Setembro 2008

Propaganda
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Revista
Ciência & Vida
Volume 04 Número 02 Setembro - 2008
a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina - PI
Semestral
ISSN 1808-3366
3
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
4
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Revista
Ciência & Vida
Volume 04 Número 02 Setembro - 2008
a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina-PI
As opiniões e artigos expressos aqui são de inteira
responsabilidade dos autores.
Periodicidade Semestral
Av. Rio Poty, 2381 - Horto Florestal
CEP: 64049-410 • Teresina (PI) • Brasil
Fone: (086) 3216-7900/3216-7901
www.facid.com.br
5
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Revista Facid
http://www.facid.com.br
[email protected]
Editor - responsável
Dr. Luiz Ayrton Santos Júnior
Projeto Gráfico
Castino Martins da Silveira
Revisão
Antonia Osima Lopes, Francisca Sandra Cardoso Barreto, Maria Rosilândia Lopes
de Amorim, Fausta Maria Miranda dos Reis
Jornalista Responsável
Marcos Sávio Sabino de Farias - MTB 1005
Editoração
Gráfica Júnior
Capa
Amanda Paiva e Silva Martins
Catulo Coelho dos Santos
George Mendes Ribeiro Sousa
Juciara Freitas Ribeiro
(ex-alunos do Curso de Publicidade e Propaganda da FACID)
Revista Facid / Faculdade Integral Diferencial.
v. 4, n. 2, 2008 / Teresina: FACID, 2008.
Semestral
ISSN 1808-3366
1. Pesquisa científica. 2. Desenvolvimento científico.
CDD 509
CDU 001.891
6
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Revista
Ciência & Vida
Volume 04 Número 02 Setembro - 2008
a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina-PI
FACID - Faculdade Integral Diferencial
Integral - Grupo de Ensino Fundamental, Médio,
Técnico e Superior do Piauí S/C Ltda.
Paulo Raimundo Machado Vale
Diretor Presidente
Maria Joseci Lima Cavalcante Vale
Diretora Acadêmica
Iveline de Melo Prado
Vice-Diretora Acadêmica
Umbelina Maria B. Jales de Carvalho
Coordenadora de Estágio e Extensão
Raimunda Celestina Mendes da Silva
Coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação
Conselho Editorial
Antonia Osima Lopes
Francisca Sandra Cardoso Barreto
Fausta Maria Miranda dos Reis
Luiz Ayrton Santos Junior - Editor Responsável
Maria Joseci Lima Cavalcante Vale
7
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Conselho Consultivo
Alexandre Henrique de Paulo Simplício - Ana Célia Sousa Cavalcante
Benício Parentes de Sampaio - Divana Maria Martins Parente Lira
Helder Ferreira de Sousa - Izânio Vasconcelos Mesquita
José Guilherme Ferrer Pompeu - Judite Oliveira Lima Alburquerque
José Carlos Formiga - Joseli Lima Magalhães
José Figueredo Silva - Liana Rosa Brito Cardoso
Luis Nódgi Nogueira Filho - Maurício Batista Paes Landim
Marcelino Martins - Morgana Moreira Sales
Maria Helena Barros Araújo Luz - Neiva Sedenho de Carvalho
Sérgio Ibiapina Ferreira Costa - Tony Batista
Waldília Neiva de Moura Santos Cordeiro
Conselho Consultivo Nacional
Anke Bergmann (RJ)
Álvaro Antonio Machado Ferraz (PE)
Alfredo Carlos SD Banos (SP)
Beatriz Azevedo (SP)
Carlos Bezerra de Lima (DF)
Fernando Pratti (RS)
José Aristodemo Pinotti (SP)
Ives Gandra da Silva Martins (SP)
Ivo Korytowski (RJ)
Liege Santos Rocha (DF)
Luiz Airton Saavedra (SP)
Maria Elena Bernardes (SP)
Ruy Gallart de Meneses (RJ)
Saul Goldenberg (SP)
Samantha Buglione (SC)
Valtencir Zucolotto (SP)
Conselho Consultivo Internacional
Uwe Torsten (Alemanha)
Mario Rietjens (Itália)
Bibliotecária
Maria Rosismar Farias Costa - CRB/3 - 631
8
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
EDITORIAL
9
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
10
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
EDITORIAL
A Ciência, na sua plenitude, tem sido exercida em nosso país com certas
dificuldades, não só material e financeira, mas também com dificuldades de recursos
humanos. A queixa de recursos de materiais, provenientes da maioria dos
pesquisadores, é amenizada com o apoio, às vezes não suficiente, de instituições
de financiamento sejam elas públicas ou privadas. A disposição de recursos
financeiros é um fator que vai de encontro à qualidade profissional para, desta
forma, juntas promoveram a pesquisa ideal que pleiteamos.
Infelizmente, às vezes, a pesquisa é exercida apenas com finalidade do
cumprimento ministerial de exercício das IES e muito pouco como objetivo de
produzir um impacto econômico, social ou cultural na sociedade.
Muitos pesquisadores brasileiros não têm amparo suficiente para produzir
uma pesquisa e dedicar-se a ela e, por isso, a qualificação destes pesquisadores
ainda deixa a desejar. Faltam conhecimentos de bioestatística, bioengenharia,
bioética, metodologia, e, mais ainda, ampliação do número de profissionais
qualificados nas diversas áreas.
Como conseqüência, a sociedade brasileira poderia ser mais beneficiada
com pesquisas realizadas em nosso país, mas o que vem de fora parece colaborar
muito mais com o nosso desenvolvimento do que o que é realizado aqui. seguindo
a isso, sempre somos levados a refletir sobre o impacto que nossas pesquisas
têm sobre a vida das pessoas.
Muitas atividades de iniciação às pesquisas são realizadas por profissionais
que não conseguem repassar conhecimento aos seus alunos, tornando um ciclo
vicioso: “eu faço que ensino e tu fazes que aprende” pois precisam apenas mostrar
serviço.
Aqui na FACID, por mais que as dificuldades nos mostrem suas caras,
temos enfrentado a elas e produzido um material científico que busque colaborar
para o entendimento científico e aplicabilidade na prática clínica de suas
conclusões.
A Revista FACID Ciência & Vida, agora já no seu quarto ano de publicação,
está ampliada, com dois números, comprovadamente crescente no desejo de
colaborar para o engrandecimento científico de todos nós.
Prof. Dr. Luiz Ayrton Santos Junior
Editor responsável
11
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
12
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SUMÁRIO
13
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
14
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SUMÁRIO
ARTIGOS
HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO EM ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO
DOS ACADEMICOS DE ENFERMAGEM DE UMA FACULDADE EM
TERESINA - PI
Bianca Dias Martins........................................................................
21 - 31
PLASTICIDADE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL APÓS LESÃO
E SUA IMPORTÂNCIA NA NEUROREABILITAÇÃO
Janaina de Moraes Silva.................................................................
32 - 40
O EMPREGO DA RE-EDUCAÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO POR
MEIO DA CINESIOTERAPIA PARA O TRATAMENTO DE PACIENTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA DE ESFORÇO:
ESTUDO DE CASO
Cristina Cardoso, Daniel Dutra dos Santos, Francisca Portela da Cunha, Mariângela Portela da Cunha e Patrícia Lima Ventura..............
41 - 48
A PERCEPÇÃO DA MULHER FRENTE AO EXAME PREVENTIVO
DE CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
Ayla Maria Calixto de Carvalho, Fabiani Barros Moura de Vasconcelos...............................................................................................
49 - 65
A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM CENTRO DE SAÚDE DE
TERESINA - PI
Luciana C. Nascimento, Algeles Milka Meireles..................................
66 - 88
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ADESÃO NO TRATAMENTO DO
DIABETES MELITUS TIPO II
Luciana C. Nascimento, Naldiana C. Silva...........................................
89 - 105
15
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA E DA MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES HOTELEIRAS COMO FORMA DE MELHORAR O
DESEMPENHO NESTE SETOR
Cleide Fortes Passos, Maria da Cruz Cardoso.................................... 106 - 118
ESTRESSE E ESTRESE OCUPACIONAL
Bruna Dias Matias, Nayana Freire, Louisianne Barros Siqueira............ 119 - 127
EMISSÕES DO BIODIESEL E DIESEL E SEUS EFEIT OS
MUTAGÊNICOS SOBRE BIOINDICADOR VEGETAL
Deuzuita dos Santos Oliveira............................................................. 128 - 134
ENSAIO
O PRINCÍPIO DE IGUALDADE DE PETER SINGER E AS AÇÕES
AFIRMATIVAS: QUOTAS PARA ESTUDANTES NEGROS NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS, JUSTIÇA
OU DISCRIMINAÇÃO?
Francisca Sandra Cardoso Barreto.................................................... 137 - 141
IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES
RESPONSABILIDADE SOCIAL, UM BALANÇO SOCIAL DA
MISSÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Adriana Ribeiro de Oliveira Napoleão do Rêgo...................................... 145 - 148
O PROBLEMA DA INDUÇÃO AO METODO CIENTÍFICO.
Raimundo Leôncio Ferraz Fortes .......................................................... 149 - 153
RESENHAS DE LIVROS
COMUNICAÇÃO TEM REMÉDIO- A COMUNICAÇÃO NAS
RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM SAÚDE
Judite Albuquerque e Manuela Bezerra Lopes...................................... 157 - 158
16
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RESUMOS DE TESES, DISSERTAÇÕES e TCC
AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO ANTÍGENO BAX NO EPITÉLIO
MAMÁRIO NORMAL DE MULHERES NO MENACME TRATADAS
COM RALOXIFENO.
Ana Maria Veloso Furtado...........................................................
161 - 161
O TESTE DA SIMULAÇÃO DE FALAR EM PÚBLICO EM PACIENTE
COM TRANSTORNO DO PÂNICO ASSINTOMÁTICO.
Alexandre Castelo Branco Vaz Parente.............................................
162 - 162
RESUMOS DE TCC. ...................................................................
163 - 207
CARTAS
CARTAS AO EDITOR ....................................................................
211 - 212
ARTES E ARTIMANHAS
Oh! Infecção..................................................................................
Cidade menina, mulher. .................................................................
215 - 215
216 - 216
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
NORMAS EDITORIAIS ..............................................................
219 - 222
17
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
18
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ARTIGOS
19
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
20
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO EM ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO DOS
ACADÊMICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM DE UMA FACULDADE EM
TERESINA-PI.
Bianca Dias Martins
RESUMO
A prestação do cuidado humanizado em saúde reveste-se de grande relevância no
contexto atual, no qual o atendimento é baseado em princípios da integralidade
da assistência, sendo imprescindível à valorização da dignidade do trabalhador e
usuário. A pesquisa foi realizada por meio de estudo descritivo sob uma perspectiva
qualitativa, com a finalidade de compreender o significado do cuidado humanizado
da assistência, e teve como o universo da pesquisa um grupo de oito acadêmicos
de Enfermagem, que estudam em faculdade particular situada na cidade de Teresina
– PI. Os dados foram compilados através de entrevistas semi-estruturadas e de
gravações de depoimento, desenvolvidas no período de setembro e outubro de
2007, nos campos de estágios em que os acadêmicos se encontravam em atividade
de aprendizagem da profissão. O foco principal desta pesquisa foi a percepções
dos acadêmicos sobre o cuidado humanizado na assistência aos Pacientes. A
análise de dados foi baseada na técnica de análise temática e realizada a partir
da identificação de três núcleos temáticos: O significado da humanização, desafios
da humanização e valorização do exercício profissional de enfermagem. Concluise que os universitários, no decorrer de suas vidas acadêmicas, adquiriram o
conhecimento sobre assistência integral e humanizada, todavia esses mesmos
acadêmicos reconhecem que ainda existem diversos obstáculos e resistências
tanto dos profissionais de saúde como das instituições da área de saúde, sendo
que estas últimas dificultam sobremaneira a efetivação do processo do cuidado
humanizado na assistência as paciente.
Palavras-chave: Cuidado. Enfermagem. Humanização da assistência.
1 INTRODUÇÃO
Humanizar é um processo que permeia toda a atividade do local e das
pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que tem direito como
pessoa humana, observada as circunstâncias peculiares em que cada um se
encontra.
21
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Ressalta Pessini (Brasil, 2000, p.79) que, “a humanização dos cuidados
em saúde pressupõe considerar a essência do ser, o respeito, a individualidade e
a necessidade da construção de um espaço concreto nas instituições de saúde
que legitime o humano das pessoas envolvidas”.
O cuidar humanizado implica, por parte dos cuidadores, a compreensão
do significado da vida, a capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao
outro. Humanizar no cuidado é dar qualidade à relação profissional da saúdepaciente. É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade do corpo,
mente e espírito.
De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2000, p.1), ‘‘a humanização
tem como objetivos estabelecer condições de melhoria no contato pessoal com
os pacientes, para que sejam atendidos de forma humana e solidária’’.
A humanização tem papel importante para obtenção de uma recuperação
mais qualificada e menos traumática para os pacientes. Através dela é possível
ter uma assistência voltada ao conforto e respeito aos pacientes que, assim,
obterão melhores resultados, podendo-se crer que uma pessoa recupera-se melhor
de sua enfermidade estando em um ambiente agradável, onde se sinta valorizado
como pessoa.
Através do contato com os campos de prática, convive-se com freqüência
com a falta de humanização, em que as pessoas são tratadas como objetos de
cuidados e fontes de lucro, uma realidade em todas as áreas de assistência,
notadamente no campo de enfermagem. Diante deste contexto, foi despertada a
curiosidade em pesquisar a Humanização da Assistência de Enfermagem prestada
pelos acadêmicos de enfermagem, subtendendo-se que é na formação acadêmica
daqueles que se devem obter os conhecimentos necessários sobre o cuidado
humano adequado, aprendendo a lidar com as mais diversas situações saúdedoença.
Diante disso, sentiu-se a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre
o cuidado humanizado na assistência ao pacientes, portanto este estudo tem
como objetivos: identificar e analisar as percepções dos acadêmicos no ultimo
período da Graduação de Enfermagem de uma faculdade particular em TeresinaPI, acerca do cuidado humanizado na prestação de cuidados aos pacientes.
A enfermagem tem a responsabilidade e o compromisso ético e profissional
de resgatar o sentido de agir, e isso só será possível a partir da conscientização
do que o ser humano é capaz de buscar a sim mesmo, a sua essência e, por
conseqüência, buscar o outro.
22
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Cuidado Humanizado
De acordo com a AMIB (2004, p. 1), “humanizar é individualizar frente às
necessidades de cada um’’. Entendemos que a humanização não é tão-somente
uma questão de mudança nas instalações físicas, mas principalmente, representa
uma transformação comportamental frente aos pacientes e familiares. As mudanças
no ambiente físico são deveras importantes, mas não podem ser consideradas
como ponto fundamental. A falta de recursos financeiros não deve ser usada como
pretexto para a inexistência de um programa de humanização. Na realidade, os
profissionais que assistem direta ou indiretamente os pacientes são os verdadeiros
responsáveis pela humanização.
Uma assistência humanizada requer sentimentos na tarefa a ser
desenvolvida, oferecer-se de maneira leal e sincera ao outro, é saber ouvir com
paciência, procurando entender o paciente e atendê-lo em suas necessidades.
“A humanização pode ser entendida como o conjunto de ações em que os
direitos do paciente vêm em primeiro lugar, sendo a razão principal de ser da
assistência. Eles devem ser respeitados e merecem seus direitos e, sobretudo o
direito de ser tratado como pessoa humana que ele é.” (MEZOMO, 2001, p. 36).
O paciente deve ser respeitado em suas necessidades e direitos, a exemplo,
dor, privacidade, individualidade, direito a informações, ser ouvido nas suas queixas
e angústias, ambiente adequado para o sono, atenção ao seu pudor, atenção à
suas crenças, espiritualidade, a presença de sua família e principalmente, direito
a cuidados paliativos, no caso em que não mais houver possibilidade terapêutica,
e direito à compaixão.
2.2 Desafios Encontrados no Processo do Cuidado Humanizado
Pessini (2000, p.45), afirma que “convivemos com freqüência em ambientes
pouco humanizados, cujo funcionamento é quase perfeito quanto à técnica, porém
desacompanhados muitas vezes de afeto, atenção e solidariedade”.
Os profissionais ainda são bastante ligados à mecânica da assistência
de enfermagem, esquecendo de prestar um cuidado mais humano, tentando
entender o paciente. Muitas vezes o paciente está querendo só ser ouvido e não
há ninguém com quem conversar. Para que o cuidado humanizado seja
implementado, o profissional deve se colocar a frente da doença, do paciente, pôrse no lugar do outro.
23
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Segundo o Ministério da Saúde, (BRASIL, 2000, p.78), “a mecanização e
robotização das ações da equipe de enfermagem, que por serem rotineiras e,
muitas vezes rígidas e inflexíveis, tornam o cuidado ao paciente, impessoal,
impositivo e fragmentado, dificultando, assim, a prestação de um cuidado
humanizado” .
Em vista de tais desafios tornam-se indispensáveis o repensar e o reformular
das ações em saúde quanto à humanização da assistência aos pacientes.
2.3 O Papel da Enfermagem na Humanização no Cuidado aos Pacientes
Para Vila e Rossi (2002, p.17), “humanização deve fazer parte da filosofia
de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são
mais significativos do que a essência humana. Esta, sim, irá conduzir o pensamento
e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o
capaz de criticar e construir uma realidade mais humana’’.
O enfermeiro traduz-se em ferramenta importante no sacerdócio de cuidar,
devendo o cuidador pautar-se diligentemente no cuidado com o outro, considerando
a assistência como um momento de respeito daquele que, cientificamente e
humanamente, aprendeu os meios de auxílio ao paciente, ante as suas
necessidades de saúde e de doença.
Segundo Casate e Corrêa (2003, p.58), existe a necessidade de a equipe
de enfermagem fortalecer as relações com sentimentos, valores, crenças e
limitações, para assim compreender suas ações no trato com as pessoas que
estão sob seu cuidado, tanto o paciente/cliente como família. O enfermeiro é
responsável para cobrir essas necessidades.
O bom relacionamento entre paciente e profissional, além da instituição
de saúde, é essencial para que o processo de humanização seja realizado com
sucesso.
3 METODOLOGIA
Optou-se por realizar uma pesquisa baseada no método descritivo
qualitativo, procurando descrever a características muito particulares, com um
nível de realidade que não pode ser quantificada, mas aberta a captar um universo
de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes (MINAYO, 2000).
O estudo foi desenvolvido em uma faculdade particular de grande porte, na
área urbana do município de Teresina-PI, durante o período de setembro e outubro
de 2007.
24
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O universo da pesquisa contou com 43 acadêmicos do curso de
Enfermagem, que se encontravam no último período da Graduação de Enfermagem.
Eles foram identificados nas falas com a denominação de espécies de pássaros,
de acordo com as considerações éticas. Para determinar o número de participantes
da amostra, utilizou-se o critério de reincidência das informações, ou seja, quando
se observa que começou a repetição do conteúdo (MINAYO, 2000).
Após a autorização da faculdade para realização da pesquisa, os sujeitos
foram esclarecidos sobre o estudo a ser desenvolvido e seus objetivos. Com isso,
forneceu-se a cada participante um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
conforme previsto na Resolução Nº. 196/96, do Conselho Nacional de Saúde.
Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram questionários préformulados pela pesquisadora, contendo na primeira parte dados de identificação
do entrevistado e na segunda, a questão norteadora: Qual sua percepção sobre o
cuidado humanizado na assistência aos pacientes? Fez-se o uso de gravador de
voz para a gravação da entrevista.
No processamento das falas, o primeiro passo foi a transcrição fiel das
entrevistas outrora gravadas. Depois, fez-se a compilação e análise dos dados,
consoante as diretrizes do método qualitativo, ordenação, classificação em
categorias empíricas, síntese e interpretação dos dados (MINAYO, 2000). Cada
categoria foi considerada saturada quando não foi possível acrescentar novos dados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os participantes do estudo foram oito acadêmicos do último período do
Curso de Enfermagem de uma faculdade selecionada. Sete acadêmicos eram do
sexo feminino e um do sexo masculino; um casado e sete solteiros, na faixa
etária de 21 (vinte e um) a 27 (vinte e sete) anos.
A partir da organização e análise dos dados, foram identificadas três
categorias norteadoras do sentido e significado sobre humanização da assistência:
o significado da humanização, desafios da humanização e valorização do exercício
profissional de enfermagem, as quais serão descritas e analisadas a seguir.
O Significado da Humanização
Deslandes (2004, p.7) esclareceu que,
‘‘a humanização representa um conjunto de iniciativas que visa à produção de
cuidados em saúde, apta a conciliar a melhor tecnologia disponível com a
promoção de acolhimento e respeito ético e cultural ao paciente, de espaços
25
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
de trabalhos favoráveis ao bom exercício téc nic o e à s atisf aç ão dos
profissionais de saúde e usuários’’.
O cuidado humanizado demanda um processo reflexivo sobre o modo de
cuidar do paciente, a assistência deve envolver sentimentos, respeito, dignidade e
amor ao próximo. Alguns relatos dos acadêmicos sobre este conceito são
apresentados abaixo:
Como o próprio nome já diz, humanizar, humanização, cuidado humanizado
é justamente você tratar o paciente como humano, como diante não só de um
portador de uma patologia, mas diante de todo um contexto, que ele pode
está inserido, que pode sim interferir na assistência daquele paciente. (BEIJAFLO R).
O cuidado humanizado é a situação em que a distância entre o profissional
e paciente vai ser reduzida à mínima, oferecendo um maior conforto, uma
maior confiabilidade na relação entre paciente e o profissional, facilitando o
serviço. (CAMCÃO)
De acordo com Backes, Lunardi e Lunardi Filho (2006, p.1), “a humanização
norteia os valores e princípios da prática profissional, pressupondo, além de um
tratamento e cuidado digno, solidário e acolhedor por parte dos profissionais da
saúde ao seu principal objeto de trabalho – o doente/ser fragilizado’’.
Os acadêmicos de Enfermagem, ao se referirem ao conceito de
humanização, focalizaram o cuidado ao sentimento de respeito e dignidade do
paciente. Assumem ainda que cuidar humanamente significa tratar o paciente da
mesma forma como gostaria de ser tratado.
Falar da humanização é falar em dar amor ao próximo, de cuidar como
gostaríamos que fôssemos tratados. (GAVIÃO).
Todo paciente merece ser bem assistido, ser bem revido. A humanização vai
fazer o vinculo do paciente com o profissional, passando segurança ao doente
e conseqüentemente uma assistência de mais qualidade. (JOÃO DE BARRO).
A humanização deve ser tratada como um cuidado além da técnica em si,
na verdade é aquele cuidado em que nós devemos nos pôr no lugar do paciente
(BOFF, 1999).
Em determinados relatos, os acadêmicos denotam a necessidade de se
pensar o cuidado humanizado como um cuidado holístico ao dar-lhe um significado
multidimensional e não somente o cuidado à patologia. A seguir as falas se referem
a esse cuidado:
Cuidado humanizado é observar holisticamente. (BEIJA-FLOR)
26
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Assistência humanizada é ver o paciente de forma holística, como um todo e
não só a patologia. (CALOPSITA)
Humanizar brota do diálogo com o paciente, é passar segurança, dar apoio
emocional, informar e orientar, identificá-lo pelo nome, com o intuito de personalizar
e individualizar o cuidado. Isto pode ser visto nas falas a seguir.
O paciente tem todo o direito de saber, de estar bem informado sobre o
tratamento, sobre todos os procedimentos. (CALOPSITA).
Porque eu acho que todo paciente merece ser bem assistido, até porque a
partir daí o profissional pode transmitir para ele segurança. (JOÃO DE BARRO)
Todo ser humano merece um tratamento honesto e pautado na garantia
de ter sua autonomia preservada. Deve ser informado, bem como a sua família,
dos procedimentos que serão realizados e tem o direito de receber uma assistência
correta e humana. O paciente merece toda atenção e apoio, para que tenha conforto
e se sinta seguro.
Desafios da Humanização
Segundo Armelin e Scatena (2000, p. 22), “as instituições dão mais ênfase
à tecnologia e à competência científica do que o contato com as pessoas”. Os
métodos de assistência aos pacientes e as estruturas de muitas instituições
refletem, ainda hoje, essa concepção, na maioria das vezes o cuidado é realizado,
apenas pela necessidade de oferecer cuidados específicos para uma determinada
doença, ou seja, acabam esquecendo que ali existe de um ser humano, com
sentimentos, medos e acabam tratando apenas a patologia, sem sequer preocuparse com o paciente em suas peculiaridades.
Nos relatos mencionados pelos acadêmicos, encontramos opiniões
diversas, que apontam sobre desafios para a implementação do cuidado
humanizado. As falas transcritas abaixo apontam para esses desafios:
Há falta de estimulo por parte dos profissionais que ficam cada vez mais
presos as técnicas, ao chegar e fazer. (GAVIÃO)
Tem profissional que ele não tem essa humanização, ele não olha o paciente
como um todo, ele não tem aquele cuidado de cuidar do paciente. (ANDORINHA)
Os desafios trazidos pelos acadêmicos de enfermagem no cuidado
humanizado ainda se referem à carência de uma infra-estrutura adequada, falta de
um ambiente agradável e mais próximo da realidade do paciente e ainda pela
escassez de profissionais suficientes e especializados, que têm influência direta
27
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
no bem-estar do cliente e da equipe de saúde. Os exemplos a seguir relatam
estas idéias:
Logicamente para que preste uma assistência humanizada, necessito de
uma serie de fatores, infra-estrutura adequada, profissionais preparados e
especializados e na quantidade que supra as necessidades da assistência
(CALOPSITA)
Para que exista humanização deve-se haver condições adequadas para que
esta seja realizada( BEIJA- FLOR)
De acordo com Pinheiro e Lopes, (1993, p. 87), “as instituições não
oferecem um ambiente adequado, recursos humanos e materiais quantitativos e
qualitativos suficientes, remuneração digna e motivação para o trabalho,
oportunidade para os enfermeiros se aperfeiçoarem em sua área de atuação, para
que estes possam exercer as suas funções de uma forma mais humanizada”.
Tantos profissionais como as instituições enfrentem situações desafiadoras,
que dificultam a realização desse cuidado. Portanto, o processo do cuidado
humanizado na assistência é uma realidade que deve ser debatida, necessitando
do apoio de todos, para que realmente se possam transpor barreiras na busca de
um cuidado mais satisfatório para os envolvidos.
Valorização do Exercício Profissional de Enfermagem
Matsuda, Silva e Tisolin, (2000, p.69) afirmam que, ‘‘a concepção da
valorização do usuário dos serviços de saúde é, sem dúvida, um desafio que
necessita de coragem, compromisso e habilidade por parte dos seus provedores’’.
Assim o intuito da humanização e da manutenção da dignidade humana no
processo deve ser considerado como direito inalienável.
Eu acho que para prestar uma assistência humanizada a principio deveria
haver cuidado com o cuidador, melhorar a relação com os companheiros de
trabalho e elevar auto-estima, na grande maioria das vezes isso não acontece.
(GAVIÃO)
A humanização também tem que acontecer por parte dos pacientes que
muitas vezes tratam os profissionais como objetos que estão ali para servir.
(GAIVOTA)
Para que os profissionais de enfermagem possam exercer suas atividades
dignamente, para que possam respeitar o outro e sua condição humana, é preciso
basicamente que a sua condição humana seja também respeitada, ou seja,
trabalhar em condições físicas adequadas, receber justa remuneração pelo trabalho
28
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
exercido e ainda, que seja reconhecido pelas suas atividades e iniciativas. Todavia,
fica evidente que a maioria dos profissionais está nesta busca pelo reconhecimento
e pela valorização de si próprio e do seu trabalho.
O cuidador necessita de suporte social, para construir estratégias que
facilitem o seu cotidiano. Ele precisa atender bem o paciente e ainda cuidar de si
próprio.
5 CONCLUSÃO
Nosso objetivo é conhecer e analisar as diferentes percepções dos
acadêmicos a respeito do cuidado humanizado na assistência aos pacientes,
tendo como meta basilar transmitir aos profissionais e acadêmicos as devidas
informações sobre os cuidados de saúde, de uma maneira mais simples e
humanizada, e com isso, proporcionar o bem-estar a todos.
A união do cuidado humano à assistência de enfermagem ocasiona a
sensibilização, principalmente para a Enfermagem, ao resgatar a visão e a prática
de assistência integralizada do ser humano.
Assim, a equipe de humanização, apesar de constituir um trabalho lento,
deve manter sua trajetória, pois acreditamos que, mediante a capacitação e
avaliação contínuas de suas ações, desencadeia, aos poucos, um processo de
conscientização dos profissionais e das instituições para essa nova forma de
vivenciar o ambiente de trabalho, no qual cada profissional deve conseguir ofertar
envolvimento, amor e compaixão ao cliente.
Esperamos que esse trabalho possa transmitir reflexões sobre a
humanização do cuidado na assistência aos pacientes e faça nascer a necessidade
nos profissionais de saúde e acadêmicos dos diversos cursos da área de saúde
de vivenciarem, sentirem e internalizarem o cuidado humanizado e, partindo desse
processo, conscientizar-se da suma importância que desempenham na assistência
dos pacientes.
Através dos relatos adquiridos, delinearam-se três categorias sobre o
cuidado humanizado na assistência em enfermagem, que são: o significado da
humanização, desafios da humanização e valorização do exercício profissional
de enfermagem, o que nos permitiu chegar à conclusão de que os universitários
adquiriram, ao longo de suas vidas acadêmicas, o conhecimento teórico do que
seja uma assistência integral e humanizada, entretanto, são conscientes que
perduram em seu cotidiano, inúmeros obstáculos e desafios, tanto dos profissionais
como das instituições, os quais dificultam a efetivação do processo do cuidado
humanizado na assistência as paciente.
29
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Devemos resgatar a essência da nossa profissão, que é a arte do cuidar,
humanizar o tratamento, aprofundar a sua relação com seu paciente e olhar a
enfermagem pelo viés da qualidade de vida.
HUMANI Z ED CARE I N T HE NURSI NG : PERC EPT I O N O F T E
UNDERGRADUATED STUDENTS OF NURSING WHO STUDY IN A PRIVATE
COLLEGE IN TERESINA-PI. WORK OF CONCLUSION OF GRADUATION IN
THE NURSING. FACULTY INTEGRAL DIFFERENTIAL, TERESINA, 2007.
ABSTRACT
The service of the humanized care in health is important to the current context,
once the attendance is based on principles of the assistance completeness, where
there is the need to value the worker’s and user’s dignity. The present research is
a descriptive study in a qualitative perspective, with the objective to understand
the meaning of the humanized care of the assistance. The universe of the research
was a group of eight undergraduated students of nursing who study in a private
college in Teresina-PI. The data were collected through the use of half-structuralized
interviews and the statement recording in the period of September and October in
2007. They were gathered in the training field where the students mentioned above
were in activity. The main focus of the research is the Perception of the
undergraduated students on the Humanized Care in the Patient’s Assistance. The
analysis of the data was carried based on the technique of thematic analysis and
was made from the identification of three thematic groups: The Meaning of
Humanization; Challenges of Humanization and valuation of the Professional
Exercise of Nursing. After the analysis of the data, one can conclude that the
college students have acquired the knowledge of what integral and humanized
assistance is throughout their academic life. However, they recognize that they
still face countless obstacles and resistance on the part of the professionals and
the institutions which make it difficult the fulfillment of the process of the humanized
care in the patient’s assistance.
Key-words: Care. Nursing. Assistance Humanization
REFERÊNCIAS
AMIB. Humanização em cuidados intensivos. Rio de Janeiro. Revinter, 2004.
30
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ARMELIN, M.; SCATENA, M. A importância do apoio emocional às pessoas
hospitalizadas: o discurso da literatura. Revista Nursing, São Paulo, v.22, 2000.
BACKES, D.; LUNARDI V. L; LUNARDI FILHO, W. D. A humanização hospitalar
como expressão da ética. Revista Latino-americana de Enfermagem, janeirofevereiro; v. 14, n.1, 2006.
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. 10. ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 1999.
BRASIL, Ministério da Saúde. Humanizasus - Política Nacional de Humanização.
Relatório de Atividade. Secretaria Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional
de Humanização. Brasília, 2000.
CASATE, J. C.; CORRÊA, A. K. Humanização do atendimento em saúde. Revista
Latino Americana de Enfermagem, v. 13, n. 1, abril, 2003.
DESLANDES, S. F. Análise do discurso oficial sobre humanização da assistência
hospitalar. Revista Ciência Saúde Coletiva, v.9, n.1, 2004.
MATSUDA, L.M.; SILVA, N.; TISOLIN, A.M. Humanização da assistência de
enfermagem: estudo com clientes no período pós-internação de uma UTI. Revista
Nursing, São Paulo, v. 7, 2006.
MINAYO, M. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. Rio
de Janeiro: Hucitec- Abrasco, 2000.
MEZOMO, J.C. Hospital Humanizado. Fortaleza: Primus, 2001.
PESSINI, L. Humanização e Cuidados Paliativos. 2. ed. São Paulo: Loyola,
2000.
PINHEIRO M.C.D; LOPES, G.T. A influência do brinquedo na humanização da
assistência de enfermagem a criança hospitalizada.Revista Brasileira de
Enfermagem, v. 46, abril/junho.1993.
VILLA. V.S.; ROSSI L.A. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade
de terapia intensiva ‘muito falado e pouco vivido’. Revista Latino Americana de
Enfermagem, v. 10, 2002.
31
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
PLASTICIDADE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL APÓS LESÃO E SUA
IMPORTÂNCIA NA NEUROREABILITAÇÃO
Janaína de Moraes Silva
RESUMO
O sistema nervoso é constituído basicamente por células nervosas, dentre as
quais estão os neurônios, que se conectam formando circuitos neurais responsáveis
pela integração do organismo com o meio ambiente. Apresentam também os
astrócitos, os oligodentrócitos e a micróglia, que têm uma função citoarquitetural
de preenchimento, produção de mielina e de renovação e produção de fatores
tróficos e citocinas. A plasticidade neural é a denominação dada à capacidade
adaptativa do sistema nervoso, é a propriedade que permite um ajuste morfológico
e funcional em resposta a situações fisiológicas ou patológicas. Durante muito
tempo, acreditou-se que lesões no Sistema Nervoso Central (SNC) seriam
permanentes. Atualmente sabe-se que na presença de lesões, há um desarranjo
na rede neural, mas o SNC sofre processos de reorganização e regeneração. A
reabilitação neurológica está baseada na convicção de que o cérebro humano é
um órgão dinâmico capaz de se reestruturar em função de fatores extrínsecos e
intrínsecos. Assim, por meio da revisão de literatura, procuram-se bases conceituais
sobre os aspectos plásticos, os mecanismos de lesão e recuperação do SNC,
assim como suas implicações para a neuroreabilitação.
Palavras-chave: Plasticidade neural. Lesão do SNC. Neuroreabilitação.
INTRODUÇÃO
O SNC possui um circuito complexo, onde inúmeras células neurais,
interconectadas, permitem a capacidade sensitiva e as ações motoras traduzindoas em comportamento (KANDEL, 1966; UMPHERED, 2004) .
Durante anos a doutrina de que as funções mentais seriam formadas por
circuitos neurais específicos desviou a atenção de clínicos e pesquisadores das
possibilidades de recuperação funcional após uma lesão . Graças a experimentos
realizados com modelos animais e trabalhos mediante manipulação de condições
_______________
* Fisioterapeuta graduada pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar / Universidade Estadual do Piauí-UESPI
Especialização em Fisioterapia Neurológica / Universidade Estácio de Sá-RJ
32
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ambientais, os pesquisadores fizeram descobertas surpreendentes, que mudaram
a perspectiva de adaptação do SNC (ANNUNCIATO, 1994; FERRARI, 2001).
Na presença de lesões, o SNC utiliza-se da plasticidade neural, na tentativa
de recuperar funções perdidas e fortalecer funções similares relacionadas às
originais (STEIN, 1995; KEMPERMANN, 1998).
O tratamento de pacientes com lesão cerebral constitui uma das tarefas
mais desafiadoras no campo da reabilitação. A compreensão dos mecanismos de
plasticidade e recuperação funcional do SNC passa por diversos objetivos, dos
quais alguns têm particular interesse a Fisioterapia (UMPHERED, 2004).
2. DISCUSSÃO
Mecanismos de Lesão
O cérebro pode ser lesado de várias maneiras, incluindo infecções, tumores,
hemorragia secundária a vasos arterioscleróticos, traumatismos dentre outros
(COHEN HELEN, 2001; DAVIES, 1999).
O dano cerebral promove vários eventos que ocorrem simultaneamente
no local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, as células lesadas
liberam seus aminoácidos e seus neurotransmissores, que, em alta concentração,
tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão definitiva e à
morte celular. Os neurônios afetados podem liberar o neurotransmissor glutamato,
o qual alterará o equilíbrio do íon cálcio e induzirá seu influxo para o interior das
células nervosas, ativando várias enzimas que são toxinas e levam os neurônios à
morte. Esse processo é denominado excitotoxidade (ANNUNCIATO, 2001;
ANUUNCIATO, 2002; ANNUNCIATO, 1994; COTMAN).
Ocorre, também, a ruptura de vários vasos sanguíneos e/ou isquemia
tecidual, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose. As alterações nos níveis de
glicose e oxigênio levam à insuficiência da célula nervosa de manter seu gradiente
transmembrânico, permitindo a entrada de mais cálcio na célula, um efeito
cascata(ANNUNCIATO, 2001; RAFFINI, 1999).
De acordo com o grau do dano cerebral, o estímulo nocivo pode levar
tecido nervoso à necrose, onde há ruptura da membrana celular, fazendo com que
esta libere seu material intracitoplasmático que lesam o tecido vizinho; ou pode
ativar o processo de apoptose, levando a sua própria morte, ou ocasionar a liberação
de substâncias com atividade pró-inflamatória (citocinas, por exemplo) e vasoativas
(óxido nítrico, por exemplo) (ANNUNCIATO, 2001; LIDEN, 1996; VEGA, 1999).
Em geral, a lesão além de interferir diretamente no neurônio, afeta as
demais células, pois estes trabalham em cadeia e trocam substâncias entre si,
levando, então, a um desarranjo de conexões neurais com ampliação da lesão em
rede. Isto explica por que um dano em determinada área cerebral leva a alterações
em outras regiões interconectadas, processo denominado de degeneração
transneural (ANNUNCIATO, 2001; DEMEURISSE,1991; STEIN, 1995).
33
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Com todos esses eventos, o SNC se defende ativando os macrófagos,
astrócitos e as micróglias, que iniciam a fagocitose. As células gliais promoverão
uma cicatriz no local do trauma na tentativa de deter a perda do fluxo
intracitoplasmático de neurônios lesados. Essa cicatriz torna-se uma barreira que
impede os neurônios saudáveis de formarem novas conexões e este processo
pode ser evidenciado através do estudo de imunohistoquímico do tecido lesado,
pela presença dos marcadores de astrócitos e de microglia (ANNUCIATO, 2001;
KANDEL, 1996; VILLAR, 1997) .
Mecanismos de Recuperação
Várias teorias foram desenvolvidas para explicar como o SNC submetido
a lesões é capaz de recuperar as funções anteriormente perdidas, porém não há
nenhuma maneira de determinar com certeza se essa função perdida pode ser
recuperada: (ANNUNCIATO, 2001; HENNINGSEN, 1999; KETESZ, 1993; POPPEL,
1992).
a) Teoria da função vicária: informa que qualquer tecido não lesado pode
assumir funções de tecidos danificados (ANNUNCIATO, 2001; FITZGERALO, 1985;
LENNEBERG, 1967);
b) Teoria da equipotencialidade ou ação massiva ou substitucionismo: diz
que, como algumas partes do SNC têm funções uniformes, quando há um dano
em determinada região, outra com desempenho equivalente pode assumir a sua
ação (ANNUNCIATO 2001; ANNUNCIATO, 2002; RIBEIRO SOBRINHO, 1995);
c) Teoria da substituição funcional: informa que por meio de reprogramação,
uma parte do cérebro que normalmente não está associada àquela finalidade
pode ser reprogramada para assumir as atividades da área lesada (ANNUNCIATO,
2001; ANNUNCIATO 2002; KETESZ, 1993; MANSUR, 1998).
Os mecanismos de reparação e reorganização do SNC começam a surgir
imediatamente após a lesão e podem perdurar por meses e até anos (QUATZ,
1997; SILVA, 2000). São eles:
Supersensibilidade de Denervação
O axônio pré-sináptico controla a sensibilidade da célula pós-sináptica.
Em caso de denervação, a célula pós-sináptica deixa de receber o controle químico
da célula pré-sináptica, conseqüentemente, ficará quimicamente sensível
(ANNUNCIATO, 1994; PIEMONTE, 1998; VEGA, 1999). Para manter seu adequado
funcionamento, então, a célula promove o surgimento de novos receptores de
membrana pós-sináptica (KOLB, 1997; PIEMONTE, 1998).
Potencialização Sináptica
Fisiologicamente durante a sinapse excitatória, neurotransmissores são
transportados até a fenda sináptica para a excitação do neurônio pós-sináptico;
caso haja uma lesão, isso não acontece, os neurotransmissores produzidos no
34
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
corpo celular poderão ser desviados para outros contatos sinápticos (ANNUNCIATO,
2001; ANNUNCIATO, 1994).
Recrutamento de Sinapses Silentes
Em situações normais, existem algumas sinapses que morfologicamente
estão presentes mas que funcionalmente, estão inativas ou que não exercem
influência sobre outra célula de modo eficaz. No caso de lesão, estas sinapses
são recrutadas e ativadas (ANNUNCIATO, 2001; SILVA, 2000; VILLAR, 1997).
Restituição por Brotamento Regenerativo e Colateral
O brotamento consiste na formação de novos brotos de axônio a partir de
neurônios lesados (brotamento regenerativo) ou não-lesados (brotamento colateral)
(ANNUNCIATO, 1994; ELLIOTT, 1996; QUATZ, 1997).
Variáveis que Influenciam a Neuroplasticidade do SNC após Lesão
É preciso considerar alguns fatores interindividuais que afetam a
recuperação funcional após lesões do SNC (MEIER, 1984). São sistematizadas a
seguir:
Características da Lesão
Lesões que ocorrem lentamente deixam menos seqüelas que lesões
súbitas, pois o fator causal oferece a oportunidade para que o tecido nervoso reaja
e se acomode promovendo o crescimento de ramos dendríticos e ou axonais,
para assim manter suas conexões funcionais. As lesões súbitas não fornecem às
células ao redor da lesão um tempo hábil para se reestruturarem (ANNUNCIATO,
2001; COHEN, 2001; STEIN, 1995; UMPHERED, 2004).
Em relação à extensão, quanto menor for a lesão, mais fácil é o crescimento
axonal; conseqüentemente, melhor o prognóstico. De acordo com a morfologia do
axônio, existe também uma maior ou menor contribuição para os processos
plásticos: neurônios com axônios mais longos e que possuem um número maior
de dendritos são menos vulneráveis a degeneração que neurônios com axônios
curtos e com pouca ramificação dendrítica (ANNUNCIATO, 2002; COMEN, 2001;
STEIN, 1995).
A respeito do local da lesão, danos que afetam o axônio em sua região
mais distal do corpo celular estão menos propensos à regeneração do que a
região proximal ao soma (DAVIES, 1999).
Biografia do Paciente
Questiona-se que as possibilidades de recuperação funcional em indivíduos
mais jovens são melhores, apesar disto, este princípio mantém-se como regra
geral(19). Vale destacar que os processos neuroplásticos ocorrem tanto em crianças
quanto adultos ou idosos(ANNUNCIATO, 1999; ANNUNCIATO, 2001).
35
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Há pesquisas recentes que indicam a existência de diferenças morfológicas
e bioquímicas entre o cérebro masculino e feminino. Essas descobertas questionam
se o fator sexo influiria no grau de organização e recuperação das funções cerebrais
após lesão, porém não existe consenso a este respeito(COMEN,2001; DAVIES,
1999).
Condições Ambientais e Experiência
As interações organismo-ambiente vivenciadas por um indivíduo determinam
fundamentalmente a topografia e a funcionalidade de suas respostas (ANNUNCIATO,
1999; BACH-Y-RITA, 1990).
O exercício físico é uma forma de experiência. A realização de qualquer
atividade motora gera padrões de estimulação sensorial, proprioceptiva e pode ser
fonte de modulação plástica em áreas motoras e somatossensoriais (KNAUPER,
1999; VEGA, 1999).
Fatores Agravantes
O uso de álcool, tabaco, drogas e a presença de patologias prévias são
especialmente deletérias ao processo de recuperação (MEIER, 1987).
Neuroreabilitação
Até por volta dos anos 50 existia a idéia entre os clínicos de que a falta de
capacidade dos neurônios se dividirem supunha a impossibilidade de se fazer
algo quando as conexões e neurônios eram perdidos, em conseqüência da lesão
cerebral. A recuperação direta desse conceito era inércia terapêutica, esperando
que a natureza fizesse algo para a recuperação espontânea das funções
danificadas(LUNA, 2005). Entretanto, foi comprovado que o SNC nunca pára de
mudar e ajustar-se e que a extensão da recuperação pode ser melhorada com
enriquecimento ambiental e treinamento comportamental (ANNUNCIATO, 2001;
LENNEBERG, 1967; VEGA, 1999).
O SNC é um órgão de reação ao invés de ação, e reage aos estímulos
externos e internos ao corpo(DAVIES, 1999).
A Fisioterapia Neurológica surge com uma formação para examinar, avaliar
determinar um prognóstico e realizar intervenções a fim de recuperar o controle
funcional dos indivíduos com várias formas de déficits neurológicos, através da
manipulação de fatores extrínsecos e intrínsecos, permitindo uma adaptação cada
vez melhor das respostas motoras(COHEN, 2001; VEGA, 1999).
Os programas de reabilitação devem ser cuidadosamente projetados. Para
satisfazer as condições da adaptação neural, os comportamentos devem ser
acompanhados, repetitivos, direcionados por metas, integrados a atividades
funcionais e realizados ao longo do tempo com um número crescente de eventos
coincidentes. Criar o melhor ambiente para aprender uma habilidade pode ser
inicialmente necessário. Com o tempo, a variabilidade no ambiente natural deve
36
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ser reintroduzida para obter o verdadeiro aprendizado e a neuroplasticidade final
(COHEN, 2001; DAVIES, 1999; VEGA, 1995).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento dos mecanismos celulares e funcionais dos fenômenos
da plasticidade contribui para o esclarecimento das causas dos desequilíbrios
cinesiopatológicos e no diagnóstico das perdas da independência funcional dos
pacientes. Além disso, tem a função de nortear o programa de intervenção
fisioterapêutico, determinando quais estímulos são confiáveis e salientes, duração
de intervenção, métodos e técnicas mais apropriadas na facilitação da recuperação
funcional do SNC após processos lesionais.
ABSTRACT
The nervous system is constituted basically by nervous cells, amongst which they
are the neurons, that are connecting to compose some responsible neural circuits
for the integration of the organism with the environment. It also presents the
astrocytes, the oligodendrocytes and microglia. These have a citoarquitetural
function of fulfilling, production of myelin and renewal and production of cytocinas
and neurotrophic factors. The neural plasticity is given denomination the adaptative
capacity of the nervous system, is the property that allows to a morphologic and
functional adjustment in reply the physiological or pathological situations. During
much time, we believed that Central Nervous System (CNS) would be incapable of
regeneration. Currently one knows that in the presence of injuries, it has a
disarrangement in the neural net, but the CNS suffers to processes from
reorganization and regeneration. The neurological rehabilitation that is based on
the certainty of that the human brain is a capable dynamic organ that itself are
reorganizing in function of extrinsic and intrinsic factors. Thus, by means of the
literature revision, conceptual bases on the plastic aspects, the mechanisms of
injury are looked and recovery of the CNS, as well as its implications for the
neuroheabilitation.
Key Words: Neural Plasticity. Lesions of the CNS. Neuroheabilitation.
REFERÊNCIAS
ANNUNCIATO, N. F. Col. Kindliche Sozialisation und Sozialentwicklung, 1 ed, V.
2, p 87-112, 1999.
37
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ANNUNCIATO, N.F; OLIVEIRA, C.E.N.; SALINA, M.E.;Fatores ambientais que
influenciam a plasticidade do SNC. Acta Fisiátrica, p.6-13, Dez, 2001.
ANNUNCIATO, N.F; OLIVEIRA, C.E.N; SALINA, M.E; Neuroplasticidade:
fundamentos para a reabilitação do paciente neurológico adulto. Fisioterapia em
movimento, Champagnat, v.14, n.2, p.11-20, out, 2002.
ANNUNCIATO, N.F. O processo plástico do sistema nervoso. Temas sobre o
desenvolvimento. V.3, N.17, p. 4-12, Jun, 1994.
BACH-Y-RITA., et al. Aspectos Neurais da Função Motora como Base da
Reabilitação Precoce e Pós-Aguda. In: DELISA, J.A. col. Medicina de Reabilitação:
Princípios e Prática. 1ed. V.1, p 201-224, São Paulo, Manole, 1990.
COHEN HELEN: Neurociência para fisioterapeutas, 2 ed, São Paulo: Manole,
2001.
COTMAN, C. W. Eberchtold, N. C. Exercise: A behavioral Intervention to Enchance
brain health and Plasticity. Trends in Neurosciences, p 295-301.
DA SILVA, C. Regeneração do Sistema Nervoso Central. Atualização em
Neurociências, ano I, n.2, p 1-16,1995.
DAVIES M. PATRÍCIA; Passos a seguir: Um manual para o tratamento da hemiplegia
no adulto, 1ºed, São Paulo: Manole,1999.
DEMEURISSE,G.; VERHAS,M.; CAPON, A. Remote Cortical Dysfunction in
Aphasic Stroke Patients. p 1015-1020, 1991.
ELLIOTT, T. et al. Neural Competition and statistical mechanics, Proceedings of
the Royal Society of London, p 601-606, 1996.
FERRARI, E.A.M et al. Plasticidade neural: relações com o Comportamento e
Abordagens Experimentais.V.17, n.2, p 187-194, 2001.
FITZGERALD, M. J. T. Neuroanatomy Basic & Applied, 1.ed.p.184-188, London,
1985.
38
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
HENNINGSEN, H. e ENDE-HENNINGSEN, B. Neurobiologische Grundlagen der
Plastizitãt des Nervesystems. Neurorehabilitation. Grundlagen, Praxis,
Dokumentation, Berlin: Blackwell, p 29-40, 1999
KANDEL, E.R et al. Fundamentos da neurociência e do comportamento, 2 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. TRENDELENBURG, U. Mechanisms of
superesensitivity and subsensitivity to sympathomimetic amines. Pharmacological
Reviews, V.18, p 629-640, 1966.
KEMPERMANN,G.; KUHN, H.G.; GAGE, F.H. Experience-Induced Neurogenesis
in the senescent Dentate Gyrus The Journal of Neuroscience, V.18, n.9, p 32063212, 1998.
KETESZ, A. Recovery and Treatment. Clinical Neuropsychology,3 ed,p 647-674.
New York, 1993.
KNAUPER,B. E SCHWARZER,R. Gesundheit über die Lebenspanne. In Oerter, R
e col. Klinische Entwicklungspsychologie. Ein Lehrbuch, p 711-727, 1999.
KOLB, B. E FANTIE, B. Development of the child‘s brain and behavior. In C.R.
REYNOLDS. e E. FLETCHER-JANZEN. Handbook of clinical chil neuropsychology.
2 ed, p17-41, New York, 1997.
LENNEBERG,E. Biological Foundations of language. New York, 1967.
LIDEN, R. Morte Celular Programada e o Sistema Nervoso. Atualização em
Neurociências, ano II, n.4, p 1-20,1996.
LUNA, C; DIAS et al; Papel da plasticidade cerebral na fisioterapia, Revista cérebro
& mente, Campinas, jun.2002. Disponível em: <http:// www.epub.org.br/cm> Acesso
em: 15 abril 2005.
MANSUR, L & RADONOVIC, M. Diferentes Estágios da Plasticidade Neural: Visão
da P´ratica Clínica. Anais da Academia Brasileira de Neurológica, V.2 p 3-10,
1998;
MEIER, M.; STRAUMAN, S. E THOMPSON, W.G. Individual differences in
neuropsychological recovery: a review. In M.J.Méier et al, Neuropsychological
rehabilitation. Edinburgh: Churchill-Livingstone, 1987.
39
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
NELLES, G. et al. Evolution of Functional Reorganization in Hemiplegic Stroke: A
Serial Positron Emissi Tomographic activation Study. Annals of Neurology, V.46
N.6, p 901-909, Boston, 1999.
PIEMONTE, M. E. P & SÁ C.S.C. Aprendizado motor. In XVII Congresso Brasileiro
de Neurologia, Anais da Academia Brasileira de Neurologia, V.2, p 3-8, 1998.
POPPEL, E. e von STEINBUCHEL,N. Neuropsychological Nehabilitation from a
Theoretical Poin of View. Neuropsychological rehabilitation, Berlin, p 3-9, 1992.
QUATZ, S. R. e SEJNOWKSI, T. J. The Neural Basis of cognitive development: A
constructivists manifesto. Behavioral and Braian Sciences, N. 20,p 537-596, 1997
RAFFINI, C.N. Drogas neuroprotetoras e isquemia cerebral. Newsletter, V.6, n.2,p14,1999;
RIBEIRO SOBRINHO,J.B. Neuroplasticidade e a recuperação da função após
lesões cerebrais. Acta Fisiátrica, V.2, N. 3,p 27-30, São Paulo, 1995.
SILVA, J.C. Plasticidade Neuronal: A reorganização do Sistema Nervoso Central
após injúria e sua importâcia na reabilitação. Saúde Conceitos Abrangentes, 1
ed, p 91-95, Rio de Janeiro, 2000.
STEIN,D.G.; BRAILOWSKY, S. & WILL,B. Brain Repair, 1ed, New York, Oxford
University Press, 1995.
THOMPSON, A. J. Neurological rehabilitation: from mechanisms to management.
Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry, N. 69p 718-722, 2000.
UMPHERED A. DARCY et al; Reabilitação neurológica, 4 ed, São Paulo: Manole,
2004.
VEGA, M.G & ROMANO SILVA,M. Apoptose e isquemia cerebral. Newsletter,
V.6, n.1, p1-2, 1999.
VILLAR, F.A.S. Alterações centrais e periféricas após lesão do Sistema Nervoso
Central. Considerações e implicações para a prática da Fisioterapia. Revista
Brasileira de Fisioterapia, V.2, n.1,p 19-34, 1997.
WAINBERG, M.C. Plasticity of the Central Nervous System: Functional Implication
for Rehabilitation. Physiotherapy Canadá, V.40, p 224-232, Toronto, 1998.
40
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O EMPREGO DA RE-EDUCAÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO POR MEIO DA
CINESIOTERAPIA PARA O TRATAMENTO DE PACIENTES COM
INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA DE ESFORÇO: ESTUDO DE CASO
Cristina Cardoso*
Daniel Dutra dos Santos**
Francisca Portela da Cunha***
Mariângela Portela da Cunha****
Patrícia Lima ventura*****
RESUMO
A incontinência urinária de esforço (IUE) caracteriza-se por perda involuntária de
urina e surge com o aumento da pressão intra-abdominal quando a pressão vesical
torna-se superior à pressão da uretra. Dessa forma, o presente trabalho teve por
objetivo demonstrar a eficácia do emprego da cinesioterapia no tratamento desta
condição. A pesquisa constitui-se em um estudo de caso clínico no qual fizeram
parte duas pacientes do sexo feminino, com 44 anos e 61 anos, cujo tratamento
ocorreu no Hospital Getúlio Vargas (HGV); as pacientes foram submetidas a 20
atendimentos seguindo um protocolo cinesioterapêutico baseado na bibliografia
consultada. O resultado da pesquisa mostrou ganho das qualidades musculares
(força, endurance, coordenação) promovendo continência urinária parcial. A
cinesioterapia do assoalho pélvico (AP) apresentou-se como uma alternativa
terapêutica efetiva às mulheres com IUE com conseqüente diminuição dos
episódios de perda urinária.
Palavras-chave: Incontinência urinária de esforço. Cinesioterapia. Assoalho
pélvico.
1 INTRODUÇÃO
A incontinência urinária de esforço é definida como a perda involuntária de
urina durante os esforços físicos, quando o aumento da pressão intravesical supera
a pressão intra-uretral na ausência de contração do músculo detrusor (músculo
_____________
* Fisioterapeuta e docente do curso de Fisioterapia da FACID. Coordenadora da Especialização de Fisioterapia
aplicada a traumatologia e ortopedia da FACID
** Médico da Maternidade Dona Evangelina Rosa e docente do curso de medicina da UFPI.
*** Aluna da Especialização de Fisioterapia aplicada a traumatologia e ortopedia da FACID.
**** Pedagoga e aluna da Especialização Educação Especial da UFPI.
***** Fisioterapeuta e docente das disciplinas Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia da FACIME.
41
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
da bexiga). Essa condição pode ocorrer durante a tosse, espirro, suspensão de
objetos e afeta 50% a 60% das mulheres em geral (DINIZ, 2003; HALL, BRODY,
2001).
A IUE está relacionada com alterações da anatomia e fisiologia do Trato
urinário Inferior (bexiga, uretra e AP). Vários fatores podem levar a alterações na
sustentação dos órgãos pélvicos como a idade, principalmente no período da pósmenopausa e climatério; multiparidade; prolapso genital; cirurgias pélvicas de
correção da IUE; parto normal com dano ao assoalho pélvico (HALBE, 1989;
MORENO, 2004).
As fibras do AP, principalmente o diafragma pélvico (Fig.1), e as fibras
periuretrais são compostas por musculatura estriada esquelética com fibras de
contração lenta ou tipo I e rápidas ou tipo II, sendo que 70% delas possuem
contração lenta responsável pela manutenção do tônus; os outros 30% são fibras
de contração rápida e de baixa resistência (GROSSE, SENGLER,2002; HALL,
BRODY, 2001).
Fig. 1- AP: diafragma pélvico com os músculos coccígeo e levantador do
ânus
Fonte: MOORE, DAKKET (1994, p.304)
Conforme Berek (2005), com o emprego da reeducação do AP por meio da
cinesioterapia, ocorre o fortalecimento da musculatura estriada esquelética,
especificamente do esfíncter urogenital estriado, podendo ocasionar uma força de
fechamento uretral mais efetiva durante a tosse ou estresse. O exercício de
reeducação perineal também pode melhorar a sustentação da uretra proximal
gerando assim, melhora da continência durante os esforços.
Dessa forma, o referido estudo teve por objetivo verificar os resultados da
reeducação perineal através do emprego da cinesioterapia para a reabilitação de
pacientes portadores de IUE.
42
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
2 CASUÍSTICA E MÉTODOS
Este trabalho caracteriza-se por ser um estudo de caso clínico de caráter
longitudinal, qualitativo e observacional realizado na Clínica Ginecológica do Hospital
Getúlio Vargas em Teresina-PI no período de 29 de maio a 06 de agosto de 2007.
O objeto de estudo é formado por duas pacientes do sexo feminino com
44 e 61 anos. O critério de inclusão e exclusão da pesquisa constituiu-se em:
paciente com IUE cujo grau de força para a contração do AP seja igual a um, dois
ou três; pacientes no período da pós-menopausa, sem cirurgia prévia para a
correção da IUE; sem realizar hormonioterapia. Já aquelas em período gestacional
e que usarem dispositivo intra-uterino constituíram fatores de exclusão.
A avaliação subjetiva foi efetuada pela aplicação, no início e ao final do
tratamento, do questionário auto-administrável ICIQ (International Consultation on
continence questionaire), o qual é composto de quatro questões que verificam a
freqüência, gravidade e o impacto da IUE, além de um conjunto de oito itens de
autodiagnostico relacionados às causas ou a situações de incontinência urinária
vivenciada pelas pacientes (TAMANINI et al, 2004).
Ao exame físico verificou-se o grau de força da contração do AP por meio
do toque bidigital intravaginal e pela visualização da contração da genitália externa
conforme a classificação de Ortiz (vide Tabela 1).
Tabela 1 – Classificação funcional do assoalho pélvico de acordo com a presença
de contração voluntária (Ortiz, 1994).
Após a avaliação, foi realizado um atendimento experimental. De acordo
com os valores obtidos traçou-se a seguinte conduta terapêutica: cinesioterapia
manual com exercícios de contrações rápidas e lentas dos músculos do assoalho
pélvico (MAP), as contrações lentas com cinco segundos de duração e com tempo
de repouso o dobro do tempo das contrações. As contrações rápidas, com dois
segundos de duração e dois segundos de repouso. Cada exercício foi executado
em duas séries de dez repetições, em posição ginecológica modificada (decúbito
dorsal com pernas fletidas)
43
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Ao décimo atendimento, repetiu-se o protocolo inicial sendo acrescentadas
duas séries com dez repetições: a primeira composta de exercícios perineais
associados à tosse e a segunda ao movimento de ponte (Figura 2).
Figura 2- Paciente em posição ginecológica modificada realizando exercício de ponte.
Como parte integrante do tratamento ambulatorial realizou-se a respiração
diafragmática, sincrônica com os exercícios perineais evitando-se a apnéia e
manobra de valsava. Na expiração contrai-se o AP, e na inspiração ocorre o seu
relaxamento. O tratamento teve duração de aproximadamente dois meses com
vinte atendimentos fisioterapêuticos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os parâmetros avaliados foram o tempo de contração das fibras tipo I e
tipo II do AP, as respostas do questionário ICIQ, e o grau de força de contração AP.
O quadro 01 e 02 mostra o tempo de contração imposta às fibras tipo I e tipo II
empregadas durante o tratamento para solicitar sua ação.
Início do tratamento
A partir do décimo
atendimento
Fibras tipo I
3 seg.
5 seg.
Fibras tipo II
1 seg.
2 seg.
Quadro – 01: Tempo de contração muscular executada pela paciente A com IUE
44
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Início do tratamento
A partir do décimo
atendimento
Fibras tipo I
3 seg.
4 seg.
Fibras tipo II
1 seg.
2 seg.
Quadro - 02: Tempo de contração muscular executada pela paciente B com IUE.
Ao analisar os resultados acima, verificou-se que ambas as pacientes
aumentaram o tempo de contração muscular voluntária das fibras tipo I e tipo II em
todo o tratamento. Isso se deve à fisiologia muscular do AP. Esses músculos são
histologicamente semelhantes aos músculos estriados esqueléticos e dessa forma
possuem as mesmas características contráteis (BERNARDES et al, 2000).
Ao se trabalhar com sobrecarga as fibras tipo I e II por meio de exercícios,
as fibras sofrem hipertrofia, o que permite aos músculos do assoalho pélvico
aumentar a pressão de fechamento uretral e sustentar as estruturas pélvicas e
assim diminuir a perda urinária (BERNARDES et al, 2000).
O quadro 03 evidencia a classificação funcional dos músculos do AP
adquiridas pelas pacientes A e B, no decorrer de todo o tratamento.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DE ORTIZ
Paciente – A
Paciente - B
Início do tratamento
Grau – 2
Grau - 2
Décimo atendimento
Grau – 3
Grau - 3
Final do tratamento
Grau – 4
Grau - 3
Quadro 03 - Classificação da contração do AP das pacientes com IUE tratadas no HGV
Notou-se, por meio dos dados colhidos, um aumento significativo da força
muscular das pacientes A e B, embora a paciente B tenha permanecido com força
grau 3 ao final do atendimento.
Para Prentice (2002), a força é a capacidade do músculo de produzir tensão
ou de aplicar tensão máxima contra a resistência. A força do assoalho pélvico é
obtida quando o músculo produz tensão sentida pelos dedos do examinador. Para
aumentar a força, o treinamento precisa utilizar as resistências manuais que sejam
as mais próximas possíveis da força máxima voluntária do músculo. Dessa forma,
houve um ganho de força muscular por ambas as pacientes ao se constatar a
presença da intensidade da contração voluntária do AP.
45
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O quadro 04 e 05 demonstra as respostas do questionário ICIQ, pelas
pacientes A e B antes do tratamento e após o término dos vinte atendimentos
fisioterapêuticos.
RESPOSTAS ANTES DO TTO
RESPOSTAS APÓS O TTO
Questão 01 - Perde urina diversas Questão 01 – Perde urina uma vez ao
vezes ao dia
dia
Questão 02 - Perde grande quantidade Questão 02 - Perde uma pequena
de urina
quantidade de urina
Questão 03 - Paciente gradua em 05 Questão 03 - Paciente gradua em 04
(escala de 0 a 10) a interferência da (escala de 0 a 10) a interferência da
perda urinária em sua vida
perda urinária em sua vida
Questão 04 - Paciente perde urina Questão 04 - Paciente perde urina
quando está fazendo atividade física
quando espirra ou tosse
Quadro 04 - questionário aplicado a paciente A com IUE.
RESPOSTA ANTES DO TTO
RESPOSTA APÓS O TTO
Questão 01 - Perda urinária diversas Questão 01 – Perda urinária uma vez
vezes ao dia
ao dia
Questão 02 - Paciente relata perder Questão 02 - Paciente relata perder
uma grande quantidade de urina
uma pequena quantidade de urina
Questão 03 - Paciente gradua em 06 Questão 03 – Paciente gradua em 04
(escala de o a 10) a interferência da (escala de 0 a 10) a interferência da
perda urinária em sua vida
perda urinária em sua vida
Questão 04 - Paciente perde urina Questão 04 - Paciente perde urina
quando está fazendo atividade física
quando espirra ou tosse
Quadro – 05: Questionário aplicado a paciente B com IUE
Ambas as pacientes diminuíram o quadro de perda urinária de acordo com
as respostas das questões 1, 2 e 4 que foram iguais nos questionários das duas
pacientes, verificando-se uma diminuição da interferência da mesma na realização
das atividades de vida diária e dando perspectivas para uma reabilitação funcional
46
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
total do AP. Dessa forma, as pacientes A e B toleraram satisfatoriamente o protocolo
imposto e apresentaram diminuição da perda urinária ao final dos 20 atendimentos.
4 CONCLUSÃO
O emprego da reeducação perineal por meio da cinesioterapia como a
única forma de tratamento fisioterapêutico empregado para tratar pacientes com
IUE no HGV forneceu dados significativos para uma avaliação e tratamento dessas
mulheres. E ainda, promoveu a melhora do quadro clínico com diminuição
considerável da perda urinária. Dessa forma, a cinesioterapia pode ser utilizada
como uma forma terapêutica eficiente, principalmente nos centros onde há pouca
infra-estrutura, para a realização do atendimento fisioterapeutico, não limitando,
assim, a atuação desses profissionais.
Este estudo permitiu ainda maior conhecimento da ação da fisioterapia no
tratamento da IUE pelas pacientes encaminhadas ao setor de Fisioterapia do
HGV e mostrou uma pequena relação no custo e benefício quando empregada a
cinesioterapia.
Por se tratar de um estudo realizado em um intervalo de tempo pequeno,
dois meses, obteve-se uma reabilitação funcional parcial das pacientes. Devido
ao número reduzido de indivíduos não foi possível obter dados quantitativos sobre
atuação fisioterapeutica por meio da cinesioterpia no tratamento das pacientes
com IUE. Fica então a perspectiva de que novos trabalhos venham a ser realizados
e possam confirmar e complementar estes resultados.
THE USE FROM REEDUCATION OF THE FLOOR PELVIS FOR HALF A FROM
CINESIOTERAPIA ABOUT TO THE TREATMENT OF PATIENTS W ITH
INCONTINENCE URINÁRIA FEMININE OF I STRIVE: I STUDY OF I WED CLINICAL
ABSTRACT
The urinary incontinence of effort is characterized by an involuntary loss of urine
that appears, through the increase in the abdominal pressure, when the pressure
vesicle becomes superior the pressure urethral. In that way, the present work has
as objective to demonstrate the effectiveness of the employment of the cinesioterapy
in the treatment of this pathology. The research is constituted in a study of clinical
case of which you/they did patient of the feminine sex with 44 and 61 years,
whose treatment gave him in HGV; they were submitted to 20 treatment sessions
each one, following a protocol cinesioterapy based on the researched bibliography.
The presented results showed a gain of the muscular qualities and I block partial
perinea promoting a decrease of the parquet it represented an effective therapeutic
47
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
alternative to the women with urinary incontinence of effort with significant decrease
of the episodes of urinary loss.
Key-words: Urinary incontinence of effort. Cinesioterapy. Pelvic parquet.
REFERÊNCIAS
BEREK, J. S. Tratado de ginecologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2005.
BERNARDES, N. et al. Métodos de tratamento utilizados na incontinência
urinária de esforço genuína: um estudo comparativo entre cinesioterapia e
eletroestimulação endovaginal, RBGO: Revista Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia, v. 22, nº1, p. 49 - 59, 2000.
DINIZ, M. B. Fisiologia da micção e propedêutica da incontinência urinária. In:
Uroginecologia para Concursos. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. p. 257.
HALBE, H. W. Tratado de ginecologia. São Paulo: Roca, 1989.
HALL, C. M.; BRODY, L. T. Exercícios terapêuticos em busca da função. 2. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas em medicina esportiva. São Paulo:
Manole, 2002.
TAMANINI, et al 2004
48
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A PERCEPÇÃO DA MULHER FRENTE AO EXAME PREVENTIVO DO
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
Ayla Maria Calixto de Carvalho *
Fabiani Barros Moura de Vasconcelos **
RESUMO
Estudo qualitativo, cujo objetivo foi identificar e analisar a percepção da mulher
frente ao exame preventivo do câncer de colo do útero buscando assim conhecer
os sentimentos dela com relação ao exame, bem como entender as causas que
as limitam ou as impedem de realizá-lo. Optou-se por um estudo descritivo, a
produção de dados foi realizada a partir de uma entrevista semi-estruturada. Foram
entrevistadas treze mulheres, entre 18 e 49 anos de idade, que buscaram o serviço
de citologia de um hospital filantrópico entre agosto e setembro de 2007. O estudo
revelou que as mulheres fazem o exame para prevenir o câncer de colo do útero e
identificar outras doenças, sentem-se envergonhadas em expor seu corpo quando
o profissional de saúde é do sexo masculino, sentem medo e vergonha no momento
da coleta. A partir dos resultados ficou clara a necessidade na intensificação da
prática educativa pelos profissionais de saúde no sentido de alertarem as mulheres
sobre a importância da realização do exame de prevenção, baseadas no
desenvolvimento de uma consciência crítica, com vistas a mudanças no quadro
de morbimortalidade, a fim de que o número de casos de câncer de colo do útero
diminua. Com esse trabalho, espera-se contribuir com a prática dos profissionais
da saúde, em especial a do enfermeiro, no intuito de serem implementadas novas
estratégias de promoção à saúde, priorizando ações que levem em consideração
as necessidades das mulheres, considerando-as como sujeito, ativas e
responsáveis pelo cuidado com a saúde.
Palavras-chave: Percepção. Exame de prevenção. Câncer cérvico-uterino.
1 INTRODUÇÃO
O câncer cérvico-uterino é uma doença crônico-degenerativa com alto grau
de letalidade e morbidade, apresentando possibilidade de cura se for diagnosticada
precocemente. É o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres em
_______________
* Profª. do Curso de Enfermagem da Facid. Cond. Santa Marta,Bl -10, apto.302, Ininga. CEP.64.048-904.
Teresina – PI. E-mail: [email protected]
**Enfermeira, formada na 1ª turma de Enfermagem da Facid.
Obs. Este artigo é baseado no TCC, entregue ao Curso de Enfermagem da Facid – 2º sem. 2007
49
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
todo o mundo tornando um problema de saúde pública, pois alcança altas taxas
de prevalência e mortalidade em mulheres com estratos sociais e econômicos
mais baixos e que se encontram em plena fase produtiva (INCA, 2006).
Alguns fatores como o tipo de alimentação, o sedentarismo, o tabagismo,
a sobrecarga de responsabilidades – aumento considerável do número de mulheres
chefes de família – a competitividade, o assédio moral e sexual no mundo do
trabalho, têm relevância destacada na mudança do perfil epidemiológico da situação
e doença das mulheres (BRASIL, 2006).
Tomando como ponto de partida o PNAISM (Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher) criado em 2004 com o compromisso de implementar
ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres
e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis (BRASIL, 2006),
observa-se aí a exigência e preocupação do governo com relação ao trabalho das
equipes de saúde, tendo em face o conceito de integralidade, de forma que a
clientela feminina domine os conhecimentos necessários para um maior controle
sobre sua saúde.
Segundo Brasil (2006), a principal estratégia para detecção precoce/
rastreamento do câncer do colo do útero é a realização da coleta de material para
exames citopatológicos cérvico-vaginal e microflora conhecido popularmente como
exame preventivo do colo do útero. Esse exame deve ser realizado em mulheres
de 25 a 60 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos
negativos, a cada três anos.
Apesar de sua importância comprovada para a saúde da mulher e dos
esforços em transformar o exame ginecológico em uma experiência educativa,
observamos que muitas mulheres não parecem considerá-lo como um procedimento
rotineiro. Assistimos com freqüência a reações de medo, vergonha, repulsa à
própria genitália e prolongados adiamentos na procura do serviço de saúde
(CARVALHO; FUREGATO, 2001).
Diante disso, devemos esperar que a mulher procure o serviço de saúde
para se submeter ao exame preventivo periodicamente, o que geralmente não
acontece nos centros de saúde.
Os objetivos desse trabalho foram o de identificar a percepção da mulher
frente ao exame preventivo do câncer de colo do útero e analisar a percepção da
mulher frente ao exame preventivo, buscando assim conhecer os sentimentos
dela com relação ao exame, bem como entender as causas que as limitam ou as
impedem de realizá-lo.
50
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Cuidado em Saúde
Assiste-se em tempos recentes à emergência de uma série de novos
discursos no campo da saúde pública, mundial e nacionalmente, tais como a
promoção da saúde, vigilância da saúde, saúde da família, redução de
vulnerabilidade, entre outros. Tais discursos revelam a vitalidade conceitual da
saúde pública deste início de milênio e traz ao debate diversos convites à renovação
das práticas sanitárias. Contudo, uma efetiva consolidação dessas propostas e
seu mais conseqüente desenvolvimento parecem-nos depender de transformações
bastante radicais no nosso modo de pensar e fazer saúde, especialmente em
seus pressupostos e fundamentos. Acredita-se que há uma série de aspectos
filosóficos que precisam ser revisitados para que, aos avanços conceituais já
alcançados, possam corresponder transformações práticas mais expressivas
(AYRES, 2004).
Entre as recentes propostas de reorientação das práticas de atenção à
saúde destaca-se uma forte tendência à superação de modelos de atenção
excessivamente centrados na doença, na assistência curativa, na intervenção
medicamentosa, em favor de outros orientados ativamente em direção à saúde,
isto é, às práticas preventivas, à educação em saúde e à busca da qualidade de
vida, de um modo mais geral (AYRES, 2004a).
Segundo Gomes e Pinheiro (2005), o governo tem que partir do princípio
da integralidade, prestando atendimento integral, a partir da priorização de
atividades preventivas (sem prejuízos assistenciais) e com participação popular.
Levando a integralidade no encontro, na conversa, na preocupação do profissional
envolvido com o uso de técnicas de prevenção.
Ayres (2004) relata que o cuidado em saúde incorpora objetos de vigilância
mais amplos que os agravos de notificação compulsória tradicionais, como
questões nutricionais, saúde ambiental, saúde mental, relações entre saúde e
trabalho, violência, entre outras. De outro lado, busca também acompanhar não
apenas agravos e riscos, mas a própria adesão a cuidados de saúde, a adoção de
medidas de autocuidado, a freqüência a consultas, a realização de screenings,
etc.
Precisamos ter claro também que nem tudo que é importante para o bem
estar pode ser imediatamente traduzido e operado como conhecimento técnico.
E por fim, mas fundamental, precisamos estar atentos para o fato de que nunca,
quando assistimos à saúde de outras pessoas, mesmo estando na condição de
profissionais, nossa presença na frente do outro se resume ao papel de simples
aplicador de conhecimentos (AYRES, 2004a).
Ayres (2004) afirma ainda que aqui prevalece a concepção de que a saúde
não se define apenas pelo monitoramento e controle do que a pode ameaçar. Uma
51
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
definição negativa de saúde parece limitada sob a ótica da promoção. A ampliação
que esta postula aspira intervir não apenas sobre o que se deve evitar para poder
viver de forma saudável, mas quer também estabelecer patamares a serem
alcançados, em termos de aquisições positivas para caracterizar uma boa qualidade
de vida do ponto de vista físico, mental e social.
2.2 Epidemiologia
Em epidemiologia, risco tem sido definido como a probabilidade de
ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um fenômeno
indesejado. O conceito de risco tem se ampliado em torno das condições de vida
e saúde, assumindo significado mais geral e englobando, em sua definição, várias
condições que podem ameaçar os níveis de saúde de uma população ou mesmo
sua qualidade de vida (INCa, 2006).
A busca de explicações para o aparecimento do câncer tem envolvido
cada vez mais investimentos em pesquisa nas áreas médica, biológica,
epidemiológica, social. A partir de estudos sobre a distribuição dos tipos de câncer
nas populações e os fatores de risco, foram identificados padrões diferenciados
entre países e em cada país (INCa, 2006).
Segundo Inca (2006), o câncer é responsável por mais de 12% de todas
as causas de óbito no mundo: mais de sete milhões de pessoas morrem
anualmente da doença. A explicação para este crescimento está na maior exposição
dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos. A redefinição dos padrões de vida
a partir da uniformização das condições de trabalho, nutrição e consumo
desencadeada pelo processo global de industrialização, tem reflexos importantes
no perfil epidemiológico das populações. As alterações demográficas, com redução
das taxas de mortalidade e natalidade, indicam o prolongamento da expectativa
de vida e o envelhecimento populacional, levando ao aumento da incidência de
doenças crônico-degenerativas, especialmente as cardiovasculares e o câncer.
A distribuição da incidência e da mortalidade por câncer nas mulheres é
de fundamental importância para o conhecimento epidemiológico deste agravo,
desde os aspectos etiológicos até os fatores prognósticos envolvidos em cada
tipo específico de neoplasia maligna. O estabelecimento de medidas efetivas de
controle é feito com base em informações sobre a ocorrência dos tumores malignos
nas diferentes regiões demográficas (BRASIL, 2006).
Há tempos, o câncer de colo do útero vem ocupando um lugar de destaque
nas taxas de morbimortalidade entre a população feminina, especialmente nos
países em desenvolvimento. No início da década de noventa, foram estimados
371.200 casos novos de câncer cervical invasivo no mundo, representando quase
52
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
10% de todos os cânceres entre a população feminina, sendo que 78% desses
ocorreram em países em desenvolvimento (PINHO, FRANÇA, 2003).
O câncer de colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais comum
entre as mulheres, sendo superado pelo câncer de pele (não melanoma) e pelo
câncer de mama. Os últimos dados colhidos no INCA sobre mortalidade por câncer
revelam que, no Brasil, em 2000, a modalidade cérvico-uterino levou a óbito 3.953
mulheres, fato esse que pode ser atribuído à baixa cobertura da citologia oncótica
(INCa, 2006).
Segundo Duavy et al (2006), estudos revelam consistente associação entre
o câncer cérvico-uterino e o baixo nível sócio-econômico em todas as regiões do
mundo. Os grupos vulneráveis concentram-se onde existem as maiores barreiras
de acesso à rede de serviços, para detecção e tratamento precoce da patologia e
de suas lesões precursoras, advindas de dificuldades econômicas e geográficas,
insuficiência de serviços e por questões culturais, como medo e preconceito dos
companheiros.
A infecção pelo HPV tem sido associada diretamente ao câncer do colo
uterino, tanto pela população, quanto pelos profissionais de saúde. A presença de
alguns tipos de HPV realmente é encontrada em cerca de 95% dos casos desse
câncer, mas existem inúmeros tipos de HPV com baixo potencial de
oncogenicidade e o desenvolvimento ou não das lesões precursoras (BRASIL,
2006).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), sem considerar os tumores
de pele não melanoma, o câncer de colo do útero é o mais incidente na região
Norte (22/100.000). Nas regiões Sul (28/100.000), Centro-Oeste (21/100.000) e
Nordeste (17/100.000) representa o segundo tumor mais incidente. Na região
Sudeste é o terceiro mais freqüente (20/100.000).
A estimativa feita para o ano de 2006 com relação ao câncer de colo do
útero no estado do Piauí/ Teresina por 100.000 habitantes foi de 310 casos novos
no Estado e 140 casos novos na capital (INCa, 2007).
2.3 Políticas Públicas para a Saúde da Mulher
Tomou-se como ponto de partida o Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM, por entendermos que existem ações desenvolvidas na
perspectiva de melhorar o índice de morbimortalidade por câncer cérvico-uterino.
Surgiu o Programa, em 1983, a partir da convergência das propostas oriundas dos
movimentos feminista e sanitário brasileiro, como nova e diferenciada abordagem
da saúde da mulher, com base no conceito de integralidade à saúde das mulheres
(DUAVY et al, 2006).
53
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O PAISM veio constituir um conjunto de princípios e diretrizes destinados
a orientar toda assistência ofertada às mulheres, nas suas necessidades e
demandas específicas, não somente do processo reprodutivo, mas voltadas à
promoção da saúde das mulheres e não apenas à saúde de seus filhos. Era
exigida uma nova atitude de trabalho da equipe de saúde, em face do conceito de
integralidade na atenção, além de pressupor uma prática educativa permeando
todas as atividades a serem desenvolvidas, de forma que a clientela pudesse
apropriar-se dos conhecimentos necessários a um maior controle sobre sua saúde
(DUAVY et al, 2006).
Segundo o autor citado acima, embora se tenha mantido como foco central
a atenção integral à saúde da mulher, essa definição de prioridade dificultou a
atuação de outras áreas estratégicas do ponto de vista do leque de ações da
saúde da mulher. Comprometeu ainda a transversalidade de gênero e etnia, apesar
de se notarem avanços no sentido da integralidade e no processo de ruptura das
ações verticalizadas do passado.
A despeito disso e considerando que a saúde da mulher é uma prioridade,
o Ministério da Saúde (MS) lançou em 2004 a “Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes” (PNAISM), em parceria com
diversos setores da sociedade, com o compromisso de implementar ações de
saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e
reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis (BRASIL,2006).
Essa política incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a
promoção da saúde como princípios norteadores e busca consolidar os avanços
no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção
obstétrica, no planejamento familiar, no combate à violência doméstica e sexual,
agregando também a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/
AIDS e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer (BRASIL,
2006).
As estratégias de prevenção e controle do câncer de colo do útero têm
como objetivos reduzir a ocorrência (incidência e a mortalidade) do câncer, diminuir
as repercussões físicas, psíquicas e sociais causadas por esse tipo de câncer,
por meio de ações de prevenção, oferta de serviços para detecção em estágios
iniciais da doença e para o tratamento e reabilitação das mulheres (INCA, 2007).
De acordo com Brasil (2006), para alcançar esses objetivos, foram
elaboradas e implantadas diversas ações, dentre elas o Programa Viva Mulher –
Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero. Em 2004, um processo
de avaliação identificou a necessidade de revisão desse programa, de forma a se
construirem novos meios que permitissem alcançar os objetivos preconizados.
Tais constatações motivaram a construção de um Plano de ação para o Controle
do Câncer de Mama e do Colo do Útero no Brasil 2005-2007.
54
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Esse Plano de Ação é um dos componentes fundamentais da Política
Nacional de Atenção Oncológica (PT n° 2439/ GM de 08 de dezembro de 2005),
que institui ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação
e cuidados paliativos que está sendo implantada em todas as unidades federativas,
respeitadas as competências das três esferas de gestão, devendo ser organizada
de forma articulada com o Ministério da Saúde e com as Secretarias de Saúde
dos Estados e municípios (BRASIL, 2006).
2.4 Exame de Papanicolaou
As estratégias de prevenção secundária ao câncer de colo do útero
consistem no diagnóstico precoce das lesões de colo uterino antes de se tornarem
invasivas, a partir de técnicas de rastreamento compreendidas pela colpocitologia
oncológica ou teste de Papanicolaou, colposcopia, cervicografia e mais
recentemente, os testes de detecção do DNA do vírus Papiloma humano em
esfregaços citológicos ou espécimes histopatológicos (PINHO; FRANÇA, 2003).
O exame de Papanicolaou, também chamado de exame preventivo, tem
papel de extrema importância para mudar os números de incidência e mortalidade
dessa patologia. Esse exame, descoberto na década de 1930, pelo Dr. George
Papanicolaou, é de grande aceitabilidade tanto pela população quanto pelos
profissionais de saúde. Tal exame é realizado em nível ambulatorial e geralmente
não provoca dor (GREENWOOD; MACHADO; SAMPAIO, 2006).
O câncer de colo do útero pode ser detectado precocemente pelo teste de
Papanicolaou em mulheres com vida sexual ativa. A cobertura deve alcançar 80%
da população-alvo. No Brasil, não se conhece o número de mulheres examinadas,
mas sim o número de exames - o que dificulta o cálculo da cobertura. Estimativas
feitas a partir de estudos nacionais e locais mostram aumento da cobertura ao
longo do tempo. Em muitos casos, porém, ainda inferior ao necessário (INCA,
2006).
Em 1988, o Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu que o exame de
detecção precoce do câncer do colo do uterino deveria ser realizado por mulheres
com idade entre 25 e 60 anos, ou antes desta faixa etária caso já tivessem mantido
relações sexuais. Para estas mulheres, a periodicidade deveria ser de três em
três anos se os dois primeiros exames realizados a cada ano fossem normais
(HACKENHAAR; CESAR; DOMINGUES, 2006).
Essa recomendação apóia-se na observação da história natural do câncer
do colo do útero, que permite a detecção precoce de lesões pré-malignas ou
malignas e o seu tratamento oportuno, graças à lenta progressão que apresenta
para doença mais grave (BRASIL, 2006).
55
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Ainda segundo Brasil (2006), estudos têm demonstrado que, na ausência
de tratamento, o tempo mediano entre a detecção de HPV, NIC I e o
desenvolvimento do carcinoma in situ é de 58 meses, enquanto para o NIC II esse
tempo é de 38 meses e, para o NIC III, de 12 meses. Em geral, estima-se que a
maior parte das lesões de baixo grau regridirá espontaneamente, enquanto cerca
de 40% das lesões de alto grau não tratadas evoluirão para câncer invasor em um
período médio de 10 anos.
O exame preventivo de Papanicolaou é uma tecnologia simples, eficaz e
de baixo custo para a prevenção do câncer cérvico-uterino e de suas lesões
precursoras. O risco cumulativo do câncer cérvico-uterino é reduzido em 84%
para mulheres rastreadas a cada cinco anos e em 91% para mulheres que fazem
o exame preventivo a cada três anos (OLIVEIRA et al, 2006).
Apesar da implantação do programa da mulher e da ampliação da cobertura
do exame de Papanicolaou, não tem havido redução significativa das taxas de
incidência e de mortalidade do câncer de colo do útero, no Brasil, tendo a taxa de
mortalidade aumentada nas últimas décadas de 3,44/100 mil mulheres, em 1979,
para 4,59/100 mil, em 2000 (AMORIM et al, 2006).
As células para a realização do exame são colhidas na região do orifício
externo do colo e canal endocervical, colocadas em uma lâmina transparente de
vidro, coradas e levadas a exame ao microscópio, no qual, pessoal treinado poderá
distinguir entre o que são células normais, as que se apresentarem como
evidentemente malignas e as que apresentarem alterações de lesões pré-malignas
(SÃO PAULO, 2004).
Uma adequada coleta de material é de suma importância para o êxito do
diagnóstico. O profissional de saúde deve assegurar-se de que está preparado
para realizá-lo e de que tem material necessário para isso. A garantia da presença
de material em quantidades suficientes é fundamental para o sucesso da ação
(BRASIL, 2006).
Para realização do exame preventivo do colo do útero e a fim de garantir a
qualidade dos resultados, recomenda-se não utilizar duchas ou medicamentos
vaginais ou exames intravaginais, como por exemplo, a ultrassonografia, durante
48 horas antes da coleta, evitar relações sexuais, uso de anticoncepcionais locais,
espermicidas nas 48 horas antes da coleta. O exame não deve ser feito no período
menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico
(BRASIL, 2006).
Quando não se faz prevenção e a o câncer do colo do útero não é
diagnosticado em fase inicial, ele progredirá, passando a infiltrar-se mais
profundamente no colo, útero, vagina e gânglios linfáticos por onde células
cancerosas podem entrar na circulação linfática e migrar para partes do corpo
distantes do foco. Essa evolução se dá de forma lenta e progressiva por isso,
câncer de colo do útero sendo diagnosticado precocemente, as chances de cura
são bem maiores (SILVA; SILVA; MOURA, 2004).
56
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Deve-se lembrar que o atendimento à mulher deve ser individual, garantindo
a possibilidade da presença do/a acompanhante, quando ela desejar. O respeito e
a atenção durante o atendimento são essenciais para que se estabeleça uma
relação de confiança entra a usuária e o/a profissional de saúde (BRASIL, 2006).
3 METODOLOGIA
Optou-se por realizar um estudo descritivo que se utilizou de uma
abordagem qualitativa onde, segundo Minayo (2003), preocupa-se nas ciências
sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela
trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização
de variáveis.
A pesquisa foi desenvolvida após aprovação do projeto pelo Comitê de
Ética e Pesquisa da Faculdade Integral Diferencial - FACID, com autorização do
Comitê de Pesquisa de um hospital filantrópico com referência em oncologia.
Para delimitar a suficiência de dados, utilizou-se o critério de saturação.
As entrevistas, em número de treze, foram realizadas com mulheres em idade
fértil, que se encontraram na faixa etária de 11-49 anos, período em que ocorre
maior incidência de casos, no setor de citologia deste hospital, antes da coleta do
material para o exame de prevenção no período de agosto a setembro de 2007.
O critério de seleção das entrevistadas foi tão somente o fato de estarem
naquele local para realizar o exame, entretanto, o grupo de informantes foi
constituído a partir do desejo de participar do estudo.
As questões envolvidas para a realização do estudo foram: “O que a
senhora entende pelo exame de prevenção”?” e “ A senhora prefere ser atendida
por profissional homem ou mulher?” As entrevistas foram gravadas em fita cassete,
com autorização prévia das depoentes, mediante assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, elaborado segundo Resolução N° 196, de 10/
10/1996, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996). O anonimato das
mulheres foi garantido a partir da adoção de nomes de cores nas citações de
seus discursos.
Os dados coletados foram trabalhados com o método de categorias que
segundo Minayo (2003), são empregadas para se estabelecerem classificações.
Nesse sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, idéias ou expressões
em torno de um conceito capaz de abranger tudo isso.
Com as leituras das entrevistas, recortes de trechos de falas, elaboraramse os núcleos de sentido: Categoria I – A percepção da severidade e suscetibilidade
ao câncer cérvico-uterino; Categoria II - A associação do exame de prevenção a
57
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
vida sexual e reprodutiva; Categoria III - Crenças e valores: sentimentos relacionados
ao profissional de saúde que realiza o exame.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As mulheres entrevistadas no setor de citologia de um hospital de referência
em oncologia foram escolhidas aleatoriamente, em número de treze, tinham idade
entre 18 e 49 anos, quatro delas possuíam o primeiro grau incompleto, três
possuíam o primeiro grau completo, uma possuía o segundo grau incompleto e
cinco possuíam o segundo grau completo.
Considerando as falas das mulheres entrevistadas a partir das suas
percepções sobre a temática abordada, estabeleceram-se três categorias para
uma melhor compreensão das convergências e divergências dos significados,
tais como: A auto-percepção da severidade e suscetibilidade ao câncer cérvicouterino, a associação do exame de prevenção à vida sexual e reprodutiva, crenças
e valores: sentimentos relacionados ao profissional de saúde que realiza o exame.
A Percepção da Severidade e Suscetibilidade ao Câncer Cérvico-Uterino
O desenvolvimento de estratégias que reduzam fatores de risco de
enfermidades específicas ou reforcem fatores pessoais que diminuam sua
susceptibilidade promovem a prevenção do câncer do colo do útero. (OLIVEIRA;
PINTO, 2007).
Ayres (2004) enfatiza que os profissionais de saúde devem acompanhar
não apenas agravos e riscos, mas a própria adesão a cuidados de saúde, a adoção
de medidas de autocuidado, a freqüência a consultas.
A prevenção considera que é necessário conhecer quais ações envolvidas
no controle deste câncer, que são percebidas pelas mulheres; qual o seu
entendimento da lógica de praticarem e buscarem elas próprias as ações de
prevenção, enfim entender em que nível de necessidade se encontram as práticas
de prevenção contra o câncer cérvico-uterino, para as mulheres entrevistadas:
Compreendo que o exame é pra prevenir o câncer, e é um exame que deve
ser feito por nós, pelas mulheres pelo menos todo ano e é por isso que estou
aqui. (BRANCA).
O que eu entendo é que através do exame de prevenção eu posso detectar
doenças, pequenas inflamações, até também coisas mais graves, como no
meu caso, eu descobri que tenho NIC II através da prevenção e também HPV.
(AMARELO).
58
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A preocupação em adquirir a doença, a percepção de estar sob o risco,
são sentimentos reforçados pelo discurso do enfoque de risco presente nas
campanhas de saúde pública e no atendimento individualizado de assistência à
saúde, convencendo as pessoas da ameaça e do perigo que correm se não
adotarem o comportamento preventivo (PINHO; FRANÇA, 2003).
A mulher também é motivada à realização do exame pela presença de
supostos fatores de risco que podem ser encontrados no ambiente físico, ser
herdados ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente
social e cultural (INCA, 2006), que segue abaixo:
Eu sei que é muito bom pra evitar doenças que são tão complicadas de se
tratar. Eu quis fazer esse exame porque meu pai agora ta doente e pensei
que talvez se ele tivesse feito um exame antes talvez não estaria do jeito que
ta agora. Então me despertou, já tinha feito outra vez, mas já ta com um ano.
(VIOLETA)
O medo da instalação de uma doença degenerativa e mutilante esteve
presente na fala das mulheres pesquisadas. O câncer ainda tem conotações
negativas e é representado pelas suas conseqüências trágicas como a iminência
presente do medo de morrer, carregado de estigmas de discriminação e rejeição
social, desde o meio familiar até as perdas de atividades produtivas no nível físico,
afetivo, familiar, econômico, social, cultural (OLIVEIRA; PINTO, 2007).
A Associação do Exame de Prevenção à Vida Sexual e Reprodutiva
Homens e mulheres têm iniciado sua vida sexual, em grande parte, na
adolescência e de formas um tanto diferenciadas. As práticas sexuais na juventude
têm sido descritas como dinâmicas e em constantes transformações, sendo que
seus perfis podem acarretar impacto importante na vida reprodutiva dos jovens,
como, por exemplo, o aumento das taxas de fecundidade na faixa etária dos 15
aos 19 anos de idade observada para o Brasil como um todo e a magnitude da
AIDS no perfil epidemiológico dos jovens brasileiros (BORGES, 2004).
Foi percebido nos relatos expressos pelas mulheres que a prevenção
significa para elas algo que impeça a doença de aparecer, ou seja, alguma ação
que evite, interceda, até mesmo estacione o processo de adoecimento. O exame
Papanicolaou também está vinculado ao acompanhamento médico na fase
reprodutiva e também ao cuidado com as Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST) e AIDS (OLIVEIRA; PINTO, 2007).
Realmente é uma prevenção para várias doenças, inflamações. Eu vim fazer
porque estou gestante. É importante porque previne principalmente o HPV
59
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
que é o principal causador do câncer do colo útero, candidíase que é muito
comum. (MARROM).
Segundo Fernandes e Narchi (2002), é sabido que os países que aplicam
de forma contínua o método de exame colpocitológico na população obtiveram um
decréscimo importante da mortalidade por câncer cérvico-uterino, fato não observado
no Brasil que, pelo contrário, tem verificado aumento crescente de lesões iniciais
em mulheres jovens que iniciam a atividade sexual na adolescência e trocam
constantemente de parceiros. Nessa linha também deveriam se direcionar os
projetos educativos em saúde, pois há necessidade de divulgar não somente a
importância e finalidade do exame colpocitológico como também o uso de
preservativos e os controle de parceiros sexuais.
Isso pode ser destacado nas falas de Laranja e Verde:
É um meio de prevenir as doenças que vão causar um mal-estar nas nossas
vidas e a gente fazendo o exame está prevenindo o câncer de colo do útero
e eu faço porque sou casada e me disseram que tem que fazer todo ano e a
partir do momento que começa a ter vida sexual a gente tem que prevenir o
câncer. (LARANJA).
Eu entendo que é uma forma das mulheres se precaverem das doenças, e eu
entendo assim, porque participei de um grupo de jovens: adolescente e
juventude alerta e eles falavam mais de DST. (VERDE)
São incluídos nesse contexto os profissionais de saúde, na medida em
que centram sua atenção nos aspectos biológicos da saúde da mulher,
especialmente os reprodutivos, desconsiderando a dimensão que valoriza as
questões de gênero (FERNANDES; NARCHI, 2002).
Crenças e Valores: Sentimentos Relacionados ao Profissional de Saúde
que Realiza o Exame.
A exposição da mulher ao profissional de saúde do sexo masculino também
foi motivo de constrangimento e até de impedimento para realização do exame.
Como nosso sistema de saúde está voltado para a vinculação da clientela,
a mulher tem pouca oportunidade ou nenhuma de escolher o profissional de saúde.
Para algumas delas, a preferência pelo profissional do sexo feminino diz respeito,
também, ao modelo de educação que receberam, segundo o qual as zonas
erógenas não deveriam ser tocadas nem examinadas por outra pessoa, senão
pelo marido, mesmo que essa pessoa fosse um médico, por se sentirem
envergonhadas, desconfortáveis e pouco à vontade. Isso remete à discussão sobre
60
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
pudor, como barreira na esfera da subjetividade, da mensuração difícil, que dificulta
a exposição do corpo a um profissional do sexo masculino (DUAVY et al, 2006).
Isto pode ser observado nas falas abaixo:
Já fui atendida por homem uma vez e não gostei, prefiro por mulheres,
inclusive eu perguntei se era mulher aqui e me falaram que era mulher,
porque eu tenho vergonha, receio, acho que a mulher conhece mais a mulher
do que o homem. (VERMELHO).
Gosto mais de ser atendida por mulher, porque a gente se sente mais a
vontade, não tem a timidez de perguntar alguma coisa e já com homem a
gente fica com vergonha de perguntar. (ANIL).
Há quem procure amenizar o estresse de ser atendida por profissional do
sexo masculino.
Não tenho nenhum problema de ser atendida por homem, mas
independentemente disso eu prefiro mulher. (CINZA)
Na verdade eu já fui atendida pelos dois, mas por mulher sempre é melhor,
ela entende a gente. (RÓSEA).
Diante destas falas, faz-se necessário que os profissionais de saúde
lembrem-se das elaborações que permeiam o pensar e o sentir da mulher sobre a
realização desse exame, e que devem ser considerados. Como relatam Oliveira e
Pinto (2007), os sentimentos apresentados pelas mulheres em relação a questão
do fazer o exame por necessidade de se autocuidar, a questão do desconforto
causado ou não pela colocação do espéculo e o medo do resultado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O câncer de colo do útero é a terceira neoplasia maligna que mais acomete
as mulheres em todo o mundo. Isso se torna preocupante porque é uma doença
de fácil diagnóstico, e de tratamento acessível.
Analisar as perspectivas das mulheres na realização da citologia oncótica
representa a inquietação da autora diante da problemática, uma vez que esta
medida contribui efetivamente para impulsionar reflexões quanto à atenção à saúde
da mulher.
O presente estudo possibilita à enfermagem o poder de vislumbrar uma
ampla atuação nesta área, a partir do desenvolvimento de ações que levem em
consideração as necessidades das mulheres, criando condições para que estas
61
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
possam repensar os significados que atribuem ao seu corpo e ao cuidado com a
saúde.
Os resultados obtidos evidenciaram a importância da realização da citologia
oncótica, tanto para detecção de doenças, dentre elas o câncer de colo do útero,
quanto uma medida de prevenção. Observou-se ainda que, apesar do exame de
Papanicolaou ser de fácil acesso e ser constantemente divulgado na mídia, muitas
mulheres se mostram com conhecimentos restritos sobre a finalidade do exame
e a importância da realização do mesmo.
Quando perguntadas se têm preferência por serem atendidas por
profissional do sexo masculino ou feminino, demonstraram nas falas a vergonha
em expor o corpo para o profissional do sexo masculino, agravado pelo sentimento
de desconforto, medo, vergonha que expressaram sentir no momento da realização
do exame.
A partir dos resultados ficou clara a necessidade da intensificação da
prática educativa pelos profissionais de saúde no sentido de alertarem as mulheres
sobre a importância da realização do exame de prevenção, baseadas no
desenvolvimento de uma consciência crítica, com vistas a mudanças no quadro
de morbimortalidade, a fim de que o número de casos de câncer de colo do útero
diminua.
Com esse trabalho, espera-se contribuir com a prática dos profissionais
da saúde, em especial a do enfermeiro, no intuito de serem implementadas novas
estratégias de promoção à saúde, priorizando ações que levem em consideração
as necessidades das mulheres, considerando-as como sujeito, ativas e
responsáveis pelo cuidado com a saúde.
WOMEN’S PERCEPTION BEFORE THE CERVICAL CANCER PREVENTION
EXAMINATION.
ABSTRACT
This is a qualitative study, whose object was to identify and to analyze woman’s
perception before the preventive examination of cervical cancer trying to know their
feelings regarding the examination as well as to understand the causes that limit
or prevent them from carrying through it. One decided to make a descriptive study.
The collection of the data was carried through a half-structuralized interview. Thirteen
women had been interviewed,18-49 age group, that were interested in the service
of citology of a non-profit hospital between August and September, 2007. The
study has shown that the women who have the examination made in order to
prevent cervical cancer and to identify other illnesses, feel ashamed of displaying
their body when the health professional is male, they are also afraid and ashamed
62
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
at the moment of the examination. From the results it is clear that there is a need
to intensify the educational practice by health professionals in order to warn women
on the importance of the accomplishment of the prevention examination, based on
the development of a critical counsciousness which can make changes in the
morbimortality picture, so that the number of cervical cancer cases decreases.
With this work, we hope to contribute with the health professionals’ practice, in
special with nurse, so that new strategies of health promotion which highlight
actions that take into account women’s needs considering them as subject, active
and responsible for the care with health can be implemented.
Key-words: Perception. Prevention examination. Cervical cancer.
REFERÊNCIAS
AMORIM, V.M.S.L. et.al. Fatores associados à não realização do exame de
Papanicolaou: um estudo de base populacional no Município de Campinas, São
Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de janeiro, v.22, n.11, nov.2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 9 maio 2007.
AYRES, J. R. C. M. Cuidado e reconstrução das práticas de saúde. In terface,
Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu (SP), v.8, n.14 p.73-92 set. 2003 fev 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 out. 2007.
AYRES, J.R.C.M. Norma e formação: horizontes filosóficos para as práticas de
avaliação no contexto da promoção da saúde. Ciência Saúde Coletiva. Rio de
Janeiro, v.9, n.3, jul./set. 2004a. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso
em: 08 out. 2007.
BORGES, A. L. V. Adolescência e vida sexual: análise do início da vida sexual
de adolescentes residentes na zona leste do município de São Paulo. 185 f. Tese
de Doutorado (Saúde Materno Infantil) - Universidade de São Paulo, Faculdade de
Saúde Pública, São Paulo, 2004.
BRASIL, Ministério da Saúde. Controle dos Cânceres do colo do útero e de mama.
Cadernos de atenção básica, n.13, Brasília (DF), 2006.
BRASIL, Conselho Nacional de Saúde – CNS. Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Resolução
n. 196/96. Brasília: CNS, 1996.
63
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CARVALHO, M.L.O.; FUREGATO, A.R.F.- Exame ginecológico na perspectiva
das usuárias de um serviço de saúde. Revista Eletrônica de Enfermagem
(online), Goiânia (GO), v.3, n.1, Jan/Jun. 2001. Disponível em: <http//
www.fen.ufg.br/revista>. Acesso em: 9 abr. 2007.
DUAVY, L. M. et al. A percepção da mulher sobre o exame preventivo do
câncer cérvico-uterino: estudo de caso. Fortaleza (CE), 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br> . Acesso em: 2 out. 2007.
FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N.Z.- Conhecimento de gestantes de uma
comunidade carente sobre os exames de detecção precoce do câncer cérvicouterino e de mama. Revista Brasileira de Cancerologia, São Paulo, 2002.
Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 17 mar. 2007.
GREENWOOD, S.A.; MACHADO, M.F.A.S.; SAMPAIO, N. M. Motivos que levam
mulheres a não retornarem para receber o resultado de exame Papanicolaou.
Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto (SP), v.14,n.4, jul/
ago. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 6 maio 2007.
HACKENHAAR, A.A.; CESAR, J.A.; DOMINGUES, M.R. Exame citopatológico
de colo uterino em mulheres com idade entre 20 e 59 anos em Pelotas, RS:
prevalência, foco e fatores associados à sua não realização. Revista Brasileira
de Epidemiologia, São Paulo (SP), v.9, n.1, mar.2006. Disponível em: <http://
www.scielo.br>. Acesso em: 9 maio 2007.
INCA, Instituto Nacional do Câncer. Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação
de Prevenção e Vigilância. A situação do câncer no Brasil. Rio de Janeiro:
INCA, 2006.
INCA, Instituto Nacional do Câncer. Câncer do Colo do Útero. Disponível em:
<http://www.inca.gov.br> Acesso em: 3 abr 2007.
MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22.ed. Rio de
Janeiro (RJ): Vozes, 2003.
OLIVEIRA, M.M.; PINTO, I.C. Percepção das usuárias sobre as ações de
Prevenção do Câncer de Colo do Útero na Estratégia Saúde da Família em uma
Distrital de Saúde do município de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista
Brasileira de saúde Materno Infantil, Recife (PE), v.7, n.1, jan./mar.2007.
Disponível em: <http://www.scielo.br> Acesso em :13 out 2007.
64
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
OLIVEIRA, M.M.H.N. et al. Cobertura e fatores associados à não realização do
exame preventivo de Papanicolaou em São Luís, Maranhão. Revista Brasileira
de Epidemiologia, São Paulo, v.9,n.3, set.2006. Disponível em: <http://
www.scielo.br> Acesso em:9 maio 2007.
PINHO, A.A.; FRANÇA, I.J. Prevenção do câncer de colo do útero: um modelo
teórico para analisar o acesso e a utilização do teste de Papanicolaou. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife (PE), v.3, n.1, jan/mar. 2003.
Disponível em:< http://www.scielo.br> Acesso em: 9 maio 2007.
SÃO PAULO, Secretaria da Saúde. Coleta do Papanicolaou e Ensino do AutoExame da Mama. São Paulo, 2004.
SILVA, E.B.; SILVA, L.G.; MOURA,M.F.O. A resistência de mulheres frente ao
exame de Papanicolaou. 2004. Monografia de Conclusão de Curso
(Especialização em Saúde da Família). Universidade Federal do Piauí, Teresina
(PI), 2004.
65
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE
SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM CENTRO DE SAÚDE DE TERESINA (PI)
Luciana C. Nascimento
Algeles Milka Meireles
RESUMO
O Burnout é uma condição de sofrimento psíquico relacionada ao trabalho e está
associado com alterações fisiológicas decorrentes do estresse. Trabalhadores da
área de saúde são freqüentemente propensos ao burnout. O presente estudo
trata a Síndrome de Burnout como resultado do estresse laboral crônico. A pesquisa
buscou identificar a presença de Burnout através das dimensões exaustão
emocional (EE), despersonalização (DE) e envolvimento pessoal no trabalho (EP)
em profissionais de saúde que atuam na Estratégia de Saúde da Família, em um
Centro de Saúde de Teresina, Piauí, Brasil. Também procurou-se associar as
dimensões de Burnout com as variáveis demográficas, laborais e comportamentais.
Trata-se de uma pesquisa aplicada, com abordagem quantitativa. Participaram da
pesquisa 34 profissionais de saúde (80,95%). Utilizou-se o Maslach Burnout
Inventory (MBI) para medir Burnout associado a um questionário de perfil sóciodemográfico. A amostra caracterizou-se, pelo predomínio do sexo feminino, faixa
etária entre 40 a 49 anos, estado civil casado(a) e de profissionais com filhos. Nas
variáveis profissionais, houve predomínio de carga horária semanal total de 40 h/
semanais (58,8%) e jornada de trabalho de 1 a 5 anos (32,4%). Quanto às variáveis
pessoais, 53% dos profissionais não praticam exercício físico, 41,2% sempre
dedicam atenção à família nos fins de semana. Os resultados apontaram dois
casos de Burnout, onde as dimensões EE e DE classificam-se como altas e EP
como baixa. Conclui-se que os participantes do estudo apresentam grau médio
para EE, DE e EP em relação às amostras americanas e espanholas,
representando a fase inicial de Burnout.
Palavras-chave: Síndrome de burnout. Estresse laboral. Profissionais de saúde.
1 INTRODUÇÃO
A associação entre condições de trabalho e ocorrência de doenças físicas
e transtornos mentais vem sendo mais estudada a partir da segunda metade do
século XX, mas o reconhecimento clínico de tal relação é pequeno. O burnout, ou
66
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
síndrome do esgotamento profissional, tem sido alvo de estudos de prevalência,
identificação de fatores de risco ou de proteção e objeto de matérias na imprensa
e tem ocupado espaço fora da psiquiatria, particularmente na medicina ocupacional,
psicossomática e clínica médica.
A Síndrome de Burnout é um termo psicológico que descreve o estado de
exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao
trabalho. O termo “burnout” (do inglês “combustão completa”) descreve
principalmente a sensação de exaustão da pessoa acometida.
De acordo com Mendes (2002), o termo “Síndrome de Burnout” foi
desenvolvido por ele na década de setenta nos Estados Unidos onde observou
que muitos voluntários com os quais trabalhava apresentavam um processo gradual
de desgaste no humor e ou desmotivação.
Mendes (2002) relata que Cristina Malash estudou a forma como as pessoas
enfrentavam a estimulação emocional em seu trabalho, chegando a conclusões
similares às de Freunderberger. Ela estava interessada nas estratégias cognitivas
denominadas despersonalização. Estas estratégias se referem a como os
profissionais da saúde (enfermeiras e médicos) misturam a compaixão com o
distanciamento emocional, evitando o envolvimento com a enfermidade ou patologia
que o paciente apresenta e utilizando a “desumanização em defesa própria”, isto
é, o processo de proteger-se a si mesmo frente a situações estressoras,
respondendo aos pacientes de forma despersonalizada.
Vieira et al (2006) realizaram estudos de prevalência com profissionais de
saúde que mostraram taxas de burnout variando entre 30 e 47%. A taxa de burnout
na população de trabalhadores da Finlândia chegou a 27,6% e no Brasil a
ocorrência se encontra na faixa de 10%.
Realizou-se a presente pesquisa movida por um interesse pessoal, devido
ao fato de a pesquisadora trabalhar na área de saúde, aliado ao interesse científico.
O objetivo do estudo foi investigar a presença da Síndrome de Burnout nos
profissionais das Equipes de Saúde da Família que trabalham em um Centro de
Saúde de Teresina (PI).
Maslach e Leiter (1999) observam que Burnout não é um problema do
indivíduo, mas principalmente do lugar onde ele trabalha. Caracteriza-se pela
presença de três fatores que podem aparecer associados, mas são independentes:
esgotamento emocional, despersonalização e baixo envolvimento pessoal no
trabalho.
Ainda que não exista uma definição única sobre Burnout, para Codo e
Varques Meneses (1999), já há um consenso de que se trata de uma resposta ao
estresse laboral crônico, contudo não deve ser confundido com estresse e nem
tampouco tratá-lo como sinônimo.
67
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Estresse – Aspectos Gerais
As primeiras referências à palavra “stress”, com significado de “aflição” e
“adversidade”, datam do século XIV. No século XVII, o vocábulo de origem latina
passou a ser utilizado em inglês para designar “opressão”, “desconforto” e
“adversidade”.
Segundo Cabral et al (1997), a palavra estresse quer dizer “pressão”,
“tensão” ou “insistência”, portanto estar estressado quer dizer “estar sob pressão”
ou “estar sob a ação de estímulo insistente”.
Dejours (1994) afirmava que não existe trabalho sem sofrimento. Neste
sentido, Silva e Marchi (1997) afirmam que o estresse é um estado intermediário
entre saúde e doença; um estado durante o qual o corpo luta contra o agente
causador da doença. Quando se confronta com um agressor (estressor), o corpo
reage. Essa reação tem três estágios: alarme, resistência e exaustão.
A fase de Alarme, para Silva e Marchi (1997) consiste em uma fase muito
rápida de orientação e identificação do perigo, preparando o corpo para a reação
propriamente dita, ou seja, a fase de resistência.
Silva e Marchi (1997) afirmam ainda que a fase de Resistência é uma fase
que pode durar anos. É a maneira pela qual o corpo se adapta à nova situação.
Por fim, Silva e Marchi (1997) relatam que a fase de Exaustão consiste
em uma extinção da resistência, seja pelo desaparecimento do estressor, o
agressor, seja pelo cansaço dos mecanismos de resistência. Então, é neste caso
que o resultado será o da doença ou mesmo um colapso.
2.2 Conceito da Síndrome de Burnout
Para Guimarães e Cardoso (2003), o conceito de Síndrome de Burnout na
década de setenta desenvolveu-se a partir da suposição de que existe uma
tendência individual na sociedade moderna a incrementar a pressão e estresse
ocupacional, sobretudo nos serviços sociais. Os profissionais ligados ao
atendimento de pessoas doentes, necessidade ou carência material deveriam
resolver mais problemas e, portanto, se produziria neles um conflito entre a mística
profissional, a satisfação ocupacional e a responsabilidade frente ao cliente.
Ainda Guimarães e Cardoso (2003) relatam que na década de oitenta, as
investigações sobre Síndrome de Burnout se deram nos Estados Unidos e,
posteriormente, o conceito começou a ser investigado no Canadá, Inglaterra,
França, Alemanha, Israel, Itália, Espanha, Suécia e Polônia. Em cada país se
68
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
adotou e se aplicou o instrumento criado nos Estados Unidos, especialmente o
Malash Burnout Inventory, de Malash e Jackson.
Segundo Maslach e Leiter (1999), a Síndrome de Burnout estaria composta
por três dimensões:
*o cansaço emocional ou esgotamento emocional - Refere-se às
sensações de sobre- esforço e fastio emocional que se produz como conseqüência
das continuas interações que os trabalhadores devem manter com os clientes e
entre eles;
* a despersonalização - Supõe o desenvolvimento de atitudes cínicas frente
às pessoas a quem os trabalhadores prestam serviços, esta dimensão se associa
com o excessivo distanciamento frente a pessoas, silêncio, uso de atitudes e
tentativas de culpar aos usuários pela própria frustração;
* reduzida realização pessoal - Também levaria à perda de confiança na
realização pessoal e à presença de um auto-conceito negativo.
2.3 Diagnóstico da Síndrome de Burnout
A Síndrome de Burnout é um processo que começa com um excessivo e
prolongado nível de tensão ou “estresse” que produz a fadiga no trabalho, sentimento
de estar exausto, irritabilidade e tem sido caracterizada como uma progressiva
perda do idealismo e da energia e o propósito de ajudar aos usuários dos serviços.
Carlotto e Camara (2004) esclarecem que o instrumento mais utilizado
para avaliar burnout, independentemente das características ocupacionais da
amostra e de sua origem, segundo Gil-Monte e Peiró (1999), é o MBI - Maslach
Burnout Inventory, elaborado por Christina Maslach e Susan Jackson em 1978. O
MBI avalia como o trabalhador vivencia seu trabalho, de acordo com três dimensões
conceituais: exaustão emocional, realização profissional e despersonalização.
Mendes (2002) define burnout como um fenômeno multidimensional que
inclui dimensões de exaustão emocional (EE), que é a necessidade de
disponibilidade afetiva para a vinculação e o conseqüente desenvolvimento do
trabalho e a impossibilidade de concretizá-las, o que leva a um desgaste e a um
sentimento de exaustão emocional.
Relata ainda que a despersonalização (DE) trata-se de uma “coisificação”
da relação, ou seja, o outro passa a ser visto como um objeto e não um ser
humano. O trabalho passa a ser desenvolvido com frieza, insensibilidade,
irritabilidade, chegando ao cinismo e atitudes negativas.
Já a falta de envolvimento pessoal no trabalho (EP), ou baixa realização
pessoal neste para Maslach e Jackson (1981), torna-se presente uma sensação
69
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
de menor rendimento, insatisfação com o seu desenvolvimento profissional (como
se o indivíduo estivesse “regredindo”) e um sentimento de inadequação no trabalho.
Maslach e Leiter (1999) propõem o modelo em que os estressores laborais
levam a EE, que promove DE surgindo então EP. Nesta concepção, EE é o elemento
central de caracterização da síndrome. Para os autores, a EE atua como resposta
ao estresse laboral. Quando estes se elevam e se tornam crônicos, o profissional
desenvolve atitudes de DE. A DE não mede a relação entre EE e EP. Considera-se
que EP surge de forma paralela à EE, e apresenta-se como uma causa direta dos
estressores laborais, considerando, principalmente, a falta de apoio social e de
oportunidades para desenvolverem-se profissionalmente como agentes estressores.
De fato, esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões
predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais
como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários,
professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento
pessoal, telemarketing e bombeiros.
Hoje, entretanto, segundo Mendes (2002), os profissionais afetados têm
em comum o fato de serem trabalhadores encarregados “ de cuidar “, ou seja,
possuem relações diretas com o usuário.
Mendes (2002 apud MASLACH, LEITER 1997) descreve ainda que a pessoa
não inicia um trabalho apresentando burnout. Ao contrário, apresenta engajamento
e satisfação e gradualmente estes sentimentos vão sendo substituídos por
sentimentos de aborrecimento, ansiedade e raiva, e pela falta de realização. A
pessoa acredita estar vivendo uma crise que é de âmbito pessoal. Com isso
parece estabelecer-se a exaustão emocional como primeiro elemento da síndrome.
A conseqüentemente como defesa à dor do querer e não conseguir despender
mais energia, surge a despersonalização e ao comprometimento do desempenho
e sensação de incompetência estabelecendo-se assim, o baixo envolvimento
pessoal no trabalho.
Para Lautert (1997) a instalação da Síndrome de Burnout ocorre de maneira
lenta e gradual, acometendo o indivíduo progressivamente.
Galego e Rios (1991) distinguem três momentos para a manifestação da
síndrome. Num primeiro, as demandas de trabalho são maiores que os recursos
materiais e humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo. Neste, o que é
característico é a percepção de uma sobrecarga de trabalho, tanto qualitativa
quanto quantitativa.
No segundo, evidencia-se um esforço do indivíduo em adaptar-se e produzir
uma resposta emocional ao desajuste percebido. Aparecem, então, sinais de
fadiga, tensão, irritabilidade e até mesmo, ansiedade.
Galego e Rios (1991) descrevem que num terceiro momento, ocorre o
enfrentamento defensivo, ou seja, o sujeito produz uma troca de atitudes e condutas
70
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
com a finalidade de defender-se das tensões experimentadas, ocasionado
comportamentos de distanciamento emocional, retirada, cinismo e rigidez.
2.4 Variáveis Associadas ao Burnout
As variáveis sócio-demográficas estão de certa forma relacionadas ao
aparecimento de Burnout. Portanto, a literatura remete que algumas como sexo,
idade, tempo de trabalho (carga horária), tendem a predispor o aparecimento da
Síndrome de Burnout mais facilmente.
Carlotto e Gobbi (2003) dizem que a elevação da exaustão emocional por
parte das mulheres é interpretada pelos autores a partir da questão da
emocionalidade vinculada ao papel feminino e que, ao ingressar no mercado de
trabalho, a mulher passou a desenvolver uma dupla jornada, a profissional e a
doméstica.
Farber (1991) afirma que estudos têm mostrado seres os professores do
sexo masculino mais vulneráveis que os do sexo feminino, o que levou à suposição
de que mulheres são mais flexíveis e mais abertas para lidar com as várias pressões
presentes na profissão de ensino.
Quanto ao fator idade, Carlotto (2002) mostra que professores com menos
de 40 anos apresentam maior risco de incidência, provavelmente devido às
expectativas irrealistas em relação à profissão e que os jovens precisam aprender
a lidar com as demandas do trabalho e, por esta razão, podem apresentar maiores
níveis da síndrome.
Carlotto (2002) em seu estudo identificou que, quanto maior a carga horária
e a experiência profissional do professor, maiores eram os níveis do burnout.
2.5 Prevenção do Burnout
Em se tratando de formas de prevenção de Burnout, França e Rodrigues
(1997) acrescentam: a) aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia;
b) prevenir o excesso de horas extras; c) dar melhor suporte social às pessoas; d)
melhorar as condições sociais e físicas de trabalho; e) investir no aperfeiçoamento
profissional e pessoal dos trabalhadores.
Phillips (1986) diz que a primeira medida para evitar a síndrome de Burnout
é conhecer suas manifestações.
Neste contexto, insere-se o presente trabalho, tendo em vista seu objetivo
de conhecer a incidência da Síndrome de Burnout em profissionais da saúde.
Para tanto se fez necessário conhecer a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e
suas atividades.
71
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
2.6 Estratégia de Saúde da Família
O Ministério da Saúde (BRASIL, 1994) afirma que a implantação do ESF
tem como objetivo geral:
“melhorar o estado de saúde da população, mediante a construção de um
modelo assistencial de atenção baseado na promoção, proteção, diagnóstico
precoce, tratamento e recuperação da saúde, em conformidade com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Em 1994, o Ministério da Saúde colocou em seu plano de ações e metas
prioritárias as Estratégias de Saúde da Família e Agentes Comunitários para o
processo de reorganização da atenção básica à saúde. O modelo em questão
apresentava uma característica de atuação inter e multidisciplinar, bem como a
responsabilidade integral sobre a população que reside na área de abrangência de
suas Unidades de Saúde da Família.
De acordo com o Ministério da Saúde (Ibid, 1994), a Unidade de Saúde da
Família consiste em:
Uma unidade ambulatorial pública de saúde, destinada a realizar assistência
contínua às especialidades básicas, por meio de uma equipe multiprofissional.
É sua tarefa desenvolver ações de promoção, prevenção, diagnóstico precoce,
tratamento e reabilitação, características do nível primário de atenção, tendo
como campos de intervenção o indivíduo, a família, o ambulatório, a comunidade
e o meio ambiente.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 1998) preconiza que cada Equipe de
Saúde da Família (ESF) deve ser composta minimamente pelos seguintes
profissionais: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários
de saúde (na proporção de um agente para, no máximo, 150 famílias ou 750
pessoas).
De acordo com o Ministério da Saúde (Ibid, 1998) várias são as atribuições
dos profissionais de saúde que desenvolvem suas atividades na Estratégia de
Saúde da Família. Ao médico cabe prestar assistência integral aos indivíduos sob
sua responsabilidade; valorizar a relação médico-paciente e médico-família, como
parte de um processo terapêutico e de confiança.
O enfermeiro desenvolve seu trabalho em dois campos: na unidade de
saúde, junto à equipe de profissionais, e na comunidade, apoiando e
supervisionando o trabalho dos agentes comunitários de saúde, bem como
assistindo as pessoas que necessitam de atenção de enfermagem.
O Ministério da Saúde (BRASIL,1998) esclarece que as ações do Auxiliar
de Enfermagem são desenvolvidas nos espaços da unidade de saúde e no domicílio/
72
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
comunidade. É seu dever promover, com os agentes comunitários de saúde, as
atividades de identificação das famílias de risco; contribuir, quando solicitado,
com os agentes comunitários nas visitas domiciliares e acompanhar as consultas
de enfermagem dos indivíduos expostos às situações de risco.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), como propõe o Ministério da
Saúde (Ibid, 1998), desenvolverão suas ações nos domicílios de sua área de
abrangência e junto à unidade, para programação e supervisão de suas atividades.
As atribuições específicas do Cirurgião-Dentista (CD), de acordo com a
Portaria n.º 267/GM do Ministério da Saúde (Ibid, 1998), incluem ações como
realizar exame clínico bucal da comunidade; realizar os procedimentos clínicos
definidos na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – NOB/SUS
96 – e na Norma Operacional da Assistência à Saúde (Noas).
Segundo o Ministério da Saúde (Ibid, 1998), as atribuições específicas do
Atendente de Consultório Dentário (ACD) são: proceder à desinfecção e
esterilização de materiais e instrumentos utilizados, realizar procedimentos
educativos e preventivos, preparar o instrumental e materiais para uso,
instrumentalizar o cirurgião dentista ou THD.
Diante do exposto, se durante suas atividades, uma equipe se confronta
com situações que de algum modo a irritem, excitem ou confundam, ela apresentará
alterações psicofisiológicas as quais promoverão uma reação do organismo com
componentes físicos e/ou psicológicos. Essa reação é a que se denominou
anteriormente como estresse.
Portanto, combater situações tipicamente estressantes favorece a qualidade
de vida a qual possui um conceito amplo e sendo assim, deve englobar aspectos
subjetivos (sentimentos, percepção, bem-estar e satisfação) e objetivos (recursos
materiais disponíveis, salário e carreira).
3 METODOLOGIA
O estudo de caso teve uma abordagem quantitativa. A pesquisa desenvolveuse no período de junho a outubro de 2007 junto a profissionais de saúde que
desenvolvem suas atividades em um Centro de Saúde de Teresina (PI). A amostra
deste estudo foi composta por trinta e quatro profissionais de saúde da Estratégia
de Saúde da Família, sendo, dois médicos, quatro enfermeiras, três odontólogos,
três atendentes de consultório dentário, cinco auxiliares de enfermagem e dezessete
agentes comunitários de saúde.
Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos, O MBI – Maslach
Burnout Inventory e o questionário sócio-demográfico com gravação de áudio e
transcrição na íntegra. O MBI é composto por três fatores que são denominados
como esgotamento emocional EE (aferidos pelas questões 1, 2, 3, 6, 8, 13, 14, 16
73
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
e 20) despersonalização DE (questões 5, 10, 11, 15 e 22) e envolvimento pessoal
no trabalho EP (questões 4, 7, 9, 12, 17, 18, 19 e 21).
A análise do inventário de Maslach Burnout – MBI (1986) foi realizada
baseando-se nos fatores esgotamento emocional, despersonalização e
envolvimento pessoal no trabalho e feito um comparativo com as amostras
americanas e espanholas de estudos anteriores (Tabela 1).
Tabela 1 - Médias em EE, DE e EP para população americana e espanhola.
Amostra Total Americana N = 11.067
Classificação
Dimensão
EE
DE
EP
EE
DE
EP
Baixa
< 17
<7
>38
Média
17-26
7-12
21-38
Amostra Total Espanhola N = 1.138
< 15
15-4
<4
4-9
>39
33-39
Alta
>26
>12
<32
>24
>9
< 33
Fonte: Dissertação de Mestrado (MENDES, 2002)
EE – Esgotamento Emocional
DE – Despersonalização
EP – Envolvimento Pessoal no Trabalho
O questionário denominado perfil sócio-demográfico baseou-se em
instrumentos desenvolvidos em outras pesquisas. Introduziram-se questões para
verificar variáveis relacionadas ao burnout.
A interpretação das variáveis sócio-demográficas, ocupacionais e pessoais
foi, em primeira instância, relacionada aos resultados positivos de burnout
diagnosticados pelo inventário de Maslach Burnout – MBI (1986) e, em segunda
instância, apresentados em gráficos percentuais.
Ressalta-se que os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido.
74
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As tabelas que seguem apresentam respectivamente as ocorrências em
percentual das variáveis gênero, idade, estado civil, presença e número de filhos,
outras atividades, carga-horária semanal extra, tempo de atuação na área, cargahorária semanal total, prática de atividade física e freqüência, vida social e as
pontuações obtidas nas categorias em estudo.
Dos profissionais de saúde que participaram espontaneamente deste
estudo, conforme as Tabelas 1 e 2, houve predomínio do gênero feminino (79,4%),
da faixa etária entre 40 e 49 anos (50%) e estado civil casado (47%). Em relação
a filhos, houve predomínio de profissionais que os tem (64,7%), sendo que a
maioria tem dois filhos (40,9%).
De acordo com a pesquisa realizada, pôde-se constatar que 5,88% da
amostra estudada apresentam Burnout, correspondendo a dois profissionais. Estes
dois casos se enquadram nas características que evidenciam o Burnout, ou seja,
valores de exaustão emocional e despersonalização alta para baixos índices de
envolvimento pessoal.
A síndrome foi detectada em dois profissionais de saúde, sendo um deles
com nível superior com pós-graduação, sexo masculino, enquadrado na faixa etária
de 40 a 49 anos, casado. Declarando-se pai de três filhos, afirma trabalhar na
Estratégia de Saúde da Família há cinco anos e ainda desenvolve atividade extra
como em outras Unidades de saúde de Teresina, totalizando uma carga-horária
de 88 horas semanais. O mesmo imputa Diabetes Mellitus e hipertensão arterial
ao desenvolvimento de suas atividades laborais. Informa não realizar atividade
física regularmente e dedicar apenas alguns finais de semana à sua família, vida
social e lazer.
O outro profissional de saúde no qual foi detectada a Síndrome de Burnout
tem nível superior, realizando pós-graduação fora da área de atuação no referido
Centro de Saúde. Sexo feminino, encontra-se na faixa etária de 20 a 29 anos,
casada, declarando-se mãe de um filho. Atua junto à Estratégia de Saúde da
Família há três anos e desenvolve atividade extra em outra Unidade de Saúde de
Teresina, com carga-horária total de 70 horas semanais. Apresenta estresse,
esquecimento, fadiga muscular e enxaqueca associada às atividades laborais.
Afirmam realizar atividade física três vezes por semana e dedicar alguns finais de
semana para o convívio com a família, vida social e diversão.
A partir dos casos estudados, tem-se ainda que ressaltar que dentro da
amostra avaliada há três casos que apresentaram simultaneamente os valores
das categorias exaustão emocional e despersonalização altos, ou seja, estão a
um passo do Burnout.
75
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Comparado às amostras americanas e espanholas mencionadas
anteriormente, observou-se em relação à amostra americana, a classificação alta
para 12 pessoas que apresentaram Exaustão Emocional (EE), 6 com
Despersonalização (DE) e 6 com grau baixo de falta de Envolvimento Pessoal no
trabalho. Já em relação à amostra espanhola, esses números aumentam, ou
seja, 17 pessoas com grau alto de exaustão emocional e despersonalização e 06
com grau baixo de falta de envolvimento pessoal no trabalho. Este comparativo
nos revela que apesar de não se incidirem as categorias simultaneamente, os
participantes estão, sobretudo, apresentando elevados índices de exaustão
emocional que, para Leiter e Maslach (1988), a EE atua como resposta ao estresse
laboral.
Tabela 2 – Distribuição percentual por gênero, idade, estado civil. (N=34)
VARIÁVEIS
SEXO
Homem
Mulher
Total
IDADE (EM ANOS)
20-29
30-39
40-59
Total
ESTADO CIVIL
Casado
Solteiro
Separado
Divorciado
Outros
Total
f
fr
07
27
34
20,6
79,4
100,0
06
11
17
17,6
32,4
50,0
100,0
16
15
00
02
01
34
47,0
44,2
00,0
5,9
2,9
100,0
Na Tabela 2 observa-se que, em relação à variável gênero há predominância
do número de profissional de saúde do sexo feminino (79,4%) sobre o masculino
(20,6%).
Observa-se que a dimensão EE aferida pelo MBI apresenta a predominância
de classificação média. A relação desse resultado com as variáveis gênero e
família corrobora estudos realizados por diversos autores, pois estes consideram
que na variável gênero mais precisamente o sexo feminino tem maior predisposição
ao Burnout.
76
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Carlotto e Gobbi (2003) esclarecem que a elevação da exaustão emocional
por parte das mulheres é interpretada pelos autores a partir da questão da
emocionalidade vinculada ao papel feminino. As autoras relatam ainda que a
emocionalidade da mulher, a dupla jornada de trabalho (a profissional e a doméstica),
a preocupação com os filhos, tem levado às mulheres a apresentarem maior
tendência ao Burnout.
Da mesma forma, Farber (1991), em um estudo realizado com professores,
constatou que aqueles do sexo masculino são mais vulneráveis que os do sexo
feminino, no que diz respeito às várias pressões relacionadas ao ambiente de
trabalho.
O grau médio alcançado pela amostra na dimensão DE, corrobora com
pesquisas que demonstraram que mulheres apresentam menor grau de
despersonalização quando comparadas ao sexo masculino.
Quanto à faixa etária, houve a predominância de 40 – 59 anos (50%), o
que traduz uma população amadurecida e por esta razão, supõe-se que são mais
maleáveis no que diz respeito às imposições trabalhistas.
Carlotto (2002) mostra que professores com menos de 40 anos apresentam
maior risco de incidência, provavelmente devido às expectativas irrealistas em
relação à profissão. Os jovens precisam aprender a lidar com as demandas do
trabalho e, por esta razão, podem apresentar maiores níveis da síndrome.
A variável, estado civil, revelada na Tabela 2 mostra a predominância de
pessoas casadas (47%) em relação ao estado civil solteiro (44,2%), divorciado
(5,9%) e outros (2,9%). O que se observa é que o predomínio de casados neste
estudo implica na síndrome de Burnout, contradizendo com as afirmações de
Mendes (2002), que em seu estudo sobre a patologia relata que indivíduos solteiros
apresentam maior estresse e são mais predispostos à síndrome, enquanto os
casados têm apoio conjugal e familiar para aliviar as tensões diárias do trabalho e
prevenir o aparecimento de Burnout.
Tabela 3 – Distribuição percentual por presença e número de filhos (N=34)
VARIÁVEIS
PRESENÇA DE FILHOS
Sim
Não
Total
f
22
12
34
64,7
35,3
100,0
N° DE FILHOS
1
2
3
4
Não responderam
Total
05
09
07
01
00
22
22,7
40,9
31,8
4,6
00,0
100,0
77
fr
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A Tabela 3 apresenta a variável presença de filhos como uma das questões
que podem influenciar no surgimento do Burnout. Este estudo mostra que 64,7%
dos participantes possuem filhos, sendo que 40,9% apresentam número de filhos
equivalente a 2. Esta variável pode ser indicativa de Burnout, sabe-se que as
mães que apresentam filhos em idade avançada são mais propensas ao Burnout,
uma vez que a adolescência traz preocupações extras à mulher.
Tabela 4 – Distribuição percentual do desenvolvimento de outras atividades
e área de atuação. (N= 34)
OUTRAS ATIVIDADES
Sim
Não
Total
ÁREA DE ATIVIDADE
Saúde
Educação
Vendas
Outras
Não Responderam
Total
f
fr
16
18
34
47,1
52,9
100,0
09
03
02
02
00
16
56,25
18,75
12,5
12,5
00,0
100,0
A Tabela 4 aponta que 52,9% dos participantes do estudo não desenvolvem
atividades extras e que 47,1% atuam em outras áreas. A pesquisa revelou que os
dois casos de Burnout exerciam carga horária extra.
No que tange às variáveis profissionais, Carlotto (2002) em seu estudo
identificou que quanto maior a carga horária e a experiência profissional do professor,
maiores eram os níveis do burnout.
A pesquisa revelou que os dois casos de Burnout exerciam carga horária
extra. Porém não se quer dizer que as atividades extras são as únicas responsáveis
pelo acometimento da Síndrome de Burnout.
78
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Tabela 5 – Distribuição percentual da carga horária semanal dedicada a
outra atividade laboral (além da saúde). (N=34).
NÚMERO DE HORAS
1 a 5 h/semanais
6 a 10 h/semanais
11 a 15 h/semanais
16 a 20 h/semanais
21 a 30 h/semanais
30 ou mais h/semanais
Total
f
00
05
00
05
03
01
14
fr
00,0
35,7
00,0
35,7
21,4
7,2
100,0
A Tabela 5 mostra que 35,7% tinham carga horária extra de 6 a 10 h/s e de
16 a 20 h/s. Os outros 21,4% apresentavam carga horária extra de 21 a 30 h/s.
Estas cargas horárias somadas à carga horária preconizada pelo Ministério da
Saúde para a Estratégia de Saúde da Família (ESF), perfazem uma carga horária
excessiva e podem ser indicativos de Burnout.
Carlotto (2003) menciona em seu estudo que quanto maior a carga horária
e a experiência profissional, maiores são os níveis do burnout.
Tabela 6 - Tempo de atuação nesta atividade e carga horária total semanal
das atividades laborais (N=34)
VARIÁVEIS
TEMPO DE ATUAÇÃO
Meses
1 a 5 anos
6 a 10 anos
11 a 15 anos
Mais de 15 anos
Total
f
fr
06
11
09
02
06
34
17,6
32,4
26,5
5,9
17,6
100,0
C/H/S
20 h/semanais
30 h/semanais
40 h/semanais
50 h/semanais
60 h/semanais
70 h/semanais
Mais de 70 h/semanais
Total
00
00
20
05
05
03
01
34
00,0
00,0
58,8
14,7
14,7
8,9
2,9
100,0
79
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A Tabela 6 mostra em relação aos anos de trabalho que 32,4% dos
profissionais atuam de 1 a 5 anos na área de saúde e 26,5% atuam de 6 a 10
anos. E no que diz respeito à carga horária mostra que 58,8 % dos profissionais
que trabalham 40 h/semanais e outros 14,7% representando simultaneamente 50
e 60 h/semanais. Ainda se observam profissionais com carga-horária igual e superior
a 70 h/semanais.
Considerando-se que o somatório de horas semanais dedicadas ao trabalho
compreende no mínimo 40 horas, os profissionais de saúde que participaram do
estudo tinham uma carga quantitativa de trabalho exacerbada. Apesar de reconhecer
a realidade econômica do país, que exige maior número de horas dedicadas ao
trabalho já que a remuneração não é condizente nestas áreas, considera-se de
suma importância que os profissionais de saúde atentem para as sobrecargas
físicas e psicológicas.
Tabela 7 – Distribuição percentual da prática de atividades físicas ou
esportes e a freqüência destas. (N=34)
PRATICA ATIVIDADE FÍSICA
Sim
Não
Total
FREQUÊNCIA
Esporadicamente
1 x por semana
2 x por semana
3 x por semana
Total
f
fr
16
18
34
47,0
53,0
100,0
03
02
05
06
16
18,75
12,5
31,25
37,5
100,0
No que se refere à prática de atividades físicas ou esportes, a Tabela 7
mostra que houve predomínio de profissionais que não o praticam (53%), sobre
um total de 47% que praticam. Sendo que 31,25% destes praticam atividade
física duas vezes por semana. Isso vem apontar para um percentual em que a
atividade física está ausente podendo ser um dos fatores predisponente de Burnout.
Observa-se que a população estudada, na sua maioria, não pratica atividade
física, talvez pela falta de tempo disponível ou questões pessoais. No entanto,
como os profissionais de saúde têm o conhecimento dos benefícios que a atividade
física traz à saúde, talvez fosse relevante investigar quais as dificuldades
encontradas para a não realização desta prática tendo como ponto de sustentação
os altos índices de estresse.
80
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Alguns autores citam a atividade física como responsável pela redução de
tensões, de estresse e burnout. Talvez por meio dessa forma de gasto ou descarga
de tensões, o profissional de saúde que pratica atividade física consiga evitar ou
minimizar o estresse e manter a condição de saúde no trabalho, não desenvolvendo
a atitude de despersonalização apontada por alguns autores, como defesa ao
desgaste emocional e mantendo este último em níveis suportáveis.
Tabela 8 – Distribuição percentual da dedicação nos fins de semana à
família, vida social, lazer e sua freqüência semanal. (N=34)
FREQUÊNCIA DE DEDICAÇÃO
Nunca
Raras vezes
Algumas vezes
Muitas vezes
Quase Sempre
Sempre
Total
f
01
03
09
04
03
14
34
fr
2,9
8,9
26,4
11,7
8,9
41,2
100,0
A Tabela 8 mostra que a freqüência do lazer, do convívio familiar e social
nos finais de semana, predominou com a alternativa “sempre” (41,2%). Vários
autores comentam a importância desses fatores para a manutenção e prevenção
da saúde laboral, pois, com isso, o profissional revitaliza-se, amenizando as agruras
de seu trabalho.
Mendes (2002) mostra que há indícios de uma circularidade entre a
satisfação na vida do lar e a satisfação laboral. Também o lugar ocupado pela
dedicação à vida familiar e ao trabalho, na hierarquia de valores do indivíduo, parece
influenciar na predisposição a burnout. Comenta ainda que a população que não
se dedica às atividades físicas e de lazer, além do convívio familiar e social,
apresentam maior risco de desenvolverem estresse e burnout.
O estudo aponta para resultados positivos em relação a estas variáveis e
quer ressaltar que a relação de convívio familiar e lazer promove bem estar e
contrabalanceia com os aspectos predisponentes de Burnout.
81
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Tabela 9 – Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões
do MBI que aferem EE (N=34)
Nunca
Q1
Q2
Q3
Q6
Q8
Q13
Q14
Q16
Q20
Total
Cálculo
0
06
03
11
06
05
10
08
07
12
68
0
Uma
vez
ao
ano
1
01
02
03
02
03
07
05
08
04
35
35
Uma
vez
ao
mês
2
05
06
02
03
05
06
07
06
07
47
94
Algumas
Uma
Algumas
vezes ao vez por
vezes
mês
semana semana
3
11
07
10
07
09
01
06
08
06
65
195
4
04
04
02
03
05
07
02
01
03
31
124
5
03
08
04
03
05
01
03
03
00
30
150
Todos
os
dias
Não
respondeu
6
04
04
02
10
02
02
03
01
02
30
180
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
A Tabela 9 mostra que na 1ª linha em negrito aparece o valor pelo qual é
multiplicado o somatório das respostas e divide-se pelo total da população (N=34),
obtendo a média apresentada pela população. O resultado foi de M= 22,8 que de
acordo com a amostra americana e espanhola é classificada como média de
exaustão emocional (EE).
Alguns autores acreditam que síndrome de Burnout inicia-se por esta
dimensão e posteriormente causa a despersonalização como uma defesa para
amenizar a exaustão ou o esgotamento emocional, levando ao sentimento de
baixa realização pessoal no trabalho e ao baixo envolvimento pessoal.
Tabela 10 – Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões
do MBI que aferem DE (N=34)
Nunca
Q5
Q10
Q15
Q22
Total
Cálculo
0
14
16
29
14
73
0
Uma
vez
ao
ano
1
10
08
01
08
27
27
Uma
vez
ao
mês
2
06
02
01
02
11
22
Algumas
Uma
Algumas
vezes ao vez por
vezes
mês
semana semana
3
00
01
01
03
05
15
4
01
00
00
02
03
12
82
5
03
05
00
02
10
50
Todos
os
dias
Não
respondeu
6
00
02
02
03
07
42
00
00
00
00
00
00
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A Tabela 10 mostra que quanto à dimensão DE, os profissionais de saúde
avaliados através do MBI apresentam M= 4,94. Segundo a amostra americana,
esta dimensão é baixa e, de acordo com amostra espanhola, classifica-se como
média.
Mendes (2002) afirma que a despersonalização (DE) trata-se de uma
“coisificação” da relação, ou seja, o outro passa a ser visto como um objeto e não
um ser humano. O trabalho passa a ser desenvolvido com frieza, insensibilidade,
irritabilidade, chegando ao cinismo e atitudes negativas. Não há comprometimento
com os resultados, com aquilo que se faz, nem com as metas. A indiferença se
faz presente. A dissimulação, certo egotismo e redução de idealismo acompanham
esta conduta.
Não se pode afirmar a incidência da síndrome na população estudada,
pois a mesma apresenta grau baixo e médio. Talvez o fenômeno da síndrome
esteja em desenvolvimento, mas encontre-se em estágio inicial marcado pela
exaustão emocional.
Tabela 11 – Distribuição da ocorrência das pontuações obtidas nas questões
do MBI que aferem a dimensão EP (N=34)
Nunca
Q4
Q7
Q9
Q12
Q17
Q18
Q19
Q21
Total
Cálculo
0
00
01
00
01
01
00
01
01
05
0
Uma
vez
ao
ano
1
01
01
00
03
03
02
08
02
20
20
Uma
vez
ao
mês
2
01
07
00
02
03
02
01
01
17
34
Algumas
Uma
Algumas Todos
Não
vezes ao vez por
vezes
os
respondeu
mês
semana semana
dias
3
05
03
01
03
07
03
03
07
32
96
4
03
02
03
02
05
05
05
06
31
124
5
11
09
11
12
09
10
08
05
75
375
6
13
11
19
11
06
12
08
12
92
552
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
A Tabela 11 mostra que a média atingida de falta de envolvimento pessoal
(EP) é de M= 35,4 , o que corresponde à classificação média segundo as amostras
americana e espanhola.
Percebe-se que a população em estudo está em risco potencial de Burnout
e que sentimentos de inadequação e insatisfação estão presentes podendo ser
ampliados se não atendidos, ou minimizados se realizada a intervenção
necessária.
83
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
No estudo, observou-se a existência de dois casos, ou seja 5,88% da
amostra estudada apresentaram Burnout com EE e DE de classificação alta e EP
com classificação baixa.
Na dimensão Exaustão Emocional (EE), a média encontrada foi de 22,8%,
que corresponde à classificação média em relação às amostras americana e
espanhola. Na dimensão Despersonalização (DE), a média obtida foi de 4,94%,
que de acordo com a amostra americana se classifica em grau baixo, e segundo
a amostra espanhola, incide em grau médio. Na dimensão Envolvimento Pessoal
no trabalho (EP), a média 35,32% implica classificação de grau médio tanto para
a amostra americana quanto para a espanhola.
5 CONCLUSÃO
A Síndrome de Burnout acomete trabalhadores, visto que está diretamente
relacionada ao estresse laboral crônico, principalmente naqueles que desenvolvem
suas atividades junto a outras pessoas de forma assistencial. Profissionais como
os da área de saúde (médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, dentistas,
agentes comunitários de saúde, entre outros), da área da educação (professores,
pedagogos), são predispostos ao Burnout.
Como dito anteriormente, o Burnout se instala de maneira lenta e gradual,
levando o indivíduo a uma condição de desistência, sentimento de impotência e
esgotamento. Iniciando com o aumento da Exaustão Emocional (EE) e da
Despersonalização (DE) e a redução da falta de Envolvimento Pessoal no trabalho
(EP).
Os indicativos das três dimensões supracitadas corroboram para elevado
número de profissionais predispostos ao Burnout, encontrando-se em estágios
iniciais, apesar de a DE apresentar classificação baixa, segundo a amostra
americana.
Nos dois casos detectados pelo MBI, as variáveis (estado civil, presença
de filhos, escolaridade, carga horária extra e total e tempo dedicado à família)
coincidem.
Este estudo mostrou que a variável gênero feminino, como alguns autores
defendem ser fator predisponente ao Burnout devido às características intrínsecas
da mulher, não se confirmam, visto que os dois casos apontados são de sexos
diferentes. Nesse aspecto, vale ressaltar que não é apenas o sexo, assim como
outra variável tomada isoladamente, que determina o Burnout, mas sua comunhão
com outros fatores.
Já a variável estado civil casado, aqui assumida pelos dois casos detectados
de Burnout, remete-nos à literatura, quando esta menciona o fato de ser casado e
ter apoio conjugal e familiar como fator responsável por aliviar as tensões diárias
84
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
do trabalho e prevenir o aparecimento de Burnout. Esta afirmação neste estudo
não se observa, pois ambos são casados, mas é possível que essa variável possa
desencadear burnout.
Quanto à presença de filhos, o que se observou é que dentro da literatura
estudada se reportam mais precisamente a pais com filhos na fase de adolescência
como fator agravante ao Burnout, no entanto, os portadores da Síndrome neste
estudo apresentam filhos em idade escolar (ou seja, pré- adolescente).
Na variável escolaridade, os portadores da Síndrome de Burnout,
apresentaram-se no mesmo nível, com Pós-Graduação em andamento. Cabe
ressaltar que neste momento acadêmico as pressões são maiores e os
participantes do estudo estão realizando estes estudos paralelamente à jornada
de trabalho.
No que diz respeito à carga horária de ambos os portadores de Burnout, o
estudo mostram que estes apresentam carga horária igual ou superior a 70 h/
semanais. Sabe-se que de acordo com a literatura estudada, a carga horária
desenvolvida por estes profissionais é considerada exacerbada, implicando
sobrecarga física e psicológica.
No tocante ao lazer e ao tempo dedicado à família, ambos indicaram dedicar
apenas alguns finais de semana a estas atividades. Como referido no presente
estudo, a população que não se dedica ao lazer, convívio familiar e social, apresenta
maior risco de desenvolverem estresse e Burnout.
Mesmo não tendo coincidido em ambos os portadores da Síndrome, a
variável atividade física é por eles contrária, ou seja, um não pratica atividade
física, enquanto o outro pratica regularmente duas vezes por semana. Segundo
estudos sobre a influência desta variável em relação ao Burnout, a atividade física
é responsável pela redução de tensões, de estresse e Burnout.
Conclui-se que, ao abordar as variáveis associadas ao Burnout, alguns
resultados obtidos neta investigação corroboram com tendências constatadas na
literatura especializada, enquanto outros se opõem a estas.
Cabe ainda ressaltar que o estudo apontou para populações com maiores
predisposições ao Burnout, dentro do mesmo contexto de saúde. E demonstrou
que há grande interesse por parte dos profissionais de saúde sobre as questões
relacionadas ao cotidiano ocupacional.
Acredita-se que esses dados possam despertar o interesse dos gestores
de saúde e influenciar em medidas preventivas ao aparecimento de burnout. A
pesquisa junto a profissionais de saúde, cuidadores assistenciais, teve como
prioridade contribuir para a qualidade de vida dos mesmos tendo em vista a
importância do papel assumido por eles na sociedade.
85
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
THE SYNDROME OF BURNOUT IN STRATEGY FOR HEALTH
PROFESSIONALS OF THE FAMILY OF A HEALTH CENTER
OF TERESINA (PI)
ABSTRACT
The Burnout is a condition of mental suffering related to work and is associated
with physiological changes resulting from stress. Workers in the area of health are
often prone to burnout. This study addresses the Burnout Syndrome as a result of
chronic stress labour. The survey sought to identify the presence of Burnout through
dimensions emotional exhaustion (EE), depersonalization (DE) and personal
involvement in work (EP) on health care professionals who work in the Strategy for
Family Health, in a Health Centre of Teresina, Piaui, Brazil. We also tried linking
the dimensions of Burnout with the demographic variables, labour and behavioral.
This is an applied research, quantitative approach. Part of the search 34 health
professionals (80.95%). It was used the Maslach Burnout Inventory (MBI) to measure
Burnout associated with a questionnaire of socio-demographic profile. The sample
is characterized by a predominance of females, aged 40 to 49 years old, married
marital status (a) and professionals with children. In variables professionals, there
was a predominance of working hours weekly total of 40 hours / week (58.8%) and
day of work from 1 to 5 years (32.4%). As for personal variables, (53%) of
professionals not practise physical exercise, (41.2%) always devote attention to
the family on weekends. The results showed two cases of Burnout, where the
dimensions of EE and classify themselves as high and as low EP. Still showed
overall grade average for EE, DE and EP for samples American and Spanish,
representing the initial phase of Burnout.
Key Words: Burnout Syndrome. Stress Labour. Health Professionals. Maslach
Burnout Inventory.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Programa e Projetos. Saúde da Família. Brasília
(DF): Ministério da Saúde, 1998.
BRASIL, Ministério da Saúde. Programa de Saúde da Família. Brasília (DF):
Ministério da Saúde, 1994.
CABRAL, Ana Paula T. et al. Estresse e as doenças Psicossomáticas. Revista
de Psicofisiologia. São Paulo, v. 1, n. 1 e 2, 1997.
86
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CARLOTTO, M. S; GOBBI, M. D. Síndrome de Burnout: um problema do indivíduo
ou do seu contexto de trabalho? [monografia na Internet]. Canoas: ULBRA; 2003.
[citado 17 maio 2003]. Disponível em: http://www.ulbra.br/psicologia/margob1.htm.
Acesso em: 25 mai. 2007.
CARLOTTO, Mary Sandra; CAMARA, Sheila Gonçalves. Factorial analysis of the
Maslach Burnout Inventory (MBI) in a sample of teachers from private schools.
Psicol. estud., Maringá, v. 9, n. 3, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722004000300018&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 25 maio 2007.
CODO, W.; VASQUES-MENEZES, I. O que é Burnout. In: codo, W. Educação:
carinho e trabalho. Petrópolis (RJ): Vozes, 1999.
DEJOURS C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. 5.
ed. São Paulo: Cortez - Oboré, 1994.
FARBER, B. A. Crisis in education. Stress and burnout in the american teacher.
São Francico: Jossey-Bass Inc., 1991.
FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e trabalho: guia básico com
abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas, 1997.
GALLEGO A., E.; RIOS, F. L. El síndrome de “Burnout” o el desgaste profesional.
Revisión de Estudios - Revista Assoc. Esp. Neuropsiquiatria, São Paulo,1991.
GUIMARÃES, L; A. M; CARDOSO, W. L. C. D. Atualizações sobre a síndrome
de Burnout, 2003. Disponível em: http://www.debas.faenquil.br/~wilcar/BURNOUTeditado.doc. Acesso em: 22 mai. 2007.
LAUTERT, L. O desgaste profissional: uma revisão da literatura e implicações
para a enfermeira. Rev. Gaúcha Enfermagem, São Paulo,1997.
MENDES, F. M. P. Incidência de Burnout em Professores Universitários.
Florianópolis: SC, 2002. 35 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2002.
PHILLIPS, J. R. Faculty burnout. American Journal of Nursing, 1986.
87
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, M; MARCHI, R. Saúde e qualidade de vida no trabalho. São Paulo:
Best Seller,1997.
VIEIRA, Isabela et al . Burnout in psychiatric practice: a case report. Rev. psiquiatr.
Rio Gd. Sul.,Porto Alegre, v. 28, n. 3, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082006000300015&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 27 May 2007. Pré-publicação. Acesso em: 27 mai. 2007.
88
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ADESÃO AO TRATAMENTO DIABETES
MELLITUS TIPO II
Luciana C. Nascimento
Naldiana C. Silva
RESUMO
O Diabetes Mellitus na atualidade atinge proporções epidêmicas, demandando
um alto custo tanto econômico quanto social, e seu índice no Brasil triplicou nas
últimas décadas. Em decorrência desses números alarmantes, a pesquisa
investigou o papel do enfermeiro na adesão ao tratamento de Diabetes Mellitus
Tipo II em um Centro de Saúde de Teresina que presta atenção básica a portadores.
Este estudo teve por objetivo descrever como o paciente diabético e seu principal
cuidador percebem as dificuldades para o controle do diabetes, as estratégias
utilizadas para a adesão ao tratamento e ainda ressaltar o papel do Enfermeiro no
cenário preventivo. Os dados foram coletados por meio de entrevista audiogravada
e questionário de perfil sócio-demográfico e submetidos à análise temática de
conteúdo, no Centro de Saúde de Teresina-PI, de agosto a outubro de 2007. As
categorias que emergiram da análise foram: Processo educativo realizado pelo
enfermeiro, Relacionamento Terapêutico enfermeiro-cliente e Atuação do enfermeiro
como fator de interação social. Essas categorias reportam-se às influências
interpessoais entre enfermeiro e paciente, que estão alicerçadas em um conjunto
de crenças e valores que interferem na motivação e na capacidade de os pacientes
enfrentarem a sua doença. Com base nos resultados, recomenda-se conhecer os
padrões de resposta do paciente e do enfermeiro, em relação aos seus sentimentos,
conflitos e necessidades, estabelecendo um vinculo efetivo que proporcione
condições para, em conjunto, traçarem-se estratégias direcionadas a alcançar o
controle metabólico.
Palavras chaves: Diabetes Mellitus. Relacionamento Terapêutico. Profissionais
de Saúde. Tratamento. Interação Social.
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes mellitus tipo II é uma síndrome heterogênea que resulta de
defeitos na secreção e na ação da insulina, sendo que a patogênese de ambos os
mecanismos está relacionada a fatores genéticos e ambientais. Sua incidência e
prevalência vêm aumentando em várias populações, tornando-se uma das doenças
mais prevalentes no mundo.
89
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O interesse por essa temática vem do acompanhamento de portadores de
Diabetes Mellitus tipo II resistentes à adesão do tratamento que encontram número
de complicações diabéticas que podem de alguma forma trazer risco de vida.
O objetivo do estudo foi mostrar as dificuldades na assistência ao portador
de Diabetes Mellitus tipo II e as estratégias utilizadas para a adesão ao tratamento
e ainda ressaltar o papel do Enfermeiro no cenário preventivo.
O Diabetes Mellitus Tipo II acomete grande parte da população brasileira
e os Programas Nacionais de Saúde têm investido em ações preventivas dessa
patologia, por isso o profissional Enfermeiro tem buscado adequar-se às novas
concepções de saúde utilizando técnicas preventivas no seu ambiente de trabalho.
A adesão de portadores de Diabetes Mellitus tipo II ao tratamento é
considerada como desafio para a maioria dos profissionais de saúde, uma vez
que os portadores não se sentem doentes e listam uma série de dificuldades para
a não adesão como a dieta rigorosa, a atividade física, o uso contínuo de
medicações e alguns efeitos adversos que as mesmas apresentam, entre outros.
2 EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES MELLITUS NO MUNDO, NO BRASIL E NO
PIAUÍ
King et al. (1998 APUD SARTORELLI, FRANCO 2007) expõem que nas
Américas o número de indivíduos com diabetes foi estimado em 35 milhões para
o ano 2000 e projetado para 64 milhões em 2025 e que nos países desenvolvidos
há mais de 230 milhões de casos no mundo inteiro, quase 6% da população
adulta e uma estimativa de que, em 2025, esse número chegue a casa dos 350
milhões.
Segundo Mathias e Jorge (2004), no Brasil, foi conduzido um censo entre
1986 e 1988 em nove capitais em uma amostra da população adulta entre 30 e 69
anos de idade. A média geral da prevalência do DM para essas áreas foi de 7,6%,
variando de 2,7% para a população de 30 a 39 anos, até 17,4% para a população
de 60 a 69 anos, sendo de se notar que 46% dos entrevistados não sabiam que
eram diabéticos.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) mostra o número de Diabéticos de
acordo com o Programa Nacional de Diabetes e Hipertensão (HiperDia). No Brasil
no período de janeiro a novembro de 2007 é de 27.384, no Piauí é de 394 casos,
enquanto na cidade de Teresina, no mesmo período, já existiam 80 casos
registrados.
90
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
3 ASPECTOS GERAIS DO DIABETES MELLITUS
Para Foss (1989), o Diabetes Mellitus é uma síndrome clínica heterogênea
que se caracteriza por anormalidades endócrino-metabólicas que alteram a
homeostase metabólica no homem.
De acordo com Silverthorn (2003), o Diabetes Mellitus é caracterizado por
concentrações plasmáticas de glicose anormalmente elevadas, causadas por
secreção de insulina inadequada, células-alvo com reações anormais, ou ambas
as situações.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), o diabetes é um
grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos especialmente olhos,
rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de
secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos,
por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina),
resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros.
Para Peres (2006), a insulina é um hormônio anabólico, sintetizado pelas
células beta nas ilhotas de Langerhans do pâncreas, sua principal função é regular
o metabolismo da glicose por todos os tecidos do corpo, com exceção do cérebro.
Seu efeito é hipoglicemiante, visto que reduz a glicemia sangüínea.
Por este motivo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) diz que o Diabetes
Mellitus é uma doença que exige toda uma vida de comportamentos especiais
mantida o mais próximo possível da normalidade.
Segundo a Associação Nacional de Assistência ao Diabético - ANAD
(2007), o Diabetes é um dos mais graves problemas de saúde pública, pois, ao se
reconhecer que a principal causa de mortalidade no mundo são as doenças
cardiovasculares, o Diabetes contribui com 40% , pode-se considerar que como
doença crônica isoladamente, é a maior causa de morbi-mortalidade em todo o
mundo.
Para Santos (2007) existem dois tipos de Diabetes mellitus, o tipo I (insulinodependente) que é uma doença auto-imune onde as células do sistema imunológico
agridem as células produtoras de insulina destruindo-as, resultando na diminuição
ou cessação da produção de insulina e o tipo II, (não insulino-dependente), que
atinge entre 80% e 90% dos diabéticos, ocorre na grande maioria dos casos entre
os adultos.
Para Czepielewski (2001), os sintomas do Diabetes Mellitus são
decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se
desenvolvem em longo prazo. Dentre os sintomas do aumento da glicemia têm-se
polidpsia, poliúria, polifagia, fadiga, fraqueza, tonturas, visão borrada, perda de
peso.
91
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Em relação ao diagnóstico laboratorial do Diabetes Mellitus, o ABC da
Saúde e Prevenção (2001) mostra que é estabelecido pela medida da glicemia no
soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas.
Para Barros et. al (2002), o intervalo de referência para a glicemia de
jejum, em adultos, é de 70 à 110 mg/dL.
Smeltzer e Bare (2005) elegem cinco componentes do tratamento de
Diabetes mellitus tipo II (Tratamento nutricional, exercício, monitoração, terapia
farmacológica e educação).
De acordo com Silva Filho (2004), o Diabetes Mellitus, sobretudo do tipo II
(DM2), é um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares (DCV) e
o risco de morte por DCV em diabéticos é duas vezes maior que o observado na
população não-diabética.
Para Paiva, Bertusa e Escander (2006), o controle metabólico rigoroso
associado a medidas preventivas e curativas relativamente simples são capazes
de prevenir ou retardar o aparecimento das complicações crônicas do Diabetes
Mellitus, resultando em melhor qualidade de vida ao indivíduo diabético.
Conforme Ministério da Saúde (BRASIL, 2002), ter uma vida saudável inclui
também o trabalho da mente, o lidar com o estresse, através de uma postura de
ser e estar no mundo com o objetivo de viver bem, construindo amigos e estando
em favor de uma saúde que se faz e se aprimora a cada dia.
4 O DIABETES E A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Coerente com os princípios do SUS, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005)
de acordo com a portaria 3.925 de 13 de novembro de 1998, define Atenção Básica
como um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro
nível de atenção nos sistemas de saúde, voltadas para a promoção de saúde,
prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação.
A Estratégia de Saúde da Família, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL,
2001), caracteriza-se por um modelo centrado no usuário, e um dos objetivos da
ESF é facilitar à população de baixa renda um atendimento com acompanhamento
contínuo prestando, diretamente à população alvo, ações de promoção, prevenção
e recuperação da saúde com atividades preventivas dando assistência a grupos
de gestantes, diabéticos, hipertensos, adultos, adolescentes, crianças e idosos.
A Lei Estadual n° 10.782, de 9 de Março de 2001 apresenta um Projeto de
lei n° 898/98, do deputado Roberto Gouveia – PT que define diretrizes para uma
política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes,
no âmbito do Sistema único de Saúde.
As atribuições do profissional Enfermeiro frente ao trabalho com o Diabetes
mellitus de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) incluem estratégias
92
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
como: desenvolver atividades educativas com os pacientes diabéticos; realizar
consulta de enfermagem com pessoas com maior risco para diabetes tipo II e
encaminhar ao médico da unidade para rastreamento com glicemia de jejum;
abordar fatores de risco, estratificando risco cardiovascular; orientar mudanças no
estilo de vida e tratamento não medicamentoso; verificar adesão e possíveis
intercorrências ao tratamento; estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam
favorecer a adesão (grupos de pacientes diabéticos) e realizar o exame dos
membros inferiores para identificação do pé em risco.
O sistema informatizado HiperDia, Segundo Morales (2006), foi desenvolvido
com o intuito de permitir o cadastro e o acompanhamento dos pacientes hipertensos
e diabéticos.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), educação em
Diabetes é importante porque permite que os pacientes se sintam melhor, propicia
um melhor controle metabólico, favorece o decréscimo dos custos com o tratamento
e protege contra a prática profissional inadequada.
5 RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO ENFERMEIRO-PACIENTE
Segundo Kantorski et al (2005), trata-se de uma tecnologia de cuidado
que possui um rol de saberes e práticas destinadas ao entendimento do ser humano
em sua totalidade, de suas limitações, possibilidades, necessidades imediatas e
potencialidades.
Quanto ao conceito de motivação, Sprinthall (2001 APUD APÓSTOLO et
al 2007) definem como um conjunto de forças percebidas que levam a pessoa a
agir, influenciada pelas suas experiências e outros fatores externos.
Para Dell’acqua (1998), somente medidas de orientação não bastam para
que os sujeitos mudem seu comportamento.
Pupulim e Sawada (2002) mencionam que é impossível imaginar o
desenvolvimento das atividades de enfermagem sem uma comunicação eficiente,
seja ela verbal ou não-verbal. A prestação da assistência de enfermagem vem
exigindo, cada vez mais, que o enfermeiro desenvolva e aprimore esta habilidade
com o intuito de promover uma relação de confiança, almejando facilitar a interação
terapêutica.
Dell’Acqua, Araújo e Silva (1998) comentam que o ato de tocar é sempre
apontado como um tipo especial de proximidade, pois quando uma pessoa toca a
outra, a experiência inevitavelmente é recíproca. Toca-se para passar “algo”, mas
também para sentir “algo”, desde a temperatura, forma, emoção, entre outros
aspectos.
Dell’Acqua, Araújo e Silva (1998) apontam que é recomendado aos
enfermeiros que façam maior uso da possibilidade de tocar os pacientes/clientes,
93
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
pois a estes profissionais já foi concedido este privilégio, pelas próprias
características da profissão.
Diniz e Rufino (1996) relatam que o enfermeiro pode descobrir a empatia
como seu instrumento mais valioso ao comunicar-se com seus pacientes. Pode
alcançá-la concentrando-se em si mesmo e estudando suas próprias experiências.
6 RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO COMO FATOR DE INTERAÇÃO SOCIAL
Para Portero et al (2005) um programa de educação em Diabetes Mellitus
precisa oferecer orientação mediante ações associadas a estratégias de apoio
emocional, oportunidades para interação social, valorização pessoal, resgate do
prazer sensorial da alimentação, manejo do estresse e estímulo para a reconquista
do apoio familiar.
Spadini (2007) aponta que a socialização é um processo que está presente
nos grupos, podendo acontecer como objetivo central da atividade ou como uma
meta a ser desenvolvida por pessoas que necessitam de ajuda para se reinserirem
na comunidade.
De acordo com Brandão, Peixoto e Ferraz (2007), a teoria de enfermagem
de Imogene King postula que existem três sistemas de interação: o pessoal, o
interpessoal, e o social.
Diniz e Rufino (1996) mencionam que o enfermeiro empático revela seu
comportamento na interação: vê-se na sensibilidade com que escuta o paciente,
na forma de ajudá-lo a concentrar-se em sua experiência e a suportá-la e na
maneira com que o ajuda a pôr em perspectiva essa experiência em uma nova
síntese, enfim, na forma como participa e compartilha com o mesmo.
7 METODOLOGIA
O estudo foi caracterizado no tipo denominado descritivo-exploratório, com
uma abordagem qualitativa. A pesquisa desenvolveu-se no período de agosto a
outubro de 2007 em um Centro de Saúde de Teresina que presta assistência
básica aos portadores de Diabetes Mellitus Tipo II, incluídos na Estratégia de
Saúde da Família. Os participantes da pesquisa foram quinze adultos portadores
de Diabetes Mellitus Tipo II de 30 a 80 anos e um profissional Enfermeiro que
desenvolve suas atividades em um Centro de Saúde de Teresina (PI).
Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada e o questionário de perfil sócio-demográfico com gravação de áudio e
transcrição na íntegra até atingir o ponto de saturação. Os dados foram discutidos
e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo e categorizados. Os
94
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
resultados foram analisados utilizando a interpretação de categorias tendo como
fundamento os elementos conceituais contidos no referencial teórico presentes
no estudo. Ressalta-se que os participantes assinaram Termos de Consentimento
Livre e Esclarecido e de Veiculação de Imagens.
8 ANÁLISE E DISCUSSÃO
Dentro do estudo realizado pode-se observar o surgimento de três categorias
que foram: Processo educativo realizado pela enfermeira que engloba reeducação
alimentar, atividade física, tratamento medicamentoso e cuidados com o pé
diabético; Relacionamento Terapêutico enfermeiro-cliente e Atuação da enfermeira
como motivação no processo de interação social.
Na categoria Processo educativo realizado pela enfermeira, a reeducação
alimentar foi apontada pelos participantes como:
Sofri muito, a dieta para mim foi o mais difícil
A enfermeira nos incentiva a fazer a dieta para Diabetes
A enfermeira explica bem direitinho sobre a dieta e a gente entende
Quanto à eficácia do tratamento de Diabetes Mellitus tipo II, a reeducação
alimentar se insere como estratégia, tal como é apontado por Smeltzer e Bare
(2005) que elegem cinco componentes do tratamento do Diabetes Mellitus tipo II,
entre eles o tratamento nutricional, exercício, monitoração, terapia farmacológica
e educação.
A atividade física foi vista por eles como:
Ela incentiva a gente a fazer ginástica, caminhada e dança com o professor de
educação física
Antes de fazer caminhada eu só vivia internada, agora eu quase não me
interno e ainda consigo fazer as atividades de casa sem doer meu corpo
Mancini (2002) aponta os benefícios da mesma para a saúde biológica
como o controle de peso corporal, melhora da tolerância à glicose, densidade
mineral óssea, perfil de colesterol e redução da pressão arterial.
Enquanto que Recine e Radelli (2003) remetem que o exercício físico
contribui com 8 a 20% do gasto diário total de energia modulando e regulando os
mecanismos cerebrais que controlam a ingestão de alimentos.
95
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
De acordo co o Ministério da Saúde (BRASIL, 2002) a prática de atividade
física reduz a incidência de doenças cardiovasculares importantes e a falta de
atividades físicas associada a dietas inadequadas, ao tabagismo, ao álcool e a
outras drogas é determinante na ocorrência e progressão das doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), em especial diabetes e hipertensão.
Analisaram-se as falas dos participantes da pesquisa e percebeu-se que
todos são usuários de medicações para o tratamento de Diabetes. Alguns relatam
ter tido reações adversas a algumas drogas, outros enfocam que a fase de
adaptação às drogas hipoglicemiantes e/ou insulina é muito complicada, outros
ainda mencionam que o Centro de Saúde em estudo e a Estratégia de Saúde da
Família (ESF) facilitaram a entrega de medicações e o atendimento individual.
Essas percepções podem ser vistas através das seguintes falas:
Antes era uma dificuldade receber os remédios, até acabavam, mas hoje com
o saúde da família ficou mais fácil
A Enfermeira explica muito pra gente sobre os remédios
No começo sentia uma gastura com o remédio e a insulina me deixava fraca, ai
a enfermeira e o doutor me consultaram e eu fiquei melhor
Smeltzer e Bare (2005) afirmam que a terapia farmacológica constitui-se
de insulina para Diabetes tipo I e hipoglicemiante oral e/ou insulina para Diabetes
Mellitus tipo II.
Como base nos estudos de Assunção, Santos e Costa (2002), os ensaios
clínicos com as sulfoniluréias foram instituídos em pacientes diabéticos tipo 2 no
início da década de 50. E os fármacos biguanida e metformina foram extensivamente
utilizados na Europa sem efeitos adversos significativos e tem sido utilizada nos
Estados Unidos desde 1995.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) caracteriza-se por um
modelo centrado no usuário e um dos objetivos da ESF é facilitar à população de
baixa renda um atendimento com acompanhamento contínuo.
A seguir, nas falas dos participantes da pesquisa, observa-se o envolvimento
e a preocupação da enfermeira com os pacientes objetivando evitar complicações
diabéticas, especificamente o pé diabético.
Ela cuida muito da gente e se preocupa como tá os nossos pés
Ela diz que a gente precisa cortar a unha e calçar sandália confortável
Se eu tivesse cuidado no início, eu não teria amputado a minha perna
96
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Não tenho o que dizer da enfermeira, ela para mim é uma pessoa ótima.
Quando os meus pés estão muito rachados, ela vai lá em casa com os aparelhos
e limpa bem direitinho
Como dito anteriormente o enfermeiro passa por um processo de
reestruturação de suas competências e, para que atinja seus objetivos dentro da
Estratégia de Saúde da Família, a cada dia, está realizando cursos e
aperfeiçoamentos para poder cuidar em saúde nos moldes da atenção básica.
A reeducação alimentar, o tratamento continuado em parceria com o
tratamento medicamentoso, a realização de atividade física e os cuidados com o
pé diabético somam-se para um processo educativo eficaz na redução dos índices
de complicações diabéticas. A atuação do enfermeiro no enfrentamento de possíveis
complicações voltando-se para a educação em saúde se mostrou peça fundamental
para que tais complicações sejam uma ameaça cada vez mais distante na
comunidade estudada.
A categoria relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente pode-se coletar
as seguintes afirmativas:
Ah! Ela é aberta, amiga, incansável, não se aborrece não demonstra problemas
Ela é muito legal, delicada, tem um coração humilde e explica tudo o que a gente
precisa saber
A enfermeira é muito bacana, ela pega no braço da gente e traz aqui no posto,
ela cuida da gente
A gente dá muito trabalho pra ela, mas ela não desanima nunca, só anda
sorrindo. É muito animada
Ela conversa com a gente como se fosse uma pessoa da família. Nunca vi uma
mulher como essa daí, bacana
Quando descobri a doença não quis aceitar o tratamento e tive depressão,
mas com a ajuda da enfermeira e do médico acabei entendendo que o
tratamento é pra vida toda. Ela me deu muito apoio
Ela é uma doutora muito boa, amiga da gente, paciente e delicada
O relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente ocorre de diversas
formas: através da motivação; de uma comunicação eficiente, ou seja, de um
diálogo franco e aberto; de demonstrações de carinho pelo ato de tocar o paciente;
97
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
pela disponibilidade em atender e explicar suas dúvidas e questionamentos; pelo
simples sorriso, entre outras.
Apóstolo et al (2007) em seus estudos verificarem que existem fatores
externos e internos que motivam os pacientes a aderir ao seu tratamento. Para
alguns, essa motivação vem de dentro e apresentam o desejo de realizar seu
tratamento sem grandes esforços. Já outros necessitam de uma ajuda quer seja
dos amigos e familiares, quer dos profissionais de saúde, entre eles o enfermeiro.
Os estudos de Dell’Acqua (1998) pontuam que não basta orientar, mas
sim realizar um trabalho de educação contínua para que o portador de Diabetes
Mellitus tenha uma assistência adequada.
Nas afirmações dos pacientes, muitos comentaram o fato de a enfermeira
tocar sua pele. Essa atitude faz parte da comunicação não-verbal e o enfermeiro
deve fazer uso dessas atitudes como meio de aproximação dos seus pacientes.
Além da promoção da confiança como fator de interação terapêutica, o
enfermeiro dispõe do toque como instrumento de aproximação de seu paciente.
Por isso Dell’Acqua (1998) diz que o ato de tocar é sempre apontado como um
tipo especial de proximidade, e toda a pessoa que toca transmite algo, mas também
recebe alguma coisa em troca.
Para a categoria atuação da enfermeira como motivação no processo de
interação social, verificaram-se os seguintes relatos:
Os passeios e as viagens faz as pessoas se divertirem. As pessoas se
encontram e ficam amigas
Nos passeios ela se preocupa com a gente, leva insulina e medicamentos. E a
gente pode brincar à vontade
Eu gosto demais dos passeios, lá a gente se diverte, encontra os amigos e ela
sempre do nosso lado. Ela se iguala com a gente
Ela faz reunião com a gente, passa filme, explica tudo do Diabetes
Nos passeios a gente passa o dia alegre, faz amizade, é muito bom
A Interação Social foi percebida através dos relatos quando eles contam
entusiasmadamente sobre as viagens para Luis Correia, os passeios para o
Roncador, as festas de final de ano e todas as datas comemorativas de que
participam. Nestas oportunidades expressam que antes de fazer acompanhamento
no Centro de Saúde em estudo e de conhecer a enfermeira, tinham uma vida
triste, sem motivos para desfrutá-la e depois que essa realidade mudou o rol de
amizades aumetou significativamente.
98
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
As características pessoais da enfermeira coincidem com os pensamentos
de Diniz e Rufino (1996), que relatam que o enfermeiro pode descobrir que a
empatia é seu instrumento mais valioso ao comunicar-se com seus pacientes.
No grupo estudado pode-se perceber que o diagnóstico do Diabetes Mellitus
tipo II a priori se mostrou como sentença de isolamento e de mudança radical nos
hábitos de vida, levando aos entrevistados uma sensação de solidão, de medo e
de dependência. O enfermeiro neste momento se mostrou preparado para buscar
estratégias para inserir o portador de Diabetes Mellitus tipo II em um ritmo de vida
ativo, produtivo e sem dúvida mais feliz. Tudo isso se deu pela união do saber
científico com a sensibilidade de utilização de métodos alternativos como técnicas
de lazer, esporte e cultura para o enfrentamento do preconceito acerca da patologia,
levando-os à adesão ao tratamento, e tendo como resultado a elevação da
qualidade de vida.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em pacientes com Diabetes Mellitus Tipo II estabelecida, a terapia
conservadora é a melhor opção. A estratégia de tratamento leva em consideração
a patogênese multifatorial da doença e visa a uma influência positiva em todos os
fatores de risco modificáveis (Figura 1). Essa visão multifatorial faz parte do trabalho
realizado no Centro de Saúde em estudo. As concepções relacionadas ao processo
de adoecimento refletem nas estratégias utilizadas pela enfermeira, que trabalha
corpo e mente de seus pacientes.
A Figura 1 representa todas as estratégias utilizadas pela enfermeira para
a adesão ao tratamento do Diabetes Mellitus Tipo II. Expõe seu caráter pró-ativo;
o dinamismo com o qual realiza suas atividades; a forma organizada de coordenar
as ações em conjunto com as outras equipes do Centro de Saúde em um trabalho
multiprofissional e a visão holística de seu paciente, garantindo assim que seu
acompanhamento seja integral.
99
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Figura 1- Opções Terapêuticas do Enfermeiro para a adesão
ao tto do Diabetes Mellitus Tipo II
A Figura 1 resume em sua essência as características do trabalho da
profissional de saúde de que a pesquisa trata. Aponta para um direcionamento de
tarefas e estratégias que podem ser utilizadas em outras unidades de saúde onde
os números de internações hospitalares por complicações diabéticas revelem o
insucesso de tentativas para a adesão ao tratamento do portador de Diabetes
Mellitus tipo II.
Nessa oportunidade buscam-se estratégias inovadoras no intuito de
contribuir de forma eficaz para a diminuição das complicações diabéticas, bem
como os números de internações hospitalares e óbitos.
Em decorrência de números alarmantes de complicações diabéticas e
óbitos, a pesquisa se insere como subsídio para futuros estudos, e parte do
pressuposto de que a contribuição do profissional enfermeiro através da
disponibilidade como meio de fortalecimento do relacionamento terapêutico
enfermeiro-paciente é fundamental na adesão ao tratamento de Diabetes Mellitus
tipo II.
Essa disponibilidade por parte da enfermeira a seus pacientes, demonstrada
no estudo, é um dos motivos que comprovam a eficácia da confiança, enquanto
que para o paciente é satisfatório ser atendido prontamente a qualquer hora.
Fortalecendo laços afetivos, facilitando o diálogo terapêutico e o estabelecimento
100
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
de um programa de tratamento pautado nos fatores que interferem para a não
adesão ao tratamento, permitindo assim que as estratégias a serem utilizadas
tenham êxito, bem como, e possibilitam ao portador de Diabetes Mellitus Tipo II
um aumento da qualidade de vida.
ROLE OF NURSES IN ACCESSION TO THE PROCESSING TYPE II
DIABETES MELLITUS
ABSTRACT
The Diabetes Mellitus currently reaches epidemic proportions, demanding a high
cost on both economic and social your index in Brazil tripled in the last decades.
As a result of these numbers alarming the research investigated the role of the
nurse in the accession to the treatment of Type II Diabetes Mellitus in a Health
Centre of Teresina providing basic care to carriers. This study aimed to describe
how the diabetic patient and their primary caregivers understand the difficulties for
the control of diabetes, the strategies used for compliance with treatment and also
highlight the role of the nurse in the preventive setting. The data were collected
through interviews and questionnaires audiogravado of socio-demographic profile
and submitted to the examination of thematic content, in the Health Centre of
Teresina-PI, August to October 2007. The categories that emerged from the analysis
were: educational process conducted by nurses, nurse-client relationship
Therapeutic and Practice of the nurse as a factor of social interaction. Those
categories relate to the influences interpersonal between nurse and patient, which
are based on a set of beliefs and values that interfere with motivation and the
ability of the patients cope with their disease. Based on the results, recommend
themselves know the patterns of response of the patient and the nurse, in relation
to their feelings, conflicts and needs, establishing a link which provides conditions
for effective together traçarem up strategies to achieve the targeted control Metabolic.
KEYWORDS: Diabetes Mellitus. Therapeutic Relationship. Health professionals.
Treatment. Social Interaction.
REFERÊNCIAS
APOSTOLO, J. L. A. et al . Incerteza na doença e motivação para o tratamento
em diabéticos tipo 2. Rev. L atino -Am. Enfermag em , Ribei rão
P r e t o , v . 1 5 , n . 4 , 2 0 0 7 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r /
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692007000400009&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 13 Nov 2007.
101
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ASSUNCAO, M. C. F.; SANTOS, Iná da Silva dos; COSTA, Juvenal Soares Dias
da. Clinical management of diabetic patients: process evaluation in Pelotas,
Southern Brazi l. Cad. Saúde Públi ca, Rio de Janeiro, v . 18 , n . 1, 2 0 0 2. D i sp o n í v el e m : < ht t p : / / w w w. sc i e l o . b r /
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000100021&lng=es&nrm=iso>.
Acesso em: 15 Nov 2007.
BARROS, A. L. B. L. de. et al. Anamnese e Exame Físico: avaliação diagnóstica
de enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema
Nacional de Vigilância em Saúde: relatório de situação: Piauí / Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretária de Políticas de Saúde. Projeto de
Promoção da Saúde. A construção de vidas mais saudáveis – Reimpressão.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BRASIL, Programa de Saúde da Família / Ministério da Saúde. Manual de
Enfermagem. São Paulo: Ministério da Saúde, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica, n. 16. Diabetes Mellitus.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Lei Estadual n° 10.782, de 9 de Março de 2001. Define diretrizes para
uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de
diabetes. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 09
mar. 2001.
BRANDÃO, M. A. G.; PEIXOTO, M. A. P. , FERRAZ, V. M. A proposição do conceito
de comunidade virtual de enfermagem – um estudo de revisão. Online Brazilian
Journal of Nursing, v. 6, n. 2, 2007. Disponívelem:<Http://www.uff.br/objnursing/
index.php/nursing/rt/prnterFriendly/j.1676_4285.2007.880//205>. Acesso em: 11
Nov 2007.
CZEPIELEWSKI, Dr. M. A. Diabetes Mellitus. ABC da Saúde e Prevenção.
Copyright, 2001. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?127.
Acesso em 28 out 2007.
102
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
DELL’ACQUA, M. C. Q. et al. Comunicação da equipe multiprofissional e indivíduos
portadores
de
hipertensão
arterial.
Rev.
Latino-Am.
Enfermagem, RibeirãoPreto, v.5, n.3, 1997. Disponívelem:<http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11691997000300007&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 13 Nov 2007.
DELL’ACQUA, M. C. Q.; ARAUJO, V. A.; SILVA, M. J. P. Toque: qual o uso atual
pel o enf erm eiro?. Rev. Latino-Am.Enfermag em, RibeirãoPret o, v . 6 , n . 2 , 1 9 9 8 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r /
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411691998000200004&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 14 Nov 2007.
Diabetes Mellitus. Novocare Novo Nordisk / ANAD, 2007. Disponível em: http://
www.anad.org.br/html/dia_que_ediabetes.htm. Acesso em 07 dez 2007.
DINIZ, S. A.; RUFFINO, M. C. Influence of nurse’s belief on the communication
wit h the alcoholi c. Rev. L atino -Am. Enfermag em, Ribei rão
P r e t o , v . 4 , n . s p e , 1 9 9 6 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r /
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11691996000700003&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 16 Nov 2007.
FOSS, M. C. Diabetes mellitus: conceito, diagnóstico e classificação.
BVSMedicina.RibeirãoPreto:1989.Disponívelem:http://bases.bireme.br/cgibin/
w x i s l i n d . e x e / i a h / o n l i n e / ? I s i s S c r i p t = i a h /
iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=74159&indexSearch=ID#bottom.
Acesso em: 29 out 2007.
KANTORSKI, L. P.; et al. Relacionamento terapêutico e ensino de enfermagem
psiquiátrica e saúde mental: tendências no Estado de São Paulo. Revista da
Escola de Enfermagem, v.39, p.317-324,2005.Disponívelem: http://www.ee.usp.br/
reeusp / index.php?p=html&id=24 Acesso em:2 nov 2007.
MATHIAS, T. A. F.; JORGE, M. H. P. M. Diabetes mellitus in the elderly population
in an urban area of Southern Brazil: a mortality and hospital morbidity study. Arq
Bras Endocrinol Metab , São Paulo, v. 48, n. 4, 2004. Disponívelem:<http://
w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S 0 0 0 4 27302004000400011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 Nov 2007.
103
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MANCINI. Dr: M. A declaração de Brasília, o início de uma Estratégia de Prevenção
e Tratamento da Obesidade no Brasil? Revista ABESO, 5. ed., 2002.
MORALES, P. H. de A. Formação de Capacitadores em Diabetes na Rede
SUS: Disseminando conhecimento e habilidade para mobilizar recursos no sentido
de qualificar a atenção integral ao Diabetes em municípios brasileiros de médio
porte e poucos recursos - um modelo para equipes multi-profissionais. Treinamento
FENAD Diabetes. Brasília: Julho, 2006. CD-ROM
PAIVA, D. C. P.; BERSUSA, A. A. S.; ESCUDER, M. M. L. Avaliação da assistência
ao paciente com diabetes e/ou hipertensão pelo Programa Saúde da Família do
Município de Francisco Morato, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 22, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006000200015&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 29 Out 2007.
PERES, R. Insulin a: entendendo a importância desse hormônio.
Disponí v elem :ht tp:/ /www.f isicul turi sm o. com . br/
artigo.php?id=217&titulo=Insulina:+entendendo+a+import%C3%A2ncia+desse+horm%C3%B4nio.html.
Acesso em: 28 out 2007.
PORTERO, K. C. C; CATTALINI, M. Mudança no Estilo de Vida para Prevenção e
Tratamento do Diabetes Melli tus T ipo 2. Saú de em Revista,
Piracicaba,v.7,2005.Disponívelem:http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/
saude16art08.pdf Acesso em: 13 nov 2007.
PUPULIM, J. S. L.; SAWADA, N. O. Reflexões acerca da comunicação enfermeiropaciente relacionada à invasão da privacidade. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM, 8., 2002, São Paulo. Anais eletrônicos...
Escola de Enfermagem de Riberão Preto - USP, Disponívelem:<http://
w w w . p r o c e e d i n g s . s c i e l o . b r /
scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000052002000100045&lng=pt&nrm=abn>.
Acesso em: 13 Nov. 2007.
RECINE, E.; RADALLI, P. Obesidade e desnutrição. NUT/FS/UnB-ATAN/DAB/
SPS. 2003.
104
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SANTOS, H. C. Peso Leve: Atividades multidisciplinares garantem a fórmula do
programa. Copyright 2007 Disponível em: http://www.certel.com.br/
jornal.php?acao=jornal&edicao=322&pagina= Acesso em: 9 out 2007.
SARTORELLI, D. S.; FRANCO, L. J. Trends in diabetes mellitus in Brazil: the role
of
the
nutrit ional
transition.
Cad.
Saúde
Públi ca, Rio
d e J a n e i r o 2 0 0 7 . D i sp o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. sc i e l o s p . o r g /
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2003000700004&lng=en&nrm=iso>.Acessoem:
12 Nov 2007. doi: 10.1590/S0102-311X2003000700004
SILVA FILHO, R. L. Diabetes e risco cardiovasculares. Revista News, Sociedade
Brasileira de Diabetes, vol1,n.3, outubro, 2004.
SILVERTHORN. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2. ed. Barueri(SP):
Manole, 2003.
SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem
médico-cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
SPADINI, L. S. A Inserção do enfermeiro no contexto de saúde mental: o
trabalho com grupos. 2007. 144f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem
Psiquiátrica e Ciências Humanas) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007.
105
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA E DA MOTIVAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES HOTELEIRAS COMO FORMA DE MELHORAR O
DESEMPENHO NESTE SETOR
Cleude Fortes Passos
Maria da Cruz Cardoso Ibiapina
RESUMO
A auto-estima e a motivação são instrumentos importantes para o bom desempenho
em qualquer função exercida numa organização. O presente estudo procura
demonstrar a importância de se considerarem elas nas organizações hoteleiras
como forma de se obter melhores resultados. Visa, portanto, oferecer subsídios
para uma possível evolução deste setor de atuação profissional, a partir dos
conhecimentos de Psicologia Organizacional. Trata-se de um artigo de revisão
elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema abordado.
Palavras-Chave: auto-estima, motivação, organizações, resultados, hotel.
INTRODUÇÃO
De acordo com Barnard (1971, apud CHIVENATO, 2000), pode-se entender
a organização como um sistema de atividades conscientemente coordenadas de
duas ou mais pessoas. É fundamental, aqui, a cooperação e comunicação entre
essas últimas, o que vem a contribuir numa ação conjunta, com vistas a alcançar
um objetivo comum.
Dessa forma, as organizações são unidades sociais, intencionalmente
construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos, assim como de
suprir as necessidades dos indivíduos, sejam elas emocionais, espirituais,
intelectuais, econômicas, etc. (CHIAVENATO, 2000).
Segundo o mesmo autor, existem organizações dos mais diversos ramos
de atividades, que utilizam diferentes tecnologias para produzir bens e serviços
dos mais variados tipos vendidos e distribuídos de maneiras diferentes para os
mais diferentes tipos de mercados, a fim de serem utilizados pelos mais diversos
consumidores.
Consideram-se, aqui, no presente estudo as organizações Hoteleiras,
levando em conta sua crescente expansão em termos de mercado, e
consequentemente por abranger um percentual maior em temos de Recursos
Humanos.
106
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Busca-se demonstrar, a partir de uma revisão da literatura sobre o tema
em questão, a importância de se considerar a auto-estima e a motivação nestas
organizações como forma de se obterem melhores resultados. Considerando que
diante da realidade de expansão do setor de hotelaria e seu potencial de geração
de novos empregos, torna-se relevante investir na qualidade dos serviços prestados,
visando ao alcance de posições competitivas, por meio do foco na qualificação e
na valorização das pessoas.
Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo que, segundo Connoly
(1999, apud BICALHO, 2002), em geral, é o método mais adequado para os estudos
descritivos e exploratórios, pois auxilia na compreensão e no desenvolvimento
inicial de uma fundamentação teórica para um dado fenômeno de interesse.
Organizações Hoteleiras
Inicialmente, é válido ressaltar, que de acordo com Chiavenato (2000),
uma organização Hoteleira pode ser caracterizada como do tipo Burocrática, por
conta de seus processos de trabalho serem padronizados e formalizados, por
haver um acentuada especialização (vertical e horizontal) e departamentalização,
que criam estruturas com muitos níveis hierárquicos e muitos segmentos ou setores.
Há ainda nesse tipo de organização o uso intensivo de regras e
regulamentos, com documentação escrita para garantir consistência ao longo do
tempo, além de prevalecer o princípio de hierarquia oficial (CHIAVENATO, 2000).
Destaca-se, a importância deste setor de hotelaria no desenvolvimento
turístico, onde Nishimura (2000) apresenta dados levantados pela Horwath
Consulting no período de 1991 a 1997, os quais demonstram que a procura por
estada nos hotéis de cinco estrelas cresceu 6,6%, nos de quatro o crescimento
foi de 7,6%, ao passo que o PIB no mesmo período cresceu 3,4%.
No plano internacional, o turismo é a atividade econômica mais importante
em volume de recursos movimentados, logo após a indústria petrolífera e a indústria
bélica. O setor de turismo, em que a hotelaria é um dos segmentos, contabiliza
cerca de 200 milhões de empregos, movimenta o montante de US$ 3,5 trilhões
aproximadamente, equivalente a mais de 10% do PIB mundial, de acordo com a
World Travel & Tourism Council (WTTC, 2003, apud LOBIANCO & RAMOS, 2004).
A nível de Brasil a indústria do turismo vem crescendo de maneira rápida
e dinâmica, impulsionando um avanço econômico-social em suas regiões e
possibilitando, assim, a expansão do mercado de trabalho. O emprego gerado por
essa atividade, segundo Arbache (2001), representa de 1% a 2% da população
ocupada nos países em desenvolvimento. No caso do Brasil, esse número
encontrava-se, há três anos, no intervalo de 1,95 a 2,68, significando que a
107
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
proporção da população ocupada na atividade do turismo no país está acima
daquela de outros países em desenvolvimento. Em termos de investimentos nessa
atividade, dados mais recentes indicavam que o Brasil recebeu, nos últimos anos,
US$ 10 milhões do governo federal, para aumentar o conforto dos turistas e, segundo
a Embratur, há uma estimativa de direcionamento de US$ 6,5 bilhões em
investimentos privados na construção de resorts, hotéis e pousadas até 2005.
Todos esses recursos devem gerar 450 mil novos empregos diretos e indiretos,
que se somarão ao 1,2 milhão já existente.
As grandes transformações da indústria hoteleira afetam tanto a estrutura
empresarial quanto a concepção de negócios, constituindo-se num elemento
essencial da infra-estrutura turística (BENI, 1998; LAGE & MALONE, 2000, apud
LOBIANCO & RAMOS, 2004).
O Setor de Turismo desponta como um dos principais empregadores,
oferecendo trabalhos registrados, a despeito da crescente informalidade dos
vínculos que se observam e investindo na qualificação básica da sua mão-deobra. Entretanto, demonstra ainda não ter despertado totalmente para a relevância
da adoção de novas políticas e práticas nas relações de trabalho, como destacou
Arbache (2001), principalmente no ramo de hospitalidade, no qual se registram,
baixos salários, alta rotatividade (com tempo médio de quatro anos de serviço),
condições insalubres de trabalho, carga horária extensa e irregular e pouco ou
nenhum investimento em sua qualidade de vida.
A hotelaria se expandiu a ponto de transformar-se em um dos mais
importantes setores de grande significado para a economia mundial. Andrade e
Brito (2000, apud LOBIANCO & RAMOS, 2004) mostram que o extraordinário
desenvolvimento do turismo, ocorrido nas últimas décadas, deu oportunidade para
o surgimento de novos tipos de hotéis, dirigidos aos nichos de mercado,
substituindo cadeias mais antigas, oferecendo novos produtos, visando ampliar
ou, pelo menos, manter sua participação no mercado. Sobre o segmento da
hotelaria, Castelli (2000) afirma que não basta satisfazer as exigências dos clientes,
mas é preciso fazer melhor do que os concorrentes. A qualidade passa a ser uma
poderosa arma estratégica ou uma vantagem competitiva. Para atender a esses
requisitos, surge a preocupação de se desenvolver em mecanismos que garantam
a obtenção de um padrão de qualidade nos serviços em hotéis. Sendo de suma
importância, aqui, considerar-se a auto-estima daqueles que o compõem.
Segundo Serson (1999), o setor de turismo tem se destacado intensamente
nos últimos anos, como uma atividade que apresenta um dos maiores crescimentos
econômicos mundiais. E é claro que dentro do turismo a hotelaria ganha um
grande destaque, principalmente como exemplo em prestação de serviços com
qualidade, haja vista que se trata de um segmento onde o consumidor é
108
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
caracterizado por um alto grau de exigência. E não se pode deixar de mencionar
que a hotelaria é o equipamento fundamental de um núcleo receptor.
O turismo é, assim, uma atividade humana composta pela demanda e
oferta de um produto turístico. Segundo Beni (2000) o produto turístico por sua vez
é formado por: acessibilidade, ou seja, as condições de acesso que possibilitam
a ligação entre a demanda e oferta; atrativos turísticos que são os recursos naturais,
artificiais e humanos de um produto turístico e por fim, forma-se também pelas
facilidades, proporcionando suporte ao atrativo. O setor hoteleiro insere-se no
segmento turístico como parte integrante das facilidades de um produto turístico.
Sem a infra-estrutura hoteleira adequada, dificilmente um núcleo receptor se
desenvolveria para o turismo.
Baseado nisso, observa-se serem o turismo e a hospitalidade setores da
economia que mais crescem e em uma considerável velocidade. A saturação do
setor em outros países tem estimulado o cruzamento de fronteiras, buscando
novas oportunidades para sobrevivência e crescimento. Para assegurar a
competitividade, são necessários mecanismos que visem captar e reter a clientela
(BICALHO, 2002).
E dentro destes mecanismos, pode-se destacar o desenvolvimento do
elemento humano, a partir de fatores como auto-estima e motivação, principalmente,
daqueles que constituem o setor em questão (ou seja, os colaboradores).
Auto-estima
Independentemente de características físicas, homens e mulheres
experimentam, em relação a si mesmos, sentimentos de valorização ou
desvalorização. Enquanto alguns se comportam com desenvoltura, tomam iniciativa,
sentem orgulho de si, outros demonstram passividade em relação aos fatos,
sentindo-se inferiores (BOM SUCESSO, 2003).
As diferentes posturas pessoais mostram que a auto-estima não decorre
do julgamento do outro, nem da condição econômica ou social da pessoa. Cada
vez mais se constata que é resultante de fatores de personalidade, geneticamente
determinados, bem como da história de vida (BOM SUCESSO, 2003).
Nesse sentido, pode-se compreender a auto-estima, segundo Coopersmith
(1967, apud MARRIEL, 2006), como um juízo pessoal de valor, externado nas
atitudes que o indivíduo tem consigo mesmo. É uma experiência subjetiva, à qual
as pessoas têm acesso mediante relatos verbais e comportamentos observáveis.
A percepção que o indivíduo tem do seu próprio valor e a avaliação que faz de si
mesmo em termos de competência constituem pilares fundamentais da autoestima. De acordo com Rosenberg (1989, apud MARRIEL, 2006) alguns estudiosos
sugerem que esse julgamento pessoal é formado desde a infância.
109
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Assim, a pessoa com auto-estima adequada aprendeu a confiar em si e
nos demais, tem uma posição existencial de valorização de si e do outro,
respeitando a si e aos demais, mostra autoconsideração, usa de tratamento franco,
direto e sincero, independentemente da posição ou do estilo da pessoa com a
qual se relaciona. E se ocorrem situações nas quais experimenta a falta de
confiança, busca conscientemente refazer-se, uma vez que sua estrutura básica
é de autoconfiança (BOM SUCESSO, 2003).
É válido ressaltar que, segundo Bom Sucesso (2003), a auto-estima não
se confunde com aparentar segurança, nem como postura de achar-se superior
pelo acúmulo de bens materiais, ou de brigar por posições que configuram status
ou poder. Auto-estima é, sim, o estado interior que se experimenta em decorrência
de experiências de vida que levam a sentir-se digno de respeito e merecedor de
felicidade.
Para a referida autora, a auto-estima adequada evidencia-se ainda no
reconhecimento do próprio potencial e resulta na atitude de desafiar o próprio
pensamento nos momentos em que se experimenta sentimentos de culpa ou de
autodesvalorização (BOM SUCESSO, 2003).
Por outro lado a baixa-estima faz com que a pessoa se submeta ao outro
e frequentemente diga “sim” em situações nas quais desejaria dizer “não”. Negando
os próprios desejos e abrindo mãos de planos e propostas pelo simples temor de
desagradar ao outro (BOM SUCESSO, 2003).
Baseado neste conceito de auto-estima, vê-se o quanto é importante
considerá-la em termos organizacionais. Tendo em vista que um colaborador que
mantém padrões elevados de auto-estima poderá consequentemente produzir mais,
pois terá sempre o apoio da organização a qual presta serviço.
Motivação
Quanto à motivação, pode-se defini-la segundo Salanova et al (1996, apud
ZANELLI et al, 2004) como uma ação dirigida a objetivos, sendo auto-regulada,
biológica e cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de
necessidades, emoções, valores, metas e expectativas.
É de conhecimento geral que qualquer organização gostaria de ver seus
funcionários motivados e integrados com os seus objetivos, de forma a atingir o
máximo de produtividade.
Para Sievers (1998, p. 22) “a fragmentação do trabalho nas organizações
produtivas e a alienação daí decorrente levou muitas pessoas que trabalham nas
organizações contemporâneas a aceitarem como absolutamente normal
desempenhar atividades que não fazem o menor sentido. (...) A motivação do
110
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
empregado só se tornou uma questão organizacional porque o próprio trabalho,
pela excessiva fragmentação, perdeu o sentido”.
Sabe-se também que a humanidade vem experimentando mudanças a
uma velocidade realmente espantosa. Países rompendo estruturas milenares, a
evolução tecnológica sendo medida em dias e produtos ficando obsoletos da noite
para o dia, são provas evidentes de que estas mudanças provocam alterações
nos processos organizacionais das empresas.
Com tantas mudanças, imprevisíveis e incontroláveis, as organizações
precisam estar preparadas para também mudar constantemente e de forma radical,
precisam ser flexíveis. Segundo Wood Jr. & Picarelli Filho (1999, apud RIBEIRO &
OLIVEIRA, 2002), para se tornarem flexíveis, as organizações devem estabelecer
estratégias de desenvolvimento e capacitação de seus funcionários. Tudo isso
dentro de um programa motivacional que abranja fatores como a estimulação do
crescimento de seu pessoal, a recompensa do desempenho e iniciativa, a
formulação de valores e visão organizacional desafiadores, além do apoio e estímulo
ao treinamento e educação para toda a vida.
Para Bergamini (1997, p. 34, apud RIBEIRO & OLIVEIRA, 2002), “quanto
mais se aprofunda o estudo do comportamento motivacional humano, mais
claramente se percebe que a motivação de cada um está ligada a um aspecto que
lhe é muito caro, aquele que diz respeito à sua própria felicidade pessoal”. Dessa
forma, não constitui tarefa fácil a motivação de pessoas, uma vez que necessidades
diferentes requerem formas diferentes de recompensa e que cada indivíduo já traz
consigo, quando ingressa na organização, um conjunto de fatores motivacionais
intrínsecos estreitamente relacionados com habilidades e talentos pessoais. Aquise deve ressaltar que os fatores motivacionais além de variarem de indivíduo para
indivíduo, também variam ao longo de sua vida e em conseqüência do ambiente
de grupo no qual esteja inserido. É preciso descobrir de que forma as recompensas
constituem fator motivador para o trabalhador, para que as tarefas não lhes pareçam
tão-somente imposições, mas que tenham para ele significado.
Motivar passa a ser uma tarefa mais abrangente do que apenas
recompensar financeiramente. Torna-se uma busca diuturna e incessante da
satisfação e realização através do trabalho (RIBEIRO & OLIVEIRA, 2002).
A motivação é, portanto, uma ferramenta que se reveste de grande
importância no processo administrativo. Segundo Chiavenato (1982, p. 414), “para
compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da
motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de
determinada forma, isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um
comportamento específico”. Para Berelson e Steiner (1964 apud Chiavenato, 1982,
p. 417), motivação é “um estado profundo que energiza, ativa, ou move... dirige ou
canaliza o comportamento em direção a objetivos”.
111
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Montana (1999, p. 203) diz ainda que motivação é o “processo de estimular
um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar
uma meta desejada.” No processo produtivo, a motivação é uma ferramenta da
mais relevante importância porque ela afeta sobremaneira o desempenho funcional
e este é a mola propulsora da produção.
Partindo-se do entendimento de que o clima organizacional refere-se ao
ambiente interno existente entre os membros da organização, postula-se que a
motivação está relacionada ao mesmo, na medida em que, quando há elevada
motivação entre os membros, o clima organizacional se eleva, e se traduz em
relações de satisfação, de animação, interesse, colaboração, etc. Por outro lado,
quando há baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou barreiras à
satisfação das necessidades, o clima organizacional tende a baixar, caracterizandose por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação, etc., podendo,
em casos extremos, chegar a estados de agressividade, tumulto, inconformidade,
etc., típico de situações em que os membros se defrontam abertamente com a
organização (CHIAVENATO, 2000).
Há uma premissa que afirma que altos níveis de motivação são capazes
de melhorar o desempenho e garantir ganhos de produtividade. Contudo, é
interessante observar alguns fatores que mediam tal relação, tais como: o
significado que o trabalho realizado possui para quem o realiza; o sistema de
recompensas e punições vigente nas organizações; o estilo gerencial e a qualidade
do ambiente psicossocial de trabalho, além da convergência entre os valores
pessoais e organizacionais (ZANELLI et al, 2004).
É essencial identificar, de acordo com Evans (1986, apud ZANELLI et al,
2004), nas situações que envolvem as pessoas nas organizações, os fatores que
verdadeiramente atuam como motivadores do comportamento humano no trabalho
em determinada circunstância, e atuar de modo efetivo no pleno desenvolvimento
destes. Para isto, é necessário que os participantes da organização, em geral,
desenvolvam a capacidade de diagnosticar os elementos intrínsecos e extrínsecos
que facilitam, como também, os que restringem a motivação humana no trabalho.
Por fim, cabe ressaltar que, segundo Zanelli at al (2004), um trabalhador
satisfeito com seu trabalho pode se tornar uma pessoa com mais possibilidades
de ser um cidadão integrado à sociedade, à sua família e apresentar melhores
índices de bem-estar físico e mental. Levando em consideração que satisfação é
um resultado ou uma conseqüência de experiências pessoais no meio
organizacional, que se irradiam para a vida social do indivíduo, pode, portanto,
representar um forte indicador de influência do trabalho sobre a saúde mental,
sobre a relação entre trabalho e vida familiar, ou até, de interação entre trabalho e
vínculos afetivos pessoais.
112
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Importância da Auto-Estima e Motivação para o setor de Hotelaria
Na definição de Barreto (2000, p. 13), turismo é “[...] uma atividade em
que a pessoa procura prazer por livre e espontânea vontade [...]”. E que,
compreendida por Mota (2001) e Ignarra (1999), como uma das principais atividades
do turismo, a hotelaria é ainda considerada como elemento essencial e
indispensável para a viabilização do turismo, pois é o que possibilita a permanência
do turista no local visitado, através da hospedagem.
Embora o processo técnico tenha trazido inovações e aperfeiçoamentos
nessas empresas hoteleiras, o elemento humano continua e continuará sendo a
peça fundamental, pois segundo Castelli (2003, p.36) “a demanda é humana e a
oferta depende fundamentalmente do elemento humano”.
E dentro da hotelaria, a profissionalização do elemento humano é
indispensável, pois é dele que depende todo o processo de acolhida do cliente e
conseqüentemente a própria sobrevivência do hotel. É do tratamento que o hóspede
recebe no hotel que depende a imagem da cidade, da região e do próprio país.
Reforçando a relevância das pessoas nesse ramo de serviço, Guerrier
(2000) recomenda que as empresas hoteleiras devam centrar atividades, metas,
estratégias e resultados na qualidade de vida de seus seres humanos, visto que,
no ramo hoteleiro, não existe ação empresarial sem a participação de pessoas.
Logo, a maneira de os empregados se portarem, passará aos clientes a forma de
operação da organização. Da mesma forma que a qualidade dessas pessoas
torna-se a própria qualidade do hotel
Com o objetivo de oferecer melhores estruturas e maior qualidade aos
clientes, muitas empresas hoteleiras têm terceirizado alguns serviços, tais como
os de lavanderia, segurança, limpeza, jardinagem, estacionamento, recreação e
restaurantes são terceirizados; e investido em tecnologia, marketing, produtos e
serviços cada vez mais sofisticados, edifícios arrojados, estruturas físicas as mais
elegantes, estruturas organizacionais dinâmicas. No entanto, têm esquecido um
pouco o ser humano que trabalha na empresa, se não de forma geral (pois alguns
treinamentos lhes são oferecidos), mas no sentido de utilizar de maneira pertinente
a opinião deles como executores finais do processo de trabalho, seja ao valorizálos como pessoas, capazes de oferecer sugestões de melhorias, seja como
parceiros do sucesso ou do fracasso da organização, conscientes da importância
do trabalho que executam (WAHAB, 1991). Embora essa última referência seja
do inicio da década de 90, informações atuais demonstram que essas ações
permanecem como foco na gestão hoteleira.
Assim, as atividades turísticas e de hospitalidade estão permanentemente
procurando se desenvolver e aprimorar, pela pressão do mercado devido ao nível
crescente de exigência de seus clientes, acirramento da concorrência - em nível
113
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
local e internacional - bem como pela profissionalização das empresas e pessoas
que atuam de forma direta e indireta na área (BICALHO, 2002).
A satisfação, propiciada por um produto, serviço ou sentimento é função
direta do desempenho percebido e das expectativas. Se o desempenho ficar
distante das expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se atender às suas
expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às expectativas ficará altamente satisfeito
ou encantado (KUAZAQUI, 2000).
Por isto, Luz (1999) considera de vital importância o nível de motivação
dos clientes internos para assegurar a prestação de serviços de qualidade.
Aconselha às empresas a desenvolverem políticas de recursos humanos
adequadas, de forma a buscar o comprometimento, a profissionalização e satisfação
dos clientes internos continuamente.
Na concepção de Luz (1999) é possível identificar a importância dada por
um estabelecimento hoteleiro à qualidade de seus serviços, através da análise
dos programas voltados para a elevação e manutenção da motivação dos clientes
internos e de seu nível de qualificação. Só assim o estabelecimento poderá garantir
a sua competitividade e participação no contexto global, do turismo, como
equipamentos turísticos voltados para, efetivamente, atender as expectativas dos
clientes.
É válido ainda ressaltar que nas organizações pessoas com baixa-estima
dificilmente são escolhidas para cargos importantes, sendo consideradas
inseguras, incapazes de liderar. Preteridas, tornam-se queixosas e pessimistas,
tendem a explosões inesperadas e comportamentos grosseiros (BOM SUCESSO,
2003).
Deste modo, ao se observar a pessoa com baixa-estima, vê-se que não
se sente bem consigo mesma, age com insegurança, costuma apresentar doenças
psicossomáticas, vacila ou demora a tomar decisões (BOM SUCESSO, 2003).
E para melhorar a qualidade de vida é necessário que a organização tenha
toda uma cultura de melhoria de qualidade de vida e que os funcionários vivenciem
isso. Segundo Wagner III & Hollen Beck (2002), a cultura organizacional ajuda a
criar um entendimento mútuo da vida da organização, possuindo três funções
básicas: dar aos membros uma identidade organizacional; facilitar o compromisso
coletivo e promover a estabilidade organizacional.
Por tudo isso, é importante que a cultura organizacional esteja bem clara
aos funcionários e também aos clientes/usuários. Em uma organização Hoteleira,
então, é que se deve dar importância a essa cultura, que servirá de criação de
identidade dos colaboradores com a organização.
Como se disse, há uma necessidade muito grande de a qualidade de vida
ser uma meta a ser alcançada também para os colaboradores. Eles devem vivenciar
isso. Chanlat (1992) afirma que a nostalgia dos operários e o desconforto existencial
114
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
relatado freqüentemente por estes são reflexos de uma imagem que se cultiva na
sociedade global, de um mundo essencialmente dominado pela racionalidade
instrumental e por categorias econômicas rigidamente estabelecidas, de homens
e mulheres vistos nas organizações apenas como recursos ou quantidades
materiais cujo rendimento deve ser satisfatório do mesmo modo como as
ferramentas ou a matéria-prima.
E uma organização que possui um objetivo de crescimento deve funcionar
da forma mais humanizante possível e ter valores que formem uma cultura
organizacional sólida, condizente com suas metas.
Afinal, em organizações é importante mostrar os pontos fracos dos
indivíduos, mas de forma respeitosa e estimuladora. Posto que, o feedback encoraja
a autopercepção e amplia o autoconhecimento (Bom Sucesso, 2003). Ou seja,
favorece o crescimento do colaborador enquanto ser humano e consequentemente
uma melhora no rendimento da organização.
CONCLUSÃO
Nos dias de hoje, observa-se que o mundo está passando por diversas
modificações referentes ao mercado de trabalho, modo de vida, lazer, exigências
profissionais, e outros. O turismo é considerado, em nível mundial, como um dos
mais significativos instrumentos de alavancagem da economia, por viabilizar o
desenvolvimento econômico e social, mediante a expansão do mercado de trabalho,
a geração de novos empregos e uma distribuição de renda mais justa. Além disto,
destaca-se por ser um dos setores da economia que mais cresce e em uma
considerável velocidade (BICALHO, 2002).
Diante dessa situação, exige-se do indivíduo, que faz parte deste setor,
cada vez mais coragem para enfrentar desafios, que o impulsionarão na revisão
de crenças e valores, que reforçarão a necessidade do autoconhecimento, do
auto-respeito e um forte senso de valor pessoal (BOM SUCESSO, 2003).
No caso da hotelaria, somente com a busca constante de crescimento e
do desenvolvimento pessoal é que se têm condições de atender às exigências e
aos padrões de qualidade requeridos pelos hóspedes, que contam, cada vez mais,
com uma oferta diversificada de estabelecimentos hoteleiros, garantindo, com
isso, a continuidade e boa divulgação do hotel.
Finalmente, levando em consideração os dados demonstrados na pesquisa,
conclui-se que, um profissional com auto-estima adequada, e que esteja motivado
naquilo que faz tende a obter melhores resultados em termos de produtividade,
tanto para si como para organização a quem presta serviço. Nesse sentido, Bom
Sucesso (2003, p. 107) afirma que “quem faz o que não gosta, quer por medo de
mudar os rumos da vida, quer pelas limitações externas para as quais não se
115
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
encontram soluções no curto prazo, inevitavelmente experimenta sofrimento e
frustração. Por outro lado, o trabalho realizador, relações interpessoais respeitosas
e confiáveis, clima organizacional saudável e motivador melhoram a satisfação e
aumentam os indicadores de felicidade”.
E partindo do pressuposto de ser a Psicologia Organizacional uma área
de atuação do psicólogo em organizações diversas, especialmente organizações
de trabalho, buscando uma pluralidade e diversidade nas informações e uma
perspectiva crítica, considera-se a fundamental relevância desta área de atuação
profissional, como um mecanismo de apoio no crescimento do setor de Hotelaria.
A fim de que, tal crescimento possa ser seguido de desenvolvimento em termos
de Recursos Humanos e Humanização.
THE IMPORTANCE OF SELF-ESTEEM AND MOTIVATION IN
ORGANIZATIONS HOTELEIRAS HOW TO IMPROVE THE PERFORMANCE
OF FORM IN THIS INDUSTRY
ABSTRACT
The self-esteem and motivation are important tools for performing any function
performed in an organization. This study aims to show the importance of
organizations consider them in hotels as a way to achieve better results. To drive
at, therefore, offer subsidies for a possible development of this sector of professional
expertise from the knowledge of Organizational Psychology. This is a review article,
prepared from a bibliographic research on the topic addressed.
Keywords: self-esteem, motivation, organizations, results, hotels.
REFERÊNCIAS
ARBACHE, J. S. O mercado de trabalho na atividade econômica do turismo
no Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
BARRETO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 8a ed. Campinas:
Papirus, 2000.
BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. São Paulo: SENAC, 2000.
BICALHO, A. A. O. Marketing de relacionamento em organizações hoteleiras:
estudo multicaso em apart-hotéis em Belo Horizonte. 2002. 186f. Dissertação
116
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
(Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.
BOM SUCESSO, E. P. Auto-estima e Felicidade. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2003.
CASTELLI, G. Turismo e marketing: uma abordagem hoteleira. Porto Alegre:
Sulina, 2003.
CASTELLI, G. Administração Hoteleira. 7. ed. Caxias do Sul: Editora da
Universidade de Caxias do Sul, 2000.
CHANLAT, Jean-François. O Individuo na Organização. São Paulo: Atlas, 1992.
CHIAVENATO, I. Administração de empresas: Uma abordagem contingencial.
São Paulo: McGraw-Hill, 1982.
CHIAVENATO, I. RECURSOS HUMANOS. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.
GUERRIER, Y. Comportamento Organizacional em Hotéis e Restaurantes:
Uma perspectiva internacional. São Paulo: Futura, 2000.
IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira, 1999.
KUAZAQUI, E. Marketing turístico e de hospitalidade: fonte de
empregabilidade e desenvolvimento para o Brasil. São Paulo: Makron Books,
2000.
LOBIANCO, M. M. L.; RAMOS, A. S. M. Uso da internet no setor de hotelaria
de Recife-PE. RAE electron. , São Paulo, v. 3, n. 2, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br. Acesso em: 03 /Nov/ 2007.
LUZ, M. B. P. Gestão de recursos humanos: a realidade de três hotéis de
Florianópolis. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção),
Programa de pós-gradução em Engenharia de Produção. UFSC, Florianópolis.
MARRIEL, L. C. et al. Violência escolar e auto-estima de adolescentes. Cad.
Pesqui. , São Paulo, v. 36, n. 127, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br.
Acesso em: 03 Nov 2007.
117
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MONTANA, P. J. Administração. São Paulo: Saraiva, 1999.
MOTA, K. C. N. Marketing turístico: promovendo uma atividade sazonal.
São Paulo: Atlas, 2001.
NISHIMURA, J. Planejamento de um hotel voltado para negocios. In: LAGE,
Beatriz Helena G; MILONE, Paulo César. Turismo: teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 2000. p.223-231.
RIBEIRO, A. R. B.; OLIVEIRA, J. A. Remuneração Variável: uma nova forma
de motivar e fidelizar talento. Revista Tendências do Trabalho. Rio de JaneiroRJ: , n.331, p.4 - 7, 2002.
SERSON, F.M. Hotelaria - a busca da excelência. 2. ed. São Paulo: Cobra,
2000.
SIEVERS, B. Além do sucedâneo da motivação. Revista de Administração de
Empresas. jan. / mar. 1990, 30 (1) 5 -10.
WAHAB, Salah-Eldin A. Introdução à administração do turismo. 3 Ed. São
Paulo: Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios, 1991.
WAGNER III, John A. & HOLLEN BECK, John R. Comportamento
organizacional: criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva, 2002.
ZANELLI, J. C. Psicologia, Organização e Trabalho no Brasil. São Paulo:
Artmed, 2004.
118
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ESTRESSE E ESTRESSE OCUPACIONAL
Bruna Dias Matias
Nayana Freire
Louisianne Barros Siqueira
RESUMO
O estresse no trabalho é um tema de estudo que atualmente tem despertado
interesse devido ao seu aumento nas últimas décadas. O estresse faz parte da
vida de todos os seres humanos. Contribuem para o estresse muitas situações
características da contemporaneidade tais como: a agitação da vida moderna, os
altos fatores de competitividade presentes desde infância, a ambição desmedida,
a violência, as exigências do mercado de trabalho, entre outros problemas, tantos
externos como internos, produz no homem destes tempos maior pressão. Assim,
o presente artigo tem como objetivo fazer uma discussão sobre a relação do
estresse e com o trabalho.
Palavras–Chave: Estresse. Estresse ocupacional. Trabalho.
1 INTRODUÇÃO
O termo estresse (do inglês stress, que significa pressão, tensão, exercer
peso) foi empregado inicialmente na Física, referindo-se ao grau de deformidade
que uma estrutura sofre quando submetida a um esforço ou tensão. E foi usado
pela primeira vez como termo médico em 1936, por Hans Selye, definido como
"resposta do corpo a qualquer demanda, quando forçado a adaptar-se à mudança"
(ANDREWS, 2003, p.12).
O estresse é, portanto, "uma reação não específica de um indivíduo
submetido a estímulos externos chamados estressores - que podem ser
desagradáveis e dolorosos ou desejáveis e agradáveis".
O estresse é uma condição dinâmica na qual um indivíduo é confrontado
por uma oportunidade, restrição ou exigência relacionada ao que ele deseja e pela
qual o resultado é percebido como sendo tanto incerto quanto importante.
O trabalho é fonte de satisfação de diversas necessidades humanas, mas
também é fonte de adoecimento quando contém fatores de risco para a saúde. O
estresse ocupacional tem origem e/ou pode ser agravado pelas condições
119
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
existentes no ambiente de trabalho. E é um fenômeno recorrente a todas as
ocupações, níveis hierárquicos e estruturas organizacionais. Mas há profissões
em que o estresse pode ser identificado mais facilmente devido às fontes de
pressão e exigências naturais desses postos de trabalho serem mais altas.
Assim, o presente artigo tem como objetivo fazer uma discussão sobre o
estresse e o estresse ocupacional no ambiente de trabalho. Sendo um estudo
bibliográfico.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Estresse
O estresse é uma reação biológica em todos os animais, desenvolvida ao
longo de milhões de anos de evolução, para salvar suas vidas numa emergência
(ANDREWS, 2003). Por exemplo, quando um indivíduo sai para caçar ele necessita
de certo nível de estresse para estar preparado para situações de luta ou fuga. A
energia gerada e liberada para o indivíduo permitia sua sobrevivência. Hoje, além
de acidentes e doenças, o homem enfrenta outros riscos, como procura de
emprego, manutenção neste, ou mesmo a adaptação às mudanças do ambiente
de trabalho.
Schüller (apud CHIAVENATO, 2005) afirma que o estresse é uma situação
dinâmica em que a pessoa é confrontada com uma oportunidade, limitação ou
demanda em relação a alguma coisa que ela deseja e cujo resultado final é
importante e incerto.
Geralmente, tem-se uma visão negativa do estresse, entendendo-o como
experiência de situações percebidas como ameaçadoras a nosso bem-estar físico
e psicológico (ATKINSON et al. 2002).
O estresse pode ser definido como qualquer situação de conflito que produz
uma mudança no comportamento físico e emocional do individuo, sendo uma
resposta de adaptação psicofisiológica que pode ser negativa ou positiva no
organismo. Tanto o agente estressor como seus efeitos sobre o indivíduo podem
ser descritos como situações desagradáveis provocadoras de dor, sofrimento e
desprazer.
Wagner III e Hollenbeck (1999 apud VIEIRA, 2004, p.26) definem o estresse
como “um estado emocional desagradável que ocorre quando as pessoas estão
inseguras de sua capacidade para enfrentar um desafio percebido em relação a
um valor importante”.
Mas, como já visto anteriormente, o estresse tem seu lado positivo. Lipp
(2001 apud VIEIRA, 2004, p.26) entende o estresse como:
120
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Uma reação do organismo, com componentes físicos e psicológico, causadas
pelas alterações psicofisiológica que ocorrem quando a pessoa se confronta
com uma situação que a irrite, amedronte, que a excite, ou mesmo que a faça
feliz.
O estresse não é doença, mas uma reação instintiva ao perigo real ou
imaginário, ou seja, um alerta, pois quando em demasia está ligado a maioria dos
problemas de saúde (ZAKABI, 2004 apud VIEIRA, 2004, p.9).
Tamayo (2007) afirma que o estresse pode ser utilizado pelas pessoas
como forma de adaptação às exigências do meio externo ou como respostas a
metas fixadas para si próprio.
Nessa mesma linha Robbins (2002 apud VIEIRA, 2004, p.26) descreve
que o estresse “deve ser visto como uma oportunidade quando oferece um potencial
de ganho, quando se está motivado e envolvido no desenvolvimento de uma atividade
que dá prazer”.
O que diferencia o estresse saudável do estresse negativo é a intensidade,
freqüência e duração da exposição e, particularmente, a falta de controle sobre a
situação estressante. Ou seja, eventos são potencialmente estressantes quando
não podem ser controlados, previstos ou quando desafiam a capacidade e o
autoconceito do indivíduo.
Segundo Andrews (2003, p.31) “muito do nosso estresse não vem de
ameaças a nossas vidas, mas sim aos nossos egos, à nossa auto-importância.
O nosso estresse é emocional e social”.
Estressante é, portanto, toda situação que exige do indivíduo uma
adaptação específica para enfrentá-la (CUNGI, 2004). Os fatores estressores podem
ser externos, como acidentes, morte, brigas, dificuldades financeiras; ou internos,
que consistem nos valores individuais, características pessoais, padrão de
comportamento, modo de ver o mundo e reação à vida.
Os estressores, ainda, podem ser agudos ou crônicos. Ambos são
intensos, perigosos, ou mesmo incontroláveis. A diferença é que os estressores
crônicos caracterizam-se por eventos repetitivos, como sobrecarga profissional,
colegas irritantes, familiar doente, engarrafamentos. Descobriu-se que estes
aborrecimentos crônicos diários são mais estressantes do que eventos grandes e
dramáticos (ANDREWS, 2003).
Sabe-se que as pessoas reagem de diferentes maneiras a situações
estressantes. Para Lipp (2001 apud VIEIRA, 2004) algumas características
pessoais desenvolvidas desde a infância vêm servir como fonte em potencial de
estresse em termos de crença e valores inadequados, mas quando adequadas,
ajudam o indivíduo a adquirir estratégias de defesa que facilitam o manejo do
estresse.
121
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Entende-se por estratégias de defesa as possíveis ações que podem ser
utilizadas em situações de pressão no trabalho, que neste estudo são divididas
em três categorias: racionalização, apoio social e regulação emocional.
A racionalização consiste em tomar consciência dos próprios pensamentos
automáticos e aprender a modificá-los de maneira realista. Para Atkinson et al.
(2002, p. 536) a racionalização consiste na “atribuição de motivos lógicos ou
socialmente desejáveis ao que fazemos de modo a parecermos ter agido
racionalmente”.
O apoio social consiste no suporte recebido por familiares e colegas de
trabalho, para que se possam discutir problemas, alegrias, receber colaboração
ou suporte. Cungi (2004) esclarece que ter um bom relacionamento gera equilíbrio
e êxito e diminui as conseqüências ruins do estresse. No mesmo sentido, Atkinson
et al. (2002) afirma ser mais fácil tolerar o estresse quando se compartilha sua
causa com outros. Às vezes a família e amigos podem aumentar o estresse do
indivíduo, então é importante que este apoio social seja positivo.
A regulação emocional se refere às atitudes que visam acabar com reações
emocionais prejudiciais ao indivíduo. Cungi (2004) afirma que os hábitos emocionais
são as representações dos mecanismos psicológicos do estresse e consistem
na principal causa de complicações da saúde física e mental.
Andrews (2003) fala que as pessoas emotivas possuem maior sensibilidade
aos estressores. Confirma-se através da descrição de comportamentos Tipo A e
Tipo B, desenvolvida pelos cardiologistas Fridman e Rosenman, em 1959.
E que o comportamento Tipo A é aquele que sempre está com pressa e
fazendo varias coisas ao mesmo tempo, altamente competitivo e hostil, sente-se
constantemente pressionado pelo tempo, está sempre em movimento, mede seu
sucesso pela qualidade, anda e come com rapidez. Ou seja, definido como “uma
‘luta contra o tempo e os outros‘ para manter o controle sobre as situações”
(CUNGI, 2004, p. 23). Pessoas Tipo A, então, apresentam maiores riscos de
apresentar doenças cardiovasculares. O comportamento Tipo B não é
necessariamente o contrário do Tipo A.
Para Santos (1995 apud CAIAFFO, 2003) as principais características do
tipo B são: ser pouco ambicioso, permanecer no mesmo emprego, pensar devagar,
ser menos orientado para o trabalho. Este indivíduo não se preocupa com o tempo,
é paciente, não fica nervoso, relaxa sem culpa, não tem pressões ou preocupações.
Sabe-se que o padrão de comportamento Tipo A pode ser modificado com
programas terapêuticos bem-estabelecidos. Um destes programas consiste na
técnica cognitiva. Esta técnica procura ajudar as pessoas a identificarem quais
situações estressantes produzem os sintomas fisiológicos e emocionais e ajudam
os mesmos a alterarem o modo como lidam com estas situações. Pode-se
descrever o processo em três etapas. Na primeira etapa, o automonitoramento,
122
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
as pessoas são instruídas a se conscientizar das situações estressantes, quais
as respostas do corpo a estas situações e quais os pensamentos (automáticos)
antes e após a situação, assim como os sentimentos que emergem. Na segunda
etapa a pessoa é levada a identificar que crenças e expectativas poderiam explicar
os sintomas que apareceram. A etapa final é mudar o modo de encarar a situação
estressante ou o comportamento do indivíduo em relação à mesma (ANDREWS,
2003).
Outras técnicas úteis para o controle do estresse são: o treinamento em
relaxamento e os exercícios. Pesquisas demonstram que o treinamento em
relaxamento faz com que a pressão arterial diminua, a utilidade deste parece
depender do indivíduo. Da mesma forma os exercícios físicos regulares diminuem
a pressão arterial e também a freqüência cardíaca, em respostas às situações
estressantes (ATKINSON et al., 2002).
2.2 Estresse Ocupacional
Segundo Jex (1998, apud PASCHOAL; TAMAYO, 2004, p.45):
As definições de estresse ocupacional dividem-s e de acordo c om três
aspectos: (1) estímulos agressores: estresse ocupacional refere-se aos
estímulos do ambiente de trabalho que exigem respostas adaptativas por parte
do empregado e que excede a sua habilidade de enfrentamento (coping);
estes estímulos são comumente chamados de estressores organizacionais;
(2) respostas aos eventos estressores: estresse ocupacional refere-se às
respostas (psicológicas, fisiológicas e comportamentais) que os indivíduos
emitem quando expos tos os f atores que exc edem sua habilidade de
enfrentamento; (3) estímulos estressores-resposta: estresse ocupacional
refere-se ao processo geral em que demandas do trabalho têm impacto sobre
o empregado.
Estresse ocupacional são situações em que o indivíduo entende seu
ambiente de trabalho como ameaçador para suprir suas necessidades pessoais e
profissionais, fazendo com que não haja uma boa integração entre ele e seu
ambiente de trabalho, uma vez que este ambiente apresenta demandas com as
quais ele não pode lidar (CAIAFFO, 2003).
Segundo Beher e Newman (1978 apud CHIAVENATO, 2005) o ‘estresse
no cargo’ é uma condição resultante da relação pessoa-trabalho é caracterizado
por mudanças na pessoa, que a levam a funcionar diferente de seu funcionamento
normal. Afirma, ainda, que o estresse é uma resposta de adaptação a um evento
123
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
externo que tem como resultado mudanças físicas, psicológicas e/ou
comportamentais.
Carayon, Smith e Haims (1999 apud MURTA; TROCCOLI, 2004, p.39)
afirmam que:
Estressores ocupacionais estão frequentemente ligados à organização do
trabalho, como press ão para produtividade, retaliaç ão, c ondiç ões
desfavoráveis à segurança no trabalho, indisponibilidade de treinamento e
orientação, relação abusiva entre supervisores e subordinados, falta de
controle sobre a tarefa e ciclos de trabalho-descanso incoerentes com os
limites biológicos.
Como já dito no item anterior, o modo como a pessoa lida com as situações
potencialmente estressoras exerce influência sobre sua saúde e molda a gravidade
do estresse resultante. Então, frente a tantas demandas o indivíduo deve ter boa
capacidade de enfrentamento.
A preocupação com a subjetividade do trabalhador só se deu no início do
séc. XX com a grande expansão do capitalismo que é caracterizado pela grande
industrialização que criou um ambiente marcado por grandes jornadas de trabalho,
insalubridade e exploração da força trabalhista. Movimento em que “a luta pela
sobrevivência deu lugar à luta pela saúde do corpo” (DEJOURS, 1992, p.22)
Hoje, para evitar o estresse ocupacional, as empresas têm se preocupado
com a criação de intervenções focadas nas organizações voltadas para a
modificação de estressores do ambiente de trabalho; e intervenções focadas nos
indivíduos através do desenvolvimento de um repertório adequado de estratégias
de enfrentamento individuais (MURTA; TROCCOLI, 2004).
As principais causas de estresse no trabalho são: sobrecarga de trabalho,
pressão de tempo e urgência, supervisão de baixa qualidade, clima político de
insegurança, autoridade inadequada na delegação de responsabilidades,
ambigüidade de papel, diferenças entre os valores individuais e organizacionais,
mudanças dentro da organização, frustração.
Luthans (apud CHIAVENATO, 2005) aponta quatro tipos de estressores:
os extra-organizacionais, os organizacionais, os grupais e os individuais. O
estressores extra-organizacionais consistem em eventos externos e ambientais
que provocam grandes mudanças na organização e no indivíduo, por exemplo,
impacto da família sobre a pessoa. Estressores organizacionais são eventos
associados à organização em si, por exemplo, pressões competitivas, pouca
participação nas decisões, sistema de avaliação punitivo, local de trabalho
desagradável, ar poluído. Os estressores grupais consistem na influência grupal
sobre o comportamento dos indivíduos, por exemplo, a falta de apoio social, uma
vez que as pessoas são afetadas pelo apoio de um ou mais membros de um
124
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
grupo coesivo, seja para partilhar seus problemas e alegrias com outros, ou
recebendo colaboração e suporte. E os estressores individuais consistem nas
diferenças a partir dos traços de personalidade, como as personalidades Tipo A e
Tipo B de Friedman e Rosenman, já descritas anteriormente.
O estresse ocupacional gera custos indesejáveis para as organizações.
Funcionários estressados aumentam os custos com assistência médica e
hospitalar. As organizações podem ser responsabilizadas por provocarem
enfermidades associadas ao estresse. E pesquisas mostram que as perturbações
mentais provocadas por estresse vêm aumentando (CHIAVENATO, 2005). Além
disso, o estresse tem sido apontado como uma das principais causas do
absenteísmo. Também se pode apontar o baixo desempenho como conseqüência
do estresse.
3 CONCLUSÃO
A saúde ocupacional passou a ser um problema de saúde pública, e que
as doenças ocupacionais são a segunda causa de afastamento do trabalho no
Brasil, segundo a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (2000 apud
MURTA; TROCCOLI, 2004).
Com a presente pesquisa, constatou-se a relevância de estudar o estresse
a fim de procurar alternativas para evitá-lo ou controlá-lo. Na verdade, não se tem
o objetivo de acabar com o estresse, mas sim de encontrar uma forma de responder
adequadamente a ele, percebendo-o positivamente e evitando os males causados
por ele.
Mas a satisfação no trabalho entra em choque com a necessidade do
mercado em produzir com maior rapidez e com qualidade. Porém, é importante
que as organizações atentem para o estresse, uma vez que este traz
conseqüências para seus colaboradores e conseqüentemente para elas.
Algumas estratégias poderiam ser utilizadas, como: diminuição de carga
horária, aumento de benefícios, aumento de salários, aumento da participação do
trabalhador nos processos de tomada de decisão.
Na realização deste estudo houve um acréscimo de conhecimento e
experiência, e ampliação da visão das autoras quanto à forma de organização do
mercado e sua relação com o estresse negativo adquirido pelos colaboradores.
125
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
STRESS AND STRESS OCCUPATION
ABSTRACT
The stress at work is a subject of study which it currently have to aroused a lot of
interest due to in crease in the last decade. O stress to do part of all of the human
in bigger or smaller degree. There are many characteristic it in the situations what
to do to help of stress the contemporany there are: the agitation of modern life the
tall factores of compectivity presents since childhood, a the ambition, violencie,
the reguiriments, the work market between other problems one, as external as
internal to produce the man this most time pressure.
So the present article to do a discussion about a relation of stress and with the
work.
Key-word: Stress. Stress Occupation. Work.
REFERÊNCIAS
ANDREWS, S. Stress a seu favor: como gerenciar sua vida em tempos de crise.
São Paulo: Ágora, 2003.
ATKINSON, R. L. et al. Estresse, saúde e enfrentamento. In:____. Introdução à
psicologia de Hilgard. 13 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 508-541.
CAIAFFO, G. A. Estresse ocupacional: estudo realizado junto aos funcionários
da SUDEMA (Trabalho de Conclusão de Estágio), 2003.
CHIAVENATO, I. Esresse, conflito e negociação. In: ___. Comportamento
Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005. p.389-421.
CUNGI, C. Saber administrar o estresse na vida e no trabalho. Coleção
Biblioteca prática. São Paulo: Larousse do Brasil, 2004.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1988.
MURTA, S.G.; TRÓCCOLI, B.T. Avaliação de intervenção em estresse ocupacional.
Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, vol. 20 n. 1, jan-abr 2004, p. 039-047.
126
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
PASCHOAL, T.; TAMAYO, Á. Validação da escala de estresse no trabalho. Estudos
de Psicologia, Natal, v. 9, n. 1, 2004. TAMAYO, Á. Impacto dos valores da organização sobre o estresse ocupacional.
RAC – Eletrônica, v. 1, n. 2, p. 20-33, maio/ago 2007.
VIEIRA, P. C.O. As mudanças organizacionais contemporâneas e o estresse
ocupacional preocupam os administradores e acadêmicos? 2004. 48 f.
Monografia de conclusão de curso. (Especialização pelo Curso de MBA Gerência
Empresarial) - Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e
Secretariado da Universidade de Taubaté, 2004.
127
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
EMISSÕES DO BIODIESEL E DIESEL E SEUS EFEITOS MUTAGÊNICOS
SOBRE BIOINDICADOR VEGETAL
Deuzuita dos Santos Oliveira
Marcus Vinicius da Silva
Paula Manoel Crnkovic
Vicente Galber Freitas Viana
Antonio Moreira dos Santos
Josmar Davilson Pagliuso
RESUMO
O uso de biodiesel, como alternativa para aplicações de diesel vem se destacando
nos últimos anos. Ele é uma das alternativas na substituição aos combustíveis
derivados do petróleo, tal como diesel, pois apresenta como uma das vantagens à
diminuição na emissão de poluentes. Os motores a diesel emitem entre outros
poluentes, os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), considerados como
carcinogênicos e mutagênicos. Contudo não existe uma avaliação direta dos riscos
causados pelas emissões destes combustíveis nos seres vivos, usando a
metodologia aplicada neste trabalho. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar
o potencial de risco mutagênico da exaustão proveniente da combustão de biodiesel
e diesel, utilizando o bioensaio Trad-SH (mutação em pêlos estaminais no clone
KU-20 de Tradescantia) como bioindicador da poluição do ar. Nos experimentos,
a exaustão do motor foi diluída com ar atmosférico de modo a simular uma atmosfera
poluída. As inflorescências foram expostas por duas horas, dentro de uma câmara
de fumigação, à exaustão do motor diesel, abastecido com biodiesel puro (B100)
de soja e de nabo forrageiro e com diesel. A concentração dos poluentes na
câmara de fumigação foi monitorada por meio de um analisador de gases. Para se
avaliar o efeito mutagênico foi feita uma comparação das inflorescências não
expostas aos poluentes, grupo controle (grupo 1), com as inflorescências expostas
aos poluentes provenientes do uso de diesel (grupo 2) e B100 (grupo 3). Análises
________________
Deuzuita dos Santos Oliveira ([email protected]), doutoranda da Escola de Engenharia de São Carlos/NETeF/
EM/USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil.
Marcus Vinicius da siilva ([email protected]), doutorando da Escola de Engenharia de São Carlos/NETeF/EM/
USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil.
Paula Manoel Crnkovic ([email protected]), pósdoc da Escola de Engenharia de São Carlos/NETeF/EM/USP/
Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil.
Vicente Galber Freitas Viana ([email protected]), professor doutor da Faculdade Integral Diferencial (FACID)
e técnico do Departamento de Química (UFPI), Teresina/Pi - Brasil.
Antonio Moreira dos Santos([email protected]), professor doutor da Escola de Engenharia de São Carlos/
NETeF/EM/USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil.
Josmar Davilson Pagliuso ([email protected]), professor doutor da Escola de Engenharia de São Carlos/
NETeF/EM/USP/Av. São Carlense, 400. São Carlos/SP - Brasil.
128
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
estatísticas mostraram que a freqüência média de mutações do grupo 3 foi maior
que a dos grupos 1 (controle) e 2 (B100). Os resultados indicam que a
mutagenicidade das emissões do biodiesel foram menores que as emissões do
diesel, deixando claro que o uso do biodiesel reduz os riscos de saúde aos quais
os seres vivos estão expostos.
Palavra-chave: Biodiesel. Motor Diesel. Mutagenicidade. Bioensaio Trad-SH.
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, a humanidade vem se tornando cada vez mais
consciente dos perigos da poluição atmosférica tanto a gerada de forma natural
como a provocada por ela mesma. Atualmente a variedade de substâncias lançadas
na atmosfera é muito grande e freqüentemente os veículos automotores são os
principais emissores de poluentes nos centros urbanos, sendo os motores diesel
considerados como os vilões. Essa emissão é composta principalmente por gases
como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos
totais (THC), óxidos de enxofre (SOx), e material particulado (MP) (CETESB, 2004).
Os produtos de combustão típicos de motor diesel mostraram associações
com a mortalidade por câncer de pulmão (ABBEY et al. 1999; BOHM et al, 1983)
e, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, 1989) são
potencialmente carcinogênicos aos seres humanos. O efeito carcinogênico da
exposição a estes gases ocorre principalmente devido à inalação de material
particulado, pois é na sua superfície que são adsorvidos os compostos policíclicos
aromáticos (HPAs), considerados mutagênos e carcinógenos (HUISING et al. 1978).
Nesse contexto, o biodiesel surgiu como uma solução para minimizar a emissão
de poluentes, pois desde a crise do petróleo em 1983 têm-se investigados fontes
alternativas, de combustíveis renováveis (PETERSEN et al., 1996). Estudos
epidemiológicos mostram que o biodiesel é menos mutagênico que o diesel
(BUNGER et al.,2000).
Medidas físico-químicas podem ser utilizadas para fornecer dados sobre
a qualidade do ar, porém não podem ser usados para se prever os riscos aos
quais os seres vivos estão sujeitos. O acompanhamento de reações mostradas
por determinados seres vivos na presença de poluentes atmosféricos, metodologia
denominada biomonitoramento, tem sido uma ferramenta útil e importante no
fornecimento de informações rápidas e seguras quanto aos efeitos antropogênicos
no meio ambiente e, ainda, para prever os riscos de danos aos ecossistemas
naturais e à saúde dos seres vivos expostas aos poluentes (ARDNT, 1991).
Há bioensaios bem padronizados com clones de plantas do gênero
Tradescantia como o de eventos mutagênicos em pelos estaminais, denominados
como bioensaio Trad-SH, no qual os riscos mutagênicos são indicados pela
129
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
mudança de coloração das células. Esses bioensaios podem ser considerados
indicadores gerais de contaminação, por não responderem de maneira específica
a certos poluentes atmosféricos. Porém, além de ser muito sensível, já mostrando
reações em baixos níveis de contaminação ambiental, e rapidamente responderem
aos agentes genotóxicos, foram padronizados para plantas geneticamente uniformes
(clones), o que proporciona reduções na variabilidade das respostas e,
conseqüentemente, uma interpretação mais segura dos resultados. São ainda de
fácil execução, uma vez que não há necessidade de uso de infra-estrutura complexa
de laboratório, além de serem bastante versáteis podendo ser utilizados para
delimitação do potencial genotóxico de agentes presentes no ar, água e solo
(ICHIKAWA, 1992). Em vista desse cenário, o objetivo deste trabalho foi avaliar e
comparar o potencial de risco mutagênico da exaustão proveniente da combustão
de biodiesel e diesel, utilizando o bioensaio Trad-SH (mutação em pêlos estaminais
no clone KU-20 de Tradescantia) como bioindicador da poluição do ar.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A planta bioindicadora utilizada nos experimentos foi o clone KU-20 de
Tradescantia (ICHIKAWA, 1992). Nos experimentos, a exaustão do motor foi diluída
com ar atmosférico de modo a simular uma atmosfera poluída. Então, as
inflorescências foram expostas por duas horas, dentro de uma câmara de
fumigação, à exaustão do motor diesel, abastecido com biodiesel puro (B100) de
soja e de nabo forrageiro e com diesel. A concentração dos poluentes na câmara
de fumigação foi monitorada por meio de um analisador de gás HORIBA ENDA
1400, modelo VIA-510. Foram estabelecidos três grupos experimentais para uma
avaliação do potencial de risco mutagênico dos combustíveis: Grupo 1 (controle):
inflorescências inseridas na câmara por duas horas, porém não submetidas à
exaustão do motor. Grupo 2 (diesel): Inflorescências expostas as emissões
provenientes do motor abastecido com óleo diesel.Grupo 3 (biodiesel):
inflorescências intoxicadas com as emissões da exaustão do motor à diesel,
abastecido com biodiesel puro (B100) de soja e de nabo forrageiro. Após a
intoxicação, as inflorescências foram retiradas das câmaras e mantidas em um
béquer com água sob um sistema de aeração. Diariamente, à medida que as
flores se abriam, estas eram coletadas e analisadas quanto ao número de eventos
de mutação nos pêlos estaminais. Para se fazer à leitura ao microscópio foi feito
o seguinte procedimento: primeiramente os seis estames de cada flor foram
colocados lado a lado sobre uma lâmina e, sobre cada estame acrescentou-se
uma gota de água. Em seguida, os pêlos estaminais foram alinhados manualmente
com uma pinça de modo a facilitar sua visualização. Após este procedimento, os
130
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
pêlos estaminais foram observados sob microscópio estereoscópico. Após a
contagem, foi feita uma estimativa do número de eventos de mutação por 1000
pêlos estaminais. Todo esse procedimento, desde a exposição até a contagem
de mutações em pêlos estaminais de Tradescantia, é referido comumente na
literatura como bioensaio Trad-SH.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados obtidos foram analisados estatisticamente e se observou que a
exaustão do motor abastecido com óleo diesel apresentou um aumento significativo
de mutações em inflorescências do clone KU-20 em relação aos grupos 1 e 3
(Figura 1). No entanto, as inflorescências expostas as emissões do biodiesel
(grupo 3) apresentaram uma frequência de mutação maior que as inflorescências
do controle (grupo 1). As inflorescências expostas à emissão do diesel
apresentaram um aumento percentual nas mutações em torno de 30% em relação
ao grupo controle. Por sua vez, as inflorescências expostas às emissões do
biodiesel apresentaram um aumento percentual nas mutações de apenas 14%
em relação ao grupo controle.
Figura 1. Freqüência de mutações nos pêlos estaminais do clone KU-20 submetidos á exaustão
de diesel e biodiesel.
131
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Neste estudo verificou-se que o bioensaio Trad-SH foi eficiente no
biomonitoramento da contaminação da exaustão do motor abastecido com biodiesel
e diesel, onde foi possível reconhecer, de forma linear, os diferentes níveis de
poluição provenientes do motor. Esses resultados mostram que a exaustão do
motor diesel é significativa no desenvolvimento de mutações e o biodiesel apresenta
um potencial mutagênico menor que o diesel. Portanto, é interessante o uso
desse bioensaio para se avaliar o potencial de riscos mutagênicos aos organismos
vivos expostos à exaustão dos veículos automotores, bem como para avaliar alguns
aspectos da qualidade do ar sem o uso de equipamentos de alto custo. Pode
ainda ser empregado para monitorar áreas de grande extensão. Dentro da categoria
de poluentes, coletivamente conhecidos como hidrocarbonetos totais (HCT), existe
uma série poluente orgânicos como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
(HPAs) e outros aos quais se pode atribuir prioritariamente os efeitos mutagênicos
observados nas plantas.
4 CONCLUSÃO
A exaustão do motor diesel quando abastecido com óleo diesel teve um
papel significativo no desenvolvimento de mutações. Já no tratamento em que as
inflorescências foram submetidas à emissão do biodiesel, não houve acréscimo
estatisticamente significativo das mutações em pelos estaminais. A metodologia
utilizada na investigação dos níveis de mutação foi adequada ao trabalho proposto.
O bioensaio Trad-SH com flores estaminais do clone KU-20 mostrou-se eficiente
para avaliação do potencial de risco mutagênico dos poluentes gerados na
exaustão do motor diesel.
O número de mutações apresentado nos ensaios com diesel foram maiores
do que nos ensaios com biodiesel, indicando que o uso do combustível renovável
(biodiesel) é um excelente substituto para os combustíveis fósseis, pois reduz os
riscos de saúde dos seres vivos. Embora os bioensaios com plantas não possam
ser extrapolados diretamente para os seres humanos, não se devem desconsiderar
esses resultados, pois os mesmos dão uma idéia do risco aos quais os seres
vivos estão expostos. Testes comparativos com outros combustíveis podem revelarse importantes em uma avaliação mais completa dos impactos ambientais
provocados pelo uso dos transportes.
132
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MUTAGENICITY OF AIR POLLUTANTS FROM DIESEL AND BIODIESEL
ENGINES EMISSION USING THE TRADESCANTIA-SHM BIOASSAY
ABSTRACT
The use of plant oils, mainly from rapeseed, has been investigated as an alternative,
renewable source of liquid fuels. Emission from diesel engine in particular, is highly
toxic and many knowor suspected mutagens and carcinogens, e.g., polycycilic
aromatic compounds (PAC). In this canary the biodiesel has been further investigated
as an alternative for petroleum derived diesel fuel. A detailed investigation on the
risks of those compounds on the living beings using the methodology applied in
this work has not been carried out so far. This work is aimed at evaluating the
mutagenic potential of the emission from biodiesel and a diesel engine using the
Tradescantia stamen hair assay. Experimentally, the inflorescence of the KU-20
clones was kept for 2h under a simulated urban polluted atmosphere, obtained by
mixing the emission from a diesel engine and atmospheric air. The CO concentration
in the simulated atmosphere was monitored using a gas analyzer. The mutagenic
effects of the atmosphere were analyzed by comparing a group of non-exposed
control inflorescence (group one) to inflorescences kept under polluted atmospheres
containing biodiesel and diesel exhaust (groups two and three). The frequency of
mutations observed in the inflorescences from group three was slightly higher than
that observed in the groups two and one. In the group two, however, the frequency
of mutations was higher than that exhibited by the control group. The latter suggests
that the emission from a diesel engine plays an important role in the development
of plants mutation compared to biodiesel.
Keywords: Biodiesel. Diesel Engine. Mutagenicity. Bioassay Trad-SH.
REFERÊNCIAS
ABBEY, D.E. et al. Long-term inhalable particles and other air pollutants related to
mortality in nonsmokers. American Journal of Respiratory and Critical Care
Medicine, v. 159, n. 2, p. 373-382, 1999.
ARDNT, U.; SCHWEIZER, B. The use of bioindicators for environmental monitoring
in tropical and subtropical counties. In: Biological monitoring: Signals from the
environmental (Ellenberg et al. eds.). Eschborn: Vieweg, 1991.
133
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
BOHM, G.M. et al. Comparative toxicity of alcohol and gasoline fueled automobile
exhaust fumes. In: Developments in the science and practice of toxicology
(HAYES, A. W., SCHNELL, R.C. and MIYA, T.S. eds) Amsterdam: Elsevier Science
Publishers, 1983.
BUNGUER, J. et al. Mutagenicity of diesel exhaust particles from two and two
plant oil fuels. Mutagenesis, v. 15, n. 5, p. 397-397, 2000.
CETESB. Relatório da qualidade do ar no estado de São Paulo, 2004.
Disponível em: www.cetesb.sp.gov.br, 17/05/2008.
HUISING, J. et al. Application of bioassay to the characterization of diesel particle
emissions. In: WATERS, M.D. et al, (eds), Aplication of Short-term Biossay in the
Fractionation and Analysis of Complex, Enviromental Mixtures. New York: Plenum
Press, p. 382-418, 1978.
IARC. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks of
Chemicals to Humans, v. 46, Diesel and Gasoline Engine Exhausts and Some
Nitroarenes. Lyon: IARC, p. 41-185, 1989.
ICHIKAWA, S. Tradescantia stamen-hair system as an excellent botanical tester
of mutagenicity its responses to ionizing radiation and chemical mutagens, and
some synergistic effects found. Mutation research., v. 270, p. 3-22, 1992.
PETERSEN, C.I. et al. Engine performance and emissions with methyl and
ethyl esters of rapeseed oil. Proceedings of the Third Liquid Fuel Conference,
Liquid Fuels and Industrial Products from Renewable Resouces, St Joseph, MI:
ASAE, p. 116-127, 1996.
134
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ENSAIO
135
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
136
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O PRINCÍPIO DE IGUALDADE DE PETER SINGER E AS AÇÕES
AFIRMATIVAS: QUOTAS PARA ESTUDANTES NEGROS NAS INSTITUIÇÕES
DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS, JUSTIÇA OU DISCRIMINAÇÃO?
Francisca Sandra Cardoso Barreto
O presente texto tem como objetivo discutir acerca do estabelecimento
de quotas para estudantes negros nas Instituições de Ensino Superior brasileiras.
Tem-se que o princípio de igual consideração de interesses, embora considerado
um princípio mínimo, no caso brasileiro, gera situações ainda mais discriminatórias.
Especificamente no caso do Brasil se faze necessário ações eficazes no Ensino
Básico de modo que o acesso ao ensino superior não se dê apenas em índices
mínimos.
Para Singer (1998, p. 29e 30) “os seres humanos diferem enquanto
humanos, não enquanto raça ou sexo (...)”. É um princípio ético básico (...).” Do
ponto de vista do referido autor, fazer juízo ético é ir além do ponto de vista pessoal
ou grupal, é levar em consideração os interesses dos que forem por ele afetados.
Para o autor supracitado as ações afirmativas constituem-se em dar a
grupos menos favorecidos um tratamento preferencial, quando em harmonia com
o princípio de igual consideração de interesses. Sendo assim, o princípio de igual
consideração de interesses justifica as ações afirmativas do tipo estabelecimento
de quotas para estudantes negros nas Instituições de Ensino Superior Públicas
no Brasil? Será que as desigualdades sociais desencadeadas pela escravidão
serão remediadas com o estabelecimento do sistema de quotas como forma de
ingresso nas instituições de nível superior? Querem resolver um problema social
gerando uma situação que demanda outras ações de cunho fundamental,
principalmente no concernente às políticas públicas voltadas para o Ensino Básico,
para a promoção da igualdade.
Aludindo-se ao caso da política de quotas para negros nas Instituições
de Ensino Superior brasileiras, ação afirmativa, cujo intuito é reparar os danos
“irreparáveis” da escravidão, uma vez considerando-a uma manifestação especista¹.
O sofrimento causado pela escravidão foi uma das maiores violações do princípio
de igualdade que já se viu na história da humanidade. No entanto, implantar o
sistema de quotas talvez não seja uma forma de equalizar o problema social
gerado pela escravidão. A esse respeito observa-se a situação a seguir, originada
na realidade brasileira:
__________________________
*
Especialista em Bioética pela ANIS/ICF/ NOVAFAPI , graduada em Filosofia pela UFPI, Professora da FACID
e mestrando em Bioetica pela Universidade de Brasília - UNB.
137
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Os negros que aqui chegaram do Processo de Colonização ao Segundo
Reinado passaram por sofrimentos imagináveis e inimagináveis. Após a Lei Áurea,
os ideais de igualdade se configuraram com maior firmeza, conta as condições
sociais, de moradia, oferta de emprego. A situação de desigualdade entre negros
brancos era notória, ou seja, o princípio de igualdade não era nítido, uma vez que
o princípio do consenso não se observava, nem tampouco o de personalidade
moral ou de igual consideração de interesses. Chegando à atualidade tem-se a
política de quotas para estudantes negros, onde tal ação afirmativa tem como
princípio norteador a igualdade de oportunidades. Mas será que a política de quotas
observou o princípio de igualdade de oportunidade?
Observe-se: Existe um estudante negro da classe média baixa, que estudou
na escola pública, e um estudante de cor branca que pertence à classe média
alta e estudou em escolas particulares. Leve-se em considerando-se a realidade
da escola pública brasileira no que diz respeito à qualidade do Ensino Básico
oferecida por ambas. O que se pode concluir? É lógico que quem estuda na
instituição da iniciativa privada terá maiores possibilidades de ingressar nas
Instituições de nível superior, uma vez que há (ainda) um rigoroso processo de
seleção em que os conhecimentos básicos são condição sine qua nom para o
sucesso no Ensino Superior. Depreende-se daí que na verdade não há o princípio
de igualdade de oportunidade, visto o aluno negro, oriundo da instituição pública,
certamente terá dificuldade em se adaptar às exigências de conhecimentos uma
vez que não se teve a “oportunidade” de ter um bom alicerçamento teórico.
Não se quer aqui demonstrar discriminação com relação às Instituições
Públicas, sobretudo aos docentes que fazem parte dela, nem tão pouco camuflar
racismo ou intenções preconceituosas. Apenas se quer chamar atenção para a
realidade em que a Instituição de Ensino Público se encontra, visto ser notória a
situação de baixa valorização da mão-de-obra docente, conseqüentemente levando
a dificuldades para sobreviver quanto mais se aperfeiçoar. Alguns poderão
argumentar acerca dos esforços que se fazem em favor da capacitação constante,
do aparelhamento técnico didático que iniciativas dos governos federal e estaduais
empreendem. No entanto, quem vive esta realidade sabe que se divulgam dados e
fatos um tanto distorcidos. Não há material didático suficiente, ou quando há, são
inacessíveis ao corpo docente; as bibliotecas são paupérrimos de acervo e poucos
utilizados e quiçá o livro didático, pois este é quase inacessível para o aluno. O
professor que se “vire” para desempenhar bem as atribuições inerentes à sua
profissão. E o aluno? Imagine-se numa sala de aula aqui no Nordeste, estado do
Piauí, em pleno mês de setembro ou meses do “ b-r-o-bro” (são os meses mais
quentes do ano) sem o mínimo necessário, como: sala de aula sem janelas ou
apenas com os espaços destinados a elas não preenchidos, forradas com lajes
de concreto, sem sistema de ventilação, carteiras sem o menor conforto; alunos
138
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
sem livro ou material para pesquisa (os quais se dispõem em uma biblioteca
básica), dificuldades para ter uma boa alimentação, transporte... e ainda por cima
ter que ajudar nas despesas familiares (de casa), por isso têm que se sujeitarem
a fazer pequenos trabalhos os quais lhes tomam o tempo de fazerem as lições ou
atividades pertinentes à preparação básica exigida pelo Ensino Básico. Esta é a
realidade que se observa em Teresina-PI, em escolas da rede pública estadual,
especificamente as situadas na zona leste, constatada por intermédio da
observação direta participante.
Há de se concordar com Singer ao se afirmar que o princípio de igual
consideração de interesses é um princípio mínimo de igualdade. Contudo, e se
este princípio gerar situações discriminatórias além do esperado para combater
as desigualdades!? O autor também argumenta acerca desta implicação, uma
vez que se refere ao tratamento desigual como uma tentativa de chegar a um
resultado mais igualitário. Mas, mesmo levando em consideração tal pressuposto,
os fatos demonstram que a dificuldade gerada pelo sistema de quotas aumentará
o nível do tratamento desigual, e os resultados provavelmente não serão os
esperados.
Imagine a Escola Básica oferecendo o mínimo necessário para uma boa
preparação teórica para o ingresso no Ensino Superior. Certamente o grau de
dificuldade de nivelamento deste aluno seria menor se considerassem o atual
nível de preparação oferecido pelo Ensino Básico Público no nosso país. Por
outro lado, a Instituição de Ensino Superior que acolhe esse aluno não se preocuparia
em manter políticas de nivelamento permanente. Outra dificuldade seria no acesso
ao material didático, visto se constatar que o acervo das bibliotecas públicas não
cobriria a demanda, uma vez que o acervo destas nem sempre obedece ao padrão
do número de exemplares pela proporção de alunos, isto quando é reposto e
atualizado. Para agravar mais ainda a questão, cursos na área de saúde, como
por exemplo a Odontologia, que não requer apenas material didático, mas utensílios
de uso individual e material específico (muito caros por sinal). Como serão
adquiridos para os quotistas? Uma vez que se considere o princípio de igual
consideração de interesses, não se deve vetar o acesso a qualquer curso que
seja. Portanto, dizer que o sistema de quotas poderá resolver a questão social de
raça é se apoiar em areia movediça do ponto de vista no propósito de proporcionar
a igual chance de oportunidade. Assim, no que se refere à confirmação do
argumento, pode-se citar Singer (1998, p. 48): “A verdadeira igualdade de
oportunidades exige de nós a certeza de que as escolas ofereçam a todos as
mesmas vantagens.”
Por outro lado, esse argumento favoreceria a se levar em consideração o
princípio da utilidade marginal, uma vez que aqueles membros de uma minoria
que não têm acesso ao Ensino Superior teriam, mesmo que em condições de
139
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
preparação para o ingresso precárias, e, consequentemente geradoras de
situações demasiado discriminatórias. Mesmo que essa ação afirmativa não fuja
aos seus ideais de igualdade, em países como o Brasil acentuariam, provavelmente
o princípio de utilidade marginal².
Mesmo visando ao interesse de igualdade, o sistema de quotas é uma
medida geradora de discriminação, pois o estudante que não teve uma boa base
de conhecimento deverá ser tratado de forma diferente pela instituição na qual ele
ingressou por intermédio do sistema de quotas, uma vez que o docente também
o tratará de forma diferenciada, bem como os demais alunos do mesmo nível de
ensino até que se obtenha nivelamento (se é que é possível em curto prazo). Além
do mais, ações afirmativas são dirigidas às minorias e, no caso do Brasil, segundo
o Banco Mundial e Pnad/IBGE apud WERERG (2005), a taxa de analfabetismo
aqui registrada nos dias de hoje é de 13% e o percentual de jovens na universidade
é de 18%, portanto os dados corroboram a tese de que não é apenas uma minoria
que precisa ser vista sob a ótica da igualdade, e que nesse grande percentual de
carentes por ações de cunho igualitário também estão os negros, os índios, os
“brasileiros” (raça oriunda da miscigenação).
Pode-se chegar à seguinte reflexão: as ações afirmativas aqui no Brasil
só terão efeitos de equalização se se pensar que é necessária uma profunda
modificação nas políticas públicas no que concerne ao Ensino Básico que vai
desde a remuneração docente, qualificação ao acompanhamento pedagógico
permanente (nelas não devem estar implícitas intenções eleitoreiras, paternalistas,
assistencialistas e hipócritas).
Conclui-se, mencionado Singer no que se refere às ações afirmativas
que, serão efetivas, se forem adequadamente aplicadas, em harmonia com a
igual consideração de interesses aliviarão os sofrimentos causados pela
discriminação racial geradas pela escravidão. O que se deve pensar é a viabilidade
de serem “adequadamente aplicadas”.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
¹ Segundo SINGER, Ética prática, 1998, p. 68: “especistas” atribuem maior peso
aos interesses de membros de sua própria espécie quando há um choque entre
os seus interesses e os interesses dos que pertencem à outras espécies.
² SINGER, 1998, p. 33 menciona “o princípio de diminuição de utilidade marginal,
um princípio bem conhecido dos economistas, que afirmam que certa quantidade
de alguma coisa é mais útil para quem a possui em pequena quantidade do que
para quem a possui em grande.” Nesse sentido Ibid, p. 59, refere-se ao sentimento
140
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
de irremediável inferioridade que pode existir quando membros de uma raça ou de
um sexo estão sempre em posição de inferioridade diante de membros de outra
raça ou de outro sexo, e porque a extrema desigualdade entre as raça significa
uma comunidade dividida, com tensão racial conseqüente.
REFERÊNCIAS
WEINBERG, M. 7 lições da Coréia para o Brasil. Veja, São Paulo, n. 7, 16 de fev.
de 2005.
SINGER, P. Ética prática. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
141
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
142
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES
143
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
144
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RESPONSABILIDADE SOCIAL, UM BALANÇO SOCIAL DA MISSÃO DA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Adriana Ribeiro de Oliveira Napoleão do Rêgo (*)
A Responsabilidade social pode ser traduzida na forma como uma
Instituição conduz suas atividades de maneira que se torne co-responsável pelo
desenvolvimento da sociedade. Quando realmente aplicada, permeia a pesquisa
científica, a gestão responsável e também a extensão, sendo muito mais que a
pura filantropia.
Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a forma
de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando hábitos e
costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto.
A Responsabilidade social pode ser vista como uma obrigação do Estado,
que a executa por meio de políticas públicas financiadas por impostos ou em
termos corporativos, como o conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade
e as empresas, otimizando ou criando programas sociais, gerando benefícios
mútuos entre a empresa e a comunidade para melhorar a qualidade de vida da
população.
Nesse cenário, o balanço social destaca-se como um instrumento capaz
de medir o grau de responsabilidade social de uma organização. É uma ferramenta
de gestão que permite demonstrar todas as ações sociais de cidadania
desenvolvidas em um determinado período tornando transparente a sua atuação
e assumindo um efetivo compromisso com a ética e a sustentabilidade social do
planeta. Ao exercer a responsablidade social, a empresa coloca todos os seus
produtos, serviços e recursos financeiros a serviço da comunidade (ASHLEY, 2002).
O contexto onde estão inseridas as Instituições de Ensino Superior (IES)
encontra-se marcado pela competitividade local, regional e global, pelas exigências
governamentais e institucionais e pelos anseios da comunidade acadêmica. Diante
deste cenário, têm-se buscado uma análise mais aprofundada acerca do
desenvolvimento das suas atividades e a sua consequente qualidade, tendo em
vista a prestação de contas à sociedade, e considerando critérios de excelência,
equidade e relevância social.
Pode-se considerar que a preocupação com a qualidade das IES surge
num momento que pode ser considerado por um desajuste entre o Estado,
Universidade e Sociedade. Diversas mudanças estão ocorrendo demadando novas
exigências das universidades, que, por sua vez, não podem responder devido a
_______________
(*) Professora de Educação Física – UFPI
Pós-graduada em Treinamento Desportivo – UGF-RJ
Professora da Faculdade Integral Diferencial – FACID – PI
e-mail: [email protected]
145
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
suas estruturas tradicionais de funcionamento. Neste contexto, surgem diferentes
modelos de universidades, e a necessidade de avaliação de suas atividades e de
seu desempenho. É desta forma que a qualidade da educação e a sua avaliação
assumem um papel fundamental. Dentre algumas mudanças, destacam-se a
globalização, a expansão e a diversificação do sistema do ensino superior mais
competitivo, o surgimento do Estado avaliador e de novas tecnologias colocando
a educação como prioritária para o desenvolvimento sócio-econômico de todos os
povos.
Empreender a tarefa de avaliar requer uma noção clara dos elementos que
configuram cada IES. Não será possível um conhecimento da totalidade institucional
sem o conhecimento prévio das partes que integram essa estrutura e as formas
como elas interagem entre si (RODRIGUES, 2003).
Fazendo um breve panorama da situação do Ensino Superior, no Brasil
estudam em universidades privadas 2/3 dos alunos, o que significa 1.538.600 de
estudantes. Calcula-se que 26% não têm condições de pagar os estudos nem o
material didático, o que representa uma demanda de 400.000 créditos. Como a
demanda à educação tem aumentado mais do que os recursos dos governos
destinados a criar escolas, universidades e preparo de docentes com melhores
condições de ensino e pesquisa, a busca de alternativas é imperiosa e, entre
elas, a revalorização da participação do setor privado na educação , que tende a
ser centrado na eficiência e na produtividade sob o controle do Estado (HOUSE,
1993).
A missão das Instituições de Ensino, sejam elas Públicas ou Privadas,
não se constitui somente em garantir a excelência da qualidade do ensino, mas
envolve modelos de responsabilidade social no seu plano estratégico de gestão
com a participação de todos os segmentos da comunidade acadêmica avaliados
através da pestação de contas sobre os projetos, processos e resultados
realizados. Nas organizações, esta avaliação é quase sempre um instrumento
fundamental em termos de gestão (AFONSO, 2000).
Mais do que no passado, está havendo uma conscientização da
responsabilidade social das entidades privadas que são parte importante da
sociedade e que sua participação deve ser maior do que tão-só atender às suas
obrigações legais.
No caso específico da FACID, como uma Instituição de Ensino Superior
Privado, caracterizada por uma gestão com missão definida e responsabilidades
identificadas em seu plano de desenvolvimento institucional, as metas de
compromisso social à que se propõem são cumpridas ao respeitar a articulação
das atividades propostas com o ensino, pesquisa e extensão em resposta ao seu
objetivo geral, proporcionando um ambiente de prática para o aprendizado de seus
alunos e levando à comunidade serviços de melhoria da qualidade de vida.
146
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O impacto das atividades da FACID na comunidade e na formação dos
estudantes pode ser evidenciado através da avaliação de suas ações revelando
uma cultura interna que favorece, estimula, confere valor e relevância à temática
social.
Em seu balanço social no primeiro semestre de 2007, a FACID contou
com a colaboração de 1793 alunos, 176 professores e 95 funcionários. Dentre as
atividades realizadas, pode-se destacar:
. 1369 atendimentos na Clínica – Escola de Psicologia;
. 3257 atendimentos na Clínica – Escola de Fisioterapia;
. 3098 atendimentos na Clínica – Escola de Odontologia;
. 18 Projetos de Iniciação Científica;
. 73 Projetos de Pesquisa em andamento;
. Diversas atividades de extensão com a realização de mini-cursos,
campanhas educativas, programas comunitários pontuais e sistemáticos;
. Programa FACID - Solidária voltado para atender às comunidades carentes
da região da Pedra Mole: Vilas do Avião, Meio Norte, Anita Ferraz e Socopo.
. Programa de bolsas com a concessão de 303 bolsas de estudo parciais
e 6 integrais;
. Campanhas de vacinação e doação de sangue.
Um dos fatores de sucesso dessas ações foi o apoio de toda a comunidade
acadêmica participando efetivamente da mobilização de toda a rede de
relacionamento. Esse balanço social é um convite a reflexão, pois ao trabalhar
para a formação de cidadãos com mais ética, justiça e oportunidades, a FACID
está se tornando um exemplo para outras empresas e para a comunidade. Esse
é um papel de grande responsabilidade, que envolve colaboradores, fornecedores,
clientes, e parceiros com abrangência nas comunidades em que atuamos.
Novas formas de responsabilidade se manifestam, estimulando a unidade
da diversidade, onde é necessário repensar os rumos que as Instituições de Ensino
terão de assumir para não sucumbir à inércia da fragmentação e excessiva
disciplinarização (MORIN, 2005).
Ainda há muito a ser feito no Piauí e no Brasil, mas os resultados obtidos
pela FACID, como Instituição Privada, respondem não só ao seu papel com
responsabilidade e competência, atendendo às demandas crescentes da
comunidade, mas também contam a sua história de respeito, atitude e
comprometimento com a sociedade.
REFERÊNCIAS
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação emancipação: para uma
sociologia das políticas avaliativas contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2000.
147
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo:
Saraiva, 2002.
HOUSE, E. R. Professional Evaluation: social impact and political consequences,
London: Sage, 1993.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 10 ed. São
Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2005.
RODRIGUES, C. M. C. Proposta de avaliação integrada ao planejamento
anual: um modelo para as UCGs. Porto Alegre, 2003.
148
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O PROBLEMA DA INDUÇÃO E O MÉTODO CIENTÍFICO
Raimundo Leôncio Ferraz Fortes*
RESUMO
Este texto faz uma reflexão sobre o problema da indução, ou seja, uma questão
epistemológica, que desde o século XVIII até nossos dias vem sendo objeto de
controvérsia, no que concerne à possibilidade ou não de a mesma ter um
fundamento lógico. Também enfoca a possibilidade da indução de se constituir
em método, assim como aborda o método hipotético - dedutivo.
Palavras-chaves: Indução. Fundamento lógico. Observação científica. Método
científico. Método hipotético-dedutivo.
Em que se fundamenta metodologicamente a ciência para gerar
conhecimentos e atingir seus objetivos? Eis uma das questões mais controvertidas
que tem desafiado filósofos do período moderno e contemporâneo.
Os primeiros fundamentos metodológicos da ciência moderna já se
encontravam na teoria do conhecimento de Aristóteles. Enquanto para seu mestre,
Platão, era impossível o conhecimento a partir da observação dos fenômenos, já
que estes eram mutáveis e cópias infiéis de outra realidade (o mundo das idéias)
que somente era passível de conhecimento mediante uma espécie de intuição, ou
melhor, uma recordação (anamnese), Aristóteles argumentava que as idéias
estavam nelas, nas realidades, e que por um processo de abstração se poderia
conhecê-las.
O que Aristóteles defendia era que o conhecimento tinha como ponto de
partida as observações dos fenômenos particulares, e que através delas chegavase às conclusões gerais, isto é, afirmações de caráter cientifico, que naquele
momento histórico significava, identificar as características comuns das coisas,
uma espécie de classificação dos seres: reino, classes, famílias, gêneros, espécies,
etc.
Pode-se dizer que Aristóteles foi o primeiro sistematizador da indução,
que a partir do século XVII exerceu um papel muito importante para o
desenvolvimento da ciência moderna, que se distinguia da ciência aristotélica por
priorizar a descoberta de leis que regem as relações entre os fenômenos mediante
o uso de meios técnicos de investigação da realidade empírica.
________________
*Raimundo Leôncio Ferraz Fortes é licenciado em Filosofia, bacharel em Economia, professor universitário
149
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O que muitos filósofos questionam é a pretensão da indução de ampliar o
conhecimento a partir de algumas observações realizadas, cujo resultado sendo
considerado verdadeiro, é estendido para todas as outras observações não
realizadas. Ou seja, de verdades particulares se chega a verdades de validade
universal. O que melhor exemplifica esta explicação é o seguinte raciocínio:
O ferro é condutor de energia;
O zinco é condutor de energia;
O cobre é condutor de energia;
Todos esses minerais são metais;
Logo, todo metal é condutor de energia.
Se ao longo da história da ciência a dedução fora acusada de não contribuir
para o desenvolvimento da ciência, a indução, por sua vez, fora questionada em
razão de não ter um fundamento lógico. Isso significa dizer que, daquilo que se
afirma nas premissas não se pode ter uma garantia de veracidade na conclusão,
pois não se fizeram observações em todos os indivíduos de uma mesma espécie.
Em outros termos a crítica à indução se fundamenta na seguinte questão: Como
é possível uma generalização – de uma relação entre dois fenômenos – que se
baseia apenas em algumas observações? Ou então, que certeza se tem que uma
determinada relação se repita no futuro, com outros indivíduos pertencentes a
uma mesma espécie?
O exemplo mais comum citado pelos filósofos da ciência para defender
um posicionamento desfavorável à indução – negando-lhe a possibilidade de ampliar
o conhecimento a partir de verdades particulares – é o seguinte raciocínio:
Este corvo é preto;
Esse outro é preto;
Aquele também é preto;
Logo, todo corvo é preto.
Com este exemplo, tenta-se comprovar que não há um fundamento lógico
para a indução, posto que, se constata que não é verdade que só exista corvo
preto, já que se descobriu a existência de corvo de cor branca. Sendo assim, o
que se afirma nas primeiras premissas não pode ser considerado para todas
outras observações não realizadas.
Talvez o maior erro dos críticos da indução – dentre os quais se destacam
David Hume (filósofo escocês do século XVIII) e Karl Popper (filósofo austríaco do
século passado) – esteja em considerar nos seus exemplos uma relação de
coexistência entre os fenômenos que não é essencial, mas sim, contingente, ou
melhor, acidental, como é o caso daquela que se estabelece entre o corvo e a cor.
Ora, sabe-se que a cor não é algo essencial ao ser das coisas, mas sim acidental,
já que é um componente passível de variação.
Contudo, se fosse observado que:
150
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O primeiro corvo é bípede,
O segundo corvo é bípede,
O terceiro corvo é bípede,
Então, pode-se concluir que todo corvo é bípede.
Neste caso, a indução tem um fundamento lógico, uma vez que a relação
que existe entre o sujeito (o corvo) e o predicado (bípede) sendo essencial garante
a veracidade da conclusão. A mesma situação pode ser constatada no exemplo
dos metais, assim como na lei formulada por Galileu Galilei, denominada de Lei
da Queda Livre dos Corpos, no qual ele comprovou que dois corpos de pesos
diferentes – desde que não sofram resistência do ar – atirados de uma mesma
altura chegam ao mesmo tempo no solo.
A partir de experiências positivas com objetos diferentes, Galileu enunciou
uma lei cuja validade se estendeu a todos os outros objetos não testados na
experiência. Isso aconteceu porque ele percebeu algo que é essencial na relação
entre os fenômenos envolvidas na experiência, não precisando assim repeti-la.
Esse fundamento lógico da indução que se constata nas ciências empíricas
da natureza se da em razão de a mesma apresentar uma regularidade no
“comportamento” dos fenômenos, ou então pelo fato de ela apresentar algo
determinado, sem a qual não se pode dizer que há ciência, como dizia alguém:
A relação de causalidade entre dois fenômenos, ou a relação de coexistência
de duas ou mais formas do mesmo composto fundamenta-se na uniformidade,
constância e determinismo da natureza e de seus processos de atuação. Se
a natureza não fosse uniforme, constante e determinada “as unum”, a indução
não seria possível. Aliás, todo cientista trabalha na suposição de que a natureza
e seus processos de atuação sejam uniformes, constantes e determinados.
(RUIZ, 1982, 136-137).
É evidente que nas ciências humanas e sociais, como o objeto do
conhecimento é o seu próprio sujeito, o homem, ser do qual não se pode esperar
regularidade nem determinismo em seu comportamento - já que sendo dotado de
inteligência, ele é livre no seu agir – a indução não tem a mesma importância que
tem nas ciências da natureza, pois os seus resultados assumem mais um caráter
probabilístico.
Embora a indução tenha sua importância na construção da ciência,
fundamentando-se na regularidade e uniformidade dos fenômenos, questiona-se
se a mesma é propriamente um método, uma vez que, como alguns filósofos
afirmam – principalmente Karl Popper – o conhecimento científico não tem origem
na observação, mas sim, em problemas, conjecturas e hipóteses.
Não se constituindo num método científico, a indução seria apenas uma
etapa importante da investigação científica, já que a observação – que é o ponto
inicial do processo indutivo – não é o fator determinante do conhecimento científico,
151
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
mas tão somente um dos procedimentos de justificação da hipótese, confirmando
ou não sua veracidade.
O que de fato determinaria o conhecimento científico para Popper seria a
capacidade intuitiva, criativa e imaginativa do cientista em formular novas
conjecturas e hipóteses, suscitadas pelos questionamentos em relação ao
conhecimento prévio de teorias daqueles que o precederam.
Essa idéia de que a ciência não se origina na observação, mas em teoriasproblema, que se desdobram em conjecturas e hipóteses, fundamenta-se também
no fato de que a ciência se apresenta como sendo uma construção coletiva que
se consolida ao longo da história. Isto significa afirmar que o cientista busca
explicar a realidade inicialmente a partir das teorias formuladas por outros que o
antecederam, cuja análise crítica das mesmas gera questionamentos e novos
problemas, suscitando novas conjecturas e hipóteses. A observação, neste sentido,
teria um caráter seletivo, seria planejada em função dos problemas a serem
desvendados e hipóteses a serem confirmadas ou não.
Diante da impossibilidade da indução como um método, mas apenas como
um procedimento lógico surgiu com Karl Popper o método hipotético – dedutivo,
como resultado de sua crítica à indução, particularmente à idéia de que a observação
é o que determina o conhecimento científico, sendo o seu ponto de partida.
Como já se mencionou anteriormente, a observação - que é o ponto inicial
da indução – seria importante na fase de verificação das hipóteses, como afirma o
próprio Popper:
A Observação pura – isto é, a observação desprovida de um componente
teórico – não existe. Todas as observações - espec ialmente todas as
observações experimentais- são observações de fatos realizados a luz desta
ou daquela teoria. (POPPER APUD REALE E ANTISERI, 1991, 1024).
Considerando o pensamento de Karl Popper, poder-se-iam estabelecer as
seguintes etapas para o método hipotético – dedutivo, que é aquele utilizado
atualmente pela ciência:
1º Conhecimento prévio das teorias existentes
2º Identificação dos problemas
3º Construção de conjecturas e hipóteses
4º Realização de testes de falseamento das hipóteses
5º Análise dos resultados dos testes de falseamento.
Questiona-se no método hipotético–dedutivo a etapa de falseamento das
hipóteses, quando o mais comum em se tratando de ciência é a verificação para
saber se uma hipótese é verdadeira ou não. Para Popper é diferente, pois na sua
visão uma hipótese ou uma teoria só será considerada científica se forem passíveis
de serem refutadas ou falseadas.
152
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
A confirmação de uma hipótese no entendimento de Popper não asseguraria
a sua veracidade, uma vez que um dia ela pode ser refutada mais adiante. Diante
deste posicionamento pode-se dizer que: “O que causa estranheza na posição de
Popper é que a ciência se limite à eliminação do erro, sem que se apresente
como descoberta ou aproximação da verdade” (LAKATOS E MARCONI, 1991,
72).
Em relação a esta possibilidade de futuramente uma verdade cientifica
ser refutada, deve-se considerar que na história da ciência tem-se realmente
comprovado que muitas das verdades tidas como intocáveis foram posteriormente
revistas e negadas, dentre as quais se destaca o geocentrismo. Porém, como o
próprio exemplo nos mostra esse critério de elevar um conhecimento ao status de
científico de Popper é válido para as teorias, - que são mais complexas - mas não
para as leis científicas, que sendo mais específicas, podem ser melhor verificadas
empiricamente. Um exemplo é a própria Lei da Livre Queda dos Corpos de Galileu,
cuja veracidade independe do tempo.
Ainda se reportando à questão da indução, podemos concluir que não se
pode afirmar a priori se a mesma tem ou não um fundamento lógico. Isto vai
depender do tipo de meios técnicos que os cientistas vão utilizar em suas pesquisas,
e, sobretudo de sua perspicácia para descobrir regularidades nas relações de
coexistência e de causalidade entre os fenômenos, considerando aquilo que é
essencial. Afinal, já dizia o velho Aristóteles que “O conhecimento científico é o
julgamento acerca de coisas universais e necessárias” (ARISTÓTELES, 1992,
117) e não de coisas variáveis, como são os acidentes.
REFERÊNCIAS
RUIZ, J. Á. Metodologia Científica: Guia para Eficiência nos Estudos. São Paulo:
Atlas, 1982.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia Vol. III. São Paulo: Ed. Paulinas,
1991, 1113 p.
LAKATOS, E. Mª.; MARCONI, M. A. Metodologia Científica. 2. ed. São PauloSP: Atlas, 1992.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 2.ed. Brasília. Ed. Universidade de Brasília,
1992.
153
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
154
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RESENHAS DE LIVROS
155
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
156
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
COMUNICAÇÃO TEM REMÉDIO- A COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES
INTERPESSOAIS EM SAÚDE
Judite Oliveira Lima Albuquerque1
Manuella Bezerra Lopes2
O livro escrito por Maria Júlia Paes da Silva traz aos leitores a
necessidade da comunicação como fator importante no estabelecimento de vínculos
entre pessoas, essencialmente utilizando-se de técnicas de comunicação
interpessoal na área da saúde, cujo tema central gira em torno da condição inerente
do ser humano: a comunicação.
Aborda a comunicação interpessoal em linguagem acessível, dinâmica
e principalmente reflexiva, organizada em onze capítulos ao longo de 133 páginas.
Reúne desde informações sobre a comunicação na área de saúde
como o ruídos da comunicação hospitalar. Apresenta definição, finalidades e
elementos da comunicação até os seus tipos, verbal e não-verbal, bases dos
relacionamentos entre profissionais e o atendimento aos pacientes no âmbito
hospitalar.
A comunicação verbal é aquela associada às palavras expressas, por
meio da linguagem escrita ou falada. Algumas técnicas de comunicação verbal
são apresentadas no livro para auxiliar na expressão, clarificação e validação das
mensagens.
As palavras são o início da interação, mas, para além delas, está o
solo firme sobre o qual se constroem as relações humanas: a comunicação nãoverbal, definida como toda informação obtida por meio de gestos, posturas,
expressões faciais, orientações do corpo, organização dos objetos no espaço e
até pela relação de distância mantida entre os indivíduos.
Destaca-se na obra o capítulo seis, a linguagem do corpo: cinésica,
que ensina técnicas de interpretação dos sinais corporais como postura,
características físicas e principalmente os faciais, onde se descrevem as sete
emoções chamadas puras: alegria, raiva, nojo, medo, tristeza, surpresa e desprezo.
Também se comenta sobre o olhar, visto com função de regulação do fluxo de
conversação e controle do nível de atenção de uma pessoa, sinais que ajudam o
___________________________________
1
Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Especialista em Saúde Pública, em Acupuntura e em Produtos Naturais.
Professora Adjunta Aposentada e Docente da Pós-Graduação da Universidade Federal do Piauí – UFPI,
Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial – FACID e Docente
dos Cursos de Enfermagem e Fisioterapia da FACID. Rua Motorista Chicão, 2334, Horto Florestal. Teresina –
PI CEP: 64052-420 E mail: [email protected] / [email protected].
2
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integral e Diferencial-FACID.
157
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
profissional de saúde a perceber com maior precisão os sentimentos do paciente,
suas dúvidas e dificuldades de expressão verbal.
Fica claro que entre os profissionais da área da saúde a(o) enfermeira(o),
por interagir diretamente com o paciente, precisa estar mais atento ao uso adequado
das técnicas da comunicação interpessoal.
O livro também dedica um espaço à comunicação escrita, afirmando
que os registros devem ser objetivos, completos, desprovidos de impressões
pessoais generalizadas, compreensíveis por todos a que se destinam e sem
rasuras. Fala também sobre apresentação oral, contendo algumas dicas para um
bom desempenho nesse campo.
A autora faz menção a resultados de pesquisas e estudos, para melhor
compreensão de determinadas situações e também faz referências a autores de
obras que serviram de bibliografia para o seu livro.
Por fim, após inúmeras informações e instruções primorosamente
expostas, fica a esperança de sensibilização do leitor para a necessidade do
domínio e da aplicação adequada da comunicação.
A autora possui várias obras publicadas e esta é mais uma que presenteia
o leitor acerca da comunicação nas relações interpessoais em saúde,
especialmente para o enfermeiro, que precisa compreender o paciente e ambiência
hospitalar para melhor interagir e desenvolver sua profissão com competência.
158
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RESUMOS DE TESES, DISSERTAÇÕES E TCC
159
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
160
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO ANTÍGENO BAX NO EPITÉLIO MAMÁRIO
NORMAL DE MULHERES NO MENACME TRATADAS COM RALOXIFENO
O objetivo deste estudo foi avaliar a expressão do antígeno bax no epitélio mamário
normal de mulheres no menacme tratadas com raloxifeno. Foi realizado um ensaio
clínico, envolvendo 33 pacientes portadoras de fibroadenoma, sem outras desordens
endócrinas. As pacientes foram divididas em dois grupos: Grupo A (controle, n=18)
e Grupo B (raloxifeno 60 mg, n=15). A medicação foi administrada durante 22
dias, começando no primeiro dia do ciclo menstrual. A biópsia excisional foi feita
no 23º dia e uma amostra de tecido mamário normal foi coletado para avaliar a
expressão do antígeno bax. A análise dos dados foi feita utilizando-se o teste Quiquadrado e o teste exato de Fisher. O nível de significância foi estabelecido em
P<0.05. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante na
expressão do antígeno bax nos dois grupos (Teste Qui-quadrado: p=0.678; Teste
de Fisher: p=0,722). Conclusão: O raloxifeno não alterou a expressão do antígeno
bax em tecido mamário normal adjacente ao fibroadenoma de mulheres no
menacme.
161
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
O TESTE DA SIMULAÇÃO DE FALAR EM PÚBLICO EM PACIENTES COM
TRANSTORNO DO PÂNICO ASSINTOMÁTICOS
Alexandre Castelo Branco Vaz Parente*
O transtorno do pânico tem sido relacionado a uma via setotoninérgica responsável
pelas reações do tipo luta ou fuga que ocorrem em resposta a ameaças proximais.
Além disso, o transtorno do pânico também tem sido associado ao teste da
simulação de falar em público, visto que este teste avaliaria um medo do tipo
inato, incondicionado, e as mesmas estruturas associadas a este tipo de emoção
estariam envolvidas na neurobiologia do transtorno do pânico. Assim, nosso estudo
objetiva avaliar a resposta ao teste da simulação de falar em publico, de pacientes
com transtorno do pânico sintomáticos e sem tratamento e de pacientes
assintomáticos em tratamento com antidepressivos com ação predominante de
inibição da recaptação de serotonina, comparados a controles saudáveis. Desta
forma, pacientes sintomáticos sem tratamento medicamentoso (N = 14), pacientes
assintomáticos em tratamento com clomipramina ou inibidores seletivos da
recaptação de serotonina (N = 16) e controles saudáveis foram submetidos ao
teste da simulação de falar em publico (N = 16). Ansiedade subjetiva, prejuízo
cognitivo e desconforto, medidos pela escala visual analógica do humor, assim
como o nível de condutância da pele, foram mais altos nos pacientes sintomáticos
do que nos controles no começo da sessão experimental, com os pacientes
assintomáticos apresentando valores intermediários. Na escala de sintomas
somáticos, o principal resultado encontrado foi a maior intensidade de sintomas
somáticos entre os pacientes, principalmente sintomáticos, em relação aos
controles. Sedação subjetiva, flutuações espontâneas da condutância da pele,
freqüência cardíaca e pressão arterial foram semelhantes nos três grupos. A
preparação e o desempenho do discurso diminuíram a sedação enquanto
aumentavam a ansiedade, o prejuízo cognitivo, o nível e as flutuações da
condutância da pele, a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Ansiedade, prejuízo
cognitivo e nível de condutância tiveram menor aumento em pacientes sintomáticos
do que controles. Atividade eletrodérmica, mas não as medidas cardiovasculares,
correlacionou-se com ansiedade antecipatória. O tratamento crônico com inibidores
da recaptação de serotonina atenuou as diferenças entre pacientes com pânico e
controles, confirmando a participação da serotonina no transtorno do pânico.
Palavras-chave: Transtorno do pânico. Falar em público. Ansiedade experimental.
Serotonina.
______________
*Tese (Doutorado em Medicina – Saúde Mental) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, 2007.
162
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
COORDENAÇÃO DO CURSO DE FISIOTERAPIA
RESUMO TCC 2007/1
VASCONCELOS,F.O.A..Reabilitação fisioterapêutica na lesão de ligamento cruzado
anterior. 2007. 66F.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Evandro Nogueira Barros Filho. Data da
apresentação: 25.08.2007.
O objetivo fundamental deste trabalho distantes é desenvolver um programa de reabilitação
dinâmico para a articulação do joelho, visando às lesões no ligamento, mais propriamente dito o
ligamento cruzado anterior. Alguns questionamentos foram levantados quanto à melhor escolha
do tratamento a ser seguido, deixando clara a crescente participação do fisioterapeuta na
recuperação de tal lesão. Assim, o conhecimento por parte de uma pesquisa bibliográfica,
aumentará a confiança na hora do tratamento, visando à diminuição do tempo para que se inicie
cada um dos procedimentos, para o retorno às suas atividades podendo ser esportiva ou da vida
diária.
Palavras-chave: Leabilitação. Lesão. Ligamento cruzado anterior.
LIMA, L. S. A inclusão do Fisioterapeuta na Estratégia Saúde da Família no Município de Paraibano-MA:
atenção ao paciente domiciliar. 2007. 65 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadoa:Profa. Silvana Maria Véras Neves Lima.
O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil pelo Ministério da Saúde em 1994, como modelo
assistencial do Sistema Único de Saúde a partir da atenção básica. O SUS tem como estratégia os princípios
básicos - universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade. Com o desenvolvimento
do Programa Saúde da Família (PSF), novas profissões começam a rever a “interdisciplinaridade” do PSF nas
intervenções; nasce, assim, a necessidade de realizar ações mais complexas, englobando diferentes saberes,
sejam estes oriundos de outras categorias de profissionais de saúde ou ainda de outros setores. Dessa forma,
a inclusão de outros profissionais de saúde como o fisioterapeuta nas equipes do PSF é fundamental para
ratificar a integralidade e eqüidade do SUS. A inserção do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família e no
atendimento domiciliar contribui de forma significativa como multiplicador de saúde, executando ações de
assistência integral em todas as fases do ciclo da vida, realizando atendimentos domiciliares a portadores de
doenças crônicas, degenerativas e neurológicas, que estejam acamados e/ou impossibilitados de se deslocarem
de suas casas, entre outras possibilidades de atuação junto ao programa. O objetivo deste estudo foi mostrar
a necessidade da inclusão do profissional de fisioterapia no Programa de Saúde da Família (PSF) do município
de Paraibano-Maranhão, no modelo de atenção que privilegia a prevenção, reabilitação, ações educativas,
recuperação da função e melhora da qualidade de vida dos pacientes acamados. O presente estudo caracterizase por uma pesquisa do tipo exploratória, com base em dados documentais do PSF do município, sendo
utilizado o método histórico e comparativo sobre a inclusão do fisioterapeuta no PSF em algumas cidades do
Brasil. Pode-se concluir então que, diante dos dados obtidos, é relevante a inclusão do fisioterapeuta no PSF
do município de Paraibano – Maranhão, como modelo de atenção ao paciente acamado e/ou impossibilitado
podendo desenvolver, assim, um atendimento diferenciado, levando esses pacientes a um maior grau de
independência para realizar as atividades da vida diária, recuperação da função e melhora da qualidade de vida.
Palavras-chave: Psf. Inclusão. Fisioterapeuta. Paciente acamado.
163
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, D.M. Alterações músculo-esqueléticas decorrentes da postura adotada durante a atividade
de sec retariado no período gestac ional. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora:
Profa. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante: Data da apresentação: 25.08.2007.
Dado a relevância do grande número de mulheres no mercado de trabalho e das alterações ocorridas durante a
gravidez e tendo como agravante as posturas adotadas durante as atividades é necessário buscar uma nova
alternativa para orientar e prevenir os efeitos ocasionados pela postura inadequada no trabalho. Neste trabalho
foi desenvolvido um estudo de caso sobre as alterações músculo-esqueléticas decorrentes da postura incorreta
adotada durante a atividade de secretariado no período gestacional. Esta atividade exige muito desempenho e
atuação das musculaturas corporais diária levando assim a tensões desgastantes por parte da funcionária por
adotar longos períodos sentada, realizando suas atividades ocupacionais. Movimentos repetitivos no dia-dia
pode não parecer problema, mas com o tempo os resultados são outros, sempre vem acompanhado de
estresse, tensão muscular, dificuldade na produtividade profissional, isso ocorre com muitas mulheres, mas
quando esta encontra-se no período gestacional, esses problemas podem acarretar danos terríveis para a
futura mamãe, requerendo assim cuidados redobrados. Neste estudo de caso foi realizada uma avaliação
músculo-esqueléticas gestacional, procurando identificar as suas principais causas primárias e secundárias,
das alterações posturais e posteriormente foram dadas orientações fisioterapêuticas preventivas e curativas
com o intuito de minimizar as sintomatologias existentes. O ambiente de trabalho também foi analisado e
submetido a modificações básicas para melhorar o desempenho da profissional, prevenindo assim, futuras
complicações músculo-esqueléticas para a profissional. Pode-se perceber a importância da fisioterapia, atuando
tanto na área obstétrica como também na área ergonômica, mostrando como pequenas modificações no
cotidiano profissional podem possibilitar uma melhor funcionalidade global para a ocupação profissional, e
também prevenir alterações músculo-esqueléticas, principalmente durante a gravidez.
Palavras-chave: Alterações músculo-esqueléticas. Postura. Período gestacional.
ALMEIDA, N. C. C. Atuação fisioterapêutica no paciente pediátrico com lesão Aalta de
plexo braquial tipo Erb-Duchenne. 2007. Monografia de Conclusão de Curso. Faculdade
Integral Diferencial. Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Kátya Coeli da Costa Loiola. Data da
apresentação:01.09.2007.
As lesões do plexo braquial em pacientes pediátricos também denominadas de lesões obstétricas
do plexo braquial, em sua maioria ocorrem por problemas ocasionados durante o parto vaginal,
geralmente associadas a uma desproporção cefalopélvica fetal com relação à estrutura óssea
da bacia materna. A lesão alta do plexo, denominada de Paralisia de Erb-Duchenne, é a mais
comum, lesando as raízes de C5 e C6, causando déficit motor e diminuição da sensibilidade no
braço, antebraço e mão. O tempo de recuperação e as seqüelas que podem persistir vão depender
da gravidade da lesão nervosa, onde prognostico está associado quase sempre ao tipo de lesão
do nervo. O objetivo deste trabalho é mostrar que o diagnóstico precoce de lesões altas de plexo
braquial associada ao trabalho de um profissional da fisioterapia, facilita a aquisição da função
motora do membro superior lesado, promovendo uma independência funcional para a criança na
realização de atividades motoras compatível com o desenvolvimento motor infantil. O tratamento
fisioterapêutico deve ser iniciado o mais rápido possível, na tentativa de prevenir deformidades
osteo/musculares, melhorar a amplitude de movimento, incentivar a função do membro superior
lesado, além de ensinar e envolver a família no tratamento. Este trabalho de revisão bibliográfica
é baseado na pesquisa em livros, Atlas, sites na internet e artigos científicos.
Palavras-chave: Plexo braquial. Erb-duchenne. Fisioterapia.
164
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SANTANA, R.T.S. Follow - up do recém-nascido de alto risco no ambulatório de
intervenção precoce do instituto de perinatologia social do piauí – uma abordagem
fisioterapêutica. 2007. 62 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Laysa Monte Aguiar. Data da
apresentação: 01.09.2007.
Com o advento de novas técnicas de cuidados com o recém-nascido de alto risco, vêm-se diminuindo a
mortalidade neonatal e aumentando a morbidade. Alto-risco em neonatologia é a referência feita à criança que
tenha sofrido complicações no período pré e/ou perinatal, e que em decorrência das mesmas possa apresentar
déficits ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Dentro das características que constituem o grupo
de alto risco enquadra-se a prematuridade, constituindo fator de risco para atrasos na aquisição de marcos do
desenvolvimento neuropsicomotor. O desenvolvimento motor é um processo de mudanças no comportamento
motor, o qual está relacionado com a idade do indivíduo. Inclui mudanças tanto na postura quanto no movimento.
Adetecçãodeatrasos nodesenvolvimentojános primeiros meses de vida, através dofollow-up ambulatorial
(acompanhamento), possibilita uma intervenção terapêutica precoce, portanto, de melhor prognóstico para o
desenvolvimento da criança. Objetivou-se com este trabalho observar o desenvolvimento motor do recémnascido de alto risco, bem como as alterações observadas relacionadas com a prematuridade e as variáveis
coletadas dos prontuários hospitalares. Através das avaliações do desenvolvimento neuromotor das crianças
enquadradas no grupo de risco, foram observados, assim como citado na literatura, atrasos na aquisição dos
marcos motores. A justificativa para este atraso baseia-se nas condições impostas pela prematuridade dos
sistemas nervoso e muscular. Este trabalho proporcionou um maior conhecimento das características da
população de lactentes pré-termo no que se refere a fatores de risco para o atraso neuromotor e padrões de
desenvolvimento da criança nascida antes do tempo necessário para a conformação de seus sistemas.
Palavras-chave: Recém-nascido de alto risco. Desenvolvimento motor. Follow-up ambulatorial.
ANDRADE, R. S. A análise da incidência de problemas respiratórios e das afecções mais
comuns em crianças portadoras de encefalopatia crônica não-progressiva. 2007. 40f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,
2007. Orientadora: Profa. Ana Flávia M. de Carvalho. Data da apresentação : 25.08.2007.
O estudo realizado visa analisar a incidência de problemas respiratórios e as afecções mais comuns
entre 20 crianças de 0 a 6 anos de idade de ambos os sexos portadoras de Encefalopatia Crônica
Não-progressiva (Paralisia Cerebral), atendidas na Sociedade de Apoio ao Deficiente Físico (SOADF),
visando relacionar a incidência de problemas respiratórios e as patologias mais comuns presente. A
Encefalopatia Crônica Não-progressiva é uma categoria de distúrbios sensório-motores heterogêneos
que inclui pacientes com distúrbios crônicos não-progressivos do movimento ou da postura com
início precoce, devido lesões não-pregressivas do encéfalo consecutivas à ação de hipóxia/anóxia
pré, peri ou pós-natal. Para tanto, foram aplicados questionários, com perguntas diretas, as quais
foram respondidas pelos responsáveis pelas crianças, e através da análise do quadro clínico das
crianças pelo pesquisador. Os dados obtidos através dos questionários receberam quanto à análise
e interpretação, um tratamento estatístico através de percentuais, que foram demonstrados através
de gráficos. Nos resultados, foi observado que das 20 crianças 55% já foram internadas por problemas
respiratórios. A pneumonia foi a patologia mais freqüente atingindo 60% das crianças, seguida pela
gripe com 30% e bronquite com 10%, sendo os dados confirm ados ou não pela literatura já
existente sobre o assunto. Conclui-se, portanto, que as crianças com paralisia cerebral apresentam
alta incidência de problemas respiratórios, levando muitas vezes a um quadro de morbidade, que
afeta sua qualidade de vida, podendo levar até a morte.
Palavras-chave: Paralisia cerebral. Distúrbios respiratórios. Pneumonia.
165
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
REIS, E. L. L. O uso da microcorrente galvânica no tratamento de estrias crônicas. 2007. 47f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Juçara Gonçalves de Castro. Data da apresentação: 25.08.2008.
Este estudo teve por objetivo principal verificar a eficácia da microcorrente galvânica no tratamento
de estrias c rônicas, observando a m elhora da trofici dade da cam ada epidérm ic a através da
reconstrução do colágeno e fibras elásticas. A amostra é composta por um paciente do sexo feminino,
com faixa etária de 25 - 30 anos, tendo como principal alteração a presença de estrias crônicas na
região glútea. A paciente foi submetida a tratamento fisioterapêutico com duração de 8 sessões,
com o uso da microcorrente galvânica. A conduta inicial foi baseada em avaliação clínica e física
da paciente, sendo submetida a atendimentos quinzenais, dependendo da resposta de cicatrização
da lesão. A microcorrente galvânica foi aplicada com intensidade de 80 microampéres, e a punturação
feita de maneira rápida e precisa no local da lesão; a agulha foi introduzida entre as camadas da
epiderme (estrato espinhoso), evitando deixar espaço entre as punturações. Foram utilizados na
coleta e análise dos dados: anam nese, exam e físico e evolução da paciente, considerando a
caracterização da lesão, o tempo e resposta da cicatrização, e os registros fotográficos da paciente.
Como resultado do estudo, a corrente mostrou-se eficiente para aumentar a replicação dos fibroblastos
bem como das fibras elásticas e colágenas, e substâncias produzidas pelas fibras, produzindo assim
uma neovascularização, reorientação das fibras e regeneração da atrofia tecidual na estria. Concluise com este estudo que a microcorrente galvânica é eficiente no tratamento das alterações causadas
pelas estrias, propiciando o retorno de todas as funções inerentes à pele e sua melhora visual com
a diminuição dos seus sinais.
Palavras-chave: Estrias. Microcorrente galvânica. Fibras elásticas.
ALMEIDA, P.M.G. Protocolo de atendimento de fisioterapia respiratória para pacientes idosos.
2007. 55f. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentração:
01.09.2008.
De acordo com o IBGE nos últimos 20 anos a população brasileira vem envelhecendo, hoje o país
conta com 16 milhões de idosos. Com o decorrer dos anos ocorrem alterações anatômicas e
fisiológicas, levando a problemas de saúde, limitando o individuo a desenvolver suas atividades de
vida diária, muitas vezes a perda da independência física. O processo normal de envelhecimento é
caracterizado pela dim inuição da capacidade funcional de diversos órgãos e tecidos, incluindo
problemas respiratórios, aumentando o risco de doenças e na sua maioria crônico-degenerativa. O
objetivo deste trabalho é estudar as alterações anatomofisiológicas, enfatizando as modificações
ocorridas no sistem a respiratório, abordando as alterações na função pulmonar, na regulação da
ventilação e nos volumes e capacidades pulmonares do idoso. Para alcançar tais fins, foi feita uma
pesquisa bibliográfica através de livros, artigos científicos, revistas e documentários sobre fisioterapia
respiratória para pacientes idosos. Portanto, verifica-se a necessidade de propor um protocolo
especifico para essa população, visando reeducar os músculos da respiração, melhorar ou redistribuir
a ventilação, buscando assim promover, prevenir e minimizar os agravos à saúde.
Palavras-chave: Envelhecim ento. Idoso. Fisioterapia respiratória.
166
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, R.P.N. O uso da ventilação mecânica não invasiva no tratamento do edema agudo de
pulmão cardiogênico. 2007. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) –
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Iara Sayuri Shim izu. Data da
apresetanção: 01.09.2007.
O edem a agudo de pulm ão cardiogênic o consti tui -se de um a em ergência clínica freqüente
caracterizada por acúmulo súbito e anormal de líquido nos espaços extravasculares do pulmão que
necessita de rápida intervenção e atendim ento clínico para que haja um a rápida reversão do
quadro de insuficiência respiratória aguda decorrente deste processo. Na m aioria das vezes é
conseqüente a uma insuficiência cardíaca aguda. O uso da ventilação m ecânica não invasiva,
através das modalidades de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) e pressão positiva
bifásica nas vias aéreas (BiPAP) tem-se constituído com o técnicas que podem melhorar a troca
gasosa e reduzir o trabalho muscular respiratório tão comuns nos pacientes que apresentam este
quadro. Os estudos têm demonstrando que a ventilação mecânica não invasiva aplicada por CPAP
ou BiPAP é segura, tem efeitos similares e é efetiva em reduzir a necessidade de intubação traqueal
em pacientes com desconforto respiratório de origem cardíaca. Os resultados reforçam o conceito
que a ventilação mecânica não invasiva com pressão positiva deve ser considerada uma forma de
t erapi a não farm ac ol ógi ca de t rat am ent o do edem a agudo de pulm ão cardi ogêni co e não
simplesmente uma m edida de suporte.
Palavras-chave: Edema pulmonar cardiogênico. Ventilação mecânica não invasiva. Pressão positiva
contínua.
PINTO, W. C. Intervenção fisioterapêutica na adaptação do domicílio no idoso. 2007; 60f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,
2007. Orientadora: Profa. Veruska Cronemberger Nogueira. Data da apresentação: 01.09.2007.
O envelhecim ento é um processo de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais, gerando um
declínio funcional ao idoso que tende a alterar seus hábitos de vida e rotinas diárias, devido à
inatividade e a m á adaptabilidade, pois acarretam redução do desem penho físico, da habilidade
m otora e de coordenação levando à insegurança e ao isolam ento social. Este estudo teve por
objetivo principal a intervenção fisioterapêutica na adaptação ergonômica no domicílio do idoso,
com intuito de prevenir quedas e futuras fraturas. A amostra foi composta por 6 idosos de faixa etária
entre 48-68 anos, participantes do projeto preparação para aposentadoria do espaço complementar
de Teresina/PI. A conduta foi realizada através de palestras de sensibilização sobre as perdas
funcionais e a im portância da habitabilidade segura; aplicação de questionários relacionados a
atividades da vida diária, atividades instrumentais da vida diária, e sobre equilíbrio e m archa.
Posteriormente formulou-se um Check List para avaliar os parâmetros ergonômicos de cada domicílio,
observando suas categorias e subcategorias. A coleta e análise dos dados do estudo basearam-se
nos instrumentos de medição da capacidade funcional do idoso, informações e registros fotográficos
adquiridos nas visitas aos domicílios. Como resultado da pesquisa, observou-se o declínio funcional
dos idosos e a necessidade de adaptação ergonômica das residências destes idosos. Conclui-se que
a intervenção fisioterapêutica no dom icílio do idoso é importante, por maximizar a independência
funcional do idoso, proporcionando-lhes uma vida mais segura.
Palavras-chave: Intervenção fisioterapêutica. Idoso. Dom icílio.
167
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SANTOS, D.D.M. A importância do tratamento fisioterapêutico no paciente portador da distrofia
muscular de Duchenne. 2007. 58 f. Trabalho de conclusão de curso (Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Ana Flávia Machado de Carvalho.
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença de origem genética, cuja característica principal é o
enfraquecimento e posteriormente a atrofia muscular progressiva, pela ausência ou formação inadequada da
distrofina, prejudicando os movimentos e a funcionalidade corporal. Seu acometimento motor se diferencia das
demais doenças porque qualquer esforço muscular que cause o mínimo de fadiga contribui para a deterioração
do tecido muscular. O comprometimento muscular é simétrico e inicia-se pelos membros inferiores e quadris,
com a evolução para os membros superiores. Ocorre uma acentuação da lordose lombar e uma marcha
anserina (andar de pato). A pseudo-hipertrofia das panturrilhas é um dado clínico inicial, sendo resultado de
infiltração do músculo por gordura e tecido conjuntivo. Há progressão é lenta com retrações tendíneas, com
perda da deambulação entre 8 e 12 anos. Embora a evolução da patologia não possa ser de todo evitada,
condutas terapêuticas direcionadas retardam a progressão da doença. Assim, o acompanhamento fisioterapêutico
dos pacientes portadores da DMD, torna-se de importância significativa para retardar ou minimizar o surgimento
das complicações advindas do curso clínico desta patologia. O tratamento fisioterapêutico tem como metas,
retardar a instalação de contraturas e deformidades, evitar os efeitos resultantes da imobilidade e inatividade
física, prolongar o tempo de marcha autônoma, proporcionar durante o tratamento uma maior funcionalidade
corporal, possibilitando a criança uma melhora na qualidade de vida. Para isso, realizou-se um estudo de caso
de cunho histórico com 1 (hum) paciente de 7 anos de idade, portador da DMD com quadro clínico de pseudohipertrofia de panturrilha, retificação da coluna lombar, déficit de força nos membros superiores e em menor
grau nos membros inferiores, marcha com uma base de apoio alargada, falta de estabilidade ao deambular,
episódios freqüentes de quedas e conseqüente mudança nos hábitos de vida. Após 10 meses de intervenção
fisioterapêutica, observou-se a evolução do paciente através da manutenção das funções pré-existentes e o
retardo de complicações como contraturas e aderências. Constatou-se que houve uma redução da base de
apoio durante a marcha, aumento do grau de força nos membros superiores para níveis moderados a máximos
e nos membros inferiores houve uma manutenção do grau de força, evitando assim a instalação de fraqueza
muscular precoce, possibilitando à criança maior tempo de funcionalidade corporal, prolongando o tempo de
marcha autônoma e melhorando a qualidade de vida.
Palavras-chave: Distrofia muscular de Duchenne. Atrofia muscular progressiva. Fisioterapia.
SOUSA, F.R.A. Atuação da fisioterapia na preparação da gestante para um parto natural tranqüilo.
2007. 64f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante. Data da
apresentação: 25.08.2007
A gravidez é um a condição especial de saúde que traz diversas modificações e adaptações no
organismo materno, as quais são necessárias para o estabelecimento e progressão do ciclo gravídico;
contribuindo assim, para o crescimento de uma nova área de atuação da fisioterapia na saúde da
mulher, a obstetrícia; dando ao fisioterapeuta uma importância crescente como profissional habilitado
para tratar os possíveis distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares da gravidez, aliviar as
algias existentes pelas alterações biomecânicas e orientar as gestantes no pré-parto, momento do
parto e no pós-parto, melhorando a qualidade de vida das mesmas. Esta pesquisa foi desenvolvida
através de uma revisão de literatura com observação de textos retirados de livros e artigos científicos,
objetivando mostrar os benefícios e eficácia dos exercícios fisioterapêuticos em gestantes, durante
o período gestacional, pré-parto e no momento do parto; evidenciando a importância da fisioterapia,
na busca de minim izar os efeitos das alterações anátomo-fisiológicas da gravidez, para que a
gestante conviva com estas transformações corporais e obtenha melhores resultados, proporcionando
um trabalho de parto tranqüilo através da diminuição da percepção de sua dor e do seu tempo de
duração. Prom ove tam bém um m aior conhecim ento sobre o assunto para os profissi onais e
acadêmicos da área de saúde, bem com a população em geral principalmente as mulheres grávidas.
Palavras-chave: Gravidez. Fisioterapia. Parto tranqüilo.
168
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SOUSA, R.M.B de. A importância da fisioterapia no programa de saúde da família. 2007. 52f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadoa: Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 01.09.2007.
Nos últimos anos o Brasil sofreu intensas transformações no que diz respeito ao conceito de saúde.
Com o surgim ento do tem a família no debate político brasileiro houve uma necessidade de se
reorientar as políticas de saúde. O surgimento do programa saúde da família em 1994, criado a
partir dos princípios do SUS, propõe-se um modelo de assistência promotor, preventivo de saúde, de
assistência integral, enfatizando a atenção primária e a promoção da saúde familiar. O fisioterapeuta,
até o momento apresenta pouco destaque profissional na atenção primária à saúde. Os serviços de
fisioterapia existentes no Brasil priorizam as ações curativas, valorizando pouco o modelo assistencial
vigente, dificultando a inserção do fisioterapeuta na saúde pública. Neste contexto, foram avaliadas
e discutidas a im portância da fisioterapia e do fisioterapeuta dentro do programa de saúde da
família e sua atuação na prevenção de doenças e na promoção de saúde da população brasileira
visando proporcionar melhor qualidade de vida da população. Neste estudo foi possível ressaltar a
importância da inserção do fisioterapeuta como agente multiplicador de saúde, atuando em interação
com uma equipe m ultiprofissional e de forma interdisciplinar, nas unidades básicas de saúde da
fam í li a.
Palavras-chave: Fisioterapia. Programa de saúde da fam ília. Sistema único de saúde.
Rosa, L.R.S. Reeducação postural: um estudo comparativo de exercícios de alongamento. 2007.
76 f. trabalho de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos.
A postura é composta das posições de todas as articulações do corpo em um dado momento e é considerada
com freqüência muito mais uma função estática do que relacionada ao movimento. Uma postura padronizada
é necessária para avaliar o alinhamento postural. Deficiências do comprimento dos músculos podem afetar a
postura e alterações posturais prolongadas podem resultar em alterações no comprimento dos músculos,
alterando dessa forma a amplitude de movimento das articulações adequadas para a realização de atividades
funcionais. Exercícios de alongamento são manobras terapêuticas utilizadas para aumentar o comprimento de
estruturas de tecidos moles encurtados e desse modo aumentar a amplitude de movimento, podendo corrigir
alterações posturais. Neste sentido realizou-se um estudo de caso retrospectivo através do método comparativo
entre alongamento isolado e alongamento em cadeias musculares para correção de alterações posturais com
o objetivo de comparar os resultados de exercícios de alongamento, na reeducação postural, observando a
correção das alterações posturais em decorrência da aplicação dos exercícios de alongamento, analisando a
relação da melhora da postura com a aplicação da técnica de alongamento com inibição ativa, manter-relaxar
com contração do agonista, assim como a melhora da amplitude de movimento. A amostra foi composta por
6 participantes. Estes foram divididos em dois grupos de 3 participantes, sendo no grupo 1, utilizados exercícios
de alongamento isolado e, no grupo 2, realizado alongamento em cadeias musculares. Os grupos foram
formados aleatoriamente, de acordo com a ordem de sorteio. Como tratamento foram realizados alongamentos
com inibição ativa, técnica manter-relaxar com contração do agonista, nos participantes submetidos a o
alongamento isolado, assim como naqueles submetidos ao alongamento em cadeias musculares. Os dados
desta pesquisa (médias de alinhamento corporal) foram mensurados através de avaliações posturais analisadas
através do programa posturograma versão 2.8, assim como através da goniometria (médias de amplitude de
movimento). Após análise dos resultados, observou-se que as duas formas de alongamento obtiveram ganhos
de amplitude de movimento e melhora nas alterações posturais, porém o alongamento isolado obteve maior
eficácia na melhora de alterações posturais. Contudo, os resultados positivos do tratamento não podem ser
considerados absolutos. Eles podem ajudar a divulgar experiências clínicas e gerar hipóteses para serem
investigadas em pesquisas futuras.
Palavras-Chave: Cadeias musculares. Alongamento. Postura.
169
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
PIRES, R. M. S. O Estudo das alterações da marcha de pacientes idosos após artroplastia do
quadril: uma perspectiva bibliográfica. 2007. 49f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina-2007. Orientadora: Profa. Cristina Cardoso
da Silva. Data da apresentração: 01.09.2007.
O presente estudo aborda as alterações da marcha em pacientes idosos após cirurgia de artroplastia
do quadril, em conseqüência da fratura do colo do fêmur que, associadas a patologias como artrite
e osteoporose agravam o quadro. A referida pesquisa torna-se relevante, pois evidencia os bons
resultados dessa cirurgia, tornando possível a melhora da capacidade funcional dos pacientes
idosos que sofreram fratura de colo e posteriormente colocação de uma prótese. Dessa form a, o
objetivo geral da pesquisa através de um a revisão bibliográfica foi comprovar que as fases da
marcha norm al, dentro das limitações biomecânicas e o conhecim ento do terapeuta, levaram a
diminuição das alterações da m archa no pós-operatório de artroplastia de quadril em pacientes
idosos. O presente estudo de revisão bibliográfica, adotou o método qualitativo para desenvolver
este trabalho acerca do estudo das alterações da m archa de pacientes após a artroplastia do
quadril. Para o seu desenvolvimento, adotou-se procedimentos e instrumentos de pesquisa para a
coleta de informações com o levantam ento bibliográfico em livros, revistas, artigos da Internet no
sentido de esclarecer o conteúdo em questão.
Palavras-chave: Alterações da marcha. Idosos. Artroplastia total do quadril.
SANÇÃO, O. R.; Recursos fisioterapêuticos utilizados na cicatrização de feridas agudas: um
estudo bibliográfico. 2007. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007. Orientadora: profa. Juçara Gonçalves de Castro.
Data da apresentação: 01.09.2007.
A pele representa 12% do peso seco total do corpo, é o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente,
constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem
mesodérmica, a derme. Abaixo da derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz
parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes. A pele, depois de lesada, inicia
rapidamente um processo de substituição por tecido conjuntivo vascularizado, processo este que receb e o
nome de cicatrização O processo de cicatrização passa por três fases, a fase Inflamatória, fase Fibroblástica
e a fase de Remodelamento que é onde forma o tamanho e a resistência da cicatriz. A fisioterapia disponibiliza
de vários recursos eletrotermofototerapêuticos que auxiliam no processo de cicatrização das feridas, tais como
infravermelho, ultravioleta, corrente interferencial, microcorrente, ultra-som e laser. Através da utilização
desses recursos ocorre uma melhora na qualidade e na velocidade da cicatrização de feridas agudas. O
infravermelho favorece um aumento da taxa metabólica, atividade celular e fluxo sanguíneo local, o que ajuda
no processo de cicatrização. A radiação ultravioleta promove aumento na reposição celular de queranócitos,
provocando o crescimento rápido da pele levando a uma perda das células superficiais num estágio mais
precoce que o normal. O ultra-som, no modo contínuo, é capaz de aumentar a mobilidade de uma cicatriz
madura, aumentando a extensibilidade colágena, e no inicio do processo cicatricial ajuda a suavizar os tecidos.
O laser de baixa intensidade aplicadas diretamente nos tecidos possui efeitos de fotobioestimulação do
processo de cicatrização dos tecidos por sobre a síntese e remodelação de colágeno. A corrente interferencial
tem efeitos na cicatrização por ativar as fibras AB utilizada na modulação da atividade do sistema nervoso
autônomo, influenciando no processo de cicatrização. A microcorrente é um recurso terapêutico utilizado na
diminuição do quadro álgico, além de normalizar o fluxo, reparando o tecido, ativando o ATP nas células para
promover a síntese protéica e cicatrização. O objetivo deste trabalho foi proporcionar um maior conhecimento
sobre a utilização dos recursos terapêuticos, acima citados, no processo de cicatrização de feridas agudas,
através de uma revisão bibliográfica.
Palavras-chave: Recursos fisioterapêuticos. Cicatrização. Ferida aguda.
170
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
FORTES JÚNIOR, I.A.C. Intervenção fisioterapêutica na entorse do tornozelo por inversão através
das técnicas de mobilização articular e propriocepção: sob a ótica da literatura. 2007. 83 f.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Rauena Souto Diogo Lopes. Datada apresentação: 25.08.2007.
O tornozelo é uma articulação complexa, do tipo sinovial, composta por ossos, cápsula articular,
ligamentos e músculos, com amplas possibilidades cinesiológicas que favorece o movimento, mas
também, sua instabilidade, podendo resultar em entorses. Estas poderão ocorrer por inversão ou
eversão, sendo que o mecanismo de traum a mais comum é por inversão, a qual consiste nos
movimentos de flexão plantar, supinação e adução que causam estresse nos ligamentos talofibular
anterior, calcaneofibular e ligamento talofibular posterior, o que é justificado pela posição lateral e
por serem menos espessos e fortes, comparados aos ligamentos da região medial, bem como pelo
posicionamento da tíbia e da fíbula que favorecem a inversão forçada. Os objetivos traçados para
o tratam ento desta patologia incluem restaurar a biom ecânica articular, através das técnicas de
m obi lização art ic ular, favorec endo os reali nham entos ost eoc inem átic os e artroci nem áti cos,
diminuição da dor, edema e espasmo muscular, bem como ganho de amplitude de movimento. As
técnicas de propriocepção visam diminuir o risco de recidivas, melhorar o equilíbrio, re-estabelecer
um engrama motor correto, favorecendo o retorno precoce às atividades norm ais. Este trabalho
consiste em uma revisão de literatura fundamentada em livros, periódicos, revistas científicas, sites
de pesquisa e bancos de dados da área da saúde. Considera-se que as técnicas mencionadas são
bem descritas na literatura atual e com resultados satisfatórios. Portanto, a intervenção proposta
está de acordo com os objetivos a serem alcançados numa lesão por entorse em inversão, porém
novas pesquisas devem ser feitas a respeito do tema de forma a contribuir com melhores resultados.
Palavras-chave: Entorse. Mobilização articular. Propriocepção.
BASTOS, D. M. Aplicação do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (Escala
GMFCS) em pacientes portadores de lesão cerebral para avaliação do nível de desenvolvimento.
2007x 58 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Kátya Coeli da Costa Loiola. Data da apresentação:
25.08.2007.
Paralisia Cerebral é a lesão ou agressão encefálica, de caráter irreversível e progressivo, decorrente no
período de maturação do sistema nervoso central, promovendo alterações qualitativas/quantitativas de movimento
e do tônus. Esta ainda pode vir a gerar desordens sensoriais, intelectuais, afetivas e emocionais. O Sistema
de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS-Gross Motor Function Classification System) para paralisia
cerebral é baseado no movimento iniciado voluntariamente com ênfase em particular no sentar e no andar, e
para uma extensão bem menor a qualidade do movimento. Essa escala serve para verificar a qual nível motor
a criança pertence com variações dos níveis de I a V. As diferenças entre os níveis de função motora são
baseadas em limitações funcionais, na necessidade de tecnologia assistiva, incluindo meios auxiliares para
mobilidade, como: andadores, muletas, bengalas e cadeiras de rodas. O objetivo do presente estudo é
demonstrar através da aplicação da escala GMFCS, o nível motor das crianças com paralisia cerebral no setor
de Fisioterapia da APAE de Teresina, para observar o grau de severidade das lesões ao sistema nervoso central
e a sua repercussão quanto ao prognóstico de independência funcional e controle motor. Para tanto, a amostra
foi constituída de 16 participantes de ambos os sexos, todos com diagnóstico de Paralisia Cerebral, os quais
foram avaliados e encaixados em um nível motor. Como resultado, foi observado que, na APAE de Teresina,
a grande maioria dos pacientes que foram avaliados apresenta como nível motor o V, com limitações motoras
severas, desenvolvendo assim, um prognóstico funcional ruim no desempenho de funções motoras globais e
finas, com dependência total e completa dos familiares e cuidadores.
Palavras-chave: Paralisia cerebral. Escala gmfcs. Prognóstico funcional.
171
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
GOMES, M. M. Análise comparativa dos protocolos de desmame ventilatório utilizados nas
unidades de terapia intensiva adulto em hospitais de Teresina-PI. 2007. 95f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007.
Orientadora: Prof. Evandro Nogueira Barros Filho. Data da apresentação: 01.09.2007.
O desmame da ventilação mecânica é um processo de transição da ventilação artificial para a espontânea nos
pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por um tempo superior a 24 horas. Os parâmetros
de desmame são índices que podem avaliar de forma objetiva, mais precoce e com menor possibilidade de erro
o momento indicado para realizar o desmame associado a observação clínica. Esta pesquisa objetivou identificar
os parâmetros de desmame mais utilizados nas unidades de terapia intensiva adulto em hospitais de Teresina,
visando obter maior padronização e sucesso no desmame. Em seis (66,7%) hospitais com UTI adulto de
Teresina foram aplicados, aos fisioterapeutas responsáveis pelo serviço, um questionário analisando: parâmetros
de desmame, a existência e importância da utilização de protocolos e fatores que antecedem a extubaç ão.
Observou-se que apenas uma (16,67%) das UTI utilizam protocolos, no entanto, todos os profissionais
entrevistados concordam com a importância da existência de protocolos. Os parâmetros de desmame que se
destacam, sendo 100% analisados pelas UTI questionadas são: volume corrente - VC, saturação de oxigênioSatO 2 , fração inspirada de oxigênio-FiO 2, pressão expiratória final positiva - PEEP e freqüência respiratóriaFR. Os métodos de desmame 100% aplicado foram o PSV e Tubo T, no entanto, o mais utilizado foi o PSV
(83%). Apenas 3 fatores são 100% verificados antes da extubação: evento agudo que motivou a ventilação
mecânica, drive ventilatório e equilíbrio ácido-básico. Nenhum eletrólito sérico é utilizado 100%, s endo o
potássio o mais medido. A gasometria é o único exame laboratorial visto em todos os hospitais e apenas um
(16,67%) hospital não analisa exames radiológicos antes da extubação. Conclui-se que nem todos os
fisioterapeutas aplicam, de forma uniforme, os diversos parâmetros de desmame em sua rotina, quer por falta
de tempo, quer por falta de recursos disponibilizados pela instituição. No entanto, seria importante a criação de
um protocolo de desmame para reduzir o período de internação, evitando complicações ao paciente por tempo
prolongado na ventilação mecânica, além de aumentar a praticidade do serviço e reduzir o custo hospitalar.
Palavras-chave: Desmame do ventilador mecânico. Parâmetros de desmame. Unidades de terapia intensiva.
SANTOS, D.F. M. Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Mulheres na Pós – Menopausa.
2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Prof. Evandro Nogueira Barros Filho. Data da apresentação:
01.09.2007.
A mulher pós – menopausa está vulnerável a uma variedade de sintomas físicos e psicológicos,
i nc lui ndo al guns est ri t am ent e assoc iados c om a m enopausa e out ros rel ac i onados com o
envelhecimento. As alterações que ocorrem nesse período vão desde síndromes endócrinas, até
problemas secundários há privação de hormônios por longa duração, como osteoporose e doenças
cardiovasculares. Os múltiplos fatores de risco associados com doença cardíaca coronariana, como
heredi tariedade, hi pertensão, di abetes mell itus, hiperl ipi dem ia, obesidade, tabagism o, vi da
sedentária e estresse tornam difícil o completo entendimento da influência específica da menopausa
sobre a doença cardíaca. Nos anos reprodutivos, a incidência de doença cardiovascular (DCV) na
mulher é inferior à do homem. Entretanto, com a instalação da menopausa a prevalência de DCV
em mulheres aumenta progressivamente, sugerindo um efeito cardioprotetor do estrogênio. Uma
im portante ferramenta de análise da função autonôm ica cardíaca, a Variabilidade da Freqüência
Cardíaca (VFC), trouxe enorme avanço à pesquisa científica nessa área de investigação, ou seja, da
influência da m enopausa no desenvolvim ento de doenças cardiovasculares. Esta pesquisa teve
como propósito discutir como a pós-menopausa altera o organismo feminino resultando em oscilações
da freqüência cardíaca que podem predispor a doenças cardiovasculares.
Palavras-chave: Pós-menopausa. Doenças cardiovasculares. Variabilidade da freqüência cardíaca.
172
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
LOPES, V. M. Fisioterapia convencional no pós-operatório de fratura exposta da diáfise da tíbia
com fixação externa. 55f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade
Integral Diferencial, Teresina. 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma . Data da apresentração:
01.09.2007.
As fraturas expostas da diáfise da tíbia são causadas geralmente por traumas violentos. Nesses casos, são
bastante utilizados os fixadores externos como tentativa de consolidação do tecido ósseo. O pós-operatório
deste tipo de fratura com a utilização do fixador externo costuma levar o paciente a um quadro clínico de dor,
edema, presença de aderências, encurtamentos musculares, restrição de movimento e conseqüente hipotrofia
da musculatura, entre outras complicações. Dessa forma, faz-se necessário a intervenção da fisioterapia para
melhora das condições do paciente. Considerando que o tratamento fisioterapêutico visa à redução dos
sintomas apresentados, bem como a promoção de uma maior mobilidade para o membro afetado, o objetivo do
presente trabalho é apresentar uma revisão da literatura que aborde a relevância da fisioterapia no tratamento
de pacientes no pós-operatório de fixação externa de fratura exposta da diáfise da tíbia . A Fisioterapia
convencional no pós-operatório de fratura exposta de tíbia com a utilização do fixador externo para a correção
de fraturas vem se tornando cada vez mais presente, pois, estudos comprovam que a intervenção precoce do
tratamento fisioterapêutico torna mais célere o processo de reabilitação. A técnica metodológica usada foi a
revisão bibliográfica. Preliminarmente, buscou-se na literatura os conceitos apresentados por renoma dos
autores que tratam sobre o assunto, posteriormente, no mesmo diapasão, foi utilizada a internet como fonte de
pesquisa, ao passo que através da grande rede são disponibilizados artigos científicos e dissertações relativas
ao tema proposto para análise. A concretização deste trabalho consolida a relevância da fisioterapia, ratifica o
quanto o tratamen to fisiotera pêutico, ao ser inicia do no pós-o peratório i mediato, tor na a reabil itaç ão
manifestamente mais eficaz.
Palavras-chave: Fisioterapia convencional. Fratura de tíbia. Fixador externo.
CASTOR, D. C. Análise da efetividade da hidroterapia em idosos portadores de artrose no
joelho: revisão de literatura. 2007. 45f. Monografia de Conclusão de Curso. Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: José Neres Quaresma. Data da apresentação: 25.08.2007.
A artrose resulta de um processo de desgaste e desaparecim ento da cartilagem articular e é
considerada a mais importante doença reumática, onde a localização mais comum em idosos é no
joelho. Esta população está a cada dia aumentando a expectativa de vida por ofertas de melhores
condições, isso porque há uma grande preocupação por parte dos profissionais de saúde e da
sociedade em geral enfatizando que a prevalência dessa patologia aumenta com a idade. É uma
das principais causas de dor e incapacidade funcional gerando enorme carga econômica para a
sociedade em gastos médicos e sendo grande motivo de afastamento do trabalho. Para amenizar
os sintomas da artrose como dor, limitação funcional, dificuldades para realizar atividades da vida
diária ou até mesmo evitar uma possível cirurgia, este trabalho vem relatar um tratamento através
da hidroterapia mostrando seus benefícios. Tendo como objetivo enfatizar a anatom ofisiologia do
joelho, descrever os principais recursos da hidroterapia utilizados em artrose no joelho de idosos,
através de um estudo bibliográfico. Fundamenta-se em referências bibliográficas nacionais. Com
base nesse estudo foi possível observar a importância da hidroterapia em pacientes idosos com
artrose em qualquer fase que se encontre.
Palavras-chave: Artrose. Idosos. Hidroterapia.
173
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MIRANDA, M.M.N. A atuação da cinesioterapia nos distúrbios motores do acidente vascular
encefálico em crianças: revisão de literatura. 2007. 36f. Monografia de Conclusão de Curso.
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Laysa Monte Aguiar. Data da
apresentação: 01.09.2007.
O acidente vascular encefálico (AVE) na infância é relativamente raro, de conhecim ento ainda
obscuro, e com etiologia multifatorial. É uma doença que pode causar grave impacto na criança e
ser a prim eira m anifestação de doença sistêm ica. O subdiagnóstico ainda é incom um e são
praticamente inexistentes as pesquisas sobre o assunto no nosso meio. Mundialmente os estudos
sobre o AVE infantil vêm crescendo cada vez mais se chegando à conclusão de que esta não é uma
patologia tão rara quanto se podia im aginar.No Brasil por ser pouco difundido não existem dados
estatísticos, mas estima-se algo em torno de 3 crianças em cada 100.000 hab/ano. Em RESUMO
esta revisão expõe os aspectos clínicos da doença, definições, classificações, incidência, prevalência,
prognóstico, fatores de risco, etiologias, sintomatologia e principalmente o tratamento fisioterapêutico
como parte fundamental da reabilitação dessas crianças. Dar-se-á ênfase á cinesioterapia motora,
descrevendo algumas das principais técnicas, expondo seus objetivos e a contribuição de cada uma
delas na recuperação da função motora da criança, independente do nível do comprometimento.
O trabalho foi realizado a partir de uma revisão literária que infelizmente ainda encontra-se escassa,
mostrando assim a importância desse estudo que irá enriquecer os conhecimentos a respeito do
tem a.
Palavras-chave: Acidente vascular encefálico. Fisioterapia.
Cinesioterapia.
ALVES, F. E. A.. Atuação
fisioterapêutica na debilidade do assoalho pélvico em pacientes
puérperas com incontinência urinária na maternidade Wall Ferraz. 2007. 63.f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencia, Teresina, 2007.
Orientadora: Prof. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante. Data da apresentação: 25.08.2007
A incontinência urinária é definida com o a perda de urina através do m eato externo da uretra,
quando a pressão intravesical excede a pressão de fechamento uretral, na ausência de contração
do músculo detrusor. A fisioterapia através de seus recursos e técnicas vem ganhando destaque nos
últimos anos, como tratamento conservador, em face da melhoria dos resultados e baixos efeitos
colaterais. Este trabalho teve como objetivo demonstrar os efeitos da cinesioterapia associada ao
uso da bola suíça em pacientes puerpéras com incontinência urinária, diagnosticada por um exame
físico minucioso de toda a musculatura do assoalho pélvico, através do Pad-teste, toque bidigital
para classificar o grau de força de acordo com a tabela de Ortiz. O presente estudo foi realizado com
uma paciente puerpera, de 20 anos de idade, portadora de incontinência urinária gestacional,
proveniente da Unidade Municipal de Saúde - Maternidade W all Ferraz Maternidade W all Ferraz.
No quadro inicial a participante apresentou grau um de contração do assoalho pélvico com perda
urinária, progredindo para grau quatro após a realização do tratamento. Através deste trabalho foi
possível concluir que com a cinesioterapia associada ao uso da bola suíça os sintomas da incontinência
urinária desaparecem por até cinco anos, dessa forma as pacientes devem continuar realizando o
acom panhamento diariamente. Reafirm ando a importância da fisioterapia enquanto tratam ento
conservador.
Palavras-chave: Cinesioterapia. Fisioterapia. Incontinência urinária
174
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
VÉRAS, D.M.S. A intervenção fisioterapêutica na doença de Parkinson utilizando a facilitação
neurom uscular proprioceptiva através das técnicas iniciação rítm ica e reversão de
antagonistas. 2007. 83 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester Ibiapina Mendes de Carvalho.
Data da apresentação: 25.08.2007.
A Doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso central
que compromete os núcleos da base (NB), fundamentais para o controle da motricidade e da manutenção do
tônus muscular, podendo ainda influenciar funções perceptivas e cognitivas. O mecanismo fisiopatológico
deve-se à redução da produção, pela substância negra mesencefálica, do neurotransmissor sináptico “dopamina”,
daí transportada aos NB onde, por conseguinte, será sub-utilizada. Esta carência causa um desequilíbrio nos
circuitos estriado-pálido-talâmicos provocando os distúrbios Parkinsonianos característicos, como rigidez,
bradicinesia, tremor em repouso e instabilidade postural. Este trabalho trata-se de um estudo de caso, que teve
como objetivos facilitar a iniciativa motora, com objetivo de avaliar a intervenção fisioterapêutica no desempenho
motor de uma paciente com Doença de Parkinson, ao longo de 36 sessões utilizando-se o método Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). Foram empregadas as técnicas da FNP, iniciação rítmica e reversão de
antagonistas, para facilitar a iniciativa motora, aumentar a amplitude ativa do movimento e, melhora r a
dissociação e a coordenação dos movimentos das cinturas pélvica e escapular, melhorando o padrão de
marcha da paciente. Analisou-se a amplitude de movimento das articulações do ombro, cotovelo, quadri l e
joelho e a marcha da paciente (esta última através de análise descritiva) comparando-se as avaliações pré- e
pós-tratamento. Pôde-se verificar que as técnicas foram eficazes para a melhora do quadro clínico, havendo
significativo aumento da amplitude articular, facilitação da iniciativa motora, melhora da dissocia ção e
coordenação das cinturas pélvica e escapular e conseqüente melhora do padrão da marcha.
Palavras-chave: Intervenção fisioterapêutica. Doença de Parkinson. Facilitação neuromuscular proprioceptiva.
SILVA, K. C. F. A influência do leito sobre o sistema muscular esquelético do recém-nascido prétermo em UTI. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Laysa Monte Aguiar.
Devido ao aprimoramento das novas técnicas de cuidados com o recém-nascido de alto risco, vem-se
diminuindo a mortalidade neonatal e aumentando a morbidade. Crianças de alto-risco são aquelas que tenham
sofrido complicações no período pré e/ou perinatal, e que em conseqüência possa apresentar déficits ou
atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. A prematuridade é uma característica do grupo de alto ri sco
constituindo fator de atrasos na aquisição de marcos do desenvolvimento neuropsicomotor. A UTIN é um
ambiente aversivo que contribui para o aparecimento de deformidades, contraturas e para o atraso do
desenvolvimento motor. As mudanças no comportamento motor estão relacionadas com a idade do indivíduo,
a qual inclui mudanças tanto na postura quanto no movimento. A mudança de posição evita úlceras de
decúbito, estase de secreção, deformidades na cabeça, propiciando um melhor desenvolvimento neurosensorial e psicomotor. A posição ventral terapêutica atua no desempenho respiratório regular, diminui períodos
de apnéia. A posição supina terapêutica oferece uma melhor condição de inspeção da fase do lactente,
promove acesso mais rápido e fácil à equipe multidisciplinar, além de atuar numa visualidade melhor para o
recém-nascido. A posição lateral terapêutica promove o desenvolvimento dos flexores, favorecendo ain da a
orientação para a linha média. Objetiva-se com este trabalho estudar a influência do posicionamento terapêutico
no leito sobre o sistema muscular esquelético do recém-nascido pré-termo em UTI, além de observar as
alterações relacionadas com a prematuridade. O método de pesquisa utilizado foi a pesquisa bibliográfica. De
acordo com os estudos de avaliações e tratamento do desenvolvimento neuromotor das crianças consideradas
como grupo de risco, observamos assim, como citado na literatura, atrasos na aquisição dos marcos motores.
A justificativa para este atraso baseia-se nas condições impostas pela prematuridade dos sistemas nervoso e
muscular. Através deste trabalho, foi proporcionado um maior conhecimento das características dos re cémnascidos pré-termo no que se refere a fatores de risco para o atraso neuromotor e padrões de desenvolvimento
da criança nascida antes do tempo necessário para a conformação de seus sistemas, além de uma adequada
posição terapêutica dos mesmos no leito da UTIN.
Palavras-chave: Posicionamento terapêutico. Recém-nascido pré-termo. Uti neonatal.
175
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CABRAL,C.D.G. Intervenção fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia bucomaxilofacial:
relato de caso. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Maria Ester I. Mendes de Carvalho. Data da
apresentação: 25.08.2008.
Esta pesquisa objetivou com provar a atuação fisioterapêutica na resolução da sintom atologia
álgica e funcional das Disfunções Oro-Crânio-Cervicais por fratura mandibular bilateral e divulgar
resultados encontrados para Cirurgiões-Dentistas e Fisioterapeutas. A mandíbula é o único osso
m óvel da face, devido a sua topografia, anatom i a e proj eç ão no terç o i nferi or da face, é
freqüentemente atingida por traumas podendo resultar em fraturas. As fraturas mandibulares podem
levar à deformidades, sejam por deslocamentos ou perdas ósseas não-restauradas, com alterações
de oclusão dentária ou da articulação tem poromandibular (ATM). Esta pesquisa foi realizada no
Hospital Getúlio Vargas (HGV), do tipo estudo de caso. A paciente foi encaminhada ao Ambulatório
de Fisioterapia do HGV pelo Serviço de Odontologia do hospital, após procedimento de redução e
fixação cirúrgica da fratura. Seguidos os procedim entos éticos, a paciente R.S.L. submeteu-se a
avaliação fisioterapêutica direcionada para Disfunção Oro-Crânio-Cervical, em seguida tratamento,
com freqüência de três vezes por semana, uma hora diária, totalizando 43 sessões durante três
m eses. Utilizou-se as seguintes m odalidades fisioterapêuticas: Estim ulação Elétrica Nervosa
Transcutânea (TENS) e Cinesioterapia. Materiais utilizados: ficha de avaliação com Escala Analógica
da Dor (EAD) e aparelho de TENS. Pôde-se evidenciar melhora do quadro álgico nas prim eiras
sessões e a restauração funcional da abertura da boca com diminuição do desvio mandibular.
Palavras-chave: Fratura. Disfunção oro-crânio-cervicais. Estimulação elétrica.
LIMA, E M C.
A importância do fortalecimento muscular dos membros superiores para
independência dos portadores de mielomeningocele. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.
Ana Flávia Machado de Carvalho. Data da apresentação: 01.09.2007.
O trabalho de pesquisa visa através da fisioterapia viabilizar as técnicas de fortalecimento muscular dos
membros superiores, em um paciente portador de mielomeningocele, com lesão medular a nível região lombar,
com a finalidade de demonstrar que a fisioterapia proporciona uma maior independência para esse paciente na
realização das atividades da vida diária. O fortalecimento muscular para aqueles portadores com potencial para
a marcha com ou sem suporte, terá um prognóstico satisfatório com uso de muletas, bengalas ou andadores
nas fases iniciais do treinamento e aqueles que apresentam fraqueza muscular acentuada tem um péssimo
prognóstico para a marcha, necessitam de cadeiras de rodas para facilitar na sua vida normal como participar
da atividade escolar e lazer. O trabalho para aquisição de força muscular dos membros superiores, realizados
através das técnicas de exercícios resistidos com auxílios de equipamentos, leva a uma melhor coordenação
motora, ganho de força muscular e flexibilidade, o que irá fazer essa criança adquira uma maior independência
das atividades básicas de um ser humano como locomover-se. O estudo de caso foi realizado na Sociedade de
Apoio ao Deficiente Físico- SOADF, com a participação de um paciente do sexo masculino portador de
mielomeningocele em nível de lesão medular na região lombar, com idade de 6 anos. O tratamento fisioterapêutico
teve duração de três meses, onde se realizou três atendimentos semanais até o término do tratamento
so mand o a ssi m 36 at endi men tos . Pa ra anál ise s da s a qui siçõ es tomo u-s e p or b ase dua s a val iaçõ es
fisioterapêuticas uma realizada antes do trabalho de fortalecimento e a outra realizada no término d esse
tratamento fisioterapêutico. A partir da análise e das coletas de dados comprovou-se a eficácia do fortalecimentos
dos membros superiores possibilitando um suporte de peso na posição bípede através do ganho de força
muscular dos membros superiores e diminuição das contraturas dos membros inferiores tendo como resultado
inicial desse estudo.
Palavras-chave: Mielomeningocele. Fisioterapia. Independência motora.
176
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
OLIVEIRA, R A. Recrutamento alveolar como manobra para restabelecimento da função pulmonar
na síndrome da angústia respiratória aguda (sara): uma revisão de bibliografia. 2007. 51f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,
2007. Orientado: Prof. Evandro Nogueira B. Filho. Data da apresentação: 01.09.2007.
Desde a sua primeira descrição, a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) foi reconhecida como uma condição caracterizada
pela redução do volume pulmonar e anormalidades mecânicas do sistema respiratório. Os mecanismos patofisiológicos envolvidos na SARA
(desequilíbrio na ventilação/perfusão e reduzida distensibilidade, edema pulmonar, atelectasia e inflamação pulmonar), podem ser piorados
pelas tensões mecânicas causadas por regulagens inapropriadas do ventilador mecânico. O uso de manobras de recrutamento (MR)
alveolar, têm sido proposto como terapia adicional dentro das estratégias de ventilação mecânica (VM) para pacientes com SARA. As MR
podem ser realizadas de várias formas, como por exemplo através do estabelecimento de Altas Pressões Sustentadas por determinado
período (APS), Pressão Positiva Contínua nas vias aéreas (CPAP),elevados valores de pressão expiratória positiva final (PEEP) e o
posicionamento do paciente em prona, que, per se, constitui-se em MR, com resgate de alvéolos colapsados. Apesar de vários estudos
fisiológicos demonstrarem os benefícios das MR em termos de abertura alveolar e melhora da oxigenação, restam dúvidas quanto à maneira
mais eficiente e segura de realizar estas manobras, além do impacto na evolução dos pacientes, por isso que esse estudo torna-se relevante,
pois ele tem como objetivo principal o estudo de algumas manobras de recrutamento, quais seus efeitos benéficos e deletérios em pacientes
com SARA e qual a sua repercussão nos índices de mortalidade dessa patologia. Algumas técnicas de recrutamento alveolar têm sido
estudadas de diferentes formas ao longo dos últimos anos. Dentre essas técnicas, podemos discutir alguns protocolos para elucidar qual
a melhor maneira, os parâmetros mais adequados e quais resultados esperados, para podermos aplicar na prática clínica. O estudo dessas
técnicas foi baseado em revisar por meio de artigos, livros e revistas científicas de bastante relevância protocolos de manobras de recrutamento,
sendo que alguns deles utilizando como técnica valores elevados de CPAP, a combinação da relação P-V(Pressão-Volume) e PEEP,onde
nesses protocolos serão discutidos também os níveis de PEEP ideal e uma técnica envolvendo o posicionamento do paciente no leito na
posição prona. Ficou claro no estudo que as MR são modos efetivos para abrir unidades pulmonares colabadas, melhorando assim a
oxigenação e sendo muito útil para o beneficio do paciente, mas fica clara a necessidade de desenvolvimento de mais pesquisas a cerca
do assunto para que se tenha uma técnica mais segura e com mais eficácia, tentando diminuir em maiores índices a porcentagem de
mortalidade envolvendo os pacientes com SARA.
Palavras-chave: Manobras de recrutamento. Síndrome da angústia respiratória aguda. Pressão expiratória final positiva.
LEMOS NETO, A.B. O Tratamento fisioterapêutico para melhoria da qualidade de vida do paciente
com doença de alzheimer. 2007. 44 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ana Cristina Melo. Data da
apresentação: 01.09.2007.
Trata-se de um estudo realizado através da revisão da literatura atual nacional e internacional dos anos de 1983
a 2007, sobre a Doença de Alzheimer nos seus diversos aspectos. Por ser uma doença cada vez mais presente
no mundo atual foi revisada a anátomo-patologia, patogenia, incidência e prevalência, diagnóstico, quadro
clínico e tratamento, com o objetivo de demonstrar a importância e eficácia do tratamento fisioterapêutico para
melhoria da qualidade de vida tanto do paciente portador de DA como de seus familiares e cuidadores. O
tratamento fisioterapêutico vê o paciente de forma global, melhorando suas atividades da vida diária, maximizando
seus potenciais e mantendo as atividades pré-existentes, retardando assim a evolução da doença. Realizouse uma busca no banco de dados MEDLINE com as palavras-chave fisioterapia, doença de Alzheimer,
fisioterapy e Alzheimer’s disease, sendo inseridos artigos e dados referentes à fisiopatologia, clínica e tratamentos
conhecidos para doença de Alzheimer, relacionando-se assim esses dados ao tratamento fisioterapêutico para
a patologia. Foram incluídos estudos que preenchiam os critérios de inclusão supracitados, realizados com
pacientes portadores de doença de Alzheimer. Todos os estudos indicaram um efeito benéfico do tratamento
fisioterapêutico para os seguintes parâmetros: melhora da capacidade funcional, maior participação nas
atividades diárias, manutenção dos potenciais existentes. Com relativo baixo custo, o tratamento fisioterapêutico
atua melhorando de maneira global o paciente, gerando uma melhor qualidade de vida para este, para s eus
cuidadores e familiares, maximizando as potencialidades do paciente e retardando o avanço da doença.
Palavras-chave: Fisioterapia. Alzheimer. Qualidade de vida.
177
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
FONSECA, B.M. Intervenção fisioterapêutica na síndrome do cativeiro após o acidente vascular
encefálico: revisão bibliográfica 2007. 52 f. trabalho de conclusão de curso (graduação em
fisioterapia) faculdade integral diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Rauena Souto Diogo
Lopes. Data daapresentação: 25.08.2007.
Acidente Vascular Encefálico é uma alteração focal da função encefálica de início súbito com suposta origem
vascular cujos sinais persistem por mais de 24 horas. Pode ser classificado como isquêmico (tendo como
conseqüência a escassez de fluxo sanguíneo cerebral privando o cérebro de oxigênio) e hemorrágico (resultando
num aumento das pressões intracranianas, lesionando os tecidos cerebrais e restringindo o fluxo sanguíneo
distal). É de fundamental importância saber o diagnóstico com precisão para que se possa traçar um tratamento
bem direcionado. Para isso deve-se levar em consideração as possíveis causas, o lugar acometido no encéfalo
e os fatores de risco que podem complicar a situação. Em relação ao acometimento físico dos pacientes podese encontrar: ataxia, hemiplegia ou hemiparesia, ou ainda comprometimento em ambos hemicorpos (como por
exemplo, a Síndrome do Cativeiro). A Síndrome do Cativeiro é um distúrbio neurológico raro caracterizado pela
paralisia completa dos músculos voluntário em todas as partes do corpo com exceção daqueles que controlam
o movimento do olho. Isto acontece porque diversas vias nervosas se originam ou terminam na área onde
acontece o AVE. O objetivo da pesquisa é demonstrar a aplicação do conceito Bobath nos pacientes com a
referida síndrome, de acordo com as manifestações clínicas apresentadas. O presente estudo caracteriza-se
por uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva, classificada como pesquisa bibliográfica sendo utilizado
como método de abordagem o dedutivo e de procedimento o monográfico. Pode-se concluir então que a
fisioterapia é o tratamento principal na síndrome do Cativeiro, pois proporciona a melhora do quadro clínico
desses pacientes, porém necessita-se de uma interação entre fisioterapeuta e outros profissionais de saúde.
Palavras-chave: Acidente vascular encefálico. Síndrome do cativeiro. Fisioterapia
BARBOSA, L. N. A eficácia do tratamento fisioterapêutico nas disfunções motoras e sensitivas em
pacientes portadores de hanseníase: um estudo bibliográfico. 2007. 55 f. trabalho de conclusão
de curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, teresina, 2007. Orientadora:
Profa. Silvana Maria Véras Neves. Data da apresentação: 25.08.2007.
A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica causada pelo Mycobacterium leprae,
microorganismo cujas lesões granulomatosas se manifestam na pele, nas membranas m ucosas e
nos nervos periféricos. A transmissão ocorre por contato direto entre indivíduos, através de germes
elim inados nas gotículas de saliva e inalados pelo organism o, ao penetrar na mucosa do nariz.
Também pode ser transmitida pelo contato direto com a pele lesionada dos doentes. Essa doença
afeta a pele e o sistema neurológico do paciente, causando lesões cutâneas e danos nos nervos
periféricos do corpo humano. Isso leva à supressão da sensação térmica, ou seja, da capacidade de
diferenciar o frio e o calor no local afetado. Mais tardiamente, pode ocorrer diminuição da sensação
de dor no local e, se a doença não for tratada a tempo, causa invalidez severa e/ou permanente. O
objetivo deste trabalho foi realizar um a revisão de literatura sobre a hanseníase e a eficácia da
fisioterapia, para evidenciar a importância da detecção precoce dos sinais clínicos e das sequelas
que acometem os doentes, visando condutas médicas e fisioterápicas capazes de prevenir e remediar
as deformidades deixadas pela doença. O tratam ento clínico abrange a associação de diversos
antibióticos (esquema poliquimioterápico), que através dessa, destrói o agente patogênico e cura o
paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.
A Fisioterapia é uma ferramenta importante para controlar a evolução das lesões, perm itindo a
prevenção das incapacidades e a diminuição das sequelas decorrentes da hanseníase, através de
exercícios aplicados de acordo com a necessidade de cada paciente.
Palavras-chave: Hanseníase. Prevenção. Tratamento. Fsioterapia.
178
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RIBEIRO, M. D. S. O. Intervenção da fisioterapia na prevenção da mastite aguda: Revisão
Bibliográfica. 2007. 43f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Leide Maria Mendes da Silva Cavalcante.
Data da apresentação: 01.09.2007.
Todos sabem que os bebês devem ser alimentados exclusivamente ao seio nos primeiros meses de vida,
porém durante a lactação podem ocorrer alterações que levam a ocorrência de distúrbios como a mastit e,
ocasionando a interrupção desse período tão importante para a mãe e para o bebê. Para ocorrer o sucesso da
amamentação, a mãe precisa está devidamente preparada e orientada para identificar se os requisitos básicos
para uma pega correta estão sendo respeitados. Caso isso não ocorra, há uma grande possibilidade de uma
possível dificuldade da amamentação, podendo gerar distúrbios mamários que levam ao fracasso da mesma.
Hoje com o advento da globalização, os processos de informações atingem os vários cantos do mundo,
através dos vários meios de comunicações, com isso deve haver um investimento em campanhas preventivas
tanto pelas instituições de saúde, como pela educação, no intuito de alertar um maior número da população para
detectar os sintomas indicativos da mastite e assim evitar conseqüências mais danosas para a mãe e o bebê.A
mastite é um processo inflamatório e / ou infecciosa da mama, que tem início na segunda ou terceira semana
puerperal, podendo ocorrer, no entanto em qualquer fase da lactação. A fisioterapia obstetrícia tem como um
dos seus objetivos a prevenção de patologias como a mastite. Com isso o profissional deve enfocar informações
básicas de cuidados com as mamas, durante todo o pré-natal, assim como detectar e prevenir os sintomas da
mastite no período puerperal. Esta revisão bibliográfica objetiva mostrar a importância da fisioterapia na
prevenção da mastite através de orientações. Diante deste quadro questiona-se; qual a contribuição d a
intervenção da fisioterapia na prevenção da mastite? Que procedimento os profissionais desta área po dem
desenvolver para alcançar bons resultados no tratamento da mastite? Seguindo esta problemática e percebendo
que atualmente, na assistência à saúde, há uma mudança do foco na doença para o foco na prevenção. Após
a investigação minuciosa desta revisão bibliográfica conclui-se que a fisioterapia tem papel importante no
acompanhamento da nutriz, com ênfase na importância da amamentação, e o seu preparo para lidar com a
lactação mostrando fatores de proteção contra a mastite lactacional. Diante disto esta revisão trata de
apresentar a importância da intervenção da fisioterapia no tratamento da mastite.
Palavras-chave: Fisioterapia. Prevenção. Mastite.
FEITOSA, H. M. P. E. Utilização da Tens como controle da dor em pacientes pós-lobectomia
pulmonar. 2007. 37f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. Evandro Nogueira Barrros Filho. Data da
apresentação: 01.09.2007.
A dor é um sintoma muito comum em cirurgias torácicas, além de ser um dos problemas mais
preocupantes da medicina e da biologia, ou seja, um permanente desafio para os profissionais da
saúde que pesquisam tratamento para o paciente com dor. A dor no pós-operatório acarreta limitação
dos movimentos. Nesse contexto, a tosse efetiva, a respiração profunda e as mudanças de posição
estarão restritas. Como conseqüência, o paciente estará predisposto a atelectasia, infecções e
insuficiência respiratória. A estim ulação elétrica nervosa transcut ânea (TENS) é um m étodo
fisioterapêutico seguro e não invasivo usado para o alívio de dor no PO de lobectomia pulmonar.
Esta revisão literária tem como objetivo de mostrar a im portância da utilização da TENS como
controle da dor em pacientes pós-lobectomia pulmonar já que, com a diminuição do quadro álgico,
pode acelerar a alta hospitalar ou até mesmo, minimizar o uso de analgésicos para o controle da
dor em PO de cirurgias torácicas, além de proporcionar saúde com mais qualidade.
Palavras-chave: Dor. Lobectom ia pulm onar. TENS.
179
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
LEAL, M. M. Avaliação das alterações respiratórias no pós-operatório imediato de mastectomia
radical modificada. 2007. 61f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa..Nayana Pinheiro Machado.
Data da apresentação:01.09.2007.
O câncer de mama possui, relativamente, um bom prognóstico se diagnosticado precocemente, no
entanto, as taxas de mortalidade continuam elevadas no Brasil. Isto se deve, provavelmente, ao
fato da doença ainda ser diagnosticada em estádios avançados, pois apesar do grande número de
campanhas e informações a respeito do diagnóstico precoce do câncer de mama, muitos casos são
diagnosticados tardiam ente, impossibilitando o tratam ento conservador. Atualmente a cirurgia de
escolha para o câncer de mama é mastectomia radical modificada, principalmente a tipo Madden.
Após a cirurgia muitas complicações e alterações podem ocorrer, incluindo as alterações respiratórias.
Este trabalho trata-se de um estudo de caso, descritivo, realizado na Clínica de Ginecologia do
Hospital Getúlio Vargas, com uma amostra de 6 pacientes, no período de abril a junho de 2007. O
objet ivo desta pesquisa foi avali ar as alt erações respiratórias no pós-operatório im ediato de
mastectomia radical modificada. Através desse trabalho pôde-se perceber que as principais alterações
ocorridas após a cirurgia foram diminuição da PiMáx (71,6%), da PeMáx (56%), do FEMI (63,9%) e
da expansibilidade torácica, avaliada através da cirtometria, em que a maior alteração ocorreu no
nível intercostal, ou seja, no nível da incisão cirúrgica, com uma diminuição em 58,83% do coeficiente
de amplitude. A avaliação da função respiratória no pós-operatório imediato é de grande importância
para que o fisioterapeuta possa traçar um tratamento específico, possibilitando um maior conforto
respiratório durante a recuperação da cirurgia e da anestesia, melhorando a capacidade vital e a
capacidade residual, como também, incentivar a tosse a fim de evitar maiores complicações.
Palavras-chave: Alterações respiratórias. Pós-operatório imediato. Mastectomia radical modificada.
PIAZZAROLLO, S. G. Alterações nas pressões inspiratória e expiratória máximas em pacientes
submetidos à abdominoplastia. 2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. J uçara Gonçalves
de Castro. Data da apresentação: 01.09.2007.
As complicações pulm onares pós-operatórias vêm preocupando pacientes e cirurgiões há anos.
Estatisticamente elas são as principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes cirúrgicos.
Essas alterações podem determinar uma série de com plicações pulmonares no pós-operatório,
comprometendo a evolução do paciente. O objetivo desde estudo foi avaliar as alterações da força
muscular respiratória em pacientes submetidos à abdominoplastia. Para isso, avaliaram-se seis
pacientes provenientes da Clínica Plastmed, do sexo feminino, com faixa etária de 20 a 50 anos. No
pré e pós-operatório foram aferidas as medidas da força muscular respiratória (PImáx e PEmáx),
obtidas com o uso do manovacuômetro. A PImáx sofreu uma redução significativa e a PEmáx
apresentou uma redução altamente significativa durante o pós-operatório imediato. Pode-se concluir
que ocorre uma redução na força muscular respiratória, o que justifica a necessidade da intervenção
fisioterapeutica para m elhorar a mecânica respiratória, prevenindo assim com plicações.
Palavras-chave: Abdom inoplastia. Alterações respiratórias. Manovacuôm etro
180
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
BARBOSA, RB. Benefícios da cinesioterapia aplicada a osteoartrite de joelho. 2007. 73f. Trabalho
de conclusão de curso (graduação em fisioterapia) Faculdade Intregral Diferencial, Teresina, 2007.
Orientador: Prof. José Neres Quaresma. Data da apresentação: 01.09.2007.
O objetivo deste trabalho é estudar os efeitos deletérios que a sobrevida pode causar aos indivíduos
e a partir disso procurar um tratamento, dentre os quais a fisioterapia motora através da cinesioterapia,
está indicada. Fundamenta-se em referências bibliográficas nacionais e internacionais, periódicos,
jornais e revistas científicas. Concluiu-se a complexidade do impacto da osteoartrite de joelho sobre
a saúde das pessoas, porém a atuação da fisioterapia no tempo oportuno pode evitar que esse
impacto cause maiores danos e que estes levem a limitação funcional, provocando incapacidade.
Palavras-chave: Fisioterapia. Osteoartrite. Cinesioterapia.
RODRIGUES, L.N.S. O
efeito da fisioterapia respiratória na pressão intracraniana em pacientes
com traumatismo cranioencefálico grave. 2007 54f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador:Prof.Evandro Nogueira
Barros Filho. Data da apresentação: 01.09.2007.
O trauma craniano é uma patologia neurológica que tem como principal característica lesão encefálica por
trauma externo (direto ou indireto). É um problema de saúde pública onde sua incidência é extremamen te
elevada em adultos jovens do sexo masculino, com altos índices de mortalidade e sequelas secundárias. Uma
das grandes preocupações com pacientes internados na unidade de terapia intensiva, especialmente no
portador de Traumatismo Cranioencefálico, é a elevação aguda da Pressão Intracraniana, ou seja, Hipertensão
Intracraniana. A mesma pode variar com alterações na pressão arterial sistêmica, na respiração, no m au
posicionamento do paciente no leito e também pelo aumento do volume de um ou mais componentes cranianos.
Esses pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva necessitam de cuidados intensivos sob assistência
de uma equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros). A fisioterapia é essencial
para um melhor prognóstico para o paciente, auxiliando na prevenção, cura e na reabilitação de quais quer
patologias do sistema respiratório e outros sistemas. Nos estudos analisados, a fisioterapia respiratória é
imprescindível nesses pacientes, no entanto, devem ser tomadas com cautela durante sua utilização e somada
a monitorização da pressão intracraniana, antes, durante e após os procedimentos. Diante dessa realidade,
para elaboração deste trabalho, decidiu-se utilizar a revisão bibliográfica por permitir examinar o maior número
possível de obras publicadas sobre o assunto versado, organizando as várias idéias fundamentadas e
harmonizando os pontos de vista existentes na mesma direção, tendo como objetivo um maior conhecimento
sobre o tema, análise do efeito da Fisioterapia Respiratória na Pressão Intracraniana em pacientes portadores
de Traumatismo Cranioencefálico grave, evidenciando as respostas clínicas do paciente frente ao tratamento.
Palavras–chave: Ttraumatismo cranioencefálico. Pressão intracraniana. Fisioterapia respiratória.
181
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
LIRA, B. A. Incidência de infecção pulmonar em pacientes vítimas de traumatismo crânioencefálico internados na uti do hospital getúlio vargas. 2007.44 f. Trabalho de conclusão de
curso (graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.
Sandra Karla Feitosa Cavalcante. Data da apresentação: 25.08.2007.
O traumatismo cranio-encefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro causada por uma força física externa,
podendo produzir um estado diminuído ou alterado de consciência e no funcionamento físico. Em seu tratamento
destaca-se o importante papel de uma adequada assistência ventilatória, buscando regular os níveis de gases
sanguíneos da forma mais adequada para cada paciente. Nas unidades de terapia intensiva (UTIs) dos
hospitais verifica-se uma maior permanência de pacientes vítimas de trauma cranio-encefálico, isso devido às
diversas complicações, nos diversos sistemas, provocados pelo trauma. A estada desses pacientes, quando
estáveis e com pouca probabilidade de óbito, geralmente é duradoura nas UTIs. O objetivo do presente estudo
foi a verificação da incidência e os tipos mais mais comuns de infecções pulmonares em pacientes críticos
vítimas de TCE internados na UTI do Hospital Getúlio Vargas (HGV), determinando os tipos de infecções com
as causas mais prováveis, procurando assim, determinar os métodos preventivos que se adequam no
ambiente da UTI. Para tanto, a amostra foi constituída de 20 prontuários médicos de 20 pacientes distintos de
ambos os sexos, vítimas de traumatismo crânio-encefálico (TCE) admitidos na UTI do HGV em Teresina – PI,
com mais de 48 horas de internação, sob ventilação artificial mecânica. A partir da verificação do exame de
cultura da secreção traqueal, contido no prontuário, foi realizado um levantamento quantitativo da incidência e
dos tipos mais comuns de infecção pulmonar encontrados nestes pacientes relacionados. Como resultado,
foram encontrados altos níveis de infecção pulmonar, predomínio de alguns germes neste ambiente, além da
presença de óbitos, causados principalmente pela precariedade na vigilância epidemiológica e na identificação
dos pacientes de alto risco, dando destaque a falta de um trabalho na educação continuada dos profissionais
responsáveis pela saúde com medidas de isolamento adequado.
Palavras-chave: Traumatismo crânio-encefálico. Infecção pulmonar. Ventilação mecânica.
BRAGA, R.O. Proposta de protocolo de tratamento fisioterapêutico para pacientes no puerpério
imediato de parto normal: na perspectiva da literatura. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora:
Profa. Leide Mendes Cavalcante . Data de apresentação: 25.08.2007
O puerpério ou período pós-parto imediato é definido como o período entre o primeiro e o décimo dias após o
parto. Nesta fase, onde a mulher experimenta um período de profundas transformações e adaptações, ela
começa a vivenciar a volta do organismo às condições pré-gravídicas. Essas transformações podem limi tar
consideravelmente a mulher nessa fase. O exercício no período pós-parto é a chave para o retorno rápido e
máximo da função muscular e a restauração da saúde da mãe. Uma avaliação fisioterapêutica minuciosa do
estado atual da paciente, associada a um programa completo de exercícios feito nesse período pode prevenir
ou amenizar problemas futuros, como: disfunção do assoalho pélvico, desconforto na região paravertebral,
debilidade da força do músculo abdominal, fadiga, dificuldade em amamentar e possivelmente uma autoimagem negativa. A fisioterapia dispõe de técnicas e recursos específicos para a reabilitação das diversas
alterações após o parto. O objetivo desse trabalho é propor um protocolo de tratamento fisioterapêutico para
pacientes no puerpério imediato e de parto normal, a fim de mostrar as formas de tratamento que poderão
prevenir e tratar as alterações nos sistemas músculo-esquelético, respiratório e circulatório, englobando as
orientações gerais. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em bases de dados indexadas, bem
como em livros específicos de fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. Após a seleção do material, procedeuse a leitura sistemática das referências buscando analisá-las de acordo com o tema em questão. Os resultados
revelam a importância da realização de técnicas fisioterapêuticas no puerpério imediato, como medida preventiva
e curativa das diversas alterações encontradas nesse período. A literatura ressalta a utilização da reeducação
respiratória associada a exercícios de membros superiores, exercícios de membros inferiores, exercícios dos
músculos abdominais, exercícios do assoalho pélvico, tratamento do períneo doloroso, e tratamento dos
problemas mamários. Conclui-se que se torna necessária a presença do profissional de fisioterapia na s
maternidades, a fim de realizar precocemente uma avaliação fisioterapêutica e também para adotar um
protocolo específico para as pacientes puérperas de parto normal, com o intuito de prevenir, amenizar e tratar
as alterações encontradas neste período, proporcionando uma melhor qualidade de vida para as mesmas.
Palavras-chave: Puerpério imediato. Parto normal. Fisioterapia
182
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RESUMO TCC 2007/2
CAMPELO, A.M.A.A. Benefícios de um programa de ginástica laboral para os funcionários da
área administrativa da FACID. 2007.57f.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial,Teresina,2007. Orientador: Profª. Adriana Ribeiro de
Oliveira Napoleão do Rego.Data da apresentação: 25.01.2008.
A ginástica laboral tem sido um recurso cada vez mais utilizado pelas empresas, em virtude do
destaque assumido pelos distúrbios músculos-esqueléticos. Com o intuito de contribuir para uma
melhor qualidade de vida dos trabalhadores, promover a saúde, prevenir as lesões ocupacionais,
principalmente L.E.R e D.OR.T, melhorar o relacionamento interpessoal, reduzir os acidentes de
trabalho e proporcionar o aumento da produtividade com qualidade, se faz necessário a implantação
de programas de Ginástica Laboral nas empresas. Para enfocar a importância desse tipo de medida
ergonôm i ca, reali zou-se um program a de Ginást ic a Laboral com os funci onári os da área
adm inistrativa da FACID, no período de setembro a novem bro de 2007, duas vezes por semana
durante 15 minutos, composta de exercícios de alongamento e relaxamento, durante a jornada de
trabalho. Como instrumento de coleta de dados foi aplicado um questionário pré e pós programa de
ginástica, possibilitando assim, avaliar a influência da atividade física no ambiente de trabalho.
Palavras-chave: Ginástica laboral. Qualidade de vida. Ler-Dort.
SAID, C. S. Avaliação da ação antiinflamatória do gel de Aloe Vera (babosa) associado ao ultrasom em tendinite crônica. 50f. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia).
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.Orientador: Prof. Antonio Luiz Martins Maia Filho.
Data da apresentação: 25.01.2008.
O processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos a uma agressão capaz de causar lesão celular
ou tecidual. À agressão tecidual, seguem-se imediatamente fenômenos vasculares, mediados principalmente
pela histamina, resultando em hiperemia ou rubor, calor, edema e dor, que são os principais sinais da inflamação.
A tendinite é uma inflamação dos tendões. No tratamento das tendinites, os fisioterapeutas utilizam largamente
o ultra-som, cujas ondas ultra-sônicas produzem uma ação mecânica vibratória nas células, resultando em
efeitos biológicos, mecânicos, térmicos e atérmicos. O meio acoplante mais utilizado em associação com o
ultra-som é o gel à base de água, podendo ainda ser utilizado outros acoplantes contendo substâncias medicinais,
como a Aloe Vera, sendo este processo chamado de fonoforese. Este estudo, do tipo exploratório, experimental
e indutivo, teve como objetivo avaliar a ação antiinflamatória do gel Aloe Vera (babosa) associado ao ultra-som
pulsátil, no tratamento da tendinite crônica, através da medição do edema da pata do rato. A tendinite foi
provocada pela indução, no tendão de Aquiles, de colagenase em um universo de 80 ratos da espécie Rattus
norvegicus, variedade W istar. O tratamento foi dividido em quatro grupos denominados de: A - tratados com
injeção intra-peritoneal de solução salina; B - tratados com uso tópico de Aloe Vera (babosa); C - tratados com
ultra-som convencional e; D - tratados com ultra-som associado a Aloe Vera (babosa) (fonoforese).
Estabeleceram-se dois períodos de tratamento: de 7 e de 14 dias, sendo 40 ratos para cada período. Lançando
mão do método comparativo, os resultados foram interpretados e analisados através do programa estatístico
GraphPad Prism 3.0 e Anova One Way, seguido de Teste de Tukey, que apresenta 95% de confiabilidade. O
grupo D obteve maior redução do edema, concluindo-se que a fonoforese por Aloe Vera apresenta maior ação
antiinflamatória.
Palavras-chave: Processo inflamatório. Tendinite. Ultra-som .
183
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
REINALDO, C. R. M. S. Prevalência de processos asmáticos sintomáticos em escolares de seis
a sete anos da rede pública municipal e particular de ensino, no bairro Pedra Mole, na cidade
de Teresina – PI. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade
Integral Diferencial, Teresina - PI, 2007. Orientador: Profa. Silvana Santos Gonçlves. Data da
apresentação: 25.01.2008.
A prevalência da asm a vem aum entando progressivam ente em todo o m undo, despertando o
interesse em pesquisas epidemiológicas com o intuito de conhecer os fatores relacionados a este
aumento. Questionários padronizados para pesquisas populacionais são necessários para se comparar
os dados de prevalência entre os centros de pesquisa, possibilitando análises futuras. Para atender
a este propósito, dentre outros, foi elaborado um questionário com o parte do projeto ISAAC
(International Study of Asthma and Allergies in Childhood). O objetivo do trabalho foi analisar a
prevalência da asma em crianças de Teresina. Para tal, utilizou-se a primeira parte do questionário
sobre sintomas e diagnóstico de asma, padronizado pelo projeto ISAAC a serem respondidos por
crianças de 6 a 7 anos de escolas das redes pública e privada de ensino. Foram estudados 42
crianças de 6-7 anos, que responderam o questionário A prevalência de asma diagnosticada foi de
40,46%. Concluiu-se que a prevalência de asm a diagnosticada está de acordo com os valores
observados em outras cidades brasileiras. Quando considerou-se asma provável, esta prevalência
foi de 16,66%, mostrando haver um subdiagnóstico da doença.
Palavras-chave: Asma. Prevalência. Crianças.
LIMA FILHO, S.C.R.L. intervenção fisioterapêutica no pós-operatório hospitalar na artroplastia
parcial do quadril no idoso: uma revisão bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial, 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresm a.
Data da apresentação: 25.01.2008.
A fratura de colo do fêmur é muito comum em idosos, ao envelhecer o ser humano adquire deficiência visual,
diminuição da acuidade auditiva, massa muscular, massa óssea e maior rigidez articular, todas essas alterações
aumentam o risco de fraturas. A cirurgia de artroplastia parcial tem se tornado o principal tratamento para os
casos de fraturas não consolidadas do colo femoral, operação que consiste na remoção da cabeça do colo
femoral e sua substituição por uma prótese metálica, cuja a haste penetre no canal medular da diáfase. Esta
monografia foi embasada em uma pesquisa bibliográfica, ocorrida entre os meses de maio a dezembro de 2007,
foram pesquisados livros nacionais e internacionais, revistas científicas, jornais e artigos de bases de dados
como: Medline, Pudmed, Scielo, Lilacs. O objetivo do presente trabalho é mostrar a importância da intervenção
fisioterapêutica no pós-operatório hospitalar de artroplastia no quadril do idoso. Após a pesquisa bibliográfica
realizada pode-se concluir que: a fratura do colo do fêmur é mais comum em idosos, com prevalência em
mulheres devido a osteoporose; a artroplastia de parcial tem se tornado o principal tratamento para os casos de
fratura do colo femoral; a cirurgia de artroplastia de quadril geralmente não apresenta complicações; a durabilidade
da prótese é determinada por três fatores: a realização de uma cirurgia bem sucedida, o esforço em que o
paciente vai exercer sobre a prótese e o estado do osso do paciente; o fisioterapeuta deve obter uma avaliação
completa e precisa do paciente, isso irá permitir que seja estabelecido um banco de dados tornando possível
determinar progressão, alem de permitir e possibilitar um programa apropriado de tratamento; o fisioterapeuta
deve programar um protocolo de tratamento através de métodos satisfatórios para a recuperação do paciente;
o tratamento fisioterapêutico da artroplastia parcial do quadril inicia-se no dia seguinte pós-cirúrgico; durante as
primeiras semanas após a instalação da prótese é extremamente importante que o fisioterapeuta orient e o
paciente em relação de como evitar determinadas posições e movimentos, pois nesse período, a prótese esta
mais sujeita a luxação; a intervenção fisioterapêutica no pos operatório hospitalar é extremamente importante
pois: previne complicações pulmonares, melhora a amplitude dos movimentos, aumenta a mobilidade dos
tecidos moles, previne o surgimento de tromboembolia, promove fortalecimento muscular e proporcionar o
retorno do paciente em suas atividades diárias o mais rápido possível.
Palavras-chave: Artroplastia. Fratura. Fisioterapia.
184
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
LOPES, M. A. L. O processo de formação do fisioterapeuta, revisão histórica e atual. 2007. 45f.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,
2007. Orientador: Prof. Geraldo Rodrigues Filho. Data da apresentação: 25.01.2008.
Na contem poraneidade, apresentam-se diferentes visões de mundo dissem inadas pelos meios de
com unic ação, transform ando a vi são de sociedade e de at uação do profissional-ci dadão. A
Fisioterapia é uma ciência que utiliza os meios físicos e naturais na promoção da saúde, prevenção
de doenças e reabilitação dos indivíduos, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de
vida, promovendo a sua manutenção ou reintegração das atividades cotidianas. A pesquisa indaga:
Quais os fatores inerentes ao processo de formação do fisioterapeuta dentro do atual conceito em
fisioterapia? A pesquisa teve como objetivo geral: Interpretar os fatores peculiares ao processo de
formação do fisioterapeuta, enfocando seus limites e possibilidades deste profissional em atender
as necessidades do atual mercado. O processo de levantamento de dados empíricos procurou obter
elem entos que permitissem o alcance dos seguintes objetivos específicos: Explicitar a função do
profissional fisioterapeuta, caracterizar as áreas da fisioterapia bem com o, contextualizar a sua
historicidade. O processo de investigação foi desenvolvido por m eio de pesquisa bibliográfica e
análise documental para obtenção de dados empíricos, tais como: a formação do fisioterapeuta no
atual contexto, a sua formação no Ensino Superior, seu perfil, competências e áreas de atuação.
Palavras–chave: Form ação Profissional. Fisioterapia. Sociedade. Saúde
MARIANO, F. D. C. A importância da fisioterapia na sintomatologia da fibromialgia: revisão
bibliográfica. 2007. 39f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Orientadora: Profa. Janaína Souto. Data da
apresentação: 26.01.2008.
O objetivo do presente estudo foi agrupar os recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento da
Fibromialgia, e verificar a eficácia dos m esmos, para que possamos utilizá-los em benefício da
melhora da qualidade de vida de um grande número de pacientes que apresentam esta patologia.
Para o desenvolvimento desta, optou-se pela pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica procura
explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas, buscando conhecer e analisar as
contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou
problema. Concluiu-se que o objetivo final do tratamento de pacientes com Fibromialgia através da
fisioterapia é melhorar a sua qualidade de vida. O paciente deverá ser informado que em bora
ainda não se conheça a causa da doença e, portanto, nem a sua cura, o tratamento deve proporcionar
maior tolerância ao desconforto, diminuição da dor e menores limitações na realização de atividades
funcionais. Para tanto, é necessário apoio multidisciplinar, combinando terapias físicas e psicológicas,
associadas à orientação a fim de que o paciente seja capaz de assum ir responsabilidades na
conduta do seu próprio tratam ento.
Palavras-chave: Fibrom ialgia. Fisioterapia. Dor.
185
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ISAIAS, L.C.S. Fisioterapia integrada à saúde mulher: uma proposta de fortalecimento dos
músculos do assoalho pélvico de nulíparas. 2007. 53f Trabalho de conclusão de curso (Bacharel
em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Nayana Pinheiro
Machado. Data da apresentação: 25.01.2008.
Objetivo: Verificar a im portância da cinesioterapia no treinamento de força do assoalho pélvico,
em nulíparas com fraqueza. Método: Estudo experimental prospectivo, que avaliou o grau de força
do assoalho pélvico de 4 mulheres através do teste de Ortiz, compreensão dos exercícios, número
de contrações mantidas por 5 segundos antes da fadiga, repetições rápidas antes da fadiga, uso de
musculatura acessória (glúteos, abdominal e adutores) e tem po máximo e sustentação para uma
contração antes e após o tratamento cinesioterapêutico pelo uso de exercícios para a região pélvica
durante 10 sessões fisioterápicas, individuais, com duração de 30 m inutos cada, realizadas na
clínica escola da FACID. Resultados: A avaliação revelou importante incidência de fraqueza nessas
jovens, sem história prévia de fatores influenciadores. Após o tratamento, foi observado que 100%
das pacientes obtiveram ganho de propriocepção, pela contração isolada dos músculos do assoalho,
e número de contrações rápidas, quanto ao tempo máximo de sustentação para uma contração e
contrações m antidas 50% obti veram êxito indicando m elhoria na atividade das fibras t ipo I.
Conclusão: O fortalecim ento do assoalho é essencial para promoção de saúde da m ulher em
qualquer fase do seu cicl o de vida e o tratam ento fisioterapêutic o conservador por m eio da
cinesioterapia é eficaz para o fortalecimento desses músculos.
Palavras-chave:
Fisioterapia. Cinesioterapia. Assoalho pélvico. Reabilitação
VELOSO, M. R. P. Efeitos terapêuticos da posição canguru no desenvolvimento neuromuscular
do neonato prematuro. 2007. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Iara Sayuri Shimizu. Data da
apresentação: Data da apresentação:26.01.2008.
O Método Mãe-Canguru (MMC) tem sido sugerido como um novo modelo de intervenção para
recém-nascidos prematuros, usado com o alternativa precoce que visa simular o ambiente intrauterino, prom ovendo estímulos que contribuem para o desenvolvimento neuromotor. Este estudo
visa contribuir para a com preensão do MMC juntam ente com a fisioterapia, com o uma prática
favorecedora e capaz de cooperar para o crescim ento e desenvolvimento dos prematuros, tendo
com o objetivos: verificar os efeitos do posicionamento ventral e analisar possíveis relações entre
posicionamento ventral e desenvolvimento neuromuscular dos recém-nascidos prematuros submetidos
ao MMC. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso prospectivo e descritivo. A am ostra foi
composta por três recém-nascidos prematuros, submetidos ao MMC, apresentando idade gestacional
abaixo de 37 (trinta e sete) semanas e m uito baixo peso (abaixo de 1500g) que apresentavam
estabilidade clínica e que permaneceram na enfermaria canguru da Maternidade Dona Evangelina
Rosa. Realizado no período de novem bro a dezem bro de 2007. Os recém-nascidos prem aturos
foram avaliados durante tempo de permanência na enfermaria canguru, a admissão à alta hospitalar.
Após os resultados expostos observou-se que o posicionamento ventral através do MMC juntamente
com a fisioterapia pode ser considerado modelo de intervenção capaz de agir facilitando adaptações
neurológicas após nascimento, refletindo melhora nas respostas neuromotoras dos prematuros.
Palavras-chave: Prem aturo. Posicionamento Mãe-Canguru. Desenvolvim ento Neuromotor.
186
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MARQUES, E. P. M. Abordagem fisioterapêutica nas alterações articulares da artrite reumatóide
juvenil. 2007. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ana Flávia Machado de Carvalho. Data da
apresentação: 25.01.2008.
A artrite reumatóide juvenil (ARJ) é uma doença sistêmica, caracterizada por um quadro inflamatório
crônico com sinovite poliarticular persistente, de etiologia desconhecida e com grande potencial
deformante. Essa doença é subdividida de acordo com a evolução do quadro durante os seis meses,
em Sistêm ico, Poliarticular e Pauciarticular ou Oligoarticular. Cada um desses subtipos tem
características clínicas diferentes e o diagnóstico é feito de acordo com os critérios da American
College of Rheumatology. O tratamento da artrite reumatóide juvenil é baseado no medicamentoso,
cirúrgico e fisioterapêutico. O objetivo da fisioterapia é tratar e prevenir complicações articulares da
artrite reum atóide juvenil, m elhorando a qualidade de vida desses pacientes. Este trabalho foi
realizado através de revisão bibliográfica e visando o aprofundamento de novas pesquisas.
Palavras-chave: Artrite reumatóide juvenil. Articulação. Fisioterapia.
SOUSA, O. V. R. Atividade física & fisioterapia: uma necessidade para a boa saúde na terceira
idade – Perspectivas e controvérsias. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Gracélia Maria da
Silva. Data da apresentação: 25.01.2008.
A população idosa vem aumentando consideravelmente, o que se atribui a uma maior expectativa
de vida, provavelmente relacionada a um melhor controle de doenças infecto contagiosas e crônico
degenerativas, gerando a necessidade de mudanças na estrutura social, para que estas pessoas
tenham um a boa qualidade de vida. A atividade física é um im portante m eio de prevenção e
promoção da saúde dos idosos através de seus inúmeros benefícios. Tem-se por objetivo abordar
aspectos do processo de envelhecim ento: sua epidem iologia, os benefícios e a im portância da
atividade física e da fisioterapia para alcançar qualidade de vida na terceira idade, salientando-se
a necessidade atual de estruturação efetiva de program as que enfatizem a prática de atividades
físicas, bem como o engajamento dos profissionais de saúde frente a estas ações. Este estudo
exploratório-descritivo teve como fontes de pesquisas prim árias e secundárias, coleta de dados,
pesquisas bibliográficas e revisão de literatura direta e indiretamente através leituras complementares,
baseando-se no método histórico para fazer uma abordagem da fisioterapia como profissão e sua
atuação na atenção na saúde do idoso, e com parativo no que diz respeito aos vários autores
pesquisados a fim de construir uma visão sobre saúde e atenção ao idoso e importância da fisioterapia
e da atividade física para essa faixa etária. Contudo, concluímos que há mil maneiras de se planejar
e implementar atividades motoras e devemos então contextualizar a prática da mesma. As atividades
devem respeitar as necessidades e interesses dos idosos, isto é, devem não só oportunizar movimentos,
mas movimentos que proporcionem prazer e vontade de aderir à prática durante a vida toda.
Palavaras-chave: Atividade física. Terceira idade. Fisioterapia.
187
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, O.S. A intervenção fisioterapêutica através da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
(F.N.P) na expressão facial de pacientes com doença de Parkinson idiopática. 2007. 62f Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.
Orientadora: Profa. Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos. Data da apresentação: 25.01.2008.
A doença de Parkinson é um transtorno neurodegenerativo que afeta os núcleos da base, ocorrendo
assim uma degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra. Este distúrbio provoca
várias manifestações clínicas como tremor em repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade
postural. Com o conseqüência da rigidez e bradicinesia, o individuo com doença de Parkinson
apresenta uma diminuição da expressão facial, que é um fator essencial pra expressar as emoções
e para a com unicação hum ana. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, que teve com o
objet ivo m elhorar a expressividade facial através do m ét odo de Faci lit ação Neurom uscul ar
Proprioceptiva (F.N.P.). Foi empregada a técnica de contrações isotônicas repetidas ao longo de 20
atendim entos, em cada m usculatura da face para diminuir a rigidez e a bradicinesia e assim
favorecer um melhor movimento facial. Foram analisadas as expressões de alegria, tristeza, raiva,
surpresa, medo e desgosto através dos eixos dos olhos, nariz e boca, comparando as reavaliações a
cada dez atendimentos. Pode-se verificar que a técnica de contrações isotônicas repetidas foi eficaz
para melhorar a rigidez e a bradicinesia, havendo significativo aum ento de movimentos nas seis
expressões analisadas.
Palavras-chave: Doença de parkinson. Expressão facial. Facilitação neuromuscular proprioceptiva
MOURA, L. B. Atuação da fisioterapia respiratória na doença de Parkinson idiopática: estudo de
caso. 2007. 83 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação:
25.01.2008.
A disfunção respiratória está presente na doença de Parkinson idiopática e é responsável pelos altos índices de
morbimortalidade. As principais alterações respiratórias encontradas nestes pacientes são: diminuiçã o da
expansibilidade e complacência pulmonar, alterações no padrão respiratório, fraqueza e fadiga da musculatura
respiratória. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso descritivo, cujo objetivo é verificar os efeitos da
fisioterapia respiratória em uma paciente portadora da doença de Parkinson idiopática, no estágio 2,5 da escala
de Hoehn e Yahr no setor de Fisioterapia de um hospital de referência em Teresina-PI. Para tanto, foi elaborada
uma ficha de avaliação fisioterápica, sendo a paciente avaliada no início, após oito sessões e no fi nal do
tratamento. A avaliação foi fundamentada na verificação das pressões inspiratórias e expiratórias máximas
obtidas através do manovacuômetro, avaliação do fluxo expiratório máximo instantâneo por meio do peak flow
e a verificação da força muscular do diafragma. Diante dos dados obtidos na mesma foi elaborado um
tratamento que consistiu em vibrocompressão, descompressão torácica abrupta localizada, soluços inspiratórios,
inspirações em tempos, sustentação máxima da inspiração, treinamento diafragmático com o threshold e o uso
de incentivadores respiratórios. Foram realizadas 15 sessões, sendo três vezes por semana, em dias alternados,
com duração de cerca de 30 minutos cada. Como resultado foi visto que a fisioterapia respiratória promoveu
uma melhora considerável das pressões inspiratórias e expiratórias máximas, do fluxo expiratório máximo
instantâneo e da força muscular do diafragma. Desta forma pode-se concluir que a intervenção fisioterapêutica
foi eficaz, visto que foram obtidos resultados satisfatórios que permitiram a paciente uma melhora da função
pulmonar, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Doença de parkinson. Fisioterapia respiratória. Função pulmonar.
188
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ALVES, A. M. M Abordagem da hidroterapia baseada no método exercício aquático terapêutico
no tratamento de paciente submetido à reconstituição de ligamento cruzado anterior com tendão
patelar.. 2007. 71fl. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial - FACID, Teresina-PI: 2007. Orientadora: Prof. José Neres Quaresma. Data da
apresentação: 25.01.2008.
As lesões do ligamento cruzado anterior do joelho constituem um problema comum na prática clínica e possuem
um papel cada vez mais importante. Sua ruptura contribui para deficiências e incapacidades significativas.
Hoje, a Fisioterapia Aquática é uma modalidade terapêutica bastante difundida e amplamente aceita no
tratamento de lesões ortopédicas. O uso da água, como um meio de exercício após reconstrução de ligamento
cruzado anterior, revelou ser um elemento seguro capaz de promover a amplitude de movimento, de aprimorar
a força muscular, de restabelecer o equilíbrio e propriocepção e permitir sustentação precoce de pes o. Os
objetivos desta pesquisa foram verificar a eficácia do método exercício aquático terapêutico na reabilitação do
ligamento cruzado anterior com tendão patelar; acompanhar a evolução do paciente através dos valores de
goniometria do joelho, escala de intensidade da dor e graduação da força pelo sistema de graduação numérica
para avaliação da força estabelecido por O’Sullivan e Schmitz; identificar os benefícios do programa de
reabilitação baseado na hidroterapia e observar o número de atendimentos necessários para o paciente adquirir
independência funcional da marcha e conseqüente liberação do uso de muletas. A presente pesquisa é do tipo
exploratório descritivo e baseou-se em um estudo de caso longitudinal, realizado com um paciente do sexo
masculino que foi submetido à reconstrução de ligamento cruzado anterior com enxerto de tendão patel ar,
selecionado intencionalmente no Hospital Getúlio Vargas e tratado no Ranking Sport academia LTDA., através
de um protocolo de reabilitação aquática fundamentado no método exercício aquático terapêutico proposto por
Bates e Hanson. Foram realizados 24 atendimentos, três vezes por semana com duração de 50 minutos em um
período de 16 de outubro a 7 de dezembro. A cada seis atendimentos iniciava-se uma nova etapa do protocolo
e era feita uma reavaliação. Os resultados foram mensurados através da goniometria do joelho, escala de
intensidade da dor e teste muscular estabelecido por O’Sullivan e Schmitz, em que se constatou restauração da
força muscular, restabelecimento da amplitude de movimento e reversão da dor e edema. Conclui-se que um
programa de tratamento baseado no método exercício aquático terapêutico foi de extrema importância para
recuperação rápida e segura do paciente dentro dos objetivos propostos, enfatizando não apenas a amplitude
de movimento e força muscular, mas também equilíbrio e propriocepção que permitiram a liberação das
muletas e um padrão de marcha normal.
Palavras-chave: Hidroterapia. Reconstrução do ligamento cruzado anterior com tendão patelar. Método exercício aquático terapêutico.
BALUZ, P. F. F. Junção dos Corpos: A Influência do Olhar Antropológico no Tratamento
Fisioterapêutico. 2007. 27f. Trabal ho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia),
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Márcia Adriana L. de Oliveira.
Data da apresentação: 24.01.2008.
O presente trabalho tem com o objetivo m ostrar os diferentes significados que o corpo possui,
perm itindo a ampliação do olhar do fisioterapeuta sobre o paciente, propiciando um tratam ento
fisioterapêutico humanizado, pois buscou-se apresentar o ser hum ano, enquanto um a junção de
corpos (psíquico, físico, cultural, espiritual,...), ou seja, um Ser na sua totalidade, respeitando a sua
diversidade. Para isto, utilizou-se como método de abordagem o indutivo, pela idéia do trabalho ter
surgido das práticas vividas no cam po de estágio, tendo com o técnica de coleta de dados a
documentação indireta, ou pesquisa bibliográfica, que resultou em uma revisão bibliográfica, e,
nas dificuldades em encontrar no universo da fisioterapia leituras que proponham a junção de
olhares antropofisioterapêutico apresentado neste trabalho, vindo destas a relevância destes olhares
para os profissionais fisioterapeutas. Assim, para mediar esta junção utilizou-se o tornozelo, que
possui dimensões não apenas física, mas simbólica e que serviu para exemplificar o fato de que ao
se tocar um corpo não é apenas um corpo que se toca, ou partes dele, mas um Ser humano em sua
totalidade. Portanto, com estas reflexões o trabalho convida o (a) fisioterapeuta a ampliar o olhar
sobre as relações existentes entre ele e o seu paciente, propiciando um tratamento mais humanizado.
Palavras-chave: Olhar antropofisioterapêutico. Tratamento humanizado. Corpos.
189
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ALVES, A. M. M Abordagem da hidroterapia baseada no método exercício aquático terapêutico
no tratamento de paciente submetido à reconstituição de ligamento cruzado anterior com tendão
patelar.. 2007. 71fl. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial - FACID, Teresina-PI: 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma. Data da
apresentação: 25.01.2008.
As lesões do ligamento cruzado anterior do joelho constituem um problema comum na prática clínica e possuem um papel cada vez mais
importante. Sua ruptura contribui para deficiências e incapacidades significativas. Hoje, a Fisioterapia Aquática é uma modalidade terapêutica
bastante difundida e amplamente aceita no tratamento de lesões ortopédicas. O uso da água, como um meio de exercício após reconstrução
de ligamento cruzado anterior, revelou ser um elemento seguro capaz de promover a amplitude de movimento, de aprimorar a força muscular,
de restabelecer o equilíbrio e propriocepção e permitir sustentação precoce de peso. Os objetivos desta pesquisa foram verificar a eficácia
do método exercício aquático terapêutico na reabilitação do ligamento cruzado anterior com tendão patelar; acompanhar a evolução do
paciente através dos valores de goniometria do joelho, escala de intensidade da dor e graduação da força pelo sistema de graduação
numérica para avaliação da força estabelecido por O’Sullivan e Schmitz; identificar os benefícios do programa de reabilitação baseado na
hidroterapia e observar o número de atendimentos necessários para o paciente adquirir independência funcional da marcha e conseqüente
liberação do uso de muletas. A presente pesquisa é do tipo exploratório descritivo e baseou-se em um estudo de caso longitudinal, realizado
com um paciente do sexo masculino que foi submetido à reconstrução de ligamento cruzado anterior com enxerto de tendão patelar,
selecionado intencionalmente no Hospital Getúlio Vargas e tratado no Ranking Sport academia LTDA., através de um protocolo de reabilitação
aquática fundamentado no método exercício aquático terapêutico proposto por Bates e Hanson. Foram realizados 24 atendimentos, três
vezes por semana com duração de 50 minutos em um período de 16 de outubro a 7 de dezembro. A cada seis atendimentos iniciava-se uma
nova etapa do protocolo e era feita uma reavaliação. Os resultados foram mensurados através da goniometria do joelho, escala de intensidade
da dor e teste muscular estabelecido por O’Sullivan e Schmitz, em que se constatou restauração da força muscular, restabelecimento da
amplitude de movimento e reversão da dor e edema. Conclui-se que um programa de tratamento baseado no método exercício aquático
terapêutico foi de extrema importância para recuperação rápida e segura do paciente dentro dos objetivos propostos, enfatizando não apenas
a amplitude de movimento e força muscular, mas também equilíbrio e propriocepção que permitiram a liberação das muletas e um padrão
de marcha normal.
Palavras-chave: Hidroterapia. Reconstrução do ligamento cruzado anterior com tendão patelar. Método exercício aquático terapêutico.
GONÇALVES, L.S.L. A independência motora em criança portadora de deficiência visual através
da fisioterapia no reaprendizado motor.Estudo de Caso.2007.60f.Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,PI. Orientadora: Profa. Ana
Flávia Machado de Carvalho. Data da apresentação: 25.01.2008.
A deficiência visual é a perda parcial ou total da visão podendo ser decorrente de uma lesão do
próprio olho ocasionando restrições no desenvolvimento seguro da criança no ambiente, interferindo
no seu conhecimento com o próprio corpo. O presente trabalho consiste em desenvolver dentro da
limitação visual, treino de equilíbrio, coordenação e orientação espacial prom ovendo uma maior
consciência do indivíduo no meio em que o rodeia. A pesquisa foi realizada na Faculdade Integral
Diferencial – FACID, no período de Novembro à Dezembro de 2007, no qual foram realizados três
atendim entos semanais. Realizou-se a avaliação de uma criança portadora de deficiência visual,
com nove anos de idade e do sexo feminino, inserida no critério e inclusão e exclusão. A avaliação
fisioterapêutica inicial foi realizada através da anamnese e exame físico, onde foi possível verificar
que nos testes de reação em equilíbrio em pé e reconhecimento tátil e cinético postural a paciente
não dem onst rou dific ul dade. A m esm a apresentou dific uldade nos t est es el aborados para
coordenação motora fina e grossa, equilíbrio estático e dinâmico. Pode ser observada também uma
alteração na marcha. Os resultados encontrados mostraram uma melhora da coordenação motora
grossa e fina, evolução do equilíbrio estático e dinâm ico e um a m elhora parcial da m archa.
Concluiu-se que o protocolo de tratamento escolhido de acordo com a necessidade m otora da
criança foi eficaz, visto que os resultados obtidos através do treino de equilíbrio, coordenação e
orientação espacial foram satisfatórios, proporcionando uma m elhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Deficiência visual. Fisioterapia. Independência m otora.
190
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
LOPES, T. J. O. A atuação da fisioterapia na reabilitação da cintura escapular de mulheres
mastectomizadas tipo Halsted e tipo Madden: uma revisão de literatura. 2007. 60f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.
Orientadora: Profa. Gracélia Maria da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008.
O câncer de mama é uma neoplasia maligna que acomete uma grande quantidade de mulheres no
m undo inteiro. Dentre as modalidades terapêuticas para o tratamento dessa patologia existe a
cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e a hormonioterapia. As cirurgias podem ser conservadoras
e não conservadoras. As não conservadoras dividem-se em mastectomia radical e radical modificada,
como a tipo Halsted e a tipo Madden respectivamente, sendo estes dois tipos os que mais resultam
em alterações psicológicas e físicas. Por serem procedimentos muito invasivos e m utilantes, as
mesmas requerem cuidado multiprofissional, inclusive a fisioterapia. Este trabalho tem como objetivo
avaliar qual a técnica manipulativa dentre as pesquisadas que proporcionam maior ganho funcional
para a cintura escapular de mulheres mastectomizadas tipo Halsted e tipo Madden. Pôde-se verificar
que a técnica mais eficaz é a facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) porque o objetivo
desta técnica é eliminar a dor, restaurar a força e o trofismo dos músculos, aumentar a resistência
m uscular prevenindo e reduzindo a fadiga, norm alizar o tono m uscular com o relaxam ento e
alongamento dos músculos, restabelecer a amplitude de movimento, reduzir o edema, promover a
coordenação motora, restaurar a estabilidade, melhorar a propriocepção, induzir o impulso nervoso
para as partes atingidas, prom over a reeducação e a independência funcional de form a mais
rápida, eficaz e sem risco para a paciente. Neste trabalho foi utilizada uma revisão de literatura,
com referências obtidas por meio de sites de busca, revistas científicas, apostilas e livros, sendo
caracterizado estudo de natureza quantitativa, qualitativa e descritiva.
Palavras-chave: Terapia m anual. Cintura escapular. Mastectomia.
AMORIM, N. A. M. a prevalência da osteoartrose no serviço de fisioterapia da clínica – escola
da facid: um estudo sobre os tipos mais frequêntes. 2007. 54f.trabalho de conclusão de curso
(graduação em fisioterapia) faculdade integral diferencial, teresina, 2007. Orientador: Profa. Lúcia
da Silva Vilarinhoe. Data da apresentação: 25.01.2008.
A Osteoartrose é uma doença crônica, degenerativa e progressiva que afeta a cartilagem articular e
leva à mudanças no osso subcondral. É uma das maiores causas de busca das clínicas e ambulatórios
de reumatologia e de fisioterapia pela população no Brasil e também é responsável pela maioria
das incapacidades reumatológicas da população, pela perda da capacidade laborativa e da qualidade
de vida não só de pessoas idosas, constituindo-se, dessa forma, um problema de saúde pública,
pelo significativo reflexo socioeconômico causado pelo alto índice de afastamento de pessoas dos
seus postos de trabalho. Este estudo analisou a prevalência da Osteoartrose na Clínica - Escola de
Fisioterapia da FACID, verificando quais articulações são mais afetadas, os tipos de tratamentos
m ais realizados caracterizando a população usuária dos serviços da Clínica, acom etida pela
Ost eoartrose. Para realização desta pesqui sa, ut ilizou-se os prontuári os dos paci entes com
Osteoartrose, atendidos na Clínica - escola, no período de julho de 2004 a julho de 2007 .Os
resultados mostram que a Osteoartrose é a doença mais prevalente na Clínica, sendo as mulheres
as mais afetadas e as articulações do joelho e da coluna vertebral as mais atingidas. Como tratamentos
mais realizados na Clínica, estão a cinesioterapia e os recursos eletrotermofototerápicos.
Palavras-chave: Osteoartrose. Prevalência. Fisioterapia
191
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CABRAL, M. P. S. S. Influência do diagnóstico do atendimento de urgência na reabilitação da
entorse de tornozelo. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Fisioterapia).
Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.Orientador: Profa. Ludimila Karen B. L. Matos. Data
da apresentação 25.01.2008.
A estrutura óssea do tornozelo é formada pela tíbia e fíbula porção distal e pelo tálus. Possui também estruturas
cartilaginosas: ligamento colateral lateral, ligamento colateral medial e sindesmose. A tíbia e fíbula são unidas
por membrana interóssea formando uma articulação fibrosa. Há uma tróclea composta pela face inferior das
porções distais desses ossos onde a porção superior do calcâneo se encaixa. Essa junção constitui a articulação
talocrural, do tipo sinovial plana, que une o corpo ao pé possibilitando a marcha e demais atividades em
locomoção bípede. Consta na literatura que o tornozelo é a estrutura do membro inferior mais acometida por
lesão traumato-ortopédica e que geralmente recebe tratamento inadequado. Por esta razão sofre freqüentes
recidivas que desencadeiam desgastes progressivos e/ou alterações permanentes prejudiciais à eficácia das
habilidades exigidas na atividade familiar, laboral ou social. Diante disto, este estudo objetivou mostrar a
importância da avaliação clínica e do exame radiográfico associados às técnicas de imagem auxiliares no
atendimento do traumatismo de tornozelo, desde a urgência, para obter diagnóstico e tratamento corretos. Para
tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica para a busca de estudos que discutissem as estruturas anatômicas
do tornozelo e do pé incluindo ossos, articulações e ligamentos, a biomecânica e mecanismo de lesão. Os
resultados confirmaram que: a inversão é o principal mecanismo de trauma em atletas e não-atletas; o
atendimento de urgência deve ocorrer próximo ao evento mediante avaliação clínica e exame radiográfico
associado à técnica de imagem auxiliar. Constatou-se uma lacuna na utilização dessa técnica e que se utilizada
potencializará o diagnóstico, o atendimento e o prognóstico. Concluiu-se que a qualidade da reabilitação tem
relação direta com o atendimento recebido na fase aguda confirmando a necessidade dos profissionais, que
atendem essa população, dominarem conhecimentos de anatomia, dos mecanismos e dos graus de lesão do
tornozelo para assegurar tratamento eficaz em todas as fases.
Palavras-chave: Tornozelo. Traumatismo. Diagnóstico. Reabilitação.
NETTO, C. A. C. A. A incidência de pacientes que desenvolveram tendinite do supra-espinhoso
após mastectomia radical. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina-PI. 2007. Orientadora: Profa. Cristina Cardoso da Silva.Data
da apresentação: 25.01.2008.
O Câncer é a terceira causa de óbitos no mundo. O câncer de mama é o tipo de neoplasia mais
comum nas mulheres representando a principal causa de morte entre elas. A mastectomia radical é
uma técnica cirúrgica de tratamento do câncer de mama, podendo ou não ter esvaziamento axilar
da mama e retirada do grande e desenvolver nas pacientes que foram submetidas a este tipo de
cirurgia, por causa da imobilização e conseqüente fraqueza dos músculos envolvidos. Este estudo
caracterizou-se por ser retrospectivo, quantitativo, de natureza documental. O objetivo dessa pesquisa
foi quantificar e registrar, através de pesquisa de prontuários, a incidência da tendinopatia do supraespinhoso nas pacientes subm etidas a mastectomia radical. A população foi de 34 pacientes, do
sexo feminino, submetidas a m astectom ia radical e que fizeram tratam ento fisioterapêutico na
Clínica Recuperar do Hospital São Marcos, Teresina (PI), no ano de 2007. Os resultados obtidos
foram expressos através de um gráfico que revelou a alta incidência desta patologia neste grupo de
pacientes.
Palavras-chave: Câncer de mama. Mastectomia radical. Tendinopatia do supra-espinhoso.
192
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CAVALCANTE, M. T. As Alterações Ortopédicas dos Pés na Mielomeningocele de Acordo com
a Literatura e os Achados Práticos de uma Pesquisa de Campo. 2007. 42 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, PI. Orientadora:
Profa. Ana Flavia Machado de Carvalho.Data da apresentação: 25.01.2008.
A mielomeningocele é uma malformação congênita, caracterizado por uma falha na fusão entre os
arcos vertebrais com displasia da medula espinhal e suas membranas. É de causa desconhecida,
podendo está relacionada a diferentes fatores. Pode vir associada à hidrocefalia e a malformação
de Arnold Chiari II. Podem ser observadas alterações como paralisia e deformidades dos membros,
disfunções intestinais e urinárias, alteração no aprendizado e sexuais. Quanto mais alto o nível da
lesão, pior o prognóstico de deambulação, sendo estes níveis classificados em torácico (T1 a T12),
lombar alto (L1-L3), lombar baixo (L4-L5) e sacral (S1 a S5). Esta pesquisa teve como objetivo
analisar as alterações ortopédicas dos pés das crianças com mielomeningocele, através da literatura
e da pesquisa de campo, realizada na Sociedade de Apoio ao Deficiente físico (SOADF), através de
uma avaliação física realizada com 04 crianças de 01 a 07 anos de idade. O resultado foi analisado
e mensurado em um estudo comparativo. Em relação ao nível de comprometimento neurológico da
lesão na pesquisa de campo o mais acometido foi o lombar, concordando com os achados literários
que cita o nível lom bar com o o mais acom etido, com relação às alterações ortopédicas m ais
freqüentes foi o pé valgo e o pé eqüino de acordo com a pesquisa de campo, discordando com a
literatura que prevalece o pé calcâneo e o pé eqüino cavo varo.
Palavras-chave: Pés. Mielomeningocele. Alterações ortopédicas.
GOMES, U. D. M. Facilitação neuromuscular proprioceptiva na reabilitação da função
diafragmática em pós-operatório de revascularização do miocárdio. 2007. 80f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.
Orientadora: Profa. Ludm illa Karen Brandão Lima de Matos. Data da apreentação: 25.01.2008.
A cirurgia cardíaca é uma via de tratamento das afecções cardiovasculares, porém devido suas características
peculiares (anestesia, técnica cirúrgica e ventilação mecânica), causam danos importante à função pulmonar.
Uma importante função do fisioterapeuta no período pós-operatório é restabelecer a função pulmonar, reabilitando
a função do diafragma e diminuindo os riscos de complicações respiratórias, por meio da cinesioterapia
respiratória e mais recentemente pelo reflexo de estiramento diafragmático, baseado no FNP. Esta pesquisa
objetivou comparar a variação de alguns parâmetros da função pulmonar (volume corrente e força muscular)
de pacientes em pós-operatório de revascularização do miocárdio, através de duas abordagens fisioterapêuticas,
a cinesioterapia respiratória isolada (grupo controle) e a cinesioterapia respiratória, associada ao reflexo de
estiramento (grupo intervenção), visando quantificar qual proporcionaria melhor restabelecimento da mecânica
respiratória. Foram selecionados pacientes que ingressaram na UTI do Hospital São Marcos em Teresina – PI,
no período de 25 de Outubro de 2007 a 20 de Novembro de 2007, de ambos os sexos, com idade de 18 a 75
anos e submetidos à esternotomia mediana. Após a seleção dos pacientes, a pesquisa se constituiu na
aplicação de uma ficha de avaliação, mensuração dos volumes pulmonares e da força inspiratória máxima
mensurada por meio de ventilômetro e manovacuômetro respectivamente. Os atendimentos foram realizados
após a retirada dos drenos pleurais e iniciados no segundo dia de pós-operatório até o último dia de internação
hospitalar nos dois grupos. Os resultados foram analisados através de técnicas de estatísticas básicas com
percentuais na base 100. Os dados obtidos para os volumes pulmonares mensurados identificados no grupo
intervenção aumentaram de 36,59% e no grupo controle de 79,68%, enquanto a PI máx mensurada apresentou
aumento de 137,03% no grupo intervenção e no grupo controle 90,94%. Notou-se que a atuação da fisioterapia
nos dois grupos permitiu uma melhora tanto da PI máx como dos volumes pulmonares, evidenciando-se maior
eficácia da PI máx no grupo intervenção e dos volumes pulmonares no grupo controle. O reflexo de estiramento
diafragmático mostrou-se eficiente e com grande praticidade na aplicação nesse tipo de paciente com ganhos
significativos da força inspiratória máxima.
Palavras-chave: Revascularização do miocárdio. Reflexo de estiramento diafragmático. Exercícios ventilatórios.
193
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA NETO, M.C. . O uso da acupuntura no tratamento da hérnia de disco sob o olhar da
fisioterapia. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Judite Oliveira Lima Albuquerque. Data da
apresentação: 25.01.2008.
O uso da acupuntura tem contribuído para a prevenção com o tam bém para o tratam ento das
patologias, e sido valorizado pela população e a comunidade científica, por se apresentar como
uma possibilidade de alternativa e/ou complemento em saúde em busca da melhoria das condições
de vida e de qualidade em saúde da população. Trata-se de uma pesquisa que tem como objetivos:
discutir o uso da acupuntura a partir de um resgate histórico, reforçar teoricamente as causas,
sintomas e progressão da hérnia de disco, assim como, compreender como a acupuntura pode
contribuir para a redução da dor da hérnia de disco. Este é um estudo bibliográfico, descritivo e
exploratório que se pautou em site científico como o scielo, em livros, revistas científicas e periódicos,
entre outros, sendo desenvolvido nos meses de maio de 2007 a janeiro de 2008, onde se realizou
um resgate bibliográfico na visão de muitos autores sobre o uso da acupuntura aliada à fisioterapia
no tratamento da hérnia de disco, a fim de proporcionar um conhecimento visível para dar maior
credibilidade à população. Concluiu-se que pela relevância e valorização, a acupuntura vem sendo
reconhecida cada vez mais pela população e também pelos órgãos públicos, um a vez que a
Organização Mundial de Saúde (OMS) estimula os países a utilizar as terapias complementares/
alternativas em saúde com o método m enos agressivo ao organism o hum ano e até pelo valor
econôm ico e social.
Palavras-chave: Acupuntura. Hérnia de disco. Tratam ento.
ALVES, C. L. S. Revisão da anatomia, diagnóstico cinesiofuncional e correlação da interpretação
do exame de Raio X para aplicação da proposta fisioterapêutica em osteoartrose de joelho.
2007. 83f. Monografia de conclusão de curso. Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007.
Orientador: Prof. Pedro Augusto Martins Pedreira. Data da apresentação: 25.01.2008.
Nenhuma articulação do corpo sofre com tanta freqüência alterações de suas funções e de estabilidade como a articulação do joelho. Por
isso é imprescindível o conhecimento preciso de sua anatomofisiologia. Além de seu complicado mecanismo e estrutura, é ainda uma
articulação de descarga de peso e de constante movimentação, o que favorece a instalação de doenças degenerativas, como a osteoartrose
de joelho. Esta é uma afecção crônica, que acomete a cartilagem articular, provocando alterações ósseas, dor e rigidez a movimentação.
É neste contexto que este trabalho vem relatar também o tratamento fisioterapêutico para amenizar os sintomas da AO de joelho. Mas para
isso se faz necessário avaliar a gravidade do acometimento articular e sua conseqüência funcional. O diagnóstico cinesiofuncional da OA
de joelho é baseado em achados clínicos e por técnicas de imaginologia como o exame de raio x, que permitirão a identificação da lesão,
degeneração, modificação das estruturas, presença de osteófitos e diminuição do espaço articular. Este diagnóstico é feito somente depois
de realizados um exame completo e uma avaliação, combinados com resultados, testes e medidas solicitados e efetuados por profissionais
de outras áreas. Este trabalho propôs-se a realizar uma revisão da literatura a fim de obter maior conhecimento sobre a anatomofisiologia
da articulação do joelho, a instalação do processo degenerativo, assim como a avaliação fisioterapêutica realizada, e o diagnóstico
cinesiofuncional. Que correlacionado aos achados encontrados no exame de raio x, o fisioterapeuta obterá maiores informações para
elaborar e aplicar a proposta fisioterapêutica mais eficaz. O estudo fundamentou-se em referências bibliográficas nacionais (desde o ano
de 1977 ao ano de 2007) e internacionais, jornais e revistas cientificas. Foram avaliados também artigos científicos no site de busca: medline,
bireme, Pubmed, Lilacs, e as palavras utilizadas na busca foram: osteoartrose x joelho, diagnóstico, raio x, e fisioterapia. Entre as referências,
foram excluídos os artigos que abordavam osteoartrose com outras afecções associadas, osteoartrose em outras regiões além do joelho,
e outro meio de imaginologia que não fosse o exame de raio x. A pesquisa foi realizada no período de Abril/2007 a Janeiro/2008, na biblioteca
e clínica de fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial-FACID, e na clinica Maxi Imagem. No decorrer do estudo foi possível observar
a relevância desta revisão bibliográfica para o fisioterapeuta, pois com a junção de informações fornecidas nesta pesquisa, este profissional
terá maior segurança e direcionamento para propor estratégias de intervenção, assim como, acompanhar a evolução do quadro funcional
do paciente. É importante que cada vez mais tenhamos em mente que o diagnóstico correto e o raciocínio clínico sensato devem levar ao
tratamento eficaz dos portadores de osteoartrose de joelho. Para isso é preciso empenhar-se em dominar as bases teóricas e em aumentar
a experiência clinica, pela prática constante dos métodos de exame.
Palavras-chave: Osteoartrose. Raio x. Diagnóstico.
194
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MENESES, C. R. A investigação dos casos de dismenorréia primária em adolescentes na faixa
etária de 14 a 18 anos: elaboração de um protocolo de tratamento fisioterapêutico. 2007. 57
f.Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial,
Teresina- PI, 2007. Ori entadora: Profa. Leide Mari a Mendes da Si lva Cavalc ant e. Dat a da
apresentação: 24.01.2008.
A dismenorréia constitui um distúrbio ginecológico comum que afeta cerca de 50% das mulheres
após a puberdade, gerando uma incapacidade funcional às mulheres sendo caracterizada por uma
ampla sintomatologia com o dor que irradia sobre o abdômen inferior e sobre a pelve, coxas e
regi ão lom bar; cefal éi a; irrit abi li dade; náusea; vôm i to; depressão m ent al; fadi ga; sint om as
gastrointestinais e episódios de desmaio. Este estudo tratou-se de uma pesquisa ação de cunho
descritivo, de natureza experimental, cujo objetivo é identificar o índice de casos da dismenorréia
primária e a prevalência da sintomatologia em adolescentes com faixa etária entre 14 e 18 anos de
um a escola de i niciativa privada em Teresina-Piauí e, em seguida elaborar um protocolo de
tratamento fisioterapêutico para a sintomatologia dolorosa. Para isso foi aplicado um questionário
elaborado pelo pesquisador contendo os seguintes parâm etros: idade, sintomatologia, grau de
intensi dade dos sintom as, período de acom etim ento dos sintom as, início da sintom at ologia,
m edicam ento utilizado, finalidade dos m edicam entos, quem indicou o uso do m edicam ento e
tratamento alternativo. Diante dos dados obtidos foi feita uma análise estatística dos mesmos e
verificou-se que existe uma variedade de sintomas que geram incapacidades funcionais, alterando
a qualidade de vida dessas adolescentes. Para tanto observou-se a necessidade da elaboração de
um protocolo de tratamento fisioterapêutico para a tal sintomatologia, baseando-se na utilização
de alongamentos, liberação miofascial, pompage, estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS),
infravermelho, uso de compressas quentes e úmidas, crioterapia, massagem terapêutica, a fim de
melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com a referida síndrome.
Palavras-chave: Dism enorréia. Sintomatologia. Fisioterapia.
PIRES, C.B.R. A análise da marcha humana normal através de programa digitalizado – Marcha
Dell. Estudo em ação.2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)
Faculdade Integral Diferencial, Teresina,PI. Orientadora: Profa. Adriana Ribeiro Napoleão do Rêgo.
Data da apresentação: 25.01.2008.
O andar humano é sem dúvida o padrão de locom oção mais investigado até hoje, contudo ainda
é pouco difundida no Brasil. Dentre os fatores que limitam a sua difusão pode-se citar a insuficiência
de investimentos das universidades brasileiras nesta área e o alto custo e complexidade dos programas
disponíveis no mercado. Este trabalho vem ao encontro dessa necessidade, visando a elaboração
de um programa digitalizado mais econômico e simples capaz de realizar a análise da marcha
humana, bem como oferecer mais uma ferramenta para comunidade científica que se utiliza desses
m odelos para reali zar estudos na área, aum entando o int eresse e a capac itação de novos
pesquisadores, além de estim ular o estudo do assunto. O presente trabalho foi realizado no
Laboratório de Cinesiologia da Faculdade Integral Diferencial - FACID no período de novembro à
dezem bro de 2007, com um individuo apresentando desenvolvimento da marcha normal, do sexo
feminino com 23 anos de idade. Foram excluídos da seleção indivíduos que apresentam déficit no
desenvolvimento da marcha. A faixa etária de escolha da seleção da amostra foi estipulada em
decorrência da m aioridade e juvenilidade. O resultado encontrado foi a criação do protótipo do
software, Marcha Dell, de fácil manuseio e interpretação dos resultados, capaz de analisar a marcha
humana normal com baixo custo.
Palavras-chave: Marcha humana. Análise. Fisioterapia
195
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
LIMA, F. R. F. B. A atuação da fisioterapia nas complicações em pacientes com diabetes
mellitus tipo II. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Gracélia Maria da Silva. Datada apresentação:
25.01.2008.
Diabetes mellitus é uma doença crônica com elevados custos humanos, sociais e econômicos em franco
crescimento nos países desenvolvidos e em rápida expansão por todo o mundo. É considerado como o mais
grave problema de saúde pública e, só no nosso país, calcula-se que existam cerca de 300.000 a 500.000
diabéticos. Caracteriza-se como um distúrbio metabólico, associado à deficiência absoluta ou relativ a de
insulina, diminuindo as capacidades das pessoas afetadas em utilizar a glicose, levando a alterações metabólicas
e funcionais, apresentando-se em três tipos diferentes: diabetes mellitus tipo I, diabetes mellitus tipo II e
diabetes gestacional. O diabetes mellitus tipo I caracteriza- se por deficiência absoluta de insulina, ocorrendo
uma destruição auto-imune das células beta. O diabetes mellitus tipo II, é provocado pela deficiênci a da
produção de insulina, que leva a sintomas agudos e complicações crônicas características. O diabetes mellitus
gestacional ocorre em pacientes durante a gestação, em pacientes sem aumento prévio da glicose. Grande
parcela dos pacientes diabéticos chegam a apresentar amputações de membros inferiores e distúrbios visuais,
diminuindo a sua capacidade funcional e o índice de qualidade de vida. A fisioterapia tem uma missão primordial
na melhora dos sintomas, prevenção e tratamento de possíveis complicações, através da realização de
atividades físicas e orientações quanto aos problemas associados. Este trabalho propôs-se a realizar uma
revisão de literatura a fim de obter maior conhecimento sobre a intervenção fisioterápica nas complicações da
diabetes melittus tipo II. A pesquisa foi realizada no período de abril /2007 a janeiro / 2008, onde o estudo
fundamentou-se em referencias bibliográficas nacionais, internacionais e artigos científicos. No dec orrer do
estudo foi possível observar a relevância dessa revisão bibliográfica para a fisioterapia, pois com a junção de
informações obtidas nessa pesquisa, pôde-se oferecer a esse profissional maior segurança e direcionamento
para propor estratégias de intervenção, assim como, acompanhar a evolução do quadro funcional deste
paciente, melhorando a qualidade de vida do mesmo. Conclui-se que, o diabetes mellitus é uma patologia que
vem aumentando consideravelmente, havendo a necessidade de um tratamento preventivo para evitar as
seqüelas decorrentes desta doença e, a fisioterapia tem papel primordial neste processo de prevenção e
também no tratamento das complicações da mesma.
Palavras-chave: Diabetes mellitus. Fisioterapia. Reabilitação.
SILVA FILHO, O.F. A Terapia Assistida por animais (TAA) como coadjuvante do tratamento
fisioterapêutico em paciente hemiplégico. 2007. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Silvana Maria
Véras Neves. Data da apresentação: 25.01.2008.
A hemiplegia caracteriza-se como a perda dos movimentos voluntários em uma metade do corpo, advindo de
lesões sobre os neurônios motores superiores encefálicos ou de segmentos superiores da medula espinhal. O
acidente vascular cerebral (AVC) encontra-se como uma das principais causas de hemiplegia por lesão do
neurônio central, devido à interrupção de suprimento sanguíneo ao cérebro. O AVC classifica-se em hemorrágico
(AVCH) e isquêmico (AVCI), sendo o AVCI de maior ocorrência em idosos (indivíduos com idade igual ou acima
dos 60 anos) levando-os, na maioria dos casos, a seqüelas que os impossibilitam na execução de atividades
da vida diária (AVDs), tornando-os dependentes, conduzindo-os a um quadro depressivo e não colaborativo com
os protocolos de reabilitação. A Terapia Assistida por Animais (TAA) trata-se de uma intervenção direcionada,
na qual um animal é parte integral do processo de tratamento, promovendo estímulos aos exercícios terapêuticos
e conseqüente melhora na função física, social, emocional e/ou cognitiva dos seres humanos. Este trabalho
consiste de um estudo de caso, que teve como objetivo avaliar a eficácia da TAA como coadjuvante ao
tratamento fisioterapêutico de um idoso hemiplégico, portador de AVCI. Protocolou-se cinesioterapia assistida
por um cão da raça Jack Russel, consistindo em estimular o paciente a interagir com o cão através de: tocar
e alisar o cão; escovar o cão; pedir para o cão pular por dentro de um bambolê; jogar bola para o cão, pegar e
trazer, sempre utilizando o membro superior hemiplégico. Todos os exercícios visaram o ganho de amplitude de
movimento (ADM) do ombro hemiplégico. A terapia consistiu de dez atendimentos, com intervalos de 48 horas,
sendo analisada a ADM do ombro através da goniometria ativa, realizada antes do primeiro atendimento e após
a quinta e décima sessão. Pôde-se constatar que a TAA promoveu facilitação para a cinesioterapia com ganho
significativo da ADM do ombro afetado, sendo quinze graus para flexão, vinte graus para abdução, dez graus
para rotação externa e doze graus para rotação interna, além de uma maior aceitação do paciente para com o
tratamento fisioterapêutico.
Palavras-chave: Hemiplegia. Fisioterapia. Terapia assistida por animais.
196
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
GOMES, T. S. M. F. Uso da metilprednisolona e atuação fisioterapêutica nos pacientes com
lesão medular na coluna cervical: abordagem bibliográfica. 2007. 51 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador:
Prof. Mário Raulino Filho. Data da apresentação: 24.01.2008.
Esse estudo tem como objetivo abordar a ação e utilização do metilprednisolona nos pacientes com
lesão medular a nível cervical atuando junto com a fisioterapia, dessa forma, podendo ajudar na
melhoria de vida e promover maior independência para esses pacientes. Na lesão medular ocorre
hemorragia e necrose da substância cinzenta na primeira hora seguida de edema e hemorragia nas
sete horas seguintes. A metilprednisolona age inibindo a peroxidação lipídica reduzindo a formação
de radicais livres e promovendo um aumento da perfusão no local da lesão, contudo, os sinais de
inflamação vão dim inuindo devido às alterações m etabólicas produzidas por este corticóide. Os
resultados da pesquisa bibliográfica mostraram que a intervenção fisioterapêutica nos pacientes
que utilizaram esse corticóide promoverá uma resposta m ais rápida na recuperação m otora e
sensitiva, m esm o sabendo que, devido ao quadro clínico, esses pacientes necessitam de um a
abordagem multidisciplinar e vitalícia. Então, a intervenção precoce, no próprio hospital, ajudá-loá a uma melhoria na função motora e sensitiva dos pacientes tetraplégicos.
Palavras-chave: Lesão m edular. Metilprednisolona. Fisioterapia.
FURTADO, P. E. C. Comprometimento postural na desnutrição energético-protéica. 2007. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,
2007. Orientadora: Profa. Andréa Fernanda Lopes dos Santos. Data da apresentação: 26.01.2008.
A desnutrição apesar de ter sofrido uma queda em seus índices no Brasil, ainda é uma realidade que
afeta milhares de pessoas, principalmente as mais humildes e carentes da região norte e nordeste.
O fator nutricional de acordo com alguns pesquisadores pode afetar a estrutura muscular, bem como
a ligamentar e óssea, fato este que pode comprometer a estrutura e forma fisiológica da postura na
infância, e acarretar problemas durante esta fase do desenvolvimento humano, e por toda vida. Ao
pesquisar sobre comprometimentos posturais em crianças com risco ou diagnosticadas como portadora
de desnutrição energético-protéica (DEP), observou-se pouca ou nenhuma relação entre essas duas
realidades; com isso formulou-se o estudo empírico, através da realização de avaliação nutricional
(NCHS) e postural através da form ulação de um a ficha de avaliação m odificado do Palm er e
Maguee; foram avaliadas 206 crianças menores de cinco anos de idade, destas, obteve-se 51 com
algum grau e/ou tipo de desnutrição; somente essas, com algum com prometimento nutricional,
foram avaliadas quanto à postura. Os resultados demonstraram alterações posturais de diversas
estruturas corporais, e diante desses, pode-se concluir que existe uma relação direta entre o fator
nutricional, passando pelo comprometimento da força e estrutura macro e microscópica do músculo
a alteração postural. A elaboração desse trabalho com objetivo de estabelecer uma relação ou não,
entre os desvios ou comprom etim entos posturais em crianças de zero a cinco anos de idade,
matriculadas em creches da rede municipal de Teresina – PI.
Palavras-chave: Postura. Desnutrição energético-proteica. Com prometim ento.
197
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, M. M. C. L. Incidência e fatores associados à dor lombar nos funcionários da limpeza da
FACID. 2007. 49f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral
Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester Ibiapina Mendes de
Carvalho. Data
da apresentação: 24.01.2008.
A lombalgia é definida como dor localizada na região lombar, sem irradiação para as extremidades
inferiores, de caráter agudo ou crônico. A dor lombar é um dos eventos mais comumente encontrados
na relação saúde e processo de trabalho. Pode restringir as atividades de uma pessoa e reduzir sua
capacidade de trabalho e a qualidade do desempenho nas atividades da vida diária. Este trabalho
teve como objetivo verificar a incidência e os fatores associados à dor lombar nos funcionários da
limpeza da FACID. O presente estudo caracterizou-se por ser do tipo exploratório e transversal.
Utilizou-se um questionário tendo como população os 12 funcionários da limpeza da FACID de
ambos os sexos na faixa etária de 20 a 47 anos, de acordo com a lista fornecida pelo departamento
de recursos humanos da instituição. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um
questionário realizado na FACID, durante a atividade do funcionário, com perguntas abertas e
fechadas contendo 14 itens. A análise estatística foi baseada nas técnicas de estatística básica com
percentuais na base cem. Verificou-se uma incidência de dor lombar em cinqüenta por cento da
amostra, traduzindo um resultado estatisticamente significativo.
Palavras-chave: Dor lombar. Coluna lombar. Incidência.
SALES, L.P.S. A intervenção da fisioterapia respiratória em pacientes com traumatismo
cranioencefálico com glasgow menor ou igual a dez (d” 10). 2007. 54fls. Trabalho de conclusão
de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora:
Profa. Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 25.01.2008.
O traum atism o cranioencefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro causada por uma força física
externa, podendo produzir um estado diminuído ou alterado de consciência, além de incapacidades
físicas. Nas últimas décadas o TCE tornou-se um problema de saúde pública em todo o mundo, pois
suas conseqüências desencadeiam mudanças permanentes na vida das vítimas e de seus familiares.
O presente estudo teve como objetivo a verificação das incidências relacionadas a sexo, idade e
causa dessas lesões em pacientes da UTI do Hospital Getúlio Vargas, além de constatar o benefício
do tratamento fisioterapêutico, através de suas técnicas respiratórias de desobstrução brônquica e
reexpansão pulm onar. Para tanto, a am ostra foi constituída por 9 pacientes com Traum atism o
Cranioencefálico e Glasgow igual ou menor a dez, sendo através dos critérios de inclusão e exclusão
selecionados aqueles que poderiam participar das intervenções fisioterapêuticas propostas. Como
resultado, foram confirmados os dados epidemiológicos da patologia, além de confirmar a importância
do fisioterapeuta no tratam ento desses pacientes, diminuindo o tempo de internação, evitando
com plicações e proporcionando ao paciente uma autonomia respiratória quando possível.
Palavras-chave: Traumatismo cranioencefálico. Escala de coma de glasgow. Fisioterapia respiratória.
198
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SOUSA, M.C.R. A importância da fisioterapia na paciente obstétrica. 2007. 42f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial. Teresina, 2007.
Orientadora: Profa. Nayana Pinheiro Machado. Data da apresentação: 25.01.2008.
A gravidez é um tempo de imensas alterações músculo-esqueléticas, físicas e emocionais e, ainda
assim, uma condição de saúde. O parto é um momento crucial, onde a mulher precisa ajudar e doarse ao máximo para o nascimento do bebê. Neste momento o corpo da gestante prepara-se com uma
série de eventos objetivando a expulsão do bebê das vias genitais. É devido a isso, que durante e
após a gravidez, essas mulheres constituem um desafio ímpar para o fisioterapeuta, assim, este é
capaz de avaliar e monitorar as alterações físicas enfocando em primeiro lugar a manutenção do
bem estar. A presente monografia objetiva fazer um estudo embasado em pesquisas bibliográficas
e de análise de dados apresentados por diversos autores, sobre a im portância da fisioterapia
durante o período gestacional, parto e puerpério. Bem com o instruir a população em geral, um
maior conhecimento sobre a fisioterapia aplicada à obstetrícia, suas indicações e contra-indicações,
e os benefícios para a gestante. Visa ainda, divulgar a necessidade e a importância desse serviço
nos hospitais, públicos ou privados, nas clínicas obstétricas e postos de saúde, além de sua inclusão
definitiva em estratégias e programas de saúde do Governo. E, portanto, estimular e influenciar os
fisioterapeutas a pesquisar e realizar trabalhos sobre essa área da fisioterapia, um a área com
bibliografia tão escassa. A partir desse estudo, foi possível concluir que a assistência fisioterápica
pré-natal, por meio de orientações posturais e exercícios terapêuticos específicos, podem prevenir
e/ou minimizar lombalgias associadas às alterações decorrentes do período gestacional, elevar a
auto-estim a; fortalecer a musculatura pélvica e promover maior tolerância à dor, favorecendo o
parto, inclusive com redução da ocorrência de partos prematuros e cesáreas.
Palavras-chave: Gravidez. Parto. Fisioterapia.
PESSOA, A. P. de A. Teste de permeabilidade em pacientes no processo de desmame da
ventilação mecânica: uma revisão de literatura. 2007. 40 p. Trabalho de conclusão de curso
(Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.
Rebeca Pires Rebelo da Costa Cavalcante. Data da apresentação: 26.01.2008.
A insuficiência respiratória é a incapacidade do sistem a respiratório de realizar a captação de
oxigênio e eliminação de gás carbônico, acarretando na necessidade de tratamento individualizado,
que possui como terapêutica primordial a ventilação mecânica. O ventilador artificial objetiva a
redução dos distúrbios das trocas gasosas e do trabalho respiratório. Entretanto, apesar dos seus
benefícios, algum as complicações podem surgir com seu uso, o que torna essencial o retorno à
ventilação espontânea. Ao processo de transferência do trabalho respiratório feito pelo ventilador
ao paciente, é denom inado desm am e. O fisioterapeuta tem im portante papel no processo de
desmam e e extubação, o que requer conhecimento especializado para decisão e prática clínica.
Rotinas e protocolos devem ser estabelecidos para m elhor eficiência e segurança no desmam e,
apresentando parâmetros fisiológicos que predizem o seu sucesso. Uma medida preditiva importante
é o teste de permeabilidade que identifica o edema de glote, após a extubação traqueal, evitando
o fracasso e necessidade de reintubação. Este trabalho consiste em uma revisão de literatura
fundamentada em livros, jornais, revistas, artigos científicos e banco de dados da área da saúde,
que objetiva a realização de uma discussão sobre o tema abordado. Considera-se que a maioria dos
estudos, enfatizaram a importância do teste de permeabilidade como índice preditivo no protocolo
de desmame na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém novas pesquisas devem ser realizadas,
uma vez que ainda é grande a recusa a utilização do teste e a escassez de materiais publicados.
Palavras-chave: Teste de permeabilidade. Processo de desm ame. Edem a de glote. Fisioterapia.
199
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CARVALHO. B. K.I.M.C. Relação entre prevalência e etiologia da paralisia facial periférica no
serviço de fisioterapia do hospital Getúlio Vargas de fevereiro à dezembro de 2006; 37f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina,
2007. Orientadora: Profa. Maria Ester I. M de Carvalho. Data da apresentção:26.01.2008.
A paralisia Facial Periférica caracteriza-se por déficit motor de todos os m úsculos da expressão
faci al , afet ando de m aneira igual o t erri tóri o faci al superior e o t erri tóri o faci al i nferior. O
com prom etim ento do nervo facial pode ocorrer no contexto de afecções conhecidas, com o nas
lesões traumáticas, infecciosas (SIDA, Mal de Hansen, Síndrome de Rumsay-Hunt no herpes Zoster),
congênitas (Síndrome de Moebius), Vasculares e no curso de algumas polineuropatias dentre outras
etiologias. Quando não há uma etiologia definida denomina-se paralisia facial periférica com o
idiopáti ca ou afrigore é tam bém conhec ida com o paralisia facial de Bell . A paralisi a Facial
Idiopática é a afecção mais comum do nervo facial e é devida presum ivelmente, a um a reação
inflamatória do nervo ou ao redor deste no canal ósseo do nervo facial. Estima-se que a incidência
da paralisia de Bell seja de 20-30 casos por 100 mil habitantes, com prevalência ligeiramente
maior entre as mulheres, sua incidência e bimodal com picos na terceira e oitava década de vida.
Trata-se de um estudo retrospectivo onde foi realizada uma análise nos prontuários de pacientes
atendidos no Serviço de fisioterapia do Hospital Getúlio Vargas no período de fevereiro a dezembro
de 2006. Foram analisados 23 prontuários de pacientes durante 2 m eses. Foi identificado um
predomínio da paralisia facial no sexo feminino e a m édia de idade foi de 32,3 anos (DP±16,5);
evidenciou-se 19 casos de paralisia facial do tipo idiopática, 1 caso de etiologia traumática, 2 casos
de etiologia congênitos e 1 caso de etiologia tumoral. Conclui-se que a paralisia facial periférica
é mais freqüente no sexo feminino existindo a prevalência da etiologia idiopática.
Palavras-chave: Fisioterapia. Paralisia facial periférica. Nervo facial.
SÁ, M.F.C.F. Complicações Respiratórias Ocasionadas pela Pressão Inadequada Utilizada no
Balonete “Cuff”, em Pacientes Intubados – Uma visão fisioterapêutica: revisão bibliográfica.
35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Prof. José Dílson Marques Filho. Data da apresentação: 25.01.2008.
A ventilação mecânica invasiva é uma prática comum em pacientes internados em UTI’s. Representa
um suporte ventilatório essencia para a vida do doente e conta com técnicas cirúrgicas invasivas e
manuseio de tubos endotraqueais. A prática na manipulação de tubos endotraqueais ainda não
segue um protocolo e são praticamente inexistentes as pesquisas sobre a rotina na gestão do
balonete “Cuff”, parte integrante desses tubos. Mundialmente os estudos sobre a pressão e as
complicações relacionadas ao “Cuff” vêm crescendo cada vez mais chegando-se à conclusão de que
o assunto é de grande importância na rotina dentro da UTI. No Brasil, existem poucas referências a
respeito do assunto. E m resum o, est a revi são apresent a as form as anatôm i cas, definiç ões,
fisiopatologia e aspectos clínicos das complicações relacionadas com a pressão e volum es do
balonete “Cuff” e principalm ente um a abordagem fisioterapeutica com o parte fundam ental na
m anipulação do balonete. Dar-se-á ênfase à fisioterapia respiratória, descrevendo algumas das
principais pressões de insuflação no “Cuff”, expondo os seus objetivos e a contribuição delas na
prevenção de complicações. O trabalho foi realizado a partir de uma revisão da literatura que é
ainda escassa, demonstrando assim a importância deste estudo que irá enriquecer os conhecimentos
sobre o assunto.
Palavras-chave: Ventilação m ecânica. Tubos endotraqueais. Balonete
200
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
MELO, A.R.C.F.S. Perfil Qualitativo de Crianças Prematuras com Atraso no Desenvolvimento
Motor em Tratamento Fisioterapêutico na SOADF, 55f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Laysa Monte
Aguiar.Data da apresentção: 24.01.2008.
Desenvolvimento motor é o processo de mudanças no comportamento motor que envolve tanto a
maturação do sistema nervoso central, quanto à interação com o ambiente e os estímulos dados
durante o crescim ento da criança. O nasc im ent o de um feto não preparado m orfol ógi ca e
funcionalmente para a transição do meio intra para o extra-uterino, representa um perigo real para
o seu crescim ento e desenvolvimento. É considerado prematuro todo feto nascido antes de 37
semanas de gestação. O pré-termo não é um inadequado bebê a termo, e sim, um organismo bem
equipado, potencialmente competente, de acordo com seu estágio próprio de desenvolvim ento,
mas que subitamente é transportado para um local a que não está pronto para se adaptar, sendo
esta um a das causas do comum atraso do desenvolvimento motor. A estimulação precoce é um
recurso fisioterapêutico que através de técnicas especificas, ajuda as crianças a se desenvolverem
da melhor maneira possível. Noções e conhecimento claros sobre desenvolvimento, podem avaliar
o lactente ou a criança, saber identificar as características individuais do desempenho e conhecer
mais as capacidades e respostas diante de certos estímulos que podem ser esperados em determinada
idade. Esse trabalho tem como objetivo traçar o perfil qualitativo de crianças prematuras com ADM
que estão em tratamento fisioterapêutico na SOADF. O estudo está sendo realizado na Sociedade
de Apoio ao deficiente Físico – SOADF em Teresina – no período de dezembro a janeiro de 2007.
O resultado deste estudo vem justificar cada vez mais a necessidade do tratamento precoce destas
crianças da Sociedade de Apoio ao deficiente Físico – SOADF.
Palavras-chave: Prematuridade. Desenvolvimento motor. Estimulação precoce.
MELO, M. S. Terapia manual e incentivadores respiratórios na função pulmonar de puérperas
primíparas. 2007. 49f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Iara Sayuri Shimizu. Data da apresentação:
25.01.2008.
Ao decorrer da gestação, ocorrem algumas alterações anatômicas e funcionais no sistema respiratório.
A terapia manual e incentivadores se propõem a realizar o aumento da expansibilidade pulmonar
e fortalecimento do diafragm a, m elhorando assim , a função do aparelho respiratório nas póscesarianas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a melhoria entre incentivadores, terapia manual
na função pulmonar em 15 puérperas saudáveis entre 18 a 30 anos, dividida em três grupos de
cinco, tendo um como grupo controle. Os parâmetros avaliados foram a pressão inspiratória máxima
(PImáx), pressão expiratória m áxima (PEmáx) e expansibilidade. Os resultados no grupo controle
não foram significativos em relação a PImáx e PEmáx. Em se tratando da perimetria, axilar, xifóide,
basal, também não houve diferença significativa entre as técnicas / tratamentos. Já na mensuração
perimetria abdominal houve aumento significativo no grupo de terapia manual. A análise estatística
foi realizada através do teste de Student. Pode-se concluir que a aplicação da terapia m anual
mostrou uma melhora no desempenho da função pulmonar e na expansibilidade pulmonar inferior
nessas puérperas em relação ao uso dos incentivadores.
Palavras-chave: Terapia manual. Incentivadores. Função pulmonar. Puérperas.
201
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
PACHECO, L. S. C. A Intervenção Fisioterapêutica em Pacientes Portadores de Doença de
Alzheimer. 2007. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Rauena Souto Diogo Lopes. Data da
apresentação: 25.01.2008.
A doença de Alzheim er é um a doença neurológica que ocorre devido a uma degeneração das
células nervosas da substância branca situada em algumas regiões do cérebro (lobos frontal, parietal,
temporal e hipocampo do córtex associativo), causando perda das habilidades adquiridas, problemas
de comportamento e déficit de memória. É mais freqüente acometer pessoas acima de 60 anos de
idade. Além do quadro neuropsiquiátrico pode apresentar também comprometimento motor, devido
à redução do nível de funcionamento cognitivo ocasionando incapacidade de realização de atividades
do cotidiano. O objetivo desse trabalho é estudar as alterações anatomofisiológicas, enfatizando as
modificações ocorridas no sistema nervoso, abordando as disfunções cognitivas e motoras através
de livros, artigos científicos, e revistas sobre a importância da fisioterapia em pacientes portadores
de doença de Alzheimer. A fisioterapia é de suma importância no tratamento desses pacientes, pois
tem o objetivo de m inimizar os déficits cognitivos e funcionais, prevenir futuras com plicações,
aumentar a capacidade do idoso de realizar tarefas diárias, diminuir alterações motoras, e melhorar
a qualidade de vida do idoso. Portanto, diante do exposto e com base na literatura, se faz necessário
uma abordagem a respeito da intervenção fisioterapêutica em pacientes com doença de Alzheimer.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Com prometim ento m otor. Fisioterapia
BRITO, M.V. e Carvalho, M.E.I.M. Estudo retrospectivo da intervenção fisioterapêutica em
paciente submetido à palidotomia como tratamento cirúrgico da Doença de Parkinson. 2007.
100f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Maria Ester Ibiapina Mendes De Carvalho. Data da apresentação:
26.01.2008.
A Doença de Parkinson é um a doença neurológica, degenerativa e progressiva que acom ete
preferencialmente indivíduos com idade avançada, comprometendo o sistema nervoso central em
especial os núcleos da base, responsáveis pela execução da m otricidade voluntária norm al e
manutenção do tônus postural, bem como funções cognitivas. A fisiopatologia da DP é caracterizada
pela degeneração de neurônios dopam inérgicos na parte com pacta da substância negra. Isso
provoca uma desconexão nas vias estriatonigropalidais e o aparecimento de sinais clínicos como
tremor, rigidez, instabilidade postural e bradicinesia. Esse é um estudo de caso retrospectivo da
intervenção fisioterapêutica com a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva com a técnica de
reversão de antagonistas e com os exercícios de Frenkel em uma paciente no pós-operatório de
palidotomia, como tratamento cirúrgico da Doença de Parkinson, visando a manutenção e melhora
do seu quadro clínico e seu retorno às atividades diárias. Foram analisadas e comparadas as
avaliações inicial e final ao tratamento fisioterapêutico e pôde-se verificar a eficácia dessas técnicas
no tratamento da paciente, com a melhora dos padrões de movimento e melhora da coordenação.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Facilitação neuromuscular proprioceptiva e Exercícios de
Frenkel. Palidotom ia.
202
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, Dyony P. Lima. A atuação da cinesioterapia na fase de proteção moderada em pacientes
no pós-operatório de meniscectomia parcial via artroscópica: uma revisão bibliográfica. 2007.
50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Cristina Cardoso da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008.
O joelho é uma das articulações mais estudadas pela área da fisioterapia, perdendo só para coluna
e o om bro. A m eniscectomia parcial remove a porção lacerada do menisco, é o procedim ento
cirúrgico m ais executado na articulação do joelho, pois esta técnica tenta conservar o m áxim o
possível do menisco lesionado, através da artroscopia. Este trabalho tem como objetivo, avaliar a
atuação da cinesioterapia na reabilitação funcional de um pós-operatório de meniscectomia parcial
via artroscópica. Foram utilizados periódicos, livros e artigos científicos, variando entre o período de
1991 a 2007, onde os autores mencionados eram relacionados com traumato-ortopedia, fisioterapia
e c inesi ot erapi a, abordando assuntos sobre a am pli tude de m ovi m ento, fortal ec im ent o e
propriocepção. O levantamento bibliográfico, a seleção das referências e a redação do trabalho
foram realizados pelo próprio pesquisador. Através da realização desta pesquisa, com a observação
das opiniões dos autores aqui citados, e como condiz o trabalho, o tratamento do pós-operatório é
dividido em três fases: de proteção máxima, moderada e mínima. As considerações finais defendem
o uso da cinesioterapia, em pacientes que se encontram na fase de proteção moderada, para tratar
de com prom etim entos físicos comuns de um paciente que sofreu traum a cirúrgico com o: dor,
fraqueza muscular, redução da resistência muscular a fadiga, amplitude de movimento limitada,
incoordenação, déficit de equilíbrio e instabilidade postural.
Palavras-chave: Fisioterapia. Cinesioterapia. Meniscectom ia.
BASTOS, J. P. A. Análise do risco de doenças cardiovasculares em Funcionários de uma
faculdade de ensino superior de Teresina. 2007. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Fisioterapia), Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Cristina Cardoso
da Silva. Data da apresentação: 24.01.2008.
Esta pesquisa tem por objetivo analisar o risco de doenças cardiovasculares nos funcionários do seto r
administrativo da Facid, através do escore de Framingham. È sabido que no Brasil e no mundo morrem
anualmente milhares de pessoas vítimas de doenças cardiovasculares, trazendo consigo um grande número de
aposentadoria por invalidez e afastamento de posto de trabalho em idade produtiva. Portanto se torna m
relevante pesquisar e se preocupar com a saúde na atenção básica aos trabalhadores. A qualidade de vida e
o bem estar físico e mental são alicerce positivo na força produtiva dos colaboradores da Facid. Não basta
trabalhar, mas ter saúde, lazer e satisfação pessoal para poder exercer plenamente o potencial labor al.
Conhecer o risco para desenvolver doenças cardiovasculares nos próximos dez anos, através do escore de
Framingham, de forma personalizada, permite a confirmação da hipótese sugerida, como parâmetro confiável
para aferição, a identificação do risco absoluto e a intervenção pela fisioterapia no âmbito das ações preventivas
para colaboração da qualidade de vida destes trabalhadores. A pesquisa foi realizada na Facid através de um
questionário e coleta de dados, levantando os fatores de risco preditos pelo estudo de Framingham: a pressão
arterial, triglicerideos e colesterol total e frações LDLc, HDLc. Foi seguido a IV Diretriz para hipertensão e
dislipidemia e prevenção de aterosclerose, recomendadas metodologicamente pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia. A amostra foi calculada a partir de uma informação obtida no setor pessoal da FACID, no mês de
junho de 2007, contendo uma população de 103 funcionários no setor administrativo, dos quais 52 concordaram
em participar da pesquisa. Assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Adotou-se intervalo de
confiança de 95%, incidência de 50% com um erro amostral de 5% visto que não há registro preliminar na
literatura sobre o tema desta pesquisa. O resultado da pesquisa mostrou 96,8% dos pesquisados de baixo risco,
0% para médio risco e 3,2% para alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares analisados pelo escore
de Framingham. Foi encontrado na pesquisa um perfil de fatores de risco associados da seguinte forma:
9,375% não apresentaram nenhum fator de risco associado, 25% apresentaram 1 fator de risco associado,
28,125% apresentaram 2 e 28,125% apresentaram 3 fatores de risco associados e 9,375% apresentaram 4
fatores de risco associados.
Palavras-chave: Doenças cardiovasculares. Escore de Framingham. Risco.
203
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
SILVA, D. P. L. A atuação da cinesioterapia na fase de proteção moderada em pacientes no pósoperatório de meniscectomia parcial via artroscópica: uma revisão bibliográfica. 2007. 50f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Faculdade Integral Diferencial,
Teresina, 2007. Orientadora: Profa.Cristina Cardoso da Silva. Data da apresentação: 25.01.2008.
O joelho é uma das articulações mais estudadas pela área da fisioterapia, perdendo só para coluna
e o om bro. A m eniscectomia parcial remove a porção lacerada do menisco, é o procedim ento
cirúrgico m ais executado na articulação do joelho, pois esta técnica tenta conservar o m áxim o
possível do menisco lesionado, através da artroscopia. Este trabalho tem como objetivo, avaliar a
atuação da cinesioterapia na reabilitação funcional de um pós-operatório de meniscectomia parcial
via artroscópica. Foram utilizados periódicos, livros e artigos científicos, variando entre o período de
1991 a 2007, onde os autores mencionados eram relacionados com traumato-ortopedia, fisioterapia
e c inesi ot erapi a, abordando assuntos sobre a am pli tude de m ovi m ento, fortal ec im ent o e
propriocepção. O levantamento bibliográfico, a seleção das referências e a redação do trabalho
foram realizados pelo próprio pesquisador. Através da realização desta pesquisa, com a observação
das opiniões dos autores aqui citados, e como condiz o trabalho, o tratamento do pós-operatório é
dividido em três fases: de proteção máxima, moderada e mínima. As considerações finais defendem
o uso da cinesioterapia, em pacientes que se encontram na fase de proteção moderada, para tratar
de com prom etim entos físicos comuns de um paciente que sofreu traum a cirúrgico com o: dor,
fraqueza muscular, redução da resistência muscular a fadiga, amplitude de movimento limitada,
incoordenação, déficit de equilíbrio e instabilidade postural.
Palavras-chave: Fisioterapia. Cinesioterapia. Meniscectom ia.
RÊGO, S.P. Intervenção fisioterapêutica na evolução da epicondilite lateral do cotovelo através
de uma abordagem cinesioterapêutica. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientador: Prof. José Neres Quaresma
. Data da apresentação: 26.01.2008.
Epicondilite lateral, conhecida também como “cotovelo de tenista”, é um processo inflamatório ou degenerativo
das fibras musculares dos extensores que se originam na borda lateral do cotovelo e se inserem no punho e
dedos. Atinge indivíduos que realizam trabalho manual intenso, e/ou repetitivo. A faixa etária mais atingida é
entre 30 e 55 anos. Nos mais jovens, ela geralmente é de causa ocupacional, quando exige esforço repetitivo
combinado com rotação e stress do cotovelo, como o uso freqüente de ferramentas, trabalhadores de linha de
montagem, cortador de carne, digitação, etc. Nos menos jovens, esta patologia ocorre pela degeneração do
tecido conjuntivo que se origina na estrutura óssea. A área de maior desconforto é geralmente na borda lateral
do cotovelo, sendo está área dolorosa à palpação. A dor piora com a extensão do cotovelo e pronação do
punho. O diagnóstico é clínico, mas os casos mais persistentes podem exigir exames complementares: RaiosX, Ecografia, Eletromiografia e Provas Laboratoriais. O tratamento geralmente é conservado com o intuito de
aliviar a dor e o processo inflamatório, bem como a reabilitação. É importante compreender o mecanis mo
fisiopatológico e evolutivo da epicondilite lateral do cotovelo, revisar as relações anatômicas e funcionais do
cotovelo, conhecer o quadro clínico característico da patologia para a associação com demais exames
complementares para diagnósticos diferenciais; no intuito da obtenção de um diagnóstico preciso e propor um
tratamento fisioterapêutico eficaz e condizente para cada paciente, de acordo com a fase patológica que esse
se encontra. O trabalho foi realizado através de uma coleta de dados obtidos em análises de várias o bras
literárias.
Palavras–chave: Epicondilite lateral. Dor. Reabilitação.
204
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
BARBOSA, J.M.L. Abordagem da hidroterapia pediátrica baseado no método Halliwick na
interação social da criança autista. 2007. 67f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Ilse Tatiana Lima
Aragão. Data da apresentação: 25.01.2008.
O Autismo é uma desordem que compromete o desenvolvimento normal de uma criança, manifestando-se
antes do terceiro ano de vida, e é caracterizado por alterações qualitativas na interação social, na comunicação
e no uso da imaginação. Acomete cerca de vinte entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum nos
meninos que nas meninas. Os sintomas são causados por disfunções físicas no cérebro, verificados pela
anamnese ou presentes na entrevista com a criança. A presente pesquisa visa explanar através da Hidroterapia
Pediátrica baseada no método Halliwick a minimização das alterações qualitativas presentes na interação social
das crianças autistas. O estudo de caso foi realizado na AMA/PI – Associação dos amigos autistas do Piauí,
com duas crianças, uma de 5 anos de idade do sexo masculino e a outra de 8 anos de idade do sexo feminino,
portadoras do autismo infantil F 84.0. O tratamento durou um mês, no qual foram realizados 12 atendimentos,
o primeiro deles dedicado à avaliação inicial das crianças, aplicação do teste baseado no método Halliwick e do
questionário com as mães, além das fotos iniciais. Depois, foram realizados 5 atendimentos individua is e 5
atendimentos em grupo, com duração de 1 hora para cada criança, sendo o último atendimento dedicado à
reavaliação das crianças, aplicação do teste baseado no método Halliwick e do questionário com as mães, além
das fotos finais. Para análise dos resultados tomou-se por base a avaliação e reavaliação no solo e na água,
o questionário da história de vida das crianças e o teste baseado no Método Halliwick. A partir da análise e das
coletas dos dados comprovou-se que o método Halliwick melhora o desprendimento da criança, minimizando
assim as alterações presentes na interação social da mesma, tendo isto como resultado final desse estudo.
Palavras-chave: Autismo. Hidroterapia. Método W alliwick.
RESENDE, L. C. F. Abordagem da massoterapia no pós-operatório imediato em mulheres
mastectomizadas do tipo Halsted: uma revisão de literatura. 2007. 41f Trabalho de Conclusão
do Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora:
Profa. Ilse Tatiana Lima Aragão. Data da apresentação: 25.01.2008.
O câncer de mama é considerado uma neoplasia de maior incidência e mortalidade na mulher brasileira, sendo
que a maioria dos casos são identificados entre 45 a 55 anos de idade, representando a terceira causa de morte
entre as mulheres no Brasil. A mulher, com câncer de mama apresenta como quadro clínico: presença de
nódulos na mama, acompanhados ou não de dor, e alterações na pele tais como, abaulamentos e presença de
nódulos palpáveis na axila. Dentre as modalidades terapêuticas para o tratamento desta patologia existem as
técnicas não cirúrgicas: radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia, que podem ser usadas como tratamento
complementar à cirurgia. Já as técnicas cirúrgicas conservadoras são tumorectomia e quadrantectomia; e as
radicais são mastectomia tipo Madden, tipo Patey e tipo Halsted, sendo que este último é o que mais resulta
em alterações físicas e psicológicas devido ao fato de ser um procedimento muito invasivo e mutilant e
requerendo, portanto, cuidado multiprofissional, incluindo a fisioterapia. O POI (Pós-Operatório Imediato) é
considerado o período após 24 horas subseqüente à cirurgia, até os 15 primeiros dias, podendo iniciar o
tratamento fisioterápico. Quando a paciente está no pós-operatório imediato, apresenta os seguintes sinais e
sintomas: dor, edema, um dreno retendo líquido, hiperemia de pele e diminuição dos movimentos do ombro. O
tratamento fisioterápico a ser utilizado nas pacientes no POI de mastectomia radical tipo Halsted é a massagem
clássica, que consiste em um método de tratamento com técnicas de massagens exclusivas como deslizamento
superficial e profundo e a fricção circular e transversal, com o intuito de trazer para essas pacientes um efetivo
relaxamento muscular, diminuição da dor, do edema, melhora da circulação sangüínea, redução de aderências,
liberação dos movimentos associados à cinesioterapia, fazendo com que elas voltem a ter sua amplitude de
movimento normal, melhorando, assim, seu estado psicológico e, conseqüentemente, psico-social, ocasionando
um aumento da auto-estima, o que, por sua vez, possibilita uma melhor qualidade de vida a essas pacientes.
Para esta pesquisa foram adotados os parâmetros monográfico, bibliográfico, dedutivo, qualitativo e longitudinal.
Palavras-chave: Câncer de mama. Poi (pós-operatório imediato). Massoterapia.
205
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
GONÇALVES, F.B. Perfil do Fisioterapeuta Egresso da Faculdade Integral Diferencial no Mercado
de Trabalho. 2007. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) Faculdade
Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa. Juçara Gonçalves de Castro. Data da
apresentação: 26.01.2008.
O Piauí conta hoje com oito cursos para formação de fisioterapeutas (6 na capital e 2 no interior), gerando uma
oferta anual de aproximadamente 670 novas vagas e, no momento pelo menos 160 fisioterapeutas por
semestre, o que pode acarretar mudanças no mercado de trabalho. O objetivo deste estudo foi verificar se a
formação acadêmica do egresso da 1ª e 2ª turmas de fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial, atende às
expectativas do profissional e do mercado de trabalho na área de Fisioterapia. A metodologia utilizada baseouse em um questionário contendo informações referentes a dados pessoais e profissionais do entrevistado;
posteriormente os dados foram avaliados em termos percentuais para cada questão formulada. A amostra
válida foi de 21 (vinte e um) profissionais egressos da 1ª turma e 18 (dezoito) profissionais egress os da 2ª
turma do curso de Fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial, que responderam ao questionário de forma
voluntária. Foram obedecidos os critérios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos. Avaliando os
resultados, observamos que aproximadamente 90% dos entrevistados atuam como fisioterapeutas, tendo 70%
ingressado no mercado de trabalho em até quatro meses da formação, atuando nas mais diversas especialidades;
47,86% apresentam faixa salarial de 2 a 5 salários mínimos e 34,28% acima de 5 salários, e têm jornada de
trabalho média de 8 horas/dia; 74,29% atuam em clínicas privadas; 94,59% consideram sua formação profissional
satisfatória para o mercado de trabalho e, 59,45% encontram-se realizados profissionalmente. Pode-se concluir
que os egressos encontram-se satisfeitos com sua profissão, mas consideram a baixa remuneração, a
saturação do mercado e a qualificação profissional as principais dificuldades encontradas para o ingresso no
mercado de trabalho.
Palvras-chave: Fisioterapeuta. Egresso. Mercado de trabalho.
GRAMOSA, V. E. P. As perspectivas de inserção ao mercado de trabalho dos ingressantes e
concludentes do curso de fisioterapia das faculdades pública e privada em Teresina - PI. 2007.
44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial,
Teresina - PI, 2007. Orientadora: Profa. Francisca Sandra Cardoso Barreto. Data da apresentação:
24.01.2008.
O objetivo deste trabalho foi analisar as perspectivas de inserção ao mercado de trabalho dos ingressantes e
concludentes do curso de fisioterapia das IES pública e privada em Teresina-PI, através da verificação da
relação entre a integração na educação superior e a satisfação acadêmica, avaliação da relação entre o
processo da integração na educação superior e o nível de satisfação acadêmica do estudante nas séries
iniciais e finais da graduação, dos fatores motivacionais que levam ao ingresso optar pelo curso de fisioterapia
e dos fatores motivacionais do ingresso e do concludente para o mercado de trabalho. Teve como universo uma
IES pública e uma IES privada escolhidas intencionalmente e cujo critério de inclusão foi terem 3 t urmas
concluídas. Os participantes foram 121 acadêmicos do primeiro e último períodos da graduação de fisioterapia
escolhidos intencionalmente. O método utilizado foi o descritivo de natureza quantitativa. Os dados foram
obtidos por intermédio de um questionário com as seguintes categorias de observação: gênero, faixa etária, o
que o levou o acadêmico ingressar no curso de fisioterapia, o que o motivou a continuar no curso de fisioterapia
e o que o mesmo espera do mercado de trabalho. Os dados foram tabulados, analisados e interpretados com
a utilização da estatística simples para a percentualização das respostas. Pode-se concluir que há uma grande
quantidade de acadêmicos do gênero feminino, confirmando os dados do Censo do Ensino Superior Inep/Mec
(2006). Por outro o lado, este mesmo Censo constata um crescimento de ingressantes adultos mais velhos, o
que é discordante com os dados obtidos neste estudo. Quanto aos critérios de escolha do curso de fisioterapia,
a categoria com maior número de respostas foi o de desejar contribuir para a saúde da população. Com relação
a motivação em continuar o curso de fisioterapia, a grande maioria optou pela segurança dos conhecimentos
adquiridos refletidos na prática profissional, como o principal motivo. Com a relação às expectativas para o
mercado de trabalho, houve unanimidade na opção de que dependerá da competência do profissional.
Portanto, os dados constataram a importância da educação superior e da satisfação acadêmica, tanto na fase
inicial quanto na final.
Palavras-chave: Fisioterapia. Perspectivas. Mercado de trabalho. Satisfação. Motivação.
206
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
PESSOA, J. G. A fisioterapia aquática como recurso terapêutico no tratamento de pacientes
com espondilite anquilosante: sob uma perspectiva bibliográfica. 2007. 61 f. Trabalho de conclusão
de curso (Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora:
Katya Coeli da Costa Loiola. Data da apresentação : 25.01.2008.
A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença sistêmica inflamatória crônica, que se destaca pelo
acometimento primário da coluna vertebral, com envolvimento das articulações sacroilíacas de
forma simétrica, que afeta principalmente o sexo masculino e cujo início ocorre em média entre os
20 e os 40 anos. O fator genético é bastante significativo, sendo que o HLA-B27 está presente em
90 a 95% dos casos. A presença do determinante B27, regido por um gene sobre a superfície celular,
pode tornar os tecidos mais suscetíveis a agentes infecciosos. O quadro clínico é formado por um
conjunto de processos inflam atórios articulares na coluna vertebral, região sacro-ilíaca e grandes
articulações como: joelho, ombro, quadris e tornozelos, com a formação de entesites em inserções
li gam entares e t endí neas, levando um quadro de lim i taç ão de m ovi m ent os e at é m esm o a
incapacidade funcional. O presente trabalho foi elaborado através de uma revisão bibliográfica em
anais, revi st as ci ent ífic as, arti gos e l i vros c om o obj et i vo de dem onstrar a efi các ia da
hidrocinesioterapia através das propriedades físicas da água, no alívio da sintom atologia clínica
bem como na prevenção de maiores deformidades e incapacidade física. Após a revisão de literatura,
percebeu-se a necessidade de oferecer como alternativa de tratamento a hidrocinesioterapia, para
manutenção de um quadro álgico menos intenso, manutenção da função em pacientes acometidos
e diminuir a atividade da doença, promovido pelo meio aquático perfazendo uma melhor qualidade
de vida.
Palavras-chave: Espondilite anquilosante. Fisioterapia aquática. Incapacidade funcional.
CUNHA, K. A. S. da. Efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea – TENS na redução da
dor em pacientes portadoras de dism enorréia prim ária. 46f.Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Fisioterapia) Faculdade Integral Diferencial, Teresina, 2007. Orientadora: Profa.
Maura Cristina Porto Feitosa. Data da apresentação: 25.01.2008.
A dismenorréia apresenta-se como primária e secundária, sendo dismenorréia primária aquela que ocorre sem
que haja lesões nos órgãos pélvicos, geralmente ocorre nos ciclos menstruais normais e logo após as primeiras
menstruações na adolescência. É causada pelo aumento da produção de prostaglandinas pelo útero, que
provocam contrações uterinas dolorosas. A dismenorréia secundária está relacionada a alterações do sistema
miomas uterinos, infecção, anormalidades na anatomia do útero ou
da vagina de origem congênita, diferenciando-se assim da dismenorréia primária. A dor é uma apresent ação
sensorial e emocional desagradável, que está associada a uma lesão tissular real ou potencial descrita em
termos de tal dano. Procura-se amenizar essa dor através da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea
(TENS) que é um recurso fisioterápico que tem como função básica promover a analgesia, por estimular fibras
nervosas grossas A-alfa mielinizadas de condução rápida. Esse estudo tem como objetivo procurar, através
dos efeitos da TENS, diminuir o grau de intensidade dolorosa das 20 pacientes com dismenorréria primária que
foram atendidas, na Clinica Escola da Faculdade Integral Diferencial - FACID em Teresina – no período de
dezembro de 2007 a janeiro de 2008. A intensidade da dor foi mensurada através da escala analógica da dor
antes e após a aplicação da TENS. Os eletrodos foram colocados na região paravertebral de L4, L5 – S1, S2,
( área de inervação do útero); com freqüência de 110 Hz e duração de pulso em 250 us, com 30 minutos de
aplicação. O resultado deste estudo mostrou a eficácia da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea – TENS
onde 80% das pacientes referiram melhora relatando ausência de dor após a aplicação.
reprodutivo, que podemser endometriose,
Palavras-chave: Dismenorréia primária. Dor. TENS.
207
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
208
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CARTAS AO EDITOR
209
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
210
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CARTAS AO EDITOR
Estimado Prof. Luiz Ayrton
Soubemos da existência da revista FACID Ciência & Vida, por meio de um exemplar que encontrei numa mesa da biblioteca do INCOR em São Paulo e, ao mesmo
tempo, gostaríamos de parabenizá-lo pelo feito. Informamos-lhe que trabalho com
pesquisa em animais e me encontro ao inteiro dispor para os alunos da FACID
para qualquer trabalho que possa ajudá-los e melhorar a revista mais ainda.
Atenciosamente,
Roberto Bezerra
Responsável pelo Biotério no INCOR
[email protected]
N. do E.: Agradecemos suas gentis palavras e saiba que sua carta será repassada
a direção da Faculdade.
Prezado Senhor Editor,
A Revista Facid cresceu muito no último exemplar e gostaria de parabenizá-los por
esse novo obstáculo vencido pois sabemos o quanto é difícil manter uma revista
deste nível.
Cordiais saudações,
Profa. Enedina Oliveira de Moura Sá.
211
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Estimado Prof. Luiz Ayrton
Esse Conselho Editorial é um show. Aprendi muito quando recebi meu artigo de
volta para novas correções.
Obrigado a todos vocês.
Luis Otávio.
N. do E.: Os artigos, quando aceitos com restrições para publicação são remetidos de volta para que os autores tomem conhecimento das correções sugeridas
pelos pareceristas e assim, não só melhorar a qualidade de nossa revista como
também servir de aprendizado para o aluno.
212
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
ARTES E ARTIMANHAS
213
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
214
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
OH! INFECÇÃO
Divonete de Lima da Costa
Graciara Letícia Bezerra Trindade
Raisa Bezerra Barbosa
Oh! Infecção,
Por que você entrou,
Quando eu não te queria.
Entrou e se instalou,
No momento de muita tristeza e muita angustia
Em que eu vivia.
Me diga agora,
O que quer de mim?
Se por ti tenho receio.
Qual o propósito?
De me deixar assim,
Absolutamente vulnerável a seus desejos.
Viverei assim,
Se apossando de mim,
Do inicio até o fim?
Oh! Infecção de onde tu vens?
Vírus, bactéria ou fungo também?
Que tipo de microorganismo?
És parasita,
És sangue – suga ou simplesmente um inimigo?
Será que sou a primeira
Ou me escolheste como vítima derradeira.
Me digas,
Simplesmente me digas,
O que queres que eu faça,
Para sair da minha vida.
Amoxilina,
Infectrin ou vitamina C,
Não sei mais o que eu faço infecção!
Para me livrar de você.
215
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
CIDADE MENINA, MULHER
Dário Heider Viveiros de Abreu
Em teu nascimento planejado havia
Um choro formoso de parto e flor
Nascida do calor, antes do meio-dia
Futuro certo Saraiva sim senhor.
Chapada magnética inevitável
Que chamas coriscos aqui, ali, acolá.
Nome de mulher, lábios quentes de mel
Impossível tocá-la sem beijá-la.
Menina, mulher bela recatada
És nobre glamorosa tanto quanto
Qualquer rainha em trono coroada.
Feliz Teresina cidade amada
Jazo em teu colo por amor infinito
Por vida, morte decretada, nata
__________________
* Acadêmico de Enfermagem da Facid
216
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
NORMAS EDITORIAIS
217
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
218
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
Revista FACID CIÊNCIA & VIDA - Normas Editoriais
A Revista FACID Ciência & Vida objetiva a divulgação da produção científica e
técnica dos professores, alunos e técnicos da Faculdade Integral Diferencial, bem
como de profissionais da comunidade.
A Revista tem periodicidade anual e está aberta à publicação de trabalhos na
forma de ARTIGOS, ENSAIOS, INFORMES E RELATOS, RESENHAS, IDÉIAS,
DEBATES E OPINIÕES, RESUMO DE PALESTRAS, ARTES E ARTIMANHAS
os quais devem falar sobre temas nas áreas da Saúde, Ciências Humanas,
Ciências Sociais , Tecnologia, dentre outros, fomentando a análise e reflexão de
idéias, experiências e resultados de pesquisas, experiências de vida e
manifestações artístico-culturais, contribuindo para o desenvolvimento científico e
cultural do País.
ARTIGOS – Texto que discute um tema investigado para publicação de autoria
declarada, que apresenta título, nome dos autores, local de execução da pesquisa,
resumo do texto (no máximo 250 palavras), palavras-chave (3 a 5 palavras),
introdução, revisão da literatura (ou referencial teórico), metodologia, resultados
encontrados (pode conter figuras e/ou tabelas), discussão, conclusão, referências
bibliográficas, abstract (resumo em inglês), key-words, apêndices e anexos
(opcionais). Serão considerados “artigos de revisão” os textos que discutem temas
com base em informações já publicadas. O artigo não deve ultrapassar 20 laudas.
ENSAIOS – Texto que expõe temas atuais e de interesse coletivo, ressaltando o
espírito crítico e a originalidade do autor. Deve apresentar a seguinte estrutura:
título (e subtítulo se houver); em nota de rodapé o currículo do autor indicado por
asterisco no título do ensaio; introdução; desenvolvimento; conclusão; referências
bibliográficas e notas explicativas. Deve ter no máximo 10 laudas.
INFORMES E RELATOS – Texto que divulga resultados parciais ou totais de
pesquisas. Deve ter: título (e subtítulo se houver) da pesquisa; exposição do tema
delimitado; justificativa; fundamentação teórica; metodologia e técnicas
empregadas, descrição do processo de coleta, análise e interpretação dos dados
obtidos, conclusões (mesmo que parciais); apêndices (se houver); anexos (se
houver) e referências bibliográficas. Deve ter no máximo 10 laudas.
IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES – Texto dissertativo no qual se discute temas
atuais e, que, de certa forma geram polêmica. Deve apresentar a seguinte estrutura:
título (e subtítulo se houver); introdução; desenvolvimento; conclusão; notas
explicativas (se houver); referências bibliográficas, se necessário. A autoria deve
ser indicada conforme orientação anterior. Deve apresentar extensão máxima de
5 (cinco) laudas.
219
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
RESENHAS – Resumo crítico de livros publicados ou no prelo que podem suscitar
no leitor o desejo de ler a obra integralmente. Este texto deve ter, no máximo 5
laudas e deve ser escrito informando o título da obra, nome completo do autor,
editora e ano publicado.
RESUMO DE PALESTRAS – Espaço destinado à publicação de resumos de
palestras e/ou conferência ministrada pelo autor em eventos científicos e,
acompanhando o texto, informações sobre o evento (nome, tema, data da
realização, local), coordenador, comissões e programa efetivamente ocorrido,
quando necessário. A extensão do texto deve ser de , no máximo, 500 palavras.
ARTES E ARTIMANHAS – Espaço destinado à livre expressão, no formato de
poemas, charges, contos, relatos de fatos pitorescos, etc. Devem apresentar
extensão de no máximo 6 (seis) laudas.
Instruções aos Colaboradores
1 Os trabalhos devem ser preferencialmente inéditos e redigidos em língua
portuguesa, sendo seu conteúdo de inteira responsabilidade dos autores.
2 O texto deve ser acompanhado de uma correspondência ao Editor solicitando
que seja publicado. Uma vez recebido, o texto será submetido à apreciação do
Conselho Editorial. Dois conselheiros, no mínimo, decidirão sobre sua aprovação
para publicação, podendo ocorrer que o texto seja devolvido ao seu autor para
alterações e/ou correções.
3 O texto deve ser digitado na fonte arial tamanho 12, espaço 1,5 entre linhas,
margens superior e esquerda de 3 cm, margem inferior e direita de 2 cm, papel
formato A-4. O título deve ser escrito em letras maiúsculas e em negrito.
4 No caso de tabelas para apresentação de dados, estas devem ser numeradas
consecutivamente com algarismos arábicos, encabeçadas pelo título, com
indicação da fonte após a sua linha inferior. Todas as tabelas inseridas devem ser
mencionadas no texto.
5 No caso de inserção de ilustrações (quadros, gráficos, fotografias, esquemas,
algoritmos, etc), estas devem ser numeradas consecutivamente com algarismos
arábicos, com indicação do título e da fonte após o seu limite inferior e indicadas
no texto onde devem ser inseridas. Gráficos, fotografias, esquemas e ilustrações
devem ser denominados como figuras.
6 As citações bibliográficas no texto devem ser organizadas de acordo com a
norma vigente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT - 10520) formato autor-data.
220
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
7 A lista de referências bibliográficas deve ser organizada em ordem alfabética e
de acordo com a norma ABNT – 6023.
MODELOS DE REFERÊNCIAS
Livros (um autor)
SOARES, L.S. Educação e vida na República. 4.ed. São Paulo: Letras Azuis,
2004.
Livros (dois autores)
ROCHA,B.; PEREIRA,L.H. Cuidando do Enfermo. São Paulo: Manole, 2001.
Capítulos de livros
PEREIRA, H.J.P. Educação Indígena. In: SANTOS, C.J. O Índio Brasileiro. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 45-68.
Artigos de periódicos com mais de três autores
PODSAKOFF,P.M. et al. Transformational leader behavior and their effects on
followers’ trust in leader, satisfaction, and organizacional citizenship behaviors.
Leadership Quartely, Greenwich, Conn.,v.1, n.2, p. 107-142, 1990.
Teses
CARVALHO, M.J. Ensino da Ciência: uma análise fenomenológica. 1994. 89f.
Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, 1994.
Artigo de jornal assinado
DIMENSTEIN, G. Escola da vida. Folha de São Paulo, São Paulo, 14. jul. 2002.
Folha Campinas, p.2.
Artigo de jornal não assinado
FUNGOS e chuva ameaçam livros históricos. Folha de São Paulo, São Paulo, 5.
jul. 2002. Cotidiano, p.2.
Artigo de periódico (formato eletrônico)
MELO, H.P. O saber bioético. Educação e Pesquisa, Teresina,v.03, n. 2, p. 23-25,
jul. 2001. Disponível em: http://www.caradebiologia.com.br/> Acesso em: 20 ago.
2000.
Decretos, Leis
BRASIL. Decreto n. 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o art. 23 da Lei
n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a categoria dos
221
Revista FACID, Teresina, v. 4, n. 2, setembro 2008
documentospúblicos sigilosos e o acesso a eles, e dá outras providências. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 27. jan. 1997. Seção 1.
Constituição Federal
BRASIL. Constituição (1988). Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
Relatório oficial
FUNDAÇÃO MARIA CARVALHO SANTOS. Relatório 2001. Teresina, 2001.
(mimeogr.)
Gravação de Vídeo
VILLA-LOBOS: o índio de casaca. Rio de Janeiro: Manchete Vídeo, 1987. 1
videocassete (120 min.): VHS, son, color.
Trabalho publicado em Anais de Congresso
MARTINS, I.S.; SILVA FILHO, F.J.V.; ALVES NETO, F.E. Abordagem Cirúrgica
em Ginecomastia Gigante em Pseudo-hermafrodita Masculino. In: I JORNADA
DE MEDICINA DA FACID, 2005, Teresina. Teresina: Gráfica do Povo, 2006, p.212.
8 Acompanha o texto uma lauda com o título e nome completo do autor ou autores,
com a filiação profissional e a qualificação acadêmica, o endereço postal e
eletrônico.
9 O original do trabalho a ser publicado deve ser entregue em uma via impressa e
em disquete (processador Word for Windows), pelos correios ou via e-mail:
[email protected]. Ao Conselho Editorial é reservado o direito de publicar ou
não o trabalho.
10 A publicação do trabalho não implicará na remuneração de seu autor, mas este
receberá 3 exemplares do fascículo por artigo publicado.
11 À revista não se obriga a devolver os artigos recebidos, publicados ou não.
12 O trabalho a ser publicado deve ser entregue na FACID:
Conselho Editorial da Revista FACID Ciência & Vida
A/C Dr. Luiz Ayrton Santos Júnior
Av. Rio Poty, 2381
Horto Florestal
64.049-410 •Teresina – Piauí
www.facid.com.br • [email protected]
222
Download