CARGA E DESCARGA EM CAPACITORES – CIRCUITO RC Em um circuito elétrico temos dispositivos além de fontes (baterias) e resistores. A existência de outros dispositivos, em última análise, propiciou o grande desenvolvimento tecnológico a partir do início do século XX . Um terceiro elemento que vamos nos propor a estudar será o capacitor. Um capacitor basicamente é constituído de duas placas metálicas de área A, separadas por uma distância d e com um dielétrico (isolante) entre estas placas. Enquanto a propriedade básica de um resistor é criar maior ou menor dificuldade a movimentação de cargas por ele, um capacitor possui a capacidade de acumular as cargas em suas placas, mas sem permitir que uma corrente o atravesse. Quando conectado em um circuito, uma de suas placas fica carregada positivamente e a outra negativamente; a quantidade de cargas máxima que um capacitor pode armazenar dependerá de suas dimensões físicas e do dielétrico entre as placas. A esta propriedade damos o nome de capacitância e matematicamente é expressa por C = ε(A/d), onde ε é a permissividade elétrica do dielétrico entre as placas. Quando num circuito elétrico, esta mesma propriedade deverá ser expressa em termos de grandezas elétricas, a saber: a diferença de potencial existentes entre as placas e a carga acumulada nas placas C = (Q/V), ou seja, à medida que carregamos as placas de um capacitor, a diferença de potencial elétrico entre elas aumenta na mesma proporção No sistema internacional de unidades a capacitância é expressa em Faradays ( F ), e o comum em circuitos é possuirmos capacitores com capacitância da ordem de milifaradays ou microfaradays, sendo que capacitores da ordem de faradays só mais recentemente foram obtidos (um bom exercício será calcular o tamanho –área – das placas de um capacitor de 1 Faraday com separação de 1mm e com ar entre elas). O que acontece quando ligamos um capacitor em um circuito? A melhor analogia é comparar um circuito simples com um circuito hidráulico: o que acontece (no tempo) quando abrimos a válvula que liga o reservatório - gigantesco, para facilitar o raciocínio - à caixa d’água? (Discuta com seu grupo, evidentemente o comportamento não é idêntico). Vamos analisar em termos elétricos. Temos um circuito em série (capacitor e resistor ligados à fonte) Pra este tipo de circuito se colocarmos um voltímetro ligado a cada elemento teremos (elementos ligados em série): V = VR + VC Mas lembrando as aulas anteriores e o que foi apresentado acima podemos escrever: V = Ri + Q/C Se lembramos ainda que a corrente elétrica é a quantidade de cargas que atravessa a seção reta de um fio por unidade de tempo (i = Q/t ou i = dQ/dt) teremos a expressão: V = R(dQ/dt) + Q/C Ou seja, ao ligarmos nosso circuito a carga entre as placas do capacitor e a corrente no circuito irão variar no tempo. Como? Será que existe uma função matemática que expresse como a carga num capacitor varia no tempo ao ligarmos o circuito? Esta é a questão que nos proporemos a verificar – na verdade iremos estudar i(t). As equações que envolvem uma variável (Q(t)) e suas derivada (aqui dQ/dt) são chamadas equações diferenciais. Não nos deteremos como resolvê-la, embora no presente caso seja razoavelmente simples. A função matemática que torna a expressão acima verdadeira é: Q = Q0(1+ e-at) Onde Q0 é a carga máxima que o capacitor acumulará quando no circuito. Substitua Q na equação diferencial e determine qual o valor de a(e sua unidade) e também determine i(t) (i = dQ/dt). a= 1) 2) 3) 4) 5) 6) Material: Fonte; Resistor 22 kΩ; Capacitor 1000μF; Microamperímetro; Cronômetro; Cabos. i(t) = Procedimentos: Monte o circuito abaixo (fonte = 1,5 V), sem fechá-lo e anote ao lado do esquema os valores de V, R e C. A Antes de fecharmos o circuito temos de nos certificar que o capacitor está descarregado. Para isto basta ligarmos uma placa na outra. Uma vez feito, feche o circuito e observe o valor máximo da corrente e anote. Repita este procedimento umas três vezes (inclusive descarregando o capacitor) e determine qual deve ser o valor de i0. Temos de obter valores de i e t associados; para efetuarmos o estudo o cronômetro possui a função lap, que interrompe a leitura sem interromper a contagem (verifique), isto permitirá que obtenhamos o tempo gasto para a corrente alcançar determinado valor (teu professor poderá orientá-lo de forma mais precisa ou de forma diferente). Preencha a tabela após obter os dados. i (μA) t (s) ln i i0 = 60 50 40 30 20 10 0 Faça os gráficos i x t e ln i x t e veja se estão de acordo com a teoria apresentada. Para o segundo gráfico verifique se a “inclinação” apresenta o valor esperado (se concorda com o valor que teríamos pelos valores dados do resistor e do capacitor). Algebricamente teríamos: ln i(t) = As constantes encontradas seriam: >> y = ax +b