CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia de São Sebastião Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial LETICIA KRIEGER DOS SANTOS ESPÍNDOLA MARCELA CRISTINA SANTESSO PREÇO IDEAL: Técnicas de elaboração do preço de venda à vista para micro e pequenas empresas São Sebastião 2014 LETÍCIA KRIEGER DOS SANTOS ESPÍNDOLA MARCELA CRISTINA SANTESSO PREÇO IDEAL: Técnicas de elaboração do preço de venda à vista para micro e pequenas empresas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Marcondes São Sebastião 2014 Prof. José Renato LETÍCIA KRIEGER DOS SANTOS ESPÍNDOLA MARCELA CRISTINA SANTESSO PREÇO IDEAL: Técnicas de elaboração do preço de venda à vista para micro e pequenas empresas Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 11 de dezembro de 2014. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________ Prof. JOSÉ RENATO MARCONDES _________________________________________________________ Prof. Me. ADRIANO SCALA PANDOLFI _________________________________________________________ Prof. Me. RODRIGO P. DE CAMARGO MÉDIA FINAL: ___________________ AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradecemos a Deus por nos dar maturidade para realização desta etapa. Agradecemos nossa família, pelo apoio e paciência em todos os momentos. A todos os nossos professores, e mestres, que ao longo dessa jornada, sempre nos incentivaram e apoiaram, para que todas as etapas fossem concluídas com sucesso. Em especial ao nosso professor orientador José Renato Marcondes, e aos professores Rafael Romero e Francisco Orlando. E por fim, aos nossos colegas e amigos que fizemos nesta fase de nossa vida, e que lembraremos para sempre. RESUMO O presente estudo teve como objetivo geral a contribuição na formação de preço de venda ideal (à vista). Oferecendo aos empreendedores – em potencial empresa de micro e pequeno porte, um passo a passo, com a fórmula mais usual para a precificação, tendo em vista a necessidade dos empreendedores de conhecerem uma forma simples e objetiva para determinar seu preço. Através da conceituação de custo e despesa (fixo e variável), demanda, impostos, lucro, preço de venda (à vista), ponto de equilíbrio, indicadores de desempenho e Mark-up. Para que os mesmos possam fazer uma análise criteriosa do preço de venda adotado atualmente na empresa, levantando possíveis questionamentos, tais como, se o preço de venda à vista adotado é adequado e qual a quantidade mínima de venda para obtenção da margem de lucro almejada. Caso não obtenha as respostas desejadas para tais questionamentos, seguindo as instruções deste trabalho, o empreendedor poderá ajustar seu preço de venda de acordo com a realidade atual. A metodologia utilizada consiste no método de pesquisa bibliográfica, utilizando diversos livros de autores conceituados na área de Contabilidade de Custo e o manual do SEBRAE-MG. Com a real importância do preço de venda à vista para o mercado consumidor, como um dos principais fatores de tomada de decisão, as organizações necessitam realizar estudos periódicos de suas empresas, principalmente dos preços adotados, estes que devem cobrir todos os custos da empresa, e gerar o lucro desejado. Palavras-chave: Custo. Despesa. Lucro. Preço de venda. ABSTRACT The present study aimed to contribute to the formation of the ideal selling price (spot). Offering entrepreneurs - potential micro enterprise and small business - a step by step with the more usual formula for pricing, In view of the need for entrepreneurs to get to know a simple and objective way to determine its price. Through the concept of cost and expense (fixed and variable), demand, tax, profit, selling price (on request), breakeven point, performance indicators and Mark-up. So that they can make a careful analysis of the sale price adopted currently the company and raising possible questions, such as, if the selling price in view adopted is appropriate and what is the minimum amount of sales to obtain the desired profit margin. If you do not get the desired answers to these questions by following the instructions in this work, the entrepreneur can adjust its selling price according to the current reality. The methodology consists in the method of literature research, using several books of renowned authors in the cost accounting area and the SEBRAE-MG manual. With the real importance of the sale price on demand to the consumer market, as a major factor in decision-making, enterprises need to perform periodic surveys of their companies, especially the prices adopted, that these should cover all costs of the company and generate profit desired. Keywords: Cost. Expense. Profit. Selling Price. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CF Custo Fixo CMV Custo da Mercadoria Vendida COFINS Contribuição para Financiamento de Seguridade Social CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CUV Custo Unitário Variável EPP Empresa de Pequeno Porte ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços IPI Imposto de Produtos Industrializados IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica ISS Imposto sobre Serviço MB Margem Bruta MC Margem de Contribuição ME Micro Empresa MG Minas Gerais ML Margem Liquida PE Ponto de Equilíbrio PIS Programa de Integração Social PVU Preço de Venda Unitário PVV Preço de Venda a Vista ROI Retorno Sobre Investimento RPL Retorno Sobre o Patrimônio Líquido SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – O comportamento dos custos e despesas variáveis ........................ 16 Gráfico 2 – O comportamento dos custos e despesas fixas ................................ 17 Gráfico 3 – Ponto de Equilíbrio..................................................................................... 22 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA .......................................................................................... 10 1.2 PROBLEMA .................................................................................................................... 10 1.2.1 Hipótese ...................................................................................................................... 11 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 11 1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 11 1.3.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 11 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .................................................................. 12 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 13 2.1 CONCEITO DE CONTABILIDADE DE CUSTO ........................................................ 13 2.1.1 Custos .......................................................................................................................... 14 2.1.1.1 Classificação de custos .......................................................................................... 14 2.2 DESPESA ........................................................................................................................ 15 2.2.1 Classificação de despesas..................................................................................... 16 2.3 DEMANDA....................................................................................................................... 17 2.4 IMPOSTOS...................................................................................................................... 18 2.5 LUCRO............................................................................................................................. 20 2.6 PREÇO DE VENDA ...................................................................................................... 20 2.6.1 Identificando o preço de venda ............................................................................ 20 2.7 PONTO DE EQUILIBRIO .............................................................................................. 22 2.8 FORMAS MAIS USUAIS DE PRECIFICAÇÃO ......................................................... 24 2.8.1 Mark-up multiplicador e divisor ............................................................................ 24 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................................... 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 30 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 31 10 1 INTRODUÇÃO Este trabalho se propõe a orientar empresários de micro e pequenas empresas com um “passo a passo”, para que o mesmo possa fazer o estudo de sua empresa, desde análise de seus custos até os indicadores de desempenho, determinando o preço mais adequado. Por muitas vezes a falta de informação, sobre os custos faz com que o empreendedor adote um preço de venda baseado em seus concorrentes, com isso não gera o lucro desejado e ocasionalmente gera prejuízo. Isso também pode ocorrer caso haja muitos concorrentes no mesmo ramo. O preço de venda é de suma importância, pois através dele ocorre todo um planejamento empresarial, como a analise da rentabilidade e o retorno de capital. A maior influência do preço de venda é o consumidor final - o cliente, pois ele é responsável pela decisão de compra. Com isso o empresário deverá ter uma análise criteriosa de seu preço de venda, baseado em seus custos para que ele saiba que o preço de venda adotado no mercado é o ideal para o seu negocio (cobrindo os seus custos e obtendo o lucro desejado). 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA Esta pesquisa se faz importante, para a contribuição na formação do preço de venda ideal (à vista). Oferecendo aos empreendedores de micro e pequenas empresas a fórmula mais usual para determinar a precificação, apoiando-se nos conceitos de contabilidade de custos e formação do preço de venda. 1.2 PROBLEMA O problema é a necessidade de empreendedores conhecerem uma forma simples e objetiva para determinar seu preço de venda ideal. Sendo assim essa pesquisa visa responder as seguintes perguntas, que possam ser relevantes ao 11 microempreendedor, tais como: Como elaborar o preço de venda ideal para cobrir os custos e assim atingir o lucro desejado? Qual é a quantidade mínima de venda por mês, para que o empreendedor tenha o lucro desejado? 1.2.1 Hipótese Caso o preço de venda utilizado não seja adequado, o empreendedor poderá utilizar desta pesquisa, seguindo as instruções, para ajustar seu preço de venda, de acordo com a sua realidade. Com a formulação correta do preço de venda que deverá ser praticado, o empreendedor, poderá responder se está conseguindo atingir o lucro almejado, de acordo com o relatório de suas vendas mensais. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo geral O objetivo geral desta pesquisa é identificar a fórmula de preço de venda ideal mais usual para empreendedores de micro e pequenas empresas. 1.3.2 Objetivos específicos Conceituar contabilidade de custo (Crepaldi; Horngren, Datar e Foster), despesa (Bruni e Famá; Crepaldi; Dubois, Kulpa e Souza), demanda (Dicionário Aurélio), impostos (sites), lucro (Marion), preço de venda (Dubois, Kulpa e Souza) e ponto de equilíbrio (Bruni e Famá), utilizando os autores descritos e também o Manual do SEBRAE. Descrever a fórmula de preço de venda à vista e o Mark-up (SEBRAE). 12 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Como procedimento metodológico deste trabalho foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, usufruindo de livros da biblioteca do Instituto Federal de São Paulo e da FATEC- São Sebastião, além das pesquisas na internet, para maiores definições e esclarecimentos no decorrer do trabalho, foi citado para todo o embasamento teórico, os autores da área de contabilidade de custo. 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Este trabalho foi iniciado com uma introdução do que será abordado, com o propósito de orientar empreendedores de micro e pequenas empresas que desejam fazer o estudo de sua empresa de acordo com sua realidade. Posteriormente foi realizado um referencial teórico, que se inicia com estes seguintes conceitos - gasto, investimento, desembolso e perda - que auxiliam o entendimento que será descrito em seguida, que descreve o conceito de contabilidade de custos, que se desdobra em tais definições: custo, despesa, demanda, impostos, lucro, preço de venda e ponto de equilíbrio. Identificamos e classificamos tais conceitos, demonstrando a fórmula mais usual para o cálculo da precificação afim de que o empreendedor possa escolher o método mais adequado. O procedimento metodológico adotado para este trabalho foi a pesquisa bibliográfica, selecionando diversos autores da área, e o Manual do SEBRAE-MG. Dando continuidade a pesquisa, nos resultados e discussões abordamos os indicadores de desempenho que auxiliará o empreendedor no planejamento empresarial, e foi demostrado a fórmula mais usual. Nas considerações foi relatado que de certa forma, quem define o preço é o mercado consumidor, mas o empreendedor deve estar sempre atendo ao seu preço, através da análise de seus custos, para tomada de decisões e para todo o planejamento organizacional. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO No embasamento teórico nesse capítulo, é abordado diversos autores da área de contabilidade de custo, sendo eles, Bruni e Famá, Crepaldi, Dubios, Kulpa e Souza e Ferreira, também o Manual do SEBRAE, e sites que contribuíram para algumas definições. A determinação do preço de venda ideal é de suma importância para empresa, pois ela é a base para o planejamento empresarial, proporcionando rentabilidade, competitividade, crescimento e retorno do capital investido. (SEBRAEMG, 2010) De acordo com nossas pesquisas definiremos por meio dos seguintes capítulos a contabilidade de custo, despesas, demanda, impostos, lucro e preço de venda com o auxilio de autores previamente selecionados e conceituados nessa área de estudo. A seguir, serão definidos alguns conceitos iniciais, para o auxílio do entendimento de custo, sendo eles: (SEBRAE-MG, 2010) a) Gasto: É o sacrifício que a empresa tem que ter, para obter um produto ou serviço. Ele aplica a todos os bens e serviços, por ser abrangente. Tipos de gastos: Custo, Despesa e Investimentos. b) Investimento: É um gasto dependente da vida útil ou dos benefícios atribuíveis a alguns períodos. Os sacrifícios para obtenção de bens e serviços, que são estocados nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando da sua venda, consumo ou desvalorização. c) Desembolso: O pagamento para adquirir um bem ou serviço. d) Perda: É o consumo de um bem ou serviço de forma anormal e involuntária. 2.1 CONCEITO DE CONTABILIDADE DE CUSTO Iniciaremos esse capitulo definindo o conceito de contabilidade de custo de acordo com alguns autores. 14 Segundo Crepaldi (2010, p.02), “Contabilidade de Custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ ou serviços. Ela tem a função de gerar informações precisas e rápidas para a administração, para a tomada de decisões”. Acrescentando a ideia de Crepaldi, outros autores complementam a definição. A contabilidade de custos são processos definidos através dos princípios da contabilidade geral que definem os custos operacionais de uma empresa. Através destes dados coletados, a administração pode incluir dados contábeis e financeiros para estabelecer custos de produção ou serviço prestado, com o objetivo de alcançar uma operação lucrativa e eficiente. (BRUNI e FAMÁ, 2011) De acordo com Horngren, Datar e Foster (2010, p.02) “A contabilidade de custos [...] Mede e relata informações financeiras e não-financeiras relacionadas ao custo de aquisição ou à utilização de recursos em uma organização”. 2.1.1 Custos Vários autores utilizam basicamente o mesmo conceito para definir os custos, afirmando que são gastos relativos a bens ou serviços consumidos ou utilizados na produção para obter outros bens ou serviços. 2.1.1.1 Classificação de custos Neste momento abordaremos os tipos e classificação de custos para alguns autores já mencionados. Segundo Crepaldi (2010, p.09), “Custos quanto a sua apropriação aos produtos são divididos em: a) Custos diretos [...] associam-se a produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida; b) Custos indiretos são os que, para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio”. Os dois principais tipos de custos são classificados em custos fixos que não variam independente do volume de produção da empresa, existindo mesmo que não haja produção e custos variáveis onde os valores estão diretamente ligados à 15 produção, quanto menor a produção, menor serão os mesmos. (BRUNI E FAMÁ, 2011) O custo de aquisição de mercadoria se obtém através do valor da fatura, deduzindo os descontos, e acrescidos os custos com a mercadoria até a entrada no armazém, todos estes custos, são determinados como custo diretos, como pode-se observar: (SEBRAE-MG, 2010) Preço de aquisição (nota fiscal) (este é o valor pago pelo comprador) (-) descontos obtidos (descontos de terceiros, nas transações comerciais) (-) impostos recuperáveis (Impostos recuperáveis após efetivar a venda das mercadorias adquiridas, ex: ICMS quando a empresa conta no regime de tributação estadual pelo débito e crédito de ICS) (+) impostos não recuperáveis (fazem parte do custo de aquisição, mas não são passados aos clientes) (+) fretes (gastos com o transporte do vendedor até o comprador) (+) seguros (para que a empresa não tenha prejuízo em caso de acidentes, roubos, etc .) (+) outras despesas incidentes na aquisição (ex: importação, gastos alfandegários, e impostos) (=) custo de aquisição ou custo da mercadoria vendida O esquema que foi demonstrado é muito útil, para que o empreendedor possa separar e visualizar claramente todos os itens que compõe o custo de seus produtos, após serem vendidos. No momento da definição do preço de venda das mercadorias, é necessário somar ao custo de aquisição, as despesas administrativas (classificadas no próximo tópico). Para agrega-las utiliza-se o método de rateio: identificando o percentual delas sobre o faturamento médio mensal. (SEBRAE-MG, 2010) A seguir, após a classificação de despesas, será apresentado um gráfico que demonstra tal comportamento. 2.2 DESPESA Para a definição deste item selecionamos as seguintes citações: não estão associadas à produção, sendo o consumo de bens/serviços utilizados para a 16 obtenção de receitas. Estão associados aos gastos administrativos e/ou vendas e incidência de juros. (BRUNI e FAMÁ, 2011) De acordo Dubois, Kulpa e Souza (2009, p.16), “Despesa é um gasto em que a empresa incorre para manter a sua estrutura organizacional [...]. Uma característica das despesas é que elas são reconhecidas apenas no momento do seu uso”. 2.2.1 Classificação das despesas São classificadas em despesas fixas, sendo elas não variáveis em relação às vendas como, por exemplo, aluguel (ocorrendo ou não a venda deverá ser pago). E variáveis, que diminuem ou aumentam de acordo com as vendas realizadas, como por exemplo, comissões dos vendedores (BRUNI e FAMÁ, 2011). Gráfico 1 - O comportamento dos custos e despesas variáveis: Valores em Reais R$ Custos Variáveis Volume de venda Física (quantidade) Fonte: SEBRAE-MG, 2010 17 Gráfico 2 – O comportamento dos custos e despesas fixas: Valores em Reais R$ Custos Fixos Volume de venda Física (quantidade) Fonte: SEBRAE-MG, 2010 Após conceituar despesas/custos fixos e variáveis, os gráficos auxiliam na compreensão deste processo, onde pode-se observar no gráfico 1, que quanto maior for o volume de venda, maior serão os custos/despesas variáveis, crescendo proporcionalmente no gráfico. Já no gráfico 2, independente do volume de vendas que ocorrerem no mês, aqueles custos/despesas ocorrerão. As despesas operacionais são classificadas em: despesas administrativas relacionadas às áreas de apoio da empresa, despesas comerciais geradas a partir da necessidade de criar receitas, tais como marketing, telefone em função das vendas efetuadas (comissão, fretes, etc.), despesas financeiras decorrentes da necessidade de buscar capital de terceiros, devido à insuficiência no capital de giro próprio, e despesas tributárias que são os encargos dos impostos pagos à administração pública (CREPALDI, 2010). Outros exemplos de despesas administrativas: aluguéis, honorários, salários administrativos, materiais de escritório, material de limpeza, depreciação. 2.3 DEMANDA 18 De acordo com a definição do dicionário Aurélio (2004, p.615) demanda é a “quantidade de mercadoria ou serviço que um consumidor ou conjunto de consumidores está disposto a comprar, a determinado preço”. 2.4 IMPOSTOS Será apresentado a seguir o significado dos impostos (isso não quer dizer que toda empresa, pagará por todos esses impostos). O empreendedor deverá obter auxilio para identificar-se em qual regime de tributação sua empresa esta inserida (nos diversos níveis: municipal, estadual e federal), bem como as alíquotas dos impostos sobre o seu faturamento. (SEBRAE-MG, 2010) Segundo a publicação no site da Receita Federal, acesso em 2014, as definições para IPI, PIS, IRPJ, CSLL, Simples Nacional e Empreendedor Individual estão descritas a seguir: IPI – Imposto sobre produtos industrializados: Incide sobre os produtos industrializados nacionais ou estrangeiros (no momento de sua chegada ao país (quando importados) ou na saída do produto da empresa). A base para o cálculo deste tributo será o valor total da operação, a partir de sua saída do estabelecimento industrial, e no caso do importado, será o valor total, acrescido os encargos cambiais. PIS – Programa de Integração Social: Há 03 hipóteses de pagamento, sendo elas: O faturamento de receitas para pessoa jurídica; O pagamento da folha de salário (para empresas de relevância social) e/ou a arrecadação mensal das receitas correntes e recebimento mensal de recursos, para entidades públicas. IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica: Os contribuintes são as pessoas jurídicas, e físicas (equiparadas às jurídicas). A apuração é feita com base no lucro (real, presumido ou arbitrado). A alíquota é de 15% (sobre o lucro apurado), com adicional de 10%, caso a parcela do lucro exceda R$ 20.000,00/ mês. CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: Os contribuintes são as pessoas jurídicas, e físicas (equiparadas às jurídicas). A alíquota é de 9% para as pessoas jurídicas em geral e de 15%, no caso das pessoas jurídicas serem instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. Tal apuração, deve acompanhar a forma tributada do lucro que foi adotado para o IRPJ. 19 Simples Nacional (Lei 123): O Sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte é um regime tributário simplificado, aplicado às pessoas jurídicas consideradas ME (microempresas – pessoa jurídica que tenha auferido receita bruta igual ou inferior a R$ 120.000,00) e EPP (empresas de pequeno porte – pessoa jurídica que tenha auferido receita bruta superior a R$ 120.000,00 e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00). Sua única base de cálculo é a receita bruta. O simples abrange tais impostos: IRPJ, PIS/PASEP, CSLL, COFINS e IPI. O imposto varia conforme a atividade desempenhada (comércio, indústria ou serviços). Empreendedor Individual: O empreendedor que tenha receita bruta de até R$36.000,00 e que seja optante pelo Simples Nacional. Seus custos são: Para a previdência: R$ 51,15 por mês (11% do salário mínimo, que é reajustado no início de cada ano); Para o estado: R$1,00 fixo por mês (para comércio ou indústria) Para o município: R$5,00 fixos por mês (para prestação de serviço). Apresentado pelo site Portal Tributário, acesso em 2014, as definições para COFINS e ISS são: COFINS – Contribuição para Financiamento de Seguridade Social: Quem contribui para o COFINS são as pessoas jurídicas (exceto microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional). Sua base de cálculos é o total das receitas auferidas. A alíquota geral é de 7,6% (a partir de 01/02/2004) (para a modalidade não cumulativa), porém, em determinadas operações a alíquota pode ser diferenciada. ISS – Imposto sobre Serviço: O contribuinte é o prestador de serviço. A alíquota mínima é de 2% e a máxima de 5%. Para o site da Tabela ICMS, acesso em 2014, será apresentado sua descrição: ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços: Por ser um imposto estadual, somente os governos dos estados brasileiros podem instituí-los. Como cada estado tem sua alíquota para a transação, temos como exemplo: para circulação interna no estado, as taxas são de: 18% em São Paulo, 19% no Rio de Janeiro e 18% em Minas Gerais. 20 2.5 LUCRO Os principais tipos de lucro são: lucro bruto que é a diferença entre o valor recebido após a venda do produto (ou prestação de um serviço) e o valor do custo desta venda (ou do serviço prestado), sem levar em consideração as despesas financeiras, administrativas e de vendas. E lucro líquido que é o valor restante aos proprietários, após todos os custos e despesas serem pagos (MARION, 2009). 2.6 PREÇO DE VENDA De acordo com Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 221) “Antes de se efetuar um detalhamento da formação dos preços de venda de certos bens e serviços, é interessante diferenciar preço e valor”. É de certa forma subjetivo o valor de um bem, pois este dependerá do grau de utilidade que uma pessoa possa dar para quem o consome, o mesmo produto, pode ser de grande utilidade para alguns, e para outros não ter serventia alguma. Logo, define-se preço como a expressão quantitativa sobre o valor de certo produto (ou serviço). (DUBOIS, KULPA E SOUZA, 2009) 2.6.1 Identificando o preço de venda Neste tópico iremos analisar os métodos de formação de preços nas empresas comerciais. a) CÁLCULO DO PERCENTUAL DE CUSTOS FIXOS (CF): Para agregar ao preço de venda e recuperá-los na comercialização das mercadorias. (SEBRAE-MG, 2010) ( ) 21 b) CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA À VISTA: (SEBRAE-MG, 2010) ( ) Ou Onde: ( ) O Manual do SEBRAE (2010, p.35) expressa que “Taxa de marcação é um coeficiente divisor que, dividido do custo da mercadoria vendida, nos fornece o Preço de Venda à vista”. Custos de comercialização: São os custos para vender os produtos, destacando os impostos e comissões. (SEBRAE-MG, 2010) 𝑷𝑽𝑽 𝑪𝑴𝑽 𝒙 𝑴𝒂𝒓𝒌 𝒖𝒑 Onde: ( ) ou ainda 22 Sendo assim, o Mark-up é a fórmula que utilizamos para multiplicar o custo da mercadoria vendida e achar o preço de venda à vista. (SEBRAE-MG, 2010) 2.7 PONTO DE EQUILÍBRIO Na concepção de Bruni e Famá (2011), analisando os gastos fixos e variáveis, é possível adquirir dados para obter o ponto de equilíbrio da empresa, onde as vendas (unitárias ou R$) cobrem todos os custos, e o lucro é nulo. Tal cálculo é de suma importância para a empresa, pois é através dele que se determinará a quantidade mínima a ser vendida para que não haja prejuízo. (SEBRAE-MG, 2010) GRÁFICO 3 – Ponto de Equilíbrio R$ Receita Total Lucro Custos Variáveis Ponto de Equilíbrio Custos Fixos Prejuízo 0 Custos Totais Quantidade Fonte: SEBRAE-MG, 2010 23 a) Ponto de Equilíbrio em unidades físicas: (SEBRAE-MG, 2010) ( ) Onde: PVU = Preço de Venda Unitário CUV = Custo Unitário Variável b) Ponto de Equilíbrio em valores monetários: (SEBRAE – MG, 2010) ( ) Ainda referenciando o mesmo autor, precisamos conceituar margem de contribuição, para entendermos o conceito de ponto de equilíbrio. Margem de contribuição é uma parte do preço de venda, onde subtrai os custos variáveis, e ainda sim cobre os custos fixos e gera lucro. Para a determinação do ponto de equilíbrio utilizando a margem de contribuição, utilizaremos a seguinte fórmula: (SEBRAE-MG, 2010) 24 OBS: Esta margem de contribuição é em fator, e não em porcentagem (15% = 0,15) 2.8 FORMAS MAIS USUAIS DE PRECIFICAÇÃO Convém observar que há diversos fatores que influenciam a precificação, e o grau de influência de cada uma delas: concorrência, clientes, fornecedores, custos e o governo. A empresa deverá analisar suas necessidades e escolher a que melhor se adequa a sua realidade. Dentre os diversos existentes, a seguir serão apresentados os principais que podem contribuir de forma favorável à empresa. (SEBRAE-MG, 2010). Mark-up multiplicador Mark-up divisor Adoção de preços dos concorrentes 2.8.1 Mark-up multiplicador e divisor Baseia-se aplicando um índice sobre os custos de compra das mercadorias, fazendo com que encontre o preço de venda a ser praticado. (SEBRAE-MG, 2010) Passo a passo (com exemplo) Imposto sobre vendas 8,36% Comissões 2,00% Custo fixo 11,98% Margem de lucro desejado 12,00% Total 34,34% 25 Mark-up (sem fator) = 100% - 34,34% = 65,66% Mark-up multiplicador = 100% / 65,66% = 1,523 Mark-up divisor = 65,66% / 100% = 0,6566 26 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a realização deste trabalho de graduação, foi utilizada a metodologia da pesquisa bibliográfica, onde buscamos na biblioteca das faculdades e acervo municipal, livros de área de custo, para utilizar em todo o embasamento teórico. Selecionamos alguns autores, dentre eles, focamos em alguns que foram os mais utilizados no trabalho - outros que utilizamos para consultas, além dos livros, foi utilizado o Manual do SEBRAE, que auxiliou como um guia para a produção deste trabalho, desde os conceitos até a fórmula da precificação. 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após o empreendedor levantar os dados relevantes para a formação de seu preço de venda, ele deverá analisar com a realidade aplicada em sua empresa, e através desta comparação, verá os benefícios da aplicação da fórmula adotada, utilizando também os indicadores de desempenho para comprovar a melhoria. O manual do SEBRAE-MG (2010, pag. 50), afirma que “o método tecnicamente correto para se formar ou analisar o preço de venda é o que melhor se adequar às necessidades de sua empresa”. Para que a empresa possa analisar o preço de venda que ela determinou, a mesma utilizará um ou mais indicadores de desempenho, tais como: Margem Bruta (MB): Tem como objetivo medir sobre cada R$ 1,00 de venda a porcentagem que restou para empresa após o pagamento das mercadorias vendidas. Quanto menor for o Custo da Mercadoria Vendida da empresa, maior será a sua Margem Bruta, tendo assim um melhor resultado. (SEBRAE-MG, 2010) De acordo com o manual do SEBRAE-MG (2010, p. 74) “Quanto maior a Margem Bruta de sua empresa melhor, portanto, menor será o CMV”. Margem de Contribuição (MC): Seu objetivo é apresentar o percentual, sobre cada R$ 1,00 das vendas que sobrarem, para pagamento dos custos fixos e gerar lucro após o pagamento dos custos variáveis. (SEBRAE-MG, 2010) ( ) Seguindo a ideia do mesmo autor (2010, p.75) “Quanto maior for a MC, melhor, pois mais recursos sobrarão para pagar os custos fixos e gerar lucro”. 28 Margem Líquida (ML): Este indicador, mede o percentual de cada R$ 1,00 de todas as vendas restantes da empresa, após o pagamento de todos os custos. (SEBRAE-MG, 2010) Segundo o SEBRAE-MG (2010, p. 75), “É um indicador de sucesso, uma vez que apresenta a lucratividade da empresa no período em análise, portanto, quanto maior, melhor”. Retorno sobre Investimento (ROI): É o que determina a eficiência geral da administração, de acordo com a obtenção de lucros com a disponibilidade de ativos. Quanto maior for seu Retorno (ROI), melhor. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL): Demonstra o retorno aos proprietários, sobre seus investimentos. (SEBRAE-MG, 2010) O mesmo autor (2010, p.76) afirma ainda que “quanto maior for este índice, melhor será para os proprietários”. Sabendo-se que o preço de venda é demasiado importante para a empresa, e a decisão imprescindível do consumidor final, o empreendedor deve estar sempre atento ao mercado, realizando periodicamente análises sobre os indicadores. 29 Para que haja as respostas possíveis que o empreendedor possa se fazer, como: Como elaborar o preço de venda ideal para cobrir os custos e assim atingir o lucro desejado? Qual é a quantidade mínima de venda por mês, para que o empreendedor tenha o lucro desejado? - Com este estudo de precificação, o empreendedor obterá um valor real de preço de venda ideal. Logo, ele poderá fazer uma comparação com a realidade, se ele esta, conforme o estudo, cobrando o preço “justo”, ou se ele esta cobrando abaixo do ideal, que não supriria todos os seus custos. Os indicadores de desempenho, o auxiliará, para tomada de decisões no planejamento empresarial. E com este estudo, ele terá parâmetros, para analisar a quantidade ideal que deverá ser as suas vendas. 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O que leva o consumidor a escolher uma empresa, dentre todas as existentes? (em uma realidade diferente do monopólio) Em um foco econômico-contábil, o preço é o fator mais importante nesta decisão (pois, para este trabalho, não levaremos em consideração o composto de marketing). Basicamente, é o mercado que determina o quanto quer pagar em certos produtos, e os empreendedores precisam ter um estudo criterioso, detalhado, e periódico para que não fuja do padrão, e que tenha a rentabilidade desejada. Para tanto, é necessário que o empreendedor conheça tudo que envolve o processo de precificação, desde os conceitos, os dados necessários para a formação de seu preço de venda, até os indicadores, que mostrará para eles, a rentabilidade de seu negócio. Ao utilizar o passo-a-passo, o empreendedor obterá todos os dados necessários, organizados e detalhados, para que ele formule o preço de venda, e compare com a realidade, podendo assim, adotar uma nova precificação, que cubra todos os seus custos, e obtenha o lucro desejado (e que seja o adotado no mercado atual). Este trabalho irá auxilia-lo em todo este processo de planejamento, desde a obtenção dos dados à análise dos mesmos. REFERÊNCIAS Alíquota do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas Tributadas pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado. Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribPj.htm>. Acesso em: 28/10/2014. BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2011. COFINS – Contribuição para o financiamento da seguridade social. Disponível em: <www.portaltributario.com.br/tributos/cofins.html>. Acesso em: 28/10/2014. Contribuição para PIS/PASEP e COFINS. 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