema e hemorragia nas sete horas seguintes. A metilprednisolona age inibindo a peroxidação lipídica reduzindo a formação de radicais livres e promovendo um aumento da perfusão no local da lesão, contudo, os sinais de inflamação vão dim inuindo devido às alterações m etabólicas produzidas por este corticóide. Os resultados da pesquisa bibliográfica mostraram que a intervenção fisioterapêutica nos pacientes que utilizaram esse corticóide promoverá uma resposta m ais rápida na recuperação m otora e sensitiva, m esm o sabendo que, devido ao quadro clínico, esses pacientes necessitam de um a abordagem multidisciplinar e vitalícia. Então, a intervenção precoce, no próprio hospital, ajudá-loá a uma melhoria na função motora e sensitiva dos pacientes tetraplégicos. Palavras-chave: Lesão m edular. Metilprednisolona. Fisioterapia. FURTADO, P. E. C. Comprometimento postural na desnutrição energético-protéica. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Andréa Fernanda Lopes dos Santos. Data da apresentação: 26.01.2008. A desnutrição apesar de ter sofrido uma queda em seus índices no Brasil, ainda é uma realidade que afeta milhares de pessoas, principalmente as mais humildes e carentes da região norte e nordeste. O fator nutricional de acordo com alguns pesquisadores pode afetar a estrutura muscular, bem como a ligamentar e óssea, fato este que pode comprometer a estrutura e forma fisiológica da postura na infância, e acarretar problemas durante esta fase do desenvolvimento humano, e por toda vida. Ao pesquisar sobre comprometimentos posturais em crianças com risco ou diagnosticadas como portadora de desnutrição energético-protéica (DEP), observou-se pouca ou nenhuma relação entre essas duas realidades; com isso formulou-se o estudo empírico, através da realização de avaliação nutricional (NCHS) e postural através da form ulação de um a ficha de avaliação m odificado do Palm er e Maguee; foram avaliadas 206 crianças menores de cinco anos de idade, destas, obteve-se 51 com algum grau e/ou tipo de desnutrição; somente essas, com algum com prometimento nutricional, foram avaliadas quanto à postura. Os resultados demonstraram alterações posturais de diversas estruturas corporais, e diante desses, pode-se concluir que existe uma relação direta entre o fator nutricional, passando pelo comprometimento da força e estrutura macro e microscópica do músculo a alteração postural. A elaboração desse trabalho com objetivo de estabelecer uma relação ou não, entre os desvios ou comprom etim entos posturais em crianças de zero a cinco anos de idade, matriculadas em creches da rede municipal de Teresina – PI. Palavras-chave: Postura. Desnutrição energético-proteica. Com prometim ento. 197 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA, M. M. C. L. Incidência e fatores associados à dor lombar nos funcionários da limpeza da FACID. 2007. 49f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester Ibiapina Mendes de Carvalho. Data da apresentação: 24.01.2008. A lombalgia é definida como dor localizada na região lombar, sem irradiação para as extremidades inferiores, de caráter agudo ou crônico. A dor lombar é um dos eventos mais comumente encontrados na relação saúde e processo de trabalho. Pode restringir as atividades de uma pessoa e reduzir sua capacidade de trabalho e a qualidade do desempenho nas atividades da vida diária. Este trabalho teve como objetivo verificar a incidência e os fatores associados à dor lombar nos funcionários da limpeza da FACID. O presente estudo caracterizou-se por ser do tipo exploratório e transversal. Utilizou-se um questionário tendo como população os 12 funcionários da limpeza da FACID de ambos os sexos na faixa etária de 20 a 47 anos, de acordo com a lista fornecida pelo departamento de recursos humanos da instituição. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário realizado na FACID, durante a atividade do funcionário, com perguntas abertas e fechadas contendo 14 itens. A análise estatística foi baseada nas técnicas de estatística básica com percentuais na base cem. Verificou-se uma incidência de dor lombar em cinqüenta por cento da amostra, traduzindo um resultado estatisticamente significativo. Palavras-chave: Dor lombar. Coluna lombar. Incidência. SALES, L.P.S. A intervenção da fisioterapia respiratória em pacientes com traumatismo cranioencefálico com glasgow menor ou igual a dez (d” 10). 2007. 54fls. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 25.01.2008. O traum atism o cranioencefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro causada por uma força física externa, podendo produzir um estado diminuído ou alterado de consciência, além de incapacidades físicas. Nas últimas décadas o TCE tornou-se um problema de saúde pública em todo o mundo, pois suas conseqüências desencadeiam mudanças permanentes na vida das vítimas e de seus familiares. O presente estudo teve como objetivo a verificação das incidências relacionadas a sexo, idade e causa dessas lesões em pacientes da UTI do Hospital Getúlio Vargas, além de constatar o benefício do tratamento fisioterapêutico, através de suas técnicas respiratórias de desobstrução brônquica e reexpansão pulm onar. Para tanto, a am ostra foi constituída por 9 pacientes com Traum atism o Cranioencefálico e Glasgow igual ou menor a dez, sendo através dos critérios de inclusão e exclusão selecionados aqueles que poderiam participar das intervenções fisioterapêuticas propostas. Como resultado, foram confirmados os dados epidemiológicos da patologia, além de confirmar a importância do fisioterapeuta no tratam ento desses pacientes, diminuindo o tempo de internação, evitando com plicações e proporcionando ao paciente uma autonomia respiratória quando possível. Palavras-chave: Traumatismo cranioencefálico. Escala de coma de glasgow. Fisioterapia respiratória. 198 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SOUSA, M.C.R. A importância da fisioterapia na paciente obstétrica. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 25.01.2008. A gravidez é um tempo de imensas alterações músculo-esqueléticas, físicas e emocionais e, ainda assim, uma condição de saúde. O parto é um momento crucial, onde a mulher precisa ajudar e doarse ao máximo para o nascimento do bebê. Neste momento o corpo da gestante prepara-se com uma série de eventos objetivando a expulsão do bebê das vias genitais. É devido a isso, que durante e após a gravidez, essas mulheres constituem um desafio ímpar para o fisioterapeuta, assim, este é capaz de avaliar e monitorar as alterações físicas enfocando em primeiro lugar a manutenção do bem estar. A presente monografia objetiva fazer um estudo embasado em pesquisas bibliográficas e de análise de dados apresentados por diversos autores, sobre a im portância da fisioterapia durante o período gestacional, parto e puerpério. Bem com o instruir a população em geral, um maior conhecimento sobre a fisioterapia aplicada à obstetrícia, suas indicações e contra-indicações, e os benefícios para a gestante. Visa ainda, divulgar a necessidade e a importância desse serviço nos hospitais, públicos ou privados, nas clínicas obstétricas e postos de saúde, além de sua inclusão definitiva em estratégias e programas de saúde do Governo. E, portanto, estimular e influenciar os fisioterapeutas a pesquisar e realizar trabalhos sobre essa área da fisioterapia, um a área com bibliografia tão escassa. A partir desse estudo, foi possível concluir que a assistência fisioterápica pré-natal, por meio de orientações posturais e exercícios terapêuticos específicos, podem prevenir e/ou minimizar lombalgias associadas às alterações decorrentes do período gestacional, elevar a auto-estim a; fortalecer a musculatura pélvica e promover maior tolerância à dor, favorecendo o parto, inclusive com redução da ocorrência de partos prematuros e cesáreas. Palavras-chave: Gravidez. Parto. Fisioterapia. PESSOA, A. P. de A. Teste de permeabilidade em pacientes no processo de desmame da ventilação mecânica: uma revisão de literatura. 2007. 40 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Rebeca Pires Rebelo da Costa Cavalcante. Data da apresentação: 26.01.2008. A insuficiência respiratória é a incapacidade do sistem a respiratório de realizar a captação de oxigênio e eliminação de gás carbônico, acarretando na necessidade de tratamento individualizado, que possui como terapêutica primordial a ventilação mecânica. O ventilador artificial objetiva a redução dos distúrbios das trocas gasosas e do trabalho respiratório. Entretanto, apesar dos seus benefícios, algum as complicações podem surgir com seu uso, o que torna essencial o retorno à ventilação espontânea. Ao processo de transferência do trabalho respiratório feito pelo ventilador ao paciente, é denom inado desm am e. O fisioterapeuta tem im portante papel no processo de desmam e e extubação, o que requer conhecimento especializado para decisão e prática clínica. Rotinas e protocolos devem ser estabelecidos para m elhor eficiência e segurança no desmam e, apresentando parâmetros fisiológicos que predizem o seu sucesso. Uma medida preditiva importante é o teste de permeabilidade que identifica o edema de glote, após a extubação traqueal, evitando o fracasso e necessidade de reintubação. Este trabalho consiste em uma revisão de literatura fundamentada em livros, jornais, revistas, artigos científicos e banco de dados da área da saúde, que objetiva a realização de uma discussão sobre o tema abordado. Considera-se que a maioria dos estudos, enfatizaram a importância do teste de permeabilidade como índice preditivo no protocolo de desmame na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém novas pesquisas devem ser realizadas, uma vez que ainda é grande a recusa a utilização do teste e a escassez de materiais publicados. Palavras-chave: Teste de permeabilidade. Processo de desm ame. Edem a de glote. Fisioterapia. 199 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CARVALHO. B. K.I.M.C. Relação entre prevalência e etiologia da paralisia facial periférica no serviço de fisioterapia do hospital Getúlio Vargas de fevereiro à dezembro de 2006; 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester I. M de Carvalho. Data da apresentção:26.01.2008. A paralisia Facial Periférica caracteriza-se por déficit motor de todos os m úsculos da expressão faci al , afet ando de m aneira igual o t erri tóri o faci al superior e o t erri tóri o faci al i nferior. O com prom etim ento do nervo facial pode ocorrer no contexto de afecções conhecidas, com o nas lesões traumáticas, infecciosas (SIDA, Mal de Hansen, Síndrome de Rumsay-Hunt no herpes Zoster), congênitas (Síndrome de Moebius), Vasculares e no curso de algumas polineuropatias dentre outras etiologias. Quando não há uma etiologia definida denomina-se paralisia facial periférica com o idiopáti ca ou afrigore é tam bém conhec ida com o paralisia facial de Bell . A paralisi a Facial Idiopática é a afecção mais comum do nervo facial e é devida presum ivelmente, a um a reação inflamatória do nervo ou ao redor deste no canal ósseo do nervo facial. Estima-se que a incidência da paralisia de Bell seja de 20-30 casos por 100 mil habitantes, com prevalência ligeiramente maior entre as mulheres, sua incidência e bimodal com picos na terceira e oitava década de vida. Trata-se de um estudo retrospectivo onde foi realizada uma análise nos prontuários de pacientes atendidos no Serviço de fisioterapia do Hospital Getúlio Vargas no período de fevereiro a dezembro de 2006. Foram analisados 23 prontuários de pacientes durante 2 m eses. Foi identificado um predomínio da paralisia facial no sexo feminino e a m édia de idade foi de 32,3 anos (DP±16,5); evidenciou-se 19 casos de paralisia facial do tipo idiopática, 1 caso de etiologia traumática, 2 casos de etiologia congênitos e 1 caso de etiologia tumoral. Conclui-se que a paralisia facial periférica é mais freqüente no sexo feminino existindo a prevalência da etiologia idiopática. Palavras-chave: Fisioterapia. Paralisia facial periférica. Nervo facial. SÁ, M.F.C.F. Complicações Respiratórias Ocasionadas pela Pressão Inadequada Utilizada no Balonete “Cuff”, em Pacientes Intubados – Uma visão fisioterapêutica: revisão bibliográfica. 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Prof. José Dílson Marques Filho. Data da apresentação: 25.01.2008. A ventilação mecânica invasiva é uma prática comum em pacientes internados em UTI’s. Representa um suporte ventilatório essencia para a vida do doente e conta com técnicas cirúrgicas invasivas e manuseio de tubos endotraqueais. A prática na manipulação de tubos endotraqueais ainda não segue um protocolo e são praticamente inexistentes as pesquisas sobre a rotina na gestão do balonete “Cuff”, parte integrante desses tubos. Mundialmente os estudos sobre a pressão e as complicações relacionadas ao “Cuff” vêm crescendo cada vez mais chegando-se à conclusão de que o assunto é de grande importância na rotina dentro da UTI. No Brasil, existem poucas referências a respeito do assunto. E m resum o, est a revi são apresent a as form as anatôm i cas, definiç ões, fisiopatologia e aspectos clínicos das complicações relacionadas com a pressão e volum es do balonete “Cuff” e principalm ente um a abordagem fisioterapeutica com o parte fundam ental na m anipulação do balonete. Dar-se-á ênfase à fisioterapia respiratória, descrevendo algumas das principais pressões de insuflação no “Cuff”, expondo os seus objetivos e a contribuição delas na prevenção de complicações. O trabalho foi realizado a partir de uma revisão da literatura que é ainda escassa, demonstrando assim a importância deste estudo que irá enriquecer os conhecimentos sobre o assunto. Palavras-chave: Ventilação m ecânica. Tubos endotraqueais. Balonete 200 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 MELO, A.R.C.F.S. Perfil Qualitativo de Crianças Prematuras com Atraso no Desenvolvimento Motor em Tratamento Fisioterapêutico na SOADF, 55f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Laysa Monte Aguiar.Data da apresentção: 24.01.2008. Desenvolvimento motor é o processo de mudanças no comportamento motor que envolve tanto a maturação do sistema nervoso central, quanto à interação com o ambiente e os estímulos dados durante o crescim ento da criança. O nasc im ent o de um feto não preparado m orfol ógi ca e funcionalmente para a transição do meio intra para o extra-uterino, representa um perigo real para o seu crescim ento e desenvolvimento. É considerado prematuro todo feto nascido antes de 37 semanas de gestação. O pré-termo não é um inadequado bebê a termo, e sim, um organismo bem equipado, potencialmente competente, de acordo com seu estágio próprio de desenvolvim ento, mas que subitamente é transportado para um local a que não está pronto para se adaptar, sendo esta um a das causas do comum atraso do desenvolvimento motor. A estimulação precoce é um recurso fisioterapêutico que através de técnicas especificas, ajuda as crianças a se desenvolverem da melhor maneira possível. Noções e conhecimento claros sobre desenvolvimento, podem avaliar o lactente ou a criança, saber identificar as características individuais do desempenho e conhecer mais as capacidades e respostas diante de certos estímulos que podem ser esperados em determinada idade. Esse trabalho tem como objetivo traçar o perfil qualitativo de crianças prematuras com ADM que estão em tratamento fisioterapêutico na SOADF. O estudo está sendo realizado na Sociedade de Apoio ao deficiente Físico – SOADF em Teresina – no período de dezembro a janeiro de 2007. O resultado deste estudo vem justificar cada vez mais a necessidade do tratamento precoce destas crianças da Sociedade de Apoio ao deficiente Físico – SOADF. Palavras-chave: Prematuridade. Desenvolvimento motor. Estimulação precoce. MELO, M. S. Terapia manual e incentivadores respiratórios na função pulmonar de puérperas primíparas. 2007. 49f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Iara Sayuri Shimizu. Data da apresentação: 25.01.2008. Ao decorrer da gestação, ocorrem algumas alterações anatômicas e funcionais no sistema respiratório. A terapia manual e incentivadores se propõem a realizar o aumento da expansibilidade pulmonar e fortalecimento do diafragm a, m elhorando assim , a função do aparelho respiratório nas póscesarianas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a melhoria entre incentivadores, terapia manual na função pulmonar em 15 puérperas saudáveis entre 18 a 30 anos, dividida em três grupos de cinco, tendo um como grupo controle. Os parâmetros avaliados foram a pressão inspiratória máxima (PImáx), pressão expiratória m áxima (PEmáx) e expansibilidade. Os resultados no grupo controle não foram significativos em relação a PImáx e PEmáx. Em se tratando da perimetria, axilar, xifóide, basal, também não houve diferença significativa entre as técnicas / tratamentos. Já na mensuração perimetria abdominal houve aumento significativo no grupo de terapia manual. A análise estatística foi realizada através do teste de Student. Pode-se concluir que a aplicação da terapia m anual mostrou uma melhora no desempenho da função pulmonar e na expansibilidade pulmonar inferior nessas puérperas em relação ao uso dos incentivadores. Palavras-chave: Terapia manual. Incentivadores. Função pulmonar. Puérperas. 201 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 PACHECO, L. S. C. A Intervenção Fisioterapêutica em Pacientes Portadores de Doença de Alzheimer. 2007. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Rauena Souto Diogo Lopes. Data da apresentação: 25.01.2008. A doença de Alzheim er é um a doença neurológica que ocorre devido a uma degeneração das células nervosas da substância branca situada em algumas regiões do cérebro (lobos frontal, parietal, temporal e hipocampo do córtex associativo), causando perda das habilidades adquiridas, problemas de comportamento e déficit de memória. É mais freqüente acometer pessoas acima de 60 anos de idade. Além do quadro neuropsiquiátrico pode apresentar também comprometimento motor, devido à redução do nível de funcionamento cognitivo ocasionando incapacidade de realização de atividades do cotidiano. O objetivo desse trabalho é estudar as alterações anatomofisiológicas, enfatizando as modificações ocorridas no sistema nervoso, abordando as disfunções cognitivas e motoras através de livros, artigos científicos, e revistas sobre a importância da fisioterapia em pacientes portadores de doença de Alzheimer. A fisioterapia é de suma importância no tratamento desses pacientes, pois tem o objetivo de m inimizar os déficits cognitivos e funcionais, prevenir futuras com plicações, aumentar a capacidade do idoso de realizar tarefas diárias, diminuir alterações motoras, e melhorar a qualidade de vida do idoso. Portanto, diante do exposto e com base na literatura, se faz necessário uma abordagem a respeito da intervenção fisioterapêutica em pacientes com doença de Alzheimer. Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Com prometim ento m otor. Fisioterapia BRITO, M.V. e Carvalho, M.E.I.M. Estudo retrospectivo da intervenção fisioterapêutica em paciente submetido à palidotomia como tratamento cirúrgico da Doença de Parkinson. 2007. 100f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester Ibiapina Mendes De Carvalho. Data da apresentação: 26.01.2008. A Doença de Parkinson é um a doença neurológica, degenerativa e progressiva que acom ete preferencialmente indivíduos com idade avançada, comprometendo o sistema nervoso central em especial os núcleos da base, responsáveis pela execução da m otricidade voluntária norm al e manutenção do tônus postural, bem como funções cognitivas. A fisiopatologia da DP é caracterizada pela degeneração de neurônios dopam inérgicos na parte com pacta da substância negra. Isso provoca uma desconexão nas vias estriatonigropalidais e o aparecimento de sinais clínicos como tremor, rigidez, instabilidade postural e bradicinesia. Esse é um estudo de caso retrospectivo da intervenção fisioterapêutica com a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva com a técnica de reversão de antagonistas e com os exercícios de Frenkel em uma paciente no pós-operatório de palidotomia, como tratamento cirúrgico da Doença de Parkinson, visando a manutenção e melhora do seu quadro clínico e seu retorno às atividades diárias. Foram analisadas e comparadas as avaliações inicial e final ao tratamento fisioterapêutico e pôde-se verificar a eficácia dessas técnicas no tratamento da paciente, com a melhora dos padrões de movimento e melhora da coordenação. Palavras-chave: Doença de Parkinson. Facilitação neuromuscular proprioceptiva e Exercícios de Frenkel. Palidotom ia. 202 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA, Dyony P. Lima. A atuação da cinesioterapia na fase de proteção moderada em pacientes no pós-operatório de meniscectomia parcial via artroscópica: uma revisão bibliográfica. 2007. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Cristina Cardoso da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008. O joelho é uma das articulações mais estudadas pela área da fisioterapia, perdendo só para coluna e o om bro. A m eniscectomia parcial remove a porção lacerada do menisco, é o procedim ento cirúrgico m ais executado na articulação do joelho, pois esta técnica tenta conservar o m áxim o possível do menisco lesionado, através da artroscopia. Este trabalho tem como objetivo, avaliar a atuação da cinesioterapia na reabilitação funcional de um pós-operatório de meniscectomia parcial via artroscópica. Foram utilizados periódicos, livros e artigos científicos, variando entre o período de 1991 a 2007, onde os autores mencionados eram relacionados com traumato-ortopedia, fisioterapia e c inesi ot erapi a, abordando assuntos sobre a am pli tude de m ovi m ento, fortal ec im ent o e propriocepção. O levantamento bibliográfico, a seleção das referências e a redação do trabalho foram realizados pelo próprio pesquisador. Através da realização desta pesquisa, com a observação das opiniões dos autores aqui citados, e como condiz o trabalho, o tratamento do pós-operatório é dividido em três fases: de proteção máxima, moderada e mínima. As considerações finais defendem o uso da cinesioterapia, em pacientes que se encontram na fase de proteção moderada, para tratar de com prom etim entos físicos comuns de um paciente que sofreu traum a cirúrgico com o: dor, fraqueza muscular, redução da resistência muscular a fadiga, amplitude de movimento limitada, incoordenação, déficit de equilíbrio e instabilidade postural. Palavras-chave: Fisioterapia. Cinesioterapia. Meniscectom ia. BASTOS, J. P. A. Análise do risco de doenças cardiovasculares em Funcionários de uma faculdade de ensino superior de Teresina. 2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Cristina Cardoso da Silva. Data da apresentação: 24.01.2008. Esta pesquisa tem por objetivo analisar o risco de doenças cardiovasculares nos funcionários do seto r administrativo da Facid, através do escore de Framingham. È sabido que no Brasil e no mundo morrem anualmente milhares de pessoas vítimas de doenças cardiovasculares, trazendo consigo um grande número de aposentadoria por invalidez e afastamento de posto de trabalho em idade produtiva. Portanto se torna m relevante pesquisar e se preocupar com a saúde na atenção básica aos trabalhadores. A qualidade de vida e o bem estar físico e mental são alicerce positivo na força produtiva dos colaboradores da Facid. Não basta trabalhar, mas ter saúde, lazer e satisfação pessoal para poder exercer plenamente o potencial labor al. Conhecer o risco para desenvolver doenças cardiovasculares nos próximos dez anos, através do escore de Framingham, de forma personalizada, permite a confirmação da hipótese sugerida, como parâmetro confiável para aferição, a identificação do risco absoluto e a intervenção pela fisioterapia no âmbito das ações preventivas para colaboração da qualidade de vida destes trabalhadores. A pesquisa foi realizada na Facid através de um questionário e coleta de dados, levantando os fatores de risco preditos pelo estudo de Framingham: a pressão arterial, triglicerideos e colesterol total e frações LDLc, HDLc. Foi seguido a IV Diretriz para hipertensão e dislipidemia e prevenção de aterosclerose, recomendadas metodologicamente pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. A amostra foi calculada a partir de uma informação obtida no setor pessoal da FACID, no mês de junho de 2007, contendo uma população de 103 funcionários no setor administrativo, dos quais 52 concordaram em participar da pesquisa. Assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Adotou-se intervalo de confiança de 95%, incidência de 50% com um erro amostral de 5% visto que não há registro preliminar na literatura sobre o tema desta pesquisa. O resultado da pesquisa mostrou 96,8% dos pesquisados de baixo risco, 0% para médio risco e 3,2% para alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares analisados pelo escore de Framingham. Foi encontrado na pesquisa um perfil de fatores de risco associados da seguinte forma: 9,375% não apresentaram nenhum fator de risco associado, 25% apresentaram 1 fator de risco associado, 28,125% apresentaram 2 e 28,125% apresentaram 3 fatores de risco associados e 9,375% apresentaram 4 fatores de risco associados. Palavras-chave: Doenças cardiovasculares. Escore de Framingham. Risco. 203 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 SILVA, D. P. L. A atuação da cinesioterapia na fase de proteção moderada em pacientes no pósoperatório de meniscectomia parcial via artroscópica: uma revisão bibliográfica. 2007. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Cristina Cardoso da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008. O joelho é uma das articulações mais estudadas pela área da fisioterapia, perdendo só para coluna e o om bro. A m eniscectomia parcial remove a porção lacerada do menisco, é o procedim ento cirúrgico m ais executado na articulação do joelho, pois esta técnica tenta conservar o m áxim o possível do menisco lesionado, através da artroscopia. Este trabalho tem como objetivo, avaliar a atuação da cinesioterapia na reabilitação funcional de um pós-operatório de meniscectomia parcial via artroscópica. Foram utilizados periódicos, livros e artigos científicos, variando entre o período de 1991 a 2007, onde os autores mencionados eram relacionados com traumato-ortopedia, fisioterapia e c inesi ot erapi a, abordando assuntos sobre a am pli tude de m ovi m ento, fortal ec im ent o e propriocepção. O levantamento bibliográfico, a seleção das referências e a redação do trabalho foram realizados pelo próprio pesquisador. Através da realização desta pesquisa, com a observação das opiniões dos autores aqui citados, e como condiz o trabalho, o tratamento do pós-operatório é dividido em três fases: de proteção máxima, moderada e mínima. As considerações finais defendem o uso da cinesioterapia, em pacientes que se encontram na fase de proteção moderada, para tratar de com prom etim entos físicos comuns de um paciente que sofreu traum a cirúrgico com o: dor, fraqueza muscular, redução da resistência muscular a fadiga, amplitude de movimento limitada, incoordenação, déficit de equilíbrio e instabilidade postural. Palavras-chave: Fisioterapia. Cinesioterapia. Meniscectom ia. RÊGO, S.P. Intervenção fisioterapêutica na evolução da epicondilite lateral do cotovelo através de uma abordagem cinesioterapêutica. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma . Data da apresentação: 26.01.2008. Epicondilite lateral, conhecida também como “cotovelo de tenista”, é um processo inflamatório ou degenerativo das fibras musculares dos extensores que se originam na borda lateral do cotovelo e se inserem no punho e dedos. Atinge indivíduos que realizam trabalho manual intenso, e/ou repetitivo. A faixa etária mais atingida é entre 30 e 55 anos. Nos mais jovens, ela geralmente é de causa ocupacional, quando exige esforço repetitivo combinado com rotação e stress do cotovelo, como o uso freqüente de ferramentas, trabalhadores de linha de montagem, cortador de carne, digitação, etc. Nos menos jovens, esta patologia ocorre pela degeneração do tecido conjuntivo que se origina na estrutura óssea. A área de maior desconforto é geralmente na borda lateral do cotovelo, sendo está área dolorosa à palpação. A dor piora com a extensão do cotovelo e pronação do punho. O diagnóstico é clínico, mas os casos mais persistentes podem exigir exames complementares: RaiosX, Ecografia, Eletromiografia e Provas Laboratoriais. O tratamento geralmente é conservado com o intuito de aliviar a dor e o processo inflamatório, bem como a reabilitação. É importante compreender o mecanis mo fisiopatológico e evolutivo da epicondilite lateral do cotovelo, revisar as relações anatômicas e funcionais do cotovelo, conhecer o quadro clínico característico da patologia para a associação com demais exames complementares para diagnósticos diferenciais; no intuito da obtenção de um diagnóstico preciso e propor um tratamento fisioterapêutico eficaz e condizente para cada paciente, de acordo com a fase patológica que esse se encontra. O trabalho foi realizado através de uma coleta de dados obtidos em análises de várias o bras literárias. Palavras–chave: Epicondilite lateral. Dor. Reabilitação. 204 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 BARBOSA, J.M.L. Abordagem da hidroterapia pediátrica baseado no método Halliwick na interação social da criança autista. 2007. 67f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ilse Tatiana Lima Aragão. Data da apresentação: 25.01.2008. O Autismo é uma desordem que compromete o desenvolvimento normal de uma criança, manifestando-se antes do terceiro ano de vida, e é caracterizado por alterações qualitativas na interação social, na comunicação e no uso da imaginação. Acomete cerca de vinte entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum nos meninos que nas meninas. Os sintomas são causados por disfunções físicas no cérebro, verificados pela anamnese ou presentes na entrevista com a criança. A presente pesquisa visa explanar através da Hidroterapia Pediátrica baseada no método Halliwick a minimização das alterações qualitativas presentes na interação social das crianças autistas. O estudo de caso foi realizado na AMA/PI – Associação dos amigos autistas do Piauí, com duas crianças, uma de 5 anos de idade do sexo masculino e a outra de 8 anos de idade do sexo feminino, portadoras do autismo infantil F 84.0. O tratamento durou um mês, no qual foram realizados 12 atendimentos, o primeiro deles dedicado à avaliação inicial das crianças, aplicação do teste baseado no método Halliwick e do questionário com as mães, além das fotos iniciais. Depois, foram realizados 5 atendimentos individua is e 5 atendimentos em grupo, com duração de 1 hora para cada criança, sendo o último atendimento dedicado à reavaliação das crianças, aplicação do teste baseado no método Halliwick e do questionário com as mães, além das fotos finais. Para análise dos resultados tomou-se por base a avaliação e reavaliação no solo e na água, o questionário da história de vida das crianças e o teste baseado no Método Halliwick. A partir da análise e das coletas dos dados comprovou-se que o método Halliwick melhora o desprendimento da criança, minimizando assim as alterações presentes na interação social da mesma, tendo isto como resultado final desse estudo. Palavras-chave: Autismo. Hidroterapia. Método W alliwick. RESENDE, L. C. F. Abordagem da massoterapia no pós-operatório imediato em mulheres mastectomizadas do tipo Halsted: uma revisão de literatura. 2007. 41f Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ilse Tatiana Lima Aragão. Data da apresentação: 25.01.2008. O câncer de mama é considerado uma neoplasia de maior incidência e mortalidade na mulher brasileira, sendo que a maioria dos casos são identificados entre 45 a 55 anos de idade, representando a terceira causa de morte entre as mulheres no Brasil. A mulher, com câncer de mama apresenta como quadro clínico: presença de nódulos na mama, acompanhados ou não de dor, e alterações na pele tais como, abaulamentos e presença de nódulos palpáveis na axila. Dentre as modalidades terapêuticas para o tratamento desta patologia existem as técnicas não cirúrgicas: radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia, que podem ser usadas como tratamento complementar à cirurgia. Já as técnicas cirúrgicas conservadoras são tumorectomia e quadrantectomia; e as radicais são mastectomia tipo Madden, tipo Patey e tipo Halsted, sendo que este último é o que mais resulta em alterações físicas e psicológicas devido ao fato de ser um procedimento muito invasivo e mutilant e requerendo, portanto, cuidado multiprofissional, incluindo a fisioterapia. O POI (Pós-Operatório Imediato) é considerado o período após 24 horas subseqüente à cirurgia, até os 15 primeiros dias, podendo iniciar o tratamento fisioterápico. Quando a paciente está no pós-operatório imediato, apresenta os seguintes sinais e sintomas: dor, edema, um dreno retendo líquido, hiperemia de pele e diminuição dos movimentos do ombro. O tratamento fisioterápico a ser utilizado nas pacientes no POI de mastectomia radical tipo Halsted é a massagem clássica, que consiste em um método de tratamento com técnicas de massagens exclusivas como deslizamento superficial e profundo e a fricção circular e transversal, com o intuito de trazer para essas pacientes um efetivo relaxamento muscular, diminuição da dor, do edema, melhora da circulação sangüínea, redução de aderências, liberação dos movimentos associados à cinesioterapia, fazendo com que elas voltem a ter sua amplitude de movimento normal, melhorando, assim, seu estado psicológico e, conseqüentemente, psico-social, ocasionando um aumento da auto-estima, o que, por sua vez, possibilita uma melhor qualidade de vida a essas pacientes. Para esta pesquisa foram adotados os parâmetros monográfico, bibliográfico, dedutivo, qualitativo e longitudinal. Palavras-chave: Câncer de mama. Poi (pós-operatório imediato). Massoterapia. 205 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 GONÇALVES, F.B. Perfil do Fisioterapeuta Egresso da Faculdade Integral Diferencial no Mercado de Trabalho. 2007. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Juçara Gonçalves de Castro. Data da apresentação: 26.01.2008. O Piauí conta hoje com oito cursos para formação de fisioterapeutas (6 na capital e 2 no interior), gerando uma oferta anual de aproximadamente 670 novas vagas e, no momento pelo menos 160 fisioterapeutas por semestre, o que pode acarretar mudanças no mercado de trabalho. O objetivo deste estudo foi verificar se a formação acadêmica do egresso da 1ª e 2ª turmas de fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial, atende às expectativas do profissional e do mercado de trabalho na área de Fisioterapia. A metodologia utilizada baseouse em um questionário contendo informações referentes a dados pessoais e profissionais do entrevistado; posteriormente os dados foram avaliados em termos percentuais para cada questão formulada. A amostra válida foi de 21 (vinte e um) profissionais egressos da 1ª turma e 18 (dezoito) profissionais egress os da 2ª turma do curso de Fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial, que responderam ao questionário de forma voluntária. Foram obedecidos os critérios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos. Avaliando os resultados, observamos que aproximadamente 90% dos entrevistados atuam como fisioterapeutas, tendo 70% ingressado no mercado de trabalho em até quatro meses da formação, atuando nas mais diversas especialidades; 47,86% apresentam faixa salarial de 2 a 5 salários mínimos e 34,28% acima de 5 salários, e têm jornada de trabalho média de 8 horas/dia; 74,29% atuam em clínicas privadas; 94,59% consideram sua formação profissional satisfatória para o mercado de trabalho e, 59,45% encontram-se realizados profissionalmente. Pode-se concluir que os egressos encontram-se satisfeitos com sua profissão, mas consideram a baixa remuneração, a saturação do mercado e a qualificação profissional as principais dificuldades encontradas para o ingresso no mercado de trabalho. Palvras-chave: Fisioterapeuta. Egresso. Mercado de trabalho. GRAMOSA, V. E. P. As perspectivas de inserção ao mercado de trabalho dos ingressantes e concludentes do curso de fisioterapia das faculdades pública e privada em Teresina - PI. 2007. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina - PI, 2007. Orientadora: Profa. Francisca Sandra Cardoso Barreto. Data da apresentação: 24.01.2008. O objetivo deste trabalho foi analisar as perspectivas de inserção ao mercado de trabalho dos ingressantes e concludentes do curso de fisioterapia das IES pública e privada em Teresina-PI, através da verificação da relação entre a integração na educação superior e a satisfação acadêmica, avaliação da relação entre o processo da integração na educação superior e o nível de satisfação acadêmica do estudante nas séries iniciais e finais da graduação, dos fatores motivacionais que levam ao ingresso optar pelo curso de fisioterapia e dos fatores motivacionais do ingresso e do concludente para o mercado de trabalho. Teve como universo uma IES pública e uma IES privada escolhidas intencionalmente e cujo critério de inclusão foi terem 3 t urmas concluídas. Os participantes foram 121 acadêmicos do primeiro e último períodos da graduação de fisioterapia escolhidos intencionalmente. O método utilizado foi o descritivo de natureza quantitativa. Os dados foram obtidos por intermédio de um questionário com as seguintes categorias de observação: gênero, faixa etária, o que o levou o acadêmico ingressar no curso de fisioterapia, o que o motivou a continuar no curso de fisioterapia e o que o mesmo espera do mercado de trabalho. Os dados foram tabulados, analisados e interpretados com a utilização da estatística simples para a percentualização das respostas. Pode-se concluir que há uma grande quantidade de acadêmicos do gênero feminino, confirmando os dados do Censo do Ensino Superior Inep/Mec (2006). Por outro o lado, este mesmo Censo constata um crescimento de ingressantes adultos mais velhos, o que é discordante com os dados obtidos neste estudo. Quanto aos critérios de escolha do curso de fisioterapia, a categoria com maior número de respostas foi o de desejar contribuir para a saúde da população. Com relação a motivação em continuar o curso de fisioterapia, a grande maioria optou pela segurança dos conhecimentos adquiridos refletidos na prática profissional, como o principal motivo. Com a relação às expectativas para o mercado de trabalho, houve unanimidade na opção de que dependerá da competência do profissional. Portanto, os dados constataram a importância da educação superior e da satisfação acadêmica, tanto na fase inicial quanto na final. Palavras-chave: Fisioterapia. Perspectivas. Mercado de trabalho. Satisfação. Motivação. 206 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 PESSOA, J. G. A fisioterapia aquática como recurso terapêutico no tratamento de pacientes com espondilite anquilosante: sob uma perspectiva bibliográfica. 2007. 61 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Katya Coeli da Costa Loiola. Data da apresentação : 25.01.2008. A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença sistêmica inflamatória crônica, que se destaca pelo acometimento primário da coluna vertebral, com envolvimento das articulações sacroilíacas de forma simétrica, que afeta principalmente o sexo masculino e cujo início ocorre em média entre os 20 e os 40 anos. O fator genético é bastante significativo, sendo que o HLA-B27 está presente em 90 a 95% dos casos. A presença do determinante B27, regido por um gene sobre a superfície celular, pode tornar os tecidos mais suscetíveis a agentes infecciosos. O quadro clínico é formado por um conjunto de processos inflam atórios articulares na coluna vertebral, região sacro-ilíaca e grandes articulações como: joelho, ombro, quadris e tornozelos, com a formação de entesites em inserções li gam entares e t endí neas, levando um quadro de lim i taç ão de m ovi m ent os e at é m esm o a incapacidade funcional. O presente trabalho foi elaborado através de uma revisão bibliográfica em anais, revi st as ci ent ífic as, arti gos e l i vros c om o obj et i vo de dem onstrar a efi các ia da hidrocinesioterapia através das propriedades físicas da água, no alívio da sintom atologia clínica bem como na prevenção de maiores deformidades e incapacidade física. Após a revisão de literatura, percebeu-se a necessidade de oferecer como alternativa de tratamento a hidrocinesioterapia, para manutenção de um quadro álgico menos intenso, manutenção da função em pacientes acometidos e diminuir a atividade da doença, promovido pelo meio aquático perfazendo uma melhor qualidade de vida. Palavras-chave: Espondilite anquilosante. Fisioterapia aquática. Incapacidade funcional. CUNHA, K. A. S. da. Efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea – TENS na redução da dor em pacientes portadoras de dism enorréia prim ária. 46f.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maura Cristina Porto Feitosa. Data da apresentação: 25.01.2008. A dismenorréia apresenta-se como primária e secundária, sendo dismenorréia primária aquela que ocorre sem que haja lesões nos órgãos pélvicos, geralmente ocorre nos ciclos menstruais normais e logo após as primeiras menstruações na adolescência. É causada pelo aumento da produção de prostaglandinas pelo útero, que provocam contrações uterinas dolorosas. A dismenorréia secundária está relacionada a alterações do sistema miomas uterinos, infecção, anormalidades na anatomia do útero ou da vagina de origem congênita, diferenciando-se assim da dismenorréia primária. A dor é uma apresent ação sensorial e emocional desagradável, que está associada a uma lesão tissular real ou potencial descrita em termos de tal dano. Procura-se amenizar essa dor através da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) que é um recurso fisioterápico que tem como função básica promover a analgesia, por estimular fibras nervosas grossas A-alfa mielinizadas de condução rápida. Esse estudo tem como objetivo procurar, através dos efeitos da TENS, diminuir o grau de intensidade dolorosa das 20 pacientes com dismenorréria primária que foram atendidas, na Clinica Escola da Faculdade Integral Diferencial - FACID em Teresina – no período de dezembro de 2007 a janeiro de 2008. A intensidade da dor foi mensurada através da escala analógica da dor antes e após a aplicação da TENS. Os eletrodos foram colocados na região paravertebral de L4, L5 – S1, S2, ( área de inervação do útero); com freqüência de 110 Hz e duração de pulso em 250 us, com 30 minutos de aplicação. O resultado deste estudo mostrou a eficácia da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea – TENS onde 80% das pacientes referiram melhora relatando ausência de dor após a aplicação. reprodutivo, que podemser endometriose, Palavras-chave: Dismenorréia primária. Dor. TENS. 207 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 208 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CARTAS AO EDITOR 209 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 210 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CARTAS AO EDITOR Estimado Prof. Luiz Ayrton Soubemos da existência da revista FACID Ciência & Vida, por meio de um exemplar que encontrei numa mesa da biblioteca do INCOR em São Paulo e, ao mesmo tempo, gostaríamos de parabenizá-lo pelo feito. Informamos-lhe que trabalho com pesquisa em animais e me encontro ao inteiro dispor para os alunos da FACID para qualquer trabalho que possa ajudá-los e melhorar a revista mais ainda. Atenciosamente, Roberto Bezerra Responsável pelo Biotério no INCOR [email protected] N. do E.: Agradecemos suas gentis palavras e saiba que sua carta será repassada a direção da Faculdade. Prezado Senhor Editor, A Revista Facid cresceu muito no último exemplar e gostaria de parabenizá-los por esse novo obstáculo vencido pois sabemos o quanto é difícil manter uma revista deste nível. Cordiais saudações, Profa. Enedina Oliveira de Moura Sá. 211 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Estimado Prof. Luiz Ayrton Esse Conselho Editorial é um show. Aprendi muito quando recebi meu artigo de volta para novas correções. Obrigado a todos vocês. Luis Otávio. N. do E.: Os artigos, quando aceitos com restrições para publicação são remetidos de volta para que os autores tomem conhecimento das correções sugeridas pelos pareceristas e assim, não só melhorar a qualidade de nossa revista como também servir de aprendizado para o aluno. 212 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 ARTES E ARTIMANHAS 213 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 214 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 OH! INFECÇÃO Divonete de Lima da Costa Graciara Letícia Bezerra Trindade Raisa Bezerra Barbosa Oh! Infecção, Por que você entrou, Quando eu não te queria. Entrou e se instalou, No momento de muita tristeza e muita angustia Em que eu vivia. Me diga agora, O que quer de mim? Se por ti tenho receio. Qual o propósito? De me deixar assim, Absolutamente vulnerável a seus desejos. Viverei assim, Se apossando de mim, Do inicio até o fim? Oh! Infecção de onde tu vens? Vírus, bactéria ou fungo também? Que tipo de microorganismo? És parasita, És sangue – suga ou simplesmente um inimigo? Será que sou a primeira Ou me escolheste como vítima derradeira. Me digas, Simplesmente me digas, O que queres que eu faça, Para sair da minha vida. Amoxilina, Infectrin ou vitamina C, Não sei mais o que eu faço infecção! Para me livrar de você. 215 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 CIDADE MENINA, MULHER Dário Heider Viveiros de Abreu Em teu nascimento planejado havia Um choro formoso de parto e flor Nascida do calor, antes do meio-dia Futuro certo Saraiva sim senhor. Chapada magnética inevitável Que chamas coriscos aqui, ali, acolá. Nome de mulher, lábios quentes de mel Impossível tocá-la sem beijá-la. Menina, mulher bela recatada És nobre glamorosa tanto quanto Qualquer rainha em trono coroada. Feliz Teresina cidade amada Jazo em teu colo por amor infinito Por vida, morte decretada, nata __________________ * Acadêmico de Enfermagem da Facid 216 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 NORMAS EDITORIAIS 217 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 218 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 Revista FACID CIÊNCIA & VIDA - Normas Editoriais A Revista FACID Ciência & Vida objetiva a divulgação da produção científica e técnica dos professores, alunos e técnicos da Faculdade Integral Diferencial, bem como de profissionais da comunidade. A Revista tem periodicidade anual e está aberta à publicação de trabalhos na forma de ARTIGOS, ENSAIOS, INFORMES E RELATOS, RESENHAS, IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES, RESUMO DE PALESTRAS, ARTES E ARTIMANHAS os quais devem falar sobre temas nas áreas da Saúde, Ciências Humanas, Ciências Sociais , Tecnologia, dentre outros, fomentando a análise e reflexão de idéias, experiências e resultados de pesquisas, experiências de vida e manifestações artístico-culturais, contribuindo para o desenvolvimento científico e cultural do País. ARTIGOS – Texto que discute um tema investigado para publicação de autoria declarada, que apresenta título, nome dos autores, local de execução da pesquisa, resumo do texto (no máximo 250 palavras), palavras-chave (3 a 5 palavras), introdução, revisão da literatura (ou referencial teórico), metodologia, resultados encontrados (pode conter figuras e/ou tabelas), discussão, conclusão, referências bibliográficas, abstract (resumo em inglês), key-words, apêndices e anexos (opcionais). Serão considerados “artigos de revisão” os textos que discutem temas com base em informações já publicadas. O artigo não deve ultrapassar 20 laudas. ENSAIOS – Texto que expõe temas atuais e de interesse coletivo, ressaltando o espírito crítico e a originalidade do autor. Deve apresentar a seguinte estrutura: título (e subtítulo se houver); em nota de rodapé o currículo do autor indicado por asterisco no título do ensaio; introdução; desenvolvimento; conclusão; referências bibliográficas e notas explicativas. Deve ter no máximo 10 laudas. INFORMES E RELATOS – Texto que divulga resultados parciais ou totais de pesquisas. Deve ter: título (e subtítulo se houver) da pesquisa; exposição do tema delimitado; justificativa; fundamentação teórica; metodologia e técnicas empregadas, descrição do processo de coleta, análise e interpretação dos dados obtidos, conclusões (mesmo que parciais); apêndices (se houver); anexos (se houver) e referências bibliográficas. Deve ter no máximo 10 laudas. IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES – Texto dissertativo no qual se discute temas atuais e, que, de certa forma geram polêmica. Deve apresentar a seguinte estrutura: título (e subtítulo se houver); introdução; desenvolvimento; conclusão; notas explicativas (se houver); referências bibliográficas, se necessário. A autoria deve ser indicada conforme orientação anterior. Deve apresentar extensão máxima de 5 (cinco) laudas. 219 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 RESENHAS – Resumo crítico de livros publicados ou no prelo que podem suscitar no leitor o desejo de ler a obra integralmente. Este texto deve ter, no máximo 5 laudas e deve ser escrito informando o título da obra, nome completo do autor, editora e ano publicado. RESUMO DE PALESTRAS – Espaço destinado à publicação de resumos de palestras e/ou conferência ministrada pelo autor em eventos científicos e, acompanhando o texto, informações sobre o evento (nome, tema, data da realização, local), coordenador, comissões e programa efetivamente ocorrido, quando necessário. A extensão do texto deve ser de , no máximo, 500 palavras. ARTES E ARTIMANHAS – Espaço destinado à livre expressão, no formato de poemas, charges, contos, relatos de fatos pitorescos, etc. Devem apresentar extensão de no máximo 6 (seis) laudas. Instruções aos Colaboradores 1 Os trabalhos devem ser preferencialmente inéditos e redigidos em língua portuguesa, sendo seu conteúdo de inteira responsabilidade dos autores. 2 O texto deve ser acompanhado de uma correspondência ao Editor solicitando que seja publicado. Uma vez recebido, o texto será submetido à apreciação do Conselho Editorial. Dois conselheiros, no mínimo, decidirão sobre sua aprovação para publicação, podendo ocorrer que o texto seja devolvido ao seu autor para alterações e/ou correções. 3 O texto deve ser digitado na fonte arial tamanho 12, espaço 1,5 entre linhas, margens superior e esquerda de 3 cm, margem inferior e direita de 2 cm, papel formato A-4. O título deve ser escrito em letras maiúsculas e em negrito. 4 No caso de tabelas para apresentação de dados, estas devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, encabeçadas pelo título, com indicação da fonte após a sua linha inferior. Todas as tabelas inseridas devem ser mencionadas no texto. 5 No caso de inserção de ilustrações (quadros, gráficos, fotografias, esquemas, algoritmos, etc), estas devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, com indicação do título e da fonte após o seu limite inferior e indicadas no texto onde devem ser inseridas. Gráficos, fotografias, esquemas e ilustrações devem ser denominados como figuras. 6 As citações bibliográficas no texto devem ser organizadas de acordo com a norma vigente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT - 10520) formato autor-data. 220 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 7 A lista de referências bibliográficas deve ser organizada em ordem alfabética e de acordo com a norma ABNT – 6023. MODELOS DE REFERÊNCIAS Livros (um autor) SOARES, L.S. Educação e vida na República. 4.ed. São Paulo: Letras Azuis, 2004. Livros (dois autores) ROCHA,B.; PEREIRA,L.H. Cuidando do Enfermo. São Paulo: Manole, 2001. Capítulos de livros PEREIRA, H.J.P. Educação Indígena. In: SANTOS, C.J. O Índio Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 45-68. Artigos de periódicos com mais de três autores PODSAKOFF,P.M. et al. Transformational leader behavior and their effects on followers’ trust in leader, satisfaction, and organizacional citizenship behaviors. Leadership Quartely, Greenwich, Conn.,v.1, n.2, p. 107-142, 1990. Teses CARVALHO, M.J. Ensino da Ciência: uma análise fenomenológica. 1994. 89f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1994. Artigo de jornal assinado DIMENSTEIN, G. Escola da vida. Folha de São Paulo, São Paulo, 14. jul. 2002. Folha Campinas, p.2. Artigo de jornal não assinado FUNGOS e chuva ameaçam livros históricos. Folha de São Paulo, São Paulo, 5. jul. 2002. Cotidiano, p.2. Artigo de periódico (formato eletrônico) MELO, H.P. O saber bioético. Educação e Pesquisa, Teresina,v.03, n. 2, p. 23-25, jul. 2001. Disponível em: http://www.caradebiologia.com.br/> Acesso em: 20 ago. 2000. Decretos, Leis BRASIL. Decreto n. 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o art. 23 da Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a categoria dos 221 Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008 documentospúblicos sigilosos e o acesso a eles, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 27. jan. 1997. Seção 1. Constituição Federal BRASIL. Constituição (1988). Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Relatório oficial FUNDAÇÃO MARIA CARVALHO SANTOS. Relatório 2001. Teresina, 2001. (mimeogr.) Gravação de Vídeo VILLA-LOBOS: o índio de casaca. Rio de Janeiro: Manchete Vídeo, 1987. 1 videocassete (120 min.): VHS, son, color. Trabalho publicado em Anais de Congresso MARTINS, I.S.; SILVA FILHO, F.J.V.; ALVES NETO, F.E. Abordagem Cirúrgica em Ginecomastia Gigante em Pseudo-hermafrodita Masculino. In: I JORNADA DE MEDICINA DA FACID, 2005, Teresina. Teresina: Gráfica do Povo, 2006, p.212. 8 Acompanha o texto uma lauda com o título e nome completo do autor ou autores, com a filiação profissional e a qualificação acadêmica, o endereço postal e eletrônico. 9 O original do trabalho a ser publicado deve ser entregue em uma via impressa e em disquete (processador Word for Windows), pelos correios ou via e-mail: [email protected]. Ao Conselho Editorial é reservado o direito de publicar ou não o trabalho. 10 A publicação do trabalho não implicará na remuneração de seu autor, mas este receberá 3 exemplares do fascículo por artigo publicado. 11 À revista não se obriga a devolver os artigos recebidos, publicados ou não. 12 O trabalho a ser publicado deve ser entregue na FACID: Conselho Editorial da Revista FACID Ciência & Vida A/C Dr. Luiz Ayrton Santos Júnior Av. Rio Poty, 2381 Horto Florestal 64.049-410 •Teresina – Piauí www.facid.com.br • [email protected] 222