Famı́lias de soluções periódicas de uma partı́cula atraı́da pela força gravitacional induzida por um fio circular girante Angelo Alberti∗, Depto de Matemática, Campus Profo Alberto Carvalho, UFS, 49500-000, Itabaiana, SE E-mail: [email protected], Cláudio Vidal Depto de Matemática, Faculdad de Ciencias, Universidad del Bio-Bio Cansilla 5-C, Concepción- VIII Región- Chile E-mail: [email protected]. 1 Introdução espaço de fase desta maneira determinarmos a existências de famı́lias de soluções periódicas Nosso propósito é estudar a dinâmica de uma no caso espacial. partı́cula infinitesimal atraı́da pela força gravitacional induzida por um fio circular homogêneo e que está girando em torno de 2 O potencial do fio circular seu centro de massa com velocidade angular Consideraremos o problema de uma partı́cula ω constante. Desta maneira estaremos conP infinitesimal movendo-se no espaço euclisiderando também a influência da força de diano tridimensional, submetida a força de Coriolis. atração gravitacional induzida pelo fio circuA motivação para o estudo do problema, está lar homogêneo girante. Suponha que fio circuno fato de que recentemente, na Mecânica Celar homogêneo C de raio a esteja centrado na leste houve um grande interesse em estudar origem do sistema de coordenadas euclidiano a dinâmica de uma partı́cula infinitesimal, ou tridimensional OXY Z, contido no plano XY seja de massa nula, ao redor de corpos maciços e gira com velocidade angular ω constante em com forma irregular, como por exemplo na torno da origem. forma de fio, anel ou disco. Isso se deve ao fato A expressão para a função potencial Newtode que muito de nossos planetas no sistema soniana induzida pelo fio circular homogêneo fixo lar possuem anéis e há um interesse em descrede raio a é ver os efeitos da partı́culas dos anéis. Maxwell R λdu escreveu a famoso trabalho sobre a dinâmica , V (r) = − C kr−uk R 2π dos anéis de saturno já em 1859 e mostrou dθ −λa 0 √X 2 +Y 2 +Z 2 +a2 −2Xa cos θ−2Y a sen θ que um anel sólido deveria ser instável. Exis(1) tem ainda trabalhos recentes, que tratam da sendo λ a densidade constante do fio circular dinâmica do fio circular homogêno fixo: Alberti [1], Azevêdo [4] e Broucke [6] e do problema do fixo, e estamos considerando a constante gravianel homogêneo fixo: Alberti e Vidal [2], [3] . tacional G = 1. Apresentaremos a formulação do problema em diferentes sistemas de coordenadas, e cal- 2.1 O potencial em termos de integrais elı́pticas cularemos o potencial induzido pelo fio circular em termos de integrais elı́pticas de primeira Devido as simetrias do problema, o qual é inespécie. Usando a formulação Hamiltoniana variante com respeito a rotações em relação ao do problema, podemos reduzir a dimensão do eixo que passa pelo centro do fio e é perpen∗ Aluno do programa de doutorado em matemáticaUFPE- CAPES dicular ao plano que contém o fio (eixo Z), um sistema de coordenadas conveniente será o de 3 P z r r1 r2 Q R A 2j O C B Figura 1: O fio circular homogêneo. coordenadas cilı́ndricas: Formulação do Problema Como adito anteriormente, estamos considerando o fio circular homogêneo centrado na origem do sistema tridimensional euclidiano OXY Z com raio a, densidade linear λ constante e desta forma com massa M = 2πλa. Suponhamos ainda que o fio está girando em torno do eixo Z com velocidade angular constante ω. Desta forma um sistema de coordenadas conveniente é o sistema de coordenadas giratórias definido por x cos(ωt) sen(ωt) 0 X y = − sen(ωt) cos(ωt) 0 Y . z 0 0 1 Z Neste sistema de coordenadas o fio circular homogêneo está fixo e desta forma já sabemos deSeja P um ponto do espaço que não está em terminar o potencial induzido pelo mesmo. As C, e traçamos por P a perpendicular P Q = z equações de movimento de uma partı́cula, sob ao plano que contém o fio circular. Seja R um a atração do fio circular girante são dadas pelo sistema de equações de segunda ordem ponto sobre o cı́rculo e denotamos x = r cos θ y = r sen θ P R = ρ P A = ρ1 z = z. P B = ρ2 , onde A e B são como na Figura 1 acima. Se o ângulo AOR é representado por 2ϕ então o elemento de arco é dado por ds = 2adϕ e desta forma o potencial é dado por Z π dϕ V (P ) = 2aλ (2) ρ 0 ẍ − 2ω ẏ = −Wx ÿ + 2ω ẋ = −Wy z̈ = −Wz . (4) 2 onde W (x, y, z) = − ω2 (x2 + y 2 ) + U (x, y, z), é chamado de potencial efetivo e U (x, y, z) é o potencial do fio circular. Daremos a formulação Hamiltoniana do problema definindo os momentos conjugados onde λ é a densidade linear do fio circular e (px , py , pz ) associados as variáveis giratórias assim a massa do fio é dada por M = 2πaλ. Re- como sendo presentando o comprimento OQ por r, obtemos px = ẋ − ωy, py = ẏ + ωx, pz = ż. da Figura 1 que A função Hamiltoniana associada ao sistema de ρ21 = (r − a)2 + z 2 ρ22 = (r + a)2 + z 2 equações (4) é da forma ρ2 = ρ21 cos2 ϕ + ρ22 sen2 ϕ. 1 H = (p2x + p2y + p2z ) − W (x, y, z). 2 (5) Observe que ρ1 e ρ2 são as distâncias mı́nima e máxima, respectivamente, do ponto P ao fio Portanto, ao sistema (4) fica associado um siscircular. O potencial fica determinado pela tema de equações de primeira ordem, determinado pela função Hamiltoniana (5), relação R π/2 ∂H ẋ = ∂p = px + ωy √ 2 2dψ 2 2 V (P ) = 2M x π 0 ρ1 sen ψ+ρ2 cos ψ ∂H R ẏ = = py − ωx dψ 2M π/2 √ 2M ∂py = πρ = πρ K(k) ∂H 2 2 2 0 2 1−k sen ψ ż = ∂pz = pz (6) (3) p˙x = − ∂H ∂x = ωpy − Ux onde K(k) é a integral elı́ptica de primeira p˙y = ∂H ∂y = −ωpx − Uy 2 2 2 espécie completa com módulo k = 1 − ρ1 /ρ2 . p˙z = ∂H ∂z = −Uz . A dedução para o potencial em termos da integral elı́ptica completa de primeira espécie pode Observe que o espaço de configurações do ser encontrada em Kellog [7]. problema é dado por R3 \ C. 3.1 O problema cilı́ndricas em coordenadas 4 Método numérico para exploração do sistema em um dado nı́vel de energia Devido a simetria axial do problema, iremos descrever o problema mudando a formulação de coordenadas giratórias para coordenadas Observamos primeiramente que para integrar cilı́ndricas. Definimos a seguinte mudança de o sistema (11) precisamos de uma rotina para coordenadas: calcular a integral elı́ptica completa de primeira espécie K(k) e também a integral elı́ptica comx = r cos θ px = pr cos θ − prθ cos θ pleta de segunda espécie E(k), pois dK/dk = y = r sen θ py = pr sen θ + prθ cos θ E(k)/[k(1 − k 2 )] − K(k)/k. Para a avaliação z =z pz = pz das integrais elı́pticas nós usamos a trans(7) formação de Landen, com o método da média onde pr , pθ , pz são os momentos conjugados de geométrica-aritmética (Battin [5]), que permite r, θ, z respectivamente. avaliar as integrais elı́pticas obtendo uma conA função Hamiltoniana (5), nestas coordevergência muito rápida. O problema do fio cirnadas é dada por cular homogêneo giratório é inicialmente dado ³ ´ 2 por um sistema de equações com três graus p 1 2 H= pr + p2z + 2θ − ωpθ + U (r, z) (8) de liberdade como dado na equação (8). Da 2 r teoria de Sistemas Dinâmicos Conservativos, onde podemos usar a integral de energia para reZ π/2 duzir em um grau de liberdade o sistema. 2M dψ p U (r, z) = − . Ainda, como vimos anteriormente, podemos π 0 ρ21 sen2 ψ + ρ22 cos2 ψ usar uma segunda integral de movimento, o O sistema Hamiltoniano associado a função (8) momento angular e reduzir a um sistema com é dado pelo sistema de equações de primeira duas variáveis. Nós obtemos assim um mapa simplético do plano no plano, envolvendo as ordem duas variáveis conjugadas r e pr , que correṙ = pr p˙r = pr3θ − Ur spondem a um dado nı́vel de energia e um (9) dado valor do memento angular c. Para imθ̇ = pr2θ − ω p˙θ = 0 ż = pz p˙z = −Uz . plementar tal redução numericamente, nós integramos muitas órbitas com os mesmos valObserve que do sistema (9) segue que pθ = c, ores da energia H e momento angular c e onde c é uma constante. Portanto pθ é uma inplotamos os pontos isolados (r, pr ) para cada tegral primeira, que corresponde ao momento intersecção com o plano z = 0. Este conangular. Com a definição do momento angujunto de pontos forma a Superfı́cie de Seção de lar c, a função Hamiltoniana (8) é escrita da Poincaré. A Seção de Poincaré permite destinseguinte maneira guir os movimentos quasi-periódicos, (quando ³ ´ 2 os pontos da seção formam linhas concêntricas 1 2 c H= pr + p2z + 2 − ωc + U (r, z) (10) continuas, que chamamos de ilhas) e os movi2 r mentos caóticos. Desta forma, reduzimos o sistema (9) com três Estamos interessados em determinar as graus de liberdade em um sistema com dois soluções periódicas estáveis, as quais correspongraus de liberdade usando a integral do mo- dem a pontos fixos da superfı́cie de seção. mento. O sistema (9) fica então determinado Definimos H = H + ωc, e assim a função por Hamiltoniana (10) pode ser reescrita na forma ṙ ż = pr = pz p˙r = p˙z = ³ c 2M −(r+a)K(k) + dK + πρ 2 ρ2 dk r3 ³2 √ ´ dK(k) 2 ar z K(k) + − 2M 3 dk ρ πρ2 2 ³q onde obtemos o valor de θ(t) = conhecendo o valor de r(t). a r − ´´ √ 2 ar(r+a) ρ2 Rt ¡ t0 c r2 H= 1³ 2 c2 ´ R + Z 2 + 2 + U (r, z). 2 r (11) Observe que uma vez que H e o momento an¢ − ω dt gular c, são constantes ao longo da soluções também será H. 4.1 Famı́lias de soluções periódicas A órbita periódica correspondente ao ponto periódico 1 da Seção de Poincaré da Figura 2, num dado nı́vel de energia Para nosso estudo numérico, iremos sempre supor a velocidade angular ω sendo unitária assim como também iremos considerar o problema do fio com raio a = 1 e massa M = 1. Nós analisamos uma série de superfı́cies de seção para o problema do fio girante, para diferentes valores da energia H e do momento angular c. Consideremos primeiramente o caso em que fixamos H = −0.3 e consideremos uma variação do momento angular c. Verificamos que a soluções periódicas que aparecem para este nı́vel de energia e momento angular persistem para um intervalo considerável da variação da energia e também do momento angular. 1.5 está contida na famı́lia de órbitas periódicas que são órbitas simétricas em relação ao eixo z e ocorrem para valores do momento angular entre c = 0.005 e c = 0.19. São órbitas com grande perı́odo, aproximadamente entre τ = 26.873 até τ = 29.195. Na figura 3 observamos que estas soluções são interiores ao fio e se aproximam do fio a medida que o momento angular c aumenta. A segunda famı́lia analisada, na qual pertence a órbita periódica corresponde ao número 2 da superfı́cie de seção 1, aparece numa estreita faixa do momento angular c = 0.1 a c = 0.37 e apresenta perı́odos entre τ = 39.912 e τ = 41.683. Estas soluções envolvem o fio circular já que passam pela região interior do fio (0 < r < 1) e pela região exterior (r > 1). Também podemos observar que estas soluções não apresentam simetrias na configuração rz. Veja Figura 4. 1 4 2 3 2 1 z 0.5 c=0.01 0 c=0.05 c=0.1 c=0.15c=0.16 c=0.19 -1 -2 0 44 1 3 -3 -4 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 r 0.7 0.8 0.9 1 1.1 Figura 3: -0.5 Famı́lia de soluções periódicas na configuração rz para o nı́vel H = −0.3 e valores do momento angular entre c = 0.005 e c = 0.19. 2 2.5 -1 2 1.5 1 c=0.1 c=0.35 0.5 z -1.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 0 -0.5 -1 Figura 2: Superfı́cie de Seção de Poincaré para H = −0.3 e momento angular c = 0.2. -1.5 -2 -2.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 r Na superfı́cie de seção acima, os números 1, Figura 4: Famı́lia de soluções periódicas na configuração para o nı́vel H = −0.3 e valores do momento angular entre 2, 3 e 4 são as ilhas que darão origem aos pontos rz c = 0.005 e c = 0.19. fixos da seção e desta forma a órbitas periódicas estáveis. 2 1.5 1 z 0.5 0 -0.5 -1 -1.5 -2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 r 1.2 1.4 1.6 1.8 2 pela região interior e exterior do fio circular. As soluções periódicas apresentadas são periódicas na configuração rz. Desta forma de (r(t), z(t)) é umaR solução periódica de ¢ t¡ c perı́odo τ e θ(t) = 0 r2 (s) − ω ds, temos que (r(t) cos θ(t), r(t) sen θ(t), z(t)) será uma solução periódica no espaço tridimensional se, e somente se, θ(τ )/2π é um número racional. Caso contrário dizemos que a solução é uma solução quase periódica. Figura 5: Famı́lia de soluções periódicas na configuração rz para o nı́vel H = −0.3 e valores do momento angular entre c = 0.005 e c = 0.19. z z 3 3 2 2 1 0.8 0.6 1 0 0 -1 -1 -2 -2 -3 -3 1.5 1 0.4 0.5 -1.5 0 -1 -0.5 0.2 0 z x y -0.5 0.5 -1 1 1.5 -1.5 1 0.8 0.6 0.4 0.2 -1 -0.8 0 -0.6 -0.4 -0.2 y -0.2 0 -0.4 -0.6 0.2 0.4 -0.8 0.6 0.8 x 1 -1 0 -0.2 Figura 7: Órbita quasiperiódica tridimensional com H = −0.3 e momento angular c = 1.9. -0.4 -0.6 Figura 8: Órbita quasiperiódica tridimensional com H = −0.3 e momento angular c = 0.11. -0.8 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 r Figura 6: Famı́lia de soluções periódicas na configuração rz para o nı́vel H = −0.3 e valores do momento angular entre c = 0.005 e c = 0.19. z z 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.5 0.8 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 -0.6 -0.8 A terceira famı́lia que apresentamos, que contém a órbita periódica corresponde a ao ponto fixo 3 da superfı́cie de seção da Figura 2, aparece para um grande faixa do momento angular c. Podemos verificar que estas órbitas Figura 9: Órbita quasiFigura 10: Órbita estão presentes para valores do momento an- periódica tridimensional quasi-periódica tridimensional com H = −0.3 e gular c = 0.05 até c = 1.5. Estas soluções com H = −0.3 e momento angular c = 1.3. momento angular c = 1.3. passam pela região interior e exterior ao fio circular e a medida que que o momento angular aumenta elas se afastam mais do fio e aumentam seu perı́odo, o qual varia na faixa τ = 0.7 a τ = 15.279. Veja figura 5 A última famı́lia de soluções periódicas estáveis que apresentaremos aqui, contém a solução periódica corresponde ao ponto periódico 4 na superfı́cie de seção 2. Observamos que configuração rz, conforme Figura 6, são simétricas em relação ao eixo z e apresentam uma forma ovalada. Estão presentes Figura 11: Órbita Figura 12: Órbita quasi-periódica tridimenpara momento angular na faixa de c = 0.0 a quasi-periódica tridimensional com H = −0.3 e sional com H = −1.4 e c = 1. Porém não apresentam grande variação momento angular c = 0.2. momento angular c = 0.2. do perı́odo, ficando entre τ = 11 e τ = 13.817. Também verificamos que esta soluções passam Nas figuras acima exibimos algumas órbitas 1.5 4 3 1 2 0.5 -1.5 -1 -0.8 0 -0.6 -0.4 -1 -0.2 0 -2 0.2 0.4 -3 0.6 0.8 x 1 -4 0 -1 -0.5 0 x y -0.5 0.5 -1 1 1.5 -1.5 z 1 y z 2 1.5 1 0.5 0 -0.5 -1 -1.5 -2 0.2 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 2 1.5 1.5 1 1 -2 0.5 0.5 -1.5 -1 -0.5 x 0 -0.5 0 0.5 1 1.5 -1 -1.5 2 -2 -1.5 y -1 0 -0.5 x 0 -0.5 0.5 1 -1 1.5 -1.5 y r k = 1− quasi-periódicas no espaço tridimensional. 5 Alguns resultados dinâmica da partı́cula da ρ21 ρ22 tem de ser muito próximo de 1. Mas s k∼1 =⇒ 1− ρ21 ∼ 1 =⇒ ρ21 ∼ 0 ρ22 Ao Estudar as superfı́cies de seção do problema p (r − 1)2 + z 2 segue que (r − podemos observar algumas propriedades que Como ρ1 = 1) −→ 0 e z −→ 0 . Desta forma r está próximo provaremos agora de 1 e z próximo de zero. Logo a partı́cula deve Proposição 1. Se o momento angular C é estar próxima do fio circular. diferente de zero, então r 6= 0. Isto significa que a partı́cula não passa pelo eixo z. 6 Conclusões Demonstração. A Energia do problema é dada Neste trabalho analisamos a dinâmica de uma por partı́cula em torno de um fio circular homogêneo que está girando em torno de seu p2r p2z C 2 H= K(k), (12) centro de massa com velocidade angular con+ + 2− 2 2 2r πρ2 stante. Este é um modelo simples para repreentão temos que sentar um anel planetário e desta forma descrever a dinâmica de uma partı́cula nas proximiµ ¶ p2r + p2z 2 2 2 dades do mesmo. A escolha do fio circular com C = 2r H − + K(k) . 2 πρ2 estas propriedades, permite obter expressões fechadas para o potencial gravitacional de fácil Portanto se C 6= 0 então r 6= 0. Então como manipulação analı́tica. acabamos de ver se C 6= 0 então a partı́cula Descrevemos propriedades do espaço de fase não passa pela origem. através das soluções periódicas. Obtemos famı́lias de soluções periódicas estáveis medianProposição 2. Se H é suficientemente pete o método de continuação numérica. Todo esqueno, então r e z são limitados. tudo da dinâmica foi realizado considerando o √ 2 2 Demonstração. Seja R = r + z . Iremos fio girando. Este problema possui similaridade com problemas clássicos da Mecânica Celeste, mostrar que se R −→ ∞ então H ≥ 0. Se R −→ ∞ então ρ1 ∼ ρ2 (ou seja a nos problemas restritos de três corpos. A investigação do problema não está encerdistância máxima e mı́nima da partı́cula ao fio tendem ao mesmo valor). Isso significa que rada. Existem outros aspectos da dinâmica a serem estudados: estudo das soluções de ρ2 1 − 12 −→ 0. Desta forma, K(k) ' K(0) = π2 . equilı́brios; existência de soluções periódicas ρ2 √ ComopR = r2 + z 2 −→ ∞ isto significa que simétricas, via continuação analı́tica; estudo da dinâmica de sub-problemas, como por exemplo ρ2 = (r + 1)2 + z 2 −→ ∞. Então no plano que contém o fio circular; singularida2 des; órbitas de escape. Também pode-se conK(k) −→ 0. (13) siderar outros modelos de corpos, por exemplo πρ2 um anel, um fio ou anel elı́ptico. Outro aspecto Portanto, pela equação (12) temos que H ≥ a ser investigado é a questão da integrabilidade. 0. Sobre alguma destas questões já temos resultados parciais e esperamos ampliarmos em um Proposição 3. Se H é suficientemente pefuturo próximo. queno, então a partı́cula se aproxima do fio circular. Demonstração. Da relação de energia (12), obtemos que se H é muito pequeno então 2 Assim πρ2 K(k) terá de ser muito grande. Referências [1] A. Alberti, Dinâmica de uma partı́cula no potencial de um fio circular ho- mogêneo, Tese de mestrado- Departamento de matemática, (2003). [2] A. Alberti, C. Vidal, Dynamics of a particle in a gravitational field of a homogeneous annulus disk, Celestial Mech Dyn Astr, (2007). [3] A. Alberti, C. Vidal, Periodic solutions of a particle in a potential field of a planar massive annulus disk, Preprint, (2007). [4] C. Azevêdo, H. Cabral, P. Ontaneda. On the fixed homogeneous circle problem, Adv Nonlinear Studies., 7 (2007) 47-76. [5] R. H. Battin, An introduction to the mathematics methods of astrodynamics, AIAA., Education Series, New York, (1987). [6] R. A. Broucke, A. Elipe, The dynamics of orbits in a potential field of a solid circular ring, RCD., 10 (2005) 129-143. [7] O.D. Kellog, Foudations of Potential Theory, Dover Publications, New York, (1954). [8] M. Hénon, On the Numerical Computation of Poincaré Maps, Physica D., (1982) 412-414. [9] C.L. Siegel, J.K. Moser, Lectures on Celestial Mechanics, Springer-Verlag, New York (1971). [10] A. Wintner, The Analytical Foudations of Celestial Mechanics, Princeton Univerity Press, New York (1941).